18 de novembro de 2006

Autorizações atrasam a caixa de DVDs de Elis

Programada para chegar às lojas neste fim de ano, a caixa de DVDs com imagens raras de Elis Regina pode ter seu lançamento adiado para 2007. A EMI depende de autorizações de nomes envolvidos no material colhido no arquivo da Band para pôr a caixa nas lojas.

Motivada pelas boas vendas das quatro caixas de DVDs com os 12 programas da série de TV Chico Buarque, a gravadora idealizou projeto semelhante com Elis Regina. A coleção da Pimentinha vai apresentar três especiais - Doce de Pimenta, Na Batucada da Vida e Falso Brilhante - formatados com material gravado pela intérprete entre 1973 e 1981 para programas da TV Bandeirantes.

Na Batucada da Vida é o nome da bela música de Ary Barroso e Luiz Peixoto que abria o álbum Elis, de 1974, numa regravação primorosa. Falso Brilhante obviamente traz números do show homônimo de 1975 / 1977, marco da carreira da cantora. Doce de Pimenta repete no título o nome da música feita por Rita Lee em tributo a Elis para programa exibido pela TV Bandeirantes em 1979. O tema foi gravado por Elis em dueto com a autora, filmado em 1978 numa discoteca. Contudo, permaneceu inédito em disco.

Os DVDs também serão vendidos de forma avulsa. Detalhe: os três programas foram editados por Roberto de Oliveira, o mesmo que dirigiu a (lucrativa) série de Chico Buarque para o canal DirecTV.

Ana Carolina põe 23 músicas em 'Dois Quartos'

Dois Quartos é o nome (criativo) do álbum que Ana Carolina (em foto de André Schiliró) lança no início de dezembro pela Sony BMG. O título alude ao fato de o quarto disco solo da compositora ser duplo. Ao todo, são 23 músicas, quase todas da lavra autoral da cantora.

As 24 faixas de Dois Quartos são Eu Comi a Madona (incluída no CD na versão original e em remix assinado por DJ Zé Pedro), Ruas de Outono, Vai, Eu Não Paro, Aqui, Carvão, 1.100 (Nega Marrenta), Notícias Populares (gravada em 2005 no DVD Ana & Jorge, feito com Seu Jorge), Manhã, Homens e Mulheres, Rosas (música de Totonho Villeroy, eleita o primeiro single e já em rotação nas rádios), Um Edifício no Meio do Mundo (parceria de Ana com Jorge Vercilo), La Critique, Sen.ti.mentos, Milhares de Sambas, Corredores, Tolerância, O Cristo de Madeira, Nada te Faltará, Cantinho, Claridade, Chevette e, ufa, Então Vá se Perder.

Samuel reforça time populista do DVD de Ivete

Bono Vox alegou problemas com a agenda e recusou o convite de Ivete Sangalo para participar do CD e DVD que a cantora grava em 16 de dezembro em megashow no estádio carioca Maracanã. Só que a ausência do líder do U2 nem chega a ser surpresa. Surpresa mesmo é a adesão de Samuel Rosa (em foto de Weber Pádua), vocalista e guitarrista do Skank, a um popular time de convidados que inclui Alejandro Sanz (com quem Ivete fará dueto em Corazón Partío, hit do cantor), Buchecha, Durval Lelys (do grupo Asa de Águia) e Banda Eva. O CD e o DVD Multishow ao Vivo - Ivete Sangalo no Maracanã já têm lançamento programado para março de 2007.

Da Lua rebobina Geraldo no segundo CD solo

O DJ carioca Marcelinho da Lua já entrou em estúdio para gravar seu segundo disco solo. O sucessor de Tranqüilo tem lançamento agendado para o primeiro semestre de 2007 pela gravadora Deckdisc. No CD, que será finalizado até dezembro, Da Lua rebobina um samba de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiros datado de 1943 - Sem Compromisso, cantado no álbum por Pedro Quental - e se apresenta como autor na faixa Papo de Ya Ya, composta pelo DJ em parceria com Marlon Sette, trompetista da Orquestra Imperial (a big-band do Rio de Janeiro).

'Botinada' foca punk nativo com olhar imparcial

Resenha de DVD
Título: Botinada - A

Origem do Punk no Brasil
Artista:
Gastão Moreira
Gravadora:
ST2
Cotação:
* * * *


Em 1982, quando entraram num sonhado estúdio de oito canais para gravar a seminal coletânea Grito Suburbano, músicos das bandas Cólera, Inocentes e Olho Seco se depararam com a ignorância do técnico de som sobre o rock que já explodia nas periferias de São Paulo sob a ideologia punk. O tal técnico implicou com chiado que, a rigor, era o som distorcido das guitarras dos grupos. O episódio é relembrado com humor no documentário Botinada - A Origem do Punk no Brasil, produzido e dirigido por Gastão Moreira sobre a geração punk formada em São Paulo (SP) na virada dos anos 70 para os 80.

Com entrevistas inéditas e um farto material de arquivo, o filme rebobina a (des)articulação de um movimento que precisou aparar as próprias arestas para se firmar. "A maioria queria saber de farra e treta", dispara João Gordo, pioneiro militante punk que migraria para o metal ao ingressar no grupo Ratos de Porão. "No início, punk rock não era movimento. Era gangue. Que era contra o sistema e até o cara do outro bairro", corrobora Clemente, líder e mentor do Inocentes que atualmente se reveza entre seu grupo mais conhecido e o posto recém-adquirido de vocalista da Plebe Rude, banda nascida em Brasília também sob a influência do punk.

A propósito, a primazia de ter semeado o punk em solo brasileiro é reivindicada no filme (com razão) tanto por paulistas quanto por brasilienses. Botinada foca seu olhar terno, mas imparcial, sobre a geração de São Paulo, sem deixar de citar a desgarrada Banda do Lixo, nascida em Minas Gerais, e a cena gaúcha, representada no filme pelo lendário Wander Wildner, o líder do grupo Replicantes.

Entre imagens inéditas (como a histórica apresentação do Cólera no Olimpop, programa da TV Tupi) e depoimentos reveladores, o documentário historia a aglutinação dos punks no Metrô de São Bento e a rivalidade com as gangues do ABC que resultaria em conflitos sangrentos e triunfaria no clássico festival O Começo do Fim do Mundo, que deu em 1982 repercussão internacional a um movimento então (a rigor) desconhecido pelo próprio Brasil.

A riqueza do material de arquivo - que inclui trechos de corajosos documentários da época como Garoto de Subúrbio e Punks - contribui para atestar a veracidade dos depoimentos e fatos. É possível ver a banda Lixomania em show feito no Circo Voador (RJ) em 1983 e imagens da apresentação nada amistosa de grupos punks na boate Gallery (SP), reduto da elite burguesa, um alvo preferencial da revolta disseminada pelos repertórios das bandas.

Botinada lembra ainda que, impulsionada pela violência que insistia em se alastrar no universo punk, a incompreensão da mídia a respeito da ideologia dos grupos geraria desfocadas reportagens no jornal Estado de São Paulo e no programa Fantástico (da Rede Globo) que, em maior ou menor grau, contribuiriam para a diluição do movimento, cuja semente ainda germina em corações e mentes como a de Pádua. "Sou punk e vou morrer punk", diz o músico, que perdeu uma mão ao manusear bomba caseira em conflito com gangue rival. O depoimento firme de Pádua encerra o belo filme, sinalizando que a história continua.

17 de novembro de 2006

Venturini voa nas asas do 14 Bis em bom disco

Resenha de CD
Título: Canção sem Fim

Artista: Flávio Venturini
Gravadora: Trilhos. Arte
Cotação: * * *


A bordo do conjunto 14 Bis, Flávio Venturini fez um dos primeiríssimos bem-sucedidos vôos no mercado pop nativo, ainda nos anos 70, década em que o rock nacional - Rita Lee e Raul Seixas à parte - foi cultuado essencialmente na cena underground em shows de grupos como o progressivo O Terço, integrado pelo próprio Venturini antes do 14 Bis. Nas asas desse honroso histórico, o compositor mineiro evoca seu passado pop em algumas faixas do CD Canção sem Fim, o primeiro de inéditas autorais desde Porque Não Tínhamos Bicicleta (2004). Já na primeira música, Amor pra Sempre, dá para identificar a pegada do 14 Bis, recorrente em Casa no Vento e nem tanto na faixa-título, cover do repertório do pioneiro grupo.

A rota de Canção sem Fim, no entanto, é mais ampla. Venturini pousa com segurança nas canções melodiosas que caracterizam seu repertório. Retiro da Pedra e Retratos, belas parcerias com o letrista Murilo Antunes, são destaques nessa seara. A primeira foi composta assim que o artista retornou a Belo Horizonte (MG) após longa estada no Rio de Janeiro. A segunda é balada arranjada com cordas e oboé, feita para o curta-metragem Retrato Pintado, criação do cineasta cearense Joe Pimentel. Com Murilo Antunes, Venturini apresenta ainda Belo Horizonte, de menor inspiração.

A escala mais imprevisível é Aqui no Rio, samba bissexto na obra de Venturini, letrado pelo ator mineiro Kimura, arranjado pelo bandolinista Hamilton de Holanda e gravado em dueto com Leila Pinheiro. Venturini não se mostra especialmente inventivo no gênero. Da mesma forma que não parece talhado para interpretar canção de acento soul como Melhores Dias de um Verão, parceria do carioca Júlio Borges com Cláudio Rabello. São dois rasantes...

Mais vistosa, Flores de Abril faz a rota Brasil-Argentina por conta do bandoneon tocado pelo hermano Walter Castro, integrante da banda de Fito Paez. Já Fênix - rara regravação em repertório de inéditas - é outro vôo rasante que fica na sombra do registro do parceiro de Venturini na música, Jorge Vercilo, de voz bem mais dotada para o canto (Fênix obteve sucesso em minissérie de TV).

O disco é bom, embora não mantenha na segunda metade o brilho da primeira, da qual faz parte Neblina, bonita canção de autoria de Torcuato Mariano e Aloysio Reis. No todo, Canção sem Fim ratifica o talento de Flávio Venturini, compositor sempre apto a vôos interessantes no céu - já acessível - da música pop brasileira.

Lobão adere ao acústico e tem obra encaixotada

E Lobão mordeu sua língua afiada. O artista - que tantas vezes abriu a boca para criticar os colegas que se rendiam ao formato acústico da MTV e aos discutíveis esquemas promocionais das gravadoras multinacionais - está de volta a uma major, a Sony BMG, por onde grava ao vivo DVD e CD na série Acústico MTV em shows agendados para 6 e 7 de dezembro. O lançamento está previsto para março. No embalo, a companhia encaixota em 2007 os discos lançados pelo cantor na década de 80 - todos já reeditados em CD, mas sem o devido cuidado com a remasterização e com a preservação da arte gráfica das capas e encartes dos LPs originais. O contrato de Lobão prevê tal coleção.

Zé Ramalho grava inéditas sob batuta de Recife

Zé Ramalho (foto à esquerda) começou a gravar esta semana um disco de inéditas autorais, sob a produção recorrente do amigo Robertinho de Recife. A gravação está sendo feita no estúdio aberto recentemente pelo produtor no Pólo Rio de Áudio & Vídeo, localizado em Jacarepaguá (RJ). O lançamento está agendado para o primeiro semestre de 2007, via Sony BMG. O último álbum de inéditas do compositor, O Gosto da Criação, chegou ao mercado em 2002.

E por falar em Zé Ramalho, ele compôs uma música, Você e o seu Amor, especialmente para a trilha do filme Fica Comigo Esta Noite, que entrou recentemente em circuito com roteiro baseado na peça homônima de Flávio de Souza. A trilha sonora da comédia de João Falcão, a propósito, é assinada por Robertinho de Recife.

Dois registros de shows de Leny chegam ao CD

Editados originalmente em DVD, dois registros de shows de Leny Andrade chegam às lojas no formato de CD dentro da série Momentos Bons da Bossa, criada pela gravadora Albatroz. Um deles, Leny Andrade e César Camargo Mariano ao Vivo (foto), foi gravado em show feito pela cantora no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR), ao lado do pianista e maestro. No repertório, músicas de Djavan (A Ilha), João Donato (Fim de Sonho e Quem Diz que Sabe, parcerias com João Carlos Pádua e Paulo Sérgio Valle, respectivamente), Johnny Alf (Choro do Minuto e Céu e Mar) e Tom Jobim (Você Vai Ver), entre outros compositores já recorrentes nos roteiros dos shows da intérprete.

O outro disco, Leny Andrade ao Vivo, foi gravado no Teatro Rival (RJ) em show cujo roteiro priorizava músicas de Roberto Menescal (O Barquinho, A Volta, Você, Vagamente, Telefone e Rio), entre temas de Jobim (Wave e Dindi), Alf (Nós e Céu e Mar) e de Carlos Lyra (Canção que Morre no Ar e Se É Tarde me Perdoa).

A coleção Momentos Bons da Bossa apresenta ainda discos ao vivo de Pery Ribeiro, Maria Creuza e do grupo Os Cariocas. Os três shows também foram filmados no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR).

Obra de Paulo Sérgio na voz estreante de Raíza

Coube a uma jovem cantora estreante, Raíza, de apenas 16 anos, interpretar o cancioneiro do compositor Paulo Sérgio Valle no CD Muito Além de mim, lançado esta semana pela editora musical EMI Publishing, com distribuição da Universal Music. Parceiro do irmão Marcos Valle em músicas como Preciso Aprender a Ser Só, incluída no disco, Paulo Sérgio ultimamente também tem criado versos para baladas de compositores mais populares como Chico Roque, aliás presente no repertório de Raíza com Preciso Aceitar.

Entre parcerias de Paulo com o mano Marcos (Amore Mio, Um Tempo Musical), Dalto (É Assim) e Eduardo Souto Netto (O Rio É Você), co-produtor do CD, a surpresa é Amor de Miragem, tema criado pelo compositor tributado a partir de crônica do jornalista Armando Nogueira, que leva o devido crédito nessa rara parceria.

16 de novembro de 2006

Presidente da EMI brasileira é, enfim, demitido

Marcos Maynard foi oficialmente demitido esta semana de sua função de presidente da filial brasileira da gravadora EMI Music. O executivo deixou o cargo nesta quinta-feira, 16 de novembro. Já esperada pelo mercado fonográfico, a demissão é conseqüência de a matriz inglesa ter descoberto forte maquiagem de números que inflava os lucros operacionais de seu braço brazuca. A denúncia da fraude foi feita em caráter mundial, em 25 de outubro, pela própria major em comunicado que, na ocasião, fez as ações da empresa despencarem cerca de 3,74% na bolsa de Londres (a BBC ainda chegou a afirmar que tal queda das ações teria sido de 8,8%).

Pela maquiagem dos números, a EMI brasileira teria inflado seu lucro operacional em cerca de nove milhões de libras - algo em torno de 17,5 milhões de dólares ou 36 milhões de reais. O vice-presidente financeiro da filial nacional já tinha sido demitido dias antes do comunicado público. Mas é o afastamento de Maynard que devolve a empresa a credibilidade para voltar a anunciar números de vendas - o que seria impossível sem a troca de gestão.

Antes do escândalo, Maynard vinha alardeando suposta liderança da EMI Music no mercado fonográfico nacional, o que já irritava a concorrência. Tradicionalmente, a disputa pela liderança sempre foi travada no Brasil entre a Universal Music e a Sony Music, hoje agregada à BMG sob o nome Sony BMG. Uma das duas deverá ser a líder de 2006, um ano em que o mercado amarga queda de 25,5%.

Mutantes lança o primeiro DVD entre reedições

A capa vista à esquerda é a do primeiro DVD dos Mutantes, Barbican Theatre, 2006, Londres, que chega às lojas no fim de novembro com o registro do show feito pelo grupo em maio, na Inglaterra, dentro de evento sobre a Tropicália. Com Zélia Duncan no posto de vocalista que foi de Rita Lee (e para o qual, antes de Zélia, foram cogitadas Fernanda Takai e até Rebeca Matta), o grupo quis rebobinar 21 músicas de seu repertório clássico, lançado entre 1968 e 1972.

Pela ordem, as 21 faixas são Dom Quixote, Caminhante Noturno, Ave Gengis Khan, Tecnicolor, Virginia, Cantor de Mambo, El Justiciero, Baby, I'm Sorry Baby, Top Top, Dia 36, Fuga nº II, Le Premier Bonheur du Jour, 2001, Ave Lúcifer, Balada do Louco, I Feel a Little Spaced Out (a rara versão em inglês de Ando Meio Desligado), A Hora e a Vez do Cabelo Nascer (Cabeludo Patriota), A Minha Menina, Bat Macumba e Panis et Circensis. Nos extras, há o making of do show e o documentário dirigido por Hugo Prata.

O registro integral do show também está sendo editado na forma de CD duplo, a ser vendido separadamente. E, no embalo deste retorno do grupo, que planeja turnê pelo Brasil em 2007 e fez esta semana no Rio um show fechado para o programa Fantástico, a Som Livre está relançando, com embalagem digipack, dois álbuns da fase progressiva da banda, Tudo Foi Feito pelo Sol (1974) e Mutantes ao Vivo (1976), gravados sem as presenças essenciais de Arnaldo Baptista e Rita Lee. Foram os últimos discos da banda antes do retorno deste ano. Às sete faixas originais de Tudo Foi Feito pelo Sol, foram acrescentadas três faixas-bônus extraídas de compacto editado em 1976: Cavaleiros Negros, Tudo Bem e Balada do Amigo. Mutantes ao Vivo ganha como faixa-bônus Cidadão da Terra, música gravada ao vivo em show no Teatro Tereza Rachel (RJ) - em 1976 - com a formação anterior da banda.

União (forjada) de Ray com Basie resulta crível

Resenha de CD
Título:
Ray Sings,

Basie Swings
Artista:
Ray Charles e

Count Basie Orchestra
Gravadora:
Universal

Music
Cotação:
* * * *


Sim, a indústria fonográfica já percebeu que pode lucrar com a exumação dos mortos mais ilustres e rentáveis além das meras coletâneas desde que, em 1991, Nat King Cole foi ressuscitado para fazer dueto com sua filha Natalie em Unforgettable - um dos grandes sucessos daquele ano. De lá para cá, a tecnologia digital evoluiu e facilitou a criação de álbuns na linha ghost. Mas poucos soaram realmente formidáveis como Ray Sings, Basie Swings. Ray é o cantor Ray Charles (1930 - 2004), pai do soul, mas que também transitava com desenvoltura pelo blues e pelo jazz. Basie é o pianista e maestro Count Basie (1904 - 1984), nome essencial na história do jazz, sobretudo na bela era do swing das big-bands.

Graças aos milagre digital, Ray Charles pode agora ser ouvido na companhia da orquestra de Basie. A união nunca aconteceu, mas foi forjada a partir do encontro de fitas com gravações realizadas pelo cantor nos anos 70. Como os tapes estavam identificados com o título Ray / Basie, o produtor John Burk pensou tratar-se de um show dos dois gênios. Ao descobrir que, na realidade, as fitas continham registros distintos de apresentações de Ray e de Basie, Burk começou a arquitetar a idéia de reunir virtualmente os artistas em álbum que já gera controvérsias nos Estados Unidos porque há corrente que defende que, por se tratar de encontro irreal, Ray Sings, Basie Swings estaria invalidado em prêmios como o Grammy. O que somente ratifica o (grande) peso do disco.

Da fita encontrada pelo produtor, apenas a voz e o piano de Ray foram aproveitados. A atual formação da Count Basie Orchestra foi arregimentada para ir ao estúdio e criar arranjos a partir das gravações originais. E o fato é que a união fake soa com vida e vigor. Desde as primeiras faixas, Oh What a Beautiful Morning e Let the Good Times Roll, percebe-se que tudo se encaixou à perfeição nas 12 gravações, em belo mix de jazz, soul e blues. Os arranjos fazem jus à memória de Basie e se ajustam ao andamento dos vocais divinos de Ray. Até um tema batido como I Can't Stop Loving You adquire nova pulsação no álbum. Ray Charles nunca cantou com tanto suingue. Count Basie iria ficar muito orgulhoso.

Em forma, Elton dá seqüência a album de 1975

Resenha de CD
Título:
The Captain

& the Kid
Artista:
Elton John
Gravadora:
Universal

Music
Cotação:
* * * *

Ao decidir gravar seqüência de Captain Fantastic and the Brown Dirty Cowboy, LP duplo e conceitual de 1975, Elton John correu sério risco de soar como clone de si mesmo. Inclusive pelo fato de o álbum em questão ter sido um marco na esplêndida discografia do cantor no início dos anos 70. Mas Elton surpreende ao apresentar um dos melhores discos de sua carreira. É bem verdade - justiça seja feita - que a volta à forma já não é fato raro em sua obra recente. Nos anteriores Songs from the West Coast (2001) e Peachtree Road (2004), o astro e Bernie Taupin - letrista que o acompanha desde o início, entre idas e vindas - já pareciam ter reacendido a sua velha chama. O que se confirma em The Captain & the Kid.

Parece que o disco foi gravado em plenos anos 70. Seja pela safra coesa de inéditas, que revela ao mundo jóias de alto quilate como a balada The Bridge e Wouldn't Have You Any Other Way (NYC)?, seja pela sonoridade retrô, calcada no piano que o artista expõe já na capa do CD. É provável que o álbum faça pouco barulho porque já se passaram três décadas desde o apogeu comercial de Elton, mas é certo que músicas como Postcards form Richard Nixon e Blues Never Fade Away estão capacitadas para as paradas e mostram que o compositor ainda tem mão firme para fazer um pop rock que eventualmente até pode ganhar sotaque country, como em I Must Have Lost It on the Wind. E a ironia é que, no fim das contas, a rigor, The Captain & the Kid tem em comum com o clássico álbum de 1975 apenas o título autoreferente e o fato de flagrar sir Elton John em mais um momento de grande inspiração.

Timbalada volta às lojas com 'Alegria Original'

Com produção de seu mentor, Carlinhos Brown, o conjunto Timbalada vai lançar em breve um disco de inéditas, Alegria Original. O primeiro single, Cachaça, já foi enviado às rádios. Caberá à gravadora EMI distribuir o CD (foto) nas lojas. De tom carnavalesco, o repertório é formado por 14 músicas. Entre as quais, Maria Gosta (parceria de Brown com Arnaldo Antunes e Marisa Monte), Catar Cavaco, Beijo Descarado (faixa que traz a voz de Margareth Menezes), Timbalinda, Suplício Sertanejo e Pedindo para Voltar.

15 de novembro de 2006

Donato regrava 'Manhã de Carnaval' em 'Piano'

João Donato regravou Manhã de Carnaval - célebre parceria de Luís Bonfá e Antônio Maria, composta em 1959 para trilha de filme feito a partir da peça Orfeu da Conceição - no CD O Piano de João Donato. O lançamento está programado pela gravadora Deckdisc para o início de 2007. Donato (no estúdio, na foto de Daryan Dornelles) combina no repertório temas autorais - casos de Brisa do Mar, Joana e A Paz, parcerias com Abel Silva, Ronaldo Bastos e Gilberto Gil, respectivamente - com alguns temas estrangeiros como Invitation (Bronislaw Kaper), Repetition (de Neal Hefti) e Paradise Found (Shorty Rogers), a faixa que deverá abrir o álbum.

Trilha de filme documenta ativismo de Lennon

Documentário que recorda a transformação de John Lennon em militante pacifista que chegou a incomodar o governo dos Estados Unidos por conta dos protestos públicos do artista contra guerras promovidas pelo Tio Sam, The U.S. vs. John Lennon tem sua trilha editada em disco (foto) no Brasil pela EMI. O álbum reúne 21 músicas gravadas por Lennon - com os Beatles e em carreira solo - entre 1966 e 1976, período abordado no documentário. A capa do CD reproduz a criativa - e simbólica... - imagem do cartaz do filme.

Obviamente, a seleção prioriza temas que propagavam o ativismo de Lennon. Entre elas, Power to the People, Bed Peace, The Ballad of John and Yoko, Give Peace a Chance, Love, Happy Xmas (War Is Over), I Don't Wanna Be a Soldier / Mama I Don't Wanna Die, Imagine, How Do You Sleep? (tema instrumental da trilha, inédito em disco), New York City, John Sinclair, Scared, God e Gimme Some Truth. Boa parte do repertório aparece no CD em versões remixadas, para diferenciar a trilha das habituais coletâneas do artista. Outro atrativo é a inédita versão ao vivo de Attica State.

Duas Ritas engrossam o elenco da Biscoito Fino

A gravadora Biscoito Fino pode levar o sorriso de duas Ritas para engrossar um elenco feminino que já conta com Maria Bethânia, Simone Guimarães, Mônica Salmaso e Leila Pinheiro. Uma, Rita Ribeiro, já assinou contrato para que a companhia distribua nas lojas o CD que traz o registro de estúdio de seu bem-sucedido show Tecnomacumba. O disco será lançado ainda em novembro. Já a outra, Rita Lee (foto), está em fase final de negociação com a gravadora - e as conversas indicam a concretização da parceria para o lançamento de disco de inéditas da Ovelha Negra. Só que o preto ainda não está no branco. Ainda.

Em tempo: quanto a Zizi Possi, tudo não passou - por ora - de um almoço informal da cantora com Olivia Hime, diretora artística da Biscoito Fino. No cardápio, houve um papo igualmente informal sobre o ingresso de Zizi na companhia. Mas ficou somente nisso...

Série com dez coletâneas lembra o selo Impulse

A capa vista à esquerda é a da bem-vinda coletânea dedicada ao saxofonista argentino Gato Barbieri na ótima série The Impulse Story, lançada esta semana pela Universal Music no mercado brasileiro. Trata-se de refinada coleção de dez compilações com as gravações mais expressivas de músicos que fizeram história no selo Impulse, um dos mais importantes do jazz nas décadas de 60 e 70. O pretexto foi festejar os 45 anos do selo, completados em junho.

O CD de Barbieri rebobina dez temas gravados pelo músico entre 1973 e 1975. Entre eles, Índia, a guarânia popularizada no Brasil pela dupla Cascatinha & Inhana e, nos anos 70, por Gal Costa. A série The Impulse Story reúne compilações de John Coltrane, Charles Mingus, Sonny Rollins, McCoy Tyner, Pharoah Sanders, Archie Shepp, Albert Ayler, Alice Coltrane e Keith Jarrett, além do disco de Barbieri. Cada coletânea traz texto sobre a passagem do artista pelo Impulse, esmiuçando toda sua relação com o selo.

A série chega às lojas na seqüência da edição do livro The House that Trane Built - em que Ashley Kahn conta a história do selo.

Arnaldo lança antologia que agrega livro inédito

Arnaldo Antunes concilia a turnê de divulgação de seu recém-lançado sétimo disco solo, Qualquer, com a edição de antologia de poemas, letras de música, ensaios e caligrafias. Com material todo selecionado pelo próprio artista, Como É que Chama o Nome Disso (foto) agrega livro inédito de poemas (Nada de DNA) e entrevista concedida por Arnaldo a Arthur Nestrovski, Francisco Bosco e José Miguel Wisnik, além de um texto analítico sobre a vasta obra poética do compositor e ex-titã, assinado por Antonio Medina Rodrigues. O pulso ainda pulsa...

14 de novembro de 2006

DVD foca UB40 politizado em especial alemão

A gravadora ST2 acaba de arremessar no mercado brasileiro um DVD que flagra o grupo inglês UB40 no início da carreira, antes de estourar mundialmente com seu pop reggae. UB40 Live (foto) resgata especial feito pela banda em 1982 para a TV alemã. O grupo engatilha 12 petardos em roteiro politizado. Present Arms, I Won't Close my Eyes, One in Ten, Forget the Cost, Sardonicus, Tyler e Don't Do the Crime são sete músicas do programa.

Stewart volta ao rock, mas continua nos 'covers'

Resenha de CD
Título: Still the Same...

Great Rock Classics
of Our Time
Artista: Rod Stewart
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * *

Os trajes black-tie usados por Rod Stewart nas fotos das capas dos quatro volumes de seu Great American Songbook foram devidamente trocados por figurino mais despojado. O visual informal adotado pelo artista na capa e no material promocional de seu novo álbum, Still the Same... Great Rock Classics of Our Time, sinaliza a volta do cantor às origens roqueiras. Mas Stewart - que renasceu das cinzas com o projeto em que regravava standards da canção americana - não teve coragem de dispensar a muleta dos covers e apresenta mais um burocrático disco de regravações. A diferença é que, em vez de compositores como George Gershwin, ele põe (mal) sua voz exaurida em temas de autores como Bob Dylan (It's Not for You).

É claro que, ao contrário do que prega no título do álbum, Rod Stewart não é mais o mesmo. Ele se tornou novamente um bom vendedor de discos - como em seus áureos anos 70 - e, como tal, precisa pagar preço alto para se manter nas paradas. Para saldar dívida com seus investidores (o produtor Clive Davis, sobretudo), Stewart acaba se sujeitando a virar crooner sem personalidade, apto a rebobinar músicas esquecíveis como It's a Heartache (da efêmera Bonnie Tyler) e Love Hurts, hit do grupo Nazareth. Duas pérolas melosas da década de 70, época em que Stewart não fazia covers e mostrava alguma inspiração como compositor, mesmo plagiando malandramente tema do brasileiríssimo Jorge Ben Jor.

A produção luxuosa de John Shanks mostra devoção aos clichês do rock com assepsia que até poderá contentar o público de meia-idade que se deixava seduzir quando Stewart cantava Gershwin. Até porque poucas faixas exibem pegada mais firme, como a música de Bob Seger que batiza o álbum, Still the Same. A idéia parece ter sido cortejar platéias comportadas - e não por acaso o primeiro single é Have You Ever Seen the Rain?, melodioso hit do grupo Creedence Clearwater Revival nos anos 70 (sempre eles, os 70...). A balada de John Fogerty ganha regravação insossa. Assim como Best of my Love (dos Eagles) e Everything I Own, a canção do Bread da qual Boy George já tinha se apropriado com maior inteligência na década de 80 com releitura em ritmo de reggae. O tom adocicado do disco é evidente em temas como Crazy Love, da lavra de Van Morrison. Faixa perfeita para FMs mais açucaradas...

Enfim, Rod Stewart mudou. Ou talvez até continue o mesmo, pois talvez sempre tenha sido movido pela ânsia de fazer sucesso e de vender disco, mesmo quando cantava um rock bem mais genuíno.

Gal perpetua show 'Hoje' em DVD e CD ao vivo

Em vez de um CD produzido por César Camargo Mariano com regravações do repertório do trompetista Chet Baker (1929 - 1988), como tinha sido previsto inicialmente, o segundo trabalho de Gal Costa na gravadora Trama vai ser um registro ao vivo do show Hoje, filmado em maio, na casa Citibank Hall (em SP).

Gal Costa ao Vivo chegará às lojas em dezembro simultaneamente em DVD e em CD. O DVD (foto) traz o registro integral do espetáculo, além de recados de nomes como Chico Buarque e Gilberto Gil, colhidos durante a produção do especial Do Tropicalismo aos Dias de Hoje, produzido pelo canal DirecTV (a série será editada em DVD pela Trama em 2007). Já o CD terá apenas 14 faixas, priorizando músicas que não fazem parte do álbum Hoje, casos de Antonico, Fruta Gogóia, Juventude Transviada, Meu Nome É Gal e Todo Amor que Houver nessa Vida. Nenhuma é inédita na voz de Gal...

Lendas inspiram músicas de artistas brasileiros

Projeto arquitetado há alguns anos, Lendas Brasileiras chega, enfim, às lojas com distribuição da EMI. Trata-se de CD e DVD (foto) em que nomes da MPB cantam músicas compostas por eles com inspiração em histórias do folclore nacional. O time de autores e intérpretes traz Milton Nascimento (A Iara), Moraes Moreira (Festa no Céu), Ana Carolina (A Bruxa Nicácia), Zé Ramalho (A Moça de Branco), Frejat (Muiraquitã), Leila Pinheiro (Cobra Grande), Toni Garrido (O Boto - Fantasia de Água Cristalina), Fernanda Abreu (A Salamanca do Jarau), Jorge Vercilo (A Lenda do Dinheiro Enterrado), Lenine (A Mula-Sem-Cabeça), Alceu Valença (Boitatá) e outros. A exceção é Luiz Melodia, que canta música de Gilberto Gil (Saci-Pererê). Pena que o filme de animação criado para unir as músicas seja insosso...

Lulu finaliza CD de inéditas que sai em fevereiro

Lulu Santos está dando os últimos retoques no álbum de inéditas que vai lançar em fevereiro com músicas autorais, casos de Propriedade Particular, Olhos de Jabuticada, Contatos, Domingo Maldito, Seu Aniversário e - entre outras - Dopamina. Já intitulado Long Play, o disco vai marcar o ingresso do artista na gravadora Som Livre. Lulu já se desligou da Sony BMG, por onde lançou em 2005 Letra & Música - um CD de repertório inédito equivocadamente promovido com releitura inapropriada de Pop Star, hit do grupo João Penca e seus Miquinhos Amestrados nos anos 80. Na foto de Rodrigo Lopes, o astro posa com a banda que toca no novo álbum. A saber: o baterista Xocolati (à esquerda), o baixista Dunga (centro) e o tecladista Hiroshi Mizutani (à direita).

13 de novembro de 2006

Roberto poderá lançar DVD com show do navio

Caso Roberto Carlos (foto) não apronte seu CD / DVD de duetos a tempo de ser editado em dezembro, a Sony BMG poderá lançar no fim do ano o registro ao vivo do show feito pelo cantor no transatlântico Costa Victoria, em fevereiro, dentro do projeto Emoções em Alto Mar. A gravadora chegou a cogitar a idéia de lançar o DVD em maio, pois os discos do Rei sempre vendem bem na época do Dia das Mães, mas acabou adiando o lançamento. O que acabou sendo até bem providencial.

Visconti pouco faz por Morrissey em CD pálido

Resenha de CD
Título: Ringleader

of the Tormentors
Artista: Morrissey
Gravadora: Trama
Cotação: * * 1/2

Era grande a expectativa por este oitavo álbum de estúdio de Morrissey, sobretudo pela união do mentor do lendário grupo The Smiths com Tony Visconti, o produtor de alguns dos melhores trabalhos lançados por David Bowie nos anos 70. Mas Ringleader of the Tormentors - disco que aportou nas lojas estrangeiras em abril e somente agora chega ao Brasil, via Trama - é bem inferior a You Are the Quarry, o coeso CD de 2004 que mostrou ao mundo que Morrissey ainda não era uma carta fora do baralho fonográfico. Visconti pouco fez pelo artista. A produção é corriqueira, apesar de contar até com coro infantil. O diferencial - e o maior mérito do disco - são as letras, escritas por Morrissey com dose incomum de otimismo que não chega a aniquilar sua habitual melancolia britânica, como já fica claro nos títulos de músicas como Dear God, Please Help me, faixa que tem cordas arranjadas por Ennio Morricone. No todo, paira forte decepção porque talento é o que não falta aos nomes relacionados na ficha técnica deste pálido álbum gravado em Roma. Somente para fãs...

Marina grava DVD do show 'Primórdios' em SP

Marina Lima (foto) vai - enfim! - gravar o DVD do show Primórdios, dirigido por Monique Gardenberg. Previsto para ter sido feito em maio, o registro acontecerá em 29 de novembro em apresentação restrita a convidados da cantora e do patrocinador. O local será o Auditório Ibirapuera, em São Paulo (SP), onde o espetáculo estreou em 2005 e se consagrou como um dos destaques da temporada paulista do ano passado. O show gerou - inclusive - o disco de estúdio Lá nos Primórdios.

Belô Velloso prepara o quinto disco de inéditas

Sem gravar um álbum de inéditas desde 2002, ano em que registrou Pegue ou Largue, Belô Velloso idealiza seu quinto disco de carreira. A rigor, o último CD da cantora - sobrinha de Caetano Veloso e de Maria Bethânia - foi Belô, Samba!, coletânea recém-lançada que inclui três fonogramas inéditos entre sucessos dos primeiros trabalhos da artista. Aliás, Belô (em foto de divulgação de Débora 70) estreou bem no mercado fonográfico - já há dez anos... - com álbum editado pela gravadora Velas em 1996.

Marília canta Carmen em DVD que traz um CD

Criado e dirigido por Maurício Sherman, o musical em que a atriz Marília Pêra interpreta sucessos de Carmen Miranda está sendo lançado em DVD que traz um CD. O roteiro do espetáculo - registrado na sua íntegra somente no DVD (capa ao lado à direita) - compila 43 músicas do ousado repertório da Pequena Notável em 24 números. Na Batucada da Vida, As Cinco Estações do Ano, Uva de Caminhão, Me Respeite, Ouviu?, Lullaby of Broadway, Voltei por Morro, E o Vento Levou e a marcha Cidade Maravilhosa estão em Marília Pêra Canta Carmen Miranda.

12 de novembro de 2006

'Elis', de 1980, é reeditado em formato de DVD

A capa à esquerda é a da edição especial de Elis, o último álbum de Elis Regina, restaurado e remixado pela gravadora Trama. Nas lojas em dezembro, a edição será lançada em formato de DVD, pois, ao álbum original de 1980, foi agregado um DVD com entrevista concedida pela cantora em janeiro de 1982 - dias antes de morrer - ao bom programa Jogo da Verdade, transmitido pela TV Cultura.

O DVD é a isca para fãs da Pimentinha que já tinham comprado a recente reedição de Elis produzida pela EMI, companhia dona dos fonogramas do disco, licenciados pela major inglesa para a Trama durante a negociação do passe da cantora Fernanda Porto.

Além do DVD, a reedição da Trama adiciona ao repertório original versões instrumentais (de Vento de Maio, Calcanhar de Aquiles e Só Deus É Quem Sabe) e a capella (de Trem Azul e Se Eu Quiser Falar com Deus). O encarte reproduz a arte do álbum de 1980. 10!

Byrne prepara compilação de Tim para os EUA

Não... David Byrne não vai lançar o disco Tim Maia Racional nos Estados Unidos - como chegou a ser noticiado no início do ano pela imprensa brasileira. O que o compositor norte-americano prepara, sim, para 2007, é uma coletânea do Síndico, com gravações em inglês realizadas por Tim Maia (1942 - 1998) ao longo de sua carreira. Além de geralmente ter incluído uma ou duas músicas em inglês em seus discos, o cantor (foto) chegou a gravar álbum para o mercado americano, na segunda metade dos anos 70, sem repercussão. Byrne editará a compilação pelo seu selo, Luaka Bop.

Grupo mineiro Strike é a nova aposta da Deck

Já com alguma popularidade conquistada pela internet, o grupo Strike - criado há três anos em Juiz de Fora (MG) - tenta projeção nacional com sua contratação pela gravadora carioca Deckdisc. A banda (foto) já prepara seu primeiro disco, que trará 11 músicas autorais (as letras são do vocalista Marcelo Mancini). Entre elas, Paraíso Proibido e Aquela História, já hits nos shows do quinteto. A produção ficará dividida entre Tuta e Diego Macedo. O Strike é formado por Marcelo Mancini (voz), Rodrigo Maciel (guitarra), André Maini (guitarra), Fábio Perez (baixo) e por Cadu (bateria).

Sai no Brasil a seqüência do DVD 'Buena Vista'

Destaque do lote inicial de seis DVDs que marca a entrada no mercado fonográfico da gravadora carioca Coqueiro Verde Records, criada por Leonardo Esteves (filho de Erasmo Carlos) e Marcos Kilzer, The Sons of Cuba - Buena Vista Next Generation chega às lojas com o status de ser a seqüência do consagrado documentário Buena Vista Social Club. O diretor do filme anterior, Wim Wenders, empresta seu nome e prestígio como apresentador da atual produção, assinada por German Kral. A idéia foi apresentar os novos talentos da música cubana, com a esperança de que eles sejam projetados em escala mundial como aconteceu com os veteranos artistas enfocados no filme, de 1999.

Roteiro oficial do show 'Dentro do Mar Tem Rio'

Construído por Maria Bethânia em parceria com o fiel diretor Fauzi Arap, com quem a intérprete trabalha desde o show Comigo me Desavim (1967), o perfeito roteiro do espetáculo Dentro do Mar Tem Rio tem como matéria-prima as músicas e os textos dos recém-lançados álbuns Mar de Sophia e Pirata. Mas inclui outras composições que versam sobre as águas, tema do show, em cartaz em São Paulo (SP) até domingo, 12 de novembro. Logo na seqüência, o barco de Bethânia (na foto, em cena do show) parte pelo Brasil, numa turnê que deverá se estender até o fim de 2007.

Eis o roteiro de Dentro do Mar Tem Rio, dividido em dois atos, tal como ele foi apresentado na estréia nacional do show em SP:

I Ato
1) Canto de Nanã
2) Floresta do Amazonas / Cantiga da Noiva /
O Bem do Mar
3)
Beira-Mar
4)
Asa Branca
5)
Grão de Mar
6)
O Tempo e o Rio
7)
Kirimurê
8)
Pedrinha Miudinha
9)
História pro Sinhozinho
10)
Cirandas
11)
Onde Eu Nasci Passa um Rio
12)
Santo Amaro
13)
Sereia de Água Doce
14)
De Papo pro Ar
15)
Riacho do Navio
16)
Água de Cachoeira
17)
O Vento
18)
Dona do Raio e do Vento
Intervalo:
Noite de Temporal / Sargaço Mar (instrumental)
II Ato
1)
Memórias do Mar
2) Sonhei que Estava em Portugal /
Marujo Português
3)
Poema Azul
4)
Iemanjá Rainha do Mar
5)
Eu que Não Sei Quase Nada do Mar
6)
A Saudade Mata a Gente
7)
Gostoso Demais
8)
Tristeza do Jeca
9)
Memória das Águas
10)
Atiraste uma Pedra
11)
Lágrima
12)
Cantigas Populares
13)
Filosofia Pura
14)
Canto de Oxum
15)
Debaixo d'Água / Agora
16)
Francisco, Francisco
17)
Meu Divino São José
18)
Movimento dos Barcos
Bis
1) Das Maravilhas do Mar Fez-se o Esplendor de uma Noite
2) A Filha da Chiquita Bacana / Chuva, Suor e Cerveja / Água Lava Tudo