25 de novembro de 2006

Jussara dá apropriado mergulho em Brasil 'cool'

Resenha de CD
Título:
Entre o Amor e o Mar
Artista:
Jussara Silveira
Gravadora:
Maianga
Cotação:
* * * *

Apenas sete meses depois de lançar Nobreza, disco assinado com o violonista Luiz Brasil que trouxe o registro de estúdio de show apresentado pela dupla, Jussara Silveira está de volta ao mercado fonográfico com álbum de inéditas. Entre o Amor e o Mar é o quinto CD da cantora e chega às lojas dez anos depois da gravação do primeiro trabalho da artista - o que apresentou sua elogiada interpretação para A Dama do Cassino, a bela música de Caetano Veloso que Ney Matogrosso lançara em disco - obscuro - de 1988.

O CD Entre o Amor e o Mar mantém Jussara na linha cool que caracteriza sua discografia. O álbum transita em atmosfera diversa dos dois belos trabalhos sobre as águas recém-lançados por Maria Bethânia. Mas há inevitáveis paralelos traçados pelo uso comum de referências de Guimarães Rosa - cuja poética inspirou a letra de , a parceria de Guilherme Wisnik e Vadim Nikitin que abre o CD - e das levadas da música do Recôncavo Baiano, evocada na Chula Cortada, delícia de Roque Ferreira. Sem prejuízos para Jussara...

O ponto de partida foi a faixa-título, Entre o Amor e o Mar, inédita de Ná Ozzetti com Luiz Tatit. A despeito de ter nascido no sertão mineiro e de carregar a herança musical da Bahia a ponto de ser comumente apresentada como uma cantora da terra de Dorival Caymmi, de quem regrava Morena do Mar, Jussara atualmente vem reforçando elo com a turma de compositores associada à vanguarda paulista. Não por acaso, o repertório agrupa temas do saudoso Itamar Assumpção (Oferenda, arranjada por Domenico Lancelotti em parceria com Maurício Pachecho) e do antenado Péricles Cavalcanti (a delicada canção O Nosso Amor É Maior). 10!

Entre música que sinaliza a retomada da inspiração por Adriana Calcanhotto (Meu Coração Só, de textura cinzenta) e um samba gravado com o grupo carioca Choro na Feira (Só pra Ver Onde Dá), Jussara Silveira (em foto de Marcos Issa) introduz sua irmã Christine Silveira na animada Gangorra de Dois e, no todo, reforça sua personalíssima assinatura musical neste ótimo disco que não merece ser engolido pelo mar de justos elogios feitos aos recentes trabalhos de Maria Bethânia. Cada cantora em sua própria praia...

DVD de Zeca apresenta dez números exclusivos

Exato um mês depois do CD homônimo, o DVD Zeca Pagodinho Acústico MTV 2 - Gafieira (foto) chega às lojas com o registro integral do show em que o sambista evoca os bailes de gafieira que agitam os salões cariocas desde os anos 40. Dos 26 números, dez entraram somente no DVD. Entre eles, há Piston de Gafieira, O Dono das Calçadas, Inocente Fui Eu (com intervenção de um solo de clarinete de Paulo Moura), Academia do Samba (com a adesão da Velha Guarda da Portela), Coração em Desalinho (também com a turma veterana da escola de Madureira) e um dueto de Zeca com Miltinho em Se Você Visse.

Caixa reúne 20 singles de Jackson em dualdisc

Já está à venda no exterior - e desde 14 de novembro - um mimo caro para fãs de Michael Jackson. Trata-se de um belo box - Visionary - The Video Singles (foto) - que reúne, em 20 dualdiscs, os singles mais importantes da rica trajetória fonográfica do hoje decadente astro, com os seus respectivos clipes. A luxuosa edição custa cerca de 150 dólares nas lojas virtuais e não deverá sair no Brasil.

Eis a seleção de singles da caixa: Don't Stop 'Til You Get Enough, Rock with You, Thriller, Billie Jean, Beat It, Bad, The Way You Make me Feel, Dirty Diana, Smooth Criminal, Leave me Alone, Black or White, Remember the Time, In the Closet, Jam, Heal the World, You Are Not Alone, Earth Song, They Don't Care about us, Stranger in Moscow e - para encerrar - Blood on the Dance Floor.

Trata-se de item de colecionador, pois a grande maioria dos clipes - alguns históricos como o de Thriller, que ajudou a firmar a era da MTV nos anos 80 - havia sido reunida no DVD Number Ones.

Arranco reverencia Martinho em seu quarto CD

Exatos dez anos após Simone dedicar um de seus mais belos discos (Café com Leite, de 1996) ao repertório bamba de Martinho da Vila, o profícuo compositor vai ganhar outro tributo fonográfico. O Arranco de Varsóvia (à direita) idealiza álbum somente com músicas do autor de Casa de Bamba. Se o lançamento do quarto CD do grupo carioca acontecer em 2007, vai coincidir com as comemorações pelos 40 anos de carreira do artista - revelado num festival de 1967 ao defender Menina Moça.

Vidas de Raul e Elza serão contadas no cinema

As vidas e as obras de Raul Seixas (foto) e Elza Soares vão ser os assuntos de dois filmes documentais previstos para chegar aos cinemas em 2007. A cantora terá sua trajetória contada pelas lentes de Izabel Jaguaribe, a diretora de Meu Tempo É Hoje, o sensível documentário que retratou o universo peculiar de Paulinho da Viola. Já o saudoso Maluco Beleza será revivido em Raul: O Início, o Fim e o Meio, filme programado para ser gravado e lançado no próximo ano, em co-produção da Globo Filmes com Locall Equipamentos e Estúdios Mega. O título (ainda provisório) foi extraído de verso da música Gita (1974). A idéia é reconstituir os passos de Raul Seixas do nascimento na Bahia, em 1945, até a morte no Rio de Janeiro, em 1989, passando obviamente pela fase de sucesso, conquistado ainda na primeira metade dos anos 70.

24 de novembro de 2006

Trilha de '1972' traz à tona o rock daquele ano

Lançado em circuito nacional a partir desta sexta-feira, 24 de novembro, o filme 1972 tem sua (curiosa) trilha sonora editada simultaneamente com a chegada da história de Ana Maria Bahiana e José Emílio Rondeau aos cinemas - fato raro no Brasil. Editado pela Universal Music, o CD (foto) traz à tona gravações de bandas de rock que transitavam na cena underground do ano em que se passa a trama. Registros bem obscuros de Karma (Do Zero Adiante), Os Lobos (Miragem), A Bolha (Sem Nada) e Grupo Soma (Potato Fields) convivem na trilha com fonogramas de Rita Lee (Hoje É o Primeiro Dia do Resto de sua Vida), Gilberto Gil (Back in Bahia e Oriente), Gal Costa (Baby) e grupo Novos Baianos (Acabou Chorare, faixa-título do clássico LP de 1972), entre outros nomes.

Universal vai lançar no Brasil CD ao vivo de Gal

Os fãs brasileiros de Gal Costa não precisarão mais importar o álbum ao vivo Live at the Blue Note (foto), editado em setembro nos Estados Unidos, na Europa e no Japão pelo selo americano DRG. A Universal Music vai lançar no mercado nacional o CD, gravado em 19 de maio em show feito pela cantora na casa Blue Note, templo do jazz em Nova York (EUA). Acompanhada por quarteto formado por músicos brasileiros, à moda dos pequenos grupos de jazz, Gal - em boa forma vocal - canta músicas de compositores como Ary Barroso e Tom Jobim.

Circo é armado para revender obra dos Beatles

Resenha de CD
Título:
Love
Artista:
The Beatles
Gravadora:
EMI Music
Cotação:
* * * *

"The Beatles como você nunca ouviu antes...", já promete o slogan que anuncia Love, o novo álbum do grupo, criado em estúdio pelo produtor George Martin a partir de colagens e superposição de músicas da obra do quarteto. O pretexto foi criar a trilha do espetáculo que o Cirque du Soleil apresenta em Las Vegas (EUA) desde agosto. Mas, em suma, o circo foi armado para revender uma obra que ainda gera lucros para a indústria fonográfica e, claro, para os beatles remanescentes (Paul McCartney e Ringo Starr) e suas viúvas (nos casos de John Lennon e George Harrison). Eis a razão deste Love.

Não é à toa que todos - Martin, McCartney, Ringo e as viúvas Yoko Ono e Olivia Harrison - dão depoimentos entusiásticos sobre Love no vídeo-release que promove o álbum. E o fato é que, armações à parte, o trabalho de George Martin prima pela excelência como já atesta a bela versão de Because (com vocais a capella) que abre o disco. A experiência resulta interessante. Mesmo porque ninguém nunca ouviu antes os Beatles em som surround 5.1 como propicia a edição dupla que agrega o CD em estéreo e o DVD-áudio de Love - nas lojas do Brasil a partir de 10 de dezembro ( a edição simples já está à venda desde 22 de novembro). O efeito é impactante, sim.

Vale a pena esperar pelo DVD-áudio porque, entre as 26 faixas, há temas polifônicos (sobretudo A Day in the Life e All You Need Is Love) que crescem com o áudio 5.1. É certo que algumas músicas (como Help! e I Want to Hold your Hand) ressurgem similares aos registros originais. Mas outras, caso de Lady Madonna, ganham nova pulsação com o realce da base rítmica. Entre as colagens, a melhor é a junção psicodélica de Within You Without You com Tomorrow Never Knows. Já Yesterday é introduzida pelo violão de Blackbird sem que o ouvinte perceba que tal colagem foi feita.

O curioso é que, com exceção das cordas gravadas para While my Guitar Gently Weeps, todos os sons já existiam na discografia dos Beatles. O que somente ratifica a importância do produtor George Martin na formatação de uma obra que ainda justifica todo o circo armado em torno dos Fab Four. É Martin quem brilha em Love
...

Cauby canta Baden sem seu habitual tom 'over'

Resenha de CD
Título: Cauby Canta Baden
Artista: Cauby Peixoto
Gravadora: Editora

Entrelinhas
Cotação: * * * *

Aos 75 (não assumidos) anos, Cauby Peixoto ainda consegue ter fôlego para revisitar o repertório de Baden Powell (1937 - 2000) em disco gravado com o violão virtuoso de João de Aquino, primo do compositor. O bravo artista já não vive seu auge vocal, mas acerta no tom das interpretações. Cauby canta Baden sem o estilo over e os excessivos floreios que, não raro, empanam o brilho de uma voz única na música brasileira. Nisso, reside o maior mérito do CD. Cavalo Marinho e Deixa - duas parcerias de Baden com Vinicius de Moraes (1913 - 1980) - são dois exemplos do êxito do cantor no álbum, que ainda tem valor documental por apresentar dois temas inéditos de Baden, Canção do Amor um Só e Mistério, letrados sem inspiração (e com versos-clichês sobre o amor) pela produtora do disco, Dalva Lazaroni. O fato de ser um trabalho de voz e violão - formato inédito na discografia de Cauby - também aumenta a importância do CD, cujo repertório prioriza sucessos como Pra que Chorar?, Samba em Prelúdio, Samba Triste, Apelo, Tem Dó e Violão Vadio. Poderia ser antológico em outras épocas, mas ainda é muito bom. Graças ao violão preciso de João de Aquino e ao salutar comedimento do - grande - Cauby.

Trash Pour 4 recicla hits com boa dose de êxito

Resenha de CD
Título: Super Duper
Artista: Trash Pour 4
Gravadora: MCD
Cotação: * * *


Já imaginou ouvir a até então imaculada Maricotinha, obra de Dorival Caymmi, com uma batidinha de ska? Não ficou legal, mas a curiosidade pode ser saciada com a audição do segundo disco do quarteto paulista Trash Pour 4, Super Duper, batizado com expressão tirada da música Puttin on the Ritz (gravada por Fred Astaire nos anos 30) que significa 'duplamente super'. É para escutar sem preconceito...

Puttin on the Ritz está no arejado CD, mas, diferentemente de seu antecessor Recycle Vol. 1 (2005), de repertório centrado em hits estrangeiros, Super Duper remodela também alguns sucessos nacionais. A mesma levada de ska que tira o charme de Maricotinha dá nova nuance a Sufoco, o clássico de Alcione, reciclado pelo Trash Pour 4 na boa companhia de Fernanda Takai.

Em clima eletroacústico cool, o quarteto rebobina standards de Madonna (Like a Virgin, transformada em delicada balada), Bob Marley (Is This Love?, com piano jazzy), Secos & Molhados (Fala, com mais peso, intervenção de Moska e bem menos brilho) e - em sintonia com o trash de seu nome - da dupla Jane & Herondy (Não se Vá, reprocessado em tom roqueiro). Nem tudo funciona. Mas, no todo, o álbum é bacana e prima por ousadias como recrutar um conjunto regional à moda dos anos 30 para dar uma pegada de chorinho a Lithium, o clássico do Nirvana. E não é que ficou bom?

23 de novembro de 2006

The Rapture dá tom funkeado ao seu eletropunk

Resenha de CD
Título: Pieces of the

People We Love
Artista: The Rapture
Gravadora: Universal

Music
Cotação: * *


O quarteto norte-americano The Rapture foi uma das reais sensações de 2003 por conta do lançamento de seu ótimo álbum de estréia, Echoes. O grupo apresentou um eletropunk que, se não soava original, ao menos tinha vigor e um brilho que inexiste no segundo disco da banda, Pieces of the People We Love. A maior novidade é a adição de batidas funkeadas ao som do Rapture. Há alguma psicodelia (em Calling me) e alguns bons destaques no repertório em geral menos roqueiro - notadamente Get Myself Into It e, sobretudo, Whoo! Alright Yeah... Uh Huh, jóia dançante. Mas nem o fato de Danger Mouse (leia-se Gorillaz) assinar a eficaz produção de duas músicas diminui a sensação que The Rapture continua, por ora, à sombra de seu primeiro CD. E que não demore para vir o terceiro álbum...

Roberto apronta CD e DVD com duetos antigos

Acabou a incerteza sobre a viabilidade do lançamento do projeto de duetos de Roberto Carlos (em foto de seu site oficial) ainda este ano. Um CD e um DVD com registros de 16 encontros do artista com nomes da MPB - gravados para os especiais natalinos que o Rei apresenta na Rede Globo desde os anos 70 - estão sendo finalizados e chegarão às lojas no início de dezembro, vendidos separadamente. Aliás, é a primeira vez que Roberto Carlos lança simultaneamente dois produtos no mercado. O CD trará 14 duetos enquanto o DVD vai apresentar 16.

Alceu celebra frevo com espírito elétrico e vivaz

Resenha de CD / DVD
Título: Marco Zero ao Vivo
Artista: Alceu Valença
Gravadora: Indie Records
Cotação: * * *


Um dos pioneiros na eletrificação dos ritmos nordestinos, Alceu Valença sempre se agiganta no palco por conta da vivacidade e da postura roqueira. Marco Zero ao Vivo já é a segunda gravação do compositor para DVD e, diferentemente da primeira, Ao Vivo em Todos os Sentidos, parte dos justos festejos pelo centenário do frevo - a ser completado em 9 de fevereiro de 2007 - para agregar no repertório ritmos pernambucanos como ciranda e maracatu, pilares da obra pop do artista, sempre em boa forma.

Não por acaso, Alceu dedica o trabalho ao povo de Pernambuco, "motor primal de minha inspiração". Foi diante de seu povo, mais especificamente de uma multidão superior a 100 mil pessoas, que o artista entrou no palco armado em um dos cartões-postais do Recife, em 18 de agosto, para celebrar o frevo em show aberto com citação instrumental de Vassourinhas - o clássico do gênero.

Entre frevos endiabrados como Me Segura Senão Eu Caio e Caia por Cima de mim (inédita parceria de Alceu com Dom Tronxo), ambos tocados com afiado naipe de metais, o antenado artista vai mapeando outros sons de Pernambuco em temas como Dona de 7 Colinas (música que tem a sensualidade lânguida que caracteriza boa parte da profícua produção autoral de Alceu), Nas Asas de um Passarinho (com sopros que remetem à lendária Banda de Pífanos de Caruaru) e Ai de Ti, Copacabana (com a guitarra roqueira que permeia o cancioneiro do elétrico Alceu já desde a década de 70).

Alceu sabe comandar a massa. Basta ele dar a deixa que o público entoa em coro o refrão do frevo Beijando a Flora, por exemplo. Pena que o calor da platéia não tenha aquecido o frio dueto feito com Zeca Baleiro em Vassourinha Aquática. Faltou a Baleiro a desenvoltura e a vivacidade rítmica com que Paula Lima encarou o Maracatu e com que Daúde se jogou na Embolada do Tempo. O outro convidado, Silvério Pessoa, também se saiu bem em Voltei, Recife, um frevo alucinado de Luiz Bandeira. Silvério é do ramo...

Entre pot-pourri com duas cirandas inéditas (Luar de Prata e Ciranda da Aliança) e o fim apoteótico com Tropicana, hit de 1982, o cantor usa até peruca loura para defender Caia por Cima de mim. Nos extras, o DVD traz o clipe de Chego Já (urdido com imagens do artista na festa popular) e o tema instrumental Acende a Luz, regido pelo Maestro Duda - figura querida em Pernambuco.

Por seu caráter performático, Alceu Valença é cantor talhado para celebrar um ritmo festivo como o frevo. Editado também em CD, o carnavalesco Marco Zero ao Vivo é projeto em sintonia com o espírito elétrico da obra do artista. Tão duradoura quanto o frevo.

Virgínia agrupa Bebel, Cartola, Celso e Camelo

Em seu terceiro CD, Samba a Dois, nas lojas em breve, a cantora Virgínia Rosa agrupa no repertório compositores mais tradicionais, casos de Cartola (As Rosas Não Falam) e Candeia (Quero Estar Só), com autores contemporâneos como Marcelo Camelo (autor do lindo samba que dá título ao disco), Bebel Gilberto (O Caminho) e Celso Fonseca (Meu Samba Torto). A intérprete ainda dá voz aos novatos Tito Pinheiro (Sereno) e Luísa Maita (Amado Samba e Madrugada). Entre as 14 faixas do disco, há também composições de Baden Powell (Voltei, parceria com Paulo César Pinheiro), grupo Madredeus (Ao Crepúsculo) e Marcos Valle (Que Bandeira, composto com o mano Paulo Sérgio Valle). O álbum vai trazer como faixa-bônus Sonho e Saudade, música de Tito Madi regravada por Virgínia com arranjo de Nelson Ayres para a trilha sonora de um filme - Bens Confiscados - de Carlos Reichenbach.

DVD registra Blondie antes da onda de sucesso

Embora bem associada à New Wave que emergiu com força na cena dos anos 80, a banda Blondie surgiu em Nova York (EUA) em 1977. Editado no mercado brasileiro pela ST2, o DVD Live 1978 flagra Debbie Harry e Cia. em seu início de carreira. O grupo toca 11 músicas de seus dois primeiros álbuns - Blondie (1977) e Plastic Letters (1978) - em gravação feita para o programa Beat Club. Detalhe: os hits do Blondie - Heart of Glass, Rapture, The Tide Is High, Call me - não estão no roteiro.

22 de novembro de 2006

Leila amplia horizontes com a abertura de selo

Leila Pinheiro está abrindo o selo Tacacá Music, de nome que já remete ao Estado do Pará, terra natal da cantora. O produto inaugural do selo é o DVD Agarradinhos, já filmado por ela com Roberto Menescal. No repertório do duo, há Minha Mangueira - samba composto pela artista em tributo à escola verde-e-rosa. A chegada do DVD às lojas já está agendada para o começo de 2007.

Paralelamente, a cantora continua vinculada à gravadora Biscoito Fino, por onde vai lançar, em junho de 2007, o DVD e o CD com o registro ao vivo do show Nos Horizontes do Mundo - captado no Sesc Pinheiros (SP), em duas apresentações feitas em 12 e 13 de agosto. Apesar de Leila ter interpretado Ventos de Paz, parceria com Jorge Vercilo, gravada para a trilha da novela Páginas da Vida, a música não deverá integrar o repertório do DVD e do CD.

A boa seleção de Nos Horizontes do Mundo - Ao Vivo reúne músicas nunca gravadas em disco por Leila (na foto de Cristina Granato, em cena do show). Entre elas, Amor É Outra Liberdade (canção de Sueli Costa e Abel Silva, lançada por Selma Reis em seu primeiro e independente LP, feito em 1987), Escravo da Alegria (sucesso de Toquinho & Vinicius) e Essa Mulher (música de Joyce e Ana Terra que batizou álbum lançado por Elis Regina em 1979).

Caixa internacional do 'Rei' em ritmo acelerado

Embora o esperado (???) disco anual de Roberto Carlos tenha o seu lançamento confirmado para dezembro pela gravadora Sony BMG, o pesquisador Marcelo Fróes já trabalha em ritmo acelerado na produção das duas caixas que vão reunir todos os discos internacionais do cantor, fechando a coleção Pra Sempre. Mas a chegada às lojas, programada inicialmente para este ano, ficou para 2007.

Ao todo, as duas caixas reunirão 28 discos, quase todos inéditos no mercado nacional. Além dos previsíveis CDs em espanhol (na foto, a capa da versão castelhana do disco editado em 1976), a coleção incluirá seis títulos em italiano, o álbum em inglês lançado no Brasil em 1981 com capa diferente da edição estrangeira (agora recuperada com fidelidade) e - talvez - um raro disco em francês...

Com sua inclusão na caixa ainda não autorizada pelo Rei, o álbum em francês - item de colecionador desconhecido até pelos fãs do artista - foi lançado originalmente em 1983, somente na França, com o título Roberto Carlos Chante en Français et un Portuguais. Das 10 faixas, apenas quatro foram efetivamente gravadas no idioma de Paris. Trata-se de versões em francês de A Guerra dos Meninos (La Guerre des Gosses), À Distância (C'est Fini Il Faut se Dire Adieu), Os seus Botões (Et Puis Commence) e do clássico bolero Solamente una Vez (Ça Ressemble a l'Amour).

Se for mantido o conceito inicial do projeto, o disco em francês sairá na segunda caixa, que abrigará a produção internacional do Rei nas décadas de 80 e 90. A primeira caixa reunirá os álbuns dos anos 60 e 70. Foi, a propósito, em 1964 que o cantor gravou pela primeira vez para o exterior, em espanhol. Já editado no Brasil em série de CDs originais da Jovem Guarda, Roberto Carlos Canta a la Juventud foi, a rigor, a versão castelhana de É Proibido Fumar, LP gravado em 1964. A partir de 1971, Roberto Carlos passou a fazer anualmente um disco em espanhol, com base nos álbuns que lançava no Brasil. Essa prática seguiu até 1991 (depois, o artista gravaria apenas dois títulos em espanhol, um em 1993 e outro em 1997, Canciones que Amo, editado simultaneamente no Brasil). São estes álbuns, todos inéditos no mercado nacional, que vão completar as duas caixas finais da coleção Pra Sempre.

Embora já não se dedique ao mercado hispânico como em tempos áureos, o Rei ainda tem súditos no estrangeiro. Tanto que saiu na Espanha neste semestre a luxuosa caixa Antologia - Todos los Grandes Exitos de Roberto Carlos, que reúne dois CDs com sucessos e um DVD com registros de participações do cantor na televisão espanhola. E ainda há a previsão da gravação ao vivo de DVD e CD em show agendado para janeiro, em Madrid. Será outro título de obra internacional que, parece, vai resistir para sempre.

Moska tenta que CD de 2003 soe novo de novo

Contrariando o título do disco, Moska está reeditando pela Som Livre seu álbum Tudo Novo de Novo (capa à dir.), lançado em 2003 pela EMI sem a merecida repercussão. Foi neste disco que o cantor apresentou Jorge Drexler ao Brasil (antes de ganhar o Oscar por canção do filme Diários de Motocicleta, o artista era desconhecido no Brasil). Moska gravou duas músicas do colega uruguaio. A Idade do Céu é a versão quase literal de La Edad del Cielo que, em 2005, foi regravada por Simone em dueto com Zélia Duncan. Dos Colores: Blanco y Negro foi registrada por Moska na letra original em espanhol, com a intervenção do próprio Drexler.

A propósito, a reedição de Tudo Novo de Novo traz de bônus versões em castelhano das músicas Lágrimas de Diamantes e Pensando em Você (rebatizada Pensando em ti). Vale a conferida!

Em alta, Roupa parte para seu segundo acústico

Fenômeno de popularidade e de vendas com seu CD e DVD RoupAcústico, o grupo Roupa Nova arremessa nas lojas, ainda em novembro, o segundo volume do projeto - também editado nos dois formatos. O DVD RoupAcústico 2 (foto) reúne os 22 números do show gravado em São Paulo. O repertório enfileira sucessos do sexteto carioca que ficaram de fora do primeiro volume (De Volta pro Futuro, Chama, Tímida, Um Sonho a Dois e Começo, Meio e Fim), músicas pouco ou nada conhecidas da fase inicial do grupo (Vôo Livre), regravações de hits alheios (Amor de Índio, Lança Perfume e Flagra, com adesão de Marjorie Estiano neste sucesso de Rita Lee) e algumas inéditas (Retratos Rasgados, É Cedo, A Metade da Maçã, Os Corações Não São Iguais). Já Toni Garrido participa de Sensual, música de 1983.

Falamansa lança três músicas somente na rede

O grupo de forró Falamansa está disponibilizando três músicas inéditas gravadas especialmente para a internet. O xote Miou, o galope Amor Amor e o forró em ritmo de reggae Segue a Vida (parceria do vocalista Tato com Zeider, músico da banda Planta & Raiz) deverão fazer parte do repertório do próximo CD do grupo, mas já podem ser baixados na loja virtual da gravadora Deckdisc (www.deckpod.com.br) e nos principais portais de download. Na foto de Kélita Myra, o quarteto - um dos expoentes do forró dito universitário - posa no estúdio durante a gravação destas músicas.

21 de novembro de 2006

Blitz festeja 25 insistentes anos com DVD e CD

Surgida em 1981, em shows feitos no Circo Voador quando a lona ainda estava armada no Arpoador (RJ), a Blitz insistiu - sempre com seu mentor Evandro Mesquita na liderança - e chegou aos 25 anos entre idas e vindas que sequer roçaram o estouro do verão de 1982 com Você Não Soube me Amar. Para festejar a data, a banda grava DVD e CD ao vivo em show agendado para quarta-feira, 29 de novembro, no Canecão (RJ). Da Gama (Cidade Negra), Danni Carlos, George Israel e Paulo Ricardo vão participar da gravação. A surpresa será a adesão de Fernanda Abreu - o único nome da formação clássica da Blitz que conseguiu prestígio e êxito numa carreira solo - nos vocais do hit Você Não Soube me Amar.

Viola volta ao DVD com especial de TV de 1980

Depois de Elis Regina e Rita Lee, é a vez de Paulinho da Viola ter editado em DVD seu especial na série Grandes Nomes, dirigida por Daniel Filho para a Rede Globo no início da década de 80. O programa do compositor, Paulo César Baptista de Faria, foi gravado em 198o e - assim como Elis Regina Carvalho Costa e Rita Lee Jones - chega ao DVD em edição da gravadora Trama. Será o primeiro DVD de show de Paulinho, cuja videografia digital inclui apenas o - excelente - documentário Meu Tempo É Hoje.

E por falar em Paulinho da Viola, o compositor já guarda na manga naipe de inéditas autorais que, por ora, ainda não tem previsão de gravação em disco. Algumas novidades são Ela Sabe por Onde Eu Vou, Bela Manhã, Talismã (samba letrado por Marisa Monte e por Arnaldo Antunes) e o tema instrumental Um Choro pro Waldir, feito em parceria com Cristóvão Bastos em ode ao chorão Waldir Azevedo. Seu último CD de inéditas - Bebadosamba - é de 1996.

Spok celebra 100 anos de frevo com DVD e CD

Formada em Pernambuco, em 1996, a Spok Frevo Orquestra vai celebrar o centenário do ritmo que lhe dá nome com o lançamento de seu primeiro DVD em festa agendada para 9 de fevereiro de 2007 - data de nascimento do frevo. O ótimo repertório mistura clássicos do naipe de Mexe com Tudo e Lágrima de Folião - ambos de Levino Ferreira - com temas mais contemporâneos, casos de Ela me Disse (Luciano Oliveira) e de Passo de Anjo (João Lyra/Spok).

A propósito, o álbum Passo de Anjo (foto) - lançado em caráter regional - está sendo reeditado em âmbito nacional pela Biscoito Fino. O CD foi gravado entre 2003 e 2004 com um repertório que apresenta nova visão do gênero em temas como Pontapé (espécie de frevo com sotaque cearense), Frevo da Luz e Ponta de Lança.

DVDs captam apogeu e crepúsculo do America

Grupo de rock e folk formado já no fim da década de 60, em Londres, o America tem o seu apogeu e o seu crepúsculo capturados em dois DVDs que chegaram esta semana ao mercado brasileiro. America Live (capa à esquerda) traz show filmado em 1975, na década em que Dan Peek, Dewey Bunnell e Gerry Beckley reinavam nas paradas norte-americanas com músicas como A Horse with no Name (1972) e Tin Man (1974). Ambas estão incluídas tanto em America Live quanto em America in Concert - Live at the Sidney Opera House (capa à direita), DVD que flagra o trio já reduzido a uma dupla - Gan Peek sairia do America logo depois da fase áurea - e disposto a recordar os velhos tempos de sucesso em turnê filmada em 2004.

Segundo disco do Black Eyed Peas sai no Brasil

Aproveitando a segunda vinda do Black Eyed Peas ao Brasil neste mês de novembro, para os shows de encerramento da turnê Monkey Business, a gravadora Universal Music está reeditando no mercado nacional o segundo álbum do grupo, Bridging the Gap (foto), lançado em 2000. A propósito, a banda de rap funkeado já planeja disco para 2007 enquanto seu líder, will.i.am, se vê às voltas com o convite para colaborar na produção do CD que Michael Jackson pretende lançar em meados do próximo ano.

20 de novembro de 2006

DVD duplo documenta a importância de Dionne

Resenha de DVD
Título: Live in Concert

/ Don't Make me Over
Artista:
Dionne
Warwick
Gravadora: Warner

Music
Cotação: * * * *


Bem gravadas por Dionne Warwick a partir de 1962, as músicas compostas por Burt Bacharach com o fiel letrista Hal David ajudaram a formatar o conceito de música pop numa época em que os Beatles ainda não tinham explodido nos Estados Unidos. O documentário Don't Make Over - intitulado com o nome da primeira música feita pela dupla para a cantora - ajuda a situar a importância fundamental de Dionne na história do pop radiofônico. O filme é o supra-sumo do DVD duplo que registra também a atual turnê da artista, captada em 2005. Em boa forma vocal para seus 65 anos, a diva rebobina com nostalgia ótimos hits como Anyone Who Had a Heart (1963) e Alfie (1967).

"Ela era especial, sempre teve aquela mágica", recorda Bacharach no filme. "Éramos um trio", corrobora, saudoso, o parceiro Hal David. O documentário de 90 minutos gasta seu primeiro terço com os depoimentos sobre a fase áurea da artista. "Havia uma combinação natural entre Dionne e a música de Burt", atesta o produtor Quincy Jones entre opiniões de amigos como Gladys Knight e Stevie Wonder. E todos parecem falar com sinceridade...

A mágica do trio acaba quando a dupla de compositores se desfaz em 1973. Dionne se viu perdida sem seus mentores artísticos e demorou a se reencontrar, apesar de um ou outro hit como Then Came You, dividido com o grupo The Spinners. A virada somente viria em 1978 quando Clive Davis, o manda-chuva da gravadora Arista, contrata Dionne e lhe oferece a balada I'll Never Love This Way Again, composta e produzida por Barry Manilow, o cantor romântico projetado por Davis em 1975. A canção foi hit mundial.

"Dionne é a rainha do pop urbano, tem uma voz que flutua no ar", elogia o executivo, que, na seqüência do estouro da canção de Manilow, promoveu o encontro da cantora com os Bee Gees, o que rendeu um hit instântaneo em 1982, Heartbreaker. Embora tenha caráter oficial e perca tempo ao apresentar um número inteiro com a neta da artista, Don't Make Over documenta os passos principais da intérprete com algumas imagens raras e nisso reside seu mérito, pois Dionne Warwick teve papel histórico na gênese da música pop nos anos 60 - e é preciso (re)afirmar sua importância.

'Tributo ao Inédito' chega ao volume 4 e à rede

A série de discos Tributo ao Inédito - que apresenta bandas e artistas da cena indie carioca - chega ao quarto volume (foto) e à internet. Músicas dos nomes selecionados para o disco (a cantora Kátia Dotto e os grupos Lasciva Lula, Stellabella, MC's HC, Lunar 4, Noitibó, Dínamo e Habitantes) estão disponíveis para download no site oficial da série de CDs, no qual há também entrevistas e fotos de todos os artistas. Show agendado para terça-feira, 21 de novembro, no Teatro Odisséia (RJ), oficializa o lançamento do CD.

Caetano estréia turnê e tem obra reencaixotada

A boa coleção Pra Sempre - produzida por Marcelo Fróes para a Sony BMG com caixas que reembalaram e dividiram a discografia de Roberto Carlos por década - inspirou a Universal Music a fazer projeto similar com a obra de Caetano Veloso (em foto de Fernanda Negrini). Em dezembro, a gravadora põe nas lojas a primeira das quatro caixas da bem-vinda coleção Quarenta Anos Caetanos, que vai reeditar novamente toda a obra do compositor. Cada caixa vai apresentar dez discos dispostos em ordem cronológica, sob a produção de Charles Gavin, que já havia trabalhado em 2002 na atualização da coleção Todo Caetano, lançada em 1996. Em 2007, fará 40 anos que o cantor ingressou na companhia hoje chamada Universal para gravar um LP, Domingo, com Gal Costa.

E por falar em Caetano, o artista estreou em Brasília a turnê de lançamento do disco . Além das músicas do álbum, o cantor incluiu no roteiro a inédita Amor Mais que Discreto (composta com inspiração em Ilusão à Toa, de Johnny Alf), Chão da Praça (Moraes Moreira), A Voz do Violão (Francisco Alves e Horácio Campos) e temas já gravados em sua discografia - casos de Nine Out of Ten, Um Tom, O Homem Velho, Como Dois e Dois, Sampa, Desde que o Samba É Samba, London London e Fora da Ordem.

Aos 70, Alaíde esbanja técnica com Assis Brasil

Resenha de CD
Título: Voz & Piano
Artista: Alaíde Costa &

João Carlos Assis Brasil
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * * 1/2

Em meados da década de 90, Alaíde Costa fez show com João Carlos Assis Brasil que gerou belo disco de estúdio, produzido por Jorge Gambier e editado em 1995 pela gravadora Movieplay. Onze anos depois, coube ao produtor José Milton comandar o reencontro da cantora com o pianista em álbum de repertório centrado em músicas de compositores projetados nas décadas de 30, 40 e 50 - casos de Antonio Maria, Ary Barroso, Herivelto Martins, Lupicínio Rodrigues, Radamés Gnattali e Tom Jobim. O tema mais recente é Essa Mulher, parceria de Joyce e Ana Terra que batizou o álbum lançado por Elis Regina em 1979. A releitura de Alaíde é o mais belo momento do CD Voz & Piano.

Aos 70 anos, Alaíde esbanja técnica e canta de forma (um pouco) menos empostada do que no disco anterior, Tudo que o Tempo me Deixou. Ainda assim, a cantora acentua a dramaticidade de letras como a do samba-canção Ocultei, de Ary Barroso. Já Assis Brasil, por sua vez, é virtuose do piano que sabe deixar sua marca nas músicas sem empanar o brilho da intérprete. O resultado soa muito harmonioso, embora haja um ranço tradicionalista no CD a impedir vôos ainda maiores dessa voz e desse piano tão especiais.

Cachorro Grande grava quarto disco em janeiro

Embora ainda esteja divulgando o disco Pista Livre, cuja faixa Bom Brasileiro inspirou clipe filmado recentemente na Praia de Ipanema (RJ), o grupo gaúcho Cachorro Grande (em foto de Drico Mello) já programou a gravação de seu quarto CD. Sob a produção de Rafael Ramos, a banda entra em janeiro no estúdio da Deckdisc para gravar inéditas como Nada pra Fazer (do baterista Gabriel Azambuja, o Boizinho), Deixa Fudê (do baixista Rodolfo Krieger, o Coruja) e Sandro (do pianista Pedro Pelotas). Parceiro habituais, Beto Bruno (voz) e Marcelo Gross (guitarra) não deverão compor músicas para o álbum - cujo lançamento está agendado para maio.

19 de novembro de 2006

Ney vai projetar autores à margem em CD pop

Com voz e vitalidade que desafiam seus 65 anos, Ney Matogrosso (foto) planeja CD de inéditas para 2007. Trata-se de disco de pop rock, a ser gravado com banda. Como fez em 1999 no belo álbum Olhos de Farol, em que projetou autores como Fred Martins, Ney vai dar voz a compositores que ainda vivem à margem do mercado fonográfico. Um dos eleitos é o paulista Dan Nakagawa, cuja música Um Pouco de Calor poderá dar título ao CD (outra de Dan - Um Cano de Revólver - também já está cotada para o disco).

U2 lança coletânea de singles com duas inéditas

Primeira coletânea do U2 a cobrir toda a carreira da banda, 18 Singles (foto) tem seu lançamento oficial programado para terça-feira, 21 de novembro. As iscas para fãs são duas faixas inéditas gravadas no estúdio Abbey Road, em Londres, com o produtor Rick Rubin. Trata-se de The Window in the Skies e de The Saints Are Coming, música que marca o encontro do grupo irlandês com o trio americano Green Day. Reunião das bandas, em CD, é inédita.

The Saints Are Coming é do repertório do extinto grupo The Skids, formado na Escócia nos anos 70. Foi primeiramente gravada ao vivo pelo U2 com o Green Day em 25 de setembro, em show feito em Nova Orleans (EUA) em benefício das vítimas do furacão Katrina, para as quais será revertida toda a renda obtida com a gravação da música, tanto na versão de estúdio como no registro ao vivo - aliás, já disponibilizado na internet para download legal.

Além das duas inéditas, a seleção de 18 Singles inclui os sucessos Beautiful Day, I Still Haven't Found what I'm Looking for, Pride (In the Name of Love), With or Without You, Vertigo, New Year's Day, Misterious Ways, Stuck in a Moment You Can't Get out of, Where the Streets Have no Name, Sweetest Thing, Sunday Bloody Sunday, One, Desire, Walk on, Elevation e Sometimes You Can't Make it on your Own. A coletânea será editada também em DVD.

Benson e Jarreau unem forças entre pop e jazz

Resenha de CD
Título: Givin' It Up
Artista: George Benson

& Al Jarreau
Gravadora: Universal

Music
Cotação: * * *

Não chega a causar estranheza o fato de o repertório deste bom disco harmonizar tema inspirado no universo de Miles Davis ('Long Come Tutu) com uma popular balada melosa de Daryl Hall (Every Time You Go Away, sucesso na voz de Paul Young nos anos 80). A harmonia é natural porque Al Jarreau e George Benson sempre transitaram com rara desenvoltura tanto pelo pop como pelo jazz, com incursões ainda pelo soul e pelo r & b. Givin' It Up marca o inédito encontro dos artistas em um disco que resultou (previsivelmente!) interessante.

Há real interação entre as piruetas vocais de Jarreau e a guitarra multifacetada de Benson. Inclusive pela troca de figurinhas na seleção do repertório. Jarreau escreveu letra para Breezin', tema de Benson, que entrou na seara de Jarreau ao criar correta versão instrumental de Morning. E os dois, que já se bastariam, ainda se deram ao luxo de recrutar luxuoso time de convidados que inclui Paul McCartney (convidado de Bring It on Home to me, cover do repertório de Sam Cooke, lenda da soul music), o pianista Herbie Hancock (em 'Long Home Tutu) e a cantora Jill Scott (em God Bless the Child, sucesso de Billie Holiday). A união faz a força em álbum de grooves classudos. Só que Givin' It Up é para poucos...

Machado de Assis inspira 'ópera' de trio de rap

Formado pelo DJ Suissac e pelos MCs Parteum e Secreto, o trio de rap Mzuri Sana traz Machado de Assis (1839 - 1908) para o mundo do hip hop em seu segundo disco, Ópera Oblíqua, já nas lojas pela gravadora Trama. Textos e personagens do escritor serviram de inspiração para temas como Escuta Essa!, Terapia (Nervoso no Trampo), Rap de Raiz, Se Quiser e Farpas Pregos Nuvens Orações.

O grupo (em foto de João Wainer) volta ao mercado fonográfico três anos depois de lançar seu CD de estréia, Cidades, Estrelas e Constelações (2003). Masterizado no estúdio Sterling Sound em Nova York (EUA) por Chris Athens, Ópera Oblíqua conta com as intervenções do baterista Iggor Cavalera (ex-Sepultura) e do rapper Rappin' Hood na música Definição. Merece uma conferida!

Bom acústico da MTV não altera rota de Lenine

Resenha de CD / DVD
Título:
Acústico MTV
Artista:
Lenine
Gravadora:
Sony BMG
Cotação: * * *
1/2

Já na estrada, em turnê que passará pelas principais capitais brasileiras, o projeto Acústico MTV de Lenine é lance decisivo na carreira de um artista que já lançara anteriormente outro registro de show (Lenine In Cité, 2004). A parceria com a emissora é uma tentativa de tornar mais popular um compositor de talento apreciado em círculo restrito. Ao apostar em Lenine, a MTV negociou um roteiro de músicas mais conhecidas. E, nesse sentido, o acústico do compositor cumpre o prometido. Estão lá, embaladas em cordas, baladas como Paciência (pontuada pela harpa lírica de Cristina Braga), A Medida da Paixão (com o toque exótico dos versos em francês do baixista de camarões Richard Boná) e a menos inspirada Tudo por Acaso. Jóias da canção pop...

O rodízio intercontinental de convidados inclui ainda a cantora mexicana Julieta Venegas em Miedo - parceria de Lenine com Pedro Guerra - e o chileno Victor Astorga, que toca seu oboé em O Último Pôr do Sol. E o fato é que Lenine mantém o alto padrão de arranjos que caracteriza sua obra, na qual a embalagem refinada é forma de acentuar a riqueza de um som de caráter universal. Em bom português, Lenine não saiu da rota ao gravar seu Acústico MTV. Sim, seu cancioneiro vai soar mais palatável aos ouvidos do chamado grande público, inclusive porque a mixagem geralmente põe a voz do cantor em primeiro plano, só que paira em todas as músicas o requinte característico deste compositor que une o Nordeste ao pop, ao rock e às suas levadas bem contemporâneas.

A propósito, A Ponte (parceria de Lenine com Lula Queiroga) é atravessada no compasso do rap do brasiliense GOG e Dois Olhos Negros ganha o peso da bateria do ex-Sepultura Iggor Cavalera. A surpresa do roteiro é Santana, tema de Junio Barreto que Lenine já cantara em show com Maria Rita e que revive sem inovações. Arranjos de cordas e metais, bem pilotados por Ruriá Duprat, acentuam o tom camerístico das baladas e o suingue de músicas como Que Baque É Esse? e Jack Soul Brasileiro. Enfim, o acústico de Lenine o credencia a ser ouvido por maiores e merecidas platéias. Mas, se a loucura que impera no mercado fonográfico impedir o upgrade comercial, a obra vai permanecer imaculada...