15 de maio de 2010

Sullivan revive seu tempo áureo com Massadas

Resenha de CD e DVD
Título: Na Linha do
Tempo - Ao Vivo
Artista: Michael
Sullivan
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Donatário das paradas populares dos anos 80, Michael Sullivan assume o microfone e inventaria a parte mais substancial de já banalizada obra autoral no seu primeiro DVD, Na Linha do Tempo, cuja gravação ao vivo está sendo editada simultaneamente em dois CDs vendidos de forma avulsa. A revisão é tão completa quanto pálida. Os coros excessivos que empastelam as regravações evidenciam o gosto duvidoso do artista na abordagem de músicas compostas ao longo de carreira que ganhou projeção em 1976 com o estouro da balada My Life, feita e gravada em inglês. Mas é justo reconhecer que a obra de Michael Sullivan & Paulo Massadas - mesmo pautada no todo pela banalidade e mesmo diluída pela produção em escala industrial que esvaziou a inspiração da dupla - tem valor dentro da canção popular brasileira. Ainda que Sullivan não seja o ideal intérprete deste repertório popular, são agradáveis os caminhos melódicos trilhados por músicas como Leva, Um Dia de Domingo (regravada com o piano e a voz de Daniel Jobim), Amor Perfeito, Deslizes, Dois (bela balada composta com Paulo Ricardo), Nem Morta e Estranha Loucura. São músicas que ampliaram as vendas e os públicos de cantores como Tim Maia (1942 - 1998), Rosana, Gal Costa, Joanna e Sandra de Sá, entre muitos outros. É fato que a imposição dessas músicas ao elenco nacional da gravadora então denominada BMG-Ariola criou um ranço em torno dos nomes de Sullivan & Massadas. Mas é fato também que, ouvidos e analisados em perspectiva, os maiores hits da produção da dupla resistem ao tempo e já atravessam gerações. Tanto que Jorge Aragão aceitou reviver o samba Talismã - lançado por Elson do Forrogode - com Sullivan em dueto que flui bem. Mais inusitada é a presença de Arnaldo Antunes no show gravado no Playrec Studios, em Santos (SP), em 22 de setembro de 2009. Com sua voz cavernosa, Antunes recita a parte falada de Me Dê Motivo, primeiro grande hit de Sullivan & Massadas, hoje um clássico cult da dor-de-corno. A faixa cita Você, música de Tim Maia, intérprete que lançou Me Dê Motivo em 1983. Já Carlinhos Brown - parceiro de Sullivan na recente balada Quanto ao Tempo, exemplo do mau uso do coro no registro ao vivo - entoa Retratos e Canções, balada-xarope que impulsionou as vendas do álbum gravado por Sandra de Sá em 1986 ao lado de Não Vá (samba na época creditado a Sandra e Mirna, mas que, na realidade, era de Sullivan & Massadas) e de Joga Fora, dois sucessos também postos pelo hitmaker nesta sua Linha do Tempo. Brown é o parceiro mais constante de Sullivan na atualidade. São dos dois o sambossa Doce Cabana, gravado com as adesões de Martinho da Vila, Roberto Menescal e Daniel Jobim. Enfim, por mais que os arranjos (do maestro Julinho Teixeira e do próprio Sullivan) sejam insossos, o sabor palatável das melodias se impõe acima da embalagem trivial. A maior parte da obra de Michael Sullivan - vale repetir - é de acabamento tosco (basta ver a letra açucarada de Amanhã Talvez). Mas a maioria das músicas reunidas neste projeto retrospectivo tem, sim, apelo popular. E saber falar a língua do povo é qualidade essencial para fazedores de hits como Michael Sullivan, um compositor irregular.
P.S.: Ao contrário do que diz o release veiculado pela Universal Music, ao listar intérpretes que gravaram músicas de Michael Sullivan, Maria Bethânia nunca cantou composição do hitmaker.

Sai no Brasil CD com show de Blakey em 1960

Dando oportuna continuidade às edições de jazz de seu selo internacional, a gravadora Biscoito Fino põe nas lojas do Brasil CD, Art Blakey's Jazz Messengers, que perpetua show realizado em 1960 pelo baterista Art Blakey (1919 - 1990) - um dos maiores ases das baquetas no universo do jazz - na cidade de Lausanne, na Suíça. No comando de seu grupo Jazz Messengers, Blakey toca temas de Charlie Parker (Now's the Time) e Wayne Shorter (Lester Left Town e Noise in the Attic). O CD integra série de jazz criada pelo produtor suíço Jacques Muyal.

Yamandú e Valter irmanam cordas no belo 'YV'

Resenha de CD
Título: YV
Artistas: Yamandú
Costa & Walter Silva
Gravadora: MP,B
/ Universal Musical
Cotação: * * * * *

Em 2004, no aniversário de Marcello Gonçalves, exímio violonista do Trio Madeira Brasil, dois ases do violão de 7 cordas - Yamandú Costa e Valter Silva, que se conheciam naquela ocasião - roubaram a cena ao se irmanarem em set informal que concentrou as atenções dos convidados da festa. Encantado com o encontro que descreveu como mágico, Gonçalves decidiu assumir o papel de produtor para reproduzir tal irmandade num disco de estúdio. Seis anos depois daquela reunião seminal, o CD - YV - chega ao mercado pelo selo Maior Prazer, Brasil (MP,B), com distribuição da Universal Music. E o resultado é irretocável. Yamandú e Valter terçam em harmonia as 14 cordas de seus violões ao transitar por seleto repertório colhido no mundo do samba e do choro. Tal seleção não evita os clássicos - casos de Mistura e Manda (Nelson Alves) e Rosa Morena (Dorival Caymmi) - ao mesmo tempo em que permite que Yamandú e Valter ponham sua técnica precisa a serviço de temas menos batidos como Os Cinco Companheiros (Pixinguinha), abordado com lirismo emotivo que não empana o rigor estilístico dos dois violonistas. Lirismo que transparece também em Caprichos do Destino (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e em Tua Imagem (Canhoto da Paraíba). Ao lado de Valter, violonista projetado ainda na era do rádio, Yamandú toca com menor dose de frenesi - o que contribui muito para a perfeição do resultado final. O terno clima seresteiro que pontua Uma Noite no Sumaré (Esmeraldino Salles e Orlando Silveira), entre outros temas, atesta o raro entrosamento de Valter com Yamandú. E a maestria de ambos no manejo individual das sete cordas de seus violões. Juntos, Yamandú e Valter - que já contabilizam 30 e 70 anos de vida, respectivamente - aproximam gerações enquanto reverenciam outros ases do violão como Dilermando Reis (1916 - 1977), autor de dois (Tempo de Criança e Magoado) dos 13 temas deste irretocável YV. O bordado tecido pelas cordas de Yamandú Costa e Valter Silva nessas melodias - com toques alternados de delicadeza e brejeirice - é coisa fina. YV é um dos discos de 2010.

Pinheiro se revela ao contar histórias de canções

Resenha de livro
Título: Histórias das
Minhas Canções
Autor: Paulo César
Pinheiro
Editora: LeYa
Cotação: * * * *

Compositor reservado, do qual pouco se ouve falar no circo da mídia por conta de sua postura reclusa, Paulo César Pinheiro revela algo de sua personalidade ao detalhar a gênese de 65 de suas estimadas duas mil músicas em Histórias das Minhas Canções, livro lançado neste mês de maio de 2010 pela editora LeYA. É com justificado orgulho que o poeta classifica como obra-prima temas como Matita-Perê (1973), sua primeira parceria com Tom Jobim (1927 - 1994), inaugurada - revela ele no livro - depois que o maestro soberano ouviu Sagarana (1969), parceria de Pinheiro com o violonista João de Aquino, composta em homenagem a Tom. Traços de vaidade, da firmeza ideológica e do caráter boêmio vão sendo esboçados nos relatos à medida em que Pinheiro recorda em narrativa coloquial a origem das 65 músicas que selecionou para abordar no livro. Sincero, o autor não camufla nem os ciúmes entre parceiros - como o que sentiu Vinicius de Moraes (1913 - 1980) ao ouvir num bar de Ipanema a letra de Lapinha, feita por Pinheiro em 1965, aos 16 anos, em cima de melodia lhe confiada por Baden Powell (1937 - 2000). Vinicius, mais tarde, venceria o ciúme e se tornaria amigo de Pinheiro. Que sempre exerceu a poligamia musical, já contabilizando cerca de 150 parceiros. Com Baden, criou sambas cheios de verve como Cai Dentro (1979) - este composto por encomenda de Elis Regina (1945 - 1982) para alfinetar cantora que vinha ganhando prestígio e autoridade no mundo do samba, o que irritou Elis (Pinheiro não revela o nome da cantora, mas é provável que seja Beth Carvalho, desafeto da Pimentinha desde que elas disputaram a primazia de lançar - em 1973 - o samba Folhas Secas, de Nelson Cavaquinho).

Pelo apego do poeta à boemia, muitas obras-primas nasceram em mesas de bar. Foi o caso de Menino Deus (1974), cuja melodia foi cantarolada entre uma cerveja e outra por Mauro Duarte (1930 - 1989). Fascinado pela beleza da melodia, Pinheiro foi em busca de Duarte num cortiço de Botafogo para ter a oportunidade de criar os versos que seriam imortalizados na voz de Clara Nunes (1942 - 1983) - intérprete também do forte Canto das Três Raças (1976), samba-enredo criado por Paulo com o mesmo Mauro Duarte com a intenção de evocar as tradições melódicas do gênero, à moda dos sambas de Silas de Oliveira (1916 - 1972). Às vezes, relata o compositor, a inspiração pode vir de uma mera palavra de jornal - como Mordaça, musa do samba composto com Eduardo Gudin em 1974. Em outras, a inspiração real acaba ofuscada pelo sentido posterior que uma música pode adquirir. Exemplo é Tô Voltando, o samba que Pinheiro letrou para retratar a saudade que o autor da melodia, Maurício Tapajós (1943 - 1995), sentia de sua casa e de sua família quando viajava em turnê pelo Brasil. Mas que acabou se tornando um dos hinos dos exilados que regressavam ao Brasil naquele ano de 1979, beneficiados pela anistia. Enfim, são muitas as histórias. Quase todas saborosas. Por sua notória habilidade com as palavras, Pinheiro sabe contar um causo. E o mais interessante é que, através das histórias de suas canções, o livro desvenda sua personalidade e, por tabela, também as de seus parceiros mais frequentes. Paira ao longo das 256 páginas a forte ideologia de um compositor que sempre foi fiel a si mesmo, sem jamais ter se submetido às leis frágeis da volátil indústria do disco.

Usher, acomodado, segue receita em 'Raymond'

Resenha de CD
Título: Raymond
V Raymond
Artista: Usher
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * 1/2

Usher é uma grife milionária na indústria norte-americana de r & b. Seu nome movimenta cifras astronômicas - como as que envolvem o atual fenômeno teen Justin Bieber, levado por Usher para a gravadora Island. Por isso, não é de admirar que ele seja fiel à sua receita em seu sétimo álbum - o sexto de estúdio - Raymond V Raymond, ora lançado no Brasil depois de ter aportado no mercado dos EUA em 30 de março de 2010. Com menos ambição do que a mostrada em CDs mais aclamados como Confessions (2004), Usher faz em Raymond V Raymond somente o que se espera dele. No caso, um r & b formatado dentro das convenções da indústria pop. Eventualmente com batidas envolventes, como em Hey Daddy (Daddy's Home) e em She Don't Know, faixa dançante na qual figura o rapper Ludacris. O rap, aliás, é tempero onipresente na receita de Usher. Destaque do repertório, Lil Freak tem a pulsação do discurso da rapper Nicki Minaj. Já OMG traz a figura também onipresente de will.i.am - produtor da faixa turbinada com efeitos que simulam a euforia de torcida numa competiçao esportiva. OMG rapidamente chegou ao topo das paradas (dos Estados Unidos e de outros países) ao ser lançada como o primeiro single internacional do álbum. Seguindo a receita, Raymond V Raymond investe nas baladas imersas em r & b com maior (There Goes my Baby) ou menor (Mars vs Venus) inspiração. Enfim, Usher deita em berço esplêndido neste irregular CD tão acomodado quanto vocacionado para as paradas.

14 de maio de 2010

Coletânea 'Perfil' festeja 20 anos de Abreu solo

Em 1990, cinco anos após a implosão da Blitz, Fernanda Abreu misturou elementos de dance e de disco music num álbum, Sla Radical Dance Disco Club, que marcou o início de carreira solo hype que atingiria o auge no álbum Da Lata (1995), pautado por incendiária fusão de samba e funk. Vinte anos depois, uma coletânea da série Perfil - posta nas lojas pela Som Livre neste mês de maio de 2010 - festeja as duas décadas dessa carreira solo que perdeu vigor e viço ao longo dos anos 2000. Sem gravar desde 2006, quando fez CD e DVD na série MTV ao Vivo, Fernanda tem sua trajetória individual resumida nas 16 faixas de sua compilação na coleção Perfil. Eis a seleção:
1. Rio 40 Graus - com Fausto Fawcett
2. Kátia Flávia, a Godiva do Irajá
3. Veneno da Lata - com Sofia Stein e Herbert Vianna
4. Garota Sangue Bom - com Fausto Fawcett
5. Você pra Mim
6. Jack Soul Brasileiro - com Lenine
7. Baile da Pesada
8. Um Amor, um Lugar - com Herbert Vianna
9. Jorge de Capadócia
10. Tudo Vale a Pena
11. Sou Brasileiro - com Mart’nália
12. Eu Vou Torcer
13. Brasil É o País do Suingue
14. A Noite
15. Babilônia Rock - com Claudio Zoli
16. É Hoje

Tired Pony apresenta primeiro álbum em julho

Grupo formado em 2009 que agrega o guitarrista do R.E.M. (Peter Buck) e o vocalista do Snow Patrol (Gary Lightbody), entre outros músicos como Richard Colburn (baterista do Belle & Sebastian), Tired Pony vai lançar seu primeiro álbum, The Place We Ran from, em 12 de julho de 2010. O repertório do CD foi inspirado pela paixão de Ligthbody pela música country. Produzido por Jacknife Lee, o disco conta com participações de Zooey Deschanel (cantora da dupla She & Him) e Tom Smith (do grupo The Editors).

Gil põe fé na Universal ao editar álbum junino

Vinculado à Warner Music desde a segunda metade dos anos 70, Gilberto Gil desfez o laço para voltar à gravadora por onde lançou seus primeiros LPs. Caberá à companhia atualmente denominada Universal Music pôr nas lojas, a partir de 1º de junho, o CD Fé na Festa, gravado pelo selo Gegê. Idealizado por Gil para o mercado de festas juninas, o álbum está sendo puxado pela faixa O Livre-Atirador e a Pegadora. O repertório reúne 13 temas que evocam o festivo universo musical nordestino, com ênfase em ritmos como xote e baião. Quase toda autoral e inédita, a safra inclui parceria de Gil com Nando Cordel (São João Carioca). Gil revive o baião A Dança da Moda (1950) - parceria obscura de Luiz Gonzaga (1912 - 1989) com Zé Dantas (1921 - 1962) - e revisita Norte da Saudade, música que compôs com Perinho Santana e Moacir Albuquerque para o álbum Refavela (1977). A foto acima, de Xan Salvador, retrata Gil e José Antonio Éboli (o presidente da Universal Music).

DVD revive o encontro de Sivuca e Toots no Rio

Em 1985, o produtor Rune Ofwerman registrou para uma emissora de TV da Suécia o encontro que reuniu, no Rio de Janeiro, o sanfoneiro paraibano Sivuca (1930 - 2006), o gaitista belga Toots Thielemans e a cantora sueca Sylvia Vrethammar. Então intitulada Rendez-Vous in Rio, a reunião informal do trio no Chiko's Bar - point da noite da carioca da época - está sendo editada no Brasil via Biscoito Fino, 25 anos depois, no DVD Encontro no Rio. Em clima de improviso, o trio canta e toca, ao longo de 42 minutos, nove temas. Entre eles, há sucessos do Brasil como Começar de Novo (Ivan Lins e Vítor Martins), Que Bonito É - Na Cadência do Samba (Luiz Bandeira) e Vai Passar, o samba-enredo de Francis Hime e Chico Buarque que havia sido lançado no ano anterior (por Chico).

Trivial, Blige canta até rock em álbum irregular

Resenha de CD
Título: Stronger
withEach Tear
Artista: Mary J Blige
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Não é por acaso que a capa da edição internacional do nono fraco álbum de Mary J Blige, Stronger withEach Tear, é diferente da capa da edição que saiu nos Estados Unidos em dezembro de 2009. O CD ora lançado no Brasil é fiel à edição internacional que aportou na Europa em março de 2010. O repertório é ligeiramente diverso. A começar pelo cover de Whole Lotta Love que abre o disco estrangeiro em tom roqueiro atípico na discografia de Blige. Entre as novas faixas, há outro standard do Led Zeppelin, a balada Stairway to Heaven, ouvida numa regravação que jamais se eleva ao alto patamar do registro original do grupo. As incursões (meramente corretas) de Blige pela seara do Led Zeppelin sinalizam eventual falta de foco da cantora neste título menor de sua obra fonográfica. Trivial, a cantora transita com sua voz potente pelas trilhas habituais de soul, r & b e rap - este presente em The One, single no qual figura Drake. As presenças de will.i.am (em I Can't Wait) e T.I. (em Good Love) mostram Blige aprisionada às fórmulas que guiam a maioria das cantoras no mercado fonográfico norte-americano. Opção lamentável, pois Blige pode mais - como atestou sua emocionante interpretação de Hard Times Come Again no More no evento Hope for Haiti Now. E o fato é que tal emoção não aparece no CD de Blige - intérprete capacitada para voos artísticos mais altos.

13 de maio de 2010

Biscoito Fino lança DVD com o 'Ensaio' de Ney

Em 1990, Ney Matogrosso deu sincera entrevista ao programa Ensaio em que abordou temas polêmicos - como homossexualidade e a visão sempre limitada da indústria fonográfica - enquanto interpretou 13 músicas na companhia do violão de Raphael Rabello (1962 - 1995) e do arsenal percussivo de Don Chacal. O registro do programa exibido pela TV Cultura está sendo editado em DVD (foto) pela gravadora Biscoito Fino neste mês de maio de 2010. Ney - que naquele ano de 1990 gravou o álbum À Flor da Pele com Rabello - entremeou o papo com a cantoria de músicas como O Mundo É um Moinho e Da Cor do Pecado. Eis os 13 números musicais do programa de TV - ora eternizado em DVD:
1. Sangue Latino (João Ricardo e Paulinho Mendonça)
2. O Tic Tac do meu Coração (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva)
3. Da Cor do Pecado (Bororó)
4. Rosa de Hiroshima (Vinicius de Moraes e Gerson Conrad)
5. Balada do Louco (Arnaldo Baptista e Rita Lee)
6. Dos Cruces (Carmela Larrea)
7. Vereda Tropical (Gonzalo Curivel)
8. Alma Llanera (Pedro Elias Gutierrez)
9. A Lua Girou (Domínio público)
10. O Mundo é um Moinho (Cartola)
11. Molambo (Jayme Florence e Augusto Mesquita)
12. Segredo (Herivelto Martins e Marino Pinto)
13. Oh! Lua (Alfredo Gregório)

Burnett faz Jakob brilhar (à sombra de Dylan...)

Resenha de CD
Título: Women + Country
Artista: Jakob Dylan
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Impossível ouvir Women + Country sem associar Jakob Dylan ao seu pai, um tal de Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan. Até porque Jakob transita neste segundo disco solo por universo musical similar ao do pai. Contudo, há brilho em suas incursões pelo country, pelo folk e (eventualmente) pelo blues. Mérito de T Bone Burnett, o produtor que formata bem a boa safra de inéditas do sucessor de Seeing Things (2008) em atmosfera facilmente reconhecível pelos consumidores dos álbuns de Bob. Além de ter intimidade com tais gêneros, Burnett já trabalhou com Jakob, tendo pilotado um dos álbuns da banda, Wallflowers, com a qual o artista debutou no mercado fonográfico no início dos anos 90 (a banda resistiu até 2006). Embora a voz de Jakob soe menos fanhosa do que a de seu pai, ela não deixa de remeter quase instantaneamente ao canto de Bob. Seja como for, há inspiração e beleza no repertório, cujo maior destaque é a balada Nothing But the Whole Wide World. A imersão no mundo country salta aos ouvidos na arquitetura instrumental construída para temas como They've Trapped us Boys. Gêneros à parte, várias faixas são adornadas pelos vocais de Neko Case e Kelly Hogan entre sopros e cordas. Cerejas num bolo que não procura enfeitar os Estados Unidos. Como Bob Dylan (só que - claro - sem a maestria do pai), Jakob diagnostica em suas letras o estado de seu país. E tal diagnóstico aponta morte e sofrimento - como ele relata em versos de temas como Everybody's Hurting e Holy Rollers for Love. "Que rumo estamos tomando?", questiona no verso inicial de Standing Eight Count, o tema que encerra um álbum cheio de méritos, ainda que muitos hão de continuar identificando Jakob como mero clone de Bob porque, sim, a sombra deste paira, de forma inevitável, sobre as 11 músicas deste Women + Country.

Israel se escora em Cazuza no terceiro CD solo

Resenha de CD
Título: 13 Parcerias
com Cazuza
Artista: George Israel
Gravadora: MP,B
/ Universal Music
Cotação: * * *

Após tentar marcar a própria identidade na cena pop nativa com dois discos gravados sem seu grupo Kid Abelha, Quatro Letras (2004) e Distorções do meu Jardim (2007), George Israel recorre ao nome e ao mito de Cazuza (1958 - 1990) em seu terceiro disco solo, sem sair da esfera autoral. O título trivial do CD, 13 Parcerias com Cazuza, já explicita a ênfase na figura do Exagerado. Parceiro de Cazuza desde que compôs com ele Amor, Amor para a trilha sonora do filme Beth Balanço (1984), Israel alinha 13 das 19 músicas que fez com o poeta no álbum produzido por Dadi para o selo MP,B. O artista recorre também a nomes como Frejat, Ney Matogrosso, Sandra de Sá, Paulo Ricardo, Evandro Mesquita e Tico Santa Cruz, entre outros, para dar nova forma a um cancioneiro que resiste bem ao tempo porque a poesia de Cazuza ainda pulsa firme. Parceiro mais constante e importante de Cazuza, Frejat põe voz e guitarra que adensam o Blues do Ano 2000, faixa que agrega filhos de Israel e do próprio Frejat. Cantor responsável por propagar a poesia de Cazuza nas rádios, ao incluir Pro Dia Nascer Feliz no álbum ...Pois É (1983), Ney valoriza a mediana Quatro Letras, tema que deu título ao primeiro CD solo de Israel e que reaparece agora na versão original. Já Sandra de Sá - amiga de Cazuza - faz pouco por Solidão que Nada porque sua voz já não exibe a força de outrora. Paulo Ricardo parece mais à vontade no rock Mina - faixa em que sobressai o sopro pop do sax de Israel. Por sua vez, a letra virulenta de Burguesia se ajusta bem ao discurso engajado de Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas.

Mesmo quando a melodia soa frágil, a poesia de Cazuza soa forte e sustenta o disco. Que - às vezes - se atola em terreno modernoso. Hino que aglutina a pulsação do samba e do rock, Brasil incorpora o rap de Marcelo D2, a voz de Elza Soares e um toque eletrônico que embaça a letra cortante. Já Completamente Blue perdeu vigor no ritmo do reggae. Em contrapartida, Nabucodonosor ganhou poder de sedução com o arranjo que transita entre o country e o blues - com direito às participações de Evandro Mesquita e de Marcelo Novaes (ator que transita pela música). Mesmo em faixas insossas como A Inocência do Prazer e Eu Agradeço paira a viril poesia de Cazuza, cuja voz - extraída de um cassete - é ouvida na música inédita que abre o disco, Você Vai me Enganar Sempre 2. Trata-se da letra já musicada por Frejat, mas que também tinha originado melodia de Israel até então nunca lançada em disco (Cazuza entregou a mesma letra aos dois parceiros). Enfim, 13 Parcerias com Cazuza oscila, mas a irregularidade não reside nas letras. Vinte anos depois de sua morte, a serem completados em 7 de julho de 2010, Cazuza ainda hoje permanece como uma das referências mais perenes do pop brasileiro de todas as épocas.

Com pouco fôlego, Chuck Berry se vale do mito

Resenha de Show
Título: Chuck Berry Tour
Artista: Chuck Berry (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 12 de maio de 2010
Cotação: * * 1/2

Um dos pais do rock, Chuck Berry faz jus ao status de lenda. Talvez por isso mesmo, o seminal cantor, compositor e guitarrista norte-americano tenha se escorado em sua figura já mitológica no show irregular que fez na casa Vivo Rio (RJ) na noite de 12 de maio de 2010. Mesmo tocando mal sua Gibson, guitarra que vez por outra ele transformava num instrumento de percussão, Berry contagiou a maior parte do público, que pouco se importou com o fato de estar vendo uma espécie de clone do artista. Que já entrou em cena mal-humorado, impedindo os fotógrafos de registrar sua performance carioca. Contudo, aos poucos, Berry foi se soltando. E o show, que começou com pontualidade britânica, terminou em clima festivo, com mulheres sendo convidadas pelo astro já octagenário a subir ao palco para enfeitar a caótica jam que encerrou o show. "É bom estar de volta", disse Berry, aos 83 anos, um pouco antes de recorrer ao seu habitual truque para povoar o palco com figuras femininas. Para quem nunca viu o mito em cena, caso deste crítico, a sensação é de testemunhar um acontecimento histórico. Afinal, mesmo acomodado, quase burocrático, Berry desfia um rosário de pérolas como Rock and Roll Music, Roll Over Beethoven e Johnny B. Goode - esta com seu refrão acompanhado em coro no que foi o momento mais entusiástico da noite. Se a voz já exibe pouco fôlego, o som baixo do microfone - sobretudo no início - acentuou a perda da potência vocal do mestre. Entre rock e blues, como I Need You Baby, Berry rebobinou clássicos como Sweet Little Rock’n’Roller e My Ding-A-Ling. É fato que o show poderia ter sido bem melhor se o mito não tivesse ligado o piloto automático. Mesmo assim, teve seu valor por ser de Chuck Berry.

Skank entra em campo e grava tema para Copa

O Skank foi convocado para entrar em campo e defender o Brasil na seleção musical da Copa do Mundo de 2010. O quarteto - intérprete de um hino informal das torcidas, É Uma Partida de Futebol - foi escolhido para gravar a versão brasileira de Wavin Flag Coca-Cola Celebration Mix, o tema da Coca-Cola para a Copa da África do Sul, propagado em escala mundial na voz do rapper somali K'Naan. Clique aqui para ouvir a gravação do Skank com o rapper K'Naan - em rotação nas rádios a partir desta quinta-feira.

Solo do cantor do Killers agrega Price e O'Brien

Flamingo é o título do primeiro álbum solo de Brandon Flowers, vocalista do grupo The Killers. Com lançamento agendado para o segundo semestre de 2010, o CD traz na ficha técnica produtores como Brendan O'Brien, Stuart Price e Daniel Lanois. Hard Enough e Welcome to Fabulous Las Vegas são duas faixas de Flamingo.

12 de maio de 2010

Warner revela o repertório da trilha de 'Eclipse'

A gravadora Warner Music divulgou nesta quarta-feira, 12 de maio de 2010, o repertório da trilha sonora do filme Eclipse, terceiro título da saga iniciada em 2008 com Crepúsculo. O CD vai estar nas lojas a partir de 8 de junho- data em que também ganha edição digital. O primeiro single é Neutron Star Collision (Love is Forever), tema composto e gravado pelo grupo Muse (presente nas trilhas sonoras dos dois primeiros filmes da saga). Como já noticiado, a edição brasileira da trilha de Eclipse conta com a faixa-bônus Eterno Pra Você, composta por Fiuk e gravada pela Hori (a banda liderada pelo ator e cantor). Eis as faixas do CD:
1. Eclipse (All Yours) - Metric
2. Neutron Star Collision (Love Is Forever) - Muse
3. Ours - The Bravery
4. Heavy in your Arms - Florence + The Machine
5. My Love - Sia
6. Atlas - Fanfarlo
7. Chop and Change - The Black Keys
8. Rolling in on a Burning Tire - The Dead Weather
9. Let's Get Lost - Beck com Bat For Lashes
10. Jonathan Low - Vampire Weekend
11. With You in my Head - Unkle (com The Black Angels)
12. A Million Miles an Hour - Eastern Conference Champions
13. Life on Earth - Band of Horses
14. What Part of Forever - Cee-Lo Green
15. Jacob’s Theme - Howard Shore
16. Eterno pra Você - Hori (faixa-bônus da edição brasileira)

Marco cai no choro sob a batuta de Swami Jr.

Marco Pereira cai no choro em Cristal, o 17º título de sua discografia. O violonista lança CD produzido por Swami Jr. - também violonista - em que toca choro-canção e samba-choro. A faixa-título é da lavra do pianista César Camargo Mariano. Entre peças autorais, casos de Choro em Si Menor (Suaves Enganos) e Choro em Mi Menor (A Lira do Poeta), Marco aborda clássicos do gênero como Pedacinhos do Céu (hit de Waldir Azevedo) e Ingênuo (Pixinguinha e Benedito Lacerda). Outros destaques - inusitados - do repertório são Luz Negra (Nelson Cavaquinho e Amâncio Cardoso) e Choro Negro (Paulinho da Costa e Fernando Costa). 10!

Arranco se ajeita na casa do bamba Martinho

Resenha de CD / DVD
Título: Pãozinho de
Açúcar - Arranco de
Varsóvia Canta
Martinho da Vila
Artista: Arranco de

Varsóvia
Gravadora: Mills
Cotação: * * *

Quando Martinho da Vila levanta da platéia e sobe ao palco do Teatro Fecap (SP), ao ser chamado pelos cinco integrantes do Arranco de Varsóvia bem no meio do pot-pourri de partido alto alocado ao fim do show gravado ao vivo, fica claro que a voz que mais se ajusta ao repertório dengoso do compositor é a do próprio Martinho. Basta o sambista começar a cantar Me Faz um Dengo (1981), fazendo apropriado jogo de sedução com as três vocalistas do grupo carioca, para que essa total adequação salte aos ouvidos. Ainda assim, o Arranco de Varsóvia até se ajeita bem na casa do bamba reverenciado pelo grupo em seu primeiro DVD, editado num kit que inclui CD com o registro ao vivo do show captado em novembro de 2008. Isoladamente, as vozes de Andréa Dutra, Cacala Carvalho, Elisa Queirós, Muri Costa e Paulo Malaguti não são especialmente sedutoras. Contudo, juntas, funcionam bem - como atesta a releitura de sambas como Amor Não É Brinquedo (1978). São os arranjos vocais, como o de Disritmia (1974), que fazem a diferença neste Pãozinho de Açúcar, cuja faixa-título, lançada por Martinho em 1994 num álbum gravado em fase de vendas ralas, é belo samba que merece ser redescoberto. Nesse sentido, o repertório selecionado pelo Arranco tem o mérito de pescar pérolas na obra de Martinho, mesmo que não evite hits quase inevitáveis como Ex-Amor (1991) e Canta Canta, Minha Gente (1974), este unido com Casa de Bamba (1969) no medley que abre o roteiro e bisado no pot-pourri de partido alto que fecha o show com vibração que inexiste em números mornos como Dente por Dente (1974), Amor pra que Nasceu (1969) e Meu Laiaraiá (1970). Das pérolas raras, a que mais reluz é - apesar da letra eventualmente datada - Daquele Amor Nem me Fale. Neste samba feito por Martinho com João Donato, Paulo Malaguti evoca ao piano a latinidade que pontua a obra de Donato. Na apropriada sequência, Ô Nega (2003) é bem temperada com molho cubano. Presente menos inspirado de Martinho para o tributo do Arranco de Varsóvia, Disritmou é samba lento assinado com Carlinhos Vergueiro que não chega a sobressair no roteiro e tampouco na vasta obra do compositor. O Arranco desfila mais exuberante ao defender o samba-enredo Pra Tudo se Acabar na Quarta-Feira (1984), solado de início por Cacala Carvalho. Já nos créditos da filmagem dirigida pela Cine Viola, outro samba-enredo - Amigo Martinho, da lavra nobre de Monarco com Ratinho - evolui na tela, mostrando que, no todo, o Arranco de Varsóvia merece boa nota no quesito harmonia vocal. Mesmo sem o dengo do mestre...

Obra de Lobo flui bem na boca de Vânia Bastos

Resenha de CD
Título: Na Boca do Lobo
Artista: Vânia Bastos
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * * 1/2

Três anos depois de fazer boa revisão da carreira em Tocar na Banda (2007), registro ao vivo editado em CD e DVD, Vânia Bastos encara muito bem o cancioneiro elaborado de Edu Lobo. Primeiro álbum de estúdio da cantora desde 2002, ano que reavivou o repertório do Clube da Esquina, Na Boca do Lobo evidencia a limpidez do canto de Vânia Bastos, projetada em 1980 na cena vanguardista de São Paulo (SP) como vocalista da banda Sabor de Veneno, de Arrigo Barnabé - autor do entusiástico texto reproduzido numa das capas internas do CD produzido por Thiago Marques Luiz sob a direção musical do violonista Ronaldo Rayol. Com razão, Arrigo saúda a afinação elegante da artista ao abordar repertório adequado para sua inteligência vocal. De fato, a obra de Lobo flui bem na boca de Vânia por conta das qualidades naturais da intérprete. Já atestadas nos vocalises que adornam Casa Forte (1969), o tema instrumental que abre este disco de tons suaves em que Vânia depura o romantismo da Canção do Amanhecer (1965) pontuada pelo acordeom de Guilherme Ribeiro. É com delicadeza terna que Vânia entra No Cordão da Saideira (1967), que reza pela cartilha sacra de Glória (1973), que doma a complexidade melódica de Vento Bravo (1973) - eventualmente emoldurada pelos tambores igualmente bravos de Nahame Casseb - e que recebe o próprio Edu Lobo em Gingado Dobrado (1976) para um dueto que poderia soar mais vibrante. Faixa de tom camerístico urdido pelo piano de Keco Brandão, O Circo Místico (1983) põe no centro do picadeiro a voz absolutamente luminosa da intérprete. Que dribla arranjos nem sempre à altura de sua voz para mostrar a beleza que há em temas (ainda) pouco conhecidos como Negro, Negro (1976) e Tempo Presente (1980), faixa envolta num clima esfumaçado e jazzy. Já Upa Neguinho anda menos frenético por trilha de berimbaus e percussão que busca outros tons para um tema já imortalizado por Elis Regina (1945 - 1982). Meia-Noite (1985) retoma o tom delicado do CD e o encerra com a reiteração de que o brilho deste songbook vem todo da voz de Vânia Bastos. "Voz vestida de luz", como caracteriza poeticamente o fã Arrigo Barnabé no seu lúcido texto que exalta o que há para ser exaltado.

'D.N.A.' de Vercillo gera renovação e banalidade

Resenha de CD
Título: D.N.A.
Artista: Jorge Vercillo
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *

Detratores de Jorge Vercillo encontrarão munição certeira em D.N.A. - mediano álbum de inéditas que marca a estreia do cantor na gravadora Sony Music. É certo que há músicas no disco - casos de Cor de Mar, parceria do compositor com Dudu Falcão, e de Me Transformo em Luar (eleita o primeiro single) - que reiteram certa banalidade que diluiu o valor da obra de Vercillo ao longo dos anos 2000. É como se, nestas músicas, ele tentasse reconstruir uma arquitetura pop que não já não exibe o mesmo acabamento. Contudo, D.N.A. gera também renovação. A mesma observada no anterior álbum de inéditas do cantor, Todos Nós Somos Um (2007), que aproximou Vercillo dos ritmos brasileiros. Aliás, D.N.A. traz um bom samba em embalagem tradicional que bem poderia figurar em Todos Nós Somos Um. Pena que Verdade Oculta, o tal samba, soe longo no disco (fica a impressão de que a faixa deveria ter um minuto a menos, mas que foi estendida desnecesariamente). D.N.A. não é tão brasileiro quanto o salutar álbum de 2007, mas Vercilo continua em busca de diversidade rítmica. Caso Perdido, parceria com Max Viana, é um exercício de suingue à moda de Stevie Wonder - até corajoso pelo risco de aproximar Vercillo de Djavan, de quem ele sempre foi visto como um genérico (Max é filho de Djavan). Arco-Íris - o tema que mais evidencia a habilidade de Vercillo como arquiteto pop - é temperada na segunda parte com um molho de salsa. O cantor e compositor Filó Machado é parceiro e convidado de Vercillo na faixa. Já Milton Nascimento valoriza Há de Ser, canção bonita que nem precisava dos sons indígenas inseridos no início e no fim da faixa (ainda que esses sons tribais remetam à obra de Milton). Mesmo porque, mesmo sem o viço de outrora, a voz de Milton ainda guarda resquícios divinos. Já Ninah Jo contribui com seus vocais em Memória do Prazer, balada de sensualidade terna, adornada com cordas. A introdução sugere sedutor clima jazzy - sublinhado pelo solo do flugelhorn de Jessé Sadoc - que não se sustenta ao longo da faixa. Em atmosfera bem diversa, Quando Eu Crescer tem sua linha afro realçada pelos versos traduzidos para o dialeto kimbundo por Filipe Mukenga e cantados por um coro angolano. Ao passo que Por Nós - parceria antiga com Alexandre Rocha, do tempo em que Vercillo era desconhecido cantor da noite - evoca na letra uma brasilidade rural que não é traduzida pelo arranjo. No fim das contas, D.N.A. alterna altos e baixos. As letras - que abordam questões filosóficas e espirituais com direito a incursões pelos mundos da ufologia e da física quântica - estão entre os pontos baixos do disco, prejudicando inclusive uma boa balada como Ventos Elísios. Nesse quesito, saltam aos ouvidos de forma positiva os versos da faixa que curiosamente vem a ser o ponto mais alto do disco: O Que Eu Não Conheço, a parceria com Jota Velloso que Maria Bethânia lançou em 2009 no disco Tua. Parece heresia, mas a gravação de Vercillo é muito superior à da intérprete e evidencia a beleza da melodia que - percebe-se agora - não se ajustou bem ao canto de Bethânia. Em suma, D.N.A. gera renovação, banalidade e alguma pretensão. Mas reitera o talento de Jorge Vercillo, artista alvo de amores e ódios intensos. O que pode impedir análises mais equilibradas de disco que tem méritos.

Sucesso 'teen', Restart já visa o mercado latino

Banda em ascensão no ranking de ídolos adolescentes, Restart acaba de lançar no Brasil seu primeiro CD - Restart, produzido por Guto Campos sob a direção artística de Marcos Maynard - e já ambiciona o (rico) mercado de língua hispânica. Para começar a explorar o mercado latino, o quarteto teen regravou um dos hits de seu disco, Levo Comigo, em espanhol. Paralelamente, a banda divulga no Brasil a música inédita Pra Você Lembrar, feita em desagravo aos fãs que ficaram chateados com o cancelamento de uma sessão de autógrafos da banda numa filial paulista da Livraria FNAC. Por questões de segurança, o evento foi cancelado diante do grande e inesperado número de pessoas que foram à tal sessão.

11 de maio de 2010

Kid Abelha volta de férias e ensaia show inédito

Boa notícia para os fãs saudosos do Kid Abelha: as férias sabáticas do trio carioca já estão chegando ao fim. Tão logo George Israel termine de promover seu terceiro disco solo, 13 Parcerias com Cazuza, o grupo se reúne para começar a ensaiar show inédito que vai gerar provável registro ao vivo a ser editado em CD e DVD. Um CD de inéditas também está nos planos do trio na volta à cena.

Cauby regrava os hits de Nat King Cole em 2011

Depois de revisitar os repertórios de Roberto Carlos e de Frank Sinatra (1915 - 1998), Cauby Peixoto vai abordar o cancioneiro do cantor norte-americano Nat King Cole (1919 - 1965). O projeto está programado para ser gravado e lançado em 2011 pela Lua Music. Trata-se do terceiro e último disco previsto no contrato assinado por Cauby - visto à esquerda em foto de Marco Máximo - com a Lua Music. Antes de cantar King Cole, o intérprete lança, no segundo semestre deste ano, o CD e DVD Cauby Sings Sinatra, gravados ao vivo em shows feitos no Teatro FECAP - em São Paulo (SP) - em 1º e 2 de maio de 2010.

Diogo põe quatro inéditas em seu segundo DVD

Diogo Nogueira vai fazer um segundo registro ao vivo de show para edição em CD e DVD - a serem lançados no segundo semestre de 2010 pela EMI Music. A gravação está agendada para 27 de maio em apresentação única no Canecão, no Rio de Janeiro (RJ). A base do registro ao vivo vai ser o show Tô Fazendo a Minha a Parte, que estreou em 5 de julho de 2009 no mesmo Canecão (clique aqui para ler a resenha da estreia carioca). Só que Diogo vai incluir quatro músicas inéditas no roteiro e receber em cena ao menos dois convidados - mantidos sob sigilo por sua produção.

'Double Face' de Zezé & Luciano já está na rede

Já caiu na internet o álbum Double Face, da dupla Zezé Di Camargo & Luciano. Trata-se de disco realmente duplo que toca 14 e 15 faixas, respectivamente, nos CDs 1 e 2. O disco 1 apresenta músicas inéditas. Ou nem tanto - caso do single Tapa na Cara, já gravado sem repercussão nacional pela dupla Marcus Vitta & Daniel. O disco 2 é todo dedicado às regravações de sucessos sertanejos, os chamados modões, como Telefone Mudo. Double Face está sendo posto nas lojas pela gravadora Sony Music neste mês de maio de 2010, com tiragem inicial de 40 mil cópias. Eis as 29 faixas do CD Double Face - cujas duas capas são vistas acima:
CD 1
1. Tapa na Cara
2. Apaixonite Aguda
3. Derrama Esse Amor em mim
4. Um Amor pra Vida Inteira
5. Esse Amor Não Valeu
6. Mentes Tão Bem
7. Louco de Amor
8. Um Novo Cara
9. Ninguém Vai Bagunçar a minha Vida
10. Comendo em sua Mão
11. Eres Todos los Extremos
12. Estrada
13. Do Seu Lado / Tão Linda e Tão Louca
14. Do Seu Lado
15. Tão Linda e Tão Louca
CD 2
1. Cada Qual Tem seu Valor
2. Solidão no seu Lugar
3. Metade de Alguém
4. Noite de Tortura
5. Roupa de Lua de Mel
6. Agüenta Coração
7. Do Outro Lado da Cidade
8. Voando Baixo
9. Telefone Mudo /Ainda Ontem Chorei de Saudade
10. Telefone Mudo
11. Ainda Ontem Chorei de Saudade
12. Copo Duplo de Solidão
13. Não Quero Piedade
14. Distante Dela

10 de maio de 2010

Glossário de 'D.N.A.' subestima fãs de Vercillo

Nas lojas esta semana, o primeiro álbum de Jorge Vercillo na gravadora Sony Music, D.N.A., traz no encarte glossário surreal que subestima o público consumidor dos CDs do artista. Na ânsia de explicar vocábulos supostamente difíceis incluídos nas letras, Vercillo pecou pelo excesso e perdeu o bom senso. Exemplo: no glossário da faixa Há de Ser, que conta com os vocais de Milton Nascimento, há os significados de palavras como altivo, volúvel, paparazzi, ambíguo e efêmero. Já no glossário da faixa Memória do Prazer, Vinicius de Moraes (1913 - 1980) é definido como um "poeta e compositor brasileiro" como se o ouvinte não pudesse entender que os versos "Em um soneto / Ensolarado de Vinicius" citavam o Poetinha. Será que nenhum label da Sony Music alertou Vercillo de que ele estava passando do ponto com tal glossário??!!

Perry lança 'California Gurls' com Snoop Dogg

Katy Perry divulgou em seu site oficial nesta segunda-feira, 10 de maio de 2010, a música California Gurls. A música vai estar em seu terceiro álbum de estúdio - incluindo na conta o CD de gospel gravado em 2001 - e foi composta por Perry (em parceria com Dr. Luke, Max Martin e Benny Blanco) em tributo ao ensolarado Estado da Califórnia (EUA). O rapper Snoop Dogg participa da gravação. California Gurls vai chegar às rádios dos Estados Unidos em 25 de maio. Já o álbum ainda não tem título revelado. E tampouco data de lançamento, mas vai ser editado no segundo semestre de 2010.
P.S.: Na terça-feira, 11 de maio de 2010, Perry revelou via Facebook que o álbum vai se chamar Teenage Dream e que vai estar nas lojas dos Estados Unidos e do Canadá a partir de 24 de agosto. Se não vazar...

Latino retorna à Sony Music (de olho na Copa)

Latino está de volta ao elenco da Sony Music, gravadora que lançou o artista no mercado fonográfico, em 1994, com o álbum Marcas de Amor, que emplacou o sucesso Me Leva. Cinco anos depois do estouro de Festa no Apê, o cantor tenta retornar às paradas com tema, Vamos Bebemorar, que pega carona na euforia do povo brasileiro com a Seleção de Dunga na Copa do Mundo da África do Sul. A música puxa o 14º disco de Latino.

Maroon 5 lança 'Hands All Over' em setembro

Terceiro álbum do Maroon 5, quinteto que despontou em 2002 com um álbum (Songs About Jane) que conquistou o público teen, Hands All Over tem lançamento agendado nos Estados Unidos para 21 de setembro de 2010. De acordo com declarações do líder do grupo norte-americano, Adam Levine, a faixa-título do sucessor de It Won't Be Soon Before Long (2007) é um dos rocks mais pesados já gravados pelo Maroon 5 enquanto Misery tem mais apelo pop. Outra músicas do álbum são Out of Goodbyes - tema de textura country no qual figura como convidado o trio de Nashville (EUA) Lady Antebellum - e Stutter, faixa que remete ao som dos anos 60. Hands All Over tem produção de Mutt Lange.

Sai no Brasil DVD com show de Omara de 2005

Em 2005, a cubana Omara Portuondo se apresentou no Festival Internacional de Jazz de Montreal, no Canadá, na companhia de big-band que tinha Swami Jr. - violonista brasileiro - entre os muitos músicos. O registro ao vivo do show foi editado em DVD em 2006. É este DVD Omara Portuondo - Live in Montreal que chega ao mercado nacional, quatro anos depois, em edição da Universal Music. No coeso roteiro, a cantora - que viria a ser bem mais conhecida pelo público brasileiro em 2008, quando foi lançado o disco gravado com Maria Bethânia em 2007 - interpreta boleros clássicos (Dos Gardenias, Siboney e Besame Mucho, entre eles), standard da canção norte-americana (As Time Goes by) e até um samba-canção de Carlinhos Brown, Casa Calor, então recém-gravado por Omara no disco Flor de Amor (2004).

Horne, a voz de 'Stormy Weather', sai de cena

Cantora e atriz que protagonizou vários musicais em teatro e cinema, Lena Horne (1917 - 2010) sai de cena. A artista norte-americana morreu no domingo, 9 de maio de 2010, aos 92 anos. Lena Horne foi uma das vozes célebres da canção Stormy Weather, o standard de 1933 composto por Harold Arlen e Ted Koehler. Gravado pela cantora de jazz em 1941, o tema faria sucesso na versão de 1943 feita por Horne para o filme Stormy Weather. Profícua dos anos 40 à primeira metade dos 60, a discografia da cantora se encerrou oficialmente com o álbum Seasons of Life, editado em 2006 pelo selo Blue Note com registros raros da obra de Horne. Mas seu derradeiro álbum de estúdio foi Being Myself, lançado em 1998 pelo Blue Note. Em 30 de junho, Lena Horne completaria 93 anos.

9 de maio de 2010

Kassin produz o quarto CD de inéditas de Mata

Vanessa da Mata recrutou Kassin para produzir seu quarto álbum de inéditas. As gravações do disco vão começar em breve. O lançamento está programado pela Sony Music para o segundo semestre deste ano de 2010. O repertório, majoritariamente autoral, inclui a inédita Perfume Barato - já mostrada em shows pela compositora - e as parcerias iniciais de Mata com Gilberto Gil.

Se o 'Um' foi muito bom, 'Dois É Show' é demais

Resenha de Show
Título: Dois É Show
Artista: Adriana Partimpim (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 8 de maio de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Agenda de Dois É Show:
Rio de Janeiro (RJ) - Vivo Rio (9, 22 e 23 de maio)
São Paulo (SP) - HSBC Brasil (7, 8, 14 e 15 de agosto)

Se o primeiro show de Adriana Partimpim, estreado em maio de 2005, já foi muito bom, o segundo é totalmente demais. Dirigido por Adriana Calcanhotto com Leonardo Netto, Dois É Show é espetáculo feito para crianças com sensibilidade e musicalidade de gente grande. Tudo flui bem. Tudo parece estar no seu devido lugar - mesmo que o multicolorido cenário de Hélio Eichbauer subverta a realidade das proporções com elementos cênicos (lápis e lâmpadas, por exemplo) de tamanho gigante. Hábeis ao dar caráter lúdico a números de tom adulto, como O Homem Deu Nome a Todos os Animais (Bob Dylan em versão de Zé Ramalho), os figurinos de Marcelo Pies e Danielle Jensen são um show à parte de cores, beleza e sintonia com o universo infantil. Nesse sentido, Dois É Show avança muito em relação ao primeiro espetáculo de Partimpim. A atmosfera de encantamento é tamanha que até disfarça a rala inspiração de um ou outro tema autoral da artista - em especial, Menino, Menina. Talvez porque Adriana entre sem pudores na brincadeira ao montar o roteiro que alterna músicas dos dois CDs de estúdio de Partimpim. Seu gestual em Ciranda da Bailarina (Edu Lobo e Chico Buarque) reproduz o movimento de uma bailarina numa caixinha de música - com direito a uma saia guarda-chuva que reproduz versos da letra escrita por Chico. A propósito, a própria sonoridade dos arranjos, que combinam sons orgânicos e eletrônicos, às vezes evoca a delicadeza das caixinhas de música com série de barulhinhos bons tirados de inusitado arsenal percussivo que inclui brinquedos e artefatos digitais. Um prato cheio para Domenico Lancellotti e Rafael Rocha brincarem em cena! Mas as guitarras também se fazem ouvir. Tanto as de Moreno Veloso e Davi Moraes como a da própria Partimpim. Que simula solo hendrixiano em Um Leão Está Solto nas Ruas - o rock pré-Jovem Guarda de Rossini Pinto, boa surpresa do roteiro - e toca sua guitarra em números como As Borboletas e Oito Anos. Esta parceria de Paula Toller com Dunga - sucesso do primeiro CD de Partimpim - é um dos números com maior poder de sedução junto às crianças. O coro ouvido no refrão rivaliza com o do hit radiofônico do primeiro álbum, Fico Assim sem Você, a pérola extraída do repertório da extinta dupla Claudinho & Buchecha. São números em que a criançada tira os olhos do aparato visual do show para curtir tão somente o som. Já outras músicas - caso de Alexandre (Caetano Veloso), engrandecida com percussão que remete ao baticum afro-baiano - são mais ouvidas pelos adultos, já que os shows de Partimpim continuam atraindo crianças de todas as idades. Que logo se embevecem com o trem de brinquedo que atravessa o palco enquanto Partimpim embarca n'O Trenzinho do Caipira (Heitor Villa-Lobos e Ferreira Gullar) e com o chapéu de borboletas que adorna As Borboletas (Cid Campos e Vinicius de Moraes). Dois é realmente show porque Partimpim deixa baixar em cena seu espírito moleque. Exceto na terna Gatinha Manhosa (Roberto e Erasmo Carlos), único número de voz-e-violão, em que a menina parece estar possuída pelo espírito de Calcanhotto, já habituada a fazer incursões no cancioneiro da Jovem Guarda. Mas Partimpim logo volta a ser Partimpim. E brinca de ser DJ, fazendo scratches no toca-discos posicionado no palco como elemento cênico. Já no bis, a menina sapeca cai na folia em Lig-Lig-Lig-Lé (Oswaldo Santiago e Paulo Barbosa) - com fantasia de chinês - e na reprise do carnavalesco Baile Partimcundum (Adriana Partimpim e Dé Palmeira). Em suma, Dois é show porque traz diversão sadia que não subestima a inteligência de crianças e adultos. Dois é dez!

Figurinos e adereços de 'Dois' são show à parte

Os figurinos, adereços e elementos cênicos de Dois É Show - o segundo espetáculo de Adriana Partimpim, o heterônimo infantil de Adriana Calcanhotto - são mesmo show. O caráter lúdico do espetáculo, que estreou no Rio de Janeiro (RJ) no fim da tarde de 8 de maio de 2010, reside mais nestes apetrechos do que na musicalidade de gente grande com que a artista apresenta o roteiro que mixa músicas dos dois álbuns de Partimpim. Marota, Partimpim - vista no post em fotos de Mauro Ferreira - se veste de bailarina em Ciranda da Bailarina (Edu Lobo e Chico Buarque), põe lindo chapéu de borboletas em As Borboletas (Cid Campos e Vinicius de Moraes), adquire visual country em O Homem Deu Nome a Todos os Animais (Bob Dylan em versão de Zé Ramalho) e cai na folia com fantasia de chinesa em Lig-Lig-Lig-Lé (Oswaldo Santiago e Paulo Barbosa). Figurinos (assinados por Marcelo Pies e Danielle Jensen) que enchem os olhos tanto quanto o trem que atravessa o palco enquanto a menina embarca n'O Trenzinho do Caipira (Heitor Villa-Lobos e Ferreira Gullar). Dois é show! É dez!

Partimpim captura 'Leão' para roteiro de 'Dois'

Rock de Rossini Pinto, lançado por Roberto Carlos em 1964 no LP É Proibido Fumar, Um Leão Está Solto nas Ruas foi capturado por Adriana Calcanhotto para o roteiro de Dois É Show, lúdico espetáculo baseado no segundo disco de seu heterônimo infantil Adriana Partimpim. Após ter passado por Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG), o show chegou ao Rio de Janeiro (RJ) na tarde de 8 de maio de 2010, na casa Vivo Rio, onde vai ser gravado ao vivo em 22 e 23 de maio para edição em DVD. Eis o roteiro seguido por Partimpim - vista no post em fotos de Mauro Ferreira - na estreia carioca de Dois É Show, em cartaz neste domingo, Dia das Mães:
1. Baile Partimcundum (Adriana Partimpim e Dé Palmeira)
2. Menina, Menino (Adriana Partimpim)
3. Saiba (Arnaldo Antunes)
4. Ciranda da Bailarina (Edu Lobo e Chico Buarque)
5. Alface (Cid Campos e Edward Lear)
- Tradução de Augusto de Campos
6. Canção da Falsa Tartaruga (Cid Campos e Lewis Carroll)
Tradução de Augusto de Campos)
7. O Trenzinho do Caipira (Heitor Villa-Lobos e Ferreira Gullar)
8. As Borboletas (Cid Campos e Vinicius de Moraes)
9. Alexandre (Caetano Veloso)
10. O Homem Deu Nome a Todos os Animais (Bob Dylan)
- Versão de Zé Ramalho
11. Um Leão Está Solto nas Ruas (Rossini Pinto)
12. Número instrumental (apresentação da banda)
13. Gatinha Manhosa (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
14. Fico Assim sem Você (Abdullah e Cacá Moraes)
15. Oito Anos (Paula Toller e Dunga)
16. Bim Bom (João Gilberto)
Bis:
17. Lig-Lig-Lig-Lé (Oswaldo Santiago e Paulo Barbosa)
18. Lição de Baião (Jadir de Castro e Daniel Marechal)
19. Baile Partimcundum (Adriana Partimpim e Dé Palmeira)