'Discoteca MTV' expõe a cabeça irada dos Titãs
Título: Discoteca MTV - Cabeça Dinossauro (Titãs, 1986)
Exibição: MTV
Data: 1º de junho de 2007
Cotação: * * * *
Álbum emblemático dos Titãs, que ainda não ganhou reedição em CD à altura de sua importância, Cabeça Dinossauro foi exposto no sétimo episódio do programa Discoteca MTV. Titãs e ex-Titãs foram entrevistados sobre a importância deste álbum de 1986 que deu a definitiva assinatura ao som do (então) octeto paulista. Foi um dos melhores programas da série porque, de fato, o Cabeça foi dissecado sob todos os ângulos. "Ele foi o primeiro disco em que a gente conseguiu realizar plenamente nosso anseio sonoro", situou Arnaldo Antunes. "Com ele, a gente conseguiu definir um público", acrescentou Nando Reis. "É até hoje o disco mais importante da gente", avaliou Tony Bellotto, feliz, logo no começo do programa.
O estopim da criação deste álbum redentor na carreira dos Titãs e crucial para sua permanência na gravadora Warner Music ("Sendo bem franco, era o último disco de nosso contrato. E a gente não tinha conseguido boas vendas até então...", lembrou Nando) foi a prisão deArnaldo e Bellotto por porte de drogas. "Polícia e Estado Violência são respostas bem diretas ao acontecimento da prisão", depôs Arnaldo. Insuflados pelo fato, os Titãs fizeram um disco de idelogia punk que questionava com letras corrosivas instituições tradicionais como Igreja, família e - claro - a polícia. Uma porrada!
"Foi um disco ousado que abordou - de forma brilhante - questões históricas que a gente vivencia até hoje", lembrou Tico Santa Cruz, do Detonautas Roque Clube. "Foi um disco marcante para a década de 80. Misturou punk com new wave - e tinha um sabor de rock brasileiro", corroborou Kid Vinil. A mistura foi formatada com a ajuda de Liminha - o produtor por excelência do rock dos anos 80. "Tinha uma certa hostilidade", relatou Liminha, ressaltando que integrantes do grupo o haviam detonado na imprensa antes de ele ser requisitado, pelos Titãs, para produzir Cabeça Dinossauro.
Bichos Escrotos (música anterior à concepção do trabalho), O Quê (pioneira fusão de rock com programações eletrônicas) e Homem Primata (música feita para Lulu Santos - de acordo com o ex-titã Nando Reis - e único tema mais radiofônico do repertório) foram alguns petardos do disco que explodiu feito rastilho de pólvora - começando por São Paulo e, logo depois, por todo o Brasil. Um álbum para ser mesmo lembrado. E que venha uma reedição em CD à altura, pois a que existe no mercado é de caráter indigente!!!!