10 de setembro de 2009

Beirut põe o Brasil em aquarela mariachi-balcã

Resenha de Show
Título: 16º Panorama Percussivo Mundial Percpan 2009
Artista: Beirut (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Oi Casa Grande
Data: 9 de setembro de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz em São Paulo (em 11 de setembro, na casa Via
Funchal) e Recife (18 de setembro, Teatro Guararapes)

"Toca Raul!". O pedido gaiato não partiu da platéia de moderninhos que disputou ingressos e convites para ver o segundo dos quatro shows agendados no Brasil pelo grupo norte-americano Beirut. Quem disse o gracejo foi o próprio líder e mentor da banda, Zach Condon. Espirituoso, Condon apagou com a boa apresentação carioca do Beirut - programada dentro da 16ª edição do festival de percussão Percpan - a má impressão deixada pelo confuso show feito pelo grupo em Salvador (BA) no sábado, 5 de setembro de 2009, quando, bêbado, Condon acabou provocando confusões no palco e na platéia. No show feito no Teatro Oi Casa Grande na noite de ontem, 9 de setembro, Condon fez questão de ser simpático e mostrar sua intimidade com a música brasileira. Cantarolou (como de hábito) um trecho de O Leãozinho - canção lançada por Caetano Veloso em 1977 - e, no bis, comandou esperta versão em inglês de Aquarela do Brasil, com suingue insuspeito. Funcionou.

A música brasileira foi o tempero exótico na aquarela sonora do Beirut, grupo que conjuga influências da música dos mariachis (Zach Condon tem origem mexicana), da canção francesa e do folk dos balcãs. Por conta do amplo leque estético que vem regendo a programação do Percpan, o Beirut foi encaixado na edição 2009 do festival graças a uma aura cult que envolve a banda no Brasil desde que Elephant Gun - música do EP Lon Gisland (2006) - ganhou veiculação nacional via TV Globo como o tema do casal protagonista da microssérie Capitu, exibida em dezembro de 2008. Foi envolvido nessa atmosfera hype que a banda mostrou no palco do Oi Casa Grande que se garante no palco. Em show curto, que durou uma hora já contando com o bis, o Beirut tocou músicas autorais como Postcards from Italy - de seu primeiro álbum, Gulag Orkestar (2006) - e fez cover de La Javanaise, de Serge Gainsbourg. Ao vivo, o som do grupo - calcado nos metais - tem uma pressão inexistente nos discos. Carismático, Condon alterna-se bem nos vocais, no trompete e no ukelele (o parente havaiano do cavaquinho). E prende a atenção da platéia. Mesmo sendo um estranho no ninho percussivo de festival calcado na força global dos tambores, o Beirut justificou a alta expectativa depositada em torno de sua feliz apresentação carioca no Percpan.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

"Toca Raul!". O pedido gaiato não partiu da platéia de moderninhos que disputou ingressos e convites para ver o segundo dos quatro shows agendados no Brasil pelo grupo norte-americano Beirut. Quem disse o gracejo foi o próprio líder e mentor da banda, Zach Condon. Espirituoso, Condon apagou com a boa apresentação carioca do Beirut - programada dentro da 16ª edição do festival de percussão Percpan - a má impressão deixada pelo confuso show feito pelo grupo em Salvador (BA) no sábado, 5 de setembro de 2009, quando, bêbado, Condon acabou provocando confusões no palco e na platéia. No show feito no Teatro Oi Casa Grande na noite de ontem, 9 de setembro, Condon fez questão de ser simpático e mostrar sua intimidade com a música brasileira. Cantarolou (como de hábito) um trecho de O Leãozinho - canção lançada por Caetano Veloso em 1977 - e, no bis, comandou esperta versão em inglês de Aquarela do Brasil, com suingue insuspeito. Funcionou.

A música brasileira foi o tempero exótico na aquarela sonora do Beirut, grupo que conjuga influências da música dos mariachis (Zach Condon tem origem mexicana), da canção francesa e do folk dos balcãs. Por conta do amplo leque estético que vem regendo a programação do Percpan, o Beirut foi encaixado na edição 2009 do festival graças a uma aura cult que envolve a banda no Brasil desde que Elephant Gun - música do EP Lon Gisland (2006) - ganhou veiculação nacional via TV Globo como o tema do casal protagonista da microssérie Capitu, exibida em dezembro de 2008. Foi envolvido nessa atmosfera hype que a banda mostrou no palco do Oi Casa Grande que se garante no palco. Em show curto, que durou uma hora já contando com o bis, o Beirut tocou músicas autorais como Postcards from Italy - de seu primeiro álbum, Gulag Orkestar (2006) - e fez cover de La Javanaise, de Serge Gainsbourg. Ao vivo, o som do grupo - calcado nos metais - tem uma pressão inexistente nos discos. Carismático, Condon alterna-se bem nos vocais, no trompete e no ukelele (o parente havaiano do cavaquinho). E prende a atenção da platéia. Mesmo sendo um estranho no ninho percussivo de festival calcado na força global dos tambores, o Beirut justificou a alta expectativa depositada em torno de sua feliz apresentação carioca no Percpan.

10 de setembro de 2009 às 10:53  
Blogger Unknown said...

Mauro, também adorei o show! E percebi que a plateia era formada por órfãos de Los Hermanos. Bjs, Chris Fuscaldo

12 de setembro de 2009 às 11:27  

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