25 de setembro de 2010

Djavan 'djavaneia' o que há de melhor em 'Ária'

Resenha de Show
Título: Ária
Artista: Djavan (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Credicard Hall (SP)
Data: 24 de setembro de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz no Credicard Hall (SP) até 25 de setembro de 2010
Em cartaz no Citibank Hall (RJ) em 1º e 2 de outubro de 2010
Em cartaz no Centro de Convenções Ulisses Guimarães (Brasília, DF) em 8 e 9 de outubro de 2010

Já nos breves scats e no estalar de dedos que introduzem Seduzir, música que deu título ao álbum lançado por Djavan em 1981, alocada no roteiro de Ária logo após o jazzy número de abertura (Treze de Dezembro), fica claro que ter mexido na obra alheia em seu primeiro disco de intérprete deu ao compositor uma nova visão de sua própria obra. Seduzir ganha nova divisão e outro contorno harmônico neste show de arranjos enxutos, tocados por um trio de baixo, percussão e guitarra, ao qual Djavan adiciona seu próprio violão ou guitarra. Em cena, Ária dá novos ares à obra autoral de Djavan da mesma forma que o disco renovou o canto do intérprete. Talvez por isso Eu te Devoro - o hit pop de 1998 - soe bem menos pop no show. E talvez por isso também Lambada de Serpente (Djavan e Cacaso, 1980) reapareça menos densa, com a suavidade que molda o abolerado samba-canção Sabes Mentir (Othon Russo, 1953) e a bela  Oração ao Tempo de Caetano Veloso - feita em cena com um pouco mais de fervor na comparação com o registro do disco Ária. Tudo está diferente, mas sem que essas sutis diferenças transfigurem o dna autoral do compositor. Tanto que aplausos se fizeram ouvir fortes na estreia da turnê (inter)nacional de Ária - na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP), em 24 de setembro de 2010 - quando o público de imediato reconheceu no toque do violão de Djavan o molde do envolvente arranjo original de Faltando um Pedaço (1981), belo número de maior intensidade emocional e grande economia no arranjo, sobretudo na parte final, em que brilha soberana a voz do intérprete. Djavan é bicho solto no palco de Ária. Sobretudo quando dispensa o trio e fica a sós com seu violão para abordar o samba Brigas Nunca Mais (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Se a sinatriana Fly me to the Moon voa em céu de brigadeiro, na mesma rota feliz seguida no disco, a contemporânea La Noche desvenda a intensa influência ibérica que eventualmente pousa sobre a obra e o canto forte  de Djavan. Aliás, o violão tocado pelo intérprete em Oceano (1989) parece atravessar um Atlântico com suas referências que extrapolam fronteiras. O natural coro da plateia em Oceano deixa o cantor à vontade para explorar seus vigorosos falsetes e começar a preparar o clima para o bloco mais dançante e caloroso do show. É quando o intérprete canta Palco - com quebradas espertas e acordes efusivos da guitarra discreta de Torcuato Mariano, só que sem o tom festivo que aclimata Sina (1982), por exemplo - e revive a obscura Transe (1984) antes de cair no seu samba com Fato Consumado (1975) - número em que salta aos ouvidos o pandeiro do percussionista Marcos Suzano - e Flor de Lis (1976). "Vamos dançar, gente?", propõe o dono da festa enquanto reapresenta Linha do Equador (1992), parceria bissexta com Caetano Veloso. Então, com o público já de pé, entram uma funkeada Samurai (1982) e - já no bis - Pétala (a balada de 1982 que desabrocha bem mais suingada por conta do baixo de André Vasconcelos) e Lilás (1984). Em Ária, o show, o artista djavaneia o que há de melhor em sua obra com sua experiência de crooner.

'Transe' é a novidade do roteiro do show 'Ária'

Música lançada por Djavan no álbum Lilás (1984), nunca cantada em shows pelo compositor, Transe é a novidade do roteiro do novo show do artista, Ária, cuja turnê nacional estreou na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP), na noite de 24 de setembro de 2010. Nos 22 números do roteiro, Djavan - visto no post em foto de Mauro Ferreira - alinha sucessos sempre obrigatórios em suas apresentações (Lilás, Sina, Samurai, Flor de Lis, Oceano) com nove das 12 músicas que gravou no recém-lançado CD Ária, seu primeiro disco como intérprete de repertório alheio. Eis o roteiro seguido por Djavan na (excelente) estreia nacional do show Ária:
1. Treze de Dezembro (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
2. Seduzir (Djavan)
3. Eu te Devoro (Djavan)
4. Lambada de Serpente (Djavan e Cacaso)
5. Sabes Mentir (Othon Russo)
6. Oração ao Tempo (Caetano Veloso)
7. Nada a nos Separar (Wayne Shanklin em versão de Romeo Nunes)
8. Faltando um Pedaço (Djavan)
9. Disfarça e Chora (Cartola e Dalmo Castello)
10. Brigas Nunca Mais (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
11. Fly me to the Moon (Bart Howard)
12. La Noche (Enrique Heredia Carbonell e Juan Jose Suarez Escobar)
13. Oceano (Djavan)
14. Palco (Gilberto Gil)
15. Transe (Djavan)
16. Fato Consumado (Djavan)
17. Flor de Lis (Djavan)
18. Linha do Equador (Djavan e Caetano Veloso)
19. Samurai (Djavan)
20. Sina (Djavan)
21. Pétala (Djavan) - bis
22. Lilás (Djavan) - bis

Um cenário jobiniano para Djavan cantar Tom

É à frente de um painel com  imagem do Jardim Botânico - um dos cartões-postais cariocas, point bucólico adorado por Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) - que Djavan canta no show Ária o samba Brigas Nunca Mais, de Tom & Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Alguns painéis com imagens da arquitetura do Brasil imperial - em especial, do Rio de Janeiro (RJ) - moldam o cenário do show que teve sua estreia nacional na noite de sexta-feira, 24 de setembro de 2010, na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP). O painel do jobiniano Jardim Botânico - visto no post em foto de Mauro Ferreira - entra em cena quando Djavan canta o samba Disfarça e Chora (Cartola e Dalmo Castello) e permanece até o samba de Tom & Vinicius. Tudo a ver com o Maestro Soberano.

Djavan abre seu show 'Ária' com terno e violão

É sentado, tocando seu violão e vestindo um terno que remete ao figurino usado na capa de seu recém-lançado CD Ária, que Djavan abre o belo show baseado em seu primeiro disco de intérprete. A abordagem jazzy de Treze de Dezembro - feita nos scats, sem a letra do tema de Luiz Gonzaga e Zé Dantas - dá o start no roteiro do show Ária, cuja turnê nacional estreou na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP), em 24 de setembro de 2010. No fim do show, já em pé para cantar seus hits mais dançantes, Djavan - visto no post em foto de Mauro Ferreira - já abandonou a gravata e até o paletó.

24 de setembro de 2010

MZA reedita 'Cuscuz Clã', álbum de Chico César

Segundo álbum de Chico César, lançado originalmente em 1996, o ano em que o compositor teve sua produção autoral gravada (e disputada) por várias cantoras, Cuscuz Clã está sendo reeditado pela gravadora MZA Music. A capa e o repertório - que inclui as regravações de Mama África e À Primeira Vista, músicas lançadas por Chico em seu primeiro CD, Aos Vivos (Velas, 1995) - são os mesmos da edição original. Cuscuz Clã merece ficar em catálogo.

Sai de cena Eddie Fisher, uma voz dos anos 50

Cantor popular nos anos 50, década em que emplacou hits como Thinking of You (1950), Any Time (1951), Wish You Were Here (1952) e Oh! My Pa-Pa (1953), o norte-americano Eddie Fisher (1928 - 2010) saiu de cena esta semana, aos 82 anos. Morto na quarta-feira, 22 de setembro de 2010, em decorrência de complicações de uma cirurgia na bacia, Fisher iniciou sua carreira fonográfica em fins dos anos 40. Sua discografia inclui 18 álbuns lançados entre 1952 e 1984, a maioria pela RCA Victor, sendo que os primeiros foram LPs de 10 polegadas que agregavam músicas lançadas em singles. A última compilação de Fisher saiu em 2001.

Boyle regrava Reed no álbum natalino 'The Gift'

Menos de um ano após lançar um primeiro álbum blockbuster que vendeu cerca de nove milhões de cópias em todo o mundo e que lhe valeu três menções na edição de 2011 do livro Guiness World Records, Susan Boyle se prepara para apresentar o sucessor de I Dreamed a Dream (2009). Álbum natalino, produzido por Steve Mac, The Gift vai ser lançado em 9 de novembro de 2010. O belo repertório vai de Leonard Cohen (Hallelujah) a Lou Reed (Perfect Day), passando por hit do grupo Crowed House (Don't Dream It's Over) e por temas tradicionais do gênero (O Holy Night, The First Noel, Make me a Cannel of your Peace, O Come All Ye Faithfull e Away in a Manger). Na faixa Do You Hear What I Hear?, Boyle faz um dueto com a norte-americana Amber Stassi, vencedora de concurso feito pela artista escocesa para selecionar um cantor-fã desconhecido para participar de seu segundo álbum.

'F.A.M.E.' é o título do quarto álbum de Brown

Chris Brown divulgou esta semana o título de seu quarto álbum. Programado para ser lançado em 2011, o disco vai se chamar F.A.M.E. em alusão a uma tatuagem feita pelo rapper norte-americano na qual se lê Forgiving All My Enemies. F.A.M.E. é o sucessor de Graffiti (2009), álbum de alta carga erótica que não obteve a repercussão esperada por Brown e tampouco o absolveu por ter agredido a então namorada Rihanna em fevereiro de 2009.

23 de setembro de 2010

Castello Branco deixa presidência da EMI Brasil

Marcelo Castello Branco deixou esta semana a presidência da filial brasileira da gravadora inglesa EMI Music - posto que ocupava desde abril de 2007. No período em que comandou a EMI nacional, Castello Branco apostou em nomes como Seu Jorge, que alcançou sucesso popular com músicas como Burguesinha, hit radiofônico do disco América Brasil, editado em dezembro de 2007. A informação da saída do executivo da presidência foi dada nesta quinta-feira, 23 de setembro de 2010, pelo boletim Music News  - especializado em notícias do mercado fonográfico.

Caetano grava no Rio o DVD do show 'Zii e Zie'

Caetano Veloso vai fazer no Rio de Janeiro (RJ) o registro ao vivo do show Zii e Zie para edição em CD e DVD. A gravação está agendada para 8 de outubro de 2010 em apresentação única do show na casa Vivo Rio. No roteiro solar de Zii e Zie, Caetano - visto no post em fotos de Mauro Ferreira - canta tema de Kassin (Água), recorda sua Irene, reaviva A Voz do Morto e cruza a sonoridade indie da BandaCê com o universo latino ao entoar o tango Volver (Carlos Gardel e Alfredo le Pera). Ingressos à venda!!

Ivete faz gravações com Gigi D'Alessio na Itália

As duas fotos de Gabriella Caponigro flagram o encontro de Ivete Sangalo com Gigi D'Alessio no estúdio construído pelo cantor italiano em sua casa em Olgiata, cidade próxima de Roma. Ontem, 22 de setembro de 2010, Ivete e D'Alessio gravaram juntos duas músicas, Se Eu Não te Amasse Tanto Assim (Herbert Vianna e Paulo Sérgio Valle) e Un Nuovo Bacio (tema do próprio D'Alessio, registrado originalmente por ele em dueto com Anna Tantangelo). Embora popular na Itália, D'Alessio faz conexões internacionais para ampliar seu público. As duas gravações com Ivete deverão integrar uma coletânea do cantor a ser editada inclusive no Brasil.

ST2 (re)lança o DVD 'Pictures at an Exhibition'

existem edições em DVD com o registro ao vivo de Pictures at an Exhibition, o filme-show do trio britânico Emerson Lake & Palmer, captado em dezembro de 1970, em uma apresentação no Lyceum, em Londres. Mas a Special Edition ora lançada no Brasil pela gravadora ST2 alardeia - em texto escrito para a contracapa do DVD - a proeza de exibir a "mais completa" versão disponível desse show. De fato, a Special Edition de Pictures at an Exhibition incorpora três números - Take a Pebble, Knife Edge e Rondo - até então ausentes na maioria dos vídeos do show. Mas o áudio continua sendo PCM Stereo. Nos extras, o atual DVD exibe números da apresentação feita pelo trio inglês em 1971 no programa da TV belga Pop Shop.

22 de setembro de 2010

Amelinha brilha nas frestas de Janelas do Brasil

Resenha de Show
Título: Janelas do Brasil
Artista: Amelinha (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 21 de setembro de 2010
Cotação: * * *
Foi na sacada de uma janela que, em 1977, Amelinha posou para a foto que estampa a capa de seu primeiro LP, Flor da Paisagem, lançado naquele ano pela extinta gravadora CBS com repertório que incluía o xote Cintura Fina (Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1950). Passados 33 anos, a cantora cearense - uma das vozes firmes que se fizeram ouvir em escala nacional na corrente migratória que deslocou nordestinos para o eixo Rio-São Paulo ao longo da década de 70 - roda o Brasil com um show intitulado Janelas do Brasil e que inclui, já no bis, a já sessentona Cintura Fina. O nome do show - como contou a falante artista ao público que conferiu a simpática apresentação feita no Teatro Rival (RJ) na noite de 21 de setembro de 2010 - foi inspirado no comentário recente de um fã que, ao ouvir a voz de Amelinha, sentenciou que a artista deveria cantar em todas as janelas do Brasil. De fato, a voz da cantora ainda guarda a beleza que encantou o país na virada dos anos 70 para os 80. Sua interpretação sensível de Sol de Primavera (Beto Guedes, 1980) atesta a boa forma vocal da intérprete. O que não elimina os problemas do show. A rigor, Amelinha brilha pelas frestas de Janelas do Brasil. Para perceber esse brilho, é preciso ignorar um tema menor de Gonzaguinha (1945 - 1991) - Que Coisa Bonita, de tom solar - e os excessos de teclados da balada Água e Luz (Tavito, Ricardo Magno e Tavinho Paes), cujo arranjo remete ao som pasteurizado que diluiu a força da música brasileira nos anos 80. Já em Mulher Nova Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer sem Sentir Dor (Zé Ramalho) os excessos são do discurso de Amelinha, que se perde em louvações aos atributos femininos enquanto conta que seu maior sucesso foi composto com inspiração em um mote do cantador Zé de Cazuza Nunes. Neste número, o quarteto que acompanha a cantora em cena consegue reproduzir o clima épico do arranjo da gravação original de 1982. Momentos antes, com êxito quase igual, Pedro Braga evoca no violão a batida veloz do Galope Rasante, outro tema de Zé Ramalho associado à voz de Amelinha. Após deslocado medley com três sucessos dos festivais da década de 60 (Alegria Alegria, A Banda e Pra Não Dizer que Não Falei de Flores), a cantora faz pungente interpretação de Penas do Tiê (Hekel Tavares e Nair Mesquita), clássico do cancioneiro ruralista revivido apenas com sua voz emotiva e o citado violão de Pedro Braga. Na sequência, Amelinha apresenta bonito tributo de Caio Sílvio ao universo carioca, Noites do Rio, antes de cair com menos elegância em set forrozeiro de tom pasteurizado. Doido pra te Amar (Nando Cordel e Dominguinhos) e a agalopada Periga Ser (Robertinho de Recife e Fausto Nilo) batem ponto nesse bloco mais animado que culmina obviamente com o Frevo Mulher, número em que o tecladista Ricardo Rito mostra que se garante na sanfona. No bis, ao sair de cena, Amelinha volta ao começo, ou seja, repete Foi Deus que Fez Você (Luiz Ramalho) com o coro do público. Sua real emoção ao recordar a bela música é mais uma fresta de Janelas do Brasil pela qual se vê uma cantora em forma - ainda sensível e sedutora.

Universal encaixota 15 - áureos - álbuns de Gal

Já reeditados duas vezes em CD (em 1993 na - econômica - série Colecionador e depois, em 2000, em reedições mais caprichadas), 15 dos 16 álbuns gravados por Gal Costa entre 1967 e 1983 na já extinta gravadora Philips - atualmente denominada Universal Music - estão sendo relançados pela terceira vez. Desta vez, foram embalados na caixa Gal Total, que chega às lojas esta semana, com organização de Marcelo Fróes. O box não embala somente Temporada de Verão - Ao Vivo na Bahia, disco assinado por Gal Costa com Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em contrapartida, a coleção inclui coletânea dupla - Divina, Maravilhosa - com 28 fonogramas avulsos da discografia de Gal, alguns já editados em coletâneas, outros até então inéditos em CD. Entre as raridades, há Ora, Acho que Vou-me Embora (em dueto com Sidney Miller feito em 1968 para LP do compositor), Homem de Neanderthal (da trilha de Brasil Ano 2000, filme de Walter Lima Jr.), Canção da Moça (da mesma trilha de 1969), Show de me Esqueci (outro fonograma da trilha do filme), Estamos Aí (do projeto coletivo Carnaval Chegou, de 1972), Três da Madrugada (de um compacto encartado em livro do poeta Torquato Neto editado em 1973), Acorda pra Cuspir (música de Haroldinho Sá gravada em compacto de 1974) e Domingo Antigo (tema de um LP de festival). Eis os 15 álbuns da fase áurea de Gal encaixotados em Gal Total:
1. Domingo (1967) - com Caetano Veloso
2. Gal Costa (1969)
3. Gal (1969)
4. LeGal (1970)
5. Fa-Tal - Gal a Todo Vapor (1971)
6. Índia (1973)
7. Cantar (1974)
8. Gal Canta Caymmi (1976)
9. Caras e Bocas (1977)
10. Água Viva (1978)
11. Gal Tropical (1979)
12. Aquarela do Brasil (1980)
13. Fantasia (1981)
14. Minha Voz (1982)
15. Baby Gal (1983)

R.E.M. finaliza álbum e anuncia edição de DVD

Sob a batuta do produtor Jacknife Lee, o grupo R.E.M. finalizou em Nashville (Tennessee, Estados Unidos) a gravação do disco - ainda sem título - que vai lançar no primeiro semestre de 2011 e que foi quase todo gravado em Berlin (Alemanha). Antes de lançar seu 15º álbum de estúdio, sucessor de Accelerate (2008), o trio edita em 26 de outubro de 2010 o DVD R.E.M. Live From Austin, TX, com o registro ao vivo integral de sua apresentação no programa Austin City Limits, exibido pela rede norte-americana PBS. A gravação foi feita em 13 de março de 2008. Dos 17 números do DVD, três - So Central Rain, Imitation of Life e Fall on me - são inéditos, pois não foram exibidos no programa da PBS.

Rodrigo reencontra barão Frejat ao gravar DVD

Enquanto o Barão Vermelho não se reagrupa para voltar à cena, o baixista da banda, Rodrigo Santos, se reencontrou com o vocalista e guitarrista Roberto Frejat na gravação de seu primeiro DVD solo, feita em show apresentado no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 20 de setembro de 2010. Frejat fez dueto em Um Pouco Mais de Calma - parceria sua com o baixista - e Waiting on a Friend, faixa-título do terceiro álbum de Santos. Já com Ney - também visto no post em foto da gravação - o encontro aconteceu em Sangue Latino (do repertório do Secos & Molhados) e em Você Não Entende Nada (de Rodrigo Santos e Marília Bessy).

21 de setembro de 2010

Carey edita segundo CD natalino em novembro

Mariah Carey se prepara para editar seu segundo álbum natalino. Sucessor de Merry Christmas (1994), disco que teria vendido cerca de 12 milhões de cópias, Merry Christmas II You vai ser lançado em 2 de novembro. O primeiro single, Oh Santa, é uma das quatro composições inéditas do repertório formado, em sua maioria, por temas tradicionais como Little Drummer Boy, The First Noel, O Little Town of Bethlehem e O Come All Ye Faithful. O time de produtores inclui Randy Jackson (jurado do programa American Idol), Jermaine Dupri, James Poyser e Marc Shaiman.

'O Tal Casal' promove quinto álbum de Vanessa

Já em alta rotação na internet, O Tal Casal é o primeiro single do quinto álbum de Vanessa da Mata - o quarto de estúdio. Intitulado Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias, o disco marca a abertura do selo da artista, Jabuticaba, vinculado à Sony Music, a gravadora que lançou a artista no mercado fonográfico em 2002. Pilotado por Kassin, o disco traz Gilberto Gil - que se tornou parceiro da compositora neste ano de 2010 - na música Quando Amanhecer. Bolsa de Grife, Te Amo, , Meu Aniversário, Vê se Fica Bem, As Palavras, Fiu Fiu, Moro Longe e O Masoquista e o Fugitivo são títulos da safra autoral burilada em estúdio. Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias chega às lojas na primeira quinzena de outubro numa luxuosa embalagem digipack.

Hebe estreia na Sony com CD e registro de DVD

Doze anos após retomar sua carreira de cantora na extinta gravadora PolyGram (atual Universal Music) com o disco Pra Você, lançado em 1998, Hebe Camargo debuta na Sony Music com a edição de CD de estúdio, Hebe Mulher, e com gravação ao vivo de DVD - já agendada para 27 de outubro de 2010 na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP), com participações dos cantores Daniel, Maria Rita, Paula Fernandes, Chitãozinho & Xororó, Fábio Jr. e Bruno & Marrone. Guto Graça Mello assina a produção musical. Antes de gravar seu primeiro DVD, a apresentadora de TV lança na primeira quinzena de outubro o CD Hebe Mulher, que traz a participação realmente especial de Roberto Carlos em Você Não Sabe. O repertório inclui regravações de sucessos de Rita Lee (Saúde), Taiguara (Universo do teu Corpo), Zeca Baleiro (Lenha), Sandra de Sá (Bye Bye Tristeza), Maria Bethânia (Tocando em Frente) e de Roberto Carlos (Eu Preciso de Você), amigo de Hebe.

MPB dos 60 e 70 inspira CD de Marx e Bruno E.

A música brasileira dos anos 60 e 70 - em especial, o samba-jazz e os afro-sambas da dupla Baden Powell & Vinicius de Moraes - inspirou o álbum Patrícia Marx & Bruno E., criado, gravado e assinado pela cantora com o produtor ligado à música eletrônica. Entre temas como You're Free (registrado com adesão do cantor e tecladista nigeriano Xantoné Blacq) e Three Short Stories, a dupla apresenta sua visão de Passaredo, parceria de Chico Buarque com Francis Hime, lançada por Hime em 1977 no álbum batizado com o nome da música. Marx fez e gravou Carnaval de Ilusão com o paulista Oswaldinho da Cuíca. Patrícia Marx & Bruno E. está sendo lançado pelo selo Urubu Jazz nos formatos de CD e DVD.

Gravação de 'Palco', de Gil, gera clipe de Djavan

Djavan está lançando esta semana o primeiro clipe gerado pelo repertório de regravações de seu primeiro disco como intérprete, Ária, recentemente distribuído nas lojas pela gravadora Biscoito Fino. A faixa eleita para virar vídeo foi Palco. No clipe, dirigido pela produtora 6D, Djavan canta a música de Gilberto Gil - lançada por Gil em 1981 - na companhia dos músicos que participaram da gravação do álbum. O clipe já está em rotação no YouTube e no site oficial de Djavan (visto no post em foto extraída do vídeo).

20 de setembro de 2010

Recital 'Bethânia e as Palavras' é filmado no Rio

O recital de música e poesia Bethânia e as Palavras foi filmado em recente temporada no Teatro Fashion Mall, no Rio de Janeiro (RJ). Se o material gravado passar pelo crivo de Maria Bethânia (vista no post em foto de Mauro Ferreira), o recital poderá ganhar edição em DVD. Um dos destaques do roteiro é Dança da Solidão, tema de Paulinho da Viola - até então inédito na voz da intérprete.

Bruno & Marrone lançam 'Sonhando' nas rádios

Faixa que dá título ao 14º álbum da dupla sertaneja Bruno & Marrone, Sonhando chega às rádios nesta segunda-feira, 20 de setembro de 2010. Trata-se de regravação do tema do grupo goiano Mr. Gyn. Mas o disco - gravado em estúdio - apresenta cancioneiro inédito em 14 faixas. A outra exceção é Tentativas em Vão, música do repertório da banda de forró Garota Safada. Bruno assina a maior parte das composições inéditas. Sonhando, o álbum, vai chegar às lojas em outubro via Sony Music.

Chemical vai lançar 'Danger Days' em novembro

Danger Days - The True Lives of the Fabulous Killjoys é o título do quarto álbum de estúdio do grupo norte-americano My Chemical Romance. Previsto para ter sido lançado no primeiro semestre de 2010, o sucessor de The Black Parade (2006) vai estar nas lojas a partir de 22 de novembro. Bullet Proof Heart, Black Dragon Fighting Society e Light Behind Your Eyes seriam faixas confirmadas oficialmente pela banda. Outras músicas do álbum - (de início) produzido por Brendan'O Brien e gravado em Los Angeles (EUA) - seriam Death Before Disco e Trans-Am. O primeiro single seria Bulletproof Heart e chegaria às rádios ainda neste mês de setembro, mas tal informação do single não é oficial.

Rodrigo grava 'Sangue Latino' ao vivo com Ney

Hit do grupo Secos & Molhados, Sangue Latino vai ganhar registro de Rodrigo Santos em dueto com Ney Matogrosso. O dueto acontece nesta segunda-feira, 20 de setembro de 2010, na gravação do primeiro DVD solo de Santos em show no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ). Com Ney, o artista - visto no post em foto de Daryan Dornelles - também vai gravar Você Não Entende Nada (Rodrigo Santos e Marília Bessy). Já Frejat vai subir ao palco para cantar Um Pouco Mais de Calma - parceria sua com o baixista do Barão Vermelho - e Waiting on a Friend, faixa-título do terceiro álbum de Santos. Leoni reabre O Diário do Homem Invisível enquanto Isabella Taviani vai soltar sua voz grave em Helpless. Completando o time de convidados do DVD, o reativado grupo carioca Miquinhos Amestrados entra em cena em Popstar, Lágrimas de Crocodilo e Psicodelismo em Ipanema, hits dos 80.

19 de setembro de 2010

Artesã, Rita molda show 'Etc.' com arsenal pop

Resenha de Show
Título: Etc.
Artista: Rita Lee (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 18 de setembro de 2010
Cotação: * * * 1/2

Como Lulu Santos, Rita Lee é hábil artesã pop que dispõe de um arsenal de hits para sustentar seus shows. Uma vez disparado em cena, tal arsenal atinge todo mundo e garante a diversão. É dele que a roqueira - hoje com 62 anos e com mais graça do que fôlego - se vale para moldar seu show Etc., que roda algumas capitais desde o primeiro semestre deste ano de 2010, tendo chegado ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de ontem, 18 de setembro, em única e concorrida apresentação que lotou a casa Vivo Rio. Escorada nas guitarras potentes do marido Roberto de Carvalho e do filho Beto Lee, Rita enfileirou sucessos em roteiro de 16 números que inclui o atual hit Ti Ti Ti - composto em 1981, mas rebobinado este ano para a abertura do remake da novela global das 19h e apresentado no show com a exibição do clipe caseiro feito para divulgar a gravação - e a dublagem de Bad por cover de Michael Jackson (1958 - 2009) cuja caracterização impressionante dá ao público a sensação de estar vendo o Rei do Pop dividir o palco com a nativa Ovelha Negra. Embora deslocado no roteiro, o número impacta...
A força dos arranjos - alguns pesados, como os de Agora Só Falta Você (1975) e Vírus do Amor (1985) - encobre a fragilidade da voz de Rita. As passagens instrumentais de temas como Pagu (2000) e Atlântida (1981) também ajudam a desviar o foco do canto da roqueira - assim como as projeções que adornam cada número e como os vocais de Débora Reis e Rita Kfouri, especialmente destacados em Bwana (1987). Mesmo com Rita atuando o tempo todo dentro de uma zona de conforto, Etc. é show sedutor porque o tal arsenal de hits da artista é matador. E também porque a voz nunca foi o carro-chefe do trabalho da roqueira. Rita é do tipo que canta com o corpo todo - habilidade exemplificada pelos gestuais que traduzem os versos bipolares de Amor e Sexo (2003). E, seja como for, na hora de sucessos baladeiros como Doce Vampiro (1979) e Ovelha Negra (1975), quem canta mesmo é o público, embevecido diante de um pop tão bem acabado e diante da figura já mítica da artesã desse pop que, em temas como Banho de Espuma e Lança Perfume, adquire tom carnavalizante. Sim, show de Rita Lee é sinônimo de festa, alegria, juventude. E também de rock'n'roll, celebrado no medley do bis em que a artista (com a precária ajuda vocal de Roberto de Carvalho, em emissão ruim) faz rolar pedras certeiras do repertório dos Rolling Stones - It's Only Rock'n'Roll (But I Like It) e Start me up - antes de reeditar a brincadeira cinematográfica de Flagra (1982) e de sair de cena ao som de Erva Venenosa, a versão de Poison Ivy propagada pelo Golden Boys na Jovem Guarda, revivida pelo efêmero grupo Herva Doce nos anos 80 e retomada por Rita em 2000. Com seu veneno (direcionado aos políticos em evidência na campanha eleitoral), sua espirituosidade e seu arsenal matador, a artesã Rita ainda tem munição para fazer seu Carnaval e divertir seu público.

Rita põe Stones no roteiro de hits do show 'Etc.'

Após passar por várias capitais brasileiras, Rita Lee chegou ao Rio de Janeiro (RJ) com seu show Etc. na noite de 18 de setembro de 2010. Em boa apresentação única que lotou a casa Vivo Rio, Rita apresentou um roteiro formado basicamente por hits de várias fases de carreira iniciada em 1966. No bis, a cantora celebrou o rock dos Rolling Stones em um medley dividido por Roberto de Carvalho que agregou It's Only Rock'n'Roll (But I Like It) e Start me up. Infelizmente, o público carioca não viu a homenagem a Gal Costa, número habitual do show em que - com peruca que evoca os longos cabelos adotados por Gal nos anos 60 - a Ovelha Negra canta Baby. Eis o roteiro seguido por Rita Lee - vista no post em fotos de Mauro Ferreira - na estreia carioca do (alegre) show Etc.:
1. Agora Só Falta Você (1975)
2. Vírus do Amor (1985)
3. Pagu (2000)
4. Bwana (1987)
5. Amor e Sexo (2003)
6. Ti Ti Ti (1981)
7. Atlântida (1981)
8. Bad (1987) - Dublagem feita por cover de Michael Jackson
9. Doce Vampiro (1979)
10. Ovelha Negra (1975)
11. Banho de Espuma (1981) / Chega Mais (1979)
12. Lança Perfume (1980)
Bis:
13. Ando Meio Desligado (1970) / Mania de Você (1979)
14. It's Only Rock'n'Roll (But I Like It) (1974) / Start me up (1981)
15. Flagra (1982)
16. Erva Venenosa (1965 / 2000)

'Cover' de Michael impressiona no show de Rita

Parece Michael Jackson (1958 - 2009), mas não é. Trata-se de Nick Goulart, (impressionante) cover do Rei do Pop que entra em cena no novo show de Rita Lee, Etc., para dançar e dublar Bad, a música que deu título ao álbum lançado por Michael em 1987. Depois de passar por várias capitais brasileiras, Etc. chegou aos palcos cariocas na noite de sábado, 18 de setembro de 2010, em apresentação única na casa Vivo Rio (RJ). Nick Goulart - visto no post em fotos de Mauro Ferreira - aparece no oitavo número do roteiro formado com hits de Rita, chamando atenção pela incrível caracterização que o faz parecer um clone de Michael Jackson. 10!

Baleiro se mostra intérprete hábil em 'Concerto'

Resenha de CD
Título: Concerto
Artista: Zeca Baleiro
Gravadora: Saravá Discos
Cotação: * * * *

Por compor de forma intensa, Zeca Baleiro sempre pautou sua discografia por sua obra autoral. Contudo, em shows ou em gravações avulsas, sempre ficou evidente a habilidade do artista maranhense como intérprete. Talento reiterado no CD Concerto, registro ao vivo do homônimo show, captado ao vivo em março deste ano de 2010 no Teatro Fecap, em São Paulo (SP). Trata-se de um concerto de cordas que roça o clima de um recital camerístico. Na companhia de Swami Jr. (violão de sete cordas) e de Tuco Marcondes (violão, guitarra, gaita e bandolim), Baleiro irmana repertório que vai de Cartola (Autonomia, em abordagem reverente) a Foo Fighters (Best of You, rock abordado com leveza por Baleiro), passando por Camisa de Vênus (Eu Não Matei Joana D'Arc, em versão melódica que realça o tom delirante dos versos do tema de Marcelo Nova e Gustavo Mullen), Walter Franco (uma música pouco conhecida, Respire Fundo) e por Assis Valente (Tem Francesa no Morro, com toques de afrobeat). Dentro desse repertório de tons cinzas, um dos grandes achados do repertório é Chuva, doída canção de Gilson & Joran - dupla que, nos anos 80, forneceu hits radiofônicos para cantoras populares como Adriana - que soa pungente no registro minimalista de Baleiro. A economia dos arranjos, urdidos com cordas que nunca soam excessivas, ajuda a realçar a beleza de melodias como a de Barco, morna da lavra habitualmente inspirada de Chico César. E, mesmo que o intérprete domine a cena e o disco, Baleiro salpica alguns temas autorais em Concerto, alinhando músicas recentes (A Depender de mim) e antigas (como a Canção pra Ninar um Neguin, sensível acalanto composto em 1993 em tributo a Michael Jackson, à cuja memória a faixa é dedicada nessa regravação). Após apresentar Bangalô, samba composto com Vander Lee que evoca as clássicas parcerias de João Bosco & Aldir Blanc, Baleiro ainda arremata Concerto com faixa-bônus gravada em estúdio. Inédita da lavra autoral do compositor, Mais um Dia Cinza em São Paulo está em sintonia com o clima sombrio de muitos temas abordados pelo artista em seu elegante Concerto. Zeca tem muita bala na agulha.