8 de agosto de 2009

Amarante participa do sexto álbum de Banhart

Em atividade com o grupo Little Joy, que está de volta ao Brasil para mais shows neste mês de agosto de 2009, Rodrigo Amarante (à direita em foto de Caroline Bittencourt) participa do próximo álbum do cantor e compositor norte-americano Devendra Banhart - um fã assumido de música brasileira, em especial de Caetano Veloso e do grupo paulista Os Mutantes. Produzido por Paul Butler, o álbum - já o sexto de Banhart - se chama What Will We Be. Vale lembrar que a conexão de Amarante com Banhart não é inédita. O hermano participou do álbum anterior do colega norte-americano - Smokey Rolls Down Thunder Canyon (2007) - na faixa Rosa. What Will We Be será lançado este ano.

No Brasil, mais três (re)edições do Simply Red

Dando continuidade, enfim, ao lançamento nacional das boas specials editions da irregular discografia do grupo Simply Red, a Warner Music põe nas lojas do Brasil mais três títulos da coleção, todos turbinados com faixas-bônus. Depois de Picture Book (1985) e de A New Flame (1989), ambos (re)editados em dezembro de 2008 no mercado nacional, chegaram a vez dos menos inspirados Men and Women (1987, capa acima à esquerda), Life (1995) e Blue (1998). As reedições trazem remixes de músicas dos CDs. Os discos não foram especialmente bem-sucedidos nas paradas, mas ajudam a traçar o (des)caminho fonográfico seguido pela banda de Mick Hucknall. Resta esperar a special edition de Stars (1991)!!

Com segurança, Cláudia Cunha entra na roda...

Resenha de CD
Título: Responde à Roda
Artista: Cláudia Cunha
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

É no toque da capoeira que Cláudia Cunha entra na roda do mercado fonográfico. Tema de Rodolfo Stroeter que presta tributo ao som do berimbau, Din Don abre o primeiro disco dessa artista paraense radicada na Bahia. Na sequência, a cantora se revela promissora compositora ao assinar com Rafael Dumont o Baião Dividido, que desemboca num galope quando o acordeom de Toninho Ferragutti acelera o ritmo. Responde à Roda, o CD, deixa ótima impressão de Cláudia Cunha, cantora afinada que mostra segurança ao desencavar as raízes africanas da música brasileira em faixas fortes como Aioká (Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo) e Ganga-Zumbi (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro). Extraído de Áfrico, CD de Sérgio Santos, este tema conta com o violão, a voz e o arranjo de Santos, apropriado produtor do disco de estreia de Cláudia. A aliança com Santos dá a pista do caminho tradicional percorrido pela intérprete neste álbum que fala muito das águas em faixas como a canção Mar do Norte, sublinhada pelo violoncelo de Fernanda Monteiro. Entre sambas de Zé Renato com Joyce (Pra Você Gostar de mim, cantado em dueto com Renato) e de Roberto Mendes com Hermínio Bello de Carvalho (Seu Moço, cantado em dueto com Mendes), Cláudia Cunha apresenta inédita de Sérgio Santos com Paulo César Pinheiro (Putirum) e joga luz sobre composição pouco ouvida de Tom Zé, Quando Eu Era sem Ninguém, tema cheio de brasilidade e suingue (realçado pelo sax de Nailor Proveta), lançado pelo autor no álbum Todos os Olhos (1973). Ao fim, a intérprete sai da roda em um clima camerístico, entoando - emoldurada pelo piano de André Mehmari - canção de Egberto Gismonti letrada com poesia por Geraldo Carneiro, Auto-Retrato. Enfim, uma boa estreia que sinaliza que Cláudia Cunha vai ter um lugar ao sol no país das cantoras, com sua MPB tradicional.

Daniela vai de Michael a Elis no show Canibália

Depois de algumas apresentações extra-oficiais, Daniela Mercury estreou o show Canibália em São Paulo (SP), na casa Citibank Hall, na noite de sexta-feira, 7 de agosto de 2009. A turnê segue até o fim de 2009 por Brasil, Portugal e por diversos países da América Latina. No roteiro, a cantora vai de Michael Jackson (1958 - 2009) - lembrado com Black or White - a Legião Urbana, de cujo repertório Daniela escolheu a balada Tempo Perdido. Entre músicas do CD Canibália, como A Vida É um Carnaval e Trio em Transe, a artista presta homenagem a Elis Regina (1945 - 1982) com a interpretação de Como Nossos Pais, tema de Belchior gravado pela Pimentinha - em 1976 - no álbum Falso Brilhante.
E por falar no CD Canibália, nas lojas entre agosto e setembro de 2009, Daniela criou cinco opções de capas para o disco, todas assinadas pelo artista gráfico Gringo Cardia. O detalhe inovador é que cada capa apresenta as músicas do CD em ordem diferente, ou seja, o repertório pode ser ouvido com cinco montagens distintas.

Conceito do CD do Queensrÿche supera seu som

Resenha de CD
Título: American Soldier
Artista: Queensrÿche
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Grupo que cruza heavy metal com rock progressivo, já com longa estrada, Queensrÿche é propenso a albuns conceituais desde os anos 80. Exemplo é Operation: Mindcrime (1988), trabalho que se tornou um dos clássicos da discografia da banda. Recém-lançado no Brasil pela Warner Music, American Soldier é, no gênero, um dos discos mais ambiciosos do grupo. O tema é a guerra, mas não uma guerra específica. A ideia é cantar as experiências das guerras sobre a ótica de quem combate nos fronts. O vocalista Geoff Tate fez série de entrevistas com soldados que atuaram em diversos conflitos. O material resultante desses contatos inspirou a composição do repertório. O empenho fez com que a banda conseguisse abordar com consistência um tema, afinal, já tão batido. O problema é que, a rigor, o conceito de American Soldier supera sua música, apesar de o 12º álbum de estúdio do Queensrÿche trazer músicas interessantes como If I Were King, Man Down! e Sliver. Mesmo o flerte com o pop, esboçado em Home Again (faixa na qual Tate dueta com sua filha Emily, de dez anos), soa digno. Não se trata de um disco ruim, só que fica a sensação de que faltou energia para criar mais músicas à altura do conceito. Contudo, vale a conferida.

7 de agosto de 2009

Abreu é a última a entrar no 'Baile do Simonal'

Fernanda Abreu (à direita em imagem de Marcos Hermes) foi a última a entrar no elenco do show Baile do Simonal - Uma Noite de Alegria, Balanço e Suingue. A participação da cantora na gravação do CD e DVD - agendada para 11 de agosto de 2009, na casa Vivo Rio (RJ) - foi confirmada nesta sexta-feira, 7 de agosto, pela gravadora EMI Music. Abreu cantará o samba Na Tonga da Mironga do Kabuletê, parceria de Toquinho com Vinicius de Moraes (1913 - 1980), gravada por Wilson Simonal (1938 - 2000). A gravação ao vivo vai chegar às lojas em outubro.

Barbra vai de Platters a Ivan em disco jazzístico

Com lançamento programado para 29 de setembro de 2009, o primeiro álbum de estúdio de Barbra Streisand em quatro anos, Love Is the Answer, vai chegar às lojas em edições simples e dupla (capa acima). O disco tem tom jazzístico e clima de cabaré. A edição dupla traz - no CD 1 - 13 músicas em gravações feitas com orquestra. Já o CD 2 reapresenta 12 dessas 13 músicas (You Must Believe in Spring ficou de fora) em registros mais econômicos, feitos com um quarteto. A cantora de pop jazz Diana Krall está envolvida na produção. Eis as músicas de Love Is the Answer, cujo repertório inclui versão em inglês do clássico francês Ne me Quitte Pas, tema estrangeiro de Ivan Lins (Love Dance) e balada do repertório do conjunto The Platters (Smoke Gets in your Eyes):

1. Here's to Life
2. In the Wee Small Hours of the Morning
3. Gentle Rain
4. If You Go Away (Ne Me Quitte Pas)
5. Spring Can Really Hang You up the Most
6. Make Someone Happy
7. Where Do You Start?
8. A Time for Love
9. Here's That Rainy Day
10. Love Dance
11. Smoke Gets in Your Eyes
12. Some Other Time
13. You Must Believe In Spring

Solo de Guajiro, de 2004, chega enfim ao Brasil

Com cinco anos de atraso, chega ao Brasil o disco solo de Manuel Guajiro Mirabal, o trompetista do coletivo cubano Buena Vista Social Club. Produzido por Nick Gold, o álbum foi lançado em 2004 pela gravadora World Circuit, cujo catálogo atualmente está sendo distribuído no mercado nacional pela companhia paulista MCD. Manuel Guajiro Mirabal, o CD, foi gravado em sessões ao vivo no Egrem Studios, em Havana (Cuba), com as luxuosas participações de músicos do porte de Cachaíto Lopez e Roberto Fonseca. Lançado no Brasil com o mesmo apuro da edição estrangeira, o disco é um tributo de Guajiro a Arsenio Rodríguez (1911 - 1970), cujo som, desenvolvido nos anos 40, é um dos pilares da música cubana. Consta que Arsenio teria sido um dos criadores do mambo. Certo é que esse descendente de escravos congoleses trouxe influência dos sons africanos para a música cubana e formatou o modelo dos grupos de salsa exportados de Cuba para o mundo. Entre os 11 temas do disco, há El Rincón Caliente - um son que traz a voz de Calunga, revelação da cena musical de Havana - e o bolero Deuda (Luiz Marquetti), arranjado por Arsenio em 1946. A gravação ouvida no álbum de Guajiro apresenta dueto de Ibrahim Ferrer (1927 - 2005) e Pepe Maza. 10!

DVD rebobina Sanborn em Montreux, em 1984

Figura fácil nos elencos do Montreux Jazz Festival, o saxofonista de jazz David Sanborn liderou um quinteto na edição de 1984 do evento. Naquela ocasião, o músico badalava seu álbum Straight to the Heart, cuja faixa-título integra o roteiro do show, perpetuado no DVD ora editado no Brasil pela gravadora ST2. Em Autumn Leaves, Sanborn e seu grupo recebem como (único) convidado o pianista Rickie Lee Jones. Detalhe: o DVD David Sanborn Live at Montreux 1984 apresenta nos extras três bons números (Love Is Not Enough, Lotus Blossom e Hideaway) da apresentação feita por Sanborn - então no comando de septeto distinto - na edição de 1981 do Montreux Jazz Festival.

'Soul Live' nada acrescenta ao 'Soul' de estúdio

Resenha de CD + DVD
Título: Soul Live
Artista: Seal
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * 1/2

Em 2008, decepcionado pelo fracasso de sua incursão no universo dance com o álbum System (2007), Seal acertou o tom ao se voltar para os clássicos do soul e do r & b em CD de covers intitulado Soul. A reboque dos luxuosos arranjos orquestrais do produtor David Foster, Seal pôs seu vozeirão, ainda em forma, a serviço de jóias do baú de nomes como Al Green (Here I Am - Come and Take me), Curtis Mayfield (It's Alright), Otis Redding (I've Been Loving You Too Long) e James Brown (It's a Man's Man's Man's World). No entanto, Soul Live - o kit de CD e DVD que a Warner Music está lançando no mercado brasileiro - vai parecer (extremamente) redundante para quem já tem o disco de estúdio. Afinal, das 11 músicas do álbum original, nove já estavam no CD de estúdio em versões similares (as novidades são Crazy e Kiss from a Rose). Já o DVD rebobina o registro ao vivo ouvido no CD com adições de versões acústicas de If You Don't Know me by Now, A Change Is Gonna Come e It's a Man's Man's Man's World - além de banais e protocolares entrevistas com Seal e o produtor David Foster. Por mais que Seal tenha bom domínio de palco, o registro da turnê de Soul é indicado apenas para quem não adquiriu o álbum anterior.

6 de agosto de 2009

Capa de 'Haih... or Amortecedor', dos Mutantes

Esta é a capa de Haih... or Amortecedor, o primeiro álbum de estúdio do grupo Os Mutantes em 35 anos. Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, o CD vai ser editado nos Estados Unidos em 8 de setembro de 2009, pelo selo Anti. Eis as 13 faixas do disco, a maioria assinada pelo guitarrista Sérgio Dias Baptista com Tom Zé:
1. Hymns Of The World P.1 (Intro)
2. Querida Querida
3. Teclar
4. 2000 e Agarrum
5. Bagdad Blues
6. O Careca
7. O Mensageiro
8. Anagrama
9. Samba Do Fidel
10. Neurociência do Amor
11. Nada Mudou
12. Gopala Krishna Om
13. Hymns Of The World P.2 (Final)

Produção de 'Nove' é dez e valoriza safra de Ana

Resenha de CD
Título: Nove
Artista: Ana Carolina
Gravadora: Armazém / Sony Music
Cotação: * * *

Sétimo álbum de Ana Carolina, idealizado para festejar os dez anos de carreira fonográfica da artista mineira, Nove apaga a má impressão deixada pelo excessivo disco duplo anterior da (boa) cantora, Dois Quartos (2006). Dividida entre Alê Siqueira e o duo Mário Caldato & Kassin, a produção é dez e valoriza a safra de nove inéditas autorais com arranjos elegantes (a cargo de Arthur Verocai, Lincoln Olivetti, Felipe Pinaud e Sean O' Hagan) e uma ambiência de tonalidade eventualmente cool que contrasta com a temperatura normalmente quente da confessional obra autoral da compositora. Contudo, a excelência dessa produção não disfarça o fato de que a safra de inéditas não está à altura da discografia inicial da artista. Falta em Nove uma música arrebatadora como Garganta (o hit do primeiro álbum, Ana Carolina, de 1999) ou Uma Louca Tempestade, a parceria de Bebeto Alves e Totonho Villeroy que incrementou o repertório do bom CD Estampado (2003). O requinte harmônico que adorna baladas como Dentro (parceria de Ana com Dudu Falcão) e Era (somente de Ana) não é suficiente para torná-las tão sedutoras quanto outras baladas anteriores da artista. No gênero, a melodiosa Resta - parceria de Ana com a italiana Chiara Civello e Dulce Quental - parece ser a de melhor cepa. A faixa conta com os vocais em italiano de Chiara, também parceira de Ana num grande momento do CD, 10 Minutos (Dimmi Perchê), faixa que ganhou toques de tango eletrônico. Assim como a menos inspirada 8 Estórias, outra parceria de Ana com Chiara Civello (artista italiana que Carolina conheceu no Rio).
Com a aura moderna de Nove, Ana Carolina ambiciona o prestígio e o status perdidos após forte investida no populismo radiofônico com gravações como as de Elevador, É Isso Aí (em dueto com Seu Jorge) e Rosas. Até seu canto potente soa mais comedido, numa economia vocal que, a rigor, começou a ser ensaiada no anterior Dois Quartos. Mas o flerte explícito com o pop em Entreolhares (The Way You're Looking at me) - a parceria com John Legend que não expõe toda a força da voz do cantor norte-americano, destaque na atual cena de soul e r & b - sinaliza que, apesar da embalagem refinada, nada mudou tanto assim no som de Ana Carolina. Quanto aos sambas, em cujos créditos figura o novo parceiro Mombaça, Torpedo ostenta boa letra de Gilberto Gil. Já Tá Rindo, É? esboça crítica social nos versos. Ambos superam os sambas ruins de Dois Quartos sem, no entanto, roçar o suingue de Cabide (2005) ou a beleza melódica de Vestido Estampado (2003). Fecha o disco Traição, classuda balada adornada pelo piano de Daniel Jobim que ganha leve ambiência jazzy por conta do baixo e dos vocais de Esperanza Spalding. Enfim, mesmo deixando a sensação permanente de que a produção é muito melhor do que a música em si, Nove sinaliza a saudável intenção de Ana Carolina de se renovar. Se tivesse dado continuidade às conexões com inspirados compositores como Chico César e Vitor Ramil, experimentadas em Estampado, o CD poderia resultar mais coeso. Fica a incômoda impressão de que a embalagem é tão bonita que faz o conteúdo parecer melhor do que ele realmente é.

Dylan pode lançar CD de Natal ainda em 2009

Por enquanto, tais informações não são oficiais. Mas rumores indicam que Bob Dylan vai lançar neste segundo semestre de 2009 um álbum com covers do cancioneiro natalino. Dylan já estaria trabalhando no disco e já teria, inclusive, gravado músicas como I'll Be Home for Christmas, Here Comes Santa Claus e Must Be Santa. As gravações teriam começado em maio - um mês após o artista lançar o álbum Together Through Life - no Groove Master's Studios, em Santa Monica, na Califórnia (EUA). O disco natalino seria projeto pessoal de Dylan feito sem vínculos com gravadoras.

Celso vai de Baden a Erasmo no segundo DVD

Cerca de um ano depois de ter gravado ao vivo seu primeiro DVD, em único show no Canecão (RJ) que contou com adesões de Ana Carolina e de Roberta Sá, entre outros nomes, Celso Fonseca vai fazer no Rio de Janeiro seu segundo consecutivo registro ao vivo de show. O artista grava DVD em show agendado para esta quinta-feira, 6 de agosto de 2009, na casa Estrela da Lapa. O roteiro inclui músicas de discos editados por Celso no exterior, como River Gauche Rio (2001), mas enfatiza repertório alheio. O cantor vai interpretar músicas de Baden Powell (1937 - 2000), Lulu Santos, Erasmo Carlos e Tom Jobim (1927 - 1994), entre outros (bons) compositores alvos da admiração de Celso Fonseca.

Trash Pour 4 inventa mais moda no terceiro CD

Resenha de CD
Título: Something
Stupid
Artista: Trash Pour 4
Gravadora: MCD
Cotação: * * 1/2

Trash Pour 4 é um quarteto paulista que adora inventar moda. Em seu disco anterior, o bom Super Duper (2006), o grupo recriou Lithium, o clássico do Nirvana, em ritmo de chorinho - somente para citar um exemplo. Something Stupid, o terceiro álbum do grupo, segue a receita com dose (quase) igual de êxito. Há menos inventividade na abordagem de canções como If I Fell (uma das mais baladas mais adocicadas dos Beatles) e a faixa-título, Something Stupid, reprocessada com John Ulhoa ao violão de aço, mas, a rigor, não tão diferente assim da versão propagada por Frank Sinatra (1915 - 1998) em dueto com sua filha, Nancy Sinatra. Em contrapartida, o Trash Pour 4 revirou do avesso canção obscura de Caetano Veloso, Minha Mulher (do álbum Jóia, de 1975), e a embalou em exótica roupagem quase psicodélica. Mas trash mesmo é Ci Riprova la Bossa Nova, música em italiano na qual Eydie Gorme, cantora de boleros em evidência nos anos 60, desancava a bossa hoje cinquentenária. Há na abordagem o espírito lúdico que nem sempre brota nas 10 faixas de Something Stupid, disco em que o Trash Pour 4 arrisca dois temas autorais (Voix de la Principal e Manhã Seguinte) entre as recriações - mais ou menos - abusadas de standards como Babalu.

5 de agosto de 2009

DVD duplo do Who perpetua fim de Keith Moon

Ninguém sabia na época, só que o show feito pelo The Who, em 15 de dezembro de 1977, no Gaumont State Theatre, em Kilburn (área de Londres, Inglaterra), foi o penúltimo do grupo com o baterista Keith Moon, que sairia de cena em 7 de setembro de 1978. Daí o valor da edição do show no DVD intitulado The Who At Kilburn 1977 e ora (bem) lançado no mercado brasileiro pela gravadora Coqueiro Verde. Com 15 músicas tocadas em (pouco mais de) uma hora (entre elas, I Can't Explain e My Generation), o show em si não foi exatamente um primor. Há todo um clima de tensão entre o desatento Moon e o guitarrista Pete Townshend. Mas o alto valor documental da gravação - filmada por Jeff Stein em parceria com a banda - faz valer o DVD, cuja edição dupla agrega o registro de um outro show do Who, captado no London Coliseum, em 1969. Nesse show, a banda apresentou pela primeira vez o repertório da ópera-rock Tommy. Como de hábito em seus DVDs, a Coqueiro Verde pôs legendas em português nessa edição brasileira de The Who At Kilburn 1977. É documento histórico!

'Baile do Simonal' inclui Lulu, Diogo e Flausino

Lulu Santos também vai animar o Baile do Simonal, mas, por questões de agenda, não vai participar do show em que vários artistas cantam sucessos de Wilson Simonal (1938 - 2000). Lulu aceitou regravar Zazueira em estúdio para inclusão no CD e DVD que vão ser gravados ao vivo pela gravadora EMI Music no baile agendado para 11 de agosto de 2009 na casa Vivo Rio (RJ). Com direção musical e produção dos dois filhos do cantor, Max de Castro e Wilson Simoninha, o baile terá Claudio Manoel como mestre de cerimônias. Claudio Manoel é um dos três diretores de Ninguém Sabe o Duro que Dei, o documentário que repôs a vida e a obra de Simonal em pauta. Eis os cantores já confirmados que se apresentarão ao vivo no Baile do Simonal - Uma Noite de Alegria, Balanço e Suingue - show que vai virar CD e DVD:
Alexandre Pires - Sá Marina
Caetano Veloso - Remelexo
Diogo Nogueira - Está Chegando a Hora
Ed Motta - Lobo Bobo
Exaltasamba - Na Galha do Cajueiro
Frejat - Vesti Azul
Marcelo D2 - Nem Vem que Não Tem
Maria Rita - Que Maravilha
Mart'nália - Mamãe Passou Açúcar em mim
Orquestra Imperial - Terezinha
Paralamas do Sucesso - Mustang Cor de Sangue
Rogério Flausino - Meia Volta Ana Cristina
Samuel Rosa - Carango
Sandra de Sá - Balanço Zona Sul
Seu Jorge - País Tropical

Robbie lança 'Reality Killed' em 9 de novembro

Sucessor de Rudebox (2006), Reality Killed the Video Star é o título do novo álbum de Robbie Williams. Produzido por Trevor Horn, o disco tem lançamento agendado para 9 de novembro de 2009, via Virgin Records/EMI Music. O primeiro single, Bodies, será editado em formato digital em 11 de outubro e, já no dia seguinte, chega às lojas na forma de CD. Consta que o cantor inglês teria reescrito, na última hora, a letra de uma música para prestar uma suposta sentida homenagem a Michael Jackson (1958-2009).

Radiohead lança música na rede e prepara disco

O grupo Radiohead lança música inédita, Harry Patch (In Memory of), composta em tributo ao último e homônimo sobrevivente inglês da Primeira Guerra Mundial, morto em 25 de julho de 2009, aos 111 anos. Disponibilizada para download nesta quarta-feira, 5 de agosto de 2009, a nova música foi gravada enquanto o grupo prepara seu oitavo álbum sob a batuta do produtor Nigel Godrich.

Fafá cancela gravação de DVD do show 'Água'

Embora tenha sido até propagada em alguns anúncios de jornais que relacionavam a programação do Canecão (RJ), a gravação do segundo DVD de Fafá de Belém - prevista para acontecer em 15 e 16 de agosto de 2009 nos shows que a cantora vai fazer na casa - foi cancelada. Mas estão confirmadas as duas apresentações do show Água, baseado no repertório do álbum homônimo de 1977.

4 de agosto de 2009

Talk-show 'trash' acentua aura 'kitsch' de Perla

Resenha de Show
Título: Terças Musicais Light
Artista: Perla (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro do Centro Cultural Light
Data: 4 de agosto de 2009
Cotação: * *

Era para ser um show, mas, a rigor, foi quase um talk-show. Entre um número e outro, Perla contou várias histórias, afagou o ego do público e terminou falando mais do que cantando. Mas nada pareceu importar para a platéia que fez fila no Centro Cultural Light para assistir à bissexta apresentação da cantora no Rio de Janeiro (RJ), feita às 12h30m desta terça-feira, 4 de agosto de 2009, dentro do projeto Terças Musicais Light. A aura kitsch que cerca Perla - "a mais brasileira das cantoras paraguaias", como sintetizou a fala dita em off pelo locutor que apresentou o show - foi acentuada pelo caráter de sua apresentação. A rigor, quase amador. Se a voz ainda está em boa forma (como comprovaram as notas prolongadas de maneira exibicionista em Galopeira e em Cucurucucu Paloma), a produção deixou a desejar. Um simplório teclado (daqueles utilizados por músicos de barzinhos) e uma guitarra eram os únicos instrumentos em cena. Mas nada pareceu importar, repita-se. Na primeira fila, uma senhora debulhou-se em lágrimas enquanto Perla cantava seu hit Fernando, a versão do homônimo sucesso do grupo sueco ABBA que lhe deu projeção nos anos 70. Outras senhoras foram até a beira do palco beijar a mão de Perla e tirar foto com a artista. Que incentivou a interação calorosa (e excessiva) entre público e a cantora. A ponto de um senhor que acabara de comprar o CD de Perla posto à venda na porta do teatro, Minhas Preferidas, ter sido convidado a subir ao palco para ganhar um beijo de sua musa. Na hora de Pequenina (versão de outro hit do ABBA, Chiquitita), foi a vez de Perla chamar uma mulher que trazia sua filha ao colo. Ao pegar e acarinhar a menina nos braços, Perla parou momentaneamente de cantar enquanto continuou a tocar a gravação de Pequenina, evidenciando o uso do playback. Nada pareceu importar, diga-se mais uma vez. Entre bolero (La Distancia), clássico paraguaio (Índia, entoada em castelhano) e canção de Peninha (Sonhos, com direito a caras e bocas), Perla rememorou seu encontro com Roberto Carlos, saudou a mãe já octagenária, lembrou do pai já falecido e se entendeu com seu público em (talk-)show de tom trash. Até um globo espelhado despencou do cenário no palco, atrás da cantora. Mas nada pareceu importar para quem estava ali para reverenciar Perla, "a mais brasileira das cantoras paraguaias".

Pouca Vogal edita DVD e CD ao vivo este ano

Masterizado nos Estados Unidos, o primeiro registro ao vivo da dupla Pouca Vogal - formada por Humberto Gessinger com o guitarrista Duca Leindecker (do grupo gaúcho Cidadão Quem) - tem lançado previsto para outubro nos formatos de CD e DVD. A gravação foi feita entre 11 e 13 de março de 2009 em shows feitos pela dupla no Teatro CIEE de Porto Alegre (RS). As duas fotos de Melissa Mattos flagram o Pouca Vogal durante a gravação do DVD.

Thomas tenta voltar à tona nas águas da bossa

Resenha de CD
Título: Once I Loved
Artista: BJ Thomas
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Projetado em escala mundial há 40 anos com o sucesso de Raindrops Keep Fallin' on my Head na trilha sonora do filme Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969), BJ Thomas nada fez de relevante após os anos 70. Once I Loved - O Amor em Paz é sua inusitada incursão pela música brasileira. Pena que ela seja tão óbvia. O cantor não vai além dos standards já batidos da Bossa Nova - a maioria da lavra irretocável de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994). Em Dindi, cujo arranjo tenta reproduzir à moda gringa a batida do samba, Thomas soa como um subSérgio Mendes. Mas, justiça seja feita, há momentos corretos. O intérprete acerta o tom do medley que une How Insensitive (Insensatez) com Once I Loved (O Amor em Paz), sendo que a faixa-título é defendida em dueto com Leila Pinheiro, que canta em inglês. A propósito, Ivete Sangalo surpreende positivamente ao cantar em inglês, num tom macio, The Girl from Ipanema. Já Ivan Lins e João Bosco contribuem com os vocais em português de Meditação e Manhã de Carnaval, respectivamente. O único problema é que todos esses clássicos - entre eles, Água de Beber e So Nice (Samba de Verão) - já ganharam registros mais sedutores e já estão mais do que batidos. Sem falar que a deslocada recriação em clima bossa-novista de Rock'n'Roll Lullaby - a canção de ninar que estourou no Brasil em 1972 ao ser propagada como o tema romântico do casal protagonista da versão original da novela Selva de Pedra - sinaliza que Once I Loved é mera tentativa de fazer o nome de BJ Thomas voltar à tona. Faltou ousadia. E estilo!!

Tom Zé faz retrospectiva da obra em CD e DVD

O show que Tom Zé apresenta esta semana no Teatro FECAP (SP) - desta terça-feira, 4 de agosto de 2009, até sexta-feira - vai ser registrado ao vivo para gerar CD e DVD a serem editados pela gravadora Biscoito Fino. A gravação propriamente dita vai ser realizada nas apresentações de 5 e 6 de agosto. Retrospectiva - Espinha Dorsal da Carreira é espetáculo - como explicita seu título - de caráter revisionista. A direção do show é de Charles Gavin, o baterista do grupo Titãs. O roteiro abrange 24 músicas gravadas num período de 40 anos, indo do primeiro álbum do artista (Tom Zé, 1968) ao último (Estudando a Bossa, 2008). Oscar Rodrigues Alves dirige o DVD - nas lojas até o final de 2009.

Gil entra na roda e (re)grava samba com Ivone

Em 1997, ao celebrar 50 anos de carreira com o CD Bodas de Ouro, Dona Ivone Lara gravou em dueto com Gilberto Gil o Samba de Roda pra Salvador (Não Chora meu Bem), tema menos conhecido da obra da compositora. Doze anos depois, Ivone regrava o samba com Gil, ao vivo, no registro de seu primeiro DVD, agendado para 11 de agosto de 2009, em show no Canecão, no Rio de Janeiro. O roteiro de Túlio Feliciano, diretor do show, monta painel retrospectivo da carreira de Ivone, com intervenções de Arlindo Cruz (Canto de Rainha, samba feito por Arlindo com Sombrinha em tributo à artista), Beth Carvalho (Sonho Meu, o samba de Ivone e Délcio Carvalho popularizado em 1978 nas vozes de Gal Costa e Maria Bethânia), Caetano Veloso (Força da Imaginação, sua única parceria com Ivone, idealizada e gravada por Beth Carvalho em 1982), Velha Guarda do Império Serrano e Zeca Pagodinho (Dizer Não pro Adeus). O show virará também CD.

3 de agosto de 2009

Luz Negra ilumina tributo de Takai a Nara Leão

Resenha de CD / DVD
Título: Luz Negra
- Ao Vivo
Artista: Fernanda
Takai
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * (CD) e
* * * * 1/2 (DVD)

Luz Negra poderia ser mais um registro ao vivo de show como tantos que são despejados rotineira e aleatoriamente no diluído mercado fonográfico. Mas não é. O apuro técnico da filmagem - a cargo de uma produtora mineira, G5 - realça e valoriza o show em que Fernanda Takai aborda o repertório de Nara Leão (1942 - 1989) com base em seu primeiro álbum solo, Onde Brilhem os Olhos Seus, um dos melhores discos de 2007. O CD e o DVD Luz Negra ratificam a inteligência da abordagem, emoldurada pelo jogo de luzes claras e escuras que envolvem Takai na cena capturada ao vivo, em 14 de maio de 2009, na cidade mineira de Nova Lima. A rigor, o CD é item dispensável, ainda que a seleção de 14 músicas priorize os números em que Takai extrapola o repertório de Nara, abrindo leque estético que ventila desde sucesso de Eliana Pittman de 1974 (Sinhá Pureza, carimbó do paraense Pinduca) até balada pop do duo Eurythmics (There Must Be an Angel, 1985), passando pelo tecnopop do Duran Duran (Ordinary World, 1983). Tudo batido com delicadeza no liquidificapum do grupo Pato Fu. Sim, é no tom do Pato Fu que Takai pinta e borda com as cores do repertório da leoa Nara. São os barulhinhos bons arranjados pelo guitarrista John Ulhoa e pelo tecladista Lulu Camargo que irmamam curiosa versão japonesa de O Barquinho - intitulada Kobune - e balada tristonha do repertório de Michael Jackson (1958 - 2009), Ben, extraída de disco de 1972 e da memória afetiva de Takai. Tudo isso já estava lá desde o início do show. O que não estava, mas entrou no roteiro a tempo de ser perpetuado no registro ao vivo, é 5 Discos (música menor de Ulhoa, lançada por Pedro Mariano). Assim como Você Já me Esqueceu, balada de Fred Jorge, gravada por Roberto Carlos em 1972. Nara não a gravou, é fato, mas vale lembrar que, em 1978, foi ela a primeira a mandar para o inferno o preconceito da MPB com a obra popular de Roberto Carlos (então no auge da fase motel) para dedicar um disco inteiramente ao cancioneiro do Rei. Tais links dão brilho a Luz Negra. Takai bisa em seu primeiro DVD solo o bom gosto, a criatividade e o frescor do disco feito em estúdio em 2007. E o título de seu registro ao vivo não se refere somente ao samba de Nelson Cavaquinho e Irani Barros, (bem) gravado pela leoa Nara...

Bebel canta Wonder e Marley em CD 'All in One'

All in One é o título do quarto trabalho de Bebel Gilberto. A música que batiza o disco é parceria da artista com o violonista Cezar Mendes. Entre faixas autorais como Ela, o repertório inclui regravação de The Real Thing, música composta por Stevie Wonder para Sérgio Mendes. Há também releitura de Sun Is Shining, tema do repertório de Bob Marley (1945 - 1981). Já Acabou Chorare - a música que deu título ao álbum lançado pelo grupo Novos Baianos em 1972 e que foi feita com inspiração numa fala da própria Bebel - não tem presença confirmada entre as 12 faixas. Parcialmente gravado na Bahia, com produção de Carlinhos Brown (integrante de global time de produtores que inclui Mark Ronson e Didi Gutman), All in One vai ser lançado em setembro de 2009 pela gravadora Verve - cujos discos são todos distribuídos no Brasil pela Universal Music.

Charlie Brown entra em campo com 'Camisa 10'

Camisa 10 Joga Bola até na Chuva é o título do disco que vai marcar a estreia do grupo santista Charlie Brown Jr. na gravadora Sony Music. O primeiro single do álbum, Me Encontra, já está em rotação nas rádios. O CD chega às lojas ainda neste mês de agosto de 2009. Coube a Rick Bonadio produzir o repertório de inéditas...

Chemical faz quarto disco com Brendan O'Brien

O grupo My Chemical Romance começou a gravar em Los Angeles (EUA) seu quarto álbum de estúdio. A produção do sucessor de The Black Parade (2006) está a cargo de Brendan O'Brien, nome requisitado por nomes como Bruce Springsteen e Pearl Jam. O CD não tem data de lançamento definida, mas vai sair ainda em 2009.

Climas encorpam o som do Arctic em 'Humbug'

Resenha de CD
Título: Humbug
Artista: Arctic Monkeys
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

É possível identificar em uma ou outra faixa do terceiro álbum do quarteto britânico Arctic Monkeys - Humbug, com lançamento agendado via EMI Music para 24 de agosto de 2009, mas já vazado na internet - ecos daquele jorro juvenil que pontuou o primeiro álbum do grupo, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (2006), que seduziu o universo pop com seu rock básico e urgente. Destaque entre as dez inéditas, Pretty Visitors alterna compassos que evoca a agilidade inicial da banda com passagens mais climáticas. É um coerente cartão de visitas para Humbug, disco que surpreende justamente pelos climas. Em seu segundo álbum, Favourite Worst Nightmare (2007), o Arctic Monkeys já havia experimentado sons menos crus, mas sem abandonar a urgência que caracteriza seu rock. Já Humbug não é exatamente um disco de sonoridade básica. Climas e camadas de som encorpam o rock do quarteto. Efeito provável do inusitado envolvimento de Josh Homme (o frontman da banda de hard rock Queens of the Stone Age) na produção (dividida com James Ford).
Humbug é um CD mais denso do que propriamente pesado, embora haja (algum) peso em temas como Dangerous Animals. A despeito de um bissexto momento pop em Cornerstone, outro destaque da safra de inéditas, o disco não flerta com as paradas. Não há refrões fáceis. Não há rocks básicos. O primeiro single do bom álbum, Crying Lightning, traduz com (alguma) fidelidade os caminhos seguidos pelo Arctic Monkeys nessa viagem climática que soa meio arrastada em Dance Little Liar e em Fire and the Thud. Entre baladas como Secret Door e rocks (eventualmente) ágeis como Potion Approaching, Humbug flagra os Monkeys em movimento. O destino final da trupe de Alex Turner (cujos vocais soam mais sombrios) talvez seja desconhecido até pelos viajantes.

2 de agosto de 2009

Não se julga um disco pelo número de faixas...

A notícia de que o sétimo álbum de Ana Carolina (em foto de André Schiliró) - Nove, nas lojas a partir da próxima sexta-feira, 7 de agosto de 2009 - teria somente nove faixas tem gerado comentários acalorados em Notas Musicais desde o post datado de 24 de julho. Nove faixas é um número realmente baixo para a era do CD, mas um disco jamais deve ser julgado pela quantidade de músicas. O último curto álbum de Adriana Calcanhotto, Maré (2008), tem apenas onze faixas e é um grande disco. No caso de Ana, um dos argumentos é de que, por ter nove faixas, o álbum deveria custar menos nas lojas. Argumento falho, a rigor, pois o que deve determinar o preço de um disco é o custo de sua produção e marketing. Por conta do luxo da produção (há cordas em quatro músicas), as nove faixas do disco de Ana Carolina - três produzidas por Alê Siqueira e seis pela dupla Mario Caldato e Kassin - podem custar (muito) mais do que 20 faixas de um hipotético CD gravado no econômico estilo voz-e-violão. Custos à parte, o que importa mesmo é se as nove faixas são boas e, a julgar por avaliações de Nove que já pipocam na rede (clique aqui para ler o faixa-a-faixa do blog Cantadas), até mesmo alguns fãs estão se decepcionando com a qualidade das composições do álbum. Enfim, logo o disco vai estar nas lojas com suas nove faixas e, como rege a lei do mercado fonográfico (e a de qualquer outro mercado), compra quem quer. Menos, às vezes, pode até ser mais.

Martin figura no CD de Echo & the Bunnymen

Líder e mentor do grupo inglês Coldplay, Chris Martin figura em uma das faixas do CD que marca a volta da banda Echo & the Bunnymen ao mercado do disco. Sucessor do CD Siberia (2005), The Fountain tem lançamento agendado para 13 de outubro de 2009. Coube ao guitarrista John McLaughlin pilotar a produção do disco, que tem músicas como Think I Need It Too (faixa eleita o primeiro single, que tem edição prevista para 28 de setembro), Forgotten Fields, Proxy e Drivetime. As quatro - aliás - já estão no MySpace.

Alcione regrava Nei com Simoninha em 'Acesa'

Samba que dá nome ao álbum de tons incisivos editado em maio por Nei Lopes, Chutando o Balde ganha regravação de Alcione em seu 34º álbum, Acesa, nas lojas já nesta primeira quinzena de agosto de 2009. O samba tem arranjo e participação de Wilson Simoninha. Já Acesa, a música-título, é uma parceria da cantora e compositora Telma Tavares (com Alcione na foto tirada em estúdio) com o baiano Roque Ferreira. O disco traz também o Grupo Revelação, convidado da faixa O Samba me Chamou, parceria de Sombrinha com Marquinhos PQD. Entre as baladas, há Eu Não Domino Essa Paixão, da lavra de Nenéo com Paulinho Rezende. Outras faixas são Dama da Paixão (Umberto Tavares e Jefferson Junior), Eu Vou pra Lapa (o samba de Serginho Meriti e Claudinho Guimarães, já propagado na trilha sonora da novela Caminho das Índias) e Nair Grande (A Bambambã do Fuzuê), parceria de Telma Tavares com Paulo César Feital. Por conta do fim da Indie Records, gravadora pela qual Acesa foi gravado, o CD de Alcione vai chegar às lojas com distribuição da Sony Music.

'Dance +' estende a festa do Celebrare ao DVD

Dance +++ (Ao Vivo no Canecão) - o DVD que a EMI Music põe nas lojas neste mês de agosto de 2009 - é o segundo vídeo do Celebrare, o grupo carioca formado em 1994 pelo cantor Marco Manela e pelo amigo baterista Edu Lissovsky. Especialista no revival de hits dançantes dos anos 70, 80 e 90, a banda tem público fiel no forte circuito de shows da comunidade judaica e, por isso, já completa 15 anos com fôlego para editar um segundo DVD, gravado ao vivo em outubro de 2008 no Canecão (casa na qual, aliás, o Celebrare vai lançar Dance + com show agendado para o próximo sábado, 8 de agosto). No roteiro, hits dos tempos da discoteca (Zodiacs, Macho Man, Your Song), pop dos anos 80 (Pro Dia Nascer Feliz, Toda Forma de Amor, Você Não Soube me Amar), medley com hits dançantes de Madonna (Like a Prayer, Into the Groove e Holiday) e temas de Jorge Ben Jor (País Tropical e Taj Mahal), cujo suingue original extrapola rótulos e épocas. É para quem quer que a festa dance role em casa.