2 de outubro de 2010

Voz de Gal dá vida a (feliz) show de entressafra

Resenha de Show
Título: Gal Total
Artista: Gal Costa (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Palácio do Anhembi (SP)
Data: 1° de outubro de 2010
Cotação: * * * *

O recital de voz & violão apresentado (ocasionalmente) por Gal Costa no Brasil e no exterior - ora intitulado Gal Total para aludir à homônima recém-lançada caixa de reedições da obra da cantora na extinta gravadora Philips - é mero show de entressafra, ponte entre o abortado Hoje (2005) e a turnê que chega à cena em 2011 para badalar o disco a ser lançado com produção de Caetano Veloso e Moreno Veloso. Mas a voz cristalina da intérprete dá vida a um show que poderia resultar banal se a cantora em cena não fosse Gal Costa. Com sua voz que - parafraseando os versos de Caetano Veloso em Minha Voz, Minha Vida, música escolhida para abrir o roteiro calcado em sucessos - tem sido sua bússola, mas também sua desorientação, Gal cria atmosfera de sedução que embeveceu o público que foi em 1º de outubro de 2010 ao Palácio do Anhembi, em São Paulo (SP), conferir à apresentação única do show na capital paulista. Ainda em forma, o cristal de Gal dá brilho a músicas conhecidas, mesmo às mais batidas, como a Garota de Ipanema de Tom & Vinicius, trazida "de jatinho" a Sampa como brincou Gal em cena. A propósito, Gal nunca esteve tão falante e bem-humorada no palco. É nítido o seu prazer ao desfiar o roteiro do concerto na companhia do violão de Luiz Meira. Nada tem a intensidade de tempos idos. Mas tudo soa leve, sedutor, às vezes até arrebatador (como a interpretação de Vapor Barato que fez a plateia saudosa de Gal a aplaudir de pé). Talvez porque, em sua voz precisa, Gal traga uma vida que se entrelaça com o melhor que foi produzido na música brasileira ao longo dos tempos, de Dorival Caymmi (Vatapá, ainda saboreado com gosto pela cantora, e o samba-canção Sábado em Copacabana) e Ary Barroso (Camisa Amarela e uma Aquarela do Brasil que culmina numa batucada de voz & violão) a Chico Buarque (Folhetim, Samba do Grande Amor e Quem te Viu Quem te Vê) e Djavan (Azul, com tons mais suingantes), passando naturalmente pela Bossa Nova (Wave, número em que Gal explora os tons graves de sua voz, ora mais aveludada e menos cristalina) e, claro, por Caetano Veloso (Você Não Entende Nada, Força Estranha e Meu Bem, Meu Mal), o compositor que a tem  guiado ao longo da carreira, como a bússola que a livra de muitas desorientações. Até o frevo-quadrilha Festa do Interior (Moraes Moreira e Abel Silva), resquício da vivaz fase tropical de Gal, reaparece no roteiro (com Meira tentando evocar no violão a batida veloz do tema de 1981), sem tirar a cantora do cômodo tom de diva da canção brasileira. Somente a melosa Chuva de Prata (Ed Wilson e Ronaldo Bastos) lembra tempos de desorientação em que Gal banalizou seu canto e, sem bússola, se deixou levar pelos ventos fugazes do mercado fonográfico. Só que a vida que ela traz na voz, aos 65 anos, paira acima de tudo. E o prazer que Gal sente e proporciona em cena ao se valer de sua voz faz show transitório ser totalmente demais...

Gal canta Caymmi, Gil, Djavan e Ed em 'Total'

Show de caráter retrospectivo, calcado em sucessos, Gal Total enfileira no roteiro músicas de compositores recorrentes na discografia de Gal Costa. Na companhia do violão de Luiz Meira, a cantora revive temas de Dorival Caymmi (1914 - 2008), Tom Jobim (1927 - 1994), Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Ary Barroso (1903 - 1964) e Chico Buarque. Uma das poucas músicas não associadas de imediato à voz cristalina da intérprete é Trem das Onze, mas o clássico de Adoniran Barbosa (1910 - 1982) já é recorrente no roteiro deste show de voz & violão que Gal - vista no post em foto de Mauro Ferreira - vem apresentando pelo Brasil nos últimos quatro anos. A única surpresa do repertório da bela apresentação de Gal Total no Palácio do Anhembi (SP), em 1º de outubro de 2010, foi Chuva de Prata, a balada açucarada de Ed Wilson e Ronaldo Bastos que Gal gravou em 1984 no bom álbum Profana e que marcou o início da (breve) fase de popularização de seu repertório. Eis o sedutor roteiro seguido por Gal Costa na apresentação (única) do show Gal Total no Palácio do Anhembi:
1. Minha Voz, Minha Vida (Caetano Veloso)
2. Eu Vim da Bahia (Gilberto Gil)
3. Azul (Djavan)
4. Meu Bem, meu Mal (Caetano Veloso)
5. Camisa Amarela (Ary Barroso)
6. Folhetim (Chico Buarque)
7. Vatapá (Dorival Caymmi)
8. Samba do Grande Amor (Chico Buarque)
9. Wave (Tom Jobim)
10. Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
11. Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi e Jorge Guinle)
/ Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro)
12. Você Não Entenda Nada (Caetano Veloso)
13. Vapor Barato (Jards Macalé e Waly Salomão)
14. Sorte (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos)
15. Trem das Onze (Adoniran Barbosa)
16. Quem te Viu, Quem te Vê (Chico Buarque)
17. Festa do Interior (Moraes Moreira e Abel Silva)
18. Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
Bis:
19. Chuva de Prata (Ed Wilson e Ronaldo Bastos)
20. Força Estranha (Caetano Veloso)

Gal lembra suas 'loucuras' no palco do Anhembi

Apresentar o show Gal Total no Palácio do Anhembi, em São Paulo (SP), reavivou em Gal Costa lembranças de sua performance histórica no evento Phono 73, que reuniu todo o elenco da extinta gravadora Philips, em maio de 1973, no palco em que Gal voltou a pisar na noite de ontem, 1º de outubro de 2010. Ao público que foi ver a apresentação única do atual do show de voz & violão feito pela cantora, Gal - vista no post em foto de Mauro Ferreira - contou que foi ali, naquele palco do Anhembi, que fez a então recém-lançada Oração de Mãe Menininha (Dorival Caymmi) em dueto com Maria Bethânia e que cantou Sebastiana (Rosil Cavalcanti) - um dos clássicos do repertório de Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) - correndo "que nem uma louca". "Naquela época, a gente fazia coisas assim... enlouquecidas", lembrou, com uma ponta de nostalgia de sua fase riponga, vivida a todo vapor...

Violão de Meira dialoga com Gal no show 'Total'

Ocupando no palco um posto que já foi de Raphael Rabello (1962 - 1995) e de Marco Pereira, o catarinense Luiz Meira é o (ótimo) violonista que acompanha Gal Costa no show de voz & violão que a cantora vem apresentando nos últimos anos pelo Brasil e que chegou a São Paulo (SP) na noite de 1º de outubro de 2010, ora intitulado Gal Total para remeter à homônima caixa recém-lançada pela Universal Music com reedições da (bela) discografia da cantora na extinta gravadora Philips. A única apresentação paulista do show aconteceu no Palácio do Anhembi. O violão de Meira - visto com Gal em foto de Mauro Ferreira - interage com a voz cristalina da intérprete em números como o Samba do Grande Amor (Chico Buarque) e Aquarela do Brasil (Ary Barroso). Luxo!!!

1 de outubro de 2010

Disco de Gal produzido pelos Veloso sai em 2011

Embora já esteja em fase de pré-produção, o novo disco de Gal Costa - produzido por Caetano Veloso e por Moreno Veloso - vai ser lançado somente em 2011 pela gravadora Universal Music. O repertório  (mantido em sigilo) vai ser essencialmente inédito.

Inédita autoral puxa álbum natalino de Lennox

Annie Lennox vai debutar na Universal Music com o lançamento - agendado para 15 de novembro de 2010 - de seu primeiro álbum natalino. Sexto disco solo da vocalista da dupla Eurythmics, A Christmas Cornucopia reúne onze temas tradicionais de Natal em suas 12 faixas. A exceção é a música inédita de autoria de Lennox, Universal Child, que vai puxar o álbum, sendo editada no formato de single cuja venda vai gerar recursos para a Fundação Annie Lennox, que financia projetos assistenciais. Eis as faixas de A Christmas Cornucopia - álbum que vai ser editado no Brasil:

1. Angels from the Realms of Glory
2. God Rest Ye Merry Gentlemen
3. See Amid The Winter’s Snow
4. Il Est Ne Le Divin Enfant
5. The First Noel
6. Lullay Lullay (Coventry Carol)
7. The Holly and the Ivy
8. In The Bleak Mid Winter
9. As Joseph Was a Walking
10. Oh Little Town of Bethlehem
11. Silent Night
12. Universal Child

Bio de Simonal e livro de Chico ganham Jabuti

A primorosa biografia de Wilson Simonal (1938 - 2000) escrita pelo jornalista Ricardo Alexandre foi laureada com o Prêmio Jabuti nesta sexta-feira, 1º de outubro de 2010. Nem Vem que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal (Editora Globo, 2009) ficou em primeiro lugar na categoria Biografia. Já o último livro de Chico Buarque, Leite Derramado (Cia. das Letras, 2009), conquistou o segundo lugar na categoria Romance.

Dupla de músicos de Pitty lança primeiro disco

Bem antes de formar o duo de folk Agridoce com Pitty, Martin Mendezz - guitarrista da atual banda da artista - já tinha se juntado ao baterista Eduardo Machado, também da banda de Pitty, para formar uma dupla voltada para o rock. Na cena há mais de dois anos, a dupla Martin e Eduardo lança o primeiro CD, Dezenove Vezes Amor. Gravado pelo selo Cornucópia, o disco chega às lojas neste mês de outubro de 2010, com distribuição da Tratore. Formatado com guitarra, violão e efeitos eletrônicos, o repertório apresenta nove temas autorais da dupla. Entre eles, Lírio, Strange Days, Passa em Volta, Me Perdi, Seu Bem e Dezenove Vezes Amor.

30 de setembro de 2010

Carlinhos Brown lança dois álbuns em outubro

Carlinhos Brown vai lançar dois álbuns de músicas inéditas em outubro de 2010. Adobró e Diminuto são os títulos dos discos viabilizados pelo projeto Natura Musical. O artista - visto no post em foto de João Meirelles - já disponibilizou uma faixa de cada CD para audição em sua página no portal MySpace. A já conhecida Tantinho integra o repertório de Adobró. Já Você Merece Samba faz parte de Diminuto. Ambas já estão no Facebook de Brown.

'Box' apresenta registros inéditos da obra de Alf

A obra de Johnny Alf (1929 - 2010) vai ser reavivada em box com três CDs a ser editado pela gravadora Lua Music em novembro de 2010. Gravado entre Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), o CD 1, Johnny Alf por seus Amigos, apresenta gravações inéditas de sucessos do compositor nas vozes de cantores como Leny Andrade (O Que É Amar), Joyce (Fim de Semana em Eldorado), Zé Renato, Emilio Santiago e Leila Pinheiro. Já o CD 2, Johnny Alf por Alaíde Costa, reúne 10 temas menos conhecidos do artista na voz da cantora. Alaíde joga luz sobre Plenilúnio, O Tempo e o Vento, Tema da Cidade Longe e a inédita Em Tom de Canção. Por fim, o CD 3, Johnny Alf ao Vivo e à Vontade com seus Amigos, é  compilação de registros ao vivo de números de shows do compositor que inclui encontros de Alf com colegas como Cida Moreira e Ed Motta. Thiago Marques Luiz é o produtor dos discos.

Cover de hit da Legião é a isca do vinil de Gadú

Dias antes de lançar o CD e DVD gravados por Maria Gadú na série Multishow ao Vivo, a gravadora Som Livre reedita o primeiro álbum da artista, Maria Gadú (2009), no formato de vinil. A isca para fãs e colecionadores é uma gravação inédita de Quase sem Querer, música da Legião Urbana. Inexistente no CD original, o registro do tema da Legião ocupa o lugar de Baba, o cover do hit de Kelly Key. O vinil chega às lojas na primeira semana de outubro de 2010 com 13 faixas, seis no lado A e sete no B. A disposição das músicas no LP é parecida com a do CD, mas não exatamente igual.

Disco 'Lenine.Doc' compila 12 temas de trilhas

Chega às lojas em outubro de 2010 o CD Lenine.Doc - Trilhas, compilação de 12 temas compostos e gravados por Lenine para trilhas sonoras de cinema, dança e televisão. A seleção agrega Como É Bom a Gente Amar (música feita para A Pessoa É para o que Nasce, filme de Roberto Berliner), De Sabugo a Visconde (tema de um especial de TV do Sítio do Pica-Pau Amarelo, produzido pela Rede Globo em 2001), Aquilo que Dá no Coração (tema de abertura da novela Passione, ainda em exibição pela mesma TV Globo) e Violenta (da trilha de Breu, espetáculo de dança do grupo Corpo), entre outros fonogramas então dispersos na obra do compositor (visto no post em foto de Nana Moraes).

29 de setembro de 2010

Sabbath encaixota os álbuns dos anos com Ozzy

Pedra fundamental na construção do universo metaleiro, o grupo inglês Black Sabbath - ora reunido neste ano de 2010 com sua formação original - vai lançar em 15 de novembro, pela Sanctuary Records, luxuosa caixa com os oito álbuns gravados com seu primeiro vocalista, Ozzy Osbourne. Idealizada no formato de cruz, a caixa The Ozzy Years - Complete Albums Box Set embala os álbuns Black Sabbath (1970), Paranoid (1970), Master of Reality (1971), Black Sabbath Vol. 4 (1972), Sabbath Bloody Sabbath (de 1973), Sabotage (de 1975), Technical Ecstasy (1976) e Never Say Die (1978). Além desses oito títulos, a caixa inclui a coletânea oficial We Sold our Soul for Rock'n'Roll, lançada em dezembro de 1975.  Todos os CDs foram encaixotados com capas em miniatura que reproduzem a arte dos LPs originais. Um libreto de 100 páginas disseca a discografia do Sabbath nos míticos anos com Ozzy. A caixa não vai sair no Brasil.

Trilha psicodélica de Gil, de 1970, volta à cena

Em seu forçado exílio em Londres, de 1969 a 1972, Gilberto Gil logo recebeu do cineasta Rogério Sganzerla (1946 - 2004) a incubência de compor a trilha sonora do filme Copacabana Mon Amour. Concluída por Gil no estúdio inglês IBC em 23 de abril de 1970, a trilha foi encaminhada ao Brasil e, na sequência, se perdeu. Até ser resgatada pelo pesquisador musical Marcelo Fróes e editada em CD embalado na caixa Ensaio Geral (1998).  Quarenta anos depois de sua conclusão e doze depois da primeira edição em disco, Copacabana Mon Amour ganha reedição em CD avulso. Lançado pelo selo Discobertas, de Fróes, o CD chega às lojas com outra capa e edição superior à de 1998. Além de reproduzir as letras das músicas, o encarte exibe fotos de Gil no exílio e imagens de cenas do filme de Sganzerla. A nova remasterização realça o tom psicodélico de temas como Mr. Sganzerla, Blind Faith, Yeh Yeh Yah Yah e Tomorrow Vai Ser Bacana - resquícios da viagem musical (e existencial) dos anos 60.

Heart volta a bater forte no CD 'Red Velvet Car'

Resenha de CD
Título: Red Velvet Car
Artista: Heart
Gravadora: Eagle
Records / ST2
Cotação: * * * 1/2

Seis anos depois de lançar Jupiter's Darling (2004), álbum mediano que passou despercebido, o Heart volta à cena com revigorante disco de inéditas que vai fazer bater o forte o coração de fãs de hits como Barracuda, emplacado pelas irmãs Ann e Nancy Wilson. Red Velvet Car tem vigor - ainda que a balada bluesy que lhe dê título mostre que a voz de Ann perdeu parte do viço dos tempos áureos. Em Red Velvet Car, o Heart não nega seu dna, mas tampouco repete a fórmula dos anos 70, como sinaliza a batida meio grunge de WTF. Em essência, Red Velvet Car não é um disco de hard rock. Se Hey You evoca o universo folk com um toque de country, There You Go transita entre o blues e o soul. No todo, o álbum pende para o acústico por conta de faixas como Safronia's Mark, de clima folk. Ritmos e estilos à parte, Red Velvet Car deixa claro que o sangue ainda corre forte nas veias das irmãs Wilson, fazendo bombar o Heart.

Uma reedição apenas para fã da 'banda do Fiuk'

Como o ator e cantor Fiuk tem alcançado picos de popularidade entre o público adolescente, a gravadora Warner Music decidiu relançar o insosso primeiro álbum do Hori, {+} Hori, editado originalmente em 2009. Intitulada Versão + Fã, a reedição já está nas lojas com outra capa e seis faixas-bônus. O repertório adicional inclui músicas novas (como Quem Eu Sou), versões (caso de Diga que me Quer, versão de Fiuk e Rogério Vaz para Dime Ven, tema do grupo mexicano Motel), o tema do casal protagonista da temporada anterior de Malhação estrelada pelo astro teen (Linda, Tão Linda), o já badalado cover de Só Você (música de Vinicius Cantuária, regravada com sucesso em 1997 por Fábio Jr. - pai de Fiuk), um registro acústico da balada 23 de Novembro e, por fim, O Amor Acabou para Nós (versão de outro hit da banda Motel, Lejos Estamos Mejor). Detalhe: na explícita chamada exposta na capa do disco, o Hori virou "a banda do Fiuk"!

28 de setembro de 2010

Gachot expõe na tela a grandeza da voz de Nana

Resenha de documentário musical
Título: Rio Sonata - Nana Caymmi
Diretor: Georges Gachot
Cotação: * * * * 1/2
Em exibição no Festival do Rio
Sessões em 30 de setembro de 2010 (Estação Botafogo, 24h)
e em 2 de outubro de 2010 (Estação Ipanema, 13h e 17h20m)

"Gente, eu me adoro cantando...", dispara Nana Caymmi, com sua habitual espontaneidade e franqueza, em meio a um jogo de cartas com amigos. A cena é um dos mais bem-humorados takes de Rio Sonata, o documentário sobre a cantora dirigido por Georges Gachot, um francês naturalizado suíço que vem se especializando em retratar intérpretes brasileiros. Cinco anos após enfocar Maria Bethânia em Música É Perfume (2005), Gachot expõe na tela toda a grandeza do canto de Nana num filme bem superior ao seu antecessor. Pontuado por polaróides cariocas de um Rio mais nublado e chuvoso do que ensolarado, o documentário de tons impressionistas perfila a cantora com poesia, sem tirar o foco da personagem principal. Ora em cartaz no Festival do Rio, Rio Sonata entrelaça imagens cariocas com entrevista com Nana, imagens de arquivo, takes de estúdio - feitos durante a gravação do álbum Sem Poupar Coração (2009) - e depoimentos de Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Mart'nália e Milton Nascimento, entre outros ilustres admiradores da cantora. Se a costura é feita em ponto quase convencional, a grandeza do canto de Nana faz toda a diferença e emociona quando explode na tela, da abertura (com Até Pensei, de Chico Buarque) até os créditos finais (com Sorri, a versão de Braguinha para Smile, de Charles Chaplin). Entre um momento e outro, Gachot consegue transpor para a tela, ao longo de 84 minutos, uma personagem tão ímpar quanto sua voz. "Nana mistura o amor com a Arte", dá a pista Erasmo, comparando a colega brasileira com a norte-americana Billie Holiday (1915 - 1959) pela intensa vivência posta por ambas em suas viscerais interpretações. O Tremendão tocou no ponto certo, como os olhos marejados de Nana ao interpretar Medo de Amar (Vinicius de Moraes) - numa bela tomada feita em estúdio, em close - já tinham sinalizado no começo do filme. O que não estava tão claro, mas fica no filme, é a intensa ligação de Nana com o irmão Dori Caymmi, aprofundada em termos profissionais quando a cantora  iniciou sua carreira profissional em 1966. "Dori é uma pessoa-chave na minha vida", reitera Nana, que se sagrou vitoriosa ao defender Saveiros no I Festival Internacional da Canção, em 1966, porque Dori bateu pé firme na escolha de sua irmã para interpretar sua parceria com Nelson Motta. "O Nelson queria a Elis Regina", entrega Dori no filme arquitetado por Gachot desde 2004. Vem da época dos festivais, a propósito, a imagem mais rara e antiga do documentário, que mostra generoso trecho da interpretação de Bom Dia, música entoada por Nana ao lado do violão do então marido Gilberto Gil  no III Festival da Música Popular Brasileira, em 1967. "Muita gente acha que eu compus a música e deixei a Nana assiná-la comigo, mas Bom Dia é uma música mais da Nana do que minha", enfatiza, generoso, Gil, na época no olho do furacão tropicalista que não arrastou Nana. "Não sou cantora de movimentos. Não achei graça no Tropicalismo. E não o entendi até hoje", dispara Nana, em outro take espirituoso que provoca o riso do espectador. Contudo, Rio Sonata mais emociona do que faz rir. A evocação do universo da música clássica sugerida pelo título do filme faz todo o sentido quando a personagem retratada na tela é uma artista apaixonada por esse universo - fã doente do pianista Nelson Freire ("Quando ele toca, dói") - que começou a cantar espontaneamente aos dois anos, estudou música já aos quatro, casou com 18 e se jogou de corpo e alma na profissão de cantora aos 25. "Eu não vivo sem música", sentencia Nana já no começo do documentário. Entre frases que ajudam a entender a personalidade da cantora ("Não funciono com barulho"), de humor oscilante, Rio Sonata a mostra cantando temas como Na Rua, na Chuva, na Fazenda (num show ao ar livre, feito em Sorocaba em 2007), Sem Você (no palco dividido com Tom Jobim), Cais (com Milton Nascimento) e Atrás da Porta. Tudo que é afirmado na tela é corroborado pela grandeza dessas interpretações. E um dos números musicais, Requebre que Eu Dou um Doce, cantado informalmente com Miúcha e Maria Bethânia no camarim do show Brasileirinho, é a deixa para o arremate que enfatiza a música e a importância do pai e mestre Dorival Caymmi (1914 - 2008) na vida e obra da filha que estreou em disco com a gravação de Acalanto. Tudo faz sentido ao final - até a sequência em que se ouve Não se Esqueça de mim com o foco na tristeza da população pobre e anônima que não aparece nos cartões-postais do Rio. Por mais que o diretor perca a mão por breves momentos (como quando insere imagens dispensáveis de recente show de Mart'nália durante o depoimento da filha de Martinho da Vila), o resultado é várias vezes tocante porque a alma e a Arte da cantora enfocada preenchem a tela - e parecem até saltar dela - em vários momentos desta sonata que faz jus à voz da carioca Nana Caymmi.

'Gal Canta Caymmi' retorna sem a capa original

Por questão jurídica, o álbum Gal Canta Caymmi - pioneiro songbook da obra de Dorival Caymmi (1914 - 2008) lançado por Gal Costa em 1976 - foi embalado na caixa Gal Total sem a capa original assinada por Lobianco com uma foto de Thereza Eugênia. Coube à empresa GPS Direção Gráfica criar um novo (belo) projeto gráfico para que o disco pudesse ser incluído na caixa que reedita 15 álbuns lançados por Gal Costa na extinta gravadora Philips entre 1967 e 1983. O detalhe curioso é que, nas duas reedições anteriores da obra da cantora na Philips, em 1993 e em 2000, Gal Canta Caymmi foi relançado em CD com a foto da capa original - o que vai tornar tais reedições valiosos objetos de colecionador.

Fãs escolhem repertório de coletânea da Legião

Doze anos depois da edição da única coletânea oficial da Legião Urbana, Mais do Mesmo (1998), a gravadora EMI Music se prepara para lançar em novembro de 2010 a segunda compilação da banda extinta em 1996 com a morte de Renato Russo (1960 - 1996). O repertório vai ser escolhido com base em votação no site oficial da Legião. Os fãs cadastrados podem escolher as 12 faixas da coletânea a partir da lista de 40 músicas relacionadas no portal. A votação vai terminar na quinta-feira, 30 de setembro.

Chitãozinho & Xororó gravam DVD com amigos

Chitãozinho & Xororó gravam nesta terça-feira, 28 de setembro de 2010, o segundo DVD comemorativo de seus 40 anos de carreira. A gravação vai ser feita em show na Via Funchal, a casa de São Paulo (SP) onde, em 22 de julho, a dupla sertaneja gravou o primeiro DVD da festa, Chitãozinho & Xororó 40 Anos - Nova Geração. Desta vez, os irmãos paranaenses recebem convidados mais ou menos contemporâneos para gravar Chitãozinho & Xororó 40 Anos - Entre Amigos. A dupla vai dividir o palco com nomes como Daniel, Zezé Di Camargo & Luciano, Leonardo, Bruno & Marrone, César Menotti & Fabiano, Milionário & José Rico, Sérgio Reis, Roberta Miranda, Rick & Renner e Rionegro & Solimões. Detalhe: a dupla já arquiteta um terceiro DVD em 2011.

27 de setembro de 2010

Rossi irmana Gaynor e Marisa em seu 'Cabaret'

Somente Reginaldo Rossi para alocar um hino feminista de Gloria Gaynor (I Will Survive), um sucesso pop de Marisa Monte (Amor, I Love You) e um hit do Creedence Clearwater Revival (Have You Ever Seen the Rain?) no mesmo roteiro sem sair do tom. No caso, de um assumido tom brega. Essas três músicas integram o repertório do DVD Cabaret do Rossi, ora lançado  pela EMI Music neste mês de setembro de 2010. Gravado em maio em São Paulo, em show ambientado em clima de inferninho kitsch, o Cabaret do Rossi alinha as inéditas Senha e Aceito Tudo de Você (Dor de Corno) entre sucessos do cantor como Dama de Vermelho, Leviana, Ombro Amigo e Meu Fracasso. Aberto pelo tema Bregatom, o projeto está sendo editado também no formato de CD - mas, no caso, sem os hits de Gaynor e do Creedence entre suas 17 faixas.

Chemical lança 'single' e revela faixas de álbum

Após a propagação de uma de série informações oficiosas sobre o quarto álbum de estúdio da banda norte-americana My Chemical Romance, as 15 faixas de  Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys foram relacionadas pelo grupo em seu site oficial. Nas lojas a partir de 22 de novembro de 2010, o disco vai ser precedido pelo single Na Na Na (Na Na Na Na Na Na Na Na Na), à venda na loja virtual iTunes a partir de amanhã, 28 de setembro. Eis - na ordem - o repertório do quarto álbum do grupo:
1. Look Alive, Sunshine
2. Na Na Na (Na Na Na Na Na Na Na Na Na)
3. Bulletproof Heart
4. SING
5. Planetary (GO!)
6. The Only Hope for me Is You
7. Jet-Star and the Kobra Kid / Traffic Report
8. Party Poison
9. Save Yourself, I'll Hold Them Back
10. S/C/A/R/E/C/R/O/W (The Scarecrow Blues)
11. Summertime
12. DESTROYA
13. The Kids from Yesterday
14. Goodnite, Dr. Death
15. Vampire Money

Plant desencava raízes e temas em 'Band of Joy'

Resenha de CD
Título: Band of Joy
Artista: Robert Plant
Gravadora: Decca Records / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Ainda em boa forma vocal, Robert Plant se confronta com suas memórias pré-Led Zeppelin em Band of Joy, álbum em que desencava  raízes musicais guiado pelo produtor Buddy Miller, lendário guitarrista de Nashville (EUA), com quem o artista assina a produção deste bom sucessor de Raising Sand (2007), o magnífico disco de country gravado por Plant com a cantora Alison Krauss. Não é por acaso que Band of Joy foi batizado com o nome da banda mantida pelo guitarrista nos anos 60 antes de integrar o Led Zeppelin.  No disco, Plant oscila entre o blues e o country - como em Central Two-O-Nine, tema original assinado por ele em parceria com Buddy Miller. Sem sair do tom. Há densidade em Silver Rider - balada do repertório do Low, um trio de Minnesota (EUA), de quem Plant também pesca Monkey - e há energia juvenil no blues You Can't Buy my Love, lançado pela cantora Barbra Lynn nos anos 60. Aliás, You Can't Buy my Love é uma das faixas que mais bem captam o espírito dos anos 60 que paira sobre Band of Joy. Entre covers como Angel Dance (do repertório do grupo mexicano-americano Los Lobos) e Falling in Love Again (tema do quinteto The Kelly Brothers no qual se nota a influência do doo wop), Plant acerta as contas com seu passado sem roçar a grandeza do álbum Raising Sand, mas com brilho suficiente para continuar sendo (bastante) relevante no presente!!

DVD exibe Jane's Addiction com molde original

Banda norte-americana de rock que pavimentou a trilha alternativa do funk metal, abrindo caminho para grupos como Rage Against the Machine e Nine Inch Nails, Jane's Addiction se reuniu em 2009 com sua formação original para fazer um show em New Orleans (EUA) na noite de Halloween. Essa apresentação da banda foi gravada para registro no DVD Live Voodoo, ora lançado no Brasil pela gravadora ST2. Perry Farrell (voz), Stephen Perkins (bateria), Eric Avery (baixo) e Dave Navarro (guitarra) enfileiram com energia 13 músicas - a maioria extraída dos repertórios dos dois primeiros álbuns de estúdio de Jane's, Nothing's Shocking (1988) e Ritual de lo Habitual (1990). Do primeiro, o roteiro inclui Up the Beach, Jane Says e Ocean Size, entre outros temas. Do segundo, o DVD rebobina, Then She Did..., Been Caught Stealing, Ain't no RightStop! e Three Days. Nos extras, o DVD exibe duas músicas, 1% e Ocean Size, ambas captadas em Los Angeles (EUA) em 2008.

26 de setembro de 2010

Mesmo triste, o quintal de Zeca dá frutos nobres

Resenha de CD
Título: Vida da
Minha Vida
Artista: Zeca Pagodinho
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * *

O quintal de Zeca Pagodinho está bem mais triste. Contudo, essa melancolia romântica de alguns sambas do 21º álbum do artista não chega alterar a fórmula implementada por Rildo Hora a partir do disco Samba pras Moças (1995). Vida da Minha Vida é mais um grande CD de Zeca. É fato que a dolência de sambas como Hoje Sei que te Amo (Nelson Rufino) e Desacerto (Toninho Geraes, Fabinho do Terreiro e Randley Carioca) - ambos embalado com cordas pelo recorrente e hábil produtor Rildo Hora - contrasta com o jeito moleque que identifica o pagodeiro no universo musical. Em contrapartida, o samba de gafieira Quem Passa Vai Parar (Efson, Marquinhos PQD e Carlito Cavalcanti) - gravado em dueto com Alcione - evoca a imagem de boêmio feliz associada a Zeca. Na alegria ou na tristeza, o padrão do repertório de Zeca Pagodinho continua alto. Vida da Minha Vida (Sereno e Moacyr Luz) - samba já gravado por Zeca no último CD do co-autor Moacyr Luz, Batucando (2009) - já faz saltar aos ouvidos, logo na abertura, a excelência do repertório. Seja apresentando ótimas inéditas como Dolores e suas Desilusões (Monarco e Mauro Diniz) ou regravando sambas como Encanto da Paisagem em dueto com o autor Nelson Sargento, Pagodinho quase nunca sai do tom - com a vantagem de que sua voz jamais soou tão bem colocada em disco como neste Vida da Minha Vida. No mesmo disco em que pede à benção aos antepassados dos terreiros da Serrinha com sublime regravação de Candeeiro de Vovó (Ivone Lara e Délcio Carvalho), feita com adesão da Velha Guarda do Império Serrano, Zeca celebra a chegada do neto Noah em Orgulho do Vovô (composto por ele em parceria com o compadre Arlindo Cruz) e reza pela cartilha radiofônica mais popular ao reviver Poxa, o samba que pôs Gilson de Souza nas paradas em 1975. De quebra, Pagodinho dá voz a um samba de Fagner (Um Real de Amor, feito com Brandão) e evoca de novo o clima de gafieira - guiado pelos sopros arranjados por Eduardo Neves - no menos inspirado O Puxa-Saco (Alamir, Roberto Lopes e Levy Vianna), moldado na mesma linha bem-humorada de O Garanhão (Zé Roberto), samba já em rotação na trilha sonora da novela Passione. Entre bela celebração do partideiros (O Som do Samba, da lavra de Marcos Diniz, Barbeirinho do Jacarezinho e Luiz Grande, o Trio Calafrio) e a expiação de dores de amores (Pela Casa Inteira, de Almir Guineto com Adalto Magalha e Fred Camacho), Zeca ainda pisa leve em terreno ruralista em Chama de Saudade, grande lírico samba de Serginho Meriti e Beto sem Braço (1940 - 1993), lançado por Marquinhos Satã em 1986. Com um pé no passado e outro no presente, o quintal ora mais melancólico de Zeca Pagodinho continua dando saborosos frutos neste belo disco.

30 Seconds to Mars lança faixa feita com West

O trio norte-americano de rock alternativo 30 Seconds to Mars - visto no post em foto de Kevin Estrada - vai lançar a gravação que fez com o rapper Kanye West em 2009. Intitulada Hurricane, a gravação vai entrar como faixa-bônus na reedição do terceiro álbum de estúdio do grupo, This Is War (2009). Programada para chegar às lojas a partir de 2 de novembro de 2010, a Deluxe Edition de This Is War inclui também DVD e registros ao vivo, incluindo inusitado cover de A Bad Romance, o hit de Lady Gaga.

Paula traz Donato para sua onda no CD 'Água'

Resenha de CD
Título: Água
Artista: Paula Morelenbaum
& João Donato
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * * 1/2

Seria bem cômodo recorrer ao clichê e escrever que, com Água, Paula Morelenbaum dá um banho de modernidade em 12 temas do cancioneiro de João Donato. Seria também injusto, já que se trata de uma obra já naturalmente moderna. A música de Donato já parece nascer irrigada com frescor atemporal. O que acontece em Água é que Morelenbaum - que vem de uma série de discos arejados como Telecoteco - Um Sambinha Cheio de  Bossa... (2008) e BossaRenova (2009) - traz o repertório de Donato para sua onda mais contemporânea, em azeitado mix de sonoridades acústicas e eletrônicas. Para tal, a cantora convocou nomes como Kassin, Donatinho e Beto Villares para antenado time de arranjadores que inclui também Leo Gandelman, Jaques Morelanbaum, Marcos Kuzca Cunha e o tecladista Alex Moreira, integrante do trio BossaCucaNova e co-piloto da feliz produção assinada por Paula. Tudo flui bem e forma natural. Talvez pelo fato de o próprio João Donato ter estado no comando do projeto, dividindo a direção musical de Água com Paula. Donato toca piano em todas as faixas do disco e arrisca alguns vocais em temas como Ahiê - tema composto em tributo ao trombonista Maciel Maluco e arranjado por Beto Villares - e Entre Amigos, a música mais rara do repertório. Trata-se de parceria de Donato com o percussionista cubano Mongo Santamaria (1917 - 2003), lançada em 1961 em disco do conjunto de Mongo e até então esquecida. Cantada num delicioso portunhol, a faixa é a que mais evidencia a latinidade da obra do compositor acreano ao lado de Tudo Tem, uma pouco conhecida parceria de Donato com Gilberto Gil. Já Everyday, parceria bissexta de Donato com Norman Gimbel, feita nos anos 60, é abordada em inglês, seu idioma original, enquanto A Paz mescla versos em português, espanhol e até em japonês numa versão lounge de clima sedutor. E o fato é que, em qualquer idioma, Paula Morelenbaum canta muito à vontade, mostrando suingue e leveza ao entoar E Muito Mais, faixa arranjada pelo trio BossaCucaNova. Água flui bem ao longo de suas 12 faixas. Se Flor de Maracujá desabrocha bela no arranjo de Jaques Morelenbaum, Café com Pão soa especialmente fresco no arranjo saboroso de Donatinho, executado pelo grupo Paraphernalia. Já A Rã pula com graça no toque do arranjo do baixista Marcos Kusca Cunha. Em onda contemporânea ou mais retrô, João Donato é o que há...

Pepeu arquiteta CD nos EUA e registro de show

Enquanto alimenta  a ideia de fazer o registro ao vivo do show em que revive o repertório do grupo Novos Baianos, Pepeu Gomes arquiteta disco a ser finalizado em Los Angeles (EUA) com a possível participação do rapper norte-americano Snoop Dogg. No que diz respeito ao show centrado no cancioneiro do já lendário grupo, Pepeu planeja ter a companhia de Moraes Moreira (visto com o colega na foto de Luiz Lima) e de outros ex-Novos Baianos.