12 de setembro de 2009

Roque Ferreira domina 'Encanteria' de Bethânia

O compositor baiano Roque Ferreira predomina no repertório de Encanteria, o disco idealizado por Maria Bethânia para louvar a fé e a festa da fé. Roque assina nada menos do que quatro das 12 músicas distribuídas em 11 faixas. Duas, Santa Bárbara e Feita na Bahia, já vinham sendo mostradas por Bethânia em shows desde setembro de 2008. As outras duas músicas de Roque são Coroa do Mar e Minha Rede. Detalhe: o compositor também assina três músicas no outro CD (Tua) que Bethânia está lançando neste mês de setembro de 2009 (embora programados para chegar às lojas somente em 5 de outubro, os dois discos já vão estar disponíveis no site Sonoras, do portal Terra, a partir de terça-feira, 15 de setembro). Eis as músicas e autores do devoto disco Encanteria:
1. Santa Bárbara (Roque Ferreira)
2. Feita na Bahia (Roque Ferreira)
3. Coroa do Mar (Roque Ferreira)
4. Encanteria (Paulo César Pinheiro)
5. Saudade Dela (Roberto Mendes e Nizaldo Costa)
- com Caetano Veloso e Gilberto Gil
6. Linha do Caboclo (Paulo César Pinheiro e Pedro Amorim)
7. Estrela (Vander Lee)
8. Minha Rede (Roque Ferreira)
9. Doce Viola (Jaime Alem)
10. Ê Senhora (Vanessa da Mata)
/ Batatinha Roxa (D.P.) (Adaptação de Roberto Mendes)
11. Sete Trovas (Consuelo de Paula/Etel Frota/Rubens Nogueira)

Bethânia une Adriana, Aldir e Arnaldo em 'Tua'

Parceria de Arnaldo Antunes com o violonista Cézar Mendes, Até o Fim é uma das 14 músicas que Maria Bethânia alinhava nas 11 faixas de Tua, seu disco romântico que vai estar disponível para audição e download legalizado no Sonoras, do portal Terra, a partir de terça-feira, 15 de setembro de 2009. À venda nas lojas somente a partir de 5 de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino, Tua agrega no repertório parceria de Moacyr Luz com Aldir Blanc, Remanso. A faixa-título é da lavra de Adriana Calcanhotto. Lenine faz dueto com Bethânia em Saudade, tema de Chico César e Moska. Eis as músicas e autores do romântico disco:
1. E o Amor Outra Vez (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)
2. Tua (Adriana Calcanhotto)
3. A Mão do Amor (Roque Ferreira) /O Que Eu Não Conheço
(Jorge Vercillo e J. Velloso)
4. Até o Fim (Cézar Mendes e Arnaldo Antunes)
5. Remanso (Moacyr Luz e Aldir Blanc)
6. Fonte (Saul Barbosa e Jorge Portugal)
7. Dama, Valete e Rei (Bill Farr) / Você Perdeu (Márcio Valverde e
Nélio Rosa)
8. Guriatã (Roque Ferreira)
9. Saudade (Chico César e Moska) - com Lenine
10. Lamentação (Mauro Duarte) / O Nunca Mais (Roberto Mendes
e Capinam)
11. Domingo (Roque Ferreira)

'Perfumes de Sim' exala beleza e força de Mata

Resenha de Show
Título: Perfumes de Sim
Artista: Vanessa da Mata (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 11 de setembro de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz no Canecão (RJ) até sábado, 12 de setembro

A música de Vanessa da Mata já parece ter atingido um ponto de maturação. Dez anos depois de ter sido projetada como original compositora por Maria Bethânia, que gravou A Força que Nunca Seca e batizou seu álbum de 1999 com o nome desta parceria da artista mato-grossense com Chico César, Mata se confirma como uma das cantoras mais populares do Brasil na atualidade. A turnê do show Perfumes de Sim, que percorreu o Nordeste e chegou esta semana ao Rio de Janeiro (RJ) em estreia consagradora no Canecão, exala esse cheiro de maturidade que somente o tempo e a estrada podem gerar. A autora de Não me Deixe Só já em nada lembra a intérprete tímida que parecia ter medo do palco em seus primeiros shows. Já com domínio da cena, Vanessa rodopia pelo palco e - ao vivo - põe sua bela figura a serviço de sua bela música.

Derivado do espetáculo idealizado em 2008 para originar o primeiro registro ao vivo da artista, lançado neste ano de 2009 em CD e DVD editados dentro da série Multishow ao Vivo, Perfumes de Sim é show alegre e vibrante, de forte sonoridade pop contemporânea. Mata fugiu da banalização ensaiada em seu segundo álbum - o diluidor Essa Boneca Tem Manual (2004) - rumo a um som encorpado e dançante, com uso bem dosado de recursos eletrônicos, concentrados nos teclados antenados de Donatinho. Sob a segura direção musical de Kassin, Mata se embrenha por repertório essencialmente autoral e se permite explorar terrenos alheios. Novidade do roteiro, o carimbó Sinhá Pureza (Pinduca) - lançado por Eliana Pittman em 1974 e revivido por Fernanda Takai no show Onde Brilhem os Olhos seus - tem sua inclusão legitimada pelo fato de evocar o regionalismo que, mesmo diluído em solução pop, permeia e sustenta o cancioneiro de Mata. Outra surpresa, A Lua e Eu - uma das obras-primas do soulman Cassiano - ganha registro correto na voz às vezes ainda titubeante da cantora. Em contrapartida, Último Romance - a música do hermano Rodrigo Amarante - pareceu fora do tom na interpretação de Vanessa. Mesmo porque é nas canções mais introspectivas - como Um Dia, Um Adeus (Guilherme Arantes), ouvida no bis - que saltam aos ouvidos as eventuais desafinadas que ainda empanam o brilho do canto da artista. Contudo, tais traços de imperfeição vocal se tornam insignificantes face a força e a alegria contagiantes do show Perfumes de Sim. Sobretudo quando a compositora aborda a própria obra personalíssima entre inédita (Perfume Barato, sobra do álbum Sim - de 2007 - e do DVD Multishow ao Vivo) e hits já inevitáveis como Good Luck/Boa Sorte, Amado e Ai, Ai, Ai. Sim, a música da compositora já ganhou definitivamente o Brasil. Quando ela senta no palco do Canecão e deixa que o público cante sozinho a canção Ainda Bem, em momento de real comunhão popular, fica a sensação de que Vanessa da Mata vai sentir por muito tempo o aroma do sucesso...

Dani Gurgel agrega os compositores de agora

Em seu terceiro disco, Agora, a cantora paulista Dani Gurgel agrega uma turma de jovens autores que assina o CD com ela sob a alcunha de Novos Compositores. O time destaca Vinicius Calderoni (Linha na Pipa), Dani Black (Da Onde Vem) e Rafa Barreto (em Bate Pilão), entre outros. Ao todo, o álbum agrega 23 novos nomes que tentam seu lugar ao sol no nublado mercado musical brasileiro. Os compositores não figuram nos créditos de Agora somente como autores ou parceiros de Dani, que também faz música e ajudou a formatar composições como Depois (no caso, com Tatiana Parra). Eles cantam e tocam suas músicas no disco. O CD merece atenção!!

Biscoito Fino reedita 'Outonos' de Regina Souza

Lançado em 2008, só que com circulação restrita ao circuito mineiro, o segundo disco de Regina Souza, Outonos, está sendo reeditado - em âmbito nacional - pela Biscoito Fino. Nascida em Belo Horizonte, Souza iniciou sua carreira na (vasta) cena das Geraes com o nome de Regina Spósito. Ela é mulher de Vander Lee, que lhe cedeu a música Desfeito, além de ser parceiro em O Atendente, Quem Sou Eu e na faixa-título (esta com adesão de Lokua Kanza). A cantora se revela letrista em seis das 12 faixas de Outonos. Com Zeca Baleiro, Souza assina Aflora a Flor. Produzido por Rodrigo Campello, o CD inclui regravações dos repertórios de Jorge Ben Jor (a desconhecida Se Você Quiser mas sem Bronquear) e do grupo Cidade Negra (A Estrada). Chico Amaral é o autor de Fado. Já Affonsinho é parceiro na faixa À Toa.

Galvão mostra em disco a bossa de seu violão

Violonista que trabalhou com nomes como Caetano Veloso e Guinga, Lula Galvão lança seu primeiro tardio CD, Bossa da Minha Terra, editado pela gravadora Biscoito Fino. Fã e amiga de Galvão, Rosa Passos põe sua voz refinada em Lígia, a canção de Tom Jobim (1927 - 1994), compositor presente no repertório do disco com outros dois temas menos conhecidos, Esperança Perdida e Outra Vez. O violonista também recorda Rio (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e Minha Saudade (parceria bissexta de João Donato com João Gilberto). Outro bossa-novista, Carlos Lyra, é lembrado com Você e Eu, parceria com Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Bossa da Minha Terra já chegou às lojas.

11 de setembro de 2009

Sai de cena Musotto, um percussionista global

Nascido na província de Baia Blanca, na Patagônia Argentina, o percussionista Ramiro Musotto parecia desconhecer fronteiras geográficas e musicais. Não por acaso, vivia no Brasil desde 1996. Radicado na Bahia, o ótimo músico saiu precocemente de cena na madrugada desta sexta-feira, 11 de setembro de 2009, vítima de um câncer no estômago. Musotto (em foto de Marcos Hermes) tinha 45 anos. A relação de artistas com os quais tocou - Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Marisa Monte, Lenine, Gal Costa, Marina Lima, Daniela Mercury, Os Paralamas do Sucesso, Gilberto Gil, Lulu Santos, Zeca Baleiro, Titãs, Fernanda Abreu, Kid Abelha, Sergio Mendes e Zélia Duncan, entre outros - expõe por si só a maestria e a importância desse percussionista de toque global que amava o berimbau. Musotto deixa dois discos - Sudaka (2001) e Civilizacao & Barbarye (2006) - e saudades no meio musical...

Energia de Kidjo cativa o Rio em show elétrico

Resenha de Show
Título: Djin Djin
Artista: Angélique Kidjo (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 10 de setembro de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Show em cartaz no Brasil em 13 de setembro na Praça
do Museu Nacional da República, em Brasília (DF)

Foi mais do que um show. A rigor, foi quase um happening, um ritual em que a dança e a música africanas foram postas a serviço da comunhão entre artista e público. Os (poucos) cariocas que foram conferir a apresentação da cantora Angélique Kidjo no Canecão - realizada na noite de 10 de setembro de 2009 dentro de turnê que integra a programação do Ano da França no Brasil - saíram encantados e eletrizados com a energia da cantora nascida na costa de Benin. Ao fim da calorosa apresentação, pessoas da platéia - entre elas, Lenine e a cantora Maria Gadú - já dividiam com a artista o palco do Canecão, incentivadas pela própria Kidjo. A apresentação de Tumba - parceria da artista africana com Carlinhos Brown - serviu de pretexto para um ritual de dança ditado pelo toque tribal dos tambores. Já era uma celebração, e não apenas um show, encerrado com consagrador bis que incluiu Shango e Batonga, hits dessa cantora que aborda a música afro com aguda consciência social e um sotaque global, sem fronteiras.

Ritmos africanos como o zouk e a juju music estão presentes no som caloroso de Kidjo - tocado nos shows por entrosado quinteto formado por músicos negros oriundos de países como Congo, Suriname e Senegal - mas o leque estético da música da artista extrapola o habitual coquetel afro. Entre temas próprios como Malaika e Djin Djin, parceria de Kidjo com Alicia Keys que deu título a álbum lançado em 2007, a africana aborda os repertórios de Rolling Stones (Gimme Shelter), Gilberto Gil (Refavela) e até do popular Peninha (Sozinha, destoante tema entoado em português bem desenvolto, com Kidjo lendo a letra). A temperatura já é alta por si só, mas o discurso humanitário e pacifista da artista aquece músicas como Mama Golo Papa. Elétrica no palco, Kidjo conta ainda a seu favor com uma voz realmente poderosa - como ficou comprovado no tema Senamour (C'est l'Amour), um dos muitos destaques do roteiro. Que começou a virar um happening quando, ao cantar Áfirika (tema de refrão empolgante), Kidjo desceu do palco e percorreu toda a platéia do Canecão, cantando, dançando e propondo a comunhão entre artista e seu público. Inesquecível!!

Bethânia saúda Edith ao lado de Caetano e Gil

Música de Roberto Mendes e Nizaldo Costa, composta em tributo a Dona Edith do Prato (1916 - 2009), Saudade Dela foi gravada por Maria Bethânia com Caetano Veloso e Gilberto Gil. O registro figura no álbum Encanteria, um dos dois discos de inéditas da cantora que a gravadora Biscoito Fino põe nas lojas a partir de 5 de outubro. Falecida em 8 de janeiro de 2009, Edith Oliveira Nogueira foi sambista nascida em Santo Amaro da Purificação (BA) - terra natal de Bethânia e Caetano - que tocava chulas e sambas-de-roda munida de prato e faca. Edith foi uma referência importante na vida dos três cantores baianos. Daí a homenagem prestada em trio no CD em que Bethânia celebra a fé e a festa da fé.

NX Zero grava quarto álbum em SP via Arsenal

A foto acima, de César Ovalle, flagra músicos do NX Zero em estúdio durante a pré-produção do quarto álbum de estúdio do grupo paulista. O CD já está sendo efetivamente gravado em São Paulo (SP) neste mês de setembro de 2009. A banda é contratada da gravadora Arsenal Music - dirigida pelo produtor Rick Bonadio.

Victor & Leo gravam ao vivo em ginásio paulista

Dupla que vem obtendo grande evidência no rentável mercado de música sertaneja, Victor & Leo vão fazer novo registro de show. A gravação ao vivo está agendada para 23 e 24 de setembro de 2009, datas em que os irmãos vão se apresentar no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP). O roteiro vai misturar hits como Nada Normal e Deus e Eu no Sertão - ambos veiculados na trilha sonora da novela Paraíso, exibida pela Rede Globo às 18h - com algumas músicas inéditas de autoria da própria dupla. A gravação do show vai originar CD e DVD, intitulados Ao Vivo e em Cores.

10 de setembro de 2009

A capa de 'All in One', o quarto álbum de Bebel

Eis a capa de All in One, o quarto álbum de Bebel Gilberto, nas lojas a partir de 29 de setembro de 2009, em lançamento mundial coordenado pela Universal Music, gravadora major que distribui atualmente o catálogo da Verve. Eis as 12 músicas de All in One:
1. Canção de Amor (Bebel Gilberto e Masa Shimizu)
2. Sun Is Shining (Bob Marley)
3. Bim Bom (João Gilberto)
4. Nossa Senhora (Carlinhos Brown e Paulo Levita)
5. The Real Thing (Stevie Wonder)
6. Ela (On my Way) (Bebel Gilberto e Carlinhos Brown)
7. Far from the Sea (Robertinho Brant e Emerson Pena)
8. All in One (Bebel Gilberto e Cézar Mendes)
9. Forever (Bebel Gilberto)
10. Secret (Segredo) (Bebel Gilberto e Thomas Bartlett)
11. Chica Chica Boom Chic (Harry Warren e Mack Gordon)
12. Port Antonio (Bebel Gilberto e Didi Gutman)

Norah divulga capa e faixas do álbum 'The Fall'

Norah Jones divulgou nesta quinta-feira, 10 de setembro de 2009, a capa, o título e os nomes das 13 faixas autorais de seu quarto álbum de estúdio, The Fall, nas lojas a partir de 17 de novembro, com distribuição mundial orquestrada pela EMI Music. A foto da capa é assinada por Autumn de Wilde. Eis as 13 músicas do disco, gravado para a Blue Note Records sob produção de Jacquire King:
1. Chasing Pirates (Norah Jones)
2. Even Though (Norah Jones e Jesse Harris)
3. Light as a Feather (Norah Jones e Ryan Adams)
4. Young Blood (Norah Jones e Mike Martin)
5. I Wouldn’t Need You (Norah Jones)
6. Waiting (Norah Jones)
7. It’s Gonna Be (Norah Jones)
8. You’ve Ruined me (Norah Jones)
9. Back to Manhattan (Norah Jones)
10. Stuck (Norah Jones e Will Sheff)
11. December (Norah Jones)
12. Tell Yer Mama (Norah Jones, Jesse Harris e Richard Julian)
13. Man of the Hour (Norah Jones)

Disco solo de Érika Martins chega enfim às lojas

Nada menos do que cinco anos depois do fim da Penélope, a banda pop que revelou Érika Martins, o primeiro disco solo da cantora chega - enfim - às lojas, com a marca do selo Toca Discos e a distribuição da Warner Music. A rigor, o CD Érika Martins foi gravado em 2005 e já em 2006 vinha tendo sua edição anunciada. Produzido por Carlos Eduardo Miranda, ao lado de Tomás Magno e Constança Scofield, o álbum destaca no repertório o rock Sacarina, a balada pop Música de Amor (parceria de Érika com Gabriel Thomaz, vocacionada para as FMs) e uma versão em português de Lento, belo tema de autoria de Julieta Venegas, revisitado por Érika com a participação da própria Julieta. Como curiosidade, há cover de tom roqueiro de Ainda Queima a Esperança, parceria de Raul Seixas (1945 - 1989) e Mauro Motta que foi sucesso nos anos 70 na voz da cantora Diana. Outra faixa é Kung Fu (da lavra de Kassin). Érika é autora de nove das 12 faixas.

Bublé vai de Ray a Van Morrison em Crazy Love

Música de Van Morrison, Crazy Love dá título ao álbum que o cantor Michael Bublé vai lançar pela Warner Music em 13 de outubro de 2009. Já em rotação nas rádios, o primeiro single do álbum, Haven’t Met You Yet, é da lavra de Bublé com Alan Chang e Amy Foster. Trata-se de uma das duas inéditas do repertório, completado com 11 standards de várias épocas. A seleção inclui um clássico do repertório de Ray Charles (Georgia on my Mind) entre pérolas como Cry me a River, All of me e Stardust (cantada a capella com o grupo Naturally 7). Gravado entre Canadá (em Vancouver) e EUA (em Los Angeles, Nova York e Brooklin), o CD Crazy Love tem produção dividida entre David Foster, Bob Rock e Humberto Gatica. A Warner vai lançar o disco de Bublé no Brasil.

Beirut põe o Brasil em aquarela mariachi-balcã

Resenha de Show
Título: 16º Panorama Percussivo Mundial Percpan 2009
Artista: Beirut (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Oi Casa Grande
Data: 9 de setembro de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz em São Paulo (em 11 de setembro, na casa Via
Funchal) e Recife (18 de setembro, Teatro Guararapes)

"Toca Raul!". O pedido gaiato não partiu da platéia de moderninhos que disputou ingressos e convites para ver o segundo dos quatro shows agendados no Brasil pelo grupo norte-americano Beirut. Quem disse o gracejo foi o próprio líder e mentor da banda, Zach Condon. Espirituoso, Condon apagou com a boa apresentação carioca do Beirut - programada dentro da 16ª edição do festival de percussão Percpan - a má impressão deixada pelo confuso show feito pelo grupo em Salvador (BA) no sábado, 5 de setembro de 2009, quando, bêbado, Condon acabou provocando confusões no palco e na platéia. No show feito no Teatro Oi Casa Grande na noite de ontem, 9 de setembro, Condon fez questão de ser simpático e mostrar sua intimidade com a música brasileira. Cantarolou (como de hábito) um trecho de O Leãozinho - canção lançada por Caetano Veloso em 1977 - e, no bis, comandou esperta versão em inglês de Aquarela do Brasil, com suingue insuspeito. Funcionou.

A música brasileira foi o tempero exótico na aquarela sonora do Beirut, grupo que conjuga influências da música dos mariachis (Zach Condon tem origem mexicana), da canção francesa e do folk dos balcãs. Por conta do amplo leque estético que vem regendo a programação do Percpan, o Beirut foi encaixado na edição 2009 do festival graças a uma aura cult que envolve a banda no Brasil desde que Elephant Gun - música do EP Lon Gisland (2006) - ganhou veiculação nacional via TV Globo como o tema do casal protagonista da microssérie Capitu, exibida em dezembro de 2008. Foi envolvido nessa atmosfera hype que a banda mostrou no palco do Oi Casa Grande que se garante no palco. Em show curto, que durou uma hora já contando com o bis, o Beirut tocou músicas autorais como Postcards from Italy - de seu primeiro álbum, Gulag Orkestar (2006) - e fez cover de La Javanaise, de Serge Gainsbourg. Ao vivo, o som do grupo - calcado nos metais - tem uma pressão inexistente nos discos. Carismático, Condon alterna-se bem nos vocais, no trompete e no ukelele (o parente havaiano do cavaquinho). E prende a atenção da platéia. Mesmo sendo um estranho no ninho percussivo de festival calcado na força global dos tambores, o Beirut justificou a alta expectativa depositada em torno de sua feliz apresentação carioca no Percpan.

9 de setembro de 2009

Enfim, obra remasterizada dos Beatles é editada

Tal como anunciado em abril de 2009, a EMI Music está pondo nas lojas em escala mundial nesta quarta-feira, 9 de setembro, as reedições remasterizadas da discografia oficial dos Beatles. São 14 títulos embalados numa luxuosa caixa (foto) e também vendidos separadamente ao preço médio e unitário de R$ 35. Pode parecer incrível, mas a obra genial dos Beatles nunca havia passado por cuidadoso processo de remasterização (leia-se equalização) desde o advento do CD. A masterização que vigorava até então era a feita sem muitos recursos em 1987 para a primeira edição da obra da banda em CD. Daí a importância do trabalho desenvolvido no estúdio Abbey Road, em Londres, nos últimos quatro anos, sob a coordenação de Allan Rouse e a participação de George Martin - o produtor dos discos - e dos engenheiros de som Guy Massey, Steve Rooke, Paul Hicks e Sean Magee. Som à parte, as atuais reedições também primam por um cuidadoso trabalho gráfico. Os encartes foram incrementados com fotos raras e com textos sobre os discos. A coleção inclui os 13 álbuns oficiais dos Beatles e a coletânea dupla Past Masters, com 33 fonogramas avulsos da vasta discografia dos Fab Four. São, de fato, reedições definitivas.

Caixa mono dos Beatles é importada para Brasil

Há quem prefira ouvir os discos dos Beatles em mono... E, desse, time parece constar ninguém menos do que George Martin, o produtor dos Fab Four. É para estes puristas beatlemaníacos que a EMI Music está importando para o Brasil 750 exemplares da caixa The Beatles in Mono (foto). O luxuoso mimo sai por cerca de R$ 950 e está sendo lançado mundialmente nesta quarta-feira, 9 de setembro de 2009, data em que a obra fonográfica oficial do grupo volta às lojas em reedições rematerizadas. The Beatles in Mono embala 11 títulos, incluindo os nove álbuns gravados pelos Beatles em mono, a trilha do filme Magical Mystery Tour e a coletânea Mono Masters. A caixa excui Yellow Submarine, Abbey Road e Let It Be - discos já gravados originalmente em estéreo. Já a coleção em estéreo inclui todos os 14 títulos, cujas reedições em estéreo estão sendo vendidas de forma avulsa ou embaladas em caixa também importada pela EMI Music para o Brasil (no caso, são 1,5 mil cópias vendidas nas lojas brasileiras por cerca de R$ 800). A remasterização em estéreo vai ser a mais consumida, mas vale lembrar que a mixagem em mono era a única acompanhada pessoalmente pelos quatro beatles. Daí a justificada preferência de alguns beatlemaníacos pelas reedições em mono...

Willie regrava 12 'standards' com Norah e Krall

Astro da música country, Willie Nelson se volta para 12 standards da canção norte-americana no CD American Classic, lançado pela EMI Music no mercado brasileiro neste mês de setembro de 2009 (o álbum saiu em 25 de agosto nos EUA). Produzido por Tommy LiPuma, o disco marca a estreia de Willie no selo Blue Note e remete a Stardust, trabalho de 1978 que marcou a primeira incursão do cantor pelos standards. No CD American Classic, Willie conta com o aval das duas maiores estrelas do pop jazz. Norah Jones é a convidada de Baby, It's Cold Outside enquanto Diana Krall participa de If I Had You. A seleção abrange Fly me to the Moon, Because of You e Since I Fell for You.

Duofel revisita Beatles com liberdades estéticas

Aos completar 20 anos de carreira fonográfica, iniciada em 1989 com a edição de seu primeiro CD por gravadora alemã, o Duofel rompe com a tradição de registrar repertório essencialmente autoral e apresenta o bom álbum Duofel Plays the Beatles. Curiosamente, o disco chega ao mercado neste mês de setembro de 2009, quando a obra fonográfica dos Fab Four é reembalada em edições remasterizadas. A rigor, os violonistas Fernando Melo e Luiz Bueno sempre tocaram o repertório dos Beatles em seus momentos de lazer. No CD, editado pela Fine Music, o duo se aventura pelo cancioneiro dos Beatles com liberdades estéticas. A viola de dez cordas tocada por Fernando em Mr. Moonlight e em Here Comes the Sun dá sotaque ruralista e brasileiro a essas músicas gravadas pelos Beatles, respectivamente, em 1964 e em 1969. Já os registros de Eleanor Rigby (1966) e The Fool on the Hill (1967) enfatizam o tom psicodélico adquirido pela música dos Beatles a partir de 1966. Detalhe: tanto em Eleanor Rigby quanto em A Day in the Life (1967), Fernando Melo explora os tons mais graves de seu violão, inclusive com o uso (raro) de arco de rabeca.

Xuxa estreia na Sony (com Lulu, Zeca e Brown)

Xuxa agrega heterogêneo time de convidados e de amigos em sua primeira gravação na Sony Music. Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Zeca Pagodinho, Lulu Santos e padre Marcelo Rossi integram o elenco do CD/DVD que vai chegar às lojas ainda neste segundo semestre de 2009. O repertório intercala músicas inéditas com sucessos brasileiros e versões de hits estrangeiros. A ida de Xuxa para a Sony foi anunciada em maio. A apresentadora era do cast da Som Livre desde 1986 - quando foi para a TV Globo.

8 de setembro de 2009

Calcanhotto faz novo CD de Adriana Partimpim

Adriana Partimpim voltará à cena no início de outubro de 2009. Adriana Calcanhotto finaliza um segundo disco de estúdio voltado para o público infantil sob o heterônimo de Adriana Partimpim. O (bonito) primeiro CD foi lançado em 2004, tendo sido seguido em 2005 por registro ao vivo de um show editado em kit de DVD+CD.

'Cradlesong' faz pulsar veia pop de Rob Thomas

Resenha de CD
Título: Cradlesong
Artista: Rob Thomas
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Na faixa-título do segundo CD solo do cantor Rob Thomas, Cradlesong, há uma discreta guitarra portuguesa. Em Her Diamonds, o (redondo) tema pop que abre o álbum, há tambores africanos no arranjo. Tais elementos que poderiam inserir o disco no largo escaninho da world music não chegam, de fato, a dar um sotaque global ao pop do cantor do grupo Matchbox Twenty. Cradlesong faz pulsar de novo a veia pop do artista sem reeditar o brilho de seu antecessor, Something to Be (2005), também produzido por Matt Serletic. Entre baladas como Someday, Thomas se mostra menos ousado e inventivo. É fato que ele ainda parece ter mão cheia para fazer hits explosivos como Gasoline, destaque entre as 14 faixas do álbum. Contudo, Cradlesong vai perdendo pique à medida que avança, deixando a sensação de que Rob Thomas não aproveitou bem as liberdades conquistadas com seu primeiro ótimo disco solo. Pena.

Tracy brilha no coerente CD 'Our Bright Future'

Resenha de CD
Título: Our Bright Future
Artista: Tracy Chapman
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 1/2

O oitavo álbum de estúdio de Tracy Chapman, Our Bright Future, já foi lançado nos Estados Unidos em novembro de 2008, a tempo de festejar os 20 anos de carreira da cantora e compositora de folk, revelada em 1988 com o arrebatador álbum que trouxe sucessos como Fast Car. Com quase um ano de atraso, a Warner Music faz o favor de editar o disco no mercado brasileiro. Vinte anos se passaram e Tracy, sem aderir a modismos, permanece coerente e fiel à sua aguda consciência social - expressada sobretudo em Something to See e na faixa-título, Our Bright Future - e ao folk, tratado com elegância quase pop por Larry Klein, que assina a produção deste disco ao lado da própria Tracy. As novidades - se é que podem ser chamadas de novidades - são o ligeiro acento country de Save us All e o piano que salta discretamente aos ouvidos em faixas como I Did It All, destaque de repertório autoral que destaca ainda Sing for You. É fato que nem todos os onze temas estão à altura da obra de Tracy Chapman, mas, no todo, Our Bright Future merece a atrasada atenção do público brasileiro que (ainda) compra álbuns.

Plebe Rude grava seu primeiro DVD em Brasília

Banda de origem punk que sempre teve a fama de soar melhor em palco do que em disco, Plebe Rude grava seu primeiro DVD em show programado para as 17h30m do próximo sábado, 12 de setembro de 2009, na Ermida Dom Bosco, em Brasília (DF), terra natal do grupo. No roteiro, uma música inédita e clássicos dos plebeus como Até Quando Esperar? - aliás, regravado este ano pelo grupo carioca Detonautas Roque Clube no CD/DVD Acústico.

Arnaldo explica seu disco inspirado pelo Iê Iê Iê

Décimo título da discografia solo de Arnaldo Antunes (incluindo o CD com a trilha sonora de balé do Grupo Corpo), Iê Iê Iê está chegando às lojas com distribuição da Microservice. Gravado pelo selo de Arnaldo, Rosa Celeste, com patrocínio obtido pelo projeto Natura Musical, o álbum dialoga com signos, ritmos e timbres do rótulo criado para designar a música pop produzida na primeira metade dos anos 60. Hábil no trato com as palavras, o ex-titã (visto acima na sequência de fotos clicadas por Fernando Lazlo com base na estética do disco) explica o conceito de Iê Iê Iê no release que escreveu para acompanhar o kit enviado à imprensa com o álbum e um libreto que traduz de forma visual as 12 músicas inéditas do projeto. Eis o texto de Arnaldo sobre Iê Iê Iê:

"Iê iê iê é uma palavra que não está no dicionário, mas todo mundo sabe o que significa. Música jovem de uma época, com seu repertório de timbres, trejeitos, colares, carros e cabelos, o termo traduz um estilo que parece ter ficado parado no tempo, como se fosse um nome que se dava ao rock’n'roll antes de ele se chamar rock’n'roll. Espécie de proto-rock, que se desdobrou em muitos afluentes de tendências e fusões.

Citado pelos Beatles em She Loves You (yeah yeah yeah) e por Serge Gainsbourg em Chez Les Ye Ye Ye, a expressão caiu na boca dos brasileiros para nomear a música da Jovem Guarda, motivando, na época, entre as mais diversas reações, os ternos versos de Adoniran Barbosa: “Eu gosto dos meninos desse tal de iê iê iê / Porque com eles canta a voz do povo / E eu que já fui uma brasa / Se assoprar eu posso acender de novo”.

A decisão de chamar esse disco de IÊ IÊ IÊ veio antes da sua feitura. Eu, que, em geral, decido os títulos somente depois dos trabalhos concluídos, sabia dessa vez, desde o início, que queria fazer um disco de iê iê iê, chamado IÊ IÊ IÊ. Um pouco pelo sabor das coisas que vinha compondo, um pouco pelo desejo de voltar a uma sonoridade mais dançante, depois de dois discos (um de estúdio, Qualquer, e outro ao vivo, também registrado em DVD, Ao Vivo no Estúdio) gravados com uma formação mais leve, apenas com instrumentos de cordas (violões, guitarras, baixo) e piano (substituído no Ao Vivo por teclados ou sanfona); sem bateria nem qualquer instrumento de percussão.

Um tanto por temperamento, mas também por herança tropicalista, sempre fiz discos marcados pela diversidade e pela mistura, livres da idéia de “gênero musical”. Talvez por isso mesmo (pelo desafio de fazer algo diferente), quis que essa minha volta a um som de banda com bateria, tivesse uma face mais coesa. Cheguei assim ao desejo de fazer um disco de gênero, com possíveis variações rítmicas, mas mantendo um campo de referências no que podemos chamar de iê iê iê. Não por saudosismo, mas pelo anseio de revitalizar o estilo, numa linguagem mais contemporânea e com letras que tentam incorporar novas questões e pontos de vista a ele. As referências são muitas: surf music, Jovem Guarda, a primeira fase dos Beatles, trilhas dos filmes de faroeste, o twist, Rita Pavone, programas de auditório e todo um repertório da cultura pop que se traduz em canções contagiantes e de apelo direto. Gosto da idéia de dar a um disco o nome de um gênero. Lembro do Rock’n’ Roll, de John Lennon, que me marcou fortemente. Mas, ao passo em que ele abordava uma modalidade musical que continuou existindo, mudando e se atualizando, seu repertório apresentava clássicos, relidos com emoção e verdade na voz de Lennon. Já IÊ IÊ IÊ não é um álbum de releituras, mas de canções inéditas, a maior parte delas feita recentemente (por mim, com alguns parceiros como Marisa Monte, Carlinhos Brown, Liminha, Paulo Miklos, Branco Mello, Ortinho, Betão Aguiar e Marcelo Jeneci, entre outros), dentro desse estilo, ou ao menos concebidas como algo próximo a ele, nas melodias, timbres, ritmos e vocais. Para amarrar ainda mais o conceito, compus, com Marisa Monte e Carlinhos Brown, a faixa-título, que abre o disco apresentando um refrão que repete a expressão 'iê iê iê'. Gravamos todo o disco com uma mesma banda, formada pelos músicos que já vinham me acompanhando nos trabalhos anteriores — Chico Salem (violão e guitarra), Betão Aguiar (baixo) e Marcelo Jeneci (teclados) — somados a Edgard Scandurra na guitarra e Curumim na bateria. Todos também responsáveis pelos vocais, que têm presença marcante no disco. Para produzir, convidei Fernando Catatau, cujo trabalho na banda Cidadão Instigado tem muita afinidade com o tipo de sonoridade e timbragem que eu estava buscando. Catatau deu sugestões muito originais para o som e contribuiu inventivamente para os arranjos, além de tocar algumas guitarras e participar dos coros. Não poderia deixar de mencionar a importância do competente Yuri Kalil, nosso engenheiro de gravação e mixagem, que também soube, em seu estúdio Totem, criar um ambiente onde nos sentíssemos inteiramente em casa. E de outros músicos que participaram especialmente em algumas faixas: Régis Damasceno, Clayton Martin, Lana Beauty e Michele Abu. Para mim, esse disco tem ainda um gosto de retorno a algo do início de minha carreira, quando formamos os Titãs, que nos dois primeiros anos de existência tinham o nome de Titãs do Iê Iê." Arnaldo Antunes

P.S.: Já tinha terminado de escrever este release quando soube que Erasmo Carlos está lançando um disco novo, chamado Rock’n'Roll (como o de John Lennon, que eu cito no texto). Achei uma coincidência simbolicamente interessante o fato de ele, que começou sua carreira nos anos 60, dentro do que chamavam de iê iê iê, lançar esse disco na mesma época em que eu, que comecei nos 80, dentro do que chamavam de rock, esteja lançando meu IÊ IÊ IÊ.

7 de setembro de 2009

'Encanteria', de Pinheiro, celebra fé de Bethânia

Música que dá título ao álbum concebido por Maria Bethânia para cantar a fé e a festa da fé, Encanteria é da lavra de Paulo César Pinheiro. Já lançada por Gloria Bomfim no CD Santo e Orixá (Acari Records, 2007), dedicado ao cancioneiro feito por Pinheiro para saudar os ritos do Candomblé, a música tinha sido cantada por Bethânia no encerramento do show que fez em 9 de setembro de 2008 para festejar o recebimento do Prêmio Shell de Música. Eis a letra de Encanteria, faixa-título de um dos dois álbuns a serem lançados pela intérprete baiana no fim deste mês de setembro de 2009 (o outro CD, Tua, tem tom mais romântico):

Encanteria
(Paulo César Pinheiro)

Vou queimar a lamparina
Quando o Rei me der sinal
Eu sou da Casa de Mina
Ele é da Casa Real

Eu desci da lua cheia
Pelo raio que alumia
Eu cheguei na sua aldeia
Pra fazer encanteria

Eu vim ver minha maninha
Do fundo do mar
Ela canta de noitinha
De manhã torna a cantar

Moço, apaga essa candeia
Deixa tudo aqui no breu
Quero nada que clareia
Quem clareia aqui sou eu

Vou queimar a lamparina
Quando o Rei me der sinal
Eu sou da Casa de Mina
Ele é da Casa Real

Vim depressa como o vento
Mas não sei porque é que eu vim
Foi num canto de lamento
Que alguém chamou por mim

Acho que cheguei mais cedo
Antes de quem me chamou
Mas se me chamou com medo
Vou-me embora, agora eu vou

De qualquer maneira eu deixo
Nessa casa minha luz
Abro ponto e ponto fecho
Deixo o resto com Jesus

Bethânia faz um CD romântico e outro sobre fé

Música de Paulo César Pinheiro, Encanteria dá título a um dos dois álbuns de inéditas que Maria Bethânia vai lançar no fim deste mês de setembro de 2009. A ser editado pelo selo da cantora, Quitanda, Encanteria é CD que aborda e celebra a fé. Inclusive a religiosa. Já o outro CD - Tua, editado pela gravadora Biscoito Fino - tem como mote o romantismo. É o Amor Outra Vez - parceria de Dori Caymmi com Paulo César Pinheiro - é uma das músicas deste álbum de caráter romântico. Para montar o repertório dos dois discos, Bethânia (à esquerda em foto de Leonardo Aversa) recebeu músicas como O Que Eu Não Conheço (parceria de Jorge Vercillo com o sobrinho da intérprete, J. Velloso), Você pra mim (Guilherme Arantes) e Saudade (Chico César e Moska). Tua e Encanteria vão dar origem a show (ainda sem título), cuja estreia foi agendada para 16 de outubro, no Canecão, a tradicional casa do Rio de Janeiro (RJ).
P.S. 1: A música de Guilherme Arantes não entrou no CD. P.S. 2: A faixa-título do CD 'Tua' é de Adriana Calcanhotto

Mallu grava segundo CD sob a batuta de Kassin

Aos 17 anos, comemorados em 29 de agosto de 2009, Mallu Magalhães já parte para a gravação de seu segundo CD - iniciada em São Paulo (SP) neste mês de setembro. Depois de estrear com personalidade no mercado fonográfico com trabalho produzido por Mario Caldato, a jovem cantora de folk convidou o principal parceiro de Caldato na feitura de discos, Kassin, para pilotar seu segundo CD. Sem deixar o folk, Mallu vai se aproximar da música brasileira. Aliás, o repertório de inéditas vai ter mais músicas compostas em português. A intenção é que o disco chegue às lojas ainda este ano.

Ascher (re)põe jazz no samba no segundo disco

Dois anos após ter estreado no mercado fonográfico com um disco que realçou a influência da Bossa Nova na obra de Burt Bacharach, Patty Ascher lança seu segundo CD, Deu Jazz no Samba. Quase todo autoral, o repertório apresenta parcerias da cantora (e já compositora) com o arranjador (e pianista) Marcos Pontes. Entre elas, Girls Just Want to Kiss, The Winter e Springtime. Grande incentivador do trabalho de Ascher, Roberto Menescal é o convidado de Sunrise, música composta por ele em parceria com Lula Freire. Já Dori Caymmi é o arranjador de The Summer Knows, o tema que tem a (co-)autoria de Michel Legrand.

CD mostra os caminhos incidentais das Índias

Quando sair do ar, no próximo sábado, 12 de setembro de 2009, a novela Caminho das Índias já vai ter nada menos do que cinco trilhas sonoras editadas em CD. No embalo da excelente audiência conquistada pela trama na reta final, a gravadora Som Livre põe nas lojas o disco com a trilha sonora incidental composta por Alexandre de Faria para realçar os climas dos vários núcleos da história bem como as emoções das cenas. Entre os temas originais, há Os Portais do Taj Mahal, Maxixe Chorado, Habanera para Tarso, Tango da Ausência e Meditação & Karma.

6 de setembro de 2009

Terceiro lote de reedições dos Stones é irregular

Dando continuidade ao projeto de relançar o catálogo pós-1971 dos Rolling Stones em reedições remasterizadas, a Universal Music põe nas lojas do Brasil o terceiro lote de álbuns de estúdio do grupo. Fazem parte do fraco atual pacote Dirty Work (1986), Steel Wheels (1991), Voodoo Lounge (1994) e Bridges to Babylon (1997). Produzido por Steve Lillywhite e lançado em março de 1986, marcando o início do contrato então assinado pelos Stones com a CBS (atual Sony Music), Dirty Work é o 18º álbum de estúdio da banda. É considerado um dos pontos baixos da discografia do quarteto. A relação entre Mick Jagger e Keith Richards amargava período de grande tensão - o que explica o fato de o disco ter sido puxado por Harlem Shuffle, um cover do tema de Bob Relf e Ernest Nelson. Sintomaticamente, Dirty Work foi o primeiro álbum em que Keith Richards assumiu os vocais de duas faixas, Too Rude e Sleep Tonight. Na sequência, em 1989, Steel Wheels não mudou o panorama desfavorável da discografia da banda, ainda que uma grande turnê tenha camuflado a tensão interna que regia a banda na época. Mixed Emotions, Rock and a Hard Place e Almost Hear You Sigh foram alguns singles do álbum. Lançado em julho de 1994, Voodoo Lounge foi o bem-recebido sucessor de Steel Wheels e o primeiro álbum dos Stones a ser gravado sem o baixista Bill Wyman, que deixou o grupo em 1993. Out of Tears e Blinded by Rainbows foram os destaques do repertório que procurava evocar a fase áurea do grupo. Por fim, fechando o terceiro lote de reedições dos Stones, há o álbum Bridges to Babylon, lançado em 1997. Don Was foi o produtor. Turnês à parte, as pedras já não rolavam como antes...

'Besouro' estreia em outubro com música de Gil

Com estreia já programada nos cinemas brasileiros para 30 de outubro de 2009, o filme Besouro - Nasce um Herói tem música-tema composta e gravada por Gilberto Gil com arranjo criado por músicos da banda Nação Zumbi. Rica Amabis assina a produção musical da trilha do longa-metragem de João Daniel Tikhomiroff. O filme conta a história real de Besouro Mangangá, lendário capoeirista baiano dos anos 20. A música de Gil - visto na foto de Paulo Mussoi durante a gravação do tema num estúdio do Rio de Janeiro (RJ) - vai fechar o filme (em fase de pós-produção).

Roberto adia (mais uma vez...) disco de inéditas

Apesar de já ter quatro músicas compostas com Erasmo Carlos para esperado álbum de inéditas, prometido há anos e até então previsto para o fim de 2009, Roberto Carlos adiou (mais uma vez...) o lançamento do disco de repertório novo. O adiamento foi em função da turnê comemorativa de seus 50 anos de carreira. Além do registro ao vivo do show Elas Cantam Roberto, já editado em CD duplo (o DVD vai estar à venda em outubro), os súditos do Rei terão à disposição no fim do ano a gravação ao vivo do show realizado no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), em 11 de julho, com participações de Erasmo Carlos e Wanderléa.

Universal lança coleção ecologicamente correta

Naturalmente é o título da - nova? - série de coletâneas da gravadora Universal Music, na loja neste segundo semestre de 2009. A maior novidade reside na embalagem ecopac, biodegradável e criada com material reciclado. A série é inspirada numa bem-sucedida coleção produzida para rede de supermercados dos Estados Unidos. Para lançar a ecopac no Brasil, a gravadora selecionou 25 títulos de seu vasto catálogo estrangeiro e criou 25 coletâneas de artistas nacionais. Intitulada Naturalmente, a série brasileira inclui compilações de artistas como Maria Bethânia (veja capa do CD acima à esquerda), Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Alceu Valença, Fafá de Belém, Chico Buarque, Elba Ramalho, Cazuza, Luiz Melodia, João Bosco, Armandinho e Dorival Caymmi, entre vários outros nomes.