24 de janeiro de 2009

A grande cantora Fafá emerge no mar de Chico

Resenha de Show
Título: Tanto Mar
Artista: Fafá de Belém (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Mistura Fina (RJ)
Data: 23 de janeiro de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz em 24, 30 e 31 de janeiro de 2009

Em 2005, ao completar 30 anos de carreira fonográfica, Fafá de Belém abordou a obra de Chico Buarque num disco, Tanto Mar, que, embora bom, deixou a sensação de que poderia ser melhor - impressão ampliada a partir da estréia do show, que, depois de percorrer o Brasil, está de volta à cena carioca, neste e no próximo fim de semana, para aquecer a cantora e sua entrosada banda para a gravação do DVD, prevista para este semestre em São Paulo (SP). Tanto Mar retorna ao Rio de Janeiro - em frente à orla de Ipanema - em sua forma mais exuberante. E o tempo tem feito bem à voz de Fafá. Na reestréia do show na noite de 23 de janeiro de 2009, na casa Mistura Fina, a cantora emergiu em sua face mais grandiosa no mar de músicas de Chico Buarque, várias (Olha Maria, Vida, Bastidores, Gota d'Água) especialmente talhadas para cantoras de registros intensos e teatrais - como Fafá.

Num roteiro sem concessões (todas as músicas são da lavra nobre de Chico), a novidade foi Todo o Sentimento, cantada por Fafá num tom emocionado, mas contido, sem os excessos vocais que, na reestréia, apareceram apenas ao fim do Fado Tropical. E o fato é que, sempre que poda esses excessos que habitualmente dão caráter over às suas interpretações, Fafá retoma seu lugar de honra no vasto panteão das cantoras brasileiras. No atual show, músicas como As Vitrines e Eu te Amo - que entrou no roteiro em 2006, no meio da turnê - ganham interpretações à altura de seus melhores registros. Em total interação com a banda que destaca o pianista João Rebouças e o estreante (no show) Zé Canuto, hábil na flauta e no sax, Fafá alterna interpretações pontuadas por vivacidade (Tanto Mar), exuberância (Olhos nos Olhos), ternura (Dans Mon Coeur, a versão em francês de Terezinha que abria o CD e que, no show, abre o bis) e até ironia, exemplificada tanto pelo caco ("Fala, sério!") inserido nos versos resignados de Com Açúcar, com Afeto - tocado pela banda num clima de sambossa - como pelo tom e gestual críticos imprimidos ao registro de Mulheres de Atenas, emendada num mix perfeito com Angélica, cuja letra foi escrita por Chico em tributo à estilista Zuzu Angel (1923 - 1976), cujo filho, Stuart Angel, foi morto pelo regime militar. Antes de cantar Angélica, Fafá faz discurso em que traça paralelo entre a violência política dos anos 70 e a violência atual gerada pelo tráfico de drogas e seus regimes oficiosos. É quando surge em cena a artista e cidadã militante que subiu aos palanques dos anos 80 para lutar pela implantação da democracia no Brasil.

Os arranjos do maestro João Rebouças resultam especialmente inventivos no samba Desalento - que ganha pulsação crescente, acompanhada pelo toque preciso da bateria de Ricardo Costa - e em Construção, música desconstruída num brilhante arranjo de clima jazzy que consegue a proeza de dissociar Construção da genial orquestração original do maestro Rogério Duprat (1932 - 2006). É o impactante número final. Mas Fafá sai mesmo de cena, já no bis, ao som de Sob Medida, o bolero que ela tomou para si ao gravá-lo em 1979 e que revive com caras, bocas e poses. É momento lúdico de show azeitado que mostra que, quando quer, Fafá de Belém sabe fazer emergir a grande cantora que já andou afundando por aí por conta de discos e repertórios equivocados...

Moska grava álbum de inéditas com Bajofondo

Sem lançar um disco de inéditas desde 2003, ano em que apresentou o álbum Tudo Novo de Novo (reeditado em 2007 com faixas-bônus), Moska está em estúdio gravando seu nono disco solo, que vai contar com a adesão do grupo argentino Bajofondo nas faixas Ainda e Muito Pouco. O repertório inclui parceria do cantor com Zélia Duncan, composta em tributo ao filho de Moska, Antonio. O lançamento do CD, ainda sem título, é previsto para o primeiro semestre de 2009.

Rita grava duas inéditas em 'Multishow ao Vivo'

Rita Lee adicionou duas músicas inéditas ao roteiro de seu atual espetáculo, Pic Nic, que vai ser gravado em CD e DVD dentro da série Multishow ao Vivo nas apresentações agendadas na casa carioca Vivo Rio para os dias 30 de janeiro (com mesas) e 31 de janeiro de 2009 (com pista). Até então sem registros em disco, as músicas inéditas são Insônia e Nóia, parcerias de Rita com o partner Roberto de Carvalho e com o filho Beto Lee, respectivamente. O percussionista Laércio da Costa aderiu à banda e vai participar da gravação. Rodrigo Carelli assina a direção do DVD. Já o show em si é conduzido por Rita com Roberto de Carvalho. A gravação oficial vai ser feita na apresentação do dia 31, sem mesas. Aliás, neste dia, quem levar um quilo de alimento não perecível - que será doado ao Retiro dos Artistas - vai ter 50% de desconto na compra do ingresso de pista.

Ferriani canta Assis e Donato sob batuta de BiD

E mais uma cantora tenta um lugar ao sol no mercado fonográfico. Nos palcos desde 2004, com passagens por diversas casas do circuito da efervescente Lapa (RJ), Verônica Ferriani (à esquerda em foto de Dani Gurgel) lança seu primeiro CD em fevereiro de 2009. Sob a batuta do produtor BiD, a intérprete canta repertório que junta Assis Valente (Fez Bobagem, 1942), Cassiano (Eu Amo Você, balada de 1970, composta com Silvio Roachel), Gonzaguinha (Um Sorriso nos Lábios, 1976), João Donato (Ahiê, parceria com Paulo César Pinheiro, lançada por Donato em 1973), Marcos Valle (Com Mais de 30, samba letrado por Paulo Sérgio Valle que fez sucesso na voz de Cláudia em 1971) e Paulinho da Viola (Perder e Ganhar, 1971). Da década de 70, origem da maior parte do repertório do álbum Verônica Ferriani, vem também If You Want to Be a Lover, música de Luis Henrique gravada por Liza Minelli. Já o maestro Spok, da pernambucana Spok Frevo Orquestra, assina os arranjos de metais da faixa Na Volta da Ladeira, inédita de Rubens Nogueira com Paulo César Pinheiro. A dupla de compositores, aliás, contribui com outra inédita, Bem Feito. Gravado de forma independente, o CD de estréia da cantora vai ser distribuído via Tratore a partir de 1º de fevereiro de 2009.

Bruno Cardoso canta no disco de Bruno Miguel

Vocalista do grupo de pagode Sorriso Maroto, Bruno Cardoso (à direita na foto feita no estúdio Tambor, da gravadora Deckdisc) gravou participação no primeiro CD de Bruno Miguel. O dueto acontece na faixa Onde Eu Errei? e o disco de Miguel - filho de Márcio Greyck, cantor popular que esteve em evidência nos anos 70 - tem lançamento previsto para março de 2009. Em 2007, o Sorriso Maroto gravou Faz Assim, parceria de Miguel com Greyck.

23 de janeiro de 2009

'Perto' aproxima Byington do canto mais íntimo

Resenha de CD
Título: Perto
Artista:
Olivia Byington

Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Seguindo caminho similar ao trilhado por Ney Matogrosso no projeto Inclassificáveis, que rendeu disco de estúdio e DVD gravado ao vivo, Olivia Byington lança Perto, CD intimista, gravado em 9, 10 e 11 de julho de 2008, no estúdio da gravadora Biscoito Fino. A sós com seu violão, Byington rebobina o repertório do show Cada Um, Cada Um - perpetuado no DVD A Vida É Perto, já lançado em 2008 - no mesmo clima cool e aconchegante de suas apresentações. Perto pouco acrescenta ao registro anterior. Contudo, tem lá seus encantos próprios. O maior deles é o cover bem despojado de New World, música de Björk, recriada na contramão do registro orquestral ouvido na trilha do filme Dançando no Escuro. A interpretação quase a capella de Por Toda a Minha Vida (Tom Jobim e Antonio Carlos Jobim) confirma a boa forma da voz da intérprete que, mesmo sem atingir os picos agudos de tempos idos, continua igualmente sedutora nos tons moderados usados para reviver tanto um samba de Noel Rosa (Com que Roupa?) quanto tema poético de Jorge Mautner (Lágrimas Negras). Há também, entre as novidades nessa voz, a inédita Entre a Voz e o Oceano, parceria de Byington com Tiago Torres da Silva que cita verso de Gonzaguinha (1945 - 1991) no samba O Que É O Que É. No mais, Perto oferece mais uma ótima oportunidade para que o público conheça uma das músicas mais belas e ignoradas de Gilberto Gil (Mãe da Manhã, lançada por Gal Costa em 1993 no álbum O Sorriso do Gato de Alice) assim como a canção francesa Feuilles Mortes (Joseph Kosma e Jaques Prévert), aberta com poema recitado por Olivia Byington, cantora que esteve sempre perto das (boas) músicas brasileira e universal.

Take That tenta manter equilíbrio no circo pop

Resenha de CD
Título: The Circus
Artista: Take That
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * *

Take That é uma boy band que foi fabricada na Inglaterra no começo da década de 90 (com Robbie Williams na formação original) e que, após se dissolver, voltou à cena pop em 2006 para tentar um upgrade conceitual no mercado fonográfico. Quinto álbum de estúdio da banda, lançado em novembro de 2008 no Reino Unido, The Circus é o segundo esforço dessa retomada. Fenômeno de vendas na Inglaterra, a ponto de ter garantido uma nomeação para o Take That no BritAwards 2009 na categoria de Melhor Grupo, o disco transita entre o pop e a balada. The Circus começa muito bem - com The Garden, balada que poderia figurar no álbum de qualquer banda mais adulta da cena inglesa - mas perde pique ao longo de suas 11 faixas. Baladas como Said It All exibem vocais harmoniosos, mas deixam a impressão de já terem sido ouvidas em outras vozes e em outros discos. Falta ao som do Take That um toque de personalidade que diferencie o quarteto dos vários grupos similares que tentam se equilibrar no circo pop.

Jair grava ao vivo o show comemorativo dos 70

Jair Rodrigues fará 70 anos, em 6 de fevereiro de 2009. A festa vai ser no palco. Nos dias 6 e 7, Jair apresenta no Auditório Ibirapuera, em São Paulo (SP), o show Festa para um Rei Negro. O espetáculo inédito e comemorativo vai ser gravado ao vivo para edição em CD e DVD. A lista de convidados inclui Alcione, Chitãozinho & Xororó (dupla com a qual Jair gravou nos anos 80 um de seus maiores sucessos, A Majestade o Sabiá, da lavra de Roberta Miranda), Jorge Aragão, Max de Castro, Pedro Mariano, Rappin' Hood e Simoninha. Os filhos do cantor, Jair Oliveira e Luciana Mello, também vão participar da festa-show. Sairá ainda em 2009.

Chega ao Brasil o CD duplo de Sinéad, de 2007

Sob licença do selo LAB 344, a gravadora carioca Rob Digital está lançando no Brasil Theology, álbum duplo editado por Sinéad O' Connor em 2007. O detalhe é que as mesmas músicas são ouvidas nos dois discos. No primeiro, Dublin Sessions, gravado na Irlanda (terra natal da artista) com feliz produção de Steve Cooney, o repertório é embalado em arranjos acústicos de tom minimalista. No segundo, London Sessions, feito na Inglaterra, o produtor RonTom lança mão de banda e de recursos eletrônicos. Como a música atual de Sinéad vem envolta numa aura espiritual, o tom do CD 1 soa mais adequado a composições como Something Beautiful (destaque da safra autoral de Theology) e Dark I Am Yet Lovely. A seleção inclui We People Who Are Darker than Blue, tema do compositor de soul e r & b Curtis Mayfield (1942 - 1999). Já I Don't Know How to Love Him - parceria de Andrew Lloyd Webber com Tim Rice - aparece somente no segundo disco, assim como o tema bíblico Hosanna Filio David é a exclusividade do primeiro. No mais, o repertório é idêntico e merece uma audição.

'60' festeja 60 anos de Webber com 60 registros

Com dois meses de atraso, em relação à edição estrangeira, a Universal Music está lançando no Brasil a coletânea tripla 60, que comemora os 60 anos do compositor britânico Andrew Lloyd Webber - completados em 22 de março de 2008 - com reunião de 60 gravações de músicas do autor nas vozes de Elvis Presley (It's Easy for You), The Everly Brothers (Cold), Madonna (You Must Love me) e Plácido Domingo (Hosanna), entre outros. Para quem não liga o nome à música, Webber é um dos mais talentosos compositores de musicais de teatro, tendo assinado (com letristas diversos) as trilhas de espetáculos como Jesus Christ Superstar, Cats, Evita, O Fantasma da Ópera e Sunset Boulevard. A seleção, abrangente, inclui até temas de musicais recentes do compositor como The Woman in White. Para quem não coleciona trilhas de musicais, 60 é compilação bem interessante porque reúne gravações originais raramente encontradas em coletâneas. São os casos dos registros de Julie Covington para Don't Cry for me Argentina (de Evita) - fonograma de 1976 que tocou muito nas rádios brasileiras no fim dos anos 70 - e de Elaine Page para Memory, tema de Cats que ficou bem mais conhecido nas gravações simultâneas de Barbra Streisand e Barry Manilow. Estrela da montagem inglesa do musical, Page gravou Memory em 1981, ano em que Barbra também registrou sua versão para a obra-prima de Cats. Enfim, mesmo editado com atraso, 60 é um presente para fãs brasileiros de musicais. É festa para os ouvidos...

22 de janeiro de 2009

Osesp demite maestro John Neschling pela rede

O maestro John Neschling teria sido comunicado oficialmente de seu desligamento da Orquesta Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) nesta quinta-feira, 22 de janeiro de 2009. Anunciada pela internet, em carta postada no site oficial da orquestra, a demissão de Neschling foi motivada por declarações polêmicas do maestro à imprensa sobre a sua sucessão (em junho de 2008, ele avisou que não renovaria o contrato que expiraria em outubro de 2010).

Sai no Brasil blu-ray com show dos 60 de Elton

Já editado no Brasil, em dezembro de 2007, no formato de DVD duplo, o vídeo Elton 60 Live at Madison Square Garden vai ser relançado no mercado nacional pela gravadora Universal Music, ainda neste mês de janeiro de 2009, em blu-ray. O vídeo de alta definição reúne os 33 números do show que festejou os 60 anos de Sir Elton John, no Madison Square Garden (NY, EUA), em 25 de março de 2007. Trata-se do segundo lançamento brasileiro de blu-ray na área musical. O pioneiro é Um Barzinho, um Violão - Novela 70, já fabricado no Brasil e já nas lojas (desde dezembro de 2008).

Suingue intuitivo de Dona Edith deixa saudades

A saída de cena de Dona Edith do Prato - em 8 de janeiro de 2009, aos 94 anos, em decorrência de um AVC sofrido em 18 de dezembro de 2008 - entristeceu Santo Amaro da Purificação, a cidade do interior da Bahia que viu nascer esta sambista de suingue intuitivo. E deveria ter entristecido todo o Brasil. O nome artístico de Edith Oliveira Nogueira já aludia explicitamente à habilidade com que ela, munida com uma faca, percutia o prato, dando um balanço todo especial e pessoal aos sambas-de-roda e às chulas que compunham seu repertório, formado em sua maioria por temas de domínio público. A Arte desenvolvida por Edith do Prato é do tipo que não se aprende na escola. É apr(e)endida pelo próprio artista de forma natural, inserida no universo das tradições populares. É muito provável que o Brasil talvez nunca tivesse tomado conhecimento de Dona Edith se em 1973 Caetano Veloso não tivesse convocado sua mãe-de-leite para tocar prato e fraca em Viola meu Bem - faixa de Araça Azul, um dos álbuns mais controvertidos do compositor baiano. Dona Edith vivenciou sua arte, em geral, nos domínios de sua Santo Amaro. Somente na maturidade é que teve algo próximo do que se pode chamar de vida de artista. Patrocinada pelo Governo da Bahia, gravou em 2001 - quando tinha 86 anos - um disco com o grupo Vozes da Purificação que ganharia reedição e maior visibilidade ao ser relançado por Maria Bethânia em 2003 na abertura do selo da cantora, Quitanda, vinculado à gravadora Biscoito Fino. No embalo da calorosa acolhida obtida por seu primeiro e único álbum, do qual participaram discípulos como a cantora Mariene de Castro e o próprio Caetano, Dona Edith fez alguns shows fora do circuito baiano. Um deles - realizado em 2004 no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo (SP), com o grupo Vozes da Purificação - foi gravado ao vivo para viabilizar a edição de um DVD, lançado na série Toca Brasil. É pela imagem perpetuada neste DVD que a Arte de Edith do Prato pode ser visualizada e apreciada postumamente. Edith já se foi, deixando a saudade de seu prato cheio de...suingue.

21 de janeiro de 2009

Coldplay bisa no BritAwards a força do Grammy

Líder de indicações ao BritAwards 2009 ao lado da cantora Duffy, o grupo Coldplay bisa no Oscar da música inglesa o favoritismo perceptível nas indicações ao 51º Grammy Awards, o Oscar da música norte-americana, ao qual o grupo inglês concorre em sete categorias. Tanto Coldplay quanto Duffy receberam, cada, quatro indicações ao BritAwards - a banda por conta do álbum Viva la Vida or Death and All his Friends e cantora por causa de seu primeiro CD, Rockferry. O prêmio que vai ser entregue em 18 de fevereiro de 2009, em Londres, em cerimônia que presta tributo ao duo inglês Pet Shop Boys. Eis os indicados ao BritAwards 2009:

Melhor Cantor
Ian Brown
James Morrison
Paul Weller
The Streets
Will Young

Melhor Cantora
Adele
Beth Rowley
Duffy
Estelle
MIA

Artista Revelação
Adele
Duffy
Last Shadow Puppets
Scouting for Girls
The Ting Tings

Melhor Grupo
Coldplay
Elbow
Girls Aloud
Radiohead
Take That

Melhor Show
Coldplay
Elbow
Iron Maiden
Scouting for Girls
The Verve

Melhor Single
Chasing Pavements - Adele
Hallelujah - Alexandra Burke
Viva la Vida - Coldplay"
Dance With Me - Dizzee Rascal / Harris / Chrome
Mercy - Duffy

Melhor Álbum
Viva La Vida or Death and All his Friends - Coldplay
Rockferry - Duffy
The Seldom Seen Kid - Elbow
In Rainbows - Radiohead
We Started Nothing - The Ting Tings

Melhor Álbum Internacional
Black Ice - AC/DC
Fleet Foxes - Fleet Foxes
Day & Age - The Killers
Only by the Night - Kings of Leon
Oracular Spectacular - MGMT

Melhor Cantor Internacional
Beck
Neil Diamond
Jay-Z
Kanye West
Seasick Steve

Melhor Cantora Internacional
Beyoncé
Gabriella Cilmi
Katy Perry
Pink
Santogold

Melhor Grupo Internacional
AC/DC
Fleet Foxes
The Killers
Kings of Leon
MGMT

Escolha da Crítica
Florence and The Machine

Prêmio Contribuição para a Música
Pet Shop Boys

Faces vão lançar o primeiro álbum desde 1973??

Rod Stewart falava sério em 11 de junho de 2008, dia em que anunciou que ia reativar com o guitarrista Ronnie Wood a banda The Faces (à esquerda em foto promocional dos anos 60). O grupo inglês - quinteto que esteve em atividade entre 1969 e 1975, o ano em que Wood ingressou nos Rolling Stones - gravou no fim de 2008, entre Costa Rica e Miami (EUA), seu primeiro álbum em 35 anos. É o sucessor de Ooh La La (1973). Um músico de apoio teria sido contratado para assumir o baixo no lugar de Ronnie Lane, morto em 1997. Uma turnê - prevista para começar em 2009 ou 2010 - vai promover o lançamento do álbum. Vale lembrar que, em 2004, caixa de quatro CDs editada pela gravadora Rhino - Five Guys Walk into a Bar..., nunca editada no Brasil - compilou a obra fonográfica do grupo com direito a várias gravações inéditas.
P.S.: Em 22 de janeiro de 2009, um dia depois de a notícia da volta do grupo Faces voar da Inglaterra para o mundo, Rod Stewart desmentiu a reunião do grupo este ano, através de seu porta-voz.

Yeah Yeah Yeahs revela título de CD via cartoon

Através de um singelo cartoon postado na sua página no My Space, o quarteto americano Yeah Yeah Yeahs revelou que It's Blitz é o título de seu terceiro álbum, cuja edição está prevista para o primeiro semestre de 2009. Trata-se do sucessor dos álbuns Fever to Tell (2003) e Show your Bones (2006). Formada em 2000, nos Estados Unidos, a banda hype faz som que evoca o punk rock.

Biscoito Fino investe em série didática de choro

Já estão nas lojas os dois primeiros volumes da bela série Choro 100. Editada pela gravadora Biscoito Fino, a bem-vinda coleção tem caráter didático. Cada volume apresenta um CD gravado pelo conjunto Nó em Pingo D'Água - com a adição de Jayme Vignolli no cavaquinho - com músicas emblemáticas do gênero, além de um método específico para o instrumento enfocado no livro. Estruturado em seis capítulos, o método do violão (capa à esquerda) é de autoria de Rogério Souza. Já o do pandeiro (capa à direita) foi feito por Celsinho Silva. Já estão programados os lançamentos de volumes dedicados ao baixo, aos sopros, ao cavaquinho e ao bandolim. 10!

20 de janeiro de 2009

McCartney figura no novo álbum de Yusuf Islam

Yusuf Islam - o nome adotado por Cat Stevens desde que se converteu ao islamismo - vai lançar ainda neste primeiro semestre de 2009 seu segundo álbum desde que retornou ao universo da música pop. Ainda sem título, o sucessor de An Other Cup (2006) conta com as adesões de Paul McCartney e de Dolly Parton - veterana cantora norte-americana de música country - em Boots & Sands, faixa eleita o primeiro single do álbum. A música foi composta em 2004 com inspiração no incidente que impediu a entrada de Yusuf Islam nos Estados Unidos pelo fato de seu nome ter sido confundido com o de um terrorista proibido de pisar em solo norte-americano. A gravação rendeu um vídeo dirigido por Jesse Dylan, filho de Bob Dylan. Outra faixa do disco, To Be What You Must, tem intervenções de Michelle Branch e Gunnar Nelson. O novo CD de Yusuf vai ser editado pela gravadora Universal Music.

Terceiro do Arctic Monkeys já está quase pronto

O quarteto britânico Arctic Monkeys está finalizando seu terceiro álbum, cujo lançamento está previsto para meados de 2009. A banda já vem até apresentando em shows algumas músicas do sucessor de Favourite Worst Nightmare (2007) - casos de Pretty Visitors e de Dangerous Animals. Josh Homme, do grupo Queens of the Stone Age, participou de várias sessões de gravação.

Quatro álbuns de Maysa ganham edição em CD

A exibição da minissérie Maysa - Quando Fala o Coração motivou a gravadora Som Livre a relançar em CD quatro títulos da discografia de Maysa (1936 - 1977) até então inéditos no formato digital. Herdeira do acervo da RGE, a gravadora na qual Maysa registrou a fase inicial de sua obra fonográfica, a Som Livre está pondo nas lojas os álbuns Maysa É Maysa... É Maysa, É Maysa (1959), Voltei (1960), Maysa Canta Sucessos (1960) e Maysa Amor... e Maysa (1961). O primeiro marcou a volta de Maysa ao Brasil após temporada européia e destaca no repertório duas músicas, A Felicidade e Manhã de Carnaval, propagadas em escala mundial naquele ano de 1959 pelo filme francês Orfeu Negro. Voltei - álbum de maio de 1960 cujo título alude ao retorno da cantora à cena após sumiço estratégico para internação em hospital de São Paulo (SP) - mistura clássicos instântaneos da Bossa Nova (Meditação e Dindi) com boleros (Alguém me Disse) do período pré-bossa. Já Maysa Canta Sucessos - editado em outubro de 1960, cinco meses depois de Voltei - tem título típico de coletânea, mas apresentou gravações inéditas. O título se refere ao fato de Maysa abordar sucessos de cantoras como Elizeth Cardoso (1920 - 1990) e Sylvia Telles (1935 - 1966). Por fim, Maysa Amor... e Maysa trouxe a cantora de volta à RGE - após breve passagem pela Columbia, por onde lançou no mesmo ano de 1961 o LP Barquinho, sopro de ar fresco em sua discografia - e aos boleros e sambas-canções que predominaram nessa fase bem irregular da discografia da cantora.

CD de Monheit une Ivan, Corinne, Fiona e Cole

Lançado nos Estados Unidos e na Europa nesta terça-feira, 20 de janeiro de 2009, o nono álbum de Jane Monheit - The Lovers, the Dreamers and me - mistura pop com jazz e apresenta no repertório uma versão em inglês de Acaso, recente parceria de Ivan Lins com Abel Silva, gravada por Ivan no álbum Jobiniano, de 2001. A versão foi intitulada No Tomorrow. Produzido pelo jazzista Matt Pierson para a gravadora Concord Music, o disco harmoniza composições de autores de universos distintos como Cole Porter (Get out of Town), Corinne Bailey Rae (Like a Star), Paul Simon (I Do It for your Love), Fiona Apple (Slow Like Honey) e Leonard Bernstein (Lucky to Be Me). O álbum foi gravado com músicos que tocam na banda da cantora como o pianista Michael Kanan, o baterista Rick Montalbano e o baixista Neal Miner. Ainda não há previsão de lançamento deste disco no mercado brasileiro.

Sepultura lança 'A-Lex' no Brasil antes dos EUA

Indício da progressiva perda de prestígio e de popularidade do Sepultura na cena estrangeira de heavy metal, o lançamento do próximo álbum do grupo, A-Lex - gravado em São Paulo (SP) - vai ser feito antes no Brasil. A gravadora Atração Fonográfica alardeia que lança o disco - inspirado no livro Laranja Mecânica (Anthony Burgess, 1962) que gerou o cultuado filme dirigido por Stanley Kubrick em 1971 - na próxima sexta-feira, 23 de janeiro de 2009, quatro dias antes do lançamento oficial de A-Lex nos Estados Unidos. Um dos destaques do repertório conceitual é a faixa Ludwig Van, em que o Sepultura executa a Nona Sinfonia, de Beethoven (1770 - 1827), com o auxílio de músicos da cena erudita paulista. A faixa - que cruza o universo da música erudita com os códigos pesados do thrash metal - enfatiza a atração do protagonista do livro pelo compositor alemão, o gênio da música.

Asa condensa turnê dos 20 anos em DVD duplo

Em 2007, o grupo Asa de Águia rodou o Brasil com a turnê comemorativa de seus 20 anos de carreira. E diversos shows foram filmados ao longo dessa turnê. O resultado pode ser conferido pelos fãs da banda de axé music em Asa 20, o DVD duplo editado pela gravadora Som Livre juntamente com o CD homônimo. O DVD duplo apresenta 64 números captados entre 2007 e 2008 em shows realizados pelo Asa de Águia em seis capitais brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Natal, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e também em Nova York (EUA) - no evento intitulado Brazilian Day - e em Tokyo (Japão). No show de Salvador, Ivete Sangalo - sócia do grupo no bloco Cerveja & Coco, disputada atração de micaretas - entra em cena para dividir os vocais com Durval Lelys na canção Além Mar e em Farrauê. Uma maratona!! Já o CD registra a turnê em 19 números.

19 de janeiro de 2009

Jota grava clipe da balada 'Vem Andar Comigo'

Faixa eleita para ser o segundo single do sexto bom álbum de inéditas do quinteto mineiro Jota Quest (à direita em foto de Weber Pádua), a balada Vem Andar Comigo vai ter seu clipe gravado esta semana em Belo Horizonte (MG). O diretor é Conrado Almada, o mesmo que fez o bem-sucedido clipe da faixa-título, La Plata, rodado em 2008 antes do lançamento do CD. A idéia de Almada é construir o vídeo com imagens revertidas (de trás para frente), filmadas em super slow-motion. A conferir...

Nem a luz de Larissa ilumina o atual Ara Ketu...

Resenha de CD e DVD
Título: Ara Ketu ao
Vivo em Salvador
Artista: Ara Ketu
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * 1/2

Todo o foco do grupo Ara Ketu repousa atualmente em Larissa Luz, a (boa) cantora eleita em 2007 para assumir os vocais da banda baiana no posto que ficou vago com a deserção de Tatau. Além de bonita, a vocalista tem presença realmente luminosa em cena, mas nem a Luz de Larissa ilumina este novo registro ao vivo do Ara Ketu, gravado em agosto de 2008 na casa Trapiche Barnabé, erguida nas ruínas de um armazém situado em Salvador (BA). O roteiro - que reúne 21 números no DVD e 16 no CD - apresenta sete inéditas, inseridas em repertório que exalta o próprio Ara Ketu nas letras de forma recorrente e que evita os hits já batidos do grupo, com exceção de Ara Ketu Bom Demais e de Mal-Acostumada, samba, aliás, revivido por Larissa sem a contagiante pulsação do primeiro registro do grupo (a música é do repertório de uma banda de forró). No cardápio de novidades, há axé-brega (Não Tenho Medo, da lavra populista de Adelmo Casé), pop sem identidade (É Amor) e pífios exemplares do gênero afro-brasileiro como Ara Roots (tema nem um pouco enraizado nas tradições do grupo de origem afro-baiana), Claro que te Amo e Pavê. Larissa Luz tenta se impor como compositora, mas músicas como Petit Gateau (parceria da cantora com Pietro Leal adornada com uns vocais que remetem vagamente aos grupos de doo-wop dos anos 50) indicam que ela deve priorizar o ofício de intérprete. O texto distribuído pela gravadora Sony BMG aos jornalistas inclui Nirombá entre as inéditas, só que a música de Carlinhos Brown - das melhores do repertório, aliás - já foi gravada pelo Ara Ketu, com Larissa Luz nos vocais, para a coletânea Trio Elétrico 2008, editada pela Som Livre há um ano. Dentre as regravações, há reggae de Edson Gomes (Árvore) e ijexá diluído na batida pop, Festa na Cidade, número em que dois bailarinos circulam pelo palco caracterizados como orixá. O DVD, aliás, deve ser preferido em relação ao CD por evidenciar a exuberância de Larissa Luz e o luxo da produção. Contudo, Ara Ketu ao Vivo em Salvador não chega a se destacar na discografia bastante irregular do Ara Ketu. Falta axé!!!

Sem fluência, Zeca banaliza 'making of' de disco

Resenha de CD + DVD
Título: Uma Prova de
Amor Edição Especial
Artista: Zeca
Pagodinho
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * *

Um trivial making of com imagens de bastidores da gravação do último disco de Zeca Pagodinho, Uma Prova de Amor, é o único atrativo para atrair fãs que já compraram o álbum para esta edição especial que agrega ao CD um DVD com o tal making of. Poderia até ser sedutor se o artista em questão tivesse fluência verbal. Mas Pagodinho nunca teve o dom da palavra - sobretudo se há ao seu lado uma câmera ou gravadora. O resultado é um making of banal com frases-clichês sobre as 16 faixas do disco. O depoimento de Zeca - captado numa mesa de botequim - é entrecortado com as imagens-clichês da gravação do CD. É interessante ver o clima de confraternização que reinou no estúdio, frequentado tanto pelos convidados do disco (como a Velha Guarda da Portela) como por amigos do cantor como Beth Carvalho. No entanto, como o DVD oferece apenas a possibilidade de ouvir as músicas em áudio pcm 2.0 (estéreo), seria preciso que o making of fosse realmente atraente para justificar a compra da edição especial de Uma Prova de Amor. O que ele, a rigor, não é. Em seu habitual tom informal, Zeca até deixa escapar uma ou outra informação mais curiosa como o fato de ter partido de um ex-diretor artístico da gravadora Universal Music, Max Pierre, a idéia de convidar Jorge Ben Jor para participação na faixa Ogum. Nada, contudo, que sustente o interesse por um making of linear e insosso - indicado apenas para fãs radicais do artista. A edição nada tem de especial.

Placebo lança em junho CD com novo baterista

Ainda sem título, o sexto álbum do Placebo - o primeiro gravado com Steve Forrest, o baterista que ingressou no grupo em 2008 - tem lançamento previsto para junho. O sucessor de Meds (2006) foi produzido por David Bottrill. O CD vai chegar ao mercado por intermédio da empresa de entretenimento, Pias, que agencia a carreira da banda de glam rock, formada na Inglaterra (em 1994).

Lenine e Vercillo podem ser parceiros de Maysa

Lenine (em foto de Nana Moraes) e Jorge Vercillo estão entre os compositores que vão poder virar parceiros póstumos de Maysa (1936 - 1977). É que o diretor de TV Jayme Monjardim, filho da cantora, entregou letras e poemas inéditos de sua mãe a alguns compositores com a intenção de que tais escritos virem músicas. A lista inclui também Ana Carolina. Vercillo já aceitou a missão...

18 de janeiro de 2009

Apoiado nos hits, Elton ainda permanece em pé

Resenha de Show
Título: Rocket Man - Elton John & Band
Artista: Elton John (em foto de divulgação)
Local: Arena Skol Anhembi (SP)
Data: 17 de janeiro de 2009
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz em 19 de janeiro na Praça da Apoteose (RJ)

Quase ao fim do primeiro dos dois shows que o trouxeram de volta ao Brasil, realizado em São Paulo na noite de sábado, 17 de janeiro de 2009, Elton John tocou I'm Still Standing com o reforço dos vocais do veterano guitarrista Davey Johnstone. Foi como se ele aproveitasse o título deste rock lançado em 1983 no álbum Two Low for Zero para dizer: eu ainda estou de pé. Sim, não há dúvida de que, apoiado nos numerosos hits de carreira solo que completa 40 anos em 2009, Elton continua de pé na cena pop mundial e com a voz em forma. Iniciada em 2007, a turnê Rocket Man chega ao Brasil - quatorze anos depois da primeira vinda do cantor ao país com uma outra turnê, Made in England (1995) - com mais de 60 shows contabilizados ao redor do mundo. É show!

Sem lançar mão de grandes estruturas pirotécnicas (há apenas um telão que exibe imagens como, por exemplo, os balões coloridos projetados ao longo de Levon), Elton John fez show calcado nos hits que sustentaram carreira pontuada por egotrips e vícios. E eles, os sucessos, bateram ponto no roteiro. Alguns com arranjos similares aos registros originais - casos de Daniel (do álbum Don't Shoot me, I'm only the Piano Player, de 1973) e da saborosa Goodbye Yellow Brick Road (do álbum homômino, também de 1973). Outros foram adornados com floreios pela banda bastante afinada - caso de Rocket Man (do álbum Honky Chateau, de 1972), que terminou num clima (meio) progressivo.

Prestes a completar 62 anos em 25 de março, Elton não abriu mão do visual excêntrico no show do Anhembi. Com a Bandeira do Brasil exposta sobre o piano tocado pelo cantor, ele se apresentou em São Paulo com óculos lilás e terno turbinado com acessórios verdes e amarelos, em simpática referência ao país que o acolhe e o afaga. Aberto com Funeral for a Friend / Love Lies Bleeding, o roteiro seguiu com The Bitch is Back. Após o registro requentado deste rock da pesada, lançado em 1974 no álbum Caribou, o artista se dirigiu à platéia com um "Boa Noite, São Paulo!" pronunciado num português esforçado. Na seqüência, Elton reviveu Madman Across the Water, música de atmosfera mais instrospectiva que deu título ao álbum homônimo de 1971. O número não surtiu grande efeito. Pois o público de Elton quer apenas se esbaldar ao som de rocks - como Tiny Dancer (1971), este, sim, um momento caloroso do show - e fazer coro em baladas como Sacrifice (do CD Sleeping with the Past, de 1989), Candle in the Wind (do álbum Goodbye Yellow Brick Road, de 1973) e Sorry Seems to Be the Hardest Word (do álbum Blue Moves, de 1976). Detalhe: Candle in the Wind foi apresentada com a letra original, escrita por Bernie Taupin em tributo a Marylin Monroe (1926 - 1962) e não na versão de 1997, adaptada para reverenciar a Princesa Diana (1961 - 1997). Como esperado, foi belo momento.

Justiça seja feita, em alguns momentos, Elton até evitou oferecer mais do mesmo no roteiro. Improvisou bastante em Honky Cat (do álbum Honky Chateau, de 1972) e sacou lados B de sua vasta discografia como Take me to the Pilot (do álbum Elton John, de 1970) e Believe (do álbum Made in England, de 1995), apresentada pelo astro como uma "canção de amor e esperança". Contudo, o final foi previsivelmente roqueiro. Elton enfileirou Benny and the Jets (do álbum Goodbye Yellow Brick Road, de 1973), Sad Songs (Say so Much), Philadelphia Freedom (rock lançado como single em 1975 e revivido em tom meio mofado), Crocodile Rock (rock de 1973 que contou com efusiva participação da platéia) e, por fim, Saturday Night's Alright (for Fighting), perfeita para encerrar um show apresentado em noite de sábado. No bis, dois hits - Your Song (1970) e Skyline Pigeon (1969) - da fase inicial do cantor confirmaram a sua vocação para o pop. Sim, Elton John continua de pé e gravando até álbuns interessantes como Songs from the West Coast (2001) e Peachtree Road (2004). Mas o público do artista está mais interessado em seu passado de glória e, sem se fazer de rogado, Elton se valeu desse passado para garantir a satisfação das quase 30 mil pessoas que foram reouvir (de novo) seus hits no Anhembi.

CD de Ana une Leila, Brown, Moska e Martinho

Dando seqüência à discografia iniciada em 2007 com o CD Meu Carnaval, Ana Costa apresenta após a folia de 2009 seu segundo álbum, Novos Alvos, que agrega nomes como Leila Pinheiro (com Ana na foto tirada em estudio), Carlinhos Brown, Moska e Martinho da Vila. Leila canta e toca piano em Antiga, parceria de Ana com Zélia Duncan. Brown simula sons percussivos com a boca em Samba Cria Lei, um misto de samba de roda e partido alto composto pelo baiano tribalista com inspiração no Rio de Janeiro. Moska faz dueto com Ana em Almas Gêmeas, canção da lavra do compositor paulista Luiz Tatit. Já Martinho canta com a artista o samba Coisas Simples. Outras músicas de Novos Alvos são o congo Qué Amá Mamãe, a dura Crônica de uma Cidade Armada - composição feita por Celso Fonseca com título que cita o filme Crônica de uma Cidade Amada (1965), roteirizado com base em onze textos de Millôr Fernandes - e Estranho, samba composto por Délcio Carvalho em parceria com Mariozinho Lago. Novos Alvos vai ser lançado - em março - pela gravadora Zambo Discos.

VoaDois dá rasante pelo axé feito para micareta

Resenha de CD
Título: Meu Farol
Artista: VoaDois
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * 1/2

VoaDois é uma banda baiana de axé que se projetou no Carnaval de 2008, mas parece uma dupla porque somente quem aparece é o casal de vocalistas Katê e Fredd Moura. O segundo disco do grupo, Meu Farol, tem o mérito de ter sido gravado em estúdio - fato já raro no mercado industrializado da axé music. Contudo, o VoaDois dá o mesmo rasante de outros grupos que gravam o diluído pop baiano fabricado para micaretas. Justiça seja feita, a seqüência inicial do disco - com Embala, Meu Farol e Na Doideira - é razoável dentro do estilo. Ao longo das 14 faixas, contudo, o nível vai caindo. A ponto de o CD ter até versão melosa, Mais uma Chance, da balada One Sweet Day, lançada por Mariah Carey. A produção padronizada dilui até as nuances da melhor música do repertório, A Lua e o Mar, tema de 1990 em que os autores Moraes Moreira e Pepeu Gomes navegam pela águas rítmicas que aproximam a Bahia do Caribe. Enfim, o disco é tão previsível que qualquer música poderia estar num disco de Ivete Sangalo (e não é somente porque a voz de Katê tem timbre similar ao da estrela baiana). Meu Farol foca o axé com luz fraca.

'Barzinho' é o primeiro blu-ray musical do Brasil

Já foi posto à venda nas lojas de discos o primeiro vídeo musical produzido no Brasil no novo formato de blu-ray, Um Barzinho, um Violão - Novela 70, já editado em CD duplo e DVD em 2008. A versão em blu-ray (capa à direita) exibe em imagens de alta definição - alardeadas como tendo resolução seis vezes superior ao padrão do DVD mais convencional - os 26 números captados ao vivo nos dois shows realizados em 12 e 13 de maio de 2008, no Morro da Urca, um dos mais belos cartões-postais do Rio de Janeiro (RJ). Provável substituto do DVD, o disco de blu-ray não roda nos DVDs-players comuns, exigindo a compra de aparelho específico, cujos preços (embora ainda altos) vem baixando nos últimos anos. Já há filmes editados em blu-ray.