17 de outubro de 2009

Alcione dilui excessos no caloroso show 'Acesa'


Resenha de Show
Título: Acesa
Artista: Alcione (em foto de Mauro Ferreira)
Local: HSBC Brasil (SP)
Data: 16 de outubro de 2009
Cotação: * * * 1/2

Tal como o álbum Acesa, o melhor disco de inéditas gravado por Alcione nesta década pelo clima mais alegre e mais próximo do samba, o show homônimo representa ligeiro upgrade na carreira recente da cantora nos palcos. Estão lá todos os elementos que caracterizam as apresentações da Marrom - as cores, os bailarinos (Chocolate e Sheila dão show à parte no samba Eu Vou pra Lapa), as projeções e as baladas derramadas que contentam seu público atual - mas, em Acesa, tudo flui com maior elegância, num tom (quase) sóbrio, condizente com o figurino menos extravagante. Em boa forma vocal, Alcione lima os habituais excessos de suas interpretações e também das interações com a platéia sem deixar de lado a espontaneidade que seduz seus fãs fiéis. Quem domina a cena é a ótima cantora. Que mixa samba com rap (em Mangueira É Mãe e em Chutando o Balde, número cheio de suingue que se impõe como um dos grandes destaques do eclético roteiro), viaja no compasso do xote De Teresina a São Luis, realça o tom afro de samba de Djavan (Aquele Um, parceria com Aldir Blanc, lançada por Djavan em 1980 no álbum Alumbramento) e arrasa ao reviver na pressão (posta inclusive pelo trio de metais) joia do mais alto quilate (Sua Estupidez, 1969) da obra de Roberto Carlos.
Se há excessos, é o de baladas. Algumas, como A Loba e Você me Vira a Cabeça (me Tira do Sério), são - de fato - presenças já obrigatórias no contexto atual da carreira da artista, garantindo sempre momentos calorosos. Em contrapartida, outras menos inspiradas e menos populares - como A Mulher Ideal e Perdeu, Perdeu - são dispensáveis num roteiro pontuado pelas inéditas do álbum Acesa. Eternas Madrugadas acerta ao levar o romantismo para o lado do samba. Em Eu Não Domino Essa Paixão, a Banda do Sol procura reproduzir o tom de tango que adorna o registro de estúdio. A faixa-título, Acesa, tem combustível para vir à cena com mais calor. O calor que esquenta Meu Ébano, pretexto para coreografias (e para confidências que arrancam risos da platéia...).
A lembrança de Rita Lee - saudada em medley pop roqueiro que costura trechos de Pagu (2000), Bem me Quer (1980) e Todas as Mulheres do Mundo (1993) - no bloco Cantando no Banheiro é tão curiosa quanto simpática. Mas Alcione fica mais à vontade no universo folhetinesco de sua mestra Ângela Maria, de quem revive Beijo Roubado (Adelino Moreira). Ou ainda acelerando o ritmo de Influência do Jazz (Carlos Lyra), belo número em que reaparece a cantora versátil diplomada na escola da noite. Em tom menor (A Dor que me Visita, tema de 1999 que passou despercebido entre os hits baladeiros do álbum A Paixão Tem Memória) ou maior (Garoto Maroto, boa lembrança do repertório romântico dos anos 80 que, na estreia nacional do show, foi embaçada pela briga que explodiu na platéia), Alcione revisita temas de pagode que gravou em 1997 no disco Valeu e, sob bases mais macias, expressa justa nostalgia carioca de tempos idos em Rio Antigo (memorável lembrança de seu repertório dos anos 70). Enfim, com muito mais altos do que baixos, Alcione mantém acesa a chama em show até elegante. Resta torcer para que Acesa - que chega ao Rio de Janeiro (RJ) em dezembro, em duas apresentações no Canecão - não sofra perdas na estrada como o anterior De Tudo que Eu Gosto (2007), que até estreou com bom repertório, mas perdeu brilho (e as melhores músicas do roteiro!) ao longo da temporada.

Roteiro de 'Acesa' inclui Candeia, Djavan e 'Rei'

Samba de Candeia (1935 - 1978), gravado por Alcione em 1981 no excelente álbum Alcione, Pintura sem Arte volta a ser cantado pela Marrom. O belo samba integra o roteiro do show Acesa, cuja estreia nacional aconteceu na noite de sexta-feira, 16 de outubro de 2009, em apresentação na casa HSBC Brasil, em São Paulo (SP). A cantora (vista em fotos de Mauro Ferreira) também incluiu no roteiro Aquele Um - afro-samba de Djavan com Aldir Blanc, de 1980 - e Sua Estupidez, a canção de Roberto e Erasmo Carlos que entoou no show Elas Cantam Roberto, apresentado em 26 de maio, em São Paulo (SP), como parte das comemorações pelos 50 anos de carreira do Rei. Eis o roteiro seguido na estreia nacional do show Acesa, baseado no homônimo álbum editado em agosto:
1. Mangueira É Mãe
2. De Teresina a São Luís
3. Aquele Um
4. A Dor que Veio me Visitar
5. Perdeu, Perdeu
6. A Mulher Ideal
7. Sua Estupidez
8. Dama da Paixão
9. Não Peça pra Ficar
10. Eu Não Domino Essa Paixão
11. Eternas Madrugadas
12. Pintura sem Arte
13. A Loba
14. Faz uma Loucura por mim
15. Eu Vou pra Lapa
16. Chutando o Balde
17. Acesa
18. Meu Ébano
19. Beijo Roubado
20. Pagu / Bem me Quer / Todas as Mulheres do Mundo
21. Influência do Jazz
22. Timidez / Telegrama / Valeu Demais
23. Garoto Maroto
24. Rio Antigo
Bis:
25. Você me Vira a Cabeça (me Tira do Sério)

Tributo ao Rio fecha a estreia paulista de Acesa

Projetada no telão, a imagem carioca do Cristo Redentor encerrou a estreia nacional do novo show de Alcione, Acesa. Fecho até curioso se for levado em conta que, pela primeira vez em alguns anos, a Marrom optou por dar o pontapé inicial numa turnê em São Paulo (SP). Eram 23h59m da noite de sexta-feira, 16 de outubro de 2009, quando, tendo ao fundo a imagem do Cristo, a cantora (em fotos de Mauro Ferreira) se despediu do público que encheu a casa paulista HSBC Brasil depois de ter revivido Rio Antigo, a parceria de Chico Anísio com Nonato Buzar que gravou em 1979 no álbum Gostoso Veneno. Com direito à citação da marcha Cidade Maravilhosa (André Filho), o número foi pretexto para saudar a escolha do Rio para ser sede das Olímpiadas de 2016. E serviu também para acalmar o público, agitado com a briga feia que acontecera na platéia momentos antes, quando Alcione finalizava Valeu Demais, samba de Leandro Lehart. "Vamos sentar e vamos ver o show em paz. Titia veio tão cheirosa...", gracejou a Marrom antes de cantar Rio Antigo. O maroto apelo surtiu efeito e acalmou os ânimos acalorados dos vários espectadores que já gritavam "Fora! Fora!!" para o agressor.

Alcione canta pop rock de Rita Lee no 'banheiro'

Um medley com trechos de três músicas de Rita Lee foi a maior novidade do roteiro apresentado por Alcione (em fotos de Mauro Ferreira) na estreia nacional do show Acesa, na noite de sexta-feira, 16 de outubro de 2009. A cantora surpreendeu o público que compareceu à casa HSBC Brasil, em São Paulo (SP), quando, no bom bloco intitulado Cantando no Banheiro, entrelaçou Pagu (primeira parceria de Rita com Zélia Duncan, lançada por Rita em 2000 no álbum 3001), Bem me Quer (hit do álbum pop Rita Lee, de 1980) e, com arranjo roqueiro, Todas as Mulheres do Mundo (destaque do repertório do álbum editado pela Ovelha Negra em 1993). Marota, a Marrom diz que, no chuveiro, recebe entidades como Ângela Maria - de cujo repertório reviveu Beijo Roubado (Adelino Moreira) no início do bloco - e Rita Lee, "diva do rock", segundo Alcione. Influência do Jazz (Carlos Lyra) encerrou o set.

16 de outubro de 2009

Mar de Caymmi quebra bonito em palco carioca

Resenha de Musical
Título: O Bem do Mar
Direção: Antonio De Bonis
Elenco: Ana Velloso, Dandara Mariana, Daúde, Dério
Chagas, Fábio Ventura, Fael Mondego, Flávia Santana,
Gabriel Tavares, Izabella Bicalho, Lilian Valeska,
Marcelo Capobiango, Marcelo Vianna, Patrícia Costa
e Thiago Tomé
Foto: Divulgação / Guga Melgar
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Teatro do Leblon - no Rio de Janeiro (RJ)
De quinta-feira a domingo, até 20 de dezembro de 2009

Retratos audiovisuais de uma mítica Bahia, os sambas buliçosos e as canções praieiras de Dorival Caymmi (1914 - 2008) deságuam em palco carioca. Em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até dezembro de 2009, o musical O Bem do Mar abre mão de uma dramaturgia propriamente dita para construir esboços de teatralidade a partir dos versos do cancioneiro de Caymmi. O diretor Antonio de Bonis repete a fórmula testada com êxito há 20 anos em Lamartine pra Inglêz Ver (1989), musical que revitalizou o repertório de Lamartine Babo (1904 - 1963), outro compositor projetado na primeira metade do século 20. Não há texto. Com maior ou menor dose de acerto, a teatralidade é urdida em cena a partir das 68 músicas que compõem o roteiro do musical, dividido em três partes. A terceira, Histórias de Pescadores, é a que se revela com maior densidade teatral por conta do drama contido em canções praieiras que versam sobre o cotidiano às vezes até trágico de pescadores que se lançam em mares revoltos para desespero de suas chorosas mulheres. Há nesse bloco a teatralidade escassa no primeiro, Bahia - Lembranças, formado por um painel de tipos que realçam os arquétipos baianos construídos pela própria obra de Caymmi e - ainda hoje!!! - alimentados no imaginário brasileiro.

A assinatura personalíssima do cancioneiro de Caymmi é garantia prévia da qualidade magistral do roteiro, apresentado em cena com a reprodução de arranjos concebidos por Ricardo Rente (no primeiro bloco), Wagner Tiso (na parte II, Copacabana by Night, que mistura a era dos sambas-canções com a saudade da Bahia deixada para trás na luta por um lugar ao sol) e Leandro Braga (na dramática terceira parte). Mas a obra por si só - que ninguém nunca cantou com mais propriedade do que o próprio Dorival Caymmi (como atesta um trecho da biografia Caymmi - O Mar e o Tempo reproduzido de forma talvez previamente defensiva no programa da peça) - não garantiria todo o êxito desse musical exuberante se o diretor De Bonis não tivesse ao seu dispor um elenco majoritariamente competente. O escrete feminino, em especial, é brilhante, agregando boa cantora (Daúde, que não teve a carreira fonográfica a que fazia jus) com atrizes hábeis na arte do canto (Lilian Valeska, Izabela Bicalho e Ana Velloso, entre outras). Contudo, é a voz potente de um ator, Marcelo Capobiango, que impressiona ao evocar o canto grave de Caymmi - profundo como o mar tão bem retratado pelo compositor - em números como Quem Vem pra Beira do Mar (na abertura já impactante), Dora e Promessa de Pescador. Detalhe: a semelhança soa sempre natural.

Com coreografias e interpretações alegres, o elenco consegue tornar vibrante a maior parte do primeiro bloco. Sobretudo nos números coletivos como São Salvador, Acaçá (uma das músicas obscuras de Caymmi que figuram no roteiro entre os muitos clássicos do compositor) e Eu Fiz uma Viagem. Nesse bloco, Izabella Bicalho convence ao entoar e encarar a Modinha pra Gabriela - para sempre associada à voz cristalina de Gal Costa - e Daúde tem seu grande momento ao fazer um Vatapá delicioso (nem os problemas de som desse número empolgante, ocorridos na estreia, fizeram a receita desandar). Ao fim do bloco, Patrícia Costa também vende bem seu quitute vocal ao soltar os agudos de A Preta do Acarajé, tema de inspiração folclórica e raiz africana que representa uma quarta (menos badalada) vertente da obra de Caymmi. Na segunda parte, em que a encenação exibe menor vitalidade, o musical alterna números coletivos de vibração similar ao do primeiro bloco (Você Já Foi à Bahia? e O que É que a Baiana Tem?) com temas entoados em clima de um night club dos anos 50 (Saudade e Tão Só, solos de Daúde e Lilian Valeska, respectivamente). Mas é na monumental terceira parte, quando entram em cena as histórias de pescadores, que O Bem do Mar realmente emerge em cena com toda sua força. Inclusive pelos movimentos bem coreografados do elenco masculino, perfeito ao retratar os simplórios homens do mar. É nesse bloco que Fábio Ventura faz belo solo em Morena do Mar. Tanto na movimentação quanto no canto dos atores, o diretor acentua a diferença de sentimentos que distancia mulheres temerosas de seus homens destemidos na lida cotidiana com o mar. Toda a sequência final - quando a morte se insinua em Noite de Temporal antes de dar as caras em A Jangada Voltou Só e em Velório - é deslumbrante. É nesse clímax que Ana Velloso alcança seu melhor momento ao entoar, com paradoxal ternura, a canção É Doce Morrer no Mar. Enfim, ainda que a dramaturgia seja rarefeita, com um elenco desse quilate e com uma obra tão majestosa, é inevitável que o mar baiano de Dorival Caymmi quebre bonito nesse palco carioca.

O'Brien faz bem ao Pearl Jam em 'Backspacer'

Resenha de CD
Título: Backspacer
Artista: Pearl Jam
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *

Em seu último álbum, Pearl Jam (2006), o grupo de Eddie Vedder buscou um revival de sua pegada original em salutar processo que tem continuidade em Backspacer, belo álbum recém-lançado no Brasil que marca a retomada da parceria do grupo com Brendan O'Brien, produtor recorrente em sua discografia da década de 90. Por mais que o primeiro single do álbum, The Fixer, acene ligeiramente para o pop, o que se ouve em Backspacer é um Pearl Jam visceral em (ótimas) faixas como Gonna See my Friend, Got Some e Johnny Guitar - com destaque absoluto para as duas primeiras. No campo das baladas, a melodiosa Just Breathe evoca o universo folk com pungência e versos apaixonados. Outras canções, como Amongst the Waves e Unthought Known, desaceleram o CD, ainda que a segunda tem lá sua pegada. No fim, The End fecha o disco com cordas delicadas e um certa classe, mas deixa a sensação de que o excesso de baladas é o único real senão de Backspacer, álbum que (re)afirma a (grande) afinidade da banda com Brendan O'Brien.

Dama do samba paulistano, Graça debuta solo

Resenha de CD
Título: Eu Sou Brasil
Artista: Graça Braga
Gravadora: Pôr do Som
/ Atração Fonográfica
Cotação: * * * 1/2

Com exuberância vocal, Graça Braga - boa cantora egressa do Samba da Vela, forte reduto do samba produzido em São Paulo (SP) - debuta solo em Eu Sou Brasil, CD editado pelo selo Pôr do Som, com distribuição da Atração Fonográfica. O álbum foi pilotado pelo Quinteto em Branco e Preto - outro nome projetado na comunidade do Samba da Vela - em produção capitaneada por Magnu Sousá e Maurílio de Oliveira, autores de Por Liberdade e Terras Secas, faixas que experimentam (azeitadas) fusões da batida do samba com os ritmos nordestinos do afoxé e do baião, respectivamente. Entre tema de romantismo dolente (A Luz de Quem Ama) e partido alto em que se perfila com generosidade (A Dona do Samba), a intérprete expande os limites geográficos do samba em repertório nacionalista que justifica o título ufanista Eu Sou Brasil. Com voz segura, Graça segura firme o veloz Balaio de Sinhá, saúda Yemanjá em Kissanga e trava Guerra dos Sexos com Jair Rodrigues (numa das faixas medianas em que a cantora se apresenta como compositora em parceria com Paqüera). No todo, o disco - que tem a pegada instrumental do Quinteto em Branco e Preto - e dá amostra do bom samba cultivado no quintal do Brasil.

Monobloco agrega Elba ao gravar segundo DVD

Já em processo de aquecimento para o Carnaval de 2010, o grupo carioca Monobloco grava seu segundo DVD nesta sexta-feira, 16 de outubro, em show inédito na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro (RJ). Elba Ramalho vai participar da gravação. Agregada ao baticum percussivo do coletivo capitaneado por Pedro Luís, a cantora vai reviver Eu Só Quero um Xodó (xote de Dominguinhos e Anastácia, lançado por Gilberto Gil em 1973) e Festa do Interior (frevo de Moraes Moreira e Abel Silva, propagado originalmente por Gal Costa em 1981). O grupo exibirá novo repertório no show.

15 de outubro de 2009

Bocelli festeja o Natal com Blige e Natalie Cole

My Christmas. Eis o título do primeiro álbum natalino de Andrea Bocelli. Produzido por David Foster, o disco vai ser lançado em 3 de novembro de 2009, pela Universal Music. Entre registros de clássicos como White Christmas e Silent Night, o tenor italiano engata uns duetos com Mary J. Blige, Natalie Cole e Reba McEntire. Com Blige, Bocelli canta What Child This Is. Natalie é a convidada da faixa The Christmas Song. Já Reba - estrela da música country - participa de Blue Christmas. O CD My Christmas reúne 16 faixas.

A-ha sai de cena e tem álbum editado no Brasil

Nono álbum do trio norueguês A-ha, lançado no exterior em 19 de junho de 2009, Foot of the Mountain vai ganhar edição nacional ainda neste mês de outubro, pelo Lab 344, selo que tem os direitos de comercializar o disco no Brasil e nos demais países da América Latina. Para pôr efetivamente o álbum nas lojas nacionais, o Lab 344 conta com a distribuição da empresa CD Promo. Em faixas como The Bandstand e Riding the Crest, Magne Furuholmen (teclados), Paul Waaktaar-Savoy (guitarra) e Morten Harket (voz) seguem a trilha do tecnopop que, na década de 80, rendeu ao A-ha sucessos como Take on me e Stay on These Roads.
Foot of the Mountain ganha edição brasileira no momento em que o A-ha anuncia sua saída de cena. Em comunicado posto em seu site oficial nesta quinta-feira, 15 de outubro de 2009, o trio avisa que encerra atividades no próximo ano com turnê mundial que terminará com show na Noruega, em 4 de dezembro de 2010.

Sim, o pop dos Pet Shop Boys (ainda) faz a festa

Resenha de Show
Título: Pandemonium on Tour
Artista: Pet Shop Boys (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Citibank Hall (RJ)
Data: 14 de outubro de 2009
Cotação: * * * *
Eram (exatamente) 23 horas e 15 minutos da noite de quarta-feira, 14 de outubro de 2009, quando Neil Tennant, o cantor do duo inglês Pet Shop Boys, se despediu do público que compareceu à casa carioca Citibank Hall com uma "boa noite!" dito em português até desenvolto. Ninguém naquele momento duvidava que a noite já tinha sido boa. Em sua quarta vinda ao Brasil, viabilizada pela empresa Time for Fun, a dupla britânica trouxe o espetáculo da Pandemonium Tour para quatro capitais em turnê que se encerrou justamente na noite de ontem, no Rio de Janeiro (RJ). Baseado no décimo (bom) álbum de estúdio dos Pet Shop Boys, Yes, editado em março, o show é vibrante. Sim, Tennant e Chris Lowe - que permanece mudo durante todo o show no comando dos teclados que sustentam a batida sintetizada do pop dance do duo - ainda fazem a festa no palco. Festa de luzes e cores que evocam a estética dos anos 80, época áurea da dupla. Festa que é um convite à dança. E, nessa festa, pouco importa o peso político que esses boys já cinquentões vem dando à sua música em álbuns recentes como Fundamental (2006) - de menor apelo popular.
Cientes de que seu público quer se refugiar no passado glorioso da dupla, os Pet Shop Boys entremearam algumas das melhores músicas do álbum Yes - Bulding a Wall, All over the World, Did You See me Coming? e Love etc. - com hits de todas as fases da carreira, quase todos revividos com arranjos similares aos dos registros em disco. O que garantiu a animação. Não por acaso, o primeiro grande momento do show foi Go West, hit do grupo Village People do qual o duo se apropriou com êxito em 1993, escudado pela aura GLS que envolve sua obra e sua platéia. O coro ouvido em outro cover que evoca a era da disco music, Always on my Mind, confirma o apego do público à discografia inicial da dupla. O que vale é a animação, é o espírito feliz de festa. Por isso mesmo, o bloco com baladas como King's Cross e The Way It Used to Be - em que Neil Tennant se apresenta de smoking e de cara limpa - foi o ponto mais baixo da apresentação carioca do show Pandemonium. É como se fosse o momento lounge, a hora do descanso. Tanto que, na sequência desse set baladeiro, Jealousy chamou mais a atenção pela briga de casal encenada por dois dos quatro bailarinos, num teatrinho coerente com os versos de uma canção que versa sobre o ciúme. Os bailarinos, a propósito, são um show à parte em Pandemonium. Assim como o cenário formado por muros erguidos com cubos brancos. É cenário até simples, mas criativo, que vai mudando e assumindo diferentes formas de acordo com as projeções, as luzes (esplendorosas) e a alteração constante da disposição dos tais cubos. Faz (belo) efeito.
Dentro dessa atmosfera hi-tech, a dupla estiliza a batida do samba ao fim de Se a Vida É (That's the Way Life Is) e se dá ao direito de apenas citar um de seus maiores sucessos, Domino Dancing, antes de apostar num cover de Viva la Vida, o hit do Coldplay, que não soa tão empolgante na pegada dos Pet Shop Boys. É quando a dupla esquenta o público para o gran finale, com o hit It's a Sin - este, sim, um número quase catártico, turbinado por uma chuva de papel laminado que desaba sob a platéia para acentuar a alegria festiva que reina na casa e celebra o pop dos Boys. É clímax não superado pelo bom bis, dado com Being Boring e West End Girls. No todo, o show deixou ótima impressão. A vibe era boa. A ponto de ter passado despercebido o fato de o som ter estado sem pressão na primeira metade do show, cujo roteiro é dividido em climas e blocos distintos. É que, entre altos e baixos, a dupla vem mantendo o vigor de seu pop eletrônico que transita bem pelo universo dance com algo de disco music. Nem sempre os álbuns recentes fazem jus ao histórico fonográfico dos Pet Shop Boys, só que, no show, tudo ganha um colorido maior. Aliás, literalmente...

Pet Shop põe hit do Coldplay em Pandemonium

Introduzido por citação de Domino Dancing (um dos maiores hits dos Pet Shop Boys nos anos 80), o cover de Viva la Vida - sucesso do grupo Coldplay - é a surpresa do roteiro seguido pela dupla inglesa no show da turnê Pandemonium, cuja passagem pelo Brasil foi encerrada na noite de ontem, 14 de outubro de 2009, com a vibrante apresentação do duo (em fotos de Mauro Ferreira) na casa Citibank Hall, no Rio de Janeiro (RJ). Eis as músicas (e seus respectivos anos de lançamento) que fizeram parte do roteiro do show carioca dos boys já cinquentões, mas ainda em (boa) forma:
1. Heart (1987)
2. Did You See me Coming? (2009)
3. Pandemonium (2009) / Can You Forgive Her? (1993)
4. Love Etc. (2009)
5. Building a Wall (2009)
6. Go West (1993)
7. Two Divided by Zero (1986)
8. Why Can't We Live Together? (1986)
9. Always on my Mind (1988)
10. New York City Boy (1999)
11. Closer to Heaven (2001) / Left to my Own Devices (1988)
12. Do I Have to? (1988)
13. King's Cross (1987)
14. The Way It Used to Be (2009)
15. Jealousy (1990)
16. Suburbia (1986)
17. All over the World (2009)
18. Se a Vida É (That's the Way Life Is) (1996)
19. Discoteca (1996) / Domino Dancing (1988) / Viva la Vida (2008)
20. It's a Sin (1987)
Bis:
21. Being Boring (1990)
22. West End Girls (1985)

Versolato assina a direção de arte do CD de Ney

Habituado a assinar os figurinos usados por Ney Matogrosso em seus shows, o estilista Ocimar Versolato responde pela direção de arte do (belo) 29º álbum solo do intérprete, Beijo Bandido, lançado esta semana pela EMI Music. A inspirada capa do CD (foto acima) já anuncia o apuro do projeto visual. A arte valoriza o registro de estúdio do show que estreou em dezembro de 2008, em Santos (SP), e que volta ao cartaz em São Paulo (SP) a partir de 13 de novembro de 2009 - em minitemporada de apenas três dias.

14 de outubro de 2009

Caixa com 100 músicas festeja 75 anos de Elvis

Uma caixa com 100 gravações de Elvis Presley (1935 - 1977) vai festejar os 75 anos que o Rei do Rock completaria em 8 de janeiro de 2010. Nas lojas em 8 de dezembro, um mês antes do 75º aniversário do cantor, a caixa Elvis 75: Good Rockin' Tonight embala em quatro CDs registros de todas as fases do artista, indo de My Hapiness - a seminal gravação amadora que Elvis fez em acetato em 1953, um ano antes de ser contratado e de fazer discos pela gravadora Sun Records - até o bom remix de A Little Less Conversation, hit mundial em 2002. Em 5 de janeiro de 2010, três dias antes do 75º aniversário do astro, um CD simples extraído da caixa vai chegar às lojas. Para a indústria fonográfica, Elvis vive...

Boyle canta (até) Stones em seu primeiro álbum

Um dos (maiores) clássicos do repertório dos Rolling Stones, lançado pelo grupo em 1971 no álbum Sticky Fingers, Wild Horses ganha regravação de Susan Boyle, a boa cantora escocesa que virou sensação mundial em abril por conta de apresentação no Britain's Got Talent, espécie de programa de calouros da TV inglesa. Wild Horses é uma das surpresas do repertório do primeiro disco de Boyle, I Dreamed a Dream (capa acima à esquerda), nas lojas a partir de 24 de novembro de 2009. Entre 11 regravações (como Cry me a River, a natalina Silent Night e You'll See, balada do repertório de Madonna), há a inédita Who I Was Born to Be, composta especialmente para Boyle. O disco já está em pré-venda.

Com verve, Alcina e Macalé encarnam Moreira

Resenha de Show
Título: Homenagem ao Malandro
Artista: Jards Macalé e Maria Alcina
(em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Nelson Rodrigues (RJ)
Data: 13 de outubro de 2009
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz até 15 de outubro de 2009, às 20h
Um dos pioneiros do samba de breque - gênero que ele alegava ter criado e do qual foi o principal difusor -, Antônio Moreira da Silva (1902 - 2000), vulgo Kid Morengueira, encarnou a figura do malandro com seu terno de linho branco e seu chapéu panamá. A reboque de seus breques, que quebravam os sambas com humor e teatralidade, Moreira da Silva construiu ao longo da longeva carreira uma personagem que passou até a se confundir com sua figura real. Intérpretes de universos distintos, mas ambos logo empurrados para as vias alternativas do mercado fonográfico, Jards Macalé e Maria Alcina reavivam, cada um a seu modo, o espírito de Morengueira em Homenagem ao Malandro, show econômico, ora em temporada no Rio de Janeiro (RJ) até quinta-feira - 15 de outubro de 2009 - após ter estreado em Curitiba (PR).
Cantora de esfuziante presença cênica, Alcina abre os trabalhos, dividindo o palco do Teatro Nelson Rodrigues com o violonista Sérgio Arara. Expansiva, Alcina realça o tom cinematográfico de O Último dos Mohicanos (Miguel Gustavo) em narrativa que atinge seu ápice momentos depois com Os Intocáveis, outra pérola de Miguel Gustavo (1922 - 1972), um dos principais fornecedores do repertório de Kid Morengueira. Neste tema, o clima é de um filme policial, à moda das tramas de 007. Os sons ouvidos nas bases pré-gravadas remetem ligeiramente ao universo tenso do hip hop, numa curiosa amostra da sintonia precursora da temática dos sambas de Moreira com a narrativa de alguns raps da atualidade. Explosiva, Alcina valoriza cada verso, com a mesma verve com que realça as espirituosas crônicas sociais esboçadas em Cachorro de Madame (Wilson Pires e Moreira da Silva) e em Faustina (Gadé). Infelizmente, ao fim de seu bloco, a cantora trai o conceito do show e revive sucessos marcantes de sua carreira. Apesar da tentativa vã de esboçar um paralelo entre Moreira e seus hits, apresentando Kid Cavaquinho (João Bosco e Aldir Blanc) como "o primo do Kid Morengueira", o show somente retoma seu curso e seu (feliz) sentido original com a entrada em cena de Jards Macalé.
Um discípulo confesso de Morengueira, Macalé encarna com mais sutilezas o espírito de Moreira. O artista já entra quebrando tudo com seu violão em Acertei no Milhar. Na sequência, simula com a boca até o som de um piston ao fim de um tema de Billy Blanco, Piston de Gafieira, incorporado ao repertório de Moreira. Macalé mostra intimidade com sambas como Olha o Padilha (Bruno Gomes, Ferreira Gomes e Moreira da Silva) e Na Subida do Morro (Ribeiro Cunha e Moreira da Silva), apesar de um branco na estreia carioca do show o ter feito esquecer alguns versos deste clássico do repertório de Kid Morengueira. Como Moreira, Macalé adora contar um causo em cena. E ele prende a atenção da platéia ao recordar em detalhes o lendário episódio de sua prisão, em Vitória (ES), em 1978, quando percorria o Brasil em turnê com Moreira pelo Projeto Pixinguinha. O episódio rendeu, inclusive, a primeira parceria de Macalé e Moreira, Tira os Óculos e Recolhe o Homem, apresentada na sequência. No fim, Macalé revive Amigo Urso (Henrique Gonçalves), pretexto para a volta de Alcina à cena para um dueto no número seguinte, Resposta do Amigo Urso. Contudo, no palco, a interação entre esses cantores de verves próprias não se realiza a contento. Nem mesmo no número do bis, Cachorro de Madame, em que Macalé simula os latidos do cão perfilado na letra cantada por Alcina. Ainda assim, Homenagem ao Malandro é show sedutor e tem seu mérito somente pelo fato de celebrar a figura de Moreira, uma nobre personagem do samba.

Alcina e Macalé festejam o 'malandro' Moreira

Dividindo pela primeira vez o palco, Maria Alcina e Jards Macalé - vistos em foto de Mauro Ferreira - estão festejando a verve de Moreira da Silva (1902 - 2000), o Kid Morengueira, no show Homenagem ao Malandro, que estreou em Curitiba (PR) em 11 setembro de 2009. Projeto da Caixa Cultural, o espetáculo chegou ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de ontem, 13 de outubro, em minitemporada no Teatro Nelson Rodrigues. Depois da escala carioca, a Homenagem ao Malandro seguirá para São Paulo (SP) e Brasília (DF). Eis o roteiro da estreia carioca do (bom) show:

Maria Alcina:
1. O Último dos Mohicanos (Miguel Gustavo)
2. Cachorro de Madame (Wilson Pires e Moreira da Silva)
3. Faustina (Gadé)
4. Os Intocáveis (Miguel Gustavo)
5. Kid Cavaquinho (João Bosco e Aldir Blanc)
6. Maria Alcina Confete e Serpentina (Adalberto Rabelo Filho)
7. Fio Maravilha (Jorge Ben Jor)
Jards Macalé:
8. Acertei no Milhar (Geraldo Pereira e Wilson Batista)
9. Piston de Gafieira (Billy Blanco)
10. Olha o Padilha (Bruno Gomes, Ferreira Gomes e Moreira da
Silva)
11. Na Subida do Morro (Ribeiro Cunha e Moreira da Silva)
12. Tarzan, o Filho do Alfaiate (Noel Rosa)
13. Choro Esdrúxulo (Zé Ferreira e Moreira da Silva)
14. Tira os Óculos e Recolhe o Homem (Jards Macalé e Moreira da
Silva)
15. Amigo Urso (Henrique Gonçalves)
Jards Macalé e Maria Alcina:
16. Resposta ao Amigo Urso (Maria Nazaré Maia e Moreira da
Silva)
Bis:
Jards Macalé:
17. Conceição (Jair Amorim e Dunga)
Jards Macalé e Maria Alcina:
18. Cachorro de Madame (Wilson Pires e Moreira da Silva)

Ana avaliza o primeiro disco do parceiro Dudu

Autor de sucessos radiofônicos como a balada Coisas que Eu Sei, um hit na voz de Danni Carlos, Dudu Falcão (em foto de Thomas Baccaro) é mais um compositor que se aventura como cantor. Nas lojas até o fim deste mês de outubro de 2009, com distribuição da Som Livre, o primeiro disco do parceiro de Lenine em Paciência foi produzido por Max Viana ao lado do próprio Dudu. A também parceira Ana Carolina avaliza o álbum, soltando a voz e tocando pandeiro em Questão de Hora, tema assinado por Dudu com Danilo Caymmi. Em 14 faixas, o compositor apresenta inéditas como A Musa que me Quer Assim, Você Não Poderia Surgir Agora e Sobre Nós Dois (faixa em que figuram os teclados de Mú Carvalho). O CD foi intitulado com o nome do artista. A conferir...

'Chiaroscuro', CD de Pitty, origina 'Chiaroscope'

Chiaroscope, o novo DVD de Pitty que a Deckdisc põe nas lojas até o fim deste mês de outubro de 2009, se origina da gravação de Chiaroscuro, o terceiro álbum de estúdio da artista. Por ter documentado com múltiplas câmeras o processo de gravação desse trabalho, a roqueira apresenta em Chiaroscope vídeos das onze músicas do disco, além do clipe de Me Adora e de três músicas que não entraram no CD. Sob o Sol, Pra Onde Ir e Just Now - versão em inglês da faixa Só Agora - são as novidades do repertório exibido no DVD dirigido em tom caseiro por Ricardo Spencer, que já pilotou os (premiados) clipes de Pitty.

13 de outubro de 2009

Marisa idealiza um disco de inéditas para 2010

Sem apresentar álbum de repertório todo inédito desde 2006, ano em que editou os CDs gêmeos Infinito Particular e Universo ao meu Redor, Marisa Monte já idealiza um disco de inéditas para 2010. O último trabalho da cantora (vista à esquerda em foto de Leonardo Aversa) editado no mercado fonográfico foi o DVD Infinito ao meu Redor, que trouxe CD com nove músicas captadas na turnê do lindo show Universo Particular.

Air viaja no tempo da delicadeza no belo Love 2

Resenha de CD
Título: Love 2
Artista: Air
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * *

Quinto álbum de estúdio do Air, mas já o sétimo título da coerente obra fonográfica do duo francês se também forem levados em conta o inicial EP Premiers Symptomes e a trilha sonora do filme As Virgens Suicidas, Love 2 viaja no tempo da delicadeza em torno dos diversos estágios do amor. É, no todo, disco mais inspirado do que o anterior Pocket Symphony (2007), em que o Air transitou por sonoridades orientais sem de fato impressionar. Love 2 é o primeiro álbum gravado pelos franceses Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel em seu recém-inaugurado estúdio Atlas. O próprio duo assina - sozinho - a produção dos 12 temas. Be a Bee é a faixa instrumental de tom viajante que melhor traduz o espírito de Love 2, álbum que não perde a ternura mesmo quando soa épico. Por isso mesmo, é pena que a pop Sing Sang Sung tenha sido escolhida o segundo single do álbum, sucedendo Do the Joy, tema que combina guitarras, sintetizadores e distorções com maestria. African Velvet, Love e Tropical Disease (esta um pouco longa demais) seriam faixas mais adequadas para apresentar Love 2 ao público. Mesmo sem alterar a receita de seu som eletrônico, que se situa em algum ponto entre o rock progressivo e a atmosfera lounge da cena atual, o Air ainda consegue soar bem interessante.

Disco nacional de 'Viver a Vida' já está no forno

Com a autorização de Roberto Carlos para a inclusão no CD da gravação da música inédita A Mulher que Eu Amo, feita pelo cantor em seu próprio estúdio, a Som Livre já dá os retoques finais no disco que reúne a trilha sonora nacional da novela Viver a Vida. Nas lojas até o fim deste mês de outubro de 2009, o CD tem 18 faixas. Eis, na ordem do disco, as músicas da variada trilha sonora:

1. A Mulher que Eu Amo - Roberto Carlos
2. Até o Fim - Maria Bethânia
3. Mar e Sol - Gal Costa
4. Sei Lá, a Vida Tem Sempre Razão - Tom Jobim, Miúcha e Chico Buarque
5. Shimbalaiê - Maria Gadú
6. Esconderijo - Ana Cañas
7. Migalhas - Simone
8. Gostava Tanto de Você - Tânia Mara
9. Deve Ser - Jorge Vercillo
10. Gospel - Raul Seixas
11. Caminhos Cruzados - Milton Nascimento & Jobim Trio
12. Sucedeu Assim - Tom Jobim
13. Vem pra Cá - Papas da Língua
14. Partido Alto - Cássia Eller
15. Pra Ser Amor - Ricky Vallen
16. Faça um Pedido - Dalto
17. Chica Chica Boom Chic - Bebel Gilberto
18. Baby de Babylon - Lulu Santos

Preta grava primeiro DVD com Gil, Ana e Lulu

Após vários adiamentos, Preta Gil vai - enfim - gravar seu primeiro DVD. O registro ao vivo do show Noite Preta vai ser feito em 20 de outubro de 2009, em apresentação na boate The Week, no Rio de Janeiro (RJ). Já estão confirmadas na gravação ao vivo as participações de Ana Carolina (que presenteou Preta com a inédita Stereo, incluída no roteiro de Noite Preta ao longo da temporada), Lulu Santos (fã confesso do show-evento de Preta) e Gilberto Gil (pai da cantora).

Teresa e Semente gravam segundo DVD no Rio

Teresa Cristina e o Grupo Semente vão gravar seu segundo DVD em show agendado para 27 de outubro de 2009, no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro (RJ). Sucessor do álbum de estúdio Delicada (2007), o registro ao vivo vai ser o quinto título da discografia da cantora com o grupo. O primeiro DVD, O Mundo É meu Lugar, foi gravado no Rio em 2005 e editado pela Deckdisc.

12 de outubro de 2009

Sai de cena Leon Barg, dono do selo Revivendo

Um ataque cardíaco tirou de cena nesta segunda-feira, 12 de outubro de 2009, Leon Barg, o dono do selo Revivendo, aberto em 1987. Pernambucano radicado em Curitiba (PR), sede de seu selo, Barg contabilizava 79 anos. O trabalho desenvolvido por este obstinado colecionador de discos foi de extrema importância para a preservação digital da memória da produção musical brasileira registrada entre os anos 20 e 50. Barg possuía extraordinário acervo de discos de 78 rotações por minutos. E foi esse acervo que Barg, através de seu selo Revivendo, disponibilizou para as novas gerações, inicialmente em vinil e, mais tarde, já em CDs. Através de parcerias com as gravadoras EMI Music (detentora do acervo da Odeon) e BMG (herdeira do arquivo da RCA-Victor), o selo Revivendo trouxe para o formato digital - em coletâneas sempre marcadas pela fartura de informações sobre a origem das faixas - a obra fonográfica de cantores como Francisco Alves (1808 - 1952), Carmen Miranda (1909 - 1955) e Orlando Silva (1915 - 1978), entre muitos outros. Barg deixa legado inestimável.

Inédita de Michael é balada de clima orquestral

Lançada no site oficial de Michael Jackson (1958 - 2009) na madrugada desta segunda-feira, 12 de outubro de 2009, a música inédita This Is It - que encerra o documentário homônimo que vai estrear nos cinemas em 28 de outubro, dois dias depois do lançamento da coletânea dupla que agrega versões demos de hits do astro - é balada turbinada com arranjo orquestral e os vocais dos irmãos do cantor, The Jacksons. Não há informações oficiais sobre a procedência da música e do registro, mas especula-se que This Is It teria sido composta em 1980 e que teria sido gravada em 1991 para o disco Dangerous, sendo descartada na seleção final.
P.S.: Ainda nesta segunda-feira, os herdeiros de Michael Jackson descobriram que a música é, na verdade, parceria do cantor com Paul Anka, composta em 1983 para um projeto de duetos de Anka.

Solto na rede, 'Pum!' destaca Pato Fu e Jimmy

Resenha de CD
Título: Pum!
Artista: Vários
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * 1/2

Por conta do Dia das Crianças, a Deckdisc soltou o CD Pum! na rede. Trata-se de coletânea que apresenta nove gravações inéditas, feitas - com suposta inspiração no universo infantil - pelo elenco pop da companhia. Editado apenas de forma digital, o CD pode ser comprado em lojas virtuais ou ouvido no site oficial da gravadora. O destaque é uma música inédita do Pato Fu - Barata! - gravada pelo grupo em tom lúdico e latino para o projeto. Já a banda Vivendo do Ócio revive com peso asséptico O Carimbador Maluco, o tema defendido por Raul Seixas (1945 - 1989) no especial Plunct Plact Zoom, exibido pela Rede Globo em 1983. O mesmo faz o Strike com a marchinha Mamãe Eu Quero. Ambos até tentam, mas não soam espirituosos como Jimmy, o vocalista do Matanza. Ele apresenta em Pum! sua primeira gravação solo, Pense Nisso Quando me Soltar, tema que faz graça com o título da coletânea e ainda dá recado sobre a necessidade de uma boa alimentação. Fora do tom lúdico do projeto, Pitty canta a balada Just Now, versão em inglês de Só Agora, música do álbum Chiaroscuro. Também fora de sintonia estão a cantora Roberta Campos (Até o Fim) e os grupos Catch Side (Sou Como Sou) e Cachorro Grande (É Impossível sem Você, Amor). Na derradeira das nove faixas, Os Pedrero trazem o hardcore O Motoqueiro Doido para o universo infantil, retomando o espírito do projeto, tão bem entendido por Pato Fu e por Jimmy.

Partimpim quer festa, FM e folia no lúdico Dois

Resenha de CD
Título: Partimpim Dois
Artista: Adriana Partimpim
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * *

Adriana Partimpim cresceu e já não perde uma festa, mas, esperta, não quer perder também sua sensibilidade. Partimpim Dois - o segundo CD gravado em estúdio por Adriana Calcanhotto para o público infantil, sob o heterônimo Adriana Partimpim - roça a inteligência lúdica do sapeca primeiro álbum, editado em 2004. Partimpim bisa e estende a conexão com Dé Palmeira, produtor do disco anterior e agora parceiro, co-autor do animado Baile Partimcundum, tema carnavalesco que realça afinidades entre a pegada da folia e a batida acelerada da dance music. A propósito, a inclusão de repertório autoral no cancioneiro de Partimpim é a principal novidade de Dois. Mas, como compositora, Partimpim ainda precisa crescer mais. Ringtone de Amor - a música que ela compôs em 2007 para ser baixada da internet diretamente para os celulares - e Menina, Menino são os pontos baixos de Dois, apesar dos versos bonitinhos. É preferível que as crianças peguem diretamente O Trenzinho do Caipira (Heitor Villa-Lobos e Ferreira Gullar, 1930), que desliza macio por trilhos urbanos a reboque das programações eletrônicas orquestradas por Dé Palmeira para simular o barulho de um trem como na gravação original dessa peça composta originalmente para as Bachianas Brasileiras nº 2. No seu belo trenzinho, Partimpim viaja até as estações baianas. Inteligente, ela sacou que João Gilberto é uma eterna criança e, como tal, compôs seu sambaião Bim Bom com a mesma atmosfera lúdica que norteia o som de Partimpim, que, ousada, adicionou o baticum do Olodum no tema do homi. E não é que ficou bonitinho? Aproveitando a estada na Bahia, Partimpim decidiu brincar seu Carnaval Na Massa, a parceria de Davi Moraes e Arnaldo Antunes que evoca uma folia na Praça Castro Alves com seu arranjo urdido até com brinquedos. Partimpim pode se divertir porque tem se alimentado bem - Alface, música de Cid Campos para poema de Edward Lear traduzido por Augusto de Campos, é delícia de dar água na boca - e tem feito direitinho sua lição. A ponto de saber de cor os versos de Alexandre, escritos em 1997 por seu tio e muso inspirador Caetano Veloso para contar no CD Livro a saga de Alexandre, tão grande quanto a letra. Menina muito inteligente, Partimpim também gosta de poesia, em especial da poesia de Vinicius de Moraes (1913 - 1980), de quem anda recitando As Borboletas na versão musicada em 2006 por Cid Campos para uma animação da Arca de Noé que ainda não saiu do papel. Partimpim é tão boa menina que se lembra até da breve fase cristã de Bob Dylan e vive cantarolando lindamente a versão que Zé Ramalho, fiel e temente ao deus Dylan, fez para Man Gave Name to All the Animals, que, para não complicar, foi intitulada O Homem Deu Nome a Todos os Animais. O problema de Partimpim é que, como toda menina de sua geração, ela quer ganhar dinheiro e ficar famosa. Por isso, ligou o radinho de pilha de sua empregada e descobriu nele uma canção lá dos velhos tempos da Jovem Guarda, Gatinha Manhosa, e a regravou somente com seu violão. Partimpim quer tocar nas FMs. E tomara que consiga, pois elas, as FMs, andam muito precisadas da lúdica sagacidade de Partimpim.

Aline faz sua pregação evangélica para crianças

Principal gravadora brasileira a atuar no mercado de música evangélica, a MK Music pôs nas lojas - a tempo de fisgar pais às voltas com os presentes do Dia das Crianças, celebrado nesta segunda-feira, 12 de outubro de 2009 - o DVD Aline Barros & Cia 2. Uma das cantoras mais populares do segmento evangélico, Aline faz sua pregação para crianças com o auxílio de computação gráfica e de outros modernos recursos tecnológicos. O DVD exibe 15 clipes musicais, intercalados com história idealizada para passar valores cristãos aos baixinhos evangélicos. Aline conta sua história na companhia de mais de 50 crianças. A cantora Marina de Oliveira dirigiu e roteirizou o vídeo.

Bia conta belas histórias de Braguinha em DVD

Cantora - e compositora - que faz trabalho educativo voltado para as crianças, Bia Bedran é uma exímia contadora de histórias. No DVD Histórias de um João de Barro, editado pela Rob Digital, Bedran celebra a parcela infantil da obra de Braguinha (1907 - 2006), o versátil compositor que também foi conhecido como João de Barro. O DVD exibe o belo espetáculo gravado ao vivo no Teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro (RJ). No DVD, a artista conta sete histórias extraídas da coleção Disquinho, criada por Braguinha na década de 40, ao assumir a direção artística da extinta gravadora Continental. Com direção musical de Ricardo Medeiros, Bia conta histórias como Festa no Céu e O Gato de Botas, entoando também as canções compostas por Braguinha para suas adaptações desses contos infantis. A novidade é que, no meio das histórias, são inseridos sucessos do compositor fora do universo infantil. Entre eles, Carinhoso, As Pastorinhas, Balancê e Laura. Um merecido tributo a Braguinha!!!

11 de outubro de 2009

Alcione estreia, em SP, show que vai virar DVD

Contrariando a ordem do mercado fonográfico brasileiro, Alcione não gravou em DVD seu último show, De Tudo que Eu Gosto. Mas o atual, Acesa, já vai estrear com a certeza de que vai ganhar um registro ao vivo em data ainda incerta. A estreia, a propósito, vai acontecer em São Paulo (SP), na próxima sexta-feira, 16 de outubro de 2009. É a primeira vez em cerca de 20 anos que a Marrom (em foto de Marcos Hermes) vai lançar um show em São Paulo, e não no Rio de Janeiro, a cidade que a acolhe desde o início dos anos 70. No roteiro, além das músicas do CD Acesa, a cantora vai reviver músicas que foram temas de novelas. Entre elas, Faca de Ponta. Haverá ainda o bloco Cantando no Banheiro.

Vinny põe clássicos do rock nativo na sua pista

Em seu 13º CD, Clássicos na Pista, nas lojas neste mês de outubro de 2009, Vinny tenta evocar seu passado roqueiro sem abrir mão da eletrônica que nos anos 90 lhe rendeu hits como Heloísa Mexe a Cadeira. Entre três inéditas de lavra autoral (Até Aqui, Você Já Sabe e Jamaica Groove), o artista apresenta releituras eletrônicas de músicas de grupos e artistas identificados com o rock brasileiro. A seleção prioriza nomes da geração 80, como Lulu Santos (Adivinha o Quê?), Paralamas do Sucesso (Mensagem de Amor), Biquini Cavadão (Tédio), Capital Inicial (À sua Maneira) e a extinta banda Finis Africae (Armadilha). A exceção é o Tihuana (Que Vês?). Vinny assina a produção do álbum ao lado do fiel escudeiro Roberto Lly.

Letra e música de Bacharach à moda brasileira

Resenha de CD
Título: Letra & Música
Burt Bacharach
Artista: Vários
Gravadora: Discobertas
/ Coqueiro Verde
Cotação: * * 1/2

Exemplo raro da perfeição que pode ser atingida pelo pop, a obra de Burt Bacharach já foi alvo de diversas abordagens por artistas brasileiros nos anos 60 e 70. Algumas delas estão reunidas no décimo título de Letra & Música, série de coletâneas produzida por Marcelo Fróes para seu selo Discobertas. Com seleção musical assinada por Fróes com o jornalista Toninho Spessoto, o volume dedicado ao maestro na coleção mostra que nem todo mundo sabe cantar Bacharach com elegância. Joelma, por exemplo, exagera no tom em Não Diga Nada, versão da versão italiana de Don't Make Over que clona o arranjo da gravação original de Dionne Warwick. O fonograma de Joelma, de 1966, é raro e, nisso, reside o mérito da seleção, que tira do baú bijuterias como o inacreditável registro de O Que É Que Há, Gatinha? na voz de Moacyr Franco. Gravada em 1963, a faixa é versão em português de What's New, Pussycat? - o tema que deu título ao filme que teve trilha composta pelo maestro. Feita pelos Fevers em 1970, Você Não Pode Esquecer-me é outra gravação que chupa e dilui o suingue do registro original de um sucesso de Dionne Warwick (no caso, There's Always Something There to Remind me). Dionne foi a cantora que deu voz nos anos 60 às célebres parcerias de Bacharach com o letrista Hal David. E o fez com uma classe e uma leveza nunca igualadas pelos artistas populares do Brasil que regravaram Bacharach. Por isso mesmo, prefira as versões instrumentais de Close to You (They Long to Be) e What the World Needs Now, feitas pelo Zimbo Trio e pela Briamonte Orchestra, respectivamente, em 1971 e 1970. Elas primam por tirar a obra de Bacharach da vala brega a que muitos artistas brasileiros a atiravam quando gravavam versões de suas músicas. Ou mesmo quando as cantavam no original em inglês, caso de Ronnie Von, que carregou nas tintas ao fazer em 1977 um registro pretensamente classudo de Close to You (They Belong to me) com coro cafona. Poucos ousaram e acertaram como o Trio Mocotó, que, em gravação de 1973, Gotas de Chuva na Minha Cuíca, reproduz na cuíca a linha melódica de Raindrops Keep Fallin' on my Head - com suingue todo próprio. Mesmo irregular do ponto de vista artístico, a seleção da compilação dedicada a Bacharach em Letra & Música se revela em sintonia com o tom da série ao fugir da obviedade reinante no mercado de coletâneas.

Trilha do novo 'Fama' não refaz a magia original

Resenha de CD
Título: Fame
Artista: Vários
Gravadora: Decca
/ Universal Music
Cotação: * *

Na onda do sucesso de High School Musical e dos vários produtos juvenis originados desse filme da Disney, alguém em Hollywood teve a idéia de produzir um remake de Fama, o musical de Alan Parker que, lançado nos cinemas em 1980, se tornou um clássico por retratar os sonhos e frustrações de uma turma de alunos que buscavam a fama numa escola de arte de Nova York (EUA). Boa parte da magia de Fama - justiça seja feita - veio de sua inspirada trilha sonora, que projetou músicas como a incendiária faixa-título e a balada Out Here on my Own, ambas interpretadas por Irene Cara, a protagonista do filme. Temas que são revividos sem a mesma magia no remake dirigido por Kevin Tancharoen. Já editada em CD no Brasil pela Universal Music, a insossa trilha sonora da versão 2009 de Fama confirma o grande perigo que é remexer num clássico. As regravações dos hits da trilha original - na (boa) voz de Naturi Naughton, protagonista do remake - resultam apenas corretas, sendo que o tema-título ficou modernoso. Para piorar, algumas músicas inéditas, como This Is my Life, flertam de forma burocrática com o universo do hip hop (a presença do rap em si é natural para dar veracidade às escolhas dos alunos de música). E nem standards como Someone to Watch over me (da dupla George Gershin e Ira Gershwin) dizem a que veio fora do contexto original da trama. A asséptica competência vocal do elenco do remake - com exceção de Naturi Naughton - indica que o melhor a fazer é ouvir a trilha da versão original de Fama. Lá, sim, há a raça e o vigor que fizeram do filme de 1980 um clássico. A trilha do remake vai contentar apenas quem nunca ouviu o primeiro álbum. É para os fãs de High School Musical!!

Som Livre põe fé na pregação de Celina Borges

No rastro do (imenso) sucesso comercial obtido por Fábio de Melo, o padre cantor galã que liderou o mercado fonográfico brasileiro em 2008 com seu 11º álbum (Vida), a pagã gravadora Som Livre põe fé em outros nomes do segmento religioso. Entre eles, Celina Borges, a cantora católica que já tem sete álbuns lançados. Tudo Posso - o disco de Celina que a Som Livre está pondo nas lojas - é uma coletânea que insere uma gravação inédita, Nas Asas do Senhor, entre 14 fonogramas de álbuns como Diamante Lapidado, um dos mais bem-sucedidos títulos da discografia de Celina. São deste álbum de 2003 músicas como Busque o Alto e Tudo Posso, o tema que dá título à compilação editada pela Som Livre. Lava-me - gravação original do álbum Ânima (2006) - traz padre Fábio de Melo em duo com a cantora, de voz volumosa.

Sai CD com trilha incidental de Mú para 'Caras'

Seguindo a (atual) tendência de editar em disco as trilhas sonoras incidentais de novelas exibidas pela Rede Globo, a gravadora Som Livre põe nas lojas neste mês de outrubro de 2009 o CD com a (mediana) trilha instrumental de Caras & Bocas, atração das 19h. O tecladista Mú Carvalho assina e toca - com o auxílio luxuoso de feras como o baixista Jorge Helder e Paulinho Trompete - os 14 temas originais da trilha, procurando evocar climas de humor e suspense. Os telespectadores da trama de Walcyr Carrasco vão reconhecer temas como Na Galeria - bastante usado pelo diretor Jorge Fernando para sublinhar as cenas de suspense - e Caretas 1.