28 de março de 2009

'Transambas' vira subtítulo do álbum 'Zii e Zie'

Bom nome inicialmente cogitado (e logo depois descartado) por Caetano Veloso para batizar o álbum de estúdio que ele gravou em 2008 com a Banda Cê, Transambas acabou sendo um dos dois subtítulos de Zii e Zie (Tios e Tias, em italiano), o CD que a gravadora Universal Music vai lançar em 14 de abril de 2009 (o outro subtítulo, Transrock, aparece na contracapa). Gravado no estúdio AR, no Rio de Janeiro (RJ), o álbum expõe na capa foto da praia do Leblon, o bairro carioca que inspirou uma das músicas inéditas testadas pelo compositor em duas temporadas do show Obra em Progresso para inclusão no disco. O repertório traz regravações de dois sambas, Incompatibilidade de Gênios (João Bosco e Aldir Blanc) e Ingenuidade, dos repertórios dos saudosos Clementina de Jesus e Roberto Ribeiro. A música de trabalho é Sem Cais, parceria de Caetano com o guitarrista Pedro Sá. Eis as 13 faixas de Zii e Zie, que segue estilo indie do inspirador (2006):

1. Perdeu ( Caetano Veloso)
2. Sem Cais (Caetano Veloso e Pedro Sá)
3. Por Quem? (Caetano Veloso)
4. Lobão Tem Razão (Caetano Veloso)
5. A Cor Amarela (Caetano Veloso)
6. Base de Guantánamo (Caetano Veloso)
7. Falso Leblon (Caetano Veloso)
8. Incompatibilidade de Gênios (João Bosco e Aldir Blanc)
9. Tarado Ni Você (Caetano Veloso)
10. Menina da Ria (Caetano Veloso)
11. Ingenuidade ( Serafim Adriano)
12. Lapa (Caetano Veloso)
13. Diferentemente (Caetano Veloso)

Gravado para ser DVD, 'Donatural' chega ao CD

Em 10 de janeiro de 2005, o (belo) show realizado por João Donato no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro (RJ), foi gravado ao vivo para edição em DVD, intitulado Donatural e lançado pela gravadora Biscoito Fino. Quatro anos depois, a mesma Biscoito Fino põe nas lojas o CD com o registro do show em que Donato rebobina parcerias com Caetano Veloso (A Rã), Martinho da Vila (Gaiolas Abertas), Gilberto Gil (Amazonas, Bananeira e A Paz) e Marcelo D2 (Balança). A gravação contou com convidados como Ângela RoRo (Simples Carinho), Leila Pinheiro (E Muito Mais), Emílio Santiago (Vento no Canavial) e os já citados parceiros D2 (em Balança) e Gil (em Bananeira e em A Paz). O CD Donatural já se encontra à venda no site da gravadora Biscoito Fino por R$ 28,90.

Três CDs tentam resumir os 50 anos da Motown

Já editada no Brasil, a festiva e luxuosa compilação Motown 50 - Yesterday > Today > Forever tem a dura missão de resumir em 50 faixas as cinco décadas da gravadora fundada por Berry Gordy Jr. em 14 de dezembro de 1959, na cidade de Detroit (Michigan). Os 50 fonogramas foram escolhidos pelo público através de votação feita a partir de pré-lista que relacionava cerca de 100 históricos fonogramas da gravadora que propagou o soul e o r & b para todos os Estados Unidos na década de 60. Como aponta o texto escrito para o encarte da compilação, a Motown viveu seus anos dourados entre 1961 e 1972, período em que revelou nomes de peso como Michael Jackson (como integrante do grupo Jackson 5), Stevie Wonder, Marvin Gaye (1939 – 1984), Gladys Knight, Diana Ross (lançada no trio The Supremes) e o grupo The Temptations. Eis o magistral repertório selecionado para a coletânea tripla Motown 50 (as faixas estão dispostas em ordem descrescente de votos recebidos na eleição):

CD 1
1. I Want You Back - Jackson 5
2. I'll Be There - Jackson 5
3. Ben - Michael Jackson
4. What's Going on - Marvin Gaye
5. Ain't No Sunshine - Michael Jackson
6. ABC - Jackson 5
7. Do I Love You (Indeed I Do) - Frank Wilson
8. I Heard It Through the Grapevine - Marvin Gaye
9. One Day in your Life - Michael Jackson
10. My Girl - The Temptations
11. This Old Heart of Mine (Is Weak for You) - The Isley Brothers
12. Ain't No Mountain High Enough - Diana Ross
13. Reach Out, I'll Be There - Four Tops
14. You Can't Hurry Love - The Supremes
15. Heaven Must Have Sent You - The Elgins
16. Let's Get It on - Marvin Gaye
17. The Tears of a Clown - Smokey Robinson

CD 2
1. Papa Was a Rollin' Stone - The Temptations
2. What Becomes of the Brokenhearted - Jimmy Ruffin
3. Heatwave - Martha Reeves & The Vandellas
4. Needle in a Haystack - The Velvettes
5. The Tracks of my Tears - Smokey Robinson & The Miracles
6. Ain't Too Proud to Beg - The Temptations
7. Stop! In The Name of Love - The Supremes
8. Stoned Love - The Supremes
9. Baby Love - The Supremes
10. Dancing in the Street - Martha Reeves & The Vandellas
11. Rockin' Robin - Michael Jackson
12. Nowhere to Run - Martha Reeves & The Vandellas
13. Endless Love - Diana Ross & Lionel Richie
14. Twenty Five Miles - Edwin Starr
15. For Once in my Life - Stevie Wonder
16. Get Ready - The Temptations
17. Mercy Mercy Me (The Ecology) - Marvin Gaye

CD 3
1. Behind a Painted Smile - The Isley Brothers
2. Signed, Sealed, Delivered (I'm Yours) - Stevie Wonder
3. Easy - The Commodores
4. Ain't Nothing Like the Real Thing - Marvin Gaye & Tammy
Terrel
5. War - Edwin Starr
6. It's a Shame - The Detroit Spinner
7. Just my Imagination - The Temptations
8. I'll Always Love You - The Detroit Spinner
9. You Are Everything - Diana Ross & Marvin Gaye
10. I'm Still Waiting - Diana Ross
11. When You're Young and in Love - The Marvelettes
12. Going to a Go-Go - The Miracles
13. Don't Leave me This Way - Thelma Houston
14. My Guy - Mary Wells
15. Please Mr. Postman - The Marvelettes
16. Standing in the Shadows of Loved - Four Tops

Black Eyed Peas lança CD com Fergie morena

A foto acima é a primeira imagem de divulgação do novo álbum do grupo Black Eyed Peas, The E.N.D. (The Energy Never Dies), nas lojas a partir de 9 de junho de 2009, pela Universal Music. A novidade é que a até então louríssima Fergie adota visual moreno neste disco. O primeiro single do álbum - Boom, Boom, Pow - já está em rotação nas rádios e pistas. O CD traz 12 inéditas.

Manson disponibiliza faixa de seu sétimo álbum

Marilyn Manson já está disponibilizando em seu site oficial para download gratuito a música We're from America, faixa do sétimo álbum de estúdio do artista, The High End of Low, cujo lançamento mundial está agendado para 27 de maio de 2009 pela Universal Music. Antes da edição do álbum, a gravadora edita a faixa - produzida por Twiggy Ramirez - no formato de single digital. Contudo, embora Manson já tenha gravado em fevereiro o clipe de outra faixa, I Want to Kill You Like They Do in the Movies, o primeiro single oficial do álbum vai ser uma terceira música, Arma...geddon, que já vai ser distribuída às rádios em 13 de abril.

27 de março de 2009

Álbum que Wilco vai lançar em junho traz Feist

Ainda sem título, mas já com lançamento programado para junho de 2009 pela gravadora Nonesuch, o sétimo álbum de estúdio do Wilco conta com a participação da cantora Feist na faixa You and I. O grupo finalizou dez músicas em estúdio da Califórnia (EUA), sob a batuta do produtor Jim Scott. Eis, sem ordem ainda definida, as prováveis faixas do sucessor do sereno Sky Blue Sky (2007):
* Deeper Down
* Conscript (aka I'll Fight)
* One Wing
* Solitaire
* Wilco (the Song)
* Country Disappeared
* Everlasting
* Bull Black Nova
* Sonny Feeling
* You and I

Cine entra na Universal e abre shows do McFly

Banda paulistana que vem chamando grande atenção na cena pop adolescente com seu EP 80s, lançado em 2008, Cine é a nova aposta da Universal Music. A gravadora anunciou nesta sexta-feira, 27 de março de 2009, a contratação do quarteto formado por Dh (voz), Bruno (baixo e voz), Dan (guitarra e programações) e Dave (bateria e voz). O primeiro CD da banda vai ser gravado e lançado ainda este ano. Numa boa estratégia de marketing para ampliar o público dos garotos, a companhia tratou de escalar o Cine para fazer a abertura dos shows que o McFly - grupo inglês cultuado por adolescentes no mundo - vai fazer em maio no Brasil.

Iggy grava música de Jobim em 'Préliminaires'

Parece incrível, mas Iggy Pop - um dos precursores do punk, projetado nos anos 60 como integrante do grupo The Stooges - incluiu uma música de Tom Jobim (1927 - 1994) no álbum que vai lançar em maio de 2009. Iggy regravou How Insensitive - a célebre versão em inglês de Insensatez - no CD Préliminaires, trabalho feito com influências do jazz e do livro A Possibilidade de Uma Ilha, do romancista francês Michel Houellebecq. De acordo com declarações feitas pelo artista em vídeo postado em seu site oficial, o álbum é "mais quieto". O repertório inclui Les Feuilles Mortes, canção francesa da década de 40 que, vertida para o inglês em 1947, gerou Autumn leaves, clássico do jazz norte-americano. Detalhe curioso: a quadrinista e cineasta franco-iraniana Marjane Satrapi vai assinar a arte gráfica do disco de Pop.

Coxon assina capa do álbum 'The Spinning Top'

Com lançamento agendado para 11 de maio de 2009, o sexto CD solo de Graham Coxon, The Spinning Top, expõe na capa pintura assinada pelo próprio guitarrista, projetado nos anos 90 no grupo inglês Blur (que está sendo reativado para série de shows). O disco foi produzido por Stephen Street. De tonalidades acústicas, o álbum vai render de imediato dois singles. O primeiro, In the Morning, sai em 18 de abril em edição limitada. O segundo, Sorry's Army, vai ser lançado um mês depois, em 18 de maio. Ainda não há previsão de edição nacional de The Spinning Top.

26 de março de 2009

Machete aborda 'Carlos, Erasmo' pela metade...

Resenha de Show
Título: Carlos, Erasmo
Artista: Silvia Machete (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 25 de março de 2009
Cotação: * * 1/2

Ainda aturdido com o fim da festa de arromba que acontecia nas jovens tardes dominicais, Erasmo Carlos estava sentado à beira do caminho fonográfico quando André Midani o convidou a trocar a gravadora RGE pela Philips, companhia que então reunia o maior número de estrelas da música brasileira. Lançado em agosto de 1971, o primeiro álbum do Tremendão pela Philips - Carlos, Erasmo - abriu horizontes musicais para o artista com seus ecos tropicalistas e seu mix meio psicodélico de samba, rock e black music. Silvia Machete - que já havia gravado em seu primeiro CD a faixa Gente Aberta, de aura originalmente hippie - foi escolhida para recriar o repertório do álbum em show do projeto Off-Tropicália, apresentado no Rio de Janeiro (RJ) em janeiro de 2009. Foi este espetáculo que Machete reapresentou no carioca Teatro Rival em duas sessões agendadas para 24 e 25 de março de 2009. Contudo, a julgar pela segunda apresentação, quem ficou pelo meio do caminho foi Machete. A cantora revisitou somente seis das 13 faixas do álbum, completando o roteiro com números de seu show anterior, de atmosfera circense que ofusca seu canto.

É pena que Machete não tenha ido fundo no repertório de Carlos, Erasmo. Sua abordagem do álbum é interessante - a julgar pelas seis músicas apresentadas no Rival na parte inicial do show. Sem buscar fidelidade aos arranjos originais, Machete consegue dar colorido próprio ao repertório sem trair a atmosfera indie do disco. 26 Anos de Vida Normal (Marcos e Paulo Sérgio Valle) e Agora Ninguém Chora Mais (Jorge Ben) foram exemplos do êxito da cantora, que erroneamente apresentou o álbum à platéia como o "primeiro disco solo de Erasmo" (foi o sétimo, na verdade). A primeira música foi rebobinada em clima que evocava o samba-rock e o funk que influenciavam as músicas dos irmãos Valle na época. A segunda foi turbinada com vigorosos arranjos vocais que remeteram ao registro cult do Tremendão (a banda era poderosa).

De Noite na Cama, único hit radiofônico do álbum, abriu o roteiro. Do baú deste disco tão bom e ainda tão pouco ouvido, Machete revisitou Ciça, Cecília - música também conhecida como Tema de Ciça em alusão ao fato de ter sido utilizada na trilha sonora da novela A Próxima Atração (Rede Globo, 1971) - e a balada Não te Quero Santa, emendada com Eu Não Sou Nenhuma Santa, música de seu repertório habitual. O link até procedia. Contudo, daí em diante, a cantora esqueceu o objetivo do projeto e fez seu show normal para decepção dos espectadores que estavam ali para ouvir o repertório de Carlos, Erasmo na voz afinada da cantora. Que perdeu a chance de reviver Maria Joana, a música que encerra o álbum do Tremendão, enquanto fazia o tradicional número do bambolê em que finge enrolar baseado. No bis, Machete voltou a cantar músicas de Erasmo, mas escolheu Gatinha Manhosa - balada dengosa da Jovem Guarda que caiu bem na voz macia da cantora - e Ilegal, Imoral ou Engorda, do repertório de Roberto Carlos. Pairou no ar certa decepção pelo fato de a artista ter desvinculado o show de sua proposta original.

DVD exibe a sinfonia gótica de Sarah em igreja

DVD duplo, que está sendo editado no Brasil pela EMI Music neste mês de março de 2009, Symphony - Live in Vienna exibe o belo registro ao vivo do espetáculo feito por Sarah Brightman em imponente igreja da capital austríaca. Turbinado com alguns hits da cantora, como Time to Say Goodbye, o roteiro é baseado no repertório de Symphony (2008), bom álbum em que Brightman arriscou uns tons góticos. Apresentado no DVD 1, o show foi captado em janeiro de 2008 com intervenções de Chris Thompson (em I Will Be with You e The Phantom of Opera), Alessandro Safina (em Canto Della Terra e Sarai Qui) e Fernando Lima (em Pasión). O DVD 2 exibe entrevistas da artista sobre as músicas e sobre a produção da gravação feita na Stephansdome Cathedral. Locação que gerou imagens grandiosas da sinfonia pop.

Oswaldo monta 'Quebra Cabeça Elétrico' ao vivo

Com direção de Roberto de Oliveira, Oswaldo Montenegro grava novos DVD e CD ao vivo em shows agendados para 3 e 4 de abril de 2009, na casa Citibank Hall, em São Paulo (SP). Sem deixar de lado os maiores sucessos do menestrel, casos de Bandolins e de Lua e Flor, o roteiro do espetáculo Quebra Cabeça Elétrico foi montado com músicas de compositores nordestinos como Alceu Valença (Na Primeira Manhã e Agalopado), Belchior (Na Hora do Almoço), Ednardo (Pavão Mysteriozo) e Fagner (Motivo, sobre poema de Cecília Meirelles). A ideia é embalar o repertório com arranjos mais pesados - Montenegro vai tocar guitarra em vez dos habituais violão e viola - para lembrar o início roqueiro do cantor.

Wilson documenta seu pop ensolarado em DVD

Belo álbum de inéditas de Brian Wilson, lançado em 2008, That Lucky Old Sun mostrou que o pop desse eterno beach boy permanece ensolarado. O DVD homônimo que a EMI Music edita no Brasil neste mês de março de 2009 exibe as músicas do CD em calorosas versões ao vivo - capturadas no estúdio A da gravadora Capitol Records - e um bom documentário sobre o processo de criação do disco e a feliz relação do artista com a Califórnia, musa inspiradora de temas como Good King of Love e Forever She'll Be my Surfer Girl. Nos extras, Brian Wilson comenta todas as faixas do CD que mostrou ao mundo que ele ainda é mestre nas harmonias vocais. O velho sol ainda brilha!!

Solo de Da Gama é puxado por música de Liah

Tema da lavra popular de Liah, Se Você é a música que vai puxar o primeiro disco solo de Da Gama, o guitarrista que deixou o grupo Cidade Negra em setembro de 2008. Liah faz vocais na faixa. Intitulado Violas e Canções, o álbum tem seu lançamento previsto para maio de 2009 e agrega na eclética ficha técnica nomes como George Israel, Gerson King Combo e Marcos Valle (parceiro de Da Gama em Ciranda, faixa da qual Arlindo Cruz é o convidado). Amor Proibido (Da Gama e Rick Magia) é outra faixa.

Placebo revela as faixas de 'Battle for the Sun'

Battle for the Sun - o álbum que o Placebo (em foto de Joseph Llanes) vai lançar em 8 de junho de 2009 - tem 12 faixas. O CD foi produzido por David Bottrill e é o primeiro da banda britânica com o baterista Steve Forrest, que ingressou em 2008 no grupo de glam rock. Battle for the Sun é o sexto álbum do Placebo e, de acordo com declarações do vocalista Brian Molko, o repertório segue linha conceitual que faz o CD contar uma história ao longo de suas 12 músicas. Eis as faixas do esperado Battle for the Sun:
1. Kitty Litter
2. Ashtray Heart
3. Battle for the Sun
4. For What It's Worth
5. Devil in the Details
6. Bright Lights
7. Speak in Tongues
8. The Never-Ending Why
9. Julien
10. Happy You're Gone
11. Breathe Underwater
12. Come Undone

25 de março de 2009

Leila foca obra de Gudin com certa linearidade

Resenha de CD
Título: Pra Iluminar
- Ao Vivo
Artista: Leila Pinheiro
e Eduardo Gudin
Gravadora: Tacacá Music
Cotação: * * *

Eduardo Gudin é o parceiro de José Carlos Costa Netto em Verde, o samba que projetou nacionalmente a paraense Leila Pinheiro em 1985 no Festival dos Festivais. De lá para cá, a discografia da cantora volta e meia se entrelaçou com a obra do compositor. Contudo, os laços nunca foram tão estreitos como neste CD Pra Iluminar, em que Leila foca exclusivamente a obra de Gudin com o envolvimento do autor no projeto, captado ao vivo em abril de 2007 em show no Teatro FECAP, em São Paulo (SP). Gudin participou da seleção do repertório, elaborou os arranjos na função de Diretor Musical e ainda se aventurou como cantor em Velho Ateu - o samba que fecha o disco. Pra Iluminar tinha tudo para ser álbum antológico. Contudo, a luz jogada sobre Leila na obra de Gudin é difusa em certos momentos. Há uma certa linearidade - na interpretação e na construção do roteiro - que tira (um pouco) o brilho do disco. As primeiras seis músicas são sambas. O Amor e Eu, Chorei (belo muito conhecido, mas pouco associado a Gudin), Ainda Mais e Mente são sambas nobres nos quais Leila mostra o habitual domínio técnico. Mas é difícil ouvir Mente -faixa embelezada por intervenções do bandolim de Milton Mori - sem recordar o luminoso registro feito em 1978 por Clara Nunes (1942 - 1983). Da mesma forma, Vânia Bastos já transitou pela Paulista com mais intimidade. Leila, no entanto, é cantora segura que alcança picos de densidade emocional em temas que celebram o amor (Luzes da Mesma Luz e a inédita O Amor Veio me Visitar) ou mesmo o fim dele (Obrigado). Pena que estes temas estejam alocados num mesmo bloco que torna o disco, por vezes, pesado. No fim, os sambas voltam a dar o tom. Paulistanamente, o canto de Leila retrata flashes de sampa em Praça 14 Bis e celebra a força do brasileiro e do próprio samba em Neo-Brasil. Por sua vez, Verde já soou com cores mais vivas na voz afinada da cantora. De toda forma, Pra Iluminar é CD que mantém a discografia de Leila Pinheiro nos trilhos. Uns ajustes no roteiro e uma luzes a mais nas interpretações fariam o show crescer em (futuro e provável) DVD.

Feliz, Liza entretém Rio com voz, vigor e humor

Resenha de Show
Título: Liza
Artista: Liza Minnelli (em foto de Ricardo Nunes / divulgação)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 24 de março de 2009
Cotação: * * * *

Visivelmente feliz por estar de volta ao Rio de Janeiro, cidade várias vezes saudada por ela em cena como seu "lugar preferido no mundo", Liza Minnelli mostrou ao público que encheu a casa Vivo Rio na noite de terça-feira, 24 de março de 2009, que ainda é mestra na arte de entreter uma platéia com seu teatro musicado. Intensa, cheia de energia e vitalidade, a artista arriscou até versão em português da marchinha Trevo de Quatro Folhas antes de fechar o segundo ato de seu espetáculo com (presumivelmente) apoteótica recordação do Theme from New York, New York. Dez!
Aos 63 anos, recém-completados no último dia 12 de março, Liza renasceu das cinzas após vencer problemas de saúde que quase a tiraram dos palcos. O espetáculo que a trouxe de volta ao Brasil é o que estreou em dezembro de 2008 na Broadway. Com a voz ainda volumosa, mas sem a emissão límpida de tempos idos, a entertainer norte-americana salpica no roteiro uma ou outra novidade entre seus standards. Com o mesmo entusiasmo com que rebobina Maybe This Time e, claro, o tema principal do filme Cabaret (estrategicamente posicionado ao fim do primeiro ato), a atriz e cantora reverencia a música de Charles Aznavour com número, What Makes a Man a Man, que evoca o universo sonoro das antigas canções francesas. No bis, na contramão do esfuziante tom do espetáculo, ela apresenta um Cole Porter mais íntimo, Ev'ry Time We Say Goodbye, ao lado de seu bom pianista John Rodgers, destaque na orquestra de 12 músicos que acompanha a estrela em cena e executa bem alguns arranjos à moda sinatreana.
A real felicidade demonstrada por estar em cena - aplaudida por público fiel - parece ser o combustível que move Liza nesta volta aos palcos, conduzida pelo também fiel coreógrafo Ron Lewis. Apesar de se movimentar em cena de forma elétrica, ela já não tem a flexibilidade e o fôlego de antes, mas tem consciência de seus limites e tira até partido dessas limitações físicas impostas pelo tempo. Com o mesmo bom humor que põe em Liza with Z, número de tom quase histriônico, a atriz e cantora faz piada com o fato de a cadeira - a quem se dirige jocosamente como honey - que sempre entrou em cena no segundo ato de seus shows atualmente ser requisitada já no primeiro ato. É cena! Também! Pois Liza Minnelli, além de cantora, é sobretudo atriz. Tanto que encena diálogos do musical Chicago (criado por Bob Fosse, o diretor de Cabaret) antes de cantar My Own Best Friend, bom tema da montagem teatral estreada em 1975 que - lamenta Liza em cena - foi excluído do filme produzido em 2002. Enfim, Liza Minnelli ainda é Liza Minnelli. Ela deu no Rio show de amor à arte e à vida...

O disco em que Ângela arriscou todos os temas

No ano de 1970, Ângela Maria conseguiu voltar às paradas quando lançou pela gravadora Copacabana o álbum Ângela de Todos os Temas, que, como o título sugere, foi uma tentativa ótima da Sapoti de costurar repertório de várias épocas e estilos. A gravação de Gente Humilde - tema de Garoto, bem letrado por Chico Buarque com Vinicius de Moraes - abriu o disco e obteve alguma repercussão nas rádios. Ora reeditado pela EMI Music em série de dez títulos até então inéditos, o álbum inclui músicas de Noel Rosa (Último Desejo), Dorival Caymmi (Noite de Temporal), Caetano Veloso (Os Argonautas) e Edu Lobo (Pra Dizer Adeus, feita com Torquato Netto). Com este disco, a cantora tentou se conectar à MPB que se firmava nas paradas após a euforia da era dos festivais.

Volta disco em que Cauby fez links com a MPB

Nos anos 70, Cauby Peixoto já não tinha nem um décimo da popularidade da década de 50. Produto da era mais dourada do rádio brasileiro, o cantor tentou em 1972 links com a MPB que dominava a fase pós-festivais em seu único disco gravado pela extinta Odeon, Superstar, LP relançado pela primeira vez em CD neste mês de março de 2009 dentro de série de dez reedições da EMI Music. Sem abandonar por completo seu repertório popular e seu estilo over e exuberante, Cauby regravou músicas de Caetano Veloso (Os Argonautas), Chico Buarque (Valsinha, parceria de Chico com Vinicius de Moraes) e Roberto Carlos (Detalhes, lançada pelo Rei no ano anterior). Contudo, Cauby já não era um superstar naquele momento e o disco obteve repercussão moderada. Somente oito anos depois, em 1980, ao ganhar Bastidores de Chico Buarque, o cantor conseguiu a projeção que almejara em vão em Superstar.

24 de março de 2009

Em CD, o divino 'Momento de Amor' de Elizeth

Um dos discos mais inspirados de Elizeth Cardoso (1920 - 1990), Momento de Amor - lançado em 1968 pela extinta gravadora Copacabana - ganha reedição em CD em série de relançamentos da EMI Music. A Divina estava no auge vocal e os arranjos detalhistas do maestro Ciro Pereira e de Luiz Chaves (do afiado Zimbo Trio) valorizam repertório impecável. Aberto e encerrado com músicas de Tom Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980), Derradeira Primavera e Insensatez, Momento de Amor reúne temas do então novato Chico Buarque (Carolina e o samba Lua Cheia, composto com Toquinho), de Edu Lobo (Pra Dizer Adeus, com Torquato Neto) de Durval Ferreira (Chuva, parceria com Pedro Camargo) e de Eumir Deodato (Razão de Viver, com Paulo Sérgio Valle), entre outros compositores. A reedição é pobre, mas, neste caso, há a reprodução da contracapa do LP original na qual há texto de Sérgio Porto (1923 - 1968) - um dos últimos do cronista - sobre o disco e o momento (divino!) de Elizeth Cardoso.

(Falta de) revisão desvaloriza o CD de 'Andança'

Um dos poucos títulos da bela discografia de Beth Carvalho que ainda não tinha ganhado reedição em CD (no Brasil...), Andança - primeiro álbum da cantora, lançado em 1969 - chega ao formato digital em reedição que evidencia a falta de cuidado da gravadora EMI Music com a atual série de dez relançamentos produzida por Thiago Marques Luiz. A ponto de a faixa Fechei a Porta estar grafada na contracapa e no encarte como Fechei a 'Parta'. Outro erro diz respeito ao crédito de Vinicius de Moraes (1913 - 1980) na autoria de Um Amor em Cada Coração. No magro encarte, o nome do poeta é escrito de forma errada: Vinicius de Moares. Revisão (ou falta de) à parte, o álbum - gravado com as fartas participações dos grupos Som Três e Golden Boys - tem alguns momentos interessantes, apesar do repertório irregular que evoca a era dos festivais da canção (Beth despontou num deles, em 1968, defendendo Andança com os Golden Boys). Dois destaques são Sentinela (de Milton Nascimento) e Nunca (Lupicínio Rodrigues).

'Coração' de Alaíde bate forte em reedição fraca

Magistralmente produzido por Milton Nascimento, com piano e os arranjos de João Donato, Coração é um grande disco de Alaíde Costa que chega, enfim, ao CD em série produzida por Thiago Marques Luiz para a EMI Music. Lançado em 1976, Coração ainda bate forte pela alta qualidade do repertório e pela luxuosa ficha técnica, na qual figuram músicos egressos do mineiro Clube da Esquina como o guitarrista Toninho Horta, o baixista Novelli e o baterista Robertinho Silva. Ivan Lins toca piano em Corpos, parceria sua com Vítor Martins que Alaíde lançou neste álbum e foi regravada por Elis Regina (1945 - 1982) - assim como Pé sem Cabeça (Danilo Caymmi e Ana Terra). O repertório inclui Catavento, um tema de Milton Nascimento, dado a Alaíde para Coração. A reedição é pobre de informações - a exemplo dos demais nove títulos da série - mas, ao menos, foi feita uma remasterização decente. Vale ouvir!

'Cheiro de Mato' chega ao CD cheio de omissões

Um dos mais bonitos títulos da discografia coesa da violonista Rosinha de Valença (1941 - 2004), lançado em 1976 pela gravadora Odeon, o ruralista Cheiro de Mato ganha sua primeira reedição em CD em série da EMI Music que traz dez títulos para o formato digital, mas peca pela ausência total de informações. Cheiro de Mato, por exemplo, omite a participação de Miúcha na faixa Cabocla Jurema e tampouco relaciona os nomes dos músicos (Sivuca, Jamil Joanes, Copinha, Perinho Albuquerque e João Donato, entre outros virtuoses) e arranjadores (Francis Hime, Chiquinho Braga e Célia Vaz) que deram forma a músicas como Os Grilos São Astros, Madrinha Lua e Usina de Prata. Cheiro de Mato foi um dos discos em que a violonista Rosinha de Valença se aventurou como cantora e serviu de base para o tributo prestado à artista por Maria Bethânia no belo disco Namorando a Rosa (2005). É pena que o desleixo dessa coleção produzida por Thiago Marques Luiz desvalorize a reedição do disco da saudosa Rosinha.

Daniela adia álbum 'Canibália' e cancela shows

Daniela Mercury adiou o lançamento de seu álbum Canibália para o segundo semestre de 2009. Por conta do adiamento, a cantora cancelou os shows que faria em abril no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP) para dar o pontapé inicial na turnê do disco. Entre inéditas como Oyá por Nós (primeira parceria da artista com Margareth Menezes), Sol do Sul (reggae composto por Daniela com seu filho, Gabriel Póvoas), Dona desse Lugar (faixa de temática indígena) e Trio em Transe (tema que cita na letra várias personagens femininas da literatura do escritor Jorge Amado), o repertório inclui releituras de sucessos de Dorival Caymmi (1914 - 2006) e Zequinha de Abreu (1880 - 1935). De Caymmi, Daniela - vista acima em foto de Michel Ray - revive os sambas O que É que a Baiana Tem? e Samba da Minha Terra. De Zequinha, a música eleita é o chorinho Tico-Tico no Fubá - lançado em disco em 1931.

Rosa retrata poesia de Cacaso em íntimo álbum

Resenha de CD
Título: Álbum de
Retratos
Artista: Rosa Emília
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * * * 1/2

Por ter sido casada com o poeta Cacaso, Rosa Emília - cantora brasileira radicada na Itália - tem natural intimidade com a obra de Antonio Carlos de Brito (1944 - 1987). No texto que escreveu para o encarte de seu sexto disco, Álbum de Retratos, Emília conta que viu nascer algumas das 13 canções selecionadas por ela para este CD dedicado à obra musical do também letrista Cacaso. Em boa forma vocal, a cantora retrata a poesia de Cacaso num álbum belo e sensível - qualidades perceptíveis já na primeira música, Triste Baía da Guanabara (Novelli e Cacaso), entoada em registro distante da solenidade camerística da recente (e linda) gravação de Virgínia Rodrigues. O charme do disco é contar com as participações dos parceiros de Cacaso em suas respectivas músicas feitas com o poeta. Se Olivia Byington faz harmonioso dueto com Emília em Clarão, Sueli Costa toca piano em Álbum de Retratos e Eu te Amo, faixas de contornos mais classicistas (a segunda merece ser mais conhecida pelo público, pois expõe Sueli e Cacaso em suas melhores formas). Já Filó Machado insere seu violão gingado no samba Perfume de Cebola. Na segunda metade do disco, uma seqüência de tom ruralista - Fazendeiro do Mar (com o violão e a voz profunda de Sérgio Santos), Beira Rio (tema mais sensual, adornado com o violão e a voz de Joyce) e Dona Doninha (outra pérola que conta com o piano da co-autora Sueli Costa) - ratifica a beleza deste álbum que, distante da obviedade, oferece mais alguns flashes da (imortal) poesia musical de Cacaso.

23 de março de 2009

Roberto festeja 50 anos de carreira com shows

Roberto Carlos anunciou em entrevista coletiva concedida em São Paulo (SP) nesta segunda-feira, 23 de março de 2009, o ciclo de eventos que celebra seus 50 anos de carreira ao longo deste ano. A série do projeto ItaúBrasil tem início em 19 de abril, aniversário do cantor, com um show no Estádio Sumaré, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), terra natal do Rei. A turnê comemorativa vai passar por 20 cidades brasileiras com escalas internacionais nos Estados Unidos (em Nova York, Miami, Las Vegas, São Francisco, Chicago, Washington, Boston, Orlando e em Los Angeles), México, Porto Rico, República Dominicana, Chile, Argentina e países afins.
Dentro da turnê nacional, um dos shows mais importantes foi agendado para 11 de julho, no estádio carioca do Maracanã. Estima-se que o espetáculo vai ser assistido por cerca de 60 mil pessoas. Contudo, os grandes momentos serão os shows especiais programados para São Paulo (SP). Em 26 de maio, Elas Cantam Roberto vai levar 14 cantoras ao palco do Theatro Municipal de São Paulo para reviver o cancioneiro do Rei. Especula-se que Gal Costa, Ivete Sangalo, Maria Bethânia e Marisa Monte estariam no elenco. Em 11 de agosto, será a vez de ídolos do pop nacional se juntarem no Ginásio Ibirapuera para cantar músicas do cantor no espetáculo intitulado Roberto Carlos Rock Symphony. Já em março de 2010 o Estádio do Pacaembu sediará o show Emoções Sertanejas, com duplas e cantores do gênero. Roberto Carlos vai participar de todos esses espetáculos. Que podem virar CD e DVD!!

Ainda dentro do ciclo de eventos do ItaúBrasil, a Expo RC 50 Anos vai exibir objetos e imagens do cantor para contar 50 anos de sua história profissional de forma interativa com o público. A curadoria da megaexposição - que vai ser inaugurada em janeiro de 2010, na OCA, do Parque Ibirapuera (SP) - é de Marcelo Dantas.

Inéditas de Amy teriam desagradado gravadora

A informação não é oficial, por ora. No entanto, de acordo com o tablóide inglês The Sun, as músicas inéditas compostas por Amy Winehouse para seu terceiro álbum teriam deixado decepcionados os executivos da gravadora Island. Gestado na temporada passada pela artista numa ilha do Caribe, o autoral repertório da cantora estaria (bem mais) voltado para o reggae, longe do soul que consagrou Amy Winehouse no álbum Back to Black (2007). Da mesma forma, as letras de tonalidades mais sombrias também não teriam contentado os diretores da Island. Porém, tudo pode não passar de boatos. Demos dessas músicas foram gravadas por Amy.

Registros inéditos de Hendrix geram CD e DVD

E continua a exploração do baú - aparentemente sem fundo - de Jimi Hendrix (1942 - 1970). Os registros das apresentações feitas pelo grupo Jimi Hendrix Experience no Royal Albert Hall - em Londres, Inglaterra - entre 18 e 24 de fevereiro de 1969 vão gerar em 2009 o lançamento de dois CDs e um DVD, este com imagens inéditas do guitarrista. É que, por ocasião desses shows britânicos do músico, uma câmera o seguiu por um mês, captando tomadas do artista em casa, no palco e em vários pontos de Londres. Esse material está sendo editado para virar DVD que sai ainda este ano.

Costello lança álbum de country em 1º de junho

Elvis Costello - à direita numa imagem de Alice Arnold - vai lançar em 1º de junho de 2009 um álbum voltado para ritmos como o country e o bluegrass. Intitulado Secret, Profane and Sugarcane, o disco foi gravado em três dias num estúdio de Nashville - a meca do country norte-americano - com produção T Bone Burnett. No repertório, o cantor revisita um tema do repertório de Bing Crosby (1903 - 1977) - Changing Partners, a faixa que fecha o disco - e apresenta sua segunda parceria com Loretta Lynn, I Felt the Chill. Eis as (13) faixas de Secret, Profane and Sugarcane:

1. Down among the Wine and Spirits
2. Complicated Shadows
3. I Felt the Chill
4. My All Time Doll
5. Hidden Shame
6. She Handed me a Mirror
7. I Dreamed of my Old Lover
8. How Deep Is the Red
9. She Was No Good
10. Sulfur to Sugarcane
11. Red Cotton
12. The Crooked Line
13. Changing Partners

Ivete lança 'Pode Entrar' em abril com inéditas

O reggae Vale Mais (de autoria de Ramón Cruz) e a baladinha Agora Eu Já Sei estão entre as 14 músicas inéditas incluídas por Ivete Sangalo no CD e DVD Pode Entrar. Todo gravado no estúdio que Ivete montou na sua casa, em Salvador (BA), o projeto conta com adesões de Carlinhos Brown, Marcelo Camelo, Maria Bethânia, Lulu Santos e de Saulo Fernandes, entre outros nomes. O grupo Aviões do Forró é o convidado da faixa Sintonia e Desejo. Na Base do Beijo e Não me Faça Esperar são outras músicas do CD e DVD. O repertório rebobina a já conhecida Cadê Dalila? - o hit da artista no último Carnaval da Bahia. O CD Pode Entrar chega às lojas em abril de 2009. Já o DVD vai ser lançado pela gravadora Universal Music - em parceria com o selo da cantora, Caco Discos - em maio.

Guinga põe Paulo Sérgio no cordão da saudade

Parceria - inédita - de Guinga com Pedro Carneiro que evoca com nostalgia o tempo das marchas-ranchos, Saudade do Cordão dá título ao CD e ao DVD gravados por Guinga com o clarinetista Paulo Sérgio Santos. O CD (veja capa à direita) chega às lojas ainda neste mês de março de 2009, via Biscoito Fino, com 14 das 20 músicas captadas ao vivo em 27 de setembro de 2008 numa sessão de estúdio em Araras (Petrópolis - RJ). Tema de Guinga, composto em Brasília (DF), Porto da Madama é uma outra novidade do repertório que revisita músicas como Senhorinha, Cine Baronesa, Nem Cais Nem Barco e Constance. Lenine pôs voz em Saci, única faixa cantada do projeto que une o violão de Guinga ao clarinete de Paulo Sérgio Santos. Mário de Aratanha assina a produção. Dez!

Marr e Xenomania não alteram o som dos Boys

Resenha de CD
Título: Yes
Artista: Pet Shop Boys
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * 1/2

Lançado nesta segunda-feira, 23 de março de 2009, Yes é o primeiro álbum de inéditas da dupla Pet Shop Boys desde o forte Fundamental (2006). A colaboração do grupo Xenomania em três faixas - inclusive no primeiro single do álbum, Love Etc. - e as ótimas intervenções do guitarrista do extinto grupo inglês The Smiths, Johnny Marr, não alteram essencialmente o som do duo britânico. Boas faixas como All over the World e Beautiful People remetem ao pop dance feito por Neil Tennant e Chris Love nos anos 80. A guitarra de Marr brilha especialmente em Did You See me Coming? - outro trunfo do repertório. Contudo, Yes não consegue manter o pique inicial. A primeira metade é bem superior à segunda, na qual figura a enjoada balada King of Rome. Building a Wall se impõe nessa segunda metade pela pulsação inebriante e é hit certo nas pistas. Já Legacy desacelera os beats em letra GLS que versa sobre a trajetória de Tony Blair, político britânico, militante da causa gay sempre abraçada pelos Pet Shop Boys. No todo, o CD é bom. Mas faixas como More than a Dream, mais chatinhas, indicam que o duo nem precisa do grupo Xenomania para voltar a bombar forte.

Biscoito Fino distribui 'Balaio de Amor' de Elba

Elba Ramalho chegou a cogitar distribuir seu álbum Balaio de Amor pela multinacional EMI Music. Contudo, a cantora acabou optando pela gravadora Biscoito Fino, que põe nas lojas já em abril o disco de xotes e baiões românticos feito por Elba em 2008 de forma independente, com produção de Cezinha do Acordeom, autor da faixa Recado. O repertório apresenta inéditas de Nando Cordel e Dominguinhos, porém o que predomina no balaio são músicas já conhecidas pelo povo nordestino, das lavras populares de compositores como Maciel Melo, Accioly Neto, Xico Bizerra, Flávio Leandro, Jorge de Altinho e Petrúcio Amorim - todos bem pouco conhecidos no eixo Rio-São Paulo. Na sequência da edição de Balaio de Amor, Elba planeja gravar disco dedicado à obra de Zé Ramalho (Chico Buarque é a outra boa opção da intérprete).

22 de março de 2009

'Re:Generations' atualiza Cole sem degenerá-lo

Resenha de CD
Título: Re:Generations
Artista: Nat King Cole
e convidados
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Já imaginou ouvir Nature Boy, uma das gravações mais belas e célebres de Nat King Cole (1919 - 1965) com os bons barulhinhos eletrônicos do grupo norte-americano TV on the Radio? A inusitada junção destes dois universos musicais tão díspares pode ser conferida na (razoável) faixa que encerra Re:Generations, álbum em que vários nomes da cena musical contemporânea - a maioria egressa do universo do hip hop - faz intervenções nos registros originais do cantor e pianista que marcou época, nos anos 50 e 60, na música norte-americana. Ainda inédito no Brasil, o CD não é indicado para puristas. Para estes, já existem no mercado as repetitivas coletâneas com as gravações originais de Cole que a gravadora EMI Music põe nas lojas em intervalos regulares. A intenção de Re:Generations é atualizar o som de Cole - objetivo atingido sem degenerar a música do artista. Tanto que sua filha, Natalie Cole, avaliza a investida e figura numa das melhores faixas, Straighten up and Fly Right, faixa produzida por will.i.am com os vocais de Natalie e sem diluir o suingue jazzy da gravação original de 1943. Bom resultado alcança também Cee-Lo ao remixar Lush Life, faixa introduzida intencionalmente com os chiados característicos dos discos de 78 rotações por minuto. Às cordas e à voz da gravação original, Cee-Lo adicionou batidas funkeadas numa interação tão interessante quanto a ponte EUA-Jamaica-África erguida por Damian Marley e Stephen Marley na revisão de Calypso Blues. Já Cut Chemist (nome artístico do cult DJ norte-americano Lucas MacFadden) envereda pela trilha da latinidade ao remexer em Day in Day Out em caminho parecido com o seguido pelo rapper Michaelangelo L'Acqua - da cena mais underground - ao intervir na Brazilian Love Song ao lado de Bebel Gilberto. A cantora entoa versos em português, mas, no caso, a mistura desanda. Até porque os vocais de Cole perdem força na abordagem gringa do suingue brasileiro. No geral, De:Generations soma mais acertos do que erros. Mas precisa ser escutado com o coração e os ouvidos abertos para a ótima proposta de tornar contemporâneo o som de Nat King Cole.

'Malhação 2009' traz gravação nova de Gabriel

Atuante na cena indie, desde o fim de seu contrato com a gravadora Sony Music, Gabriel O Pensador lança boa música nova, Tudo Certo. Parceria do rapper com André Gomes, o suingante rap foi incluído na trilha nacional da temporada 2009 do seriado adolescente Malhação, exibido pela Rede Globo. O CD chega às lojas esta semana pela gravadora Som Livre e - além do azeitado registro inédito do Pensador, que sampleia trecho da gravação de É Disso que o Velho Gosta (Gildo Campos e Berenice Campos) - traz outros fonogramas exclusivos. Intérprete da personagem Yasmin Fontes, a atriz Mariana Rios canta Incendeia. Já a banda que atua na trama juvenil, Auto Sustentável, figura no disco com a gravação de 2 Mundos. As duas músicas são de Rogério Vaz. Contudo, o que predomina na trilha é o pop rock padronizado de bandas como Strike, NX Zero (Bem ou Mal, o tema de abertura do seriado) e Cia.

Quatro reedições em vinil vão reviver o Nirvana

Quatro títulos da discografia do Nirvana vão ganhar reedições em vinil no exterior até o fim de 2009. O selo Sub Pop vai relançar no antigo formato o álbum de estréia da banda de Kurt Cobain (1967 - 1994), Bleach (1989). Já a gravadora Original Recordings Group (ORG) prepara as reedições em vinis da obra-prima Nevermind (1991), de In Utero (1993) e de MTV Unplugged (1994). Todos já foram lançados em vinil. Em abril, a morte de Cobain completa 15 anos - efeméride que deve gerar tributos ao Nirvana e ao astro.

Young abre em junho arquivo de registros raros

Archives - a série de raros registros de shows de Neil Young - tem lançamento agendado para 2 de junho de 2009. A coleção de dez títulos vai estar disponível nas lojas (dos Estados Unidos) nos formatos de CD, DVD e blu-ray. O pacote com dez DVDs vai ser vendido por 199 dólares - preço que pula para 399 dólares se o consumidor optar pelo blu-ray. Já os dez CDs custarão 99 dólares.