Não se julga um disco pelo número de faixas...
A notícia de que o sétimo álbum de Ana Carolina (em foto de André Schiliró) - Nove, nas lojas a partir da próxima sexta-feira, 7 de agosto de 2009 - teria somente nove faixas tem gerado comentários acalorados em Notas Musicais desde o post datado de 24 de julho. Nove faixas é um número realmente baixo para a era do CD, mas um disco jamais deve ser julgado pela quantidade de músicas. O último curto álbum de Adriana Calcanhotto, Maré (2008), tem apenas onze faixas e é um grande disco. No caso de Ana, um dos argumentos é de que, por ter nove faixas, o álbum deveria custar menos nas lojas. Argumento falho, a rigor, pois o que deve determinar o preço de um disco é o custo de sua produção e marketing. Por conta do luxo da produção (há cordas em quatro músicas), as nove faixas do disco de Ana Carolina - três produzidas por Alê Siqueira e seis pela dupla Mario Caldato e Kassin - podem custar (muito) mais do que 20 faixas de um hipotético CD gravado no econômico estilo voz-e-violão. Custos à parte, o que importa mesmo é se as nove faixas são boas e, a julgar por avaliações de Nove que já pipocam na rede (clique aqui para ler o faixa-a-faixa do blog Cantadas), até mesmo alguns fãs estão se decepcionando com a qualidade das composições do álbum. Enfim, logo o disco vai estar nas lojas com suas nove faixas e, como rege a lei do mercado fonográfico (e a de qualquer outro mercado), compra quem quer. Menos, às vezes, pode até ser mais.
31 Comments:
A notícia de que o sétimo álbum de Ana Carolina (em foto de André Schiliró) - Nove, nas lojas a partir da próxima sexta-feira, 7 de agosto de 2009 - teria somente nove faixas tem gerado comentários acalorados em Notas Musicais desde o post datado de 24 de julho. Nove faixas é um número realmente baixo para a era do CD, mas um disco jamais deve ser julgado pela quantidade de músicas. O último curto álbum de Adriana Calcanhotto, Maré (2008), tem apenas onze faixas e é um grande disco. No caso de Ana, um dos argumentos é de que, por ter nove faixas, o álbum deveria custar menos nas lojas. Argumento falho, a rigor, pois o que deve determinar o preço de um disco é o custo de sua produção e marketing. Por conta do luxo da produção (há cordas em quatro músicas), as nove faixas do disco de Ana Carolina - três produzidas por Alê Siqueira e seis pela dupla Mario Caldato e Kassin - podem custar (muito) mais do que 20 faixas de um hipotético CD gravado no econômico estilo voz-e-violão. Custos à parte, o que importa mesmo é se as nove faixas são boas e, a julgar por avaliações de Nove que já pipocam na rede (clique aqui para ler o faixa-a-faixa do blog Cantadas), até mesmo alguns fãs estão se decepcionando com a qualidade das composições do álbum. Enfim, logo o disco vai estar nas lojas com suas nove faixas e, como rege a lei do mercado fonográfico (e a de qualquer outro mercado), compra quem quer. Menos, às vezes, pode até ser mais.
Até pode ser Mauro, mas não nesse caso. Já tenho o cd em mãos e é uma decepção única. Ana pisou feio dessa vez...
Muito obrigada pelo comentário, não aguento mais a ignorância desses fãs!
Mauro concordo plena mente. Até que o trabalho se desenvolva nem cabe tirar conclusões precipitadas. "E esse compra quem quer". Eu ameiiiii!
Até mesmo o descontentamento de alguns fãs quanto ao números de faixas e do novo cd da Ana. Venhamos e convenhamos aguardar é preciso e produz embasamento para o que irá ser dito.
Fã que é fã tá se lixando para números de faixa. Bastando uma beleza já basta.
Os reclamões aí não são fãs, são consumidores de sucessos imediatistas e esquecíveis: a geração MP3! A geração "adeus mídia física".
Bom, o ultimo era duplo e achei pessimo, bem inferior aos 2 primeiros albuns dela, tomara que as 9 justifiquem o lançamento, torço pra isso, afinal vou comprar.
O número de faixas não é relevante para definir se o disco é bom ou não. Os últimos cds dos Paralamas, de Fagner e Adriana Calcanhoto são curtos, porém muito bons. O preço é que não se justifica pelo custo de produção. Embora a existência de cordas ou de um marketing agressivo levem a um aumento de custos, não é isto que torna o cd caro. O que é definitivo aí é o que se chama de elasticidade-preço da demanda, ou seja, a existência de consumidores que estão dispostos a pagarem mais pelos cds de certos artistas. É isto que explica o fato dos cds de Chico e Caetano, por exemplo, terem preços mais altos que os demais. Soa estranho um cd com apenas nove faixas. Dá a idéia de crise criativa.
Gostei do seu ponto de vista!!
Tenho todos os CDS da Ana e particularmente gosto muito. Estou ansiosa para completar minha coleção com mais este novo disco. Espero q seja um sucesso como foi todos os anteriores. As nove faixas não querem dizer q o disco seja de "baixo" nível..acredito q a Ana não é boba de fazer um trabalho ruim..Estou na torcida pelo sucesso dela e estou aguardando o dia 07 para comprar o CD. Parabéns pelo Blog! ;)
É nessas horas que sinto falta do acetato... o número de faixas era oq cabia nas 45 rotações!
A crítica de "O Globo" hoje já elogiou o disco....
É vero. Antônio Carlos Miguel - teu concorrente, Mauro - elogiou bastante. Nenhum porém. É a vantagem das 9 faixas: Enxuto, preciso, bastante.
Nem é pelo número de faixas, mas estou sentindo uma enorme má vontade com esse trabalho da Ana.
Um disco não termina quando é lançado.Ele ganha vida e vai se moldando com as nossas audições.Todas as vezes que ouço um disco por diversas vezes, sempre identifico algo diferente.A Ana não depende de muita coisa para criar o novo.Todos os seus discos tem uma essência particular.Essa forma de descolcar a zona de conforto do centro restrito e qualitativo da MPB incomoda aos ouvidos mais tradicionalistas.No contexto é melhor pecar pelo excesso que por omissão.Ainda não ouvi o disco na integra, mas me alegra muito sentir que é algo diferente mais uma vez.
Leandro - Brasília/DF
Eu ouvi duas faixas no site do Globo ("Traição" e "Tá Rindo, é") e não me conveceram não.
Apesar da voz linda que Deus lhe deu, a Ana Carolina ainda não me agrada como compositora. É isso que eu lamento.
Mas acontece que eu sou um saudosista assumido da época das grandes intérpretes da música brasileira.
Não aceito muito bem essa onda de cantoras/compositoras, sabendo há tantos compositores novos supertalentosos que não têm suas músicas gravadas e conhecidas do grande público.
É apenas a minha opinião, ok?
abração a todos,
Denilson
Denilson,
O disco é o disco, as cantoras compositoras as vezes acertam, outras não. A Ana é assim.
João Gilberto nunca se norteou por discos longos, de muitas faixias (fora o do Japão que tem dez dos mais de 20 minutos de palmas que ele recebeu) e sempre foi preciso. Podemos ou não gostar, mas ele sempre acertou.
Denilson, sou seu fã, mas dessa vez, pelo menos no quesito cantoras/compositoras, em parte, discordo
Carioca Piedade, do tempo em que shows no Mam eram no Mam e não no Vivo Rio e tinha que caminhar até a Pç 15 para voltar para casa
ANA MAIS HUMILDE ja é algo significativo.
Deve ser o melhor dela esse disco. Não sou simpatizante da moça.Mas ouvi as duas faixas no globo.Bem melhor que antes, não grita e não exagera.
Carioca da Piedade,
Eu aceito numa boa todas as opiniões contrárias às minhas.
Mas acho que você abordou um ponto que eu não havia abordado, a questão do tamanho do disco da Ana Carolina, na qual concordo com você.
João Gilberto será sempre um bom exemplo para mim.
abração,
Denilson
Apaixonei-me por Ana Carolina em seu sublime 1º disco. Concordo que não manteve o padrão nos posteriores, mas não deixei de gostar.
Ouvi este "Nove" e acho que, tirando o primeiro, é o seu melhor.
Menos "Ângela Maria" e belos arranjos concisos - orquestrais ou não - talvez compensem a fraca compositora que ainda é.
Continuo fã porque fã é fã: fidelidade igual nem no casamento.
ACERTOS COMEMORADOS, ERROS PERDOADOS.
Também concordo que menos as vezes é mais.Ainda não ouvi o Cd, mas li algumas críticas favoráveis.E acho tb que ela as vezes devia economizar tb no canto, pois em algumas músicas soa exagerado, mas mesmo assim gosto muito dela.
Braseiro, da Roberta Sá, tinha 10 faixas. Tá dado o recado.
E aí, Mauro. Adorei o seu blog. Fiz um post sobre isso no meu também. Um dia, quem sabe, atualizarei o meu diariamente como você faz. Dá uma olhada no meu blog, talvez você possa me dar algumas dicas.
Abração
www.esteticamusical.com
"Chapei" quando vi Ana apenas com um pandeiro e esse vozeirão cantando "Armazém" em uma canja no Programa do Jô em 1999/2000. Tô "chapado" até agora e nenhuma das idiotices e cobranças sobre volumes de voz, quantidade de faixas, se é Sueli Costa ou não... vai me "acordar".
Tô no mundo mágico da música. Quem quiser entrar que construa o seu.
Dessa eu gostei.
Anônimo das 22:46h, um uma época triste e pobre em nossa música Ana Carolina mandou 10 petardos em seu 1º disco:
- Garganta
- Armazém (SUA)
- A Canção Tocou na Hora Errada (SUA)
- Beatriz
- Retrato em Branco e Preto
- Alguém me Disse
- Nada pra mim
- Tô Saindo
- Tudo Bem
- O Avessos dos Ponteiros
Seu problema é que começou bem demais, muito acima dos padrões de sua geração, e se continuasse nesse ritmo hoje seria uma Antônia Carlota Jobim da MPB moderna.
É normal a "decadência". Se equilibrou com as demais de sua geração.
E não é que o anônimo do "Globo" tava certo ? O mesmo Antônio Carlos Miguel que sentou o cacete no 2º disco de Ana (arquivo as críticas) RECOMENDA este "Nove" aí. Tá da Discolândia do Globo de hoje.
Bons ventos... Dá-lhe Ana!
PS: Mauro, falta a sua crítica. Se não achasse importante sua opinião não perdia meu tempo aqui. Cadê ?
A tese do anônimo aí faz sentido.
Pois é, foram tantos holofotes que se deslumbrou e errou a mão no 2º disco. Os outros foram melhores.
Quanto aos "Dois Quartos" não sei de quem foi a idéia imbecil - um disco de inéditas duplo é coisa para Chico Buarque e sua geração. Nem Marisa Monte foi isso tudo não quando lançou "Universo ao Meu Redor" (muito bom) e "Infinito Particular" (fraquinho).
Mas é sempre tempo de aprender com os erros, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
Algum dos "críticos" aí lembra de "A Foreign Sound" (lamentável) e os posteriores "mudernos" do grande Caetano; dos bregas-românticos da Deusa Simone na década de 90; das infinitas novidades sempre novas da Rainha Bethânia; do "cometa" Chico Buarque que agora só aparece quando há uma conjunção de Vênus com Plutão; dos estrangeirismos de Martinho da Vila... ?
Pois é, se até os GRANDES ERRAM, deixem Ana Carolina em paz. Ouvi o novo NOVE e gostei também.
O Nível tá subindo... Minha "Garganta" - ela - merece.
Está no DVD "Estampado". Palavras de João Bosco (que não é arroz de festa nem gosta de falar por falar como alguns aí que nem preciso citar):
"QUANDO OUVI VOCÊ ARRANHANDO AQUELES AZULEJOS COM A GARGANTA, EU TAVA NO AUTOMÓVEL, NÉ ? AÍ EU DIGO 'PÔ, O QUE QUE É ISSO NÉ ?' PORQUE EU COSTUMO PARAR, EU COSTUMO ESTACIONAR E COSTUMO ANOTAR AS FRASES DA MÚSICA PRA PODER SABER QUEM É DEPOIS. BACANA VOCÊ OUVIR ALGUÉM ASSIM NO RÁDIO E E ENCOSTAR O CARRO MUNIDO DE PAPELZINHO E CANETA PARA DEPOIS PROCURAR QUEM É..."
Preciso dizer mais ?
Para quem tava "perdendo" o jogo, isso é que é virada - e de goleada!
Anônimo, o poeta.
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