23 de janeiro de 2010

iTunes vende gravações de 'Hope for Haiti Now'

Os registros exclusivos feitos por um time estelar de cantores e grupos no teleton Hope for Haiti Now - realizado e transmitido pela MTV a partir das 23h de ontem, 22 de janeiro de 2010 - podem ser comprados via iTunes. Toda a renda obtida com o comércio dos belos números musicais vai ser encaminhada para o socorro do Haiti, país devastado por dois terremotos. O elenco do emocionante Teleton incluiu Justin Timberlake (foto - arrasador em Hallelujah, tema de Leonard Cohen), Jennifer Hudson (foto - comovente em Let It Be, dos Beatles), Stevie Wonder (A Time to Love / Bridge over Troubled Water, com um coro encorpando os vocais do hit de Simon & Garfunkel), Shakira (I'll Stand by You, dos Pretenders), John Legend (Motherless Child), Mary J Blige (emocionada em Hard Times Come Again no More), Sting (Driven to Tears), Beyoncé (Halo) e Madonna (Like a Prayer), entre outros nomes. O grupo U2 se juntou a Rihanna e ao rapper Jay-Z para apresentar de Londres a inédita Stranded - Haiti Mon Amour, composta especialmente para o evento. Faça sua parte e compre!!!

Samba e bossa guiam Meira no segundo CD solo

Resenha de CD
Título: Te Chamo
Felicidade
Artista: Luiz Meira
Gravadora: Sem
Indicação
Cotação: * * *

Te Chamo Felicidade é o segundo disco solo de Luiz Meira, o (bom) violonista que toca com Gal Costa. Editado em setembro de 2009 (porém com circulação e repercussão restritas a Santa Catarina, Estado natal do músico), o sucessor de Intuição (2001) vai ser promovido ao longo deste ano de 2010 com uma série de shows pelas principais capitais do Brasil. A batida do samba pontua o CD. Às vezes, com sotaque bossa-novista, como em Quando Vens (Jean Mafra e Luiz Meira) e em Pra Ficar no Ponto (Dudu Falcão e Danilo Caymmi). Com voz opaca, mas bem colocada, Meira entoa sambas próprios (Vestido Novo, sua melhor parceria com Jean Mafra) e alheios (Libera o Bicho, de Jean Garfunkel e Paulo Garfunkel), recebendo Zeca Baleiro para um dueto em Desasado, tema maroto de Meira com Jean Garfunkel. Entre abordagens instrumentais de clássico do jazz (Autumn Leaves) e de balada de Ivan Lins (Começar de Novo), Meira joga luz sobre lado B da obra ainda pouco explorada de Marcos Valle (Que Bandeira). Sem tentar reinventar a roda, Te Chamo Felicidade se revela um disco feliz que merece atenção.

'Samba Valente' une Dora a Carlinhos e Afonso

Samba Valente - o disco de Dora Vergueiro que a gravadora Biscoito Fino está lançando neste mês de janeiro de 2010 - apresenta parcerias da cantora e compositora com o seu pai, Carlinhos Vergueiro, e com Afonso Machado. Eles criaram as melodias. Ela escreveu as letras de sambas como Fui, Túnel, João Mandou, Noites Frias, Porto Seguro e Tô de Saída. Sem a colaboração de Afonso (bandolinista que fundou o grupo carioca Galo Preto), Carlinhos e Dora Vergueiro assinam Segura e Sem Refrão. O CD tem 11 faixas.

Felicidade de Banhart ilumina What Will We Be

Resenha de CD
Título: What Will We Be
Artista: Devendra
Banhart
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 1/2

Sim, Devendra Banhart já se permite rir - como afirma em Baby, destaque entre as 14 inéditas do sexto álbum do cantor e compositor norte-americano. Recém-lançado no Brasil, What Will We Be marca a estreia do artista na Warner Music, gravadora que o acolhe após longa militância no circuito indie. Sintomaticamente, a entrada no mainstream parece ter direcionado Banhart - fã extremado de Caetano Veloso e de Mutantes - para a trilha da felicidade. Solar, ele exala alegria em faixas como o rock Rats. A psicodelia que marca seu folk aparece em Goin' Back, mas sem diluir o tom pop que norteia o álbum. Difícil não se deixar seduzir pela levada de Angelika. Sim, há belos momentos mais instrospectivos - casos das baladas First Song for B (tocada ao piano) e Last Song for B (entoada ao violão) - mas, no todo, What Will We Be é disco alegre. A luz brilha logo na primeira faixa, Can't Help but Smiling, de leve acento caribenho. Mesmo quando resolver experimentar, como em Chin Chin & Muck Muck (faixa que alterna andamentos e climas), a dose de esquisitice é suportável. Assim como 16th & Valencia Roxy Music, faixa na qual Banhart presta tributo ao grupo de Brian Ferry. A influência de Mutantes e Caetano se faz notar especialmente na tropicalista Maria Lionza. E, ao fim, leve em seu paraíso tropical, Banhart se aproxima da praia do reggae em Foolin, reiterando a felicidade de seu ensolarado sexto álbum.

Sony lança no Brasil segundo álbum de Lambert

Lançado (nos Estados Unidos) em 23 de novembro de 2009, o segundo álbum do polêmico Adam Lambert - For your Entertainment - acaba de ganhar edição brasileira, pela Sony Music, neste começo de 2010. Vice-campeão da oitava edição do programa American Idol, Adam Lambert debutou no mercado fonográfico com Take One (2009), mas, como não tinha projeção, seu segundo álbum tem o peso de um primeiro disco. Lambert é co-autor de quatro faixas (Strut, Aftermath, Pick U Up e Broken Open) e conta, ao longo do álbum, com colaborações de time estelar. Lady Gaga, por exemplo, assina Fever com o produtor Jeff Bhasker. P!nk é parceira dos suecos Max Martin e Johan Shellback em Whataya Want from me. Matthew Bellamy, do Muse, compôs Soaked. Rob Cavallo pilotou a produção de quatro faixas. Entre elas, Time for Miracles, tema do blockbuster 2012. Ao todo, o CD tem 14 faixas.

22 de janeiro de 2010

One Life Stand traz Hot Chip pop e melancólico

Resenha de CD
Título: One Life Stand
Artista: Hot Chip
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

Quarto álbum do Hot Chip, One Life Stand tem lançamento agendado para 1º de fevereiro de 2010, via EMI Music, mas já caiu na rede. Como já sinaliza a primeira de suas 10 faixas, Thieves in the Night, inebriante em seus 6 minutos e nove segundos, o quinteto inglês retorna ao disco com som mais pop, orgânico e dançante. Guinada, a rigor, já esboçada no terceiro álbum da banda de electro-pop, Made in the Dark (2008). A diferença reside na dose mais alta de melancolia que tempera temas como I Feel Better - tema no qual, afinal, não são tão perceptíveis assim as alardeadas influências de registros de Susan Boyle (I Dreamed a Dream) e Madonna (La Isla Bonita). É fato que o encanto da primeira faixa diminui um pouco na segunda, Hand me Down your Love, mas, no todo, One Life Stand é álbum interessante. Pode não trazer uma música tão irresistível quanto Over and Over - o megahit do segundo álbum do Hot Chip, The Warning (2006) - porém o conjunto da obra é digno de muitos elogios. De climas sintetizados, a faixa-título, One Life Stand, tem seu charme nos vocais sobrepostos. Na boa sequência, Brothers aprofunda o tom melancólico que norteia One Life Stand (tanto o álbum como a música que lhe dá nome), direcionando o electro-pop do Hot Chip para outras pistas (no caso de Brothers, com direito a um piano). Dentre as baladas, Slush é o maior destaque. Entoada a duas vozes, Slush tem belo instrumental pautado pela delicadeza. Enfim, a banda de Alexis Taylor segue em trilha ascendente na cena (electro)pop - como, aliás, já indicara Take it in, primeiro single deste One Life Stand, álbum sedutor e coerente com o Hot Chip.

Líder do Pixies, Black Francis anuncia CD solo

Mentor da (desativada) banda Pixies, Black Francis anunciou esta semana que vai lançar um novo álbum solo. Sucessor de Svn Fngrs (2008), NonStopErotik tem lançamento previsto para 5 de abril de 2010. O disco foi produzido por Eric Drew Feldman. Entre as 11 faixas do CD, há Cinema Star, Lake of Sin, O my Tidy Sum, Rabbits, Wheels, Dead Man's Curve, Corrina, Six Legged Man, Wild Son e When I Go Down on You - além da música-título do CD.

Inéditas e tributo a Michael no DVD de Pausini

Recém-lançado no Brasil, pela Warner Music, Laura Live 09 World Tour chegou às lojas em edição dupla que agrega CD e DVD. O registro ao vivo foi captado em diversas cidades do mundo - a rota de gravação incluiu Milão, Malta, Palermo, Nápoles, Bruxelas, Barcelona, Roma, Nova York e São Paulo, entre outros locais - durante a turnê de 2009 em que a cantora italiana promoveu seu último álbum de estúdio, Primavera in Anticipo. CD e DVD têm conteúdos similares, mas não idênticos. Ao todo, o repertório contabiliza três músicas inéditas (Con la Musica Alla Radio, Non Sono Lei e Casomai), cujos clipes podem ser vistos nos extras do DVD. No CD, Con la Musica Alla Radio e Non Sono Lei aparecem em registros de estúdio. Já Casomai roda na forma como foi captada em São Paulo (SP), durante a passagem de som do show feito pela cantora na capital paulista. Nos extras do DVD, há ainda um tributo a Michael Jackson (1958 - 2009) - prestado com a música Heal the World.

Lionel regrava 'We Are the World' para o Haiti

Lionel Richie vai regravar o hit We Are the World para ajudar as vítimas dos terremotos que ajudaram o Haiti. Parceria de Richie com Michael Jackson (1958 - 2009), a música foi gravada em 1985 - com grande produção de Quincy Jones - em benefício da África por time estelar de artistas que, além dos autores, incluiu Stevie Wonder, Dionne Warwick, Ray Charles (1930 - 2004), Bruce Springsteen e Tina Turner, entre outros. A ideia de Richie é regravar a música - novamente com a colaboração de Quincy Jones - em 1º de fevereiro de 2010, em Los Angeles (EUA), com elenco que deverá incluir nomes como John Legend, Wyclef Jean, Fergie, Alicia Keys, Sting e Usher, entre outros. O produtor Ken Ehrilich cuidaria da gravação, com o devido aval de Quincy Jones.

21 de janeiro de 2010

Gorillaz revela capa e faixas de 'Plastic Beach'

O Gorillaz revelou a capa (foto) e o repertório de seu terceiro álbum, Plastic Beach, nas lojas a partir de 6 de março de 2010. O primeiro single, Stylo, vai ser lançado na próxima terça-feira, 26 de janeiro. A faixa tem intervenções de Mos Def e do veterano cantor de r & b Bobby Womack. Recheado de colaboradores, o CD conta com adesões de nomes como Lou Reed e Snoop Doog. Eis as 16 faixas - com seus respectivos convidados - de Plastic Beach:
1. Orchestral Intro
2. Welcome to the World of the Plastic Beach (com Snoop Dogg)
3. White Flag (com Kano & Bashy)
4. Rhinestone Eyes
5. Stylo (com Bobby Womack e Mos Def)
6. Superfast Jellyfish (com Gruff Rhys e De La Soul)
7. Empire Ants (com Little Dragon)
8. Glitter Freeze (com Mark E Smith)
9. Some Kind of Nature (com Lou Reed)
10. On Melancholy Hill
11. Broken
12. Sweepstakes (com Mos Def & Hypnotic Brass Ensemble)
13. Plastic Beach (com Mick Jones & Paul Simonon)
14. To Binge (com Little Dragon)
15. Cloud of Unknowing (com Bobby Womack)
16. Pirate Jet

Feliz, Wanderléa sintoniza velha estação no Rio

Resenha de Show
Título: Som de Verão - Jovem Guarda
Artista: Wanderléa (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Sesc Ginástico (RJ)
Data: 20 de janeiro de 2010
Cotação: * * 1/2

"Wanderléa é a maior", gritava a plateia de fãs de primeira hora no refrão de É Tempo do Amor, um sucesso do cantor francês Marc Aryan que, na versão em português de Rossini Pinto, foi gravado pela Ternurinha em 1965 ao lado do conjunto The Youngsters. Sim, Wanderléa ainda é a maior para o público que foi ao Teatro Sesc Ginástico na noite de quarta-feira, 20 de janeiro de 2010, ver o segundo dos dois shows que trouxeram a cantora ao Rio de Janeiro (RJ). Presença bissexta em palcos cariocas, Wandeca voltou à cena dentro de um projeto centrado na Jovem Guarda (a atração da próxima semana é Martinha). O estado febril de seu fiel público de meia-idade pareceu um simulacro - em óbvias menores proporções - do frenesi que a cantora provocava nas velhas tardes de domingo em que comandou, com Roberto e Erasmo Carlos, o programa que espalhou a semente pop no Brasil, a partir de 1965.

Aos 63 anos, em boa forma física e vocal, Wanderléa permanece vinculada ao pop seminal, simples e eficiente da Jovem Guarda. Bem que ela tentou sair da beira do caminho, lançando discos antenados nos anos 70, mas quase ninguém quis ouvir. A partir da década de 80, desistiu de remar contra a maré, retornou à música mais popular, conseguiu um hit radiofônico (Na Hora da Raiva, presente dos amigos solidários Roberto e Erasmo Carlos em 1981) e passou a sobreviver de revivals de seu passado de glória. Sem perder a ternura. No palco do Sesc Ginástico, acompanhada por banda que executava arranjos insossos, Wanderléa viveu de seu passado como se ainda fosse a rainha da juventude, com direito a coreografias em Exército do Surf. Afagou egos de fãs antigos (alguns citados nominalmente), enfileirou baladas como Eu Já Nem Sei em set choroso e reviveu os sucessos mais animados e contundentes (Prova de Fogo, Pare o Casamento) da época em que ela era a mais perfeita tradução da rebeldia feminina na música brasileira. Por sua empatia, acabou disfarçando a aura crespuscular do show, cujo roteiro desconexo alternou hits da Jovem Guarda - os próprios (Foi Assim, canção insistentemente pedida pelo público) e os alheios (Quase Fui lhe Procurar, Negro Gato, Devolva-me, Gatinha Manhosa) - com algumas músicas do último belo álbum da cantora, Nova Estação, cujo show, que estreou em São Paulo (SP) em dezembro de 2008, ainda não foi apresentado no Rio de Janeiro. Contudo, o público de fãs queria que Wandeca sintonizasse as velhas estações. E foi o que ela fez, feliz com o coro popular de Ternura - pretexto para que as luzes da platéia fossem acendidas - e com a receptividade calorosa do público. Que aplaudiu os canastrões gestos dramáticos esboçados pela intérprete em Na Hora da Raiva e a jogada do buquê em Pare o Casamento. Menos óbvia foi a lembrança de um lado B da Jovem Guarda, Boa Noite, Meu Bem, versão de Rossini Pinto para um hit do grupo The Dixiebelles. Lado B que, a rigor, era originalmente um lado A, pois Boa Noite, Meu Bem foi a faixa que abriu o quarto LP da cantora, A Ternura de Wanderléa (1966). Mais tarde, atendendo a um pedido de um fã, improvisou com segurança Meu Bem Lollypop, hit de 1964. Ecos daquelas tardes de domingo que permanecem jovens na memória dos fãs da cativante Ternurinha.

Coletânea repassa a vida de Sosa em 36 canções

Chega às lojas do Brasil no fim deste mês de janeiro de 2010 uma nova coletânea dupla de Mercedes Sosa (1935 - 2009), editada pela Universal Music. Siempre - Una Vida en Canciones revê a trajetória musical da cantora argentina através de 36 gravações. O CD 1 reúne músicas calcadas no folclore argentino. O CD 2 procura realçar a interação de La Negra com os ritmos da América Latina. Eis o repertório da compilação:
Disco 1
1. Alfonsina Y el Mar
2. Todo Cambia
3. Como Pájaros en el Aire
4. La Villerita
5. A Monteros
6. Agitando Pañuelos
7. El Violín de Becho
8. Al Jardín de la República
9. Viejo Corazón
10. Juana Azurduy
11. Canción con Todos
12. Tonada del Viejo Amor
13. Calle Angosta
14. Canción de las Simples Cosas
15. Déjame que me Vaya
16. Serenata para La Tierra de Uno
17. Zamba para no Morir
18. Gracias a la Vida

Disco 2
1. Como la Cigarra
2. La Maza
3. Inconsciente Colectivo
4. Solo le Pido a Dios
5. Y Dale Alegría a mi Corazón
6. Años
7. La Belleza
8. Todavía Cantamos
9. Fragilidad
10. Drume, Negrita
11. Maria Maria
12. Vuelvo al Sur
13. Corazón Libre
14. Razón de Vivir
15. De mi
16. Canción para Carito
17. De Alguna Manera
18. Honrar la Vida

DVD e blu-ray de 'This Is It' estão em pré-venda

Já estão em pré-venda o DVD e o blu-ray (capa à esquerda) de This Is It, o filme dirigido por Kenny Ortega que descortinou os bastidores dos ensaios da turnê que Michael Jackson (1958 - 2009) iria estrear em Londres, em julho de 2009, se não tivesse morrido em 25 de junho, dias antes da estreia. O lançamento mundial do DVD e do blu-ray de This Is It está confirmado pela Sony Music para 26 de janeiro de 2010, inclusive no Brasil, onde o blu-ray também vai chegar às lojas simultaneamente com o DVD. Quem optar pelo DVD poderá comprar a edição simples ou uma dupla, que traz um segundo DVD com 50 minutos de extras (já incluídos no blu-ray). This is it.

Rihanna, U2 e Jay-Z gravam em favor do Haiti

Devastado por dois terremotos, o Haiti recebe ajuda de todo o mundo. Inclusive a do meio musical. Rihanna, por exemplo, gravou cover de Redemption Song (Bob Marley), cuja venda - feita via iTunes por 1,29 dólares - vai ter sua renda destinada integralmente ao socorro dos haitianos. Já o grupo U2 e o rapper Jay-Z se reuniram - reeditando a parceria vista no Europe Music Awards - para gravar um single em benefício do Haiti. Produzida por Swizz Beat, a música já foi composta e gravada na semana passada. De título ainda não divulgado, o single vai ser vendido via iTunes - possivelmente até o fim deste mês de janeiro de 2010.

20 de janeiro de 2010

Roberta abre bem roda solar que saúda Roque

Resenha de Show
Título: Quando o Canto É Reza
Artista: Roberta Sá e Trio Madeira Brasil
Local: Centro Cultural Carioca (RJ)
Data: 19 de janeiro de 2010
Foto: Rodrigo Amaral
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz às terças-feiras - até 9 de fevereiro de 2010

Compositor baiano lançado em disco por Clara Nunes (1942 - 1983) em 1979, Roque Ferreira viria a fazer sucesso popular em 1995, ano em que Zeca Pagodinho lançou o Samba pras Moças. Nos últimos anos, o autor tem sido presença recorrente nas fichas técnicas dos álbuns de Maria Bethânia com seu vivaz repertório enraizado nas tradições rítmicas do Recôncavo Baiano. Em 2007, Roberta Sá - uma das melhores cantoras surgidas nos anos 2000 - pôs sua voz leve a serviço de um samba de Roque, Afefé, gravado pela intérprete com o Trio Madeira Brasil para uma coletânea de gravações inéditas, Samba Novo, editada pela gravadora Som Livre. Afefé é o embrião do terceiro álbum de estúdio de Roberta, a ser gravado depois do Carnaval com repertório inteiramente dedicado à obra de Roque Ferreira. Um cancioneiro de tom afro-brasileiro que está sendo testado pela cantora no show Quando o Canto É Reza, em cartaz às terças-feiras (até 9 de fevereiro de 2010) no Centro Cultural Carioca, pequena casa do Rio de Janeiro.

"Bem-vindos à grande roda em homenagem a Roque Ferreira", saudou Roberta no palco dividido com o Trio Madeira Brasil e com os percussionistas Zero e Paulino Dias. A cantora se referiu ao fato de a obra solar de Roque estar calcada no samba-de-roda que brotou no Recôncavo Baiano. Sem dispensar eventualmente o toque do ijexá e a levada da chula, as músicas de Roque são belos cartões-postais da Bahia. Em total sintonia com o ritmo, as letras de seus sambas evocam os signos da fé afro-brasileira - citando de forma recorrente os orixás do Candomblé - e do universo baiano. É prato cheio para cantoras como Bethânia e Mariene de Castro, para citar somente duas intérpretes que recorrem regularmente ao cancioneiro de Roque. O grande diferencial da abordagem de Roberta Sá reside na sua união com o Trio Madeira Brasil. Sem ofuscar a percussão, elemento essencial em qualquer roda, as cordas do trio são a cereja do bolo que dão sabor especial aos sambas de Roque sem trair sua essência rítmica. Até porque Zé Paulo Becker, Marcello Gonçalves e Ronaldo do Bandolim exibem molejo para encarar sambas como Tricô (que vem a ser a versão integral da música lançada por Maria Bethânia como A Mão do Amor no álbum Tua, de 2009). Os arranjos de Becker e Gonçalves preservam a vibração da obra, sem recorrer aos clichês do samba.

Já ao entrar em cena, cantando a capella uma folia de reis enquanto caminha para o palco, Roberta Sá expõe sua intimidade com o tom quase folclórico dos temas de Roque. Se Água Doce (um ijexá do qual foi extraído o título Quando o Canto É Reza) mais parece um samba em apropriado feitio de oração, Chita Fina introduz a vivacidade rítmica que pontua o refinado repertório selecionado por Roberta com seus versos repletos de imagens cinematográficas que citam o mar, os orixás, os colares e as saias rodadas, entre outros símbolos que mitificam a Bahia ao olhos do Brasil. Símbolos reiterados em Orixá de Frente e em Mulata de Ouro, temas vivazes que se impõem no roteiro. Seja no ritmo da chula (Xirê), do ijexá (Menino) ou do coco (Cocada, deliciosa na interpretação graciosa de Roberta Sá), a obra de Roque Ferreira exala luz, alegria e poesia. "Aprendi no marejo do mar as manhas do amor", poetiza, aliás, Roberta em verso do melodioso samba Marejada. Tão envolvente quanto a levada de Catimbó. Nessa onda afro-brasleira, Mão de Ofá e Axé de Oxum são muito bem costuradas em medley cujo elo é a devoção do compositor aos orixás. No cancioneiro de Roque, há pouco ou nenhum lugar para a dor. Até as mágoas de amor são dissolvidas com fé e atitude - como em Tô Fora, samba que exemplifica a evolução do canto de Roberta Sá. Ela está cantando para fora e soltando a voz com mais força, mas sem perda da leveza que sempre dá graça às suas interpretações. Enfim, a julgar pelo show Quando o Canto É Reza, Roberta Sá vai fazer em 2010 um terceiro álbum de estúdio tão impactante e tão coeso quanto seus dois trabalhos anteriores, Braseiro (2005) e Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria (2007). Ela abriu muito bem a grande roda, mostrando que sabe rezar pela cartilha de Roque Ferreira. Que venha o disco!

Roberta reaviva hit de Zeca com Madeira Brasil

Samba composto por Roque Ferreira com Dudu Nobre, lançado em 2000 por Zeca Pagodinho como a faixa-título de seu 14º álbum, Água da Minha Sede é uma das poucas músicas não inéditas do roteiro do show Quando o Canto É Reza, em que Roberta Sá aborda o repertório afro-baiano de Roque. O samba ressurgiu repaginado - mais melódico - no belo show, a ponto de ter sido repetido no bis na apresentação de 19 de janeiro de 2010. Na companhia sempre luxuosa do Trio Madeira Brasil (visto com a cantora na foto de Rodrigo Amaral), Roberta está testando no show - em cartaz às terças-feiras no Centro Cultural Carioca, no Rio de Janeiro (RJ), até 9 de fevereiro - as músicas que vai gravar em seu terceiro álbum de estúdio, inteiramente dedicado ao repertório de Roque Ferreira. Entre inéditas como Marejada e Mulata de Ouro, a intérprete incluiu Mandingo - parceria do compositor com Pedro Luís, gravado por Pedro Luís e a Parede no álbum Ponto Enredo (2008) - e Tricô, que vem a ser a versão integral de A Mão do Amor, o tema lançado por Maria Bethânia no álbum Tua (2009). Espécie de Obra em Progresso de Roberta Sá, o show Quando o Canto É Reza tem roteiro elástico. Como Sá alertou em cena, outras músicas entrarão ao longo da temporada. Eis o roteiro seguido na inebriante apresentação de 19 de janeiro:
1. Folia de Reis (a capella)
2. Água Doce
3. Chita Fina
4. Tricô (A Mão do Amor)
5. Xirê
6. Cocada
7. Água da Minha Sede
8. Orixá de Frente
9. Marejada
10. Mão de Ofá / Axé de Oxum
11. Catimbó
12. Menino
13. Mandingo
14. Tô Fora
15. Parabéns / Mulata de Ouro
16. Zambiapungo
Bis:
17. Água de Minha Sede
Bis II:
18. Chita Fina

Calixto cresce em cena com sua presença vivaz

Resenha de Show
Título: Aline Calixto
Artista: Aline Calixto (em fotos de Mauro Ferreira)
Participações especiais: Renegado e Wilson Moreira
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 19 de janeiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
"Que coreografia!!!", exclamou, feliz e espontâneo, o bamba Wilson Moreira tão logo entrou no palco do Teatro Rival, convocado por Aline Calixto, a dona do show. O elogio do compositor não foi mera rasgação de seda diante da anfitriã. Com ótima presença cênica, a cantora cresce no palco com seu gingado e sua voz vivaz, valorizando o repertório inédito de seu primeiro CD, lançado em 2009 pela Warner Music. Ao vivo, sambas como Rainha das Águas (Douglas Couto e Rodrigo Santiago) ganham luminosidade. Luz forte que emanou também da presença majestosa de Wilson Moreira, que fez reluzir pérolas do pagode como Quintal do Céu (parceria de Moreira com Jorge Aragão) e Banho de Felicidade (parceria do compositor com Adalto Magalha). Na sequência, já em dueto com Aline, Moreira entrou no ritmo do partido mais alto (marcado com as palmas da platéia) em Formiga Miúda, fechando sua participação - a pedido do público - com um quarto número, Uma Só Voz (Edu Krieger), não previsto no roteiro. Também não prevista, a participação do rapper mineiro Renegado - de quem Calixto cantara o samba Faz o Seguinte - valorizou ainda mais a apresentação dessa cantora nascida no Rio de Janeiro (RJ), mas criada em Minas Gerais. Meu Canto - em que Renegado e Calixto alternaram a batida do rap com a cadência do samba - foi um dos números mais empolgantes do show. Renegado teve desenvoltura.
Escorada numa afiada banda mineira, como caracterizou Wilson Moreira, Calixto foi crescendo em cena à medida que o show avançou. No início, sambas como Tudo que Sou (Toninho Geraes e Toninho Nascimento) e Enfeitiçado (Affonsinho) sinalizaram uma apresentação apenas correta, mas essa impressão foi se diluindo aos poucos. Entre o toque baiano do ijexá (Oxossi, de Roque Ferreira) e a nobre pegada melódica dos bambas cariocas (Retrato da Desilusão, de Monarco e Mauro Diniz), Calixto transita na ponte Rio-Bahia sem esquecer de passar pela trilha mineira. Promessado (Noriel Vilela) e Samba de Dois-Dois (Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro), por exemplo, são temperados pela banda com pitadas rurais que evocam o som das Geraes. Por mais que faça incursões meramente regulares pelos repertórios de Chico Buarque (A Volta do Malandro) e Martinho da Vila (Quem É do Mar Não Enjoa), Calixto em cena se revela intérprete promissora. A vivacidade com que encara o ritmo veloz de Cara de Jiló (parceria da artista com Juliano Buteco) atesta segurança. Mesmo sem ter um timbre especialmente original, ela segura a atenção do público. Nem tanto no disco, mas, sobretudo, no seu (bom) show.

Cherry grava Alone ao vivo com Gadú para DVD

Maria Gadú foi a única convidada do show feito pelo cantor sueco Eagle-Eye Cherry no Circo Voador, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de ontem, 19 de janeiro de 2010. O show foi gravado ao vivo para edição em DVD. Gadú - vista com Cherry na foto de Simone Cardozo - cantou com o anfitrião a inédita Alone, novidade de roteiro que teve música do grupo norte-americano Talking Heads, Psycho Killer. Eis o set list do show registrado por Cherry no Rio:
1. Been Here Once Before
2. She Didn't Believe
3. Don't Give up
4. Atlantic City
5. Rainbow Wing
6. Falling in Love Again
7. Together
8. Alone - com Maria Gadú
9. Comatose
10. Burning up
11. Psycho Killer
12. Feels so Right
13. Still Having Fun?
Bis:
14. Lonely Days
15. Up 2 You
16. Save Tonight

Com Ney, Alzira adianta disco em show inédito

Alzira E - atual nome artístico da cantora e compositora Alzira Espíndola - mostra no show Finalmente músicas inéditas que vão integrar o repertório do CD de inéditas que a artista lança neste ano de 2010. Entre elas, parcerias com Alice Ruiz (Nosso Presente) e o poeta ArrudA (Olhos de Chico Buarque e Beijos Longos, esta composta também com Jerry Espíndola). Em cartaz no Sesc Pinheiros (SP) nesta quarta e quinta-feira, 20 e 21 de janeiro, o show Finalmente põe Alzira no palco com Ney Matogrosso (visto acima com a cantora na foto de Carol Mendonça). O cantor - que desde 1999 grava músicas de Alzira - abriu uma brecha na agenda da turnê nacional do show Beijo Bandido para participar das duas sessões de Finalmente. Ney vai cantar com Alzira composições como Bomba H, Transpiração e Existem Coisas na Vida - todas já gravadas por ele - e tema da lavra de Itamar Assumpção (1949 - 2003), entre outras músicas.

19 de janeiro de 2010

Roberta e Trio já rezam pela cartilha de Roque

Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil já estão burilando no show Quando o Canto É Reza as músicas do compositor baiano Roque Ferreira que farão parte do próximo álbum da cantora (vista acima com o trio na foto de Felipe Almeida). Em cartaz às terças-feiras no Centro Cultural Carioca, no Rio de Janeiro (RJ), o show traz no roteiro inéditas compostas por Roque, sozinho ou em parceria com nomes como Martinho da Vila e os violonistas Marcello Gonçalves e Zé Paulo Becker, que integram o Trio Madeira Brasil ao lado de Ronaldo do Bandolim. Orixá de Frente, Cocada e Água Doce são três músicas do repertório de sotaque brasileiro. Os percussionistas Paulino Dias e Zero Telles se unem ao trio e à cantora no projeto, inicialmente intitulado Chita Fina.

Jeff Beck anuncia álbum com Joss e orquestra

Primeiro álbum de Jeff Beck em sete anos, Emotion & Commotion tem lançamento agendado para 16 de abril de 2010, pela Warner Music. O guitarrista gravou o CD em 2009 no estúdio Sarm, em Londres, com os produtores Steve Lipson e Trevor Horn. Algumas faixas - entre elas, Somewhere over the Rainbow (tema do filme O Mágico de Oz) e Nessun Dorma (ária da ópera Turandot, de Puccini) - foram gravadas com orquestra sinfônica formada por 30 músicos. Entre as inéditas, há Hammerhead e Never Alone. Emotion & Commotion tem intervenções das cantoras Imelda May (em Lilac Wine), Olivia Faith (em Elegy for Dunkirk) e Joss Stone (I Put a Spell on You e There's No Other me).

CD que junta choro e funk abre Biscoito Digital

Parceria (inusitada) entre o DJ Sany Pitbull e o pandeirista Sergio Krakowski - integrante do grupo de choro Tira Poeira - reuniu o batidão do funk carioca com a linguagem do som instrumental brasileiro. A original fusão pode ser ouvida no disco TelecotecnoFunk, o primeiro título do novo selo da gravadora Biscoito Fino, Biscoito Digital. Editado somente em formato digital, o CD é resultado do sucesso da série de shows que aconteceu no Rio de Janeiro (RJ) ao longo de 2009. A partir desta terça-feira, 19 de janeiro de 2009, a Biscoito Fino põe no ar hotsite com todas as informações sobre o disco, cujo lançamento foi agendado para 23 de janeiro, no festival Humaitá pra Peixe.

Blur lança filme que sairá em DVD em fevereiro

Foi lançado nos cinemas europeus nesta terça-feira, 19 de janeiro de 2010, No Distance Left to Run, documentário sobre o grupo britânico Blur. Através de entrevistas e de inéditas imagens de arquivo, o filme - dirigido por Will Lovelace e Dylan Southern - repassa em 98 minutos a trajetória da banda, uma das mais importantes do rock rotulado como BritPop. O documentário foi feito durante os ensaios do show feito pelo Blur em julho de 2009 no Hyde Park, em Londres. Aliás, o registro ao vivo deste show vai ser lançado em DVD juntamente com o filme. A chegada às lojas do DVD duplo está agendada pela EMI Music para 15 de fevereiro. O último álbum do Blur saiu em 2003.

Duplo ao vivo do R.E.M. tem a pegada do grupo

Resenha de CD
Título: Live at the
Olympia in Dublin
39 Songs
Artista: R.E.M.
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Após alguns discos de baladas e clima melancólico, o R.E.M. tirou o pé do freio no álbum de tom roqueiro apropriadamente intitulado Accelerate (2008). Antes de gravar este CD, o grupo reviveu músicas esquecidas de sua discografia e testou o então inédito repertório de Accelerate numa série de cinco shows realizados no Olympia Theatre, de Dublin (Irlanda), entre julho de 2007. A gravação destas cinco apresentações gerou R.E.M. Live at the Olympia in Dublin 39 Songs, título ao vivo disponível desde 27 de outubro de 2009 nos formatos de DVD e CD duplo. Por conta do propósito dos shows, o registro não vai soar redundante para quem já tem o R.E.M. Live de 2007. O roteiro é inusitado e está longe de ser um best of da banda. Ao contrário: reaparecem hits do início indie da trajetória do grupo (Carnival of Sorts, Gardening at Night, Driver 8 e Pretty Persuation), raros lados B (Auctionner, Circus Envy) e até duas inéditas (Staring Down the Barrel of the Middle Distance e On the Fly, músicas que não entraram no álbum Accelerate). Repertório à parte, a gravação ao vivo - pilotada pela própria banda em parceria com o produtor Jacknife Lee - tem pegada. Batida de rock coerente com que o tom de Accelerate, cujo repertório pode ser conferido em sua versão seminal. Disguised, por exemplo, é o embrião de Supernatural Superserious. Embora o ouvinte seja advertido antes da primeira faixa de que não se trata de um show ("This Is Not a Show"), o fato é que R.E.M. Live at the Olympia in Dublin 39 Songs é ótimo registro de show.

Barões se reúnem em estúdio para tocar Beatles

Embora o grupo Barão Vermelho continue em recesso por tempo indeterminado, três músicos da banda carioca - Rodrigo Santos (baixo - à esquerda na foto), Guto Goffi (bateria) e Fernando Magalhães (guitarra) - se reencontram recentemente num estúdio do Rio de Janeiro (RJ), o Atemporal. A reunião foi para gravar participação no CD Beatles 70, produzido pelo selo Discobertas para celebrar os 40 anos do lançamento do último álbum editado pelos Beatles, Let It Be (1970). Os barões se uniram à cantora Marília Bessy na regravação de uma das faixas do álbum, For You Blue (George Harrison). Além de tocar baixo, Rodrigo dividiu os vocais do blues com Bessy. O tributo Beatles 70 tem lançamento agendado para abril de 2010 pelo produtor do CD, Marcelo Fróes.

18 de janeiro de 2010

Em trio, Donato recria obra no CD 'Sambolero'

Com distribuição da Universal Music, a gravadora Dubas Música lança neste mês de janeiro de 2010 Sambolero, novo álbum de João Donato. Assinado pelo João Donato Trio, o disco traz regravações inéditas dos maiores sucessos do compositor com o toque do grupo formado pelo baixista Luiz Alves, o baterista Robertinho Silva e o próprio Donato (ao piano). A seleção musical inclui A Rã, Nasci para Bailar, Café com Pão, Lugar Comum, Brisa do Mar, Bananeira e Amazonas. Das 14 faixas, a única não instrumental é Sambou, Sambou - o dueto com Zeca Pagodinho, já lançado no penúltimo álbum de Zeca, Uma Prova de Amor (2008), mas gravado para o CD de João Donato.

Flaming Lips experimenta muito em Embryonic

Resenha de CD
Título: Embryonic
Artista: The Flaming Lips
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

É difícil digerir de imediato o radical 12º álbum do grupo The Flaming Lips. Ao longo de 18 faixas, que incluem temas instrumentais como Scorpio Sword e Aquarius Sabotage, Embryonic apresenta - de forma desordenada - uma sucessão de barulhos (microfonias, distorções, riffs de guitarra) que tornam o disco altamente experimental. Fãs antigos do grupo podem até se identificar com Embryonic, um dos álbuns mais estranhos da banda. Fãs mais novos talvez não consigam embarcar na viagem que agrega tripulantes como o duo MGMT - parceiro e convidado da psicodélica Worm Mountain - e Karen O. A estrela indie do grupo Yeah Yeah Yeahs cria sons onomatopaicos para simular a presença de animais em I Can Be a Frog. Usando recursos tecnológicos como o vocoder (na faixa Impulse), o Flaming Lips concebeu álbum que não dá trégua ao ouvinte. Fragmentos de melodias dão a impressão de que o CD apresenta o rascunho do que poderia vir a ser um bom repertório. A ordem parece ter sido soar fora da ordem, criando sensação de caos. O clima é de jam session. Pela alta dose de experimentações, Embryonic é disco recomendado somente para admiradores fervorosos do rock - alternativo, mais do que nunca - do Flaming Lips. Contudo, soa bem coerente com a trajetória inicial da banda.

CD 'Viver a Vida 2' traz quarta trilha da novela

A gravadora Som Livre põe nas lojas, ainda neste mês de janeiro de 2010, o CD Viver a Vida 2, que, apesar do título, já é a quarta trilha sonora da novela a ser editada em disco. O título se refere ao fato de se tratar da segunda trilha nacional da trama, embora, a rigor, haja na seleção três fonogramas estrangeiros entre onze gravações brasileiras. Eis as 14 músicas do disco Viver a Vida 2:

1. Mais Alguém - Roberta Sá
2. O Último Pôr do Sol - Lenine
3. Vem Ver - Tamy
4. The Man I Love - Caetano Veloso
5. Presente - Passado - Isabella Taviani
6. Somewhere over the Rainbow - Melody Gardot
7. I Go, I Go - Leo Maia
8. A Próxima Vez - Playmobille
9. Meu Pedaço de Saudade - Vanessa Falabella
10. Too Marvelous For Words - Diana Krall
11. Makin’ Whoopee - Louis Armstrong
12. Fotografia - Mariana de Moraes
13. Nova Ilusão - Joyce Moreno
14. Jogo Sujo - Erasmo Carlos

Bone e Ryan vencem Paul no 67º Globo de Ouro

Apesar da presença (sempre) imponente de Paul McCartney na platéia e na relação de indicados, os compositores T Bone Burnett (à esquerda) e Ryan Bingham foram os vencedores do Globo de Ouro de Melhor Canção Original na 67ª edição do segundo prêmio mais importante do cinema norte-americano. A cerimônia de entrega dos troféus foi realizada em Los Angeles (EUA) na noite de domingo, 17 de janeiro de 2010. T Bone e Ryan derrotaram concorrentes como Paul e o grupo U2 por conta de The Weary Kind (Theme from Crazy Heart), música composta para o filme Crazy Heart, ainda inédito no Brasil. Já o Globo de Ouro de Trilha Sonora Original foi para Michael Giacchino, pela música de Up - Altas Aventuras, longa-metragem de animação.

17 de janeiro de 2010

Morte do marido norteia The Sea, álbum de Rae

Segundo álbum de Corinne Bailey Rae, The Sea vai ser lançado nos Estados Unidos em 26 de janeiro de 2010, via EMI Music. chegando às lojas do Reino Unido uma semana depois, em 1º de fevereiro. Algumas inéditas do repertório autoral - em especial, Are You Here? (a primeira das doze faixas) - foram inspiradas pela morte do marido da cantora e compositora inglesa, Jason Rae, vítima de overdose em março de 2008. The Sea é o sucessor de Corinne Bailey Rae, álbum de 2006 que vendeu mais de quatro milhões de cópias no mundo todo por conta do estouro dos singles Like a Star e Put your Records on. Rae assina a produção com Steve Brown e Steve Chrisanthou. Eis as doze faixas do álbum:
1. Are You Here?
2. I'd Do It All Again
3. Feels Like the First Time
4. The Blackest Lily
5. Closer
6. Love's on Its Way
7. I Would Like to Call It Beauty
8. Paris Nights / New York Mornings
9. Paper Dolls
10. Diving for Hearts
11. The Sea
12. Love's on Its Way (Live at The Tabernacle - London)

Manilow recorre às canções de amor atemporais

Seguindo os passos seguros de Rod Stewart, Barry Manilow - cantor lançado na década de 70 com hits românticos como Mandy - renasceu das cinzas no mercado fonográfico norte-americano nos últimos anos ao regravar standards. The Greatest Love Songs of All Time é o novo álbum de Manilow no gênero. Nas lojas dos Estados Unidos a partir de 26 de janeiro de 2010, o CD enfileira regravações de temas de amor do jazz e da canção americana que foram propagados por nomes como Elvis Presley (Love me Tender), Carpenters (We've Only Just Begun), Frank Sinatra (Love Is Here to Stay, a parceria de George & Ira Gershwin que mereceu também registros de Dinah Washington e de Ella Fitzgerald), Etta James (How Deep Is the Ocean?) e Johnny Mathis (The Twelfth of Never), entre outros. Sairá via Arista/Sony Music.

Santana recicla Supernatural com bônus inédito

Álbum que reabilitou Santana no mercado, Supernatural (1999) ganha Legacy Edition que festeja - com alguns meses de atraso... - os 10 anos do lançamento deste disco que vendeu cerca de 25 milhões de cópias no mundo. Nas lojas dos Estados Unidos a partir de 16 de fevereiro de 2010, a Legacy Edition é dupla e apresenta bônus inédito no CD adicional. Entre as novidades, há registros nunca lançados de Bacalao con Pan, Angel Love (Come with me), The Calling Jam (com Eric Clapton), Rain Down on me (com Dave Matthews & Carter Beauford) e Ya Yo me Cure. O álbum passou por novo processo de masterização, supervisionada pelo guitarrista. Libreto com fotos e textos, inéditos, acompanha a Legacy Edition de Supernatural.

Cotillard grava tema de Ferdinand para anúncio

Atriz francesa que ganhou um Oscar ao encarnar Edith Piaf (1915 - 1963) nos cinemas, Marion Cotillard gravou música da lavra do grupo escocês Franz Ferdinand, The Eyes of Mars, para campanha da grife de Christian Dior. A gravação pode ser ouvida na internet.