31 de julho de 2010

Hyldon resume 35 anos de soul nativo em DVD

Lançado em 1975 com estupendo LP que gerou hits atemporais como As Dores do Mundo e Na Rua, na Chuva, na Fazenda, Hyldon resume 35 anos de devoção à soul music em seu primeiro registro ao vivo de show. Editados pela Universal Music neste mês de julho de 2010, o CD e DVD Hyldon ao Vivo rebobinam temas como Na Sombra de uma Árvore e Acontecimento, ambos captados em maio de 2009 em show na hype casa Cinemathèque no Rio de Janeiro (RJ). Ao longo dos 16 números do DVD e dos 14 do CD (Medo da Solidão e Três Éguas, um Jumento e uma Vaca entraram somente no vídeo), o cantor recebe convidados como o funkeiro carioca Mr. Catra (em Velho Camarada, música que Hyldon gravou com Fábio e Tim Maia em 1979),Michael Sullivan (em As Dores do Mundo), Carlos Dafé (em Quando o Amor Chegar) e Bebeto (que dá tom de samba-rock a Sábado e Domingo). Entre a suingueira de Cuidado pra Não Virar Jazz e a recordação de Na Rua, na Chuva, na Fazenda, Hyldon rebobina uma pérola de sua parceria com Tim Maia (1942 - 1998), I Don't Know What to Do with Myself, lançada pelo Síndico em seu segundo álbum (Tim Maia, 1971). E por falar em Tim, nos extras do DVD dirigido por André Wainer sob a supervisão de Roberto de Oliveira, Hyldon revive Primavera - a bela balada de Cassino e Silvio Rochael lançada por Tim Maia em 1970 - e revela curiosidades de sua irregular carreira em depoimento para o DVD.

Carolina segue a trilha do country com requinte

Resenha de CD
Título: Panamericana
Artista: Carolina Lima
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Carolina Lima segue em seu primeiro disco solo uma trilha pouco explorada por cantoras brasileiras. É a trilha norte-americana do country, pavimentada com requinte instrumental. Requinte perceptível também no óleo sobre tela - do artista norte-americano Eric White - exposto na capa de Panamericana, CD produzido pela própria Carolina e lançado pela Sony Music neste mês de julho de 2010. Além do country, a cantora e compositora paulistana - radicada em Belo Horizonte (MG) - transita também por folk e rock. Às vezes com mais densidade, como em Até Ferir, faixa de clima seco, quase épico. Outras vezes com a leveza típica do pop, identificada na pegada de Panamericana, o country que dá título ao disco por remeter ao universo estradeiro que pauta o repertório composto por Carolina - em sua maior parte com César Maurício, guitarrista e líder dos grupos Virna Lisi e Radar Tantã. Banjos, guitarras, gaitas, violões e mandolins forram a caprichada cama instrumental em que repousam temas como o denso folk A Palavra e o country Hoje Eu Vou te Esquecer, cujo longo e belo arremate instrumental exemplifica o caminho norte-americano pelo qual segue o CD. Panamericana destaca a obra de Carolina com Maurício. A ponto de a segunda parceria da artista com Nando Reis - Sua Canção, alocada ao fim do disco - passar quase despercebida no repertório. Já o dueto meramente curioso com Mièle no country Te Desfaço pode até resultar gracioso no clipe, mas, no CD, soa como derrapada. Talvez pela escolha infeliz de convidar um entertainer de voz opaca tão estranho no universo em que se aninha Carolina Lima. Entre tema de clima roqueiro (Saltos Baixos), faixa pontuada por um órgão Hammond (Alguém Assim) e regravação de música (Os Meus Dias) do Squadra, finado grupo da artista, Panamericana deixa boa impressão. Ainda que nem sempre o repertório esteja à altura das orquestrações requintadas que valorizam o primeiro disco solo de Carolina Lima.

'Vamos Bebemorar' é bailão populista de Latino

Autointitulado (sem modéstia) o maior showman do Brasil, Latino retorna à Sony Music - gravadora que o lançou no mercado fonográfico em 1994 com o CD Marcas de Amor - com Vamos Bebemorar!!!, disco em que comanda bailão tosco de caráter populista que alterna tons forrozeiros (em Ninguém É Corno à Toa e em Tirando Tudo Ruim, Tá Tudo Bem) e caipiras (Bebemorar). Aliás, pelos títulos de músicas como Coelhinha, já dá para adivinhar o tipo de som que toca neste CD de repertório autoral em que Latino recebe como convidados o cantor Alexandre Peixe (em Meu Gol de Placa) e as duplas Maria Cecília & Rodolfo (na faixa Se Vira) e Christian & Cristiano (Festa na Piscina). O CD foi gravado ao vivo.

Vedder faz música para trilha que destaca João

A trilha sonora do filme Comer, Rezar, Amar - que tem estreia programada para 1º de outubro de 2010 - agrega Eddie Vedder (foto), João Gilberto e Bebel Gilberto. O líder do Pearl Jam compôs para o filme a música Better Days e cedeu para a trilha um tema antigo, The Long Road, lançado pelo grupo em 1995. João está presente na seleção musical com gravações de Wave (Tom Jobim) e 'S Wonderful (George e Ira Gershwin). Já Bebel Gilberto figura na trilha com seu registro do Samba da Benção (Baden Powell e Vinicius de Moraes). Estrelado por Julia Roberts e Javier Bardem, o filme é baseado no romance de Elizabeth Gilbert.

Compilação reúne 'amigos' de Alexandre Pires

A gravadora Som Livre está pondo nas lojas a compilação Alexandre Pires e Amigos, que reúne 16 gravações feitas pelo artista mineiro ao lado de colegas como Seu Jorge (Eu Sou o Samba, fonograma do álbum Mais Além, lançado por Pires em abril deste ano de 2010 via EMI), Alejandro Sanz (Solo que me Falta) e Alcione (Depois do Prazer). Nada menos do que seis das 16 faixas são provenientes do DVD Em Casa, lançado por Pires em 2008. A compilação reúne também registros do extinto grupo Só pra Contrariar com Caetano Veloso (Final Feliz), Gloria Estefan (Santo Santo), Fábio Jr. (Essa Tal Liberdade), Gilberto Gil (o pot-pourri que junta Mineirinho com Forró no Escuro) e Leonardo (Solidão).

Vozes de Igor e Guga são 'novidades' do Babado

Grupo fabricado por empresários que atuam no rico mercado da axé music, o Babado Novo permanece em linha de montagem mesmo sem Claudia Leitte. Com a negociada saída da cantora, que já segue carreira solo desde 2008, os empresários escalaram Igor e Guga para dividir o posto de vocalista da banda. O primeiro lançamento do Babado com os cantores é o CD e DVD Tudo Novo no Babado Novo! - Ao Vivo, gravados em shows realizados pelo grupo em 18 e 19 de fevereiro de 2010 no Eco Park em Arraial D'Ajuda, em Porto Seguro (BA). Fora as vozes de Igor e Guga, nada há de novo na atual versão do Babado. O repertório continua patinando em nível rasteiro - com direito a cover de sucesso de José Augusto (Aguenta Coração) e à insossa regravação em ritmo de reggae de Morango do Nordeste, tema de 1984 que foi hit em 2000 em registro do grupo Karametade. O CD traz a faixa-bônus Encontro de Amor (Paulo Prata e Pio Medrado).

30 de julho de 2010

Sai em novembro álbum de inéditas de Michael

Um álbum póstumo de Michael Jackson (1958 - 2009) com músicas inéditas vai ser lançado pela Sony Music em novembro de 2010. O disco faz parte do contrato assinado pelos herdeiros do cantor com a gravadora para viabilizar a edição de material póstumo do artista. O repertório deste primeiro CD é formado, em sua maioria, por sobras de álbuns como Thriller (1982) e Bad (1987). Mas haveria também músicas mais recentes, compostas e gravadas por Michael entre 2006 e 2008 com as colaborações dos rappers Akon, will.i.am e Ne-Yo. Cogita-se que, entre as faixas do disco, estaria Don't Be Messin' Around - sobra do álbum Thriller.

Vega abre a série 'Close-Up' com 12 'Love Songs'

Revelada em 1985 com o bom álbum Suzanne Vega, mas projetada em escala mundial somente em 1987, por conta do estouro da canção Luka (o sensível hit de seu segundo CD, Solitude Standing), a cantora e compositora norte-americana de folk Suzanne Vega decidiu regravar seus principais sucessos em série de quatro álbuns temáticos intitulada Close-up. O primeiro volume, Love Songs, está sendo lançado no Brasil, pelo selo Lab 344, neste mês de julho de 2010. Love Songs reúne releituras acústicas de 12 músicas. Entraram na seleção Marlene on the Wall (single do álbum de estreia de Vega), Small Blue Thing (outra música do seminal álbum de 1985), Caramel (de Nine Objects of Desire, álbum de 1996 que forneceu também Headshots e Stockings), Gypsy (de Solitude Standing), Bound (do recente Beauty & Crime, de 2007) e (If You Were) In my Movie (tema de 99.9Fº, álbum de 1992), entre outras músicas. Na sequência de Love Songs, Vega agendou para setembro o lançamento do segundo volume da série, People and Places, que incluirá Luka.

'México 70' é da era em que Simonal era craque

Resenha de CD
Título: México 70
Artista: Wilson Simonal
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * * *

Em 1970, ano rebelde em que a Seleção Brasileira se (con)sagrou campeã nos campos do México, Wilson Simonal (1938 - 2000) era um craque. No auge da popularidade, a ponto de ser convocado para animar com shows a torcida verde-e-amarela no México, o cantor arquitetava jogada para se consolidar de vez no mercado nacional. Antes de ir para o México, o cantor já tinha feito turnê de três meses pela Europa, período em que lançou um compacto na Itália. Na volta, agendou sessões de gravação no estúdio da extinta Odeon de 23 a 25 de março de 1970. Foram nessas sessões que, provavelmente, Simonal registrou em quatro idiomas - português, italiano, inglês e espanhol - a maioria das 12 faixas que compõem o repertório de México 70, o (estupendo) álbum ora lançado no Brasil, após ter permanecido inédito no mercado nacional por 40 anos. Editado somente no México naquele ano de 1970, no embalo da vitória da Seleção de Pelé na Copa do Mundo, o disco flagra Simonal em momento áureo de transição para o soul - guinada que ficaria perceptível em seu álbum Simona (1970), gravado e lançado no Brasil na sequência de México 70. Pois este perdido álbum mexicano - que apresenta sete gravações inéditas no Brasil e cinco fonogramas lançados em (hoje raros) compactos da época - situa Simonal entre o soul (Ave Maria no Morro e Crioula, músicas de Herivelto Martins e Jorge Ben Jor, respectivamente) e o som desencanado da pilantragem (notadamente em Kiki, parceria de Simonal com Nonato Buzar, e em As Menininhas do Leblon, de Sílvio César). Rei do suingue, Simonal gravou as 12 músicas de México 70 no auge da maestria vocal - com a vantagem de ter sido acompanhado pelo conjunto Som Três, formado por César Camargo Mariano (piano), Sabá (contrabaixo) e Toninho Pinheiro (bateria). Escorado nos arranjos vivazes de Mariano, o Som Três arma requintada cama para que Simonal deite e role no ritmo de músicas como Aqui É o País do Futebol - tema ufanista em que Milton Nascimento e Fernando Brant celebram a primazia do Brasil nos gramados - e Que Pena (Ela Já Não Gosta Mais de mim), hit de Jorge Ben Jor, compositor então recorrente na discografia de Simonal. Fora do campo nacional, há curiosa versão em espanhol de Aquarius e duas leves abordagens de duas joias da parceria pop de Burt Bacharach e Hal David, Raindrops Keep Falllin' on my Head e I'll Never Fall in Love Again, ambas cantadas em inglês bem desenvolto. Enfim, México 70 é disco que resistiu esplendidamente ao tempo por retratar a era em que Simonal - com a bola toda - foi um campeão.

Ana mostra inédita no projeto 'Ensaio de Cores'

Pintora desde 2002, Ana Carolina apresenta música inédita, As Telas e Elas, no show Ensaio de Cores, que estreia nesta sexta-feira, 30 de julho de 2010, no Citibank Hall de São Paulo (SP) - onde fica em cartaz até segunda-feira, 2 de agosto. No projeto, Ana canta sucessos e músicas de outros artistas na companhia de trio feminino formado por Délia Fischer (piano), Gretel Paganini (violoncelo) e LanLan (percussão e bateria). Ensaio de Cores remete já no título ao envolvimento de Ana com a pintura. Telas da cantora vão compor o cenário do show - ao lado de esculturas de Hélio Eichbauer - e estarão expostas para venda no foyer do Citibank Hall. Parte da renda obtida com a venda dos quadros de Ana vai ser revertida para a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ).

Roberto renova com Sony e burila CD hispânico

Roberto Carlos continua burilando em seu estúdio na Urca, no Rio de Janeiro (RJ), o álbum em espanhol que vai lançar no mercado dos países de língua hispânica com repertório mais voltado para versões de músicas de seus dois últimos álbuns de inéditas, Amor sem Limite (2000) e Pra Sempre (2003). A novidade é que o Rei - visto no post em foto de Luciana Brasil - agora já trabalha no disco com contrato renovado com a Sony Music brasileira. Consta que este novo contrato com a Sony prevê quatro CDs e três DVDs.

29 de julho de 2010

'Aphrodite', de Kylie, seduz com bom pop dance

Resenha de CD
Título: Aphrodite
Artista: Kylie
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

Aphrodite, o pop 11º álbum de estúdio de Kylie Minogue, seduz de cara com o single irresistível que o abre, All the Lovers. Trata-se da melhor música do disco, mas Aphrodite tem outros encantos. Na (bela) sequência, faixas como Get Outta my Way, Put your Hands up (If You Feel Love) e Closer mostram que a estrela australiana volta à cena com um pop dance de boa qualidade. O mérito do disco deve ser também creditado a Stuart Price, que, na função de produtor executivo de Aphrodite (e piloto efetivo de várias faixas do CD), capitaneou com eficiência time de compositores e produtores que inclui nomes como Tim Rice-Oxley (do grupo Keane), Pascal Gabriel, Lucas Secon, Calvin Harris, Nerina Pallot (a compositora britânica que colaborou com o disco solo de Sandy) e Jake Shears. Aphrodite supera X (2007), álbum que, por sua vez, já era bem superior ao fraco Body Language (2003). Em sua incursão pelo eurodance, Aphrodite é álbum que injeta brilho nas pistas. O CD é uma explosão pop que recoloca Kylie em lugar de honra na cena contemporânea sem deixar que a sombra de Madonna a persiga tanto como em X. Ainda que seu produtor atual seja Stuart Price...

DVD reconta a história do Rush com raridades

Grupo formado no Canadá em 1968, o Rush tem sua história contada no filme Beyond the Lighted Stage, exibido em DVD editado no Brasil pela gravadora Universal Music neste mês de julho de 2010. Os diretores Scott McFadyen e Sam Dunn costuram depoimentos e imagens de arquivo para detalhar a longa trajetória da banda que já prepara seu 20º álbum de estúdio, Clockwork Angels, para 2011. O filme Beyond the Lighted Stage está sendo editado em DVD duplo porque, além do documentário, há raros registros ao vivo do Rush nos extras. Entre eles, takes de show de 1974 em que o grupo toca com seu baterista original, John Rutsey, as músicas Working Man e Best I Can. Há também registro de La Villa Strangiato, captado em 1979 no Pinkpop Festival, na Holanda (além de take de show de 2002).

Gadú grava DVD com a adesão dos Varandistas

Com sua regravação de Rapte-me Camaleoa (Caetano Veloso) já em rotação na trilha sonora da novela Ti Ti Ti, Maria Gadú faz seu primeiro registro de show dentro da série Multishow ao Vivo. A gravação acontece nesta quinta-feira, 29 de julho de 2010, em apresentação da cantora - vista neste post em foto de Rogério Rezende - na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP). Nas lojas ainda neste segundo semestre de 2010, via Som Livre, CD e DVD rebobinam as músicas do primeiro álbum da artista, apresentam inédita e incorporam ao repertório Lanterna dos Afogados, a balada de Herbert Vianna que Gadú inclui no roteiro do show desde o início da turnê. A gravação vai contar com intervenções de Leandro Léo (nos já habituais duetos em Linda Rosa e em Laranja), Dani Black, Luiz Murá e Os Varandistas - grupo formado por Áureo, Gugu Peixoto, Tomas, Fred, Luiz Kiari e Leandro Léo.

West apresenta inéditas e muda título de álbum

Kanye West anunciou via Twitter que seu quinto álbum de estúdio não vai mais se chamar Good Ass Job. O rapper está indeciso entre outros dois títulos não revelados por ele. Em contrapartida, West já mostrou em show privado na sede do Facebook, nos Estados Unidos, músicas inéditas compostas para o disco. Lost in the World, Chain Gang e Mama's Boyfriend figuram no repertório do álbum que estará nas lojas a partir de 13 de setembro de 2010.

28 de julho de 2010

'Acústico II' de Lulu sai em outubro com inédita

O Acústico MTV II de Lulu Santos vai ser editado em outubro de 2010 nos formatos de CD, DVD e blu-ray. O cantor e compositor - visto acima em foto tirada por Vera Donato na gravação ao vivo - incluiu uma inédita, E Tudo Mais, no roteiro do show captado em 23 de junho de 2010, no estúdio Oscarito, no Polo Cine Video, no Rio de Janeiro (RJ). O repertório inclui alguns lados B da obra do artista - caso de Dinossauro do Rock. Marina de la Riva participou.

Inédita 'As Cores' puxa o primeiro DVD da Cine

Nas lojas a partir de 24 de agosto de 2010, via Universal Music, o primeiro DVD da banda Cine, As Cores - Ao Vivo, já está sendo promovido com a música que lhe dá nome. Uma das cinco inéditas inseridas no roteiro do show captado em 25 de abril de 2010 na casa paulista HSBC Brasil, a música As Cores foi gravada com quarteto de violinos. O arranjo de cordas foi concebido por Maycon Ananias. Nos extras, o DVD traz a seção Diário de Bordo - com imagens do grupo na estrada - e exibe o encontro em estúdio do quinteto paulistano com a banda norte-americana Forever The Sickest Kids, com quem o Cine já abriu parceria, compondo a música Um Lance, Não Um Romance.

Recovery recupera Eminem com vigor inusitado

Resenha de CD
Título: Recovery
Artista: Eminem
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * 1/2

É sintomático que Recovery tenha recuperado o potencial comercial do rapper Eminem ao vender 750 mil cópias nos Estados Unidos somente em sua primeira semana nas lojas (hoje as vendas do CD já ultrapassam 1,5 milhão de unidades). Escorado na produção executiva de seu fiel mentor Dr. Dre, o controvertido rapper se reinventa - sem alterar ou suavizar o tom irado de seu discurso centrado em seus problemas particulares - neste sexto álbum que supera o anterior Relapse (2009), disco correto em que Eminem encarou seus demônios e vícios em medicamentos. Precedido por single matador, Not Afraid, Recovery não reedita as ousadias estilísticas de Encore (2004) e tampouco recupera a força do consagrador The Eminem Show (2002). Mas há vigor no CD formatado por Eminem com as colaborações de produtores como DJ Khalil, Just Blaze, Jim Jonsin e Boi-1da. E com inusitadas intervenções de P!nk (em Won't back Down) e de Rihanna (em Love the Way You Lie) - ambas com o toque surpreendente que inexiste na participação de Lil Wayne em No Love. E o fato é que, por mais que o discurso (às vezes) seja o mesmo, Recovery mexe (um pouco) na fórmula de Eminem. O sample de Changes - do grupo inglês Black Sabbath, criador do heavy metal - faz toda a diferença, por exemplo, em Going Through Changes, destaque do repertório. As sutilezas - como o coro de On Fire ou a batida de Cold Wind Blows, para citar somente dois bons exemplos -dão ao álbum um sabor todo especial na discografia coesa de Eminem. E, quando escapa da esfera pessoal, como em W.T.P. (faixa em que Eminem alfineta os egocêntricos caipirões norte-americanos), o discurso contundente do rapper adquire relevância ainda maior. Enfim, Recovery sinaliza que Eminem ainda tem, sim, o que dizer - e as explosivas vendas iniciais do álbum mostraram que Marshall Mathers ainda pode guardar na manga cartas que podem virar o jogo já meio enfadonho da indústria do disco nos Estados Unidos.

Enrique se banaliza no electro-pop de 'Euphoria'

Resenha de CD
Título: Euphoria
Artista: Enrique Iglesias
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * *

Até Enrique Iglesias se rendeu à batida hype de RedOne, o produtor que pôs Lady Gaga na pista. Nono fraco álbum de estúdio do filho guapo de Julio Iglesias, o primeiro que mistura faixas gravadas em inglês e espanhol, Euphoria redireciona o som de Enrique para as pistas em faixas como I Like It (electro-pop no qual figura Pitbull) e Dirty Dancer (com a forte presença de Usher). Por mais que as músicas não sejam ruins em si mesmas, elas tornam Euphoria um disco artificial. Fica difícil identificar a alma de Enrique até em baladas como Dile que, Why Not me? e Ayer. E o que dizer de um reggae pop como One Day at a Time, gravado com Akon? É fato que o cantor espanhol - lançado em 1995, aos 20 anos, no auge da beleza física - nunca teve lá um repertório dos mais sedutores. Mas, quando remoía suas dores de amores em canções sentimentais, Enrique parecia mais à vontade. Não é por acaso que os produtores RedOne, Mark Taylor e Carlos Paucar rechearam o álbum com convidados como o dominicano Juan Luis Guerra (na chata Cuando me Enamoro) e a dupla porto-riquenha de reggaeton Wisin and Yandel (No me Digas que No, faixa de levada envolvente). Há alguma real sensualidade no dueto de Enrique com a cantora havaiana Nicole Scherzinger na quase etérea Heartbeat, mas, no todo, o disco resulta estéril e trivial em sua incursão pop pelas pistas. Euphoria jamais provoca euforia.

'Time Flies...' historia tempo do Oasis com hits

Em novembro de 2006, a fim de encerrar um contrato com a gravadora Sony Music, os irmãos Liam e Noel Gallagher lançaram a primeira coletânea do Oasis, Stop the Clocks, que cumpriu de forma apenas razoável a missão de historiar o rico legado da banda que chegaria ao fim três anos mais tarde. A trajetória do grupo é resumida de maneira bem mais eficiente por Time Flies... 1994 - 2009, a coletânea dupla do Oasis que está sendo editada no Brasil, neste mês de julho de 2010, pela gravadora Som Livre. Com faixas de todos os sete álbuns de estúdio da banda, Time Flies... enfileira 26 singles e esconde ao final uma 27ª faixa, Sunday Morning Call. Ao contrário de Stop the Clocks, que reuniu alguns fonogramas mais raros, Time Flies... 1994 - 2009 prioriza os sucessos colecionados pelo Oasis em seus 15 anos de vida. Mas, entre os hits, há single natalino de 1994, Whatever, que nunca entrou em álbum oficial da banda (a seleção inclui outra gravação avulsa, Lord, Don't Slow me Down). Depoimentos sobre as músicas - alguns do próprio Noel Gallagher - povoam o encarte.

27 de julho de 2010

Universal Music é a casa de Mariene de Castro

Mariene de Castro já está de casa nova. A cantora baiana assinou contrato com a Universal Music na sexta-feira, 23 de julho de 2010. Caberá à gravadora distribuir o CD e DVD Santo de Casa, gravados ao vivo em show feito pela artista em 15 de fevereiro de 2009 no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA). CD e DVD estarão nas lojas a partir de setembro (clique aqui para ler a resenha do disco). Na foto acima, tirada por Kélita Myra, Mariene e José Eboli (presidente da Universal) posam durante a assinatura de contrato.

Wando e Dalto no baile do 'ruivão' Nando Reis

Nando Reis se prepara para fazer sua primeira gravação fora de seu universo autoral. O cantor e compositor - visto no post em foto de Washington Possato - vai registrar sucessos de artistas populares em projeto intitulado O Bailão do Ruivão. Ideia arquitetada dentro da série MTV ao Vivo, a gravação ao vivo vai acontecer em 11 e 12 de agosto de 2010, no Carioca Club, em São Paulo (SP). Na companhia do fiel grupo Os Infernais, Nando vai fazer seu baile com hits de Wando, Dalto, Guilherme Arantes e Zé Ramalho, entre outros nomes, revisitando músicas que ele já costumava cantar no bis dos seus shows. O registro gera CD e DVD.

Ivan regrava sucessos com Vercillo para 'Perfil'

Ivan Lins celebra seus 40 anos de carreira com dois projetos fonográficos. Além do álbum Íntimo, que sairá em breve no Brasil pela gravadora Som Livre com músicas inéditas do compositor com seu parceiro Vítor Martins, Ivan regravou alguns sucessos dessas quatro décadas de carreira para uma coletânea ora editada na série Perfil, da mesma Som Livre. A música A Noite, por exemplo, foi revisitada pelo autor na companhia de Jorge Vercillo. Eis as 15 faixas dessa compilação - nas lojas no começo de agosto de 2010:
1. A Noite - com Jorge Vercillo
2. Abre Alas
3. Bandeira do Divino
4. Vitoriosa - com citação de Depende de Nós
5. Começar de Novo
6. Bilhete
7. Cartomante
8. Dinorah Dinorah
9. Deixa Eu Dizer
10. Desesperar Jamais
11. Lembra de mim
12. Madalena
13. O Amor É o meu País / Meu País
14. Somos Todos Iguais Nesta Noite (É o Circo de Novo)
15. Vieste

Pato Fu brinca com músicas de Rita, Zé e Titãs

Com capa em digipack e alto relevo, assinada pela designer Andrea Costa Gomes, o 10º álbum do Pato Fu, Música de Brinquedo, chega às lojas no início de agosto de 2010. No disco, o grupo mineiro toca somente com instrumentos de brinquedo repertório eclético que inclui sucessos de Rita Lee (Ovelha Negra, 1975), Paralamas do Sucesso (Ska, 1984), Roberto Carlos (Todos Estão Surdos, 1971), Zé Ramalho (Frevo Mulher, 1979), Titãs (Sonífera Ilha, 1984), Ritchie (Pelo Interfone, 1983), Elvis Presley (Love me Tender, 1861 - 1956) e do esquecido cantor norte-americano BJ Thomas (Rock and Roll Lullaby, 1972), entre outros. Eis, na ordem, as 12 faixas do CD Música de Brinquedo:
1. Primavera (Vai Chuva) (Cassiano e Sílvio Rochael)
2. Sonífera Ilha (Branco Mello, Marcelo Fromer, Toni Bellotto,
Ciro Pessoa e Carlos Barmak)
3. Rock and Roll Lullaby (Cynthia Weil e Barry Mann)
4. Frevo Mulher (Zé Ramalho)
5. Ovelha Negra (Rita Lee)
6. Todos Estão Surdos (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
7. Live and Let Die (Paul McCartney e Linda McCartney)
8. Pelo Interfone (Ritchie e Bernardo Vilhena)
9.Twiggy Twiggy (Lalo Schifrin,Nanako Sato,Burt Bacharach,Hal David e Morton Stevens)
10. My Girl (Smokey Robinson e Ronald White)
11. Ska (Herbert Vianna)
12. Love me Tender (Elvis Presley e Vera Matson)

Chitão & Xororó planejam três DVDs para os 40

Chitãozinho & Xororó planejam a gravação de três DVDs para celebrar seus 40 anos de carreira - iniciada, de fato, em 1970. O primeiro, Chitãozinho & Xororó 40 Anos - Nova Geração, vai ser gravado ao vivo nesta terça-feira, 27 de julho de 2010, em show inédito apresentado em São Paulo (SP). A dupla se reúne no palco da casa Via Funchal com nomes da nova geração sertaneja - como Luan Santana, João Bosco & Vinicius, Guilherme & Santiago e João Neto & Frederico. Na sequência, os irmãos paranaenses pretendem gravar um segundo DVD, Chitãozinho & Xororó 40 Anos - Entre Amigos, com a reunião de colegas sertanejos contemporâneos como a dupla Zezé Di Camargo & Luciano e os cantores Leonardo e Daniel. Por fim, há a previsão de realização e de gravação ao vivo de um terceiro espetáculo - agendado para o primeiro semestre de 2011 - com convidados de diversos gêneros.

26 de julho de 2010

Álbum vai tentar inserir Elvis no atual circo pop

Chega às lojas em novembro de 2010, em escala mundial, Viva Elvis - The Album, CD originado do espetáculo criado pelo Cirque Du Soleil com inspiração na obra de Elvis Presley (1935 - 1977) e apresentado em Las Vegas (EUA). O disco embala várias gravações do cantor com arranjos e sons mais contemporâneos. A ideia é tentar inserir Elvis no atual circo pop.

Samba de Diogo já oscila entre a 'raiz' e o brega

Resenha de Show - Gravação de DVD
Título: Sou Eu
Artista: Diogo Nogueira (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 23 de julho de 2010
Cotação: * * *
Nem as presenças sempre ilustres de Chico Buarque e Ivan Lins na gravação ao vivo do segundo DVD de Diogo Nogueira, Sou Eu, atenuaram a sensação incômoda de que o samba do filho de João Nogueira (1941 - 2000) já cai eventualmente no brega. Atrelado à figura respeitada do pai em sua estreia fonográfica, Diogo alçou voo próprio na indústria do disco - beneficiado por sua beleza, é fato - só que esse voo tem sido musicalmente rasteiro. O nome de Alexandre Pires na autoria de Vestibular pra Solidão - uma das quatro inéditas inseridas no roteiro do reformulado show de 2009, originalmente intitulado Tô Fazendo a Minha Parte - reitera a intenção da gravadora EMI Music de jogar Diogo na vala comum dos artistas populistas. Plano reforçado pela adequada participação de Alcione em sambrega, Amor Imperfeito (Leandro Fregonesi e Ciraninho), que tem toda pinta de hit radiofônico. É sintomática também a inclusão de Deixa Eu te Amar. Ao revisitar o sucesso de Agepê (1942 - 1995), já regravado por ele na série Samba Social Clube, Diogo explicita sensualidade que mexe com a libido do público feminino, alvo preferencial de seus discos e shows. Em esfera mais romântica, o terno dueto com Ivan Lins na canção Lembra de mim (Ivan Lins e Vítor Martins, 1995) se pauta pela elegância e expõe a evolução de Diogo como cantor. Já o surpreendente encontro de Ivan com o recente parceiro Chico Buarque - para interpretar Sou Eu, o samba que deram a Diogo em 2009 - rendeu bem menos do que o esperado. Em parte pelo tom protocolar da participação de Chico, iniciada no número anterior, Homenagem ao Malandro. Em parte pelo som baixo do microfone do compositor - o que impediu que o público ouvisse a voz de Chico. E o fato é que Chico, Diogo e Ivan gravaram Sou Eu em um único take sem explorar as possibilidades da interpretação em trio - e a letra, na qual um homem conta vantagem na arte de seduzir mulher disputada, permitia que os cantores brincassem em cena. Sou Eu, o samba, contou com a intervenção de Hamilton de Holanda, cujo bandolim magistral adornou Lama das Ruas (Almir Guineto e Zeca Pagodinho). Do naipe de inéditas, Contando Estrelas (Ciraninho e Rafael dos Santos) chamou mais atenção pelo recorte melodioso e pela cadência abaianada. Já A Vitória Demora mas Vem (do trio Juninho Thybau, Luiz Caffé e Baiaco) e Jangadeiro (de Diogo Nogueira, Ignácio Rios e Rafael Richaid) deixaram a impressão de serem sambas de inspiração mediana - como, de resto, quase todo o repertório de Diogo. No fim, um pot-pourri com três incendiários sambas-enredos - Contos de Areia (Portela, 1984), Aquarela Brasileira (Império Serrano, 1964) e É Hoje (União da Ilha do Governador, 1982) - garante a animação, reativada no bis quando, após reviver o pai com Além do Espelho (João Nogueira e Paulo César Pinheiro), Diogo Nogueira traz o hit forrozeiro Pedras que Cantam (Dominguinhos e Fausto Nilo) para clima de samba que já oscila perigosamente entre a raiz e o brega.

Manic Street revela repertório de seu 10º álbum

O trio galês Manic Street Preachers revelou nesta segunda-feira, 26 de julho de 2010, o repertório de seu 10º álbum de estúdio. Nas lojas a partir de 20 de setembro, precedido uma semana antes pelo single (It's Not War) – Just The End of Love, o CD Postcards from a Young Man contabiliza 12 músicas inéditas gravadas no estúdio particular do trio - em Cardiff (País de Gales, Reino Unido) - sob produção de Dave Eringa. A faixa Some Kind of Nothingness traz Ian McCulloch - do grupo Echo and the Bunnymen - como convidado. Eis o repertório de Postcards from a Young Man:
1. (It's Not War) – Just the End of Love
2. Postcards from a Young Man
3. Some Kind of Nothingness
4. The Descent – (Pages 1 & 2)
5. Hazleton Avenue
6. Auto-Intoxication
7. Golden Platitudes
8. I Think I’ve Found It
9. A Billion Balconies Facing the Sun
10. All We Make Is Entertainment
11. The Future Has Been Here 4 Ever
12. Don’t Be Evil

MZA vai editar registros ao vivo do 'Rock in Rio'

A MZA Music firmou contrato com o empresário Roberto Medina que lhe dá o direito de editar com exclusividade, no Brasil, CDs e DVDs com as gravações ao vivo de shows apresentados no Palco Sunset do Rock in Rio Lisboa 2010. O elenco de atrações do Palco Sunset incluiu Toni Garrido - visto à esquerda em foto de Bob Wolfenson - Martinho da Vila, Zeca Baleiro, Rui Veloso, Luís Represas e Jorge Palma, entre outros artistas do Brasil e Portugal.

Navas alinha Bezerra, Fred e Ritchie em 'Tecido'

Em seu oitavo álbum, Tecido, Carlos Navas alinha sucessos de Ritchie (Voo de Coração) e Bezerra da Silva (1927-2005), Sequestraram a Minha Sogra. Sob a direção musical de Ronaldo Rayol, o bom cantor de São Paulo (SP) também costura no repertório inéditas de Kléber Albuquerque (Hino dos Palhaços de Semáforo), de Alzira E e Arruda (Quem Sabe) e de Fred Martins e Marcelo Diniz (Contramão), entre outros compositores. O CD Tecido está sendo lançado - pela gravadora Lua Music - neste mês de julho de 2010.

25 de julho de 2010

Disco reúne as 20 gravações de Sinatra e Jobim

Frank Sinatra (1915 - 1998) se encontrou com Tom Jobim (1927 - 1994) em estúdio em duas ocasiões. Em 1967, os dois artistas gravaram as dez faixas que compõem o álbum Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim, editado naquele mesmo ano. Dois anos depois, em 1969, outras dez gravações foram produzidas em sessões conturbadas que deveriam originar um segundo álbum, Sinatra Jobim. Só que este segundo disco acabou sendo abortado e, das sessões de 1969, sete faixas foram aproveitadas mais tarde no álbum que veio a se chamar Sinatra & Company (1971). As outras três - The Song of the Sabia (Sabiá), Off-Key (Desafinado) e Bonita - foram rejeitadas já em 1969 por Sinatra. Agora, mais de 40 anos depois, as 20 gravações resultantes dos dois trabalhos de Tom com Sinatra são reunidas na inédita compilação Sinatra Jobim - The Complete Reprise Recordings. Lançada nos Estados Unidos no primeiro semestre de 2010 pela gravadora Concord Music, que remasterizou os 20 registros feitos na gravadora Reprise, a coletânea ganha edição brasileira - via Universal Music - neste mês de julho. Biscoito fino!

Tributo a Wilson Baptista agrega Elza e Roberta

Autor de bons sambas como O Bonde de São Januário (em parceria com Ataulfo Alves), Emília (com Haroldo Lobo) e Louco - Ela É seu Mundo (feito com Henrique Almeida), entre outros sucessos da música brasileira pré-bossa nova, o compositor Wilson Baptista (1913 - 1968) vai ter sua obra revivida em álbum duplo a ser produzido pelo compositor, ator e dramaturgo Rodrigo Alzuguir. O CD - que vai ser gravado a partir de outubro de 2010 - agrega no elenco cantoras como Cristina Buarque, Elza Soares e Roberta Sá. Caberá à gravadora Biscoito Fino editar o tributo, cujo repertório incluirá várias músicas inéditas da (vasta) obra de Wilson Baptista.

Polysom vai (re)lançar discos clássicos em vinil

Sob licença das gravadoras Warner Music e Universal Music, a Polysom - a reativada fábrica de vinil localizada na Baixada Fluminense (RJ) - vai relançar ao longo do segundo semestre de 2010, no formato de LP, vários álbuns emblemáticos da MPB e do pop nacional. Ainda neste mês de julho, a série Clássicos em Vinil põe no mercado reedições de vinis de África Brasil (Jorge Ben Jor, 1976) e Nós Vamos Invadir sua Praia (Ultraje a Rigor, 1985 - foto acima). Na sequência, chegam às lojas - até o fim do ano - reedições em vinil de 180 gramas de títulos de Titãs (Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, de 1986 e 1987), Tom Zé (Todos os Olhos e Estudando o Samba, 1973 e 1975), Secos & Molhados (Secos & Molhados, 1973) e Jorge Ben Jor (A Tábua de Esmeralda, 1974), entre outros discos realmente clássicos. Todas as reedições são remasterizadas e reproduzem a arte gráfica dos LPs originais.

Carole revive com Taylor trilha agridoce dos 70

Resenha de CD e DVD
Título: Live at the
Troubadour
Artista: Carole King
& James Taylor
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * *

Em 1970, o sonho acabou. O mundo acordou com a ressaca dos embalos dos anos 60. E foi nesse clima que Carole King e James Taylor concretizaram seus próprios sonhos com seu folk rock de tom agridoce. Ele escalou o topo das paradas mundiais com Fire and Rain, o single de seu álbum Sweet Baby James (1970) que captou bem o espírito da época. Ela se consolidaria como compositora com Tapestry, emblemático álbum de 1971, ano em que Taylor voltou a encabeçar as paradas com You've Got a Friend, canção dela que muitos pensam ser dele. Enfim, o casal 20 dos 70 entrelaçou com tal força suas vidas e obras que fez todo sentido a sua reunião, em novembro de 2007, para temporada de três shows comemorativos dos 50 anos do Troubador, a casa de West Hollywood, em Los Angeles (Califórnia, EUA), que festejava na ocasião suas Bodas de Prata. Recém-lançado no Brasil pela Universal Music em edição dupla que agrega CD e DVD, Live at the Troubador é o registro ao vivo desse show algo nostálgico que rendeu turnê mundial e documentário - em fase de produção - dirigido pelo cineasta Neville Morgan. É na gostosa intimidade do Troubador que Carole e Taylor conversam com o público e se alternam em solos e duetos - como o de Will Love me Tomorrow - para recordar sua história e seus próprios sonhos. Em roteiro pontuado centrado em sucessos do início dos anos 70, o casal enfileira temas como So Far Away, Caroline in my Mind, It's Too Late, Fire and Rain e, claro, You've Got a Friend (em pungente dueto), revivendo a agridoce trilha sonora que embalou o fim do sonho naqueles atordoantes anos 70. Que venha o documentário!!