9 de maio de 2009

Trem de Zii e Zie passa solar por cores e nomes

Resenha de Show
Título: Zii e Zie
Artista: Caetano Veloso (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 8 de maio de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz no Rio de Janeiro (RJ) até 10 de maio de 2009

Ainda que reproduza as paisagens cinzentas do disco homônimo que o inspirou, o novo belo show de Caetano Veloso, Zii e Zie, incorpora clima solares em roteiro luminoso que agrega cores e nomes. Um "Viva Paulinho da Viola" - que motivou palmas do público que hiperlotou o Canecão (RJ) na estreia nacional do espetáculo, na noite de ontem, 8 de maio de 2009 - é ouvido logo em verso do primeiro surpreendente número, A Voz do Morto, que afirma o samba por linhas tortas entre distorções da guitarra de Pedro Sá e levada carnavalesca. Trata-se de um grande show que segue o conceito do álbum Zii e Zie sem se deixar amarrar nele. Inclusive pelo acerto da escolha do repertório, que inclui músicas como Eu Sou Neguinha? (que marca o inesperado fim do show) e Trem das Cores, que transita macio pelos trilhos urbanos da sempre afiada BandaCê. As músicas do CD cresceram na volta à cena (elas foram buriladas em 2008 no show Obra em Progresso).

A asa delta posicionada no palco já demarca o território carioca que inspirou boa parte do repertório do CD Zii e Zie. Projeções com imagens do Rio de Janeiro adornam números como Sem Cais. As cores vivas da esplendorosa iluminação de Maneco Quinderé vão sendo transmutadas a cada número. E os nomes se sucedem no roteiro e, às vezes, já nos títulos de músicas como Lobão Tem Razão e Maria Bethânia. Esta música - lançada pelo compositor em 1971 no LP Caetano Veloso - é o primeiro grande momento do show. Com citação de Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e vocais mastigados que remetem à antológica recriação de Asa Branca (outro clássico da parceria de Gonzagão com Teixeira) feita por Caetano no mesmo LP londrino de 1971, o número exemplifica a habilidade do artista para envolver músicas antigas na sonoridade contemporânea da BandaCê. Irene - para citar outro exemplo - ressurge repaginada sem perder sua alegria.

Se o tango Volver (Carlos Gardel e Alfredo le Pera) cruza o universo latino de Fina Estampa com o som indie de , Aquele Frevo Axé - parceria de Caetano com Cezar Mendes, gravada por Gal Costa em 1998 e nunca cantada por Caetano - marca solitária o já habitual set de voz & violão. Em contraponto, a canção Não Identificado ganha pegada forte e deságua num final heavy e hendrixiano, como se um ovni estivesse pousando sob o palco. E, num grande efeito cênico, Caetano termina o número abrigado sob a asa delta do cenário. Detalhe: o público não resiste e canta com Caetano a terna melodia do iê-iê-iê romântico, em coro bisado no refrão do bom número seguinte, Odeio. Na sequência, entram os climas mais cinzentos de Falso Leblon e Base de Guantánamo (com projeção de imagens que remetem a Cuba). Até que, aos poucos, o show vai retomando o clima solar. Seja pelo generoso retrato de Lapa (um transamba que vai se revelando grandioso com o tempo), pelo suingue latino-nortista de Água (tema da lavra de Kassin + 2) e pela vivacidade d'A Cor Amarela, o sambaxé que tem todo jeito de hit popular. No bis, quando o show já deu ao espectador a plena certeza de que a obra continua progredindo, há a reverenciada releitura de Incompatibilidade de Gênios (João Bosco e Aldir Blanc), a festiva Manjar de Reis, a graciosidade de Três Travestis e - por fim - Força Estranha, a vigorosa canção de 1978 que motiva um "Viva Roberto Carlos" que remete ao "Viva Paulinho da Viola" do verso de A Voz do Morto. Entre nomes e cores vivas, o trem de Caetano Veloso passa firme no palco rumo a uma próxima estação que, certamente, nem seu próprio condutor saberá ao certo qual é até a próxima parada.

Entraram 'Água' e 'Irene' no roteiro de Zii e Zie

Tango do repertório de Carlos Gardel, reutilizado pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar na trilha sonora do filme homônimo, Volver foi uma das boas surpresas do roteiro do show Zii e Zie, que teve sua estreia nacional na noite de ontem, 8 de maio de 2009, no Rio de Janeiro (RJ). Diante de um Canecão hiperlotado (havia gente em pé nos corredores), o cantor - em foto de Mauro Ferreira - apresentou com a BandaCê músicas como Irene, A Voz do Morto, Não Identificado e Água (da lavra de Kassin + 2). Detalhe: o repertório não incluiu músicas do álbum Transa (1972), embora o CD Zii e Zie tenha subtítulos (Transamba e Transrock) que aludem ao cultuado LP de ambiência roqueira. Eis - na ordem - as 24 músicas do roteiro da estreia do show Zii e Zie:
1. A Voz do Morto
2. Sem Cais
3. Trem das Cores
4. Perdeu
5. Por Quem
6. Lobão Tem Razão
7. Maria Bethânia
8. Irene
9. Volver
10. Aquele Frevo Axé
11. Tarado Ni Você
12. Menina da Ria
13. Não Identificado
14. Odeio
15. Falso Leblon
16. Base de Guantánamo
17. Lapa
18. Água
19. A Cor Amarela
20. Eu Sou Neguinha?
Bis:
21. Incompatibilidade de Gênios
22. Manjar de Reis
23. Três Travestis
24. Força Estranha

Caetano dedica 'Maria Bethânia' ao 'herói' Boal

Após cantar Maria Bethânia, um dos números mais aplaudidos na estreia nacional do show Zii e Zie no Canecão (RJ), na noite de ontem, 8 de maio de 2009, Caetano Veloso fez uma pausa no roteiro para dedicar a interpretação da música à memória do dramaturgo e diretor de teatro Augusto Boal (1931 - 2009), morto em 2 de maio. "Escrevi essa canção no exílio para minha irmãzinha querida, a grande artista Maria Bethânia. Dedico o número à memória de Augusto Boal. Boal foi o primeiro a dirigir Bethânia no Rio. Boal nos ensinou o que significa alguém se mover no palco. Ele foi uma das maiores figuras do teatro... da Arte brasileira. No livro Verdade Tropical, ele aparece como um grande herói", ressaltou o cantor (em foto de Mauro Ferreira) em seu discurso, no qual lembrou que Boal concebeu o espetáculo Arena Canta Bahia, encenado por Caetano, Bethânia e Gal Costa (nos anos 60).

Iggy e Lips no projeto de Mouse e Sparklehorse

Metade da dupla norte-americana Gnarls Barkley, Danger Mouse (foto) se uniu ao grupo Skarklehorse para a gravação de um álbum que vai ser lançado no segundo semestre de 2009. Dark Nigth of the Soul é o título do projeto, que agrega na ficha técnica nomes como Iggy Pop The Flaming Lips, Julian Casablancas (The Strokes), Suzanne Vega, Frank Black (Pixies) e Gruff Rhys (Super Furry Animals), entre outros. O CD vai ser editado com livro que reúne cerca de 100 fotos clicadas pelo diretor David Linch com a intenção de oferecer interpretações visuais das músicas do álbum.

8 de maio de 2009

Senise irmana os repertórios de Dolores e Sueli

Resenha de CD
Título: Lua Cheia - Mauro
Senise Toca Dolores
Duran e Sueli Costa
Artista: Sueli Costa
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Mauro Senise fala a língua do jazz. Contudo, Lua Cheia não é exatamente um disco de jazz, embora o flautista e saxofonista usufrua da liberdade concedida aos jazzistas para dar um toque especial às melodias. No caso, às músicas de Dolores Duran (1930 - 1959) e Sueli Costa, compositoras de épocas distintas cujas obras se irmanam pela delicadeza e pela sensibilidade. Escorado nos arranjos do pianista Gilson Peranzzetta, que assina a boa direção musical do CD ao lado de Senise, o músico realça as afinidades entre Dolores e Sueli. Com a presença de ambas. Sueli fornece ao repertório a inédita Sonho - tema que, aliás, ostenta o refinamento melódico típico da autora - e toca piano na faixa. Dolores é ouvida na jazzística gravação de How High the Moon, feita em clima informal no fim dos anos 50 e somente lançada em disco neste ano de 2009. Trata-se de fonograma tomado emprestado do álbum Dolores Duran Entre Amigos, recém-lançado pela mesma Biscoito Fino que põe Lua Cheia no mercado fonográfico. Senise tomou a liberdade de acrescentar seu sax alto ao registro, caseiro.

Não espere ouvir as músicas de Dolores e Sueli em sua forma mais tradicional. A essência delas até está preservada. Contudo, Senise, Peranzzetta, Itamar Assiere (piano), Paulo Russo (baixo) e Ivan Conti, o Mamão (bateria), põem às músicas (baladas, em sua maioria) do seu jeito. Até mesmo a voz de Olivia Hime em Por Causa de Você - uma das parcerias de Dolores com Tom Jobim (1927 - 1994) - funciona como a cereja do bolo instrumental. De Dolores, Senise toca Fim de Caso, Olha o Tempo Passando (parceria com Edison Borges) e Ideias Erradas (com J. Ribamar), entre outras. De Sueli, entraram Alma (com Abel Silva), Vinte Anos Blues (com Vítor Martins), Jura Secreta (outra com Abel), Medo de Amar nº 2 (com Tite de Lemos) e Dentro de mim Mora um Anjo (com Cacaso) - esta última com o detalhe curioso de que sua gravação original (feita pela autora em 1975 para seu primeiro LP) contou com a flauta do então iniciante Senise. Lua Cheia abre e fecha com as cordas da Orquestra dos Sonhos nas faixas Cão sem Dono (Sueli Costa e Paulo César Pinheiro) e A Noite do meu Bem (Dolores Duran). Neste que é o clássico dos clássicos do repertório de Dolores, as cordas criam de fato um clima de sonho. É o ponto mais alto de um disco que reapresenta as músicas de Dolores Duran e Sueli Costa sem as letras às quais elas - as melodias - já parecem indissociáveis. E Lua Cheia embaralha de tal forma essas obras-irmãs que, no CD, elas (até) parecem uma só.

Rob Thomas lança 'Cradlesong' em 30 de junho

Segundo álbum solo do cantor do grupo Matchbox Twenty, Rob Thomas, Cradlesong já tem lançamento programado para 30 de junho de 2009. O sucessor de ...Something to Be (2005) traz no repertório músicas inéditas como (Give me the) Meltdown, Fire on the Mountain (faixa inspirada no livro What Is the What, de Dave Eggers), Someday e Getting Late. O primeiro single do álbum é Her Diamonds. Em tempo: a vitoriosa carreira solo de Thomas não decretou o fim do Matchbox Twenty, ainda que a banda não apresente um álbum com material inédito desde 2002. A conferir.

Com ou sem Gal, Dionne reafirma a majestade


Resenha de Show
Título: Dionne Warwick in Concert
Artista: Dionne Warwick (em fotos de Ricardo Nunes)
Convidada: Gal Costa
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 7 de maio de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz em Curitiba (Teatro Positivo, 8 de maio), São
Paulo (HSBC Brasil, 9 de maio) e Porto Alegre (Teatro do
Sesi, 12 de maio de 2009)

A presença luminosa de Gal Costa é a maior novidade da turnê que traz Dionne Warwick de volta aos palcos brasileiros. Contudo, mesmo se não tivesse convidado Gal para dividir a cena com ela em músicas como Piano na Mangueira (Tom Jobim e Chico Buarque) e Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), a cantora norte-americana teria deixado a platéia embevecida. Aos 68 anos, Dionne Warwick se mantém em grande forma vocal. É fato que sua voz perdeu um pouco de volume, na comparação com gravações feitas dos anos 60 aos 80, mas a emissão, a afinação e a extensão continuam ímpares. Foi com essa técnica, invejável para seus 68 anos, que a intérprete apresentou na casa Vivo Rio (RJ) na noite de ontem - 7 de maio de 2009 - o Dionne Warwick in Concert.

Com ou sem Gal, o show foi majestoso. Uma banda afiada - como ficou claro nos improvisos ao fim de Do You Know the Way to San Jose?, música de 1968 revivida por Dionne em ritmo de salsa, tal como no dueto gravado em 1998 com a cantora cubana Celia Cruz (1925 - 2003) - e uma iluminação elegante embalaram repertório irretocável. Como de praxe, o roteiro foi aberto com os temas de Burt Bacharach e Hal David, responsáveis pelo lançamento de Dionne no mercado fonográfico norte-americano no início dos anos 60. Close to You, Walk on by, Anyone Who Had a Heart e I Never Fall in Love Again, entre outras, surgiram em registros macios, quase fiéis aos registros originais. O primeiro grande momento do show veio quando Dionne recriou I Say a Little Prayer com outra divisão numa cadência inusitada e cheia de suingue (meio tropical). O fraseado sempre elegante da artista saltou aos ouvidos em números como Alfie. Na sequência, um medley com canções de Tom Jobim (1927 - 1994) - Corcovado, Wave e Águas de Março, cantadas em inglês e em clima bossa-novista - preparou o terreno para uma interpretação de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), em português carregado, e para a entrada de Gal Costa em cena. Os duetos de Dionne com Gal foram bilíngues. Dionne começava cantando em inglês, como em Garota de Ipanema. Gal entrava na segunda parte em português. Ao fim, as cantoras faziam floreios e pequenos improvisos. O encontro foi harmonioso, mas, justiça seja feita, Dionne também fez sozinha a platéia suspirar quando reviveu I'll Never Love This Way Again, balada que, em 1978, deu novo fôlego à sua carreira fonográfica após período de baixa em decorrência de seu afastamento de Burt Bacharach. Parte da platéia aplaudiu o núnero de pé. Ao fim do show, quando cantou That's What Friends Are for, inicialmente sozinha e depois com Gal Costa, Dionne Warwick já era novamente a senhora da cena. Foi um grande show de duas grandes cantoras!!

O retorno - triunfal - de Gal aos palcos cariocas

"É a voz mais bonita do mundo!". Proferida em alto e bom som, a sentença do espectador ecoou por toda a platéia da casa Vivo Rio tão logo Gal Costa, majestosa, terminou de cantar As Vitrines (Chico Buarque). Todo o público que estava ali na expectativa de ver o encontro da cantora baiana com Dionne Warwick pareceu concordar. Ausente dos palcos do Rio de Janeiro (RJ) desde março de 2006, quando apresentou o show Hoje no Canecão (RJ), Gal fez retorno triunfal à cena carioca como convidada do show Dionne Warwick in Concert, cuja miniturnê nacional estreou na noite de ontem, 7 de maio de 2009, na casa Vivo Rio. Rejuvenescida, elegante, bonita e - o mais importante - com o cristal afiado, Gal (em foto de Mauro Ferreira) soltou sua voz límpida em três números individuais antes de cantar com Dionne. Os dois primeiros, As Vitrines e Eu Sei que Vou te Amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), foram feitos na companhia do pianista Cristóvão Bastos. Na sequência, já com a banda de Dionne no palco, Gal cantou (e fez o público cantar) o samba Quem te Viu Quem te Vê (Chico Buarque). "É uma alegria e uma honra para mim estar aqui no Rio e estar com Dionne", saudou Gal, já ao lado da colega, com quem fez dueto em Piano na Mangueira (Tom Jobim e Chico Buarque), Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) e Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes). "Era o meu sonho: cantar com Gal Costa", devolveu Dionne. Entrosadas, as cantoras fizeram floreios vocais ao fim de cada número e mostraram prazer em estar dividindo o palco. No fim do show, Gal ainda voltou para uma participação afetiva em That's What Friends Are for (Burt Bacharach e Carole Bayer Sager). Mesmo insegura com a letra, lida em cena, a cantora brasileira mostrou que continua em forma para a turnê que pretende estrear ainda em 2009 para registro em DVD e CD ao vivo. E pareceu, sim, ter a voz mais bonita do mundo.

A metade masculina do ABBA lança composição

Metade masculina do quarteto sueco ABBA, dissolvido em 1982, Benny Andersson e Björn Ulvaeus (em foto da BBC) voltaram a compor. A primeira música da dupla em cerca de 15 anos, Story of a Heart, vai ser lançada em 6 de junho de 2009. O tema integra o repertório do quinto álbum da Benny Andersson Orchestra, big-band sueca que transita por ritmos como folk e polca. Vocalista da orquestra, Helen Sjöholm já gravou a versão em inglês da música.

7 de maio de 2009

Nando lança 'Drês', álbum de estúdio e inéditas

Drês é o título do álbum de inéditas que Nando Reis vai lançar em junho de 2009. Gravado e assinado pelo ex-titã com o grupo Os Infernais, o CD tem repertório inteiramente inédito. Só pra So - música composta pelo artista para sua filha, Sophia - e Livre Como um Deus são alguns temas autorais presentes no disco. Nando presta homenagem à sua mãe, Cecília, na faixa Conta. A cantora paulista Ana Cañas participa do álbum, que vai chegar às lojas via Universal Music no rastro da execução da regravação de Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1976) na trilha sonora da novela Caminho das Índias. Contudo, a regravação do sucesso de Raulzito não foi incluída em Drês. O repertório do álbum é formado somente por doze inéditas de autoria de Nando Reis. Ainda Não Passou é a faixa eleita o primeiro single do disco.

Stein assina capa do segundo álbum de Moyseis

Com lançamento agendado pela gravadora Deckdisc para este mês de maio de 2009, o segundo CD do sambista Moyseis Marques, Fases do Coração, tem capa (foto acima) criada pelo designer Luiz Stein a partir de várias fotos de Daryan Dornelles. No disco, produzido por Paulão Sete Cordas, Moyseis arrisca repertório autoral, assinando oito das 13 faixas. Três músicas dessa lavra autoral - Da Maneira que Ficou, Entre Girassóis e a faixa-título, Fases do Coração - marcam o início da parceria do compositor com Edu Krieger. Saxofonista projetado no grupo Tira Poeira, Samuel Oliveira toca sax soprano em Pretinha Jóia Rara, samba de Moyseis já em rotação na trilha sonora da novela Caminho das Índias. Já Agradeça conta com o violino do francês (radicado no Rio) Nicolas Krassik. Outras faixas do álbum são Panos e Planos (de Moyseis Marques e Luis Carlos Máximo), Tem Hora (Moyseis e Zé Paulo Becker) e Mágoa (Roque Ferreira - com Toninho Geraes).

Robenblit lança CD com Ney, Ivan, Zélia e Leila

Ney Matogrosso, Ivan Lins, Zélia Duncan, Leila Pinheiro, Lenine, Joyce, Cláudio Nucci, Zé Renato e Celso Fonseca, entre outros nomes, integram o (extenso) time de convidados do CD que o pianista e compositor Alberto Rosenblit vai lançar em junho de 2009 pela gravadora Dabliú. Intitulado De Bem com a Vida, o disco apresenta temas autorais de Rosenblit, que vem atuando nos últimos anos como produtor musical de novelas e minisséries da Rede Globo (é de autoria dele a maioria dos temas incidentais das tramas). Ney Matogroso - na foto com Rosenblit no estúdio - canta Pixinguinha Morreu de Rir, parceria inédita do compositor com Paulinho Tapajós, autor da letra. O grupo Arranco participa do CD.

Gripe suína gera rap composto por The Streets

Assunto que vem pondo o Mundo em estado de alerta, a gripe suína já virou tema de música. A iniciativa pioneira - e, por ora, solitária - foi do rapper inglês Mike Skinner, mais conhecido pelo nome artístico de The Streets. Intitulado He's Behind You, He's Got Swine Flu (algo como "Ele Está Atrás de Você, Ele Tem Gripe Suína"), o rap foi lançado esta semana via Twitter, onde Mike Skinner divulgou link para o clipe da música, feito em clima de terror e alocado no YouTube.

6 de maio de 2009

Stock concilia baladas e atitude em disco solo

Resenha de CD
Título: Da Minha
Vida Cuido Eu
Artista: Megh Stock
Gravadora: EMI Music
Cotação: * *

A declaração de independência expressada por Megh Stock no título de seu primeiro CD solo, Da Minha Vida Cuido Eu, faz supor que era artificial ou até marketeiro o envolvimento da cantora com o rock no único CD da banda Luxúria. Afinal, são as baladas de tonalidade pop romântica, como Sofá Emprestado, que predominam em seu solo, gravado em São José dos Campos (SP) e produzido por Luciano Dragão. Trata-se de um álbum de Stock - que acrescentou um h ao Meg de antes - mas o CD foi todo gravado com os músicos da extinta Luxúria. O que impressiona é a alta quantidade de baladas. De rock, a rigor, há apenas a faixa-título e Personagens, na abertura e no fim do disco (descontada a canção folk Feita de Papel, oferecida como faixa-bônus). Esqueça a raiva (genuína?) exalada pelo repertório do Luxúria. Megh transita em trilha mais suave, com arranjos e letras acima da média (rasa) do gênero pop romântico. Contudo, nem todas as músicas estão à altura dos arranjos, que alternam climas (ora bluesy como em Lisos Abraços, ora de cabaré como em Ele se Sente Só, ora até indiano como em Caderno de Riscos). Vale destacar Mãos que Consertam, que tem boa pegada radiofônica, da mesma forma que a supra-citada Sofá Emprestado, acertadamente escolhida para dar o pontapé inicial na promoção do CD. Enfim, apesar dessa surpreendente baixada de tom, Megh Stock ainda parece ter (de sobra) atitude, artigo já raro na atual produção roqueira do Brasil.

U2 badala clipe de seu novo single, 'Magnificent'

O grupo U2 promove oficialmente a partir desta semana o clipe de Magnificent, música eleita o segundo single do álbum No Line on the Horizon, lançado em 2 de março de 2009. O vídeo foi produzido no Marrocos - um dos países em que o CD foi gravado - com direção de Alex Courtes, que já trabalhou com a banda no clipe do primeiro single do álbum, Get on your Boots. O clipe de Magnificent - que mostra o quarteto tocando a música entre imagens panorâmicas do Marrocos - já está em rotação na internet (veja aqui) e estreia na MTV hoje, quarta-feira, 6 de maio de 2009.

Ana Costa foca novos alvos sem sair de sua roda

Resenha de CD
Título: Novos Alvos
Artista: Ana Costa
Gravadora: Zambo Discos
Cotação: * * * *

"Quem viver verá meus sonhos / Mudando todos os planos / E voltando pro mesmo lugar", sintetiza Ana Costa em versos de Novos Alvos, balada pop que dá título ao seu sedutor segundo CD. Sem sair da roda do samba, gênero que pontua todo o repertório, a cantora foca outros ritmos e levadas em disco produzido por Alê Siqueira. Por provável intermédio de Alê, veio a irresistível faixa que abre o álbum, Samba Cria Lei, da lavra de Carlinhos Brown, que volta a dirigir seu olhar para o Rio de Janeiro em letra que remete a um outro samba de autoria do bom baiano, Vide Gal, lançado em 1996 por Daniela Mercury. Aliás, Brown introduz o eletrizante samba com sua percussão bucal. Em cadência mais carioca e tradicional, Coisas Simples une a voz de Ana Costa ao canto de seu padrinho Martinho da Vila. Já Batendo Perna (Ana Costa e Jorge Agrião) - destaque do repertório coeso - transita entre a batida do maxixe e a levada do samba de gafieira por conta do arranjo de sopros de Dirceu Leite. Há na faixa uma vivacidade que se dilui na Crônica de uma Cidade Armada (Celso Fonseca), triste sambossa de batida seca, intencionalmente fúnebre por retratar a morte do Rio de Janeiro mais romantizado e pacífico de tempos idos. Em sintonia com seu título, Antiga - inédita de Ana Costa com Zélia Duncan, cantada por Ana em dueto com Leila Pinheiro - evoca sonoridades de outros tempos enquanto Almas Gêmeas, samba torto de Luiz Tatit, é defendido pela harmoniosa união vocal de Ana com Moska. A propósito: há todo um cuidado nos arranjos, perceptível na ficha técnica das faixas, que faz Novos Alvos superar Meu Carnaval (2006), primeiro CD solo da cantora, revelada no grupo Roda de Saia. O bandolim de Nilze Carvalho, por exemplo, adorna Estranho (Mario Lago Filho e Délcio Carvalho) enquanto o violão de Carlinhos 7 Cordas pontua E Vai que Dá (Marceu Vieira e Tuninho Galante). Fechando o CD, Quer Amar Mamãe - samba de Martinho da Vila que desencava raízes profundas do gênero - dialoga com a levada efervescente do Samba Cria Lei que abre o disco. É como se Ana, em 11 faixas, saísse de sua roda sem deixar, contudo, de gravitar em torno dela.

Metropole orquestra obra de Ivan com maestria

Resenha de CD
Título: Ivan Lins & The
Metropole Orchestra
Regência: Vince
Mendonza
Artista: Ivan Lins & The
Metropole Orchestra
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Reverenciada há décadas na cena jazzística universal, a obra de Ivan Lins volta a explorar os limites entre o pop e o jazz em CD gravado ao vivo em 3 de julho de 2008, em concerto feito em Amsterdam pelo artista brasileiro com a Metropole Orchestra, uma big-band holandesa fundada em 1945 que, sob a regência de Vince Mendoza, vem experimentando sonoridades e gêneros musicais, já tendo dividido o palco com nomes como Andrea Bocelli, Charles Aznavour, Dionne Warwick e Shirley Bassey. O concerto perpetuado no CD ora editado no Brasil pela Biscoito Fino foi o segundo feito por Ivan com a Metropole (o primeiro aconteceu em 14 maio de 2006 e, deste concerto, foi extraída a última faixa do disco, Lua Soberana). A exuberância de alguns arranjos orquestrais salta aos ouvidos logo na primeira das 11 faixas, Daquilo que Eu Sei. Personalíssimos toques nos arranjos impedem que as orquestrações soem previsíveis e lineares. Em Formigueiro, tema rebobinado em tom mais brando, o tempero especial vem da guitarra de Leonardo Amuedo. Já em A Gente Merece Ser Feliz a cereja do monumental bolo é o arranjo do pianista André Mehmari, que deu outra cadência ao samba, enquanto Começar de Novo ressurge em clima de suavidade quase bossa-novista. A boa cantora holandesa Trijntje Oosterhuis solta a voz nas duas faixas entoadas em inglês, as baladas Let us Be Always e Art of Survival. Em universo bem mais brasileiro, a orquestra incorpora a seu modo a pegada nordestina do xote É Ouro em Pó. Fora da seara autoral de Ivan Lins, a única música é O Fado, apropriadamente interpretada por Ivan em dueto com o cantor português Paulo de Carvalho, um dos convidados especiais deste belo disco que evidencia a elasticidade da obra de Ivan Lins.

Casuarina entra na Sony e grava show via MTV

Fazendo o caminho inverso do atual mercado fonográfico, pelo qual artistas migram das gravadoras multinacionais para os selos indies, o grupo carioca Casuarina foi contratado pela Sony Music após ter feito dois CDs editados pela Biscoito Fino. O primeiro projeto do quinteto na major foi a gravação na noite de ontem, 5 de maio de 2009, de CD e DVD para a série MTV Apresenta. Em palco armado em forma de arena na Fundição Progresso (RJ), o Casuarina (em foto de Mauro Ferreira) armou sua roda de samba - já conhecida pelos frequentadores da efervescente cena da Lapa - e, sob a direção musical de Rodrigo Campello, recebeu ilustres convidados como Wilson Moreira (compositor que demorou a se afinar com o grupo no ritmo de seu samba Senhora Liberdade), Moska (bem à vontade em Cabelos Brancos, samba de Herivelto Martins), Roberto Silva (em Jornal da Morte, de Miguel Gustavo), Frejat (Já Fui uma Brasa, de Adoniran Barbosa) e o trio Moinho (Rosa Morena, de Dorival Caymmi). O roteiro costurou músicas do grupo, como Vaso Ruim, com clássicos do samba. Entre eles, Chiclete com Banana (com arranjo que misturou ritmos norte-americanos e brasileiros) e Minha Filosofia (Aluísio Machado). Detalhe: o show foi filmado com tecnologia Full HD, ainda pouco difundida no Brasil, indicada para edição no formato de blu-ray. O CD e o DVD MTV Apresenta Roda de Samba do Casuarina têm o lançamento programado para o segundo semestre de 2009.

5 de maio de 2009

Com Pedro Luis, Roberta volta a reviver Carmen

Três meses depois de cantar - no Carnaval - o repertório de Carmen Miranda (1909 - 1955), em show restrito aos convidados do camarote de uma cervejaria, Roberta Sá (vista à direita caracterizada como Carmen em foto de Vera Donato) volta a reviver a pioneira cantora em série de shows que chega ao Rio de Janeiro na terça-feira, 12 de maio de 2009, no Centro Cultural Banco do Brasil, após passar por Belo Horizonte (MG) e pelo CCBB de Brasília (DF). Idealizada para comemorar o centenário de nascimento da intérprete e intitulada Alô... Alô?: 100 Anos de Carmen Miranda, a série engloba quatro shows, sempre em cartaz às terças-feiras, às 12h30m e às 18h30m. Roberta faz com Pedro Luís o primeiro deles, A Pequena Notável, cujo roteiro abrange todas as fases de Carmen Miranda. Em 19 de maio, Beatriz Faria e Marcos Sacramento vão protagonizar o segundo show, Brazilian Bombshell, focado no período em que Carmen ganhou projeção nos Estados Unidos. Na sequência, em 26 de maio, Verônica Ferriani e Pedro Miranda abordam o início de carreira de Carmen no show intitulado Taí! ao passo que, em 2 de junho, Rita Ribeiro e Eduardo Dussek vão encerrar o ciclo com O que É que a Baiana Tem? - o show que retrata o apogeu de Carmen no mercado fonográfico brasileiro ao longo da década de 30. Ruy Castro (o biógrafo da artista) e Sérgio Cabral vão apresentar todos os shows.

Enfim, a caixa 3, '83/94', da coleção de Caetano

Com um atraso de - quase - dois anos em relação ao cronograma inicial da coleção Quarenta Anos Caetanos, a gravadora Universal Music põe nas lojas neste mês de maio de 2009 a terceira das quatro caixas da série. 83/94 reedita dez álbuns de Caetano Veloso, englobando os títulos Uns (de 1983), Velô (1984), Totalmente Demais (1986), Caetano Veloso (1986), Caetano (1987), Estrangeiro (1989), Circuladô (1991), Circuladô Vivo (1992), Tropicália 2 (1993 - dividido com Gilberto Gil) e Fina Estampa (1994). Como nas duas caixas anteriores, há em 83/94 um CD, intitulado Certeza da Beleza, com fonogramas avulsos da discografia do artista. Eis as 20 faixas mais ou menos raras da inédita coletânea:
1. Milagres do Povo
2. Falou Amizade
3. Banda Nova - com Vinicius Cantuária
4. Festa Imodesta - com Chico Buarque
5. Peço a Deus - com Mestre Marçal
6. Cidade Maravilhosa
7. Isto Aqui o que É
8. Certeza da Beleza
9. Coração Imprevisto - com Eugénia Mello e Castro
10. Asa Delta - com Marito e Banda Cooperativa
11. É tão Bom - com Luiz Caldas
12. Velhicidade - com Carlos Mendes
13. Luz e Mistério - com Beto Guedes
14. Preciso Aprender a Ser Só
15. Meu Bolero - com Péricles Cavalcanti
16. As Várias Pontas de uma Estrela - com Milton Nascimento
17. Acalanto
18. Pra Valer
19. Merda
20. Noites Olindenses

Leo Maia evoca a infância no 'Sopro do Dragão'

Previsto para ser editado em julho de 2009, o terceiro álbum de Leo Maia, Sopro do Dragão, vai ter repertório majoritariamente autoral. O filho de Tim Maia (1942-1998) assina nove das 14 músicas do disco. A intenção foi evocar os sons de sua infância. "Ouvi muito Trio Mocotó, Banda Black Rio e sambas dos anos 40 e 50, lembrando da época em que eu era um garoto e frequentava a (gafieira) Estudantina", detalha o cantor, parceiro de Seu Jorge na faixa Amor à Moda Antiga. Com Jerônimo, Leo compôs Amor em Movimento. Já em I Go I Go o parceiro é Cássio Calazans. O CD - que sai pela LGK Music com distribuição da gravadora Som Livre - tem arranjos de Julinho Teixeira, executados por virtuoses do naipe de Serginho Trombone, Jamil Joanes (no baixo) e Marcos Suzano (percussão).

Trilha segue vários caminhos musicais da Lapa

Resenha de CD
Título: Caminho
das Índias - Lapa
Artista: Vários
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * *

Faltou um legítimo chorinho, ainda que a serelepe gravação de Errei pelo Sururu na Roda tenha algo do gênero. Há um previsível excesso de sambas, mas, a seu modo, a trilha sonora da novela Caminho das Índias dedicada aos sons da Lapa até consegue traduzir a diversidade musical que caracteriza o boêmio bairro do Centro do Rio de Janeiro (RJ). "É a nova Lapa das tribos do rap, dos bits, dos hits e do tamborzão", como diz o verso de Eu Vou pra Lapa, samba de Claudinho Guimarães e Serginho Meriti, gravado por Alcione (o fonograma faz parte do próximo álbum de inéditas da cantora, já em fase de finalização). O registro inédito do samba é uma das novidades da terceira trilha da novela, que tem a Lapa como um dos principais cenários (da parte) da trama situada no Rio de Janeiro. O CD também apresenta em primeira mão o encontro de Gabriel O Pensador com o grupo AfroReggae - em Pimenta e Sal, parceria do Pensador com André Gomes - e a boa regravação de Malandro É Malandro, Mané É Mané, samba de Neguinho da Beija-Flor popularizado na voz de Bezerra da Silva (1927 - 2005). Entre beats artificiais como os de Anjo Madrugada (na voz frágil de Babi) e latinidade estilizada (Mezcla, com o grupo Riosalsa), há o pop eletrônico do Barão Vermelho (Puro Êxtase) e a miscigenação do Bangalafumenga na regravação de Lourinha Bombril, feita com fidelidade à pegada dos Paralamas do Sucesso. Faltou um rock de verdade. Afinal, a Lapa também abriga o Circo Voador, pioneiro palco que projetou a geração pop dos anos 80 quando a Lapa ainda não tinha recuperado o status de tempos idos. No todo, os sambas predominam no disco, ouvidos com Casuarina (Vaso Ruim), Moyseis Marques (Pretinha Joia Rara) e Teresa Cristina & Grupo Semente (Tristeza Pé no Chão). Para citar três nomes que apareceram - e cresceram - no circuito de shows deste bairro efervescente que prima pela boa pluralidade musical.

4 de maio de 2009

'Rei' registra show com cantoras em CD e DVD

Primeiro dos cinco eventos especialíssimos do ciclo ItaúBrasil, idealizado para homenagear os 50 anos de carreira de Roberto Carlos, o show Elas Cantam Roberto vai ser exibido pela Rede Globo e gravado para edição em CD e em DVD. O espetáculo está agendado para 26 de maio de 2009, no Theatro Municipal de São Paulo (SP). Já estão confirmadas no elenco Alcione, Ana Carolina, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Fernanda Abreu, Hebe Camargo, Ivete Sangalo, Luiza Possi, Marília Pêra, Paula Toller e Zizi Possi. Maria Bethânia foi convidada pela diretora do show, Monique Gardenberg, mas recusou o convite, alegando estar com a agenda atribulada por conta da finalização dos dois CDs que vai lançar no segundo semestre de 2009. Guto Graça Mello é o diretor musical.
P.S.: Embora não estejam citadas nominalmente no release sobre a venda de ingressos do show, Adriana Calcanhotto, Ângela Maria, Fafá de Belém, Sandy e Wanderléa também fazem parte do elenco.

Som Livre compila os duetos de Zeca Pagodinho

Somente dois anos após lançar coletânea com 14 fonogramas avulsos da discografia de Zeca Pagodinho, Raridades, a Som Livre põe nas lojas neste mês de maio de 2009 compilação similar do sambista. Como seu título já antecipa, a coletânea Zeca Pagodinho - Duetos traz encontros fonográficos do artista. No caso, com colegas como Almir Guineto, Beth Carvalho, Chico Buarque, Dudu Nobre, Ivone Lara, Luiz Melodia e Sandra de Sá. Há fonogramas bem pouco conhecidos - como o dueto feito com Elza Soares em Sinhá Manda Saia, faixa de Trajetória, álbum editado pela cantora em 1997 - e gravações recentes como o dueto com Pedro Luís em Ela Tem a Beleza que Nunca Sonhei, faixa do último CD de Pedro Luís e a Parede, Ponto Enredo, lançado em setembro de 2008. Eis as 14 músicas, autores e intérpretes de Zeca Pagodinho - Duetos:
1) Faixa amarela (Zeca Pagodinho, Beto Gago, Jesse Pai e Luiz
Carlos) - com Dudu Nobre
2) Camarão que Dorme a Onda Leva (Zeca Pagodinho, Arlindo

Cruz e Beto sem Braço) - com Beth Carvalho
3) Mulheres (Toninho Geraes) – com Martinho da Vila
4) Samba do Approach (Zeca Baleiro) - com Zeca Baleiro
5) Bagaço da Laranja (Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz)

- com Jovelina Pérola Negra
6) Mulher do Aníbal (Genival Macedo e Nestor de Paula)

– com Chico Buarque
7) Maneiras (Sylvio da Silva) – com O Rappa
8) Poeta do Morro (Luiz Melodia, Luiz Carlos e Ruizinho)

– com Luiz Melodia
9) Judia de Mim (Zeca Pagodinho e Wilson Moreira)

– com Sandra de Sá
10) Sinhá Manda Saia (Almir Guineto e Luverci) – com Elza Soares
11) Feijoada Completa (Chico Buarque) – com Almir Guineto
12) Mas Quem Disse que te Esqueço? (Ivone Lara e Hermínio Bello

de Carvalho) – com Ivone Lara
13) Ela tem a Beleza que Nunca Sonhei (Pedro Luis) – com Pedro

Luis e a Parede
14) Moro na Roça (Jorge Zagaia e Xangô da Mangueira)

– com Arlindo Cruz

'The Eternal' traz barulhos bons de Sonic Youth

Resenha de CD
Título: The Eternal
Artista: Sonic Youth
Gravadora: Matador
Records
Cotação: * * * 1/2

Um dos ícones mais antigos e resistentes da vasta cena indie de rock dos Estados Unidos, a banda Sonic Youth recuperou o vigor dos tempos áureos em 2006 ao lançar o álbum Rather Ripped. Com lançamento agendado para 9 de junho de 2009, mas já vazado na internet, The Eternal marca a estreia do grupo na gravadora Matador Records e assinala seu retorno ao mercado fonográfico alternativo. É um disco quase tão interessante quanto o anterior. Fãs dos barulhos do grupo vão encontrar alguns bons nos seis minutos e nove segundos da faixa Anti-Orgasm, destaque da safra de inéditas. Produzido por John Agnello, The Eternal concilia climas e referências da discografia da banda. Se a música de abertura, Sacred Trickster, é um power pop sucinto de pouco mais de dois minutos, o longo tema que encerra o CD - Massage the History - alterna tons em seus nove minutos e 43 segundos, com direito a longas e quase etéreas passagens instrumentais. Entre uma e outra faixa, há temas bem mais melodiosos, caso de Antenna, e uma composição (Walking Blue) em que a banda tenta (e até consegue) evocar a atmosfera do rock de Neil Young. Entre outros méritos, The Eternal marca a entrada no Sonic Youth do baixista Mark Ibold, egresso do grupo Pavement. É um bom disco que vai agradar até antigos fãs dessa lenda do rock indie dos EUA.

Titãs tiram primeiro single de 'Sacos Plásticos'

Sacos Plásticos é o título do CD de inéditas que os Titãs lançarão no fim de maio de 2009. Urdido sob a batuta do produtor Rick Bonadio, o disco marca a estreia do quinteto na gravadora Arsenal Music, de Bonadio. O primeiro single do álbum - Antes de Você, em rotação na trilha sonora nacional da novela Caras & Bocas - já vai estar nas rádios na próxima quinta-feira, 7 de maio de 2009.

Stevens acusa o Coldplay de plagiar sua música

É surreal, mas é fato. Depois de enfrentar no fim de 2008 as acusações de Joe Satriani de que o hit Viva la Vida seria um plágio de If I Could Fly (o tema - instrumental - de autoria do guitarrista, lançado em 2004), o grupo inglês Coldplay se vê às voltas com outra acusação pública de plágio envolvendo a mesma música, de 2008. Em entrevista ao jornal inglês The Sun, Yusuf Slam acusa o Coldplay de ter se inspirado para compor Viva la Vida em uma música sua, Foreigner Suite, lançada em 1973, quando Yusuf ainda não havia se convertido ao islamismo e adotava o nome de Cat Stevens. Vale lembrar que, em 2003, o grupo The Flaming Lips aceitou dividir com Yusuf os royalties de sua música Fight Test após acusação de que ela seria um plágio de Father and Son, música gravada por Stevens em 1970. Por ora, Yusuf não fala em processo contra o Coldplay, que está tendo que se entender na Justiça com Satriani.

3 de maio de 2009

Elba padroniza balaio com romantismo popular

Resenha de CD
Título: Balaio de Amor
Artista: Elba Ramalho
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Balaio de Amor - o bom CD de Elba Ramalho que a gravadora Biscoito Fino põe esta semana nas lojas - traz a cantora de volta para o aconchego seguro dos xotes, baiões e canções de tom uniformemente romântico. Não é disco em que a intérprete alce alto voo artístico, pois não cabem no balaio as ousadias estilísticas e conceituais do álbum anterior de Elba, Qual o Assunto que Mais lhe Interessa? (2007), CD que não teve a distribuição e a repercussão popular a que fazia jus pela sua beleza. Contudo, é um disco simples e coerente com os 30 anos de trajetória fonográfica da artista, cujo primeiro grande LP, Ave de Prata, saiu em 1979.
A produção - assinada por Elba com o sanfoneiro Cezinha - embala com capricho os temas amorosos de compositores de projeção restrita ao Nordeste. Em boa forma vocal, a cantora usa tons suaves condizentes com o clima de músicas como Fuxico (Flávio Leandro), Um Baião Chamado Saudade (Petrúcio Amorim e Rogério Rangel), Seu Aconchego (Terezinha do Acordeom e Junior Vieira) e Se Tu Quiser (Xico Bezerra). Com sua voz que evoca o timbre de Dominguinhos, Cezinha faz dueto com Elba em inédita canção de Nando Cordel, É Só Você Querer, faixa já em rotação na trilha sonora nacional da novela Caras & Bocas. Destaque do CD, a música figura entre as melhores já gravadas pela cantora. E o próprio Dominguinhos em pessoa marca boa presença com sua voz e sua sanfona em Riso Cristalino, parceria com Climério Ferreira. De letra poética, a música é mais inspirada do que a outra contribuição autoral de Dominguinhos, Ilusão Nada Mais, parceria com o poeta Fausto Nilo, de clima abolerado.
O xote é o ritmo recorrente em Balaio de Amor. A ponto de o álbum ter o defeito de soar linear, sobretudo na segunda metade. O CD cresceria se, para variar seu clima plácido, contasse com alguns temas mais arretados como Não lhe Solto Mais (Antonio Barros e Cecéu), faixa de tom forrozeiro que lembra as gravações mais maliciosas feitas por Elba na década de 80. A música é hit certeiro nos arrasta-pés que animam o Nordeste. Com o mesmo jeito de hit, Me Dá meu Coração se impõe no repertório. A música é da lavra de Accioly Neto, autor de sucessos como Espumas ao Vento. Há uma ou outra composição mais insossa, caso de Recado (Cezinha e Fábio Simões). Contudo, Balaio de Amor é um disco agradável que repõe Elba em sintonia com o gosto do (seu) povo...

Rita Lee troca título de inédita de disco ao vivo

Rita Lee - à esquerda em foto de Ricardo Nunes - mudou o título de uma das duas músicas inéditas do CD e DVD que gravou na série Multishow ao Vivo. Nóia - a parceria da artista com o filho Beto Lee - teve seu título trocado para Se Manca. Já a outra inédita - Insônia, da lavra de Rita com Roberto de Carvalho - permaneceu com o seu nome inalterado. Gravado em show na casa Vivo Rio (RJ), em 31 de janeiro de 2009, o Multishow ao Vivo de Rita Lee vai ser lançado neste mês de maio de 2009. O CD e o DVD chegam às lojas na sequência da exibição do especial no canal de TV Multishow - programada para 20 de maio. A conferir!!

Gardot segue trilha do pop jazz no segundo CD

Bela notícia: a Universal Music lança no Brasil My One and Only Thrill, o segundo álbum de Melody Gardot - a cantora, compositora e pianista de pop jazz que despontou (bem) no mercado fonográfico em 2008 com o CD Worrisome Heart. O produtor do CD, Larry Klein, embala em (típicos) arranjos orquestrais a classuda safra de baladas da lavra de Gardot. Entre elas, Baby I'm a Fool, If the Stars Were Mine, Deep Within the Corners of my Mind, Your Heart Is as Black as Night. A única faixa não autoral é Over the Rainbow, que encerra o disco, editado simultaneamente nos EUA.

Chega ao Brasil o álbum duplo ao vivo de Cohen

O DVD (ainda!) não foi lançado no Brasil, mas o CD duplo ao vivo que registra o retorno de Leonard Cohen aos palcos - após um autoexílio de cerca de 15 anos - já está disponível no mercado nacional via Sony BMG. Live in London traz a íntegra da gravação do show feito em 17 de julho de 2008 pelo compositor na O2 Arena, situada na capital da Inglaterra. O CD duplo reúne as 26 músicas do roteiro. Na seleção, Anthem, Tower of Song e Dance me to the End of Love, entre outras gemas.