16 de junho de 2007

Primeira caixa internacional do Rei está pronta

Já está finalizada a primeira das duas caixas que vão reunir os discos feitos por Roberto Carlos para o mercado estrangeiro - quase todos inéditos no Brasil. Como o Rei está receptivo ao projeto, a gravadora Sony BMG pode lançar a caixa a qualquer momento. O pesquisador Marcelo Fróes já trabalha na produção da segunda e última caixa.

Alcione defende denúncia da violência conjugal

O álbum de inéditas que Alcione lançará no início do segundo semestre vai trazer música - Maria da Penha - que defende a denúncia da violência conjugal cometida contra mulheres. Aberto e fechado com toada do boi de Maioba, tema de origem maranhense, o disco agrega as vozes de Gilberto Gil (Entre a Sola e o Salto - de autoria de Gil), Mart'nália (Laguidibá) e Falcão (Mangueira É Mãe) entre forró (Agarradinho) e baladas sentimentais de autores como Altay Veloso e Chico Roque. O CD tem lançamento previsto para fim de julho de 2007, pela gravadora Indie Records.

Som Livre repõe Sérgio Reis e Altemar em foco

Aberta com uma coletânea de Amado Batista, a nova série de compilações da Som Livre, Em Foco, direcionada para astros populares, tem continuidade com bons títulos dedicados a Altemar Dutra (1940 - 1983) e a Sérgio Reis. A compilação de Reis - cantor que começou na Jovem Guarda e, nos anos 70, migrou para o sertanejo - dá em 14 faixas uma geral em sua discografia ruralista. Eis a seleção:
1. O Menino da Porteira (Teddy Vieira e Luisinho)
2. Tocando em Frente (Almir Sater e Renato Teixeira)
3. Saudade de Minha Terra (Goia e Belmonte)
4. Panela Velha (Moraezinho e Auri Silvestre)
5. Boiadeiro Errante (Teddy Vieira) - Com Almir Sater
6. Disparada (Theo de Barros e Geraldo Vandré)
7. Comitiva Esperança (Almir Sater e Paulo Simões)
8. Pinga ni mim (Elias Filho)
9. Pinha no Pinheiro (Geraldo Meirelles e Nhô Fio)
10. O Tempo Vai Apagar (Paulo César Barros e Getúlio Côrtes)
11. Outra Vez
12. Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré)
13. Fazenda São Francisco (Maior Proeza) (Paraíso e Jesus
Belmiro)
14. Trem do Pantanal (Geraldo Roca e Paulo Simões)

EMI quer bisar êxito do Papas com Chimarruts

A nova aposta da EMI Music é o grupo de reggae Chimarruts, formado no Rio Grande do Sul em 2000 e bem conhecido em todo o Sul do Brasil. Sonhando reeditar o sucesso nacional de outra banda da região, Papas da Língua, a major vai investir na promoção do primeiro DVD do Chimarruts. A gravação vai ser realizada em 30 de junho, na casa Curitiba Master Hall (PR), e também será editada em CD ao vivo. No repertório, sucessos dos três discos anteriores do grupo. Entre outros, Chapéu de Palha, Iemanjá, Floripa, Pra Ela, Versos Simples, Pitanga e Saber Voar.

15 de junho de 2007

Segundo solo de Paula chega às lojas no dia 28

A capa do segundo disco solo de Paula Toller, Só Nós, é assinada por Fernanda Villa-Lobos, que é mulher do guitarrista Dado Villa-Lobos, fiel parceiro da cantora. Editado pela Warner Music, com produção de Paul Ralphes, o CD estará nas lojas a partir de 28 de junho. O inédito repertório reúne 14 músicas em português e em inglês. A intenção da gravadora é enfatizar o caráter internacional do álbum pela presença - entre os compositores - de nomes como Donavon Frankenreiter (da Califórnia), Kevin Johansen (nascido no Alaska, mas radicado na Argentina), o canadense hype Rufus Wainwright e o nova-iorquino Jesse Harris. Eis as 14 faixas do CD:
1. ? (O Q é Q Eu Sou)
2. All Over
3. À Noite Sonhei Contigo
4. Pane de Maravilha
5. If You Won't
6. Meu Amor se Mudou pra Lua
7. Tudo se Perdeu
(Vicious World)
8. Long Way from Home

9. Barcelona 16
10. Eu Quero Ir pra Rua
11. Um Primeiro Beijo
12. Você me Ganhou de Presente
13. Rústica
14. Glass

Biscoito Fino vai lançar o primeiro DVD de Elza

Elza Soares (em foto de Valéria Trabanco) vai ter o registro de seu atual show, Beba-me, editado em DVD (o primeiro da cantora) e CD ao vivo pela gravadora Biscoito Fino. No show, que estreou em São Paulo no fim de 2006, a artista prioriza o samba. Sai este ano!!

Navas acerta ao não imitar canto de Mário Reis

Resenha de CD
Título: Quando o Samba
Acabou - Dedicado a
Mário Reis
Artista: Carlos Navas
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * * *

Já virou até clichê se referir a Mário Reis (1907 - 1981) como um "precursor de João Gilberto" pelo fato de, nos anos 20 e 30, o cantor ter adotado tom íntimo em suas gravações quando a regra da época era exacerbar dotes vocais. Carlos Navas dedica seu sexto disco ao repertório de Reis para celebrar o centenário de seu nascimento. E, embora ele também seja discípulo do estilo cool, Navas resistiu à tentação de evocar o canto do pioneiro colega - o que muito contribuiu para o brilho do álbum. Se a abertura com Filosofia (Noel Rosa e André Filho) lembra por demais o registro similar que abria o CD Pé do meu Samba, lançado por Mart'nália em 2002, o belo tributo de Navas vai conquistando o ouvinte a partir da segunda faixa, Sabiá, tema menos conhecido de Sinhô, um dos achados do repertório. E o que se ouve é um disco pontuado pelos elegantes e minimalistas arranjos de Ronaldo Rayol, bom diretor musical de um álbum que reúne pérolas de Noel Rosa (Fui Louco, Meu Barracão, Quando o Samba Acabou e Filosofia) e Sinhô (Jura, Cansei e Sabiá). O único ponto mais destoante é o dueto com Tetê Espíndola em Joujoux e Balangandans, de Lamartine Babo. No todo, Mário Reis - estilista fino da canção brasileira do início do século 20 - aprovaria tal CD.

CD de Katia B se escora em climas eletrônicos

Resenha de CD
Título: Espacial
Artista: Katia B
Gravadora: MCD
Cotação: * * 1/2

Terceiro disco solo de Katia B, Espacial é disco pautado por variados climas e ambiências eletrônicas. Segue a linha do CD anterior Só Deixo meu Coração na Mão de Quem Pode, editado por ela em 2003 com alguma projeção internacional. Katia B encontrou seu caminho no rastro do sucesso de Bebel Gilberto. E, como Bebel em seu recente Momento, ela peca em Espacial pelo repertório irregular. Sim, há Cais - a obra-prima de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos - e há boas contribuições autorais de Vitor Ramil, Viajei e Destiny (Be my Friend), mas fica a sensação de que se trata de disco em que os produtores (um time estelar formado por Chico Neves, Jr Tolstoi, Ministereo, Plínio Profeta e Marcos Cunha) são mais importantes do que a artista. Espacial se escora no clima - não no repertório.

14 de junho de 2007

Coletânea remonta o 'Brazil' de Sergio Mendes

No embalo da ressurreição de Sergio Mendes, cuja carreira teve fôlego renovado com o álbum Timeless, a Som Livre está editando compilação do pianista e compositor nascido em Niterói (RJ) e radicado nos Estados Unidos desde 1963. Brasil Sempre - O Melhor de Sergio Mendes reúne 14 gravações realizadas entre 1966 e 1974. Com exceção de Goin' Out of my Head, todas foram feitas por Mendes com o conjunto Brasil '66 - com o qual ele estourou nos Estados Unidos em 1966 com a célebre releitura de Mas que Nada - reapresentada na compilação na gravação que impulsionou a carreira do artista nos EUA. A boa seleção de repertório inclui também os temas The Frog (a versão em inglês de A Rã, de João Donato), País Tropical, With a Little Help from my Friends, Day Tripper, Night and Day, The Fool on the Hill e So Many Stars (incluída na trilha internacional da novela Paraíso Tropical), entre outros. O CD tem embalagem digipack.

Fino Coletivo lança CD com suingue eletrônico

Fino Coletivo é octeto carioca que transita na linha do pop eletrônico turbinado com o suingue dos ritmos brasileiros - em especial, o do samba. O grupo está lançando o álbum Fino Coletivo via selo Dubas Música, em edição produzida por Leonel Pereda e Ronaldo Bastos. Formado por nomes como Adriano Siri e Wado, o coletivo registra músicas como Boa Hora (gravada com a voz de Domenico Lancelotti, em participação especial), Tarja Preta (em medley com Fafá), Dragão, Mão na Luva, Hortelã e Tempestade.

Vianna inventaria parceria de Baden e Pinheiro

Resenha de CD
Título: Cai Dentro -
A Música de Baden Powell
e Paulo César Pinheiro

Artista: Marcelo Vianna
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * *

Neto de Pixinguinha, Marcelo Vianna debutou no mercado fonográfico imerso no imenso universo musical do avô ilustre. Em seu segundo CD, o cantor cai dentro dos sambas de Baden Powell (1937 - 2000) e Paulo César Pinheiro. Uma idéia bem bacana, pois, quando se dedica discos ao violonista, o mote geralmente são os afro-sambas feitos por Baden com Vinicius. Mas a obra criada com Paulinho Pinheiro é luxo só. São sambas de ritmo ardiloso que põem à prova o suingue de um intérprete. Vianna não se equilibra tão bem nas quebradas quanto Elis Regina (1945 - 1982), mestre no canto desses sambas, mas dá conta do recado, escorado nos arranjos e no violão sempre exato de Caio Cezar. E o CD já teria valor por apresentar duas parcerias inéditas da dupla, Pai (com todo o jeito de afro-samba) e Encosta pra Ver se Dá, samba cheio de ginga que ganhou arranjo e piano de Phillipe Baden Powell, filho do violonista. Sem falar que tira do esquecimento temas como Eu Sei que Vou Chorar, Mesa Redonda e Sermão, entre outros sambas que atestam a rara sintonia entre a música de Baden Powell e a letra (precisa) de Paulo César Pinheiro.

Chaves canta com Daniela e com Ivete em DVD

Fora do Nordeste, Ricardo Chaves é conhecido somente por seu sucesso É o Bicho. Mas, na Bahia, o cantor tem nome. A ponto de ter arregimentado Ivete Sangalo para participar da gravação de seu DVD, realizada em 30 de maio no parque aquático Wet 'n' Wild, em Salvador (BA). A cantora fez um dueto com Chaves na música Namoro. Daniela Mercury, que chegou a ser anunciada na lista de convidados (Durval Lelys e Netinho, entre eles), não compareceu à gravação, mas ficou de cantar em estúdio com o colega - para os extras do vídeo - a música Tabas. O DVD será lançado até o fim do ano pela gravadora Atração. O registro também deve gerar um CD.

13 de junho de 2007

'CD Zero' de Lobão sai sem o novo hit do álbum

Chegará às lojas nos próximos dias o CD Zero extraído do álbum Acústico MTV de Lobão. A curiosidade é que, entre as cinco faixas selecionadas para integrar a espécie de single tupiniquim, não há Essa Noite, Não - faixa eleita a segunda música de trabalho do álbum. As músicas do CD Zero são Decadence Avec Elegance, Me Chama, Revanche, Chorando no Campo e Rádio Blá. Quem lança é a Sony BMG - e vale ressaltar que Revanche e Chorando no Campo não entraram no CD, mas apenas no DVD. Isca para fã?!

Wilco reaparece suave em mais um bom álbum

Resenha de CD
Título: Sky Blue Sky
Artista: Wilco
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Em seu sereno sexto álbum de estúdio, o sexteto americano tangencia o folk rock dos anos 60 e 70. Sky Blue Sky não alcança o teto de Yankee Hotel Foxtrox (2002), a obra-prima do Wilco, mas é tão bom quanto A Ghost Is Born (2004). Trata-se de CD pautado pela suavidade melancólica. São 12 músicas que, em sua maioria, remetem aos sons dos anos 70 - entre elas, Leave me (Like You Found me). A balada On and On and On - criada pelo vocalista, líder e principal compositor do grupo, Jeff Tweedy, com o intuito de confortar seu pai da perda da mãe - é o fecho perfeito para um CD que tem um clima meio depressivo. Mas há beleza em temas como Impossible Germany. O Wilco mostra com Sky Blue Sky que está em constante mutação, sem o perigo de virar clone de si mesmo. O CD soa íntimo e, embora por vezes linear, traz um punhado de boas canções que faz jus à fama do grupo que mistura country e rock com sabedoria e - no caso - altas doses de tristeza.

As velhas emoções de um 'Rei' falante e maroto

Resenha de show
Título: Roberto Carlos
Artista: Roberto Carlos (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 12 de junho de 2007
Cotação: * * *

"Eu pensei que ninguém ia notar", confessou Roberto Carlos, com ar maroto, após ser aplaudido pela platéia ao cantar pela segunda vez o verso "Se o bem e o mal existem" na música É Preciso Saber Viver. Sim, cada vez mais liberto das manias do T.O.C., o velho Rei esteve maroto, falante e muito bem-humorado na estréia do show que marcou sua volta ao Canecão, depois de 15 anos sem pisar no palco da quarentona cervejaria carioca em que estreou em 1970.

"Fiquei tanto sem vir ao Canecão que eles até pensaram que eu não vinha mais. Encontrei tudo marrom. Ainda bem que eu melhorei", disse o cantor, fazendo piada de suas próprias superstições. É, foi um Roberto renovado que pisou na palco mais importante de sua trajetória - e ele ressaltou isso numerosas vezes em textos ditos ao longo do enxuto show ("Aqui eu me vesti de palhaço e rasguei meu coração") - para reviver as velhas emoções que sua fiel platéia de súditos encara como se fossem novas. Platéia, também ela, velha.

O show Roberto Carlos não é exatamente novo. Mas, nele, o Rei encara as músicas que vinha evitando nos anos em que se deixou dominar pelo T.O.C. - o transtorno obsessivo compulsivo do qual vem se tratando. Tem Ilegal, Imoral ou Engorda - ótimo número que ganha uma pulsação quase de funk pelo sexteto de sopros da banda. Tem Negro Gato, o tema da Jovem Guarda que somente a partir do ano passado passou a figurar novamente no roteiro dos shows do Rei. Mas tem também os números de sempre, todos já obrigatórios. Caso de Emoções, que abre o show com o mesmo arranjo de big-band clonado da gravação original de 1982. Caso também de Detalhes, o número em que o cantor se acompanha ao violão. Roberto não toca muito bem, mas quem vai se importar??!

Roberto Carlos está, de fato, mais solto. Mas nem por isso menos preso às suas convenções. Em Outra Vez, outro número infalível, tudo parece milimetricamente calculado: o suspiro, os olhares, as entonações... A luz já até acende para que o público cante o verso final da canção de Isolda com seu mais ilustre intérprete. Menos obrigatório, mas sempre bem-vindo, é Além do Horizonte, último suspiro soul da obra do artista. Que, claro, reviveu - nostálgico - a época da Jovem Guarda, reafirmou seu amor por Maria Rita e, no fim, antes de encerrar com o gospel Jesus Cristo, enfileirou os hits de sua "fase motel" (Proposta, Seu Corpo, Os seus Botões, Café da Manhã e Cavalgada) para relembrar que o Rei é de carne e osso...

Tom Zé é o homenageado do 27º Prêmio Shell

Tom Zé foi eleito o homenageado do 27º Prêmio Shell para a Música Brasileira. A cada prêmio, um compositor - vivo ou morto - é reverenciado pelo conjunto da obra. A cerimônia de entrega do Shell, que contará com show do artista baiano, está agendada para o segundo semestre, em data e local ainda indefinidos. Tom Zé completou 70 anos em 2006, ano em que lançou o álbum Danç-Êh-Sá, mais um disco pautado pela experimentação.

12 de junho de 2007

Paul remói passado em CD sem brilho especial

Resenha de CD
Título: Memory
Almost Full
Artista: Paul McCartney
Gravadora: Hear Music
/ Universal Music
Cotação: * * *

Ao lançar em 2005 disco feito com Nigel Godrich, o produtor associado ao grupo Radiohead, Paul McCartney tentou dar frescor à sua discografia solo. Mas o álbum Chaos and Creation in the Backyard não decolou como previsto. E eis o velho Macca, aos 64 anos, de volta ao passado. Gestado desde 2003, antes portanto do álbum feito com Godrich, Memory Almost Full soa antigo. Mas não pela data em que foi concebido. E, além do mais, parecer antigo nem necessariamente é um defeito - em se tratando de um dos artífices geniais da cultura pop. Só que o fato é que o CD que inaugura a parceria do artista com o selo Hear Music, da rede de cafeterias Starbucks, não apresenta um brilho especial. A safra de inéditas patina em nível mediano, oscilando entre o pop (See your Sunshine), o rock (That Was me e Not your Head, entre outros) e algumas poucas baladas (Gratitude, com acento soul). O primeiro single é Dance Tonight, que circula na órbita do country sem que exiba fôlego para impulsionar um álbum que remói o passado nas músicas e nas letras. Talvez até porque já não vislumbre um futuro longo. Em The End of the End, Sir McCartney chega a pedir flores e piadas em seu funeral. Pode ser que as tenha, mas, no tal funeral, certamente ninguém vai lembrar de McCartney por este Memory Almost Full, CD até bom, mas pequeno dentro de obra grande...

Fergie e Banderas na trilha de 'Shrek Terceiro'

Em sincronia com a estréia da terceira aventura do sedutor ogro Shrek e Cia. nos cinemas brasileiros, agendada para a próxima sexta-feira, 15 de junho, a gravadora Universal Music e o selo Arsenal Discos vão pôr nas lojas nacionais a trilha sonora do filme Shrek Terceiro. Entre fonogramas dos grupos Ramones (Do You Remember Rock'nRoll Radio?) e Led Zeppelin (Immigrant Song), o CD apresenta gravações inéditas como Barracuda - hit do grupo Heart, revivido por Fergie, a loura do Black Eyed Peas - e Thank You (Falletin me Be Mice Elf Again), esta cantada em dueto pelos atores Eddie Murphy e Antonio Banderas, do elenco da produção.

Arantes vai lançar CD de inéditas via Som Livre

Guilherme Arantes estará de volta à Som Livre - a gravadora por onde lançou seu último bom álbum, Aprendiz, em 2003. Caberá à companhia editar, no segundo semestre, o CD de inéditas gravado pelo compositor em Salvador (BA). Intitulado Lótus, o disco apresentará parcerias de Arantes com Nelson Motta e Max Viana. A provável música de trabalho vai ser a balada autoral Blue Moon para Sempre. Paralelamente, a Som Livre vai editar o DVD Intimidades, gravado no Instituto Planeta Água com hits de Arantes e cunho ecológico. O DVD integra série do Canal Brasil.

Feist sustenta a leveza do pop indie em CD cool

Resenha de CD
Título: The Reminder
Artista: Feist
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * *

Cantora e ótima compositora canadense, Leslie Feist chega incensada ao terceiro CD solo depois de ter colaborado com a dupla The Peaches. Em The Reminder, Feist sustenta a leveza de seu pop cool, urdido com timbres de rock indie. É tudo muito leve. The Park evoca até Björk. E o bacana é que Feist costura essa atmosfera quase etérea com um tom confessional que - por vezes - remete a Fiona Apple em bons temas como So Sorry. Há faixas, em especial 1234 e My Moon my Man, que exibem batida pop quase convencional. Mas Feist, em suma, passa ao largo de convenções. Inclusive quando envereda pelo afropop em Sealion, música que destoa do tom cool do álbum. The Reminder faz jus à aura hype.

11 de junho de 2007

Spice Girls podem voltar com coletânea e turnê

Como nenhuma das ex-Spice Girls conseguiu construir promissora carreira solo, a reativação do quinteto já está sendo arquitetada para o fim de 2007. Uma coletânea - com os sucessos do conjunto (desfeito em 2000) e músicas novas compostas por Geri Halliwell e Emma Bunton - impulsionaria turnê mundial. Até a inicialmente reticente Mel C. já teria concordado com o retorno das Spice Girls.

Emmerson dilui ao vivo sucessos estrangeiros

Resenha de CD / DVD
Título: Ao Vivo
Artista: Emmerson Nogueira
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * *

O lugar ocupado pelo cantor Emmerson Nogueira no mercado de disco poderia ser de qualquer (outro) intérprete que trabalha na noite. E, de certo, há muitos com uma voz mais sedutora do que a do artista mineiro. No entanto, Nogueira foi o eleito da Sony quando a gravadora decidiu apostar na receita fácil dos covers. O DVD ora lançado (simultaneamente com o CD) foi gravado ao vivo em show fechado em São Paulo. A filmagem é de bom nível. A iluminação é caprichada. A platéia é animada. Há, claro, os extras protocolares (Making of, Na Estrada e Nepopó - costurados pelos depoimentos do cantor). Enfim, trata-se de DVD feito com cuidado nem sempre dispensado aos vídeos de outros artistas. Mas fica difícil detectar algum mérito artístico no cantor e no show populista. O roteiro de 23 números enfileira hits estrangeiros, indo de Police (Roxanne e Every Breathe You Take) ao U2 (I Still Haven't Found What I'm Looking for), passando por Supertramp (The Logical Song), Simon & Garfunkel (Mrs. Robinson), Genesis (Follow You, Follow me), Bob Dylan (Blowin' in the Wind) e Rod Stewart (Sailing), entre outros. Tudo diluído pelo cantor. Poderia ser um show caseiro de videokê. Ou quem sabe um show feito numa churrascaria popular. Mas é o show de um artista abaixo da média em DVD bancado por uma gravadora multinacional. Tem quem goste e compre o DVD? Tem, sim. E assim - errante - caminha a humanidade fonográfica...

Jack grava quarto CD com produtor da estréia

Jack Johnson começou a gravar seu quarto disco em Los Angeles (EUA). O cantor-surfista já tem prontas cerca de 75% das músicas do CD. A maior novidade é que - depois de dois discos de estúdio gravados com produção do brasileiro Mario Caldato Jr. - Johnson retomou sua parceria com JP Plunier, o produtor de seu álbum de estréia, Brushfire Fairytales, editado em 2001. O lançamento está previsto para o começo de 2008 pelo selo Brushfire Records.

Duran finaliza CD que tem Justin e Timbaland

Depois de conseguir mais alguns minutos de fama com seu álbum Astronaut, de 2004, o Duran Duran aposta todas suas fichas no disco que acaba de gravar. O trabalho conta com intervenções de Justin Timberlake (em Nigth Runner) e dos produtores Timbaland e Danjahandz (nas músicas Skin Divers, Zooming e Night Runner).

10 de junho de 2007

U2 grava músicas no Marrocos com Brian Eno

O grupo U2 está compondo e gravando músicas inéditas em Fez, cidade do Marrocos. Ao lado do grupo, estão seus fiéis produtores Brian Eno e Daniel Lanois. Mas Bono Vox afirma - no site oficial da banda - que (ainda) é cedo para saber se o material criado nas sessões de gravações marroquinas vai ser utilizado no esperado próximo álbum do quarteto irlandês. O material teria caráter experimental.

Cachorro Grande se apequena no quarto álbum

Resenha de CD
Título: Todos os Tempos
Artista: Cachorro Grande
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * *

Tida até há pouco tempo como a nova grande banda do rock nacional, Cachorro Grande se apequena no quarto álbum. Já nas lojas, Todos os Tempos não reedita a inspiração dos CDs Cachorro Grande (2001), As Próximas Horas Serão Muito Boas (2004) e mesmo de Pista Livre (2005). Se o som retrô continua bebendo na fonte do rock dos anos 60 e 70, em especial o rock de Beatles e Rolling Stones, o repertório perdeu a coesão de antes. Com letras pueris, o grupo gaúcho transita por rock básico (Conflitos Existenciais), evoca a energia punk (O Certo e o Errado, destaque do disco) e refaz até a viagem psicodélica (Roda Gigante) entre boa balada (Nunca Vai Mudar) e tema instrumental (Hoje Meus Domingos Não São Mais Depressivos). Mas algo parece ter se perdido. O latido já soa fraco.

Hamilton deve ir além da intimidade dos hotéis

Resenha de CD
Título: Íntimo
Artista: Hamilton
de Holanda
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * *

O bandolinista Hamilton de Holanda é um dos maiores músicos brasileiros projetados nos últimos anos. Íntimo, contudo, deixa incômoda sensação de que Hamilton pode ir (muito) além dos registros caseiros feitos na intimidade dos quartos de hotéis entre turnês. No caso, são doze gravações realizadas em novembro de 2006 nas cidades de Paris, Rio de Janeiro, Cayenne (Guiana Francesa) e Zurich (Suíça) - nos intervalos entre um show e outro. Em clima sempre introspectivo, o bandolinista passeia com lirismo por melodias clássicas de Tom Jobim (Luiza e Passarim), Cartola (As Rosas Não Falam), Dorival Caymmi (O Bem do Mar), Edu Lobo & Chico Buarque (Beatriz) e Noel Rosa (Feitiço da Vila, com Vadico) entre músicas autorais (Gratitude, A César o que É de César e Amor, Saudade Amor) de menor expressão. Virtuose de seu instrumento, o músico aborda este fino repertório com segurança de quem domina as 10 cordas de seu turbinado bandolim. Só que, talvez pelo próprio conceito íntimo e solitário do álbum, não se ouve nos 40 minutos do CD o músico vibrante que - somente para citar um exemplo - aparece no dueto com Zélia Duncan captado para o recém-lançado DVD Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band O Show. Hamilton pode bem mais.

Iriê tira onda na praia do pop reggae alto astral

Resenha de CD
Título: Iriê
Artista: Iriê
Gravadora: Warner Music
Cotação: * *

Não fosse o sucesso do gaúcho Armandinho em 2006, muito provavelmente o sexteto Iriê não estivesse lançando o seu quarto disco por uma major. Só que, viciada nos velhos erros, a indústria fonográfica nacional é fiel adepta do lema "nada se cria, tudo se copia". E, como uma das bolas da vez no mercado é o reggae pop e alto astral, o grupo Iriê - formado em 1998 na periferia de Florianópolis (SC) e conhecido no Sul do Brasil - tenta o sucesso nacional com o álbum intitulado Iriê, produzido por Paul Ralphes. Mas morre na praia pop de seu colega Armandinho - aliás, presente na faixa Nativas, hit do Iriê, reembalado por Ralphes para ajudar o CD a navegar nas paradas...

Fiel ao nome (Iriê é expressão jamaicana que quer dizer energia positiva), o grupo exalta valores do bem. O problema do disco é que ele vai perdendo o pique ao longo de suas 13 faixas. Começa bem com Raízes - um reggae bem radiofônico que, numa primeira audição, dá até a impressão de que se está ouvindo uma gravação dos Paralamas do Sucesso, já que o timbre da voz do vocalista Rô Conceição lembra o de Herbert Vianna - mas, quando avança, a irregularidade do repertório vai ficando evidente. Cor do Mar até se destaca. Mas e o que dizer da releitura em ritmo de reggae de Lingo Lago do Amor, canção lançada por Gonzaguinha em 1984? Dispensável. E, no final das contas, a grande onda é a regravação de Nayambing Blues, belo reggae de Sine Calmon que foi gravado até pela Banda Eva. Prova de que, com repertório mais sedutor, o Iriê poderá emergir com força da praia do reggae pop e alto astral.