13 de março de 2010

Bethânia põe 'Serenata' e 'Curare' em gravação

Maria Bethânia incluiu um dos temas mais famosos do compositor Bororó (1898 - 1986) - Curare, cantado a capella pela intérprete - no roteiro do show Amor, Festa, Devoção. A gravação ao vivo do show foi iniciada na noite de sexta-feira, 12 de março de 2010, na casa Vivo Rio (RJ), onde o registro vai ser concluído na apresentação deste sábado, 13 de março. Na volta do espetáculo ao Rio de Janeiro (RJ), cidade onde ele estreou em 23 de outubro de 2009, Bethânia - vista acima em fotos de Mauro Ferreira - pouco alterou o roteiro original. Além de Curare, as únicas novidades foram Serenata do Adeus (Vinicius de Moraes) - que ocupou o lugar de Drama quase ao fim do primeiro ato - e Guriatã (Roque Ferreira), música incluída no bloco sertanejo. Eis o roteiro seguido pela intérprete na apresentação de 12 de março de 2010:
Ato I
1. Santa Bárbara (Roque Ferreira)
2. Vida (Chico Buarque)
Texto: Olho de Lince (Waly Salomão)
3. Feita na Bahia (Roque Ferreira)
4. Coroa do Mar (Roque Ferreira)
5. Linha de Caboclo (Paulo César Pinheiro e Pedro Amorim)
6. Encanteria (Paulo César Pinheiro)
7. É o Amor Outra Vez (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)
8. Tua (Adriana Calcanhotto)
9. Fonte (Saul Barbosa e Jorge Portugal)
10. Explode Coração (Gonzaguinha)
11. Queixa (Caetano Veloso)
12. Você Perdeu (Márcio Valverde e Nélio Rosa)
13. Dama do Cassino (Caetano Veloso)
14. Até o Fim (Cesar Mendes e Arnaldo Antunes)
15. Serenata do Adeus (Vinicius de Moraes)
16. Balada de Gisberta (Pedro Abrunhosa)
Instrumental
Ato II
17. Não Identificado (Caetano Veloso)
Texto: Mãe Canô (Maria Bethânia)
18. Curare (Bororó)
19. Estrela (Vander Lee)
20. Serra da Boa Esperança (Lamartine Babo)
Texto: Brasil Caboclo (Maria Bethânia)
21. Doce Viola (Jaime Alem)
22. Guriatã (Roque Ferreira)
23. Pescaria (Wilson Ribeiro Pimentel e Conceição Alves Ferreira)
24. Saudade Dela (Roberto Mendes e Nizaldo Costa)
25. Ê Senhora (Vanessa da Mata)
26. Batatinha Roxa (tema de domínio público)
27. Mão do Amor (Roque Ferreira)
28. Saudade Dela (Roberto Mendes e Nizaldo Costa) - reprise
29. Saudade (Moska e Chico César)
30. É o Amor (Zezé Di Camargo)
31. O Nunca Mais (Roberto Mendes e Capinam)
32. Bom Dia (Herivelto Martins)
33. Andorinha (Sylvio Caldas)
34. Bandeira Branca (Max Nunes e Laércio Alves)
35. Domingo (Roque Ferreira)
36. Pronta pra Cantar (Caetano Veloso)
37. O Que É O Que É (Gonzaguinha)
38. Encanteria (Paulo César Pinheiro)
Bis:
39. Reconvexo (Caetano Veloso)

Warner edita no Brasil coletânea de hits de Seal

Neste mês de março de 2010, a Warner Music está editando no Brasil Seal Hits, coletânea do cantor britânico de r & b que foi lançada no exterior em dezembro de 2009. A (boa) compilação chega ao mercado nacional na edição simples e é indicada somente para quem não tem a coletânea anterior do intérprete de Killer e Crazy, Best of 1991 - 2004, lançada em 2004. De todo modo, para fisgar fãs mais dedicados, Seal Hits inclui duas músicas inéditas, I Am your Man - eleita o single promocional da compilação - e Thank You, entre hits e fonogramas dos álbuns System (2007) e Soul (2008), que são os dois últimos discos de estúdio do cantor.

Deck edita quatro sobras em compacto de vinil

Proprietária da Polysom, a única fábrica de vinil da América Latina, a gravadora carioca Deckdisc decidiu editar neste mês de março de 2010 um compacto de vinil com sobras de álbuns das bandas capixabas Dead Fish e Mukeka di Rato. Duplo, o compacto toca duas gravações de cada grupo. Faixas do Dead Fish, Michel Oghata e Múmia são sobras dos álbuns Zero e Um (2004) e Um Homem Só (2006) que tinha apenas sido editadas em formato digital em coletânea intitulada Presente. Já as faixas da Mukeka di Rato - Umbigo e Sonho Corrompido - são duas sobras do álbum Carne (2007) que tinham sido lançadas como bônus na edição japonesa do CD. Tal compacto vai chegar às lojas em 26 de março.

Já sem Claudia Leitte, Babado Novo lança DVD

Com dois vocalistas (Guga e Igor) se revezando no posto que foi de Claudia Leitte, o Babado Novo vai lançar no primeiro semestre de 2010 sua primeira gravação realizada com a nova formação. Para variar, trata-se de um registro ao vivo, captado em show feito no povoado de Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro (BA), em fevereiro. O repertório deste CD e DVD apresenta músicas inéditas entre hits.

12 de março de 2010

Alcione, Chico, Lenine e poesia no DVD de Elba

Quando tinha 14 anos e ainda morava na Paraíba, Elba Ramalho subiu ao palco pela primeira vez e recitou um poema de Manuel Bandeira (1886 - 1968), Evocação do Recife. Tal poema ganha outra (apropriada) interpretação da cantora no show que Elba faz nesta sexta-feira, 12 de março de 2010, no Marco Zero, no Centro Histórico de Recife (PE), para gravar seu terceiro DVD. Além de Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, já anunciados em post anterior, o time de convidados inclui Alcione, Chico César e Lenine. Com seu conterrâneo Chico, Elba vai cantar o aboio Béradero, da lavra do próprio cantor. Com Lenine, o dueto vai acontecer em Queixa, de Caetano Veloso, e em Que Baque É Esse?, maracatu do próprio Lenine . Já a Marrom vai soltar o vozeirão em O Meu Amor (Chico Buarque) - assumindo o papel da atriz Marieta Severo neste número em que Elba evoca o dueto da montagem original do musical Ópera do Malandro (1978) - e em Forró na Gafieira (de Jackson do Pandeiro). Aliás, nesta música, Elba - vista acima em foto de Renato Filho - vai convocar o bailarino Carlinhos de Jesus para refazer as coreografias que o projetaram no show Popular Brasileira (1990) neste número. A ideia da cantora é condensar 30 anos de carreira nas 30 músicas selecionadas para a gravação.

Com Jorge, Alexandre Pires diz que é o samba...

Nas lojas em abril de 2010, via EMI Music, o novo disco de Alexandre Pires, Mais Além, já está sendo promovido pela gravadora. A faixa de trabalho é Eu Sou o Samba, um samba cheio de balanço gravado por Pires em dueto com Seu Jorge. Mais Além é o primeiro álbum de estúdio do artista pela EMI, gravadora na qual o pagodeiro estreou em 2008 com o CD e DVD Em Casa ao Vivo.

'Som Brasileiro de Sarah Vaughan' volta às lojas

Entre 31 de outubro e 7 de novembro de 1977, Sarah Vaughan (1924 - 1990) gravou no estúdio da RCA, no Rio de Janeiro, o que seria o primeiro dos três álbuns brasileiros dedicados pela cantora norte-americana de jazz à música brasileira. Lançado em 1978, O Som Brasileiro de Sarah Vaughan - editado no exterior com o título de I Love Brasil - já tinha sido lançado em CD, mas ganha sua melhor reedição neste mês de março de 2010 na série Caçadores de Música, da Sony Music. Vaughan gravou com Milton Nascimento (em Bridges e em Courage, versões em inglês de Travessia e Coragem), Dorival Caymmi (Roses and Roses, versão da valsa Das Rosas) e, claro, Tom Jobim (em Triste e em Someone to Light up my Life, versão de Se Todos Fossem Iguais a Você). O pianista José Roberto Bertrami assinou a maior parte dos arranjos de base na produção luxuosa deste disco que, ainda assim, nem sempre está à altura de Sassy. If You Went Away (Preciso Aprender a Ser Só) é destaque!!

Ana Costa reedita Novos Alvos via Biscoito Fino

Lançado no primeiro semestre de 2009, o segundo CD de Ana Costa, Novos Alvos, ganha reedição - sem bônus - pela gravadora Biscoito Fino neste mês de março de 2010. Sem sair da roda do samba, gênero que pontua todo o repertório, a cantora foca outros ritmos e levadas neste disco produzido com frescor por Alê Siqueira. Clique aqui para ler a resenha do CD postada em Notas Musicais em 6 de maio de 2009. É biscoito fino!

11 de março de 2010

Pink Floyd vence batalha judicial contra a EMI

A Corte de Londres deu ganho de causa ao Pink Floyd na batalha judicial travada pelo grupo contra a EMI Music por conta da decisão da gravadora de comercializar o download de faixas avulsas de álbuns da banda bem como trechos de músicas para celulares. Pela sentença divulgada nesta quinta-feira, 11 de março de 2010, a EMI terá que vender álbuns do Pink Floyd - inclusive no formato digital - conforme a configuração original dos discos.

Amor 'sin' limite no CD em espanhol de Roberto

O repertório do disco em espanhol que Roberto Carlos vai lançar neste ano de 2010, nos países de língua hispânica e no mercado latino dos Estados Unidos, é formado basicamente por versões em castelhano de canções de seus dois últimos álbuns de inéditas, Amor sem Limite (2000) e Pra Sempre (2003). A gravação começou em fevereiro, no estúdio mantido pelo cantor - em foto de Luciana Brasil - em sua casa na Urca, no Rio de Janeiro (RJ).

Sem Fábio, LGK Music põe fé em padre Juarez

Já que perdeu o valioso passe de padre Fábio de Melo para a Som Livre, a LGK Music põe toda sua fé no canto de Juarez de Castro, atual secretário da Arquidiocese de São Paulo. Mineiro de Lavras, Castro está lançando o CD Luz Divina, o terceiro de sua carreira, mas o primeiro via LGK. Da lavra religiosa de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, a faixa-título foi regravada com a autorização do Rei. Situado entre o sagrado e o profano, o repertório de Castro inclui abordagens de músicas de Raul Seixas (Tente Outra Vez), Renato Russo (Monte Castelo) e do trio Sá, Rodrix & Guarabyra (Ouvi Contar). O CD já está nas lojas (distribuído pela Sony Music).

CD 'Tempos Modernos' antecipa faixa de Leitte

Posto nas lojas neste mês de março de 2010, via gravadora Som Livre, o CD com a trilha nacional da novela Tempos Modernos - exibida às 19h pela TV Globo - antecipa faixa do disco que vai marcar a estreia de Claudia Leitte na gravadora Sony Music. Trata-se da releitura - em ritmo de pop reggae - de Paixão, tema sensual de Kledir Ramil, gravado pelos irmãos Kleiton & Kledir em 1981, no segundo LP da dupla. Além do fonograma inédito da cantora, a trilha nacional de Tempos Modernos mistura, em 18 faixas, registros recentes de Ana Carolina (10 Minutos, tango que abre o álbum N9ve), Zélia Duncan (Tudo Sobre Você, delícia pop do disco Pelo Sabor do Gesto), Wanderléa (Se Tudo Pode Acontecer), Arnaldo Antunes (Invejoso, destaque do repertório do CD Iê Iê Iê), Ney Matogrosso (Segredo) e Ana Costa (Almas Gêmeas, com Moska). Presença na trilha da novela Viver a Vida com sua gravação de Partido Alto, Cássia Eller (1962 - 2001) é revivida em Tempos Modernos com O Segundo Sol, no registro original feito em 1999. Enfim, é a habitual salada mista do gênero!!

10 de março de 2010

Gorillaz adensa som (e ideias) em 'Plastic Beach'

Resenha de CD
Título: Plastic Beach
Artista: Gorillaz
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

São muitos os sons, convidados e referências que inundam as 15 faixas do terceiro álbum de estúdio do Gorillaz, Plastic Beach, lançado esta semana em escala mundial. Contudo, o grupo virtual - criado em 1998 na Inglaterra por Damon Albarn e Jamie Hewlett - não morre na Praia de Plástico. Sem se banhar nas mesmas águas de Gorillaz (2001) e Demon Days (2005), 2D, Murdoc, Russel e Noodle mergulham em viagem conceitual que singra por mares eruditos - já na Orchestral Intro, urdida com a ajuda da Sinfonia ViVA - e segue até o Oriente, evocado pelos sons árabes ouvidos na introdução de White Flag. O grupo transita por diversos portos musicais. Como já sinalizara, aliás, o primeiro single, Stylo, faixa que une rap, soul e eletrônica com as presenças do rapper Mos Def e do veterano cantor de r & b Bobby Womack. Contudo, aviso aos navegantes: por estar ligeiramente poluída com tantos elementos, a Praia de Plástico do Gorillaz nem sempre parece convidativa no primeiro mergulho. Suas águas podem parecer turvas. Por isso mesmo, Welcome to the World of the Plastic Beach - faixa na qual figura o rapper Snoop Dogg - já dá as boas-vindas, mostrando que o som do Gorillaz está mais denso neste terceiro álbum. Distante da praia pop do primeiro, Gorillaz. Ainda que On Melancholy Hill contradiga seu título e refresque o disco com efervescência (electro)pop. Rhinestone Eyes também não nega a origem pop - assim como o rap Superfast Jellyfish, faixa funkeada que agrega De La Soul e Gruff Rhys (do Super Furry Animals). No meio de tudo, há a voz inconfundível de Lou Reed na faixa Some Kind of Nature. Por ser mergulho bem mais fundo do que Demon Days, Plastic Beach adensa sons e ideias reais do virtual Gorillaz. Caia na água!!

Sai 'Deluxe Edition' do segundo álbum de Aydar

Segundo álbum de Mariana Aydar, Peixes, Pássaros, Pesssoas (2009) é um dos três títulos nacionais que estão voltando às prateleiras (turbinados com DVD-bônus) na série Deluxe Edition, da gravadora Universal Music. No caso do disco de Aydar, o DVD exibe na seção Bis cinco números - Onde Está Você?, Menino das Laranjas, Vai Vadiar, Maior É Deus e Zé do Caroço - gravados ao vivo em show feito pela cantora na Sala Adoniran Barbosa, do Centro Cultural São Paulo (SP), em 20 de dezembro de 2008. O DVD inclui também os clipes das faixas Palavas Não Falam e O Samba me Persegue (filmado com a adesão de Zeca Pagodinho) e documentário sobre a gravação do álbum que confirmou o talento de Aydar (vista acima em foto feita por Nikhil para o material gráfico do CD original). A Deluxe Edition do disco já está nas lojas.

Azevedo estende sua geral para dois CDs ao vivo

Em setembro de 2009, Geraldo Azevedo lançou DVD com gravação ao vivo de tom retrospectivo, anunciado já no engenhoso título Uma Geral do Azevedo (clique aqui para ler a resenha postada no blog Notas Musicais). A novidade - boa para os que dispensam a imagem e preferem somente a música - é que o cantor está editando o registro ao vivo, captado 14 de novembro de 2008 em show no Circo Voador (RJ), em dois CDs vendidos nas lojas de forma avulsa. Na divisão do roteiro, cada CD ficou com dez faixas e uma inédita. O volume 1 apresenta É o Frevo, É Brasil, parceria do artista com Geraldo Amaral. Já o volume 2 inclui o xote É Minha Vida, composto com o poeta José Carlos Capinam. Detalhe: embora a arte gráfica de ambos os CDs seja bela e caprichada, com direito à reprodução de todas as letras nos encartes, os discos chegaram às lojas - fabricados e distribuídos pela Microservice - com um problema na impressão da capa. Tanto no volume 1 como no 2, o título exibido na capa aparece sem o 'do'. Faltou uma geral dos revisores antes de mandar os dois discos ao vivo para as lojas.

Ode a Cassiano, 'Cedo ou Tarde' ganha reedição

Um dos gênios da soul music nacional, Cassiano esboçou a partir da década de 70 uma carreira fonográfica que logo empacou, após três álbuns lançados entre 1971 e 1976. Cedo ou Tarde - o disco do artista ora reeditado na série Caçadores de Música, da Sony Music - foi tentativa vã de trazer Cassiano à tona com regravações de suas principais músicas em duetos com notórios admiradores de sua obra. Lançado já no formato de CD em 1991, para festejar os 20 anos da edição do primeiro LP do compositor de Primavera, Cedo ou Tarde aglutinou participações de peso na ficha técnica. A começar por Marisa Monte, convidada da boa faixa-título. Discípulo ardoroso do mestre, Ed Motta soltou a voz em Know-How. Já Luiz Melodia dividiu Salve Essa Flor com Cassiano, engrossando time que contou também com Djavan (em Coleção, um dos poucos hits populares do compositor), Claudio Zoli (em A Lua e Eu, o outro sucesso de Cassiano) e Sandra de Sá (numa esmaecida Primavera). Prefira os álbuns da década de 70...

Blondie finaliza álbum que tem faixa em francês

Uma das primeiras bandas a tirar onda na New Wave, Blondie volta ao mercado fonográfico em meados deste ano de 2010 com álbum - ainda sem título divulgado - que mistura, em 16 faixas, uma música cantada em francês, duas em espanhol e alguns covers. O sucessor de The Curse of Blondie (2003) vai ter capa criada pelo artista alemão Chris Berens. O CD deve sair até junho.

9 de março de 2010

Brown produz com Didá faixa para Josh Groban

Um dos artistas brasileiros que tem maior visibilidade no exterior atualmente, inclusive por conta de suas intervenções em discos de nomes como Sergio Mendes e Bebel Gilberto, Carlinhos Brown foi recrutado por Josh Groban para produzir faixa para o próximo CD do cantor norte-americano. Brown convocou a banda feminina de percussão Didá - vista na foto de Ricardo Prado com o tribalista no estúdio Ilha dos Sapos, em Salvador (BA) - para tocar na faixa provisoriamente intitulada Você Existe em mim. O CD sai este ano.

Zezé Di Camargo & Luciano gravam disco duplo

Zezé Di Camargo & Luciano gravam disco duplo para ser lançado pela gravadora Sony Music em meados de 2010. Vice-campeões do mercado fonográfico brasileiro em 2009, por conta das 261 mil cópias vendidas do álbum Zezé Di Camargo & Luciano (de 2008), os irmãos aproveitam o bom momento e - sob a batuta do produtor César Augusto - preparam em São Paulo (SP) álbum que agrega inéditas (alocadas no CD 1) e antigas modas de viola (no 2).

Maiden confirma 'The Final Frontier' para 2010

O grupo Iron Maiden confirmou o lançamento de disco de inéditas em 2010. Sucessor de A Matter of Life and Death (2006), o 15º álbum de estúdio do grupo se chama The Final Frontier. Orquestrado pela gravadora EMI Music, o lançamento mundial deverá acontecer em junho - mês em que a Donzela de Ferro inicia turnê mundial para promover o CD. De acordo com informações extra-oficiais divulgadas por um site búlgaro dedicado ao grupo, Maiden Bulgaria, The Final Frontier contabilizaria oito faixas. Beyond the Eyes Can See, Where No Man Has Gone Before, Higher and Faster, The Antagonist, Longing for Heaven, Murky Space Race, Catastrophe of a Thousand Light Years e The Final Frontier seriam as dez músicas do álbum. Tais nomes não são confirmados.

Compilação recorda o canto popular de Timóteo

Cantor mineiro que esteve em grande evidência nas paradas das décadas de 60 e 70, antes de começar carreira política, o lendário Agnaldo Timóteo tem 14 gravações reunidas em CD editado pela Som Livre neste mês de março de 2010, na série de coletâneas Sempre. Todos os fonogramas foram selecionados nos arquivos das gravadoras Sony Music e EMI Music, sendo que esta - herdeira do acervo da extinta Odeon - possui a parcela mais conhecida da obra fonográfica de Timóteo. São dessa fase gravações como Os Verdes Campos da Minha Terra (versão de Geraldo Figueiredo de Green Green Grass of Home, um tema do compositor norte-americano Claude Putman Jr.), Os Brutos Também Amam (da lavra da dupla Roberto e Erasmo Carlos) e A Galeria do Amor (música de autoria do próprio Timóteo, em que ele saúda a Galeria Alaska, famoso reduto gay do Rio de Janeiro nos anos 70 e 80). É para velhos fãs!!

8 de março de 2010

Volta ao catálogo um disco controvertido de Gal

Resenha de CD - Reedição
Título: Lua de Mel Como o Diabo Gosta
Artista: Gal Costa
Ano do lançamento: 1987
Ano da reedição: 2010
Gravadora da edição original: BMG-Ariola
Gravadora da reedição: Sony Music
Cotação: * * *


Ao trocar a gravadora Philips pela RCA, em 1984, Gal Costa logo adocicou seu repertório em busca de números mais expressivos de vendas de seus discos, que, na época, giravam em torno de 100 mil cópias - com rara exceção de um ou outro título mais bem-sucedido, como Fantasia (1981). A popularização do repertório da cantora se deu através de baladas estrategicamente escolhidas para puxar os LPs. Lua de Mel Como o Diabo Gosta - álbum de 1987 ora reeditado pela Sony Music na irregular série Caçadores de Música - foi o ápice do mergulho de Gal no som tecnopop que deu o tom (às vezes, pasteurizado) da MPB nos anos 80. Trata-se de um dos títulos mais controvertidos da discografia da cantora. Já pela capa e pelo título (infeliz) percebia-se a tentativa de apelar para manter o sucesso obtido por Gal com seus dois primeiros álbuns na RCA, Profana (1984) e Bem Bom (1985) - ambos, aliás, também reeditados na coleção. Contudo, o álbum não surtiu o efeito esperado nas paradas. De acento havaiano, a regravação de Lua de Mel - a canção sensual de Lulu Santos, autor de três das dez faixas - não pegou tanto nas rádios quanto baladas anteriores como Chuva de Prata (1984) e a bela Um Dia de Domingo (1985).

Passados 23 anos do lançamento, uma análise menos tendenciosa de Lua de Mel Como o Diabo Gosta mostra que o álbum tem lá seus encantos. Inclusive porque, neste disco, a voz cristalina de Gal estava no auge - como atestam os agudos onomatopaicos de Arara, tema de Lulu que abre o álbum, e a forma como a cantora deita e rola na intepretação do blues jazzy Todos os Instrumentos, música de Joyce que fecha o disco. Em contrapartida, o produtor Guto Graça Mello se lambuzou no molho tecnopop ao formatar arranjos como o de Tenda, música de Caetano Veloso que já não se encontrava entre as mais inspiradas do compositor (apesar da letra bela). Já O Vento era (e é) uma das canções mais bonitas de Djavan, tendo sido adequadamente formatada em limpo arranjo assinado pelo próprio Djavan. Ainda à espera de regravação que lhe dê mais visibilidade, O Vento passou despercebida em meio a um repertório que roçava o brega na versão de Here, There and Everythere (a balada dos Beatles que virou Viver e Reviver na letra em português escrita por Fausto Nilo). Também esperam chance de serem ouvidas com mais atenção uma balada filosófica do farto Lulu Santos (Creio) e a parceria mais despudoradamente romântica de Milton Nascimento com Fernando Brant (Me Faz Bem). Já o plastificado funk Sou Mais Eu - composto pela dupla de hitmakers Michael Sullivan & Paulo Massadas, então dando as cartas no departamento artístico da gravadora BMG-Ariola - é bobagem que teve a obviedade da letra evidenciada pelo arranjo tecnopop de Lincoln Olivetti. Contudo, com o cristal tinindo, Gal dá show vocal na faixa - numa fina sintonia com os versos-clichês.

Quanto à reedição em si, Lua de Mel Como o Diabo Gosta já tinha sido relançado em CD - de forma criteriosa - em 1999. Contudo, o encarte da reedição atual é ligeiramente superior, por conta da reprodução mais exata da ficha técnica. Assim como o som parece ligeiramente mais solto, embora a ficha técnica da reedição omita qualquer informação referente à remasterização. De qualquer forma, fãs de Gal Costa já têm novamente à disposição este álbum de tons altos, sensualidade às vezes artificial e acento tecnopop. Enfim, Lua de Mel Como o Diabo Gosta foi disco como Gal e a BMG-Ariola gostavam nos anos 80. Curiosamente, foi ele o disco que encerrou a lua de mel da cantora com a gravadora.

Mart'nália recebe Mayra e Yuri no DVD 'África'

Enquanto começa a pensar no repertório do álbum de estúdio que vai lançar em 2011, Mart'nália - vista acima numa foto de Eny Miranda - dá os últimos retoques no DVD e CD ao vivo África, gravados no fim de 2009, com direção de Roberto de Oliveira, durante as passagens da artista por Angola e Moçambique. Na gravação, Mart'nália recebeu o cantor angolano Yuri da Cunha. O show Madrugada - dirigido por Márcia Alvarez e inspirado no homônimo disco de estúdio lançado por Mart'nália em agosto de 2008 - foi captado em apresentação feita em Miami Beach, point de Angola. Já as andanças da artista por Moçambique inspiraram um documentário, parte importante do DVD, que ainda vai ser incrementado com uma roda de semba armada no Brasil com as presenças de nomes como Mayra Andrade (jovem cantora cubana radicada em Cabo Verde), Carlinhos Brown e Martinho da Vila. O lançamento de África - que já será o terceiro DVD de Mart'nália - está programado pela gravadora Biscoito Fino para maio de 2010.

Baltar cresce quando pisa em 'terreiro' brejeiro

Resenha de CD
Título: Mariana Baltar
Artista: Mariana Baltar
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Grata revelação de 2006 ao lançar seu primeiro álbum (Uma Dama Também Quer se Divertir, Zambo Discos), Mariana Baltar confirma qualidades - em especial, a leveza e a brejeirice - em seu segundo disco, editado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de março de 2010. Mariana Baltar - o álbum produzido por Josimar Carneiro - transita bem entre o terreiro e o sertão. O terreiro já é evocado em Tia Eulália na Xiba (Claudio Jorges e Nei Lopes), o jongo que abre o disco em registro exemplar, pontuado pela mesma vivacidade com que Baltar revive o samba Uva de Caminhão (Assis Valente) e o choro Teco-Teco (Pereira da Costa e Milton Villela), sucesso de Ademilde Fonseca (em 1950) e de Gal Costa (em 1975). Aliás, Tia Eulália na Xiba, Uva de Caminhão e Teco-Teco - todas com abordagens tão boas ou ainda melhores do que as gravações anteriores - são os grandes destaques do álbum justamente porque são veículos perfeitos para a cantora mostrar a brejeirice de sua voz leve e sempre afinada. Já a terra nordestina é repisada por Baltar - filha de pernambucano que residiu em Recife (PE) por alguns anos - em Sertão do Vale, bom baião em que os compositores Zé Paulo Becker e Mauro Aguiar saúdam a obra do compositor maranhense João do Vale (1934 - 1996). Há também cheiro de terra em Maldita Cancela, toada de Délcio Carvalho e Osório Peixoto, descoberta por Baltar em disco do cantor Lucio Sanfilipo. De tonalidade rural, o belo tema é o grande achado de repertório que nunca patina no óbvio (tendo sido bem arranjado).

Entre o terreiro e o sertão, há temas urdidos no tempo lírico da delicadeza, como Canções de Menina, parceria de Thiago Amud com Pedro Moraes. A propósito, se há um problema no disco, é a aposta excessiva no repertório dos compositores novatos Edu Kneip e Thiago Amud, autores (sozinhos, em dupla ou com outros parceiros) de quatro das doze faixas. A questão é que músicas como a valsa Tudo à Toa (Edu Kneip e Mauro Aguiar), Quando a Esquina Bifurca - tema que Thiago Amud louva a Urca, bairro carioca onde nasceu e vive o compositor (e no qual Baltar também morou) - e Sonâmbulo (parceria de Kneip com Amud) são calmas demais e, alocadas próximas uma da outra no repertório, jogam o CD para baixo. Contudo, Mariana Baltar, o disco, retoma seu pique no fim, com Tanto Samba (parceria de Paulo César Pinheiro com seu filho, Julião Pinheiro) e com Jongo do Irmão Café (Wilson Moreira e Nei Lopes). O jongo fecha o álbum em grande estilo, fazendo link com Tia Eulália na Xiba e mostrando que nada parece ser gratuito na obra desta cantora carioca cheia de ginga e personalidade. A caprichada arte visual de Luis Monteiro - que incrementa o encarte com belas fotos de Carol de Hollanda que remetem ao evento folclórico Nego Fugido, tradição de Acupe, cidade do Recôncavo Baiano - exemplifica o apuro deste seguro segundo disco de Mariana Baltar. A dama leva a diversão a sério...

Elba grava ao vivo em Recife com Zé e Geraldo

Elba Ramalho vai gravar DVD e CD ao vivo em show agendado para a próxima sexta-feira, 12 de março de 2010, no Marco Zero, point do Centro Histórico de Recife (PE). O espetáculo encerra as comemorações pelos 30 anos de carreira fonográfica da cantora, completados em 2009. Ao longo de roteiro retrospectivo, a intérprete vai receber convidados como o bailarino Carlinhos de Jesus, Geraldo Azevedo (em Canta Coração e em Chorando e Cantando), Zé Ramalho (em Admirável Gado Novo - música que Elba já cantou em shows, mas nunca gravou - e em Chão de Giz) e Flávio José (em Espumas ao Vento). Emoldurada por cenário hi-tech urdido com leds, a intérprete - vista acima em foto de Renato Filho - vai usar figurinos do paraibano Ary Rodrigues. Montado com cerca de 30 músicas, o roteiro revisionista enfileira músicas emblemáticas na voz de Elba, casos de Kukukaya (1979), Leão do Norte (1996), Veja Margarida (1980), Bate Coração (1981), Ciranda da Rosa Vermelha (1997), Felicidade Urgente (1991) e De Volta pro Aconchego (1985). A cantora passeia ainda por sucessos de Maria Bethânia (Gostoso Demais, 1986) e Gal Costa (Festa do Interior, 1981). Caberá à gravadora Biscoito Fino editar o DVD e o CD ao vivo de Elba Ramalho em maio ou junho de 2010.

Zizi condensa 'Cantos & Contos' em dois DVDs

Dois anos depois de estrear a série de shows Cantos & Contos na casa paulista Tom Jazz, para celebrar seus 30 anos de carreira, Zizi Possi lança o registro ao vivo da temporada em dois DVDs editados pela gravadora Biscoito Fino de forma avulsa. Os dois volumes de Cantos & Contos chegam às lojas ainda neste mês de março de 2010. Ambos perpetuam 39 números captados nos 12 shows feitos por Zizi entre março e maio de 2008, com a presença de dez convidados. Entre eles, há Alcione, Ana Carolina, Alceu Valença, Edu Lobo, João Bosco, Ivan Lins e Eduardo Dussek. Eis os repertórios dos dois DVDs - esperados pelo público da cantora:

Cantos & Contos 1:
1. Vira Moenda
2. Sabiá - com Alceu Valença
3. Na Primeira Manhã - com Alceu Valença
4. Pra Dizer Adeus - com Edu Lobo
5. Lábia
6. Upa Neguinho - com Edu Lobo
7. Retrato em Branco e Preto
8. Dindi - com Roberto Menescal
9. O Barquinho - com Roberto Menescal
10. Sei Lá, Mangueira
11. Gostoso Veneno - com Alcione
12. Grande, Grande, Grande - com Alcione
13. Sufoco - com Alcione
14. As Rosas Não Falam
15. Nega do Cabelo Duro
16. Bala com Bala - com João Bosco
17. Incompatibilidade de Gênios - com João Bosco
18. Milagre - com João Bosco
19. Você - com Roberto Menescal (nos extras)
20. Minha Namorada - com Roberto Menescal (nos extras)

Cantos & Contos 2:
1. Luiza
2. João e Maria - com Luiza Possi
3. Tudo a Ver - com Luiza Possi
4. Amor da Minha Vida - com Toninho Ferragutti
5. Assum Branco - com Toninho Ferragutti
6. Caminhos de Sol
7. Sentado à Beira do Caminho
8. Senza Fine - Zizi Possi
9. Desafinado - com Eduardo Dussek
10. Cantando no Banheiro - com Eduardo Dussek
11. Eu Velejava em Você
12. Palavras
13. Alfonsina y El Mar - com Ivan Lins
14. Bilhete - com Ivan Lins
15. Nada pra Mim
16. Ruas de Outono - com Ana Carolina
17. Carvão/ Quem é Você - com Ana Carolina
18. Bom Dia - com Ana Carolina
19. Você - com Roberto Menescal (nos extras)

7 de março de 2010

Elton grava álbum de inéditas com Leon Russell

Sem lançar repertório inédito desde o álbum The Captain and the Kid (2006), Elton John grava novas músicas em Los Angeles (EUA) em disco dividido pelo astro britânico - foto - com o cantor, compositor e pianista norte-americano Leon Russell. O produtor do CD é T-Bone Burnett. Quinze temas, que transitam por gêneros como country e rock, já foram gravados. Em processo final de gravação, o CD tem intervenções de convidados como Neil Young.

Disco sobre Noel reúne Martinho e Rildo Hora

O disco que Martinho da Vila dedica ao repertório de Noel Rosa (1910 - 1937) marca o feliz reencontro do artista com Rildo Hora, produtor de expressivos álbuns do sambista desde a década de 70. Rildo não pilotava um CD de Martinho desde 2002, ano em que formatou Voz e Coração, último (grande) título da passagem do cantor pela gravadora Sony Music. O projeto - que celebra o centenário de nascimento de Noel - vai ser lançado em abril, primeiramente encartado no livro Noel Rosa - Cem Anos de Música, editado e idealizado pela PUC, universidade do Rio de Janeiro. No segundo semestre de 2010, mais especificamente em novembro, Martinho da Vila Canta Noel Rosa com Elas vai ganhar edição convencional em CD com distribuição da gravadora Biscoito Fino. O time de cantoras convidadas inclui Aline Calixto, Ana Costa, Analimar, Mart'nália e Patrícia Hora. Já o repertório mescla clássicos do Poeta da Vila (casos de Três Apitos, Último Desejo e Filosofia) com temas bem menos conhecidos da obra do compositor - como Rapaz Folgado, Seja Breve e Eu Vou pra Vila.

Som Livre compila 15 teletemas dos Paralamas

Embora o bom repertório dos Paralamas do Sucesso não seja associado às novelas, o trio já emplacou sucessivas músicas - ao longo de sua carreira - em trilhas dos folhetins exibidos pela TV Globo. Quinze delas foram reunidas em coletânea dedicada ao grupo na série Novelas, da gravadora Som Livre. Com seleção que abrange de 1985 (ano em que Me Liga foi propagada na trilha sonora da novela Um Sonho a Mais) a 2009 (Meu Sonho, incluída na recente Caras & Bocas), a compilação chega às lojas neste mês de março de 2010, quatro anos depois de a mesma Som Livre ter editado coletânea dupla da banda carioca - formatada em dois CDs vendidos separadamente - na série Perfil. Eis os 15 teletemas do CD Os Paralamas do Sucesso Novelas:
1. Aonde Quer que Eu Vá (Um Anjo Caiu do Céu)
2. Lanterna dos Afogados (Rainha da Sucata)
3. O Amor Não Sabe Esperar (Meu Bem Querer)
4. Meu Sonho (Caras & Bocas)
5. Caleidoscópio (Lua Cheia de Amor)
6. Cuide Bem do seu Amor (Sabor da Paixão)
7. O Beco (Bebê a Bordo)
8. La Bella Luna (Salsa & Merengue)
9. Tendo a Lua (Vamp)
10. Me Liga (Um Sonho a Mais)
11. De Perto (Bang Bang)
12. O Amor Dorme (Pátria Minha)
13. Busca Vida (Zazá)
14. Saber Amar ( História de Amor)
15. Seguindo Estrelas - Ao Vivo (Malhação 2004)

Bio revive ascensão, glória e calvário de Freddie

Resenha de Livro
Título: Freddie
Mercury
Autor: Selim Rauer
Editora: Planeta
Cotação: * * *

Por bem pouco, o Queen não debutou em palcos cariocas quatro anos antes de sua apoteótica apresentação no Rock in Rio, o festival de 1985 que inseriu o Brasil na rota dos shows internacionais. Ao fazer desbravadora turnê por uma América do Sul amordaçada por governos ditatoriais, em 1981, o grupo britânico tentou se apresentar no Maracanã, mas o estádio não estava disponível para show. Restou à banda a opção de tocar no segundo maior estádio do Brasil, o Morumbi, sediado em São Paulo (SP). A informação é ressaltada pelo escritor francês Selim Rauer na página 158 de Freddie Mercury, sua boa biografia do vocalista do Queen que a editora Planeta está lançando no Brasil neste mês de março. A ascensão, a glória e o calvário de Freddie Mercury (19456 - 1991) - um dos primeiros ídolos mundiais a serem vitimados pela Aids - já foi contada em outras biografias e em documentário (já exibido no Brasil em festivais). Rauer apenas reitera - com narrativa agradável, fundamentada em entrevistas e pesquisas inéditas - a trajetória do emblemático artista de origem persa, nascido em Zanzibar, ilha situada na costa da África. Sem sensacionalismo, mas com perceptível adoração por Mercury, o autor reconstitui a trajetória de um ídolo que amargou no fim da vida - numa época em que os remédios disponíveis para minimizar os efeitos do vírus da Aids devastavam o corpo dos doentes - um sofrimento que, de forma espiritual, ele havia experimentado na infância ao ser separado dos pais para estudar em colégio interno situado longe da comunidade de raiz oriental em que nasceu. A providencial mudança para Londres, na adolescência, marcou o contato do rapaz com a cultura pop britânica e abriu o caminho da fama para o futuro astro. Foi quando Mercury enxergou um passaporte para o sucesso na banda emergente fundada em 1970 pelo guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor. Era o Queen cuja trajetória passa a ser confundir com a de seu cantor. Por mais que Freddie seja sempre o centro das atenções da narrativa, a biografia disseca a gênese de cada álbum do Queen. Bem como o conceito de cada uma das megasturnês mundiais que ratificaram o excepcional carisma do vocalista do grupo como um líder pop. Enquanto detalha o envolvimento do vocalista com cada trabalho, mostrando que Freddie nunca se limitou a cantar as músicas do Queen, o autor revela como o astro foi aprendendo a lidar com sua homossexualidade, assumida (longe dos holofotes) desde que Freddie se separou de Mary Austin, a mulher com quem se uniu em meados da década de 70 e que se transformaria na amiga e confidente fiel, ombro certeiro até os momentos finais da estrela. Freddie Mercury, o livro, mergulha também na busca solitária do astro por amor e prazer. A altíssima rotatividade de amantes e a dedicação de alguns companheiros mais fiéis - alguns destes incorporados ao staff que gerenciava a vida e a carreira do artista - são assuntos recorrentes na narrativa, bem como o refúgio inútil de Mercury nas drogas. Enfim, com personalidade temperada por doses bem generosas de egocentrismo e generosidade, Freddie Mercury viveu como poucos o trinônimo-clichê que agrega sexo, drogas e rock'n'roll. No caso, um rock de arena que contagiou multidões ao redor do mundo, nos anos 70 e 80, dando lugar de honra ao Queen no Olimpo pop. Em sua era, Mercury foi campeão.

Belle compõe na Escócia e grava álbum nos EUA

Formado na Escócia em 1996, o grupo indie Belle and Sebastian burila em sua terra natal o repertório de seu primeiro álbum de inéditas desde The Life Pursuit (2006). Contudo, a gravação do disco vai ser feita, ainda neste semestre, em Los Angeles, nos EUA.