Com ou sem Gal, Dionne reafirma a majestade
Resenha de Show
Título: Dionne Warwick in Concert
Artista: Dionne Warwick (em fotos de Ricardo Nunes)
Convidada: Gal Costa
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 7 de maio de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz em Curitiba (Teatro Positivo, 8 de maio), São
Paulo (HSBC Brasil, 9 de maio) e Porto Alegre (Teatro do
Sesi, 12 de maio de 2009)
A presença luminosa de Gal Costa é a maior novidade da turnê que traz Dionne Warwick de volta aos palcos brasileiros. Contudo, mesmo se não tivesse convidado Gal para dividir a cena com ela em músicas como Piano na Mangueira (Tom Jobim e Chico Buarque) e Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), a cantora norte-americana teria deixado a platéia embevecida. Aos 68 anos, Dionne Warwick se mantém em grande forma vocal. É fato que sua voz perdeu um pouco de volume, na comparação com gravações feitas dos anos 60 aos 80, mas a emissão, a afinação e a extensão continuam ímpares. Foi com essa técnica, invejável para seus 68 anos, que a intérprete apresentou na casa Vivo Rio (RJ) na noite de ontem - 7 de maio de 2009 - o Dionne Warwick in Concert.
Com ou sem Gal, o show foi majestoso. Uma banda afiada - como ficou claro nos improvisos ao fim de Do You Know the Way to San Jose?, música de 1968 revivida por Dionne em ritmo de salsa, tal como no dueto gravado em 1998 com a cantora cubana Celia Cruz (1925 - 2003) - e uma iluminação elegante embalaram repertório irretocável. Como de praxe, o roteiro foi aberto com os temas de Burt Bacharach e Hal David, responsáveis pelo lançamento de Dionne no mercado fonográfico norte-americano no início dos anos 60. Close to You, Walk on by, Anyone Who Had a Heart e I Never Fall in Love Again, entre outras, surgiram em registros macios, quase fiéis aos registros originais. O primeiro grande momento do show veio quando Dionne recriou I Say a Little Prayer com outra divisão numa cadência inusitada e cheia de suingue (meio tropical). O fraseado sempre elegante da artista saltou aos ouvidos em números como Alfie. Na sequência, um medley com canções de Tom Jobim (1927 - 1994) - Corcovado, Wave e Águas de Março, cantadas em inglês e em clima bossa-novista - preparou o terreno para uma interpretação de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), em português carregado, e para a entrada de Gal Costa em cena. Os duetos de Dionne com Gal foram bilíngues. Dionne começava cantando em inglês, como em Garota de Ipanema. Gal entrava na segunda parte em português. Ao fim, as cantoras faziam floreios e pequenos improvisos. O encontro foi harmonioso, mas, justiça seja feita, Dionne também fez sozinha a platéia suspirar quando reviveu I'll Never Love This Way Again, balada que, em 1978, deu novo fôlego à sua carreira fonográfica após período de baixa em decorrência de seu afastamento de Burt Bacharach. Parte da platéia aplaudiu o núnero de pé. Ao fim do show, quando cantou That's What Friends Are for, inicialmente sozinha e depois com Gal Costa, Dionne Warwick já era novamente a senhora da cena. Foi um grande show de duas grandes cantoras!!
Título: Dionne Warwick in Concert
Artista: Dionne Warwick (em fotos de Ricardo Nunes)
Convidada: Gal Costa
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 7 de maio de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz em Curitiba (Teatro Positivo, 8 de maio), São
Paulo (HSBC Brasil, 9 de maio) e Porto Alegre (Teatro do
Sesi, 12 de maio de 2009)
A presença luminosa de Gal Costa é a maior novidade da turnê que traz Dionne Warwick de volta aos palcos brasileiros. Contudo, mesmo se não tivesse convidado Gal para dividir a cena com ela em músicas como Piano na Mangueira (Tom Jobim e Chico Buarque) e Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), a cantora norte-americana teria deixado a platéia embevecida. Aos 68 anos, Dionne Warwick se mantém em grande forma vocal. É fato que sua voz perdeu um pouco de volume, na comparação com gravações feitas dos anos 60 aos 80, mas a emissão, a afinação e a extensão continuam ímpares. Foi com essa técnica, invejável para seus 68 anos, que a intérprete apresentou na casa Vivo Rio (RJ) na noite de ontem - 7 de maio de 2009 - o Dionne Warwick in Concert.
Com ou sem Gal, o show foi majestoso. Uma banda afiada - como ficou claro nos improvisos ao fim de Do You Know the Way to San Jose?, música de 1968 revivida por Dionne em ritmo de salsa, tal como no dueto gravado em 1998 com a cantora cubana Celia Cruz (1925 - 2003) - e uma iluminação elegante embalaram repertório irretocável. Como de praxe, o roteiro foi aberto com os temas de Burt Bacharach e Hal David, responsáveis pelo lançamento de Dionne no mercado fonográfico norte-americano no início dos anos 60. Close to You, Walk on by, Anyone Who Had a Heart e I Never Fall in Love Again, entre outras, surgiram em registros macios, quase fiéis aos registros originais. O primeiro grande momento do show veio quando Dionne recriou I Say a Little Prayer com outra divisão numa cadência inusitada e cheia de suingue (meio tropical). O fraseado sempre elegante da artista saltou aos ouvidos em números como Alfie. Na sequência, um medley com canções de Tom Jobim (1927 - 1994) - Corcovado, Wave e Águas de Março, cantadas em inglês e em clima bossa-novista - preparou o terreno para uma interpretação de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), em português carregado, e para a entrada de Gal Costa em cena. Os duetos de Dionne com Gal foram bilíngues. Dionne começava cantando em inglês, como em Garota de Ipanema. Gal entrava na segunda parte em português. Ao fim, as cantoras faziam floreios e pequenos improvisos. O encontro foi harmonioso, mas, justiça seja feita, Dionne também fez sozinha a platéia suspirar quando reviveu I'll Never Love This Way Again, balada que, em 1978, deu novo fôlego à sua carreira fonográfica após período de baixa em decorrência de seu afastamento de Burt Bacharach. Parte da platéia aplaudiu o núnero de pé. Ao fim do show, quando cantou That's What Friends Are for, inicialmente sozinha e depois com Gal Costa, Dionne Warwick já era novamente a senhora da cena. Foi um grande show de duas grandes cantoras!!
8 Comments:
Resenha de Show
Título: Dionne Warwick in Concert
Artista: Dionne Warwick
Convidada: Gal Costa
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 7 de maio de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz em Curitiba (Teatro Positivo, 8 de maio), São
Paulo (HSBC Brasil, 9 de maio) e Porto Alegre (Teatro do
Sesi, 12 de maio de 2009)
A presença luminosa de Gal Costa é a maior novidade da turnê que traz Dionne Warwick de volta aos palcos brasileiros. Contudo, mesmo se não tivesse convidado Gal para dividir a cena com ela em músicas como Piano na Mangueira (Tom Jobim e Chico Buarque) e Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), a cantora norte-americana teria deixado a platéia embevecida. Aos 68 anos, Dionne Warwick se mantém em grande forma vocal. É fato que sua voz perdeu um pouco de volume, na comparação com gravações feitas dos anos 60 aos 80, mas a emissão, a afinação e a extensão continuam ímpares. Foi com essa técnica, invejável para seus 68 anos, que a intérprete apresentou na casa Vivo Rio (RJ) na noite de ontem - 7 de maio de 2009 - o Dionne Warwick in Concert.
Com ou sem Gal, o show foi majestoso. Uma banda afiada - como ficou claro nos improvisos ao fim de Do You Know the Way to San Jose?, música de 1968 revivida por Dionne em ritmo de salsa, tal como no dueto gravado em 1998 com a cantora cubana Celia Cruz (1925 - 2003) - e uma iluminação elegante embalaram repertório irretocável. Como de praxe, o roteiro foi aberto com os temas de Burt Bacharach e Hal Davis, responsáveis pelo lançamento de Dionne no mercado fonográfico norte-americano no início dos anos 60. Close to You, Walk on by, Anyone Who Had a Heart e I Never Fall in Love Again, entre outras, surgiram em registros macios, quase fiéis aos registros originais. O primeiro grande momento do show veio quando Dionne recriou I Say a Little Prayer com outra divisão numa cadência inusitada e cheia de suingue (meio tropical). O fraseado sempre elegante da artista saltou aos ouvidos em números como Alfie. Na sequência, um medley com canções de Tom Jobim (1927 - 1994) - Corcovado, Wave e Águas de Março, cantadas em inglês e em clima bossa-novista - preparou o terreno para uma interpretação de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), em português carregado, e para a entrada de Gal Costa em cena. Os duetos de Dionne com Gal foram bilíngues. Dionne começava cantando em inglês, como em Garota de Ipanema. Gal entrava na segunda parte em português. Ao fim, as cantoras faziam floreios e pequenos improvisos. O encontro foi harmonioso, mas, justiça seja feita, Dionne também fez sozinha a platéia suspirar quando reviveu I'll Never Love This Way Again, balada que, em 1978, deu novo fôlego à sua carreira fonográfica após período de baixa em decorrência de seu afastamento de Burt Bacharach. Parte da platéia aplaudiu o núnero de pé. Ao fim do show, quando cantou That's What Friends Are for, inicialmente sozinha e depois com Gal Costa, Dionne Warwick já era novamente a senhora da cena. Foi um grande show de duas grandes cantoras!!
olha Mauro aqui em Sampa no show de gravação do tal dvd Dionne e Amigos que nunca mais sai, Dionne não estava assim legal, tá? pareceu bem decadente, ultrapassada, fazendo gracinha no palco prá apelar pro aplauso,etc.. sem falar nos problemas com o som que chatearam muito todo mundo( artistas e público). Tô confiando na tua crítica.
Abraço
Zé Carlos
OI Mauro!
Seu blog excelente como sempre.
Ainda aguardo uma visita sua no meu. Será um prazer.
Bjs.
Estava lá...
Unforgettable = Inesquecível...
Senhoras CANTORAS, verdadeiras DIVAS VIVAS e DIVINAS e que merecem MUITO mais RESPEITO, Atenção, Conhecimento e Admiração de TODOS NÓS!
"Sampa, Belô, Pelô, POA"...
Não deixem de assistir!!!
Este foi um dos espetáculos mais impactantes a que assisti nos últimos tempos.
Sem a descontração e savoir faire do encontro de Bethânia e Omara, estas divas se reverenciraram e honraram a música do mundo contemporâneo, numa verve só possível com a experiência da maturidade.
Repertório (quase) impecável, presenças eloquentes, Dionne e Gal elevaram à música ao Olimpo das deusas verdadeiras.
Ari, no encontro de Bethania com dona Omara, descontração e espontaneidade por parte de Betha só até a página 3. Em cena, a baiana não dá um pontinho sequer sem NÓ. Da parte da cubana, ok, pura diversão.
Entre Gal e Dionne, outro lance. Titãs em cena. O bom combate. Tensão verdadeira. Descontração verdadeira. Almas realmente presentes ali.
Já assisti duas vezes. Em êxtase.
Acho que vou partir com o circo...
Somente dois adendos: o nome do compositor com o qual Bacharach dividiu vários de seus maiores sucessos é Hal DaviD. E a música "I'll Never Love This Way Again" foi inicialmente gravada em 1978 (registrada como "I Know I'll Never Love This Way Again") por, pasmem, Cheryl Ladd. Só viria a ser um grande "hit" de Dionne no ano seguinte. Só para o registro, OK?
Até que enfim vejo alguém que distingue volume e extensão de voz.
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