20 de fevereiro de 2010

Três cantores que estão aí para serem ouvidos...

Resenha de Show
Título: Estamos Aí
Artistas: Marcos Sacramento, Moyseis Marques e Pedro Miranda
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 19 de fevereiro de 2010
Foto: Mauro Ferreira
Cotação: * * * *
Em cartaz até sábado, 20 de fevereiro de 2010, às 19h30

"Já tá na hora de sair do underground" , mandou recado, com uma certa ironia, Marcos Sacramento, criando novo sentido para o verso de Dia Santo Também, samba de Paulo Padilha entoado pelo cantor em Estamos Aí, o inédito show que reúne Sacramento, Moyseis Marques e Pedro Miranda. Ideia de Sacramento, o show mostra que há, sim, boas vozes masculinas no país das cantoras. "Olhe pro lado, estamos aí...", pedem os três em verso da inédita parceria de Moyseis com Zé Paulo Becker que abre e fecha (no bis) o bem-amarrado roteiro de Estamos Aí. Por mais que seus timbres não sejam especiais, como os de Emílio Santiago e Ney Matogrosso, os três cantam bem, dividem melhor ainda (Pedro e Sacramento, em especial) e merecem (maior) atenção do público.

Desde o início vivaz do show, quando os três defendem juntos temas como Meio-Tom (Rubinho Jacobina) e Panos e Planos (Luiz Carlos Máximo e Moyseis Marques), transparece o clima de real camaradagem entre os três cantores. Tal entrosamento acaba contagiando o público e dando leveza ao show. Até porque os três se movimentam no palco com alegria - aparentemente dividindo a cena com prazer e sem egotrips - enquanto apresentam as músicas do roteiro que embaralha composições dos álbuns lançados pelos intérpretes em 2009, ano em que Pedro se consagrou na mídia com Pimenteira, Sacramento lançou repertório contemporâneo em Na Cabeça e Moyseis investiu no romantismo em Fases do Coração. Coincidentemente, Cartas de Metrô - samba de Moyseis - foi gravado tanto pelo autor como por Pedro, o que motivou curioso dueto no show. Aliás, falando em duos, Desconsideração se impõe como número especial. Teatrais, Sacramento e Moyseis encenam no palco do Teatro Rival a disputa sugerida pelos versos do samba de Luiz Flávio Alcofra. No fim, o duelo se torna vocal, com os dois cantores mostrando habilidade nos scats. Dá empate! Na sequência, o bloco de maior intensidade emocional do roteiro arranca entusiásticos aplausos do público. É quando Sacramento interpreta, com doses exatas de dor e orgulho, os versos da valsa Número Um (Mário Lago e Benedito Lacerda). Os violões de Luis Filipe de Lima e Luis Flávio Alcofra criam um clima seresteiro que ganha tons ruralistas quando Pedro Miranda defende Baticum (Maurício Carrilho e Paulo César Pinheiro) em interpretação que culmina emocionante, com o cantor de olhos marejados. Por sua vez, Moyseis Marques roça o acerto dos colegas ao apresentar belo tema autoral (composto com João Callado) que, embora seja inédito, parece vir de tempos passados. Na sequência, Moyseis mantém o pique vocal e poético com Oitava Cor, número que somente esmaece quando ele força o coro da plateia, pois o samba de Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008) é difícil de ser acompanhado.

Com o toque de afro-samba, Receita de Maria (Moyseis Marques) faz a apropriada transição dos temas mais doídos para as músicas de maior vivacidade rítmica. O samba fala de mar, o que propicia o link perfeito com a Chula Cortada, de Roque Ferreira. Da Bahia, o roteiro sobe pelo Nordeste e cai no tom forrozeiro do O Vendedor de Caranguejo, pérola de Gordurinha (1922 - 1969), compositor nascido na mesma Bahia que inspirou Roque Ferreira a compor pérolas como o Samba de Dois-Dois, defendido com alegria por Pedro Miranda, pai de gêmeas, às quais ele dedica o número. Ode a Cosme e Damião, a letra do samba é de Paulo César Pinheiro, também autor dos versos provocadores de Cai Dentro, samba em que Sacramento se confirma craque no suingue e na divisão. No fim, já reunidos, os três cantam O Samba É meu Dom e Nomes da Favela - dois sambas em que, novamente, brilha a pena afiada de Paulo César Pinheiro - até encerrar o show (antes do bis) com Canto de Quero Mais (Moyseis Marques e Zé Paulo Becker), samba apropriado para fechar roteiros. Enfim, por mais que uma ou outra música não esteja à altura dos cantores, e por mais que algumas falas dos artistas não tenham o humor imaginado por eles, Estamos Aí é grande show que reafirma o talento de três intérpretes que, por mais que sejam incensados pela crítica, ainda precisam dos ouvidos do público. Olhe pro lado, como diz o verso do tema que batiza o show: Marcos Sacramento, Moyseis Marques e Pedro Miranda estão aí! E, ao contrário do que cantam com certa ironia em Meio-Tom, seus problemas não estão nas cordas vocais.

Marcos, Moyseis e Pedro vão da valsa ao samba

O samba é um dom de Moyseis Marques (à esquerda na foto de Mauro Ferreira), Marcos Sacramento e Pedro Miranda. Mas tem chula e até valsa, Número Um (Mário Lago e Benedito Lacerda, 1939), no roteiro de Estamos Aí, o inédito show que junta em cena os três cantores - bravos solistas masculinos em busca de maior projeção nacional no país das cantoras. O samba que passou a dar nome ao show é inédito, tendo sido composto por Moyseis com Zé Paulo Becker especialmente para ser incluído no roteiro. Idealizado por Sacramento e inicialmente intitulado Vozes, o show estreou com brilho na noite de sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010, no carioca Teatro Rival (RJ), onde fica em cartaz até este sábado, 20 de fevereiro. Eis o primoroso roteiro seguido na vivaz estreia pelos cantores - que se revezaram em solos, duetos e trios:

Marcos Sacramento, Moyseis Marques e Pedro Miranda:
1. Estamos Aí (Zé Paulo Becker e Moyseis Marques)
2. Meio-Tom (Rubinho Jacobina)
3. Minha Palhoça (J. Cascata)
4. Panos e Planos (Luiz Carlos Máximo e Moyseis Marques)
5. Pimenteira (Roque Ferreira)
Marcos Sacramento:
6. Morena (Maurício Carrilho e Paulo César Pinheiro)
Marcos Sacramento e Pedro Miranda:
7. Dia Santo Também (Paulo Padilha)
Pedro Miranda:
8. Hello, my Girl (Silvio da Silva)
Pedro Miranda e Moyseis Marques:
9. Cartas de Metrô (Moyseis Marques)
Moyseis Marques:
10. Mágoa (Toninho Geraes e Roque Ferreira)
Moyseis Marques e Marcos Sacramento:
11. Desconsideração (Luiz Flavio Alcofra)
- com citação de O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
Marcos Sacramento:
12. Número 1 (Mário Lago e Benedito Lacerda)
Pedro Miranda:
13. Baticum (Maurício Carrilho e Paulo César Pinheiro)
Moyseis Marques:
14. És (Moyseis Marques e João Callado)
15. Oitava Cor (Luiz Carlos da Vila, Sombra e Sombrinha)
16. Receita de Maria (Moyseis Marques)
Moyseis Marques e Pedro Miranda:
17. Chula Cortada (Roque Ferreira)
18. O Vendedor de Caranguejo (Gordurinha)
Pedro Miranda:
19. O Sapo no Saco (Jararaca)
20. Samba de Dois-Dois (Roque Ferreira e Paulo C. Pinheiro)
Marcos Sacramento (com Pedro Miranda na citação de Telecoteco):
21. Cai Dentro (Baden Powell e Paulo César Pinheiro)
22. Na Cabeça (Luiz Flávio Alcofra e Marcos Sacramento)
Marcos Sacramento, Moyseis Marques e Pedro Miranda:
23. O Samba É meu Dom (Wilson das Neves e Paulo C. Pinheiro)
24. Nomes de Favela (Paulo César Pinheiro)
25. Canto de Quero Mais (Zé Paulo Becker e Moyseis Marques)
Bis:
26. Estamos Aí (Zé Paulo Becker e Moyseis Marques)

Anna volta ao 'Bloco do Prazer' com Quizomba

Frevo de Moraes Moreira e Fausto Nilo, propagado por Gal Costa em compacto de 1982, Bloco do Prazer é uma das quatro músicas que Anna Ratto vai puxar na gravação do primeiro DVD do bloco carioca Quizomba, do qual foi integrante por quatro anos. Agendada para este sábado, 20 de fevereiro de 2010, a gravação vai ser feita em show do grupo no Circo Voador (RJ). Além de Bloco do Prazer, Anna vai cantar Ijexá (Edil Pacheco), É d'Oxum (Gerônimo com Vevé Calazans) e Magalenha (Carlinhos Brown).

'Head First', do Goldfrapp, sai em 22 de março

Com seu primeiro bom single, Rocket, já vazado na internet há um mês, o quinto álbum de estúdio do Goldfrapp, Head First, tem seu lançamento mundial confirmado para 22 de março de 2010 (a data inicial era 8 de março). Nas palavras dos integrantes duo britânico, Alison Goldfrapp e Will Gregory, o disco tem "uma corrente veloz de otimismo synth, euforia, fantasia e romance". Eis as nove faixas do álbum, o sucessor de Seventh Tree (2008):
1. Rocket
2. Believer
3. Alive
4. Dreaming
5. Head First
6. Hunt
7. Shiny and Warm
8. I Wanna Life
9. Voicething

19 de fevereiro de 2010

Último CD de Sá, Rodrix & Guarabyra nas lojas

Prevista de início para 2009, a edição - pelo selo Roupa Nova Music - do último disco de Sá, Rodrix & Guarabyra, Amanhã, chegará efetivamente às lojas nos primeiros dias de março de 2010, com distribuição da Microservice. Forçosamente desfeito com a morte súbita de Zé Rodrix (1947 - 2009), em 22 de maio de 2009, o trio gravou Amanhã em 2008. Com produção e arranjos vocais de Tavito, o disco apresenta músicas inéditas como Caminho de São Tomé, Amar Direito, Os Dez Mandamentos do Amor, O Dia do Rio, Cidades Meninas e Marina, Eu Só Quero Viver. O CD tem 12 faixas.

Compilação coleta hits e raras da obra de Lang

Já lançada nos Estados Unidos em 9 de fevereiro de 2010, a coletânea dupla Recollection junta standards e fonogramas raros - até então ausentes - da discografia oficial de k.d. Lang. De quebra, ainda lança uma inédita, Beautifully Combined. Editada pelo selo Nonesuch, Recollection celebra - com seis meses de atraso - os 25 anos de carreira da artista canadense, que debutou no mercado fonográfico em agosto de 1984 com o álbum independente A Truly Western Experience. Entre as gravações que estavam dispersas na obra de Lang, há Golden Slumbers/The End (registrada em 2006 para a trilha sonora do filme Happy Feet), So in Love (tema de Cole Porter recriado em 1990 pela artista para Red Hot and Blue, tributo beneficente ao compositor) e Calling All Angels (um dueto feito por Lang com a canadense Jane Siberry para álbum da colega conterrânea). E por falar em duos, Recollection também repõe em pauta encontros de k.d. Lang com Roy Orbinson (em Crying) e Tony Bennett (em Moonglow). Recollection vai ganhar em breve edição brasileira.

Duo Ministereo produz disco solo de Pedro Luís

Após passar (quase) 15 anos se dividindo entre a liderança do grupo A Parede e a militância no Monobloco, Pedro Luís vai lançar o seu primeiro trabalho solo. A produção do disco está a cargo do Ministereo, esperto duo carioca formado por Jr. Tostoi com Rodrigo Campello. O lançamento do CD solo de Pedro - à esquerda em foto de Guito Moretto - está agendado para o primeiro semestre de 2010.

Kidjo conecta os sons de Benin ao soul em 'Oyo'

Angelique Kidjo conecta o funk, o soul e o r & b norte-americanos aos sons afros de Benin em seu décimo álbum de estúdio, Oyo, produzido por Jean Hebrail e lançado na Europa neste mês de fevereiro de 2010. Com intervenções de Dianne Reeves (em Monfe Ran) e John Legend (em Move on Up, da seara de Curtis Mayfield), o disco é - na definição de Kidjo - uma volta às raízes. A artista africana entoa canção tradicional da Benin natal (Atcha Houn) e acalanto popularizado na voz de Miriam Makeba (1932 - 2008) - Lakutshona Llanga - entre incursões pelos repertórios de Santana (Samba Pa Ti, com o toque do trompete de Roy Hargroove), James Brown (Cold Sweat) e Otis Redding (I've Got Dreamed to Remember). Oyo será lançado, nos Estados Unidos, em 6 de abril.

18 de fevereiro de 2010

Capa e repertório do último álbum do Scorpions

Com 11 músicas, o último álbum de estúdio do Scorpions, Sting in the Tail, tem lançamento mundial confirmado para 23 de março de 2010 - exatos dois meses depois de a banda alemã ter anunciado seu fim após a edição do disco e a realização de turnê que pode se estender por dois, ou três, anos. Eis as 11 faixas do CD:
1. Raised on Rock
2. Sting in the Tail
3. Slave me
4. The Good Die Young
5. No Limit
6. Rockzone
7. Lorelei
8. Turn You on
9. Sly
10. The Spirit of Rock
11. The Best Is Yet to Come

Mona dá mergulho na praia da canção cearense

Mal lançou seu quarto CD, Salve a Beleza (veja capa à direita), Mona Gadelha já se prepara para pôr no mercado, entre março e abril de 2010, álbum dedicado à produção autoral de compositores cearenses na década de 70. Intitulado Praia Lírica - Um Tributo à Canção Cearense dos Anos 70, o disco traz no repertório músicas de Ednardo, Fagner e Belchior, entre outros conterrâneos da artista. A seleção inclui Astro Vagabundo (Fagner e Fausto Nilo), Noturno (tema de Caio Silvio e Graco que deu título ao álbum lançado por Fagner em 1979) e Flor da Paisagem (parceria de Robertinho de Recife e Fausto Nilo que batizou em 1977 o primeiro LP de Amelinha). Praia Lírica é álbum de voz e piano, gravado por Gadelha com Fernando Moura.

MGMT revela capa surreal de 'Congratulations'

Nas lojas a partir de 12 de abril de 2010, o segundo álbum do duo norte-americano MGMT, Congratulations, vai trazer na capa ilustração surrealista do cartunista Anthony Ausgang. A imagem mostra um gato surfista de duas cabeças sendo tragado por onda gigante que tem também a forma de um gato. O artista gráfico chegou a ir ao local das gravações do disco - feitas numa mansão em Malibu (Los Angeles, Califórnia, EUA) - para entrar na onda do sucessor de Oracular Spectacular (2008). Clique aqui para ler mais sobre o álbum de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser.

Pet Shop lança registro da turnê Pandemonium

O duo britânico Pet Shop Boys lança esta semana um kit de CD e DVD, Pandemonium, que traz o registro ao vivo da turnê de 2009 que passou - inclusive - pelo Brasil. O show perpetuado foi captado em 21 de dezembro na 02 Arena, em Londres. O detalhe é que CD e DVD apresentam mixagens diferentes. O CD toca 17 números do show, mixados por Stuart Price. Já o DVD, além de exibir o registro integral do espetáculo sob a mixagem de Dave Woolley, traz nos extras três clipes (All Over the World, Did You See me Coming? e Love Etc.), duas exclusivas faixas-bônus (My Girl e It Doesn't Often Snow in Christmas), a performance da dupla no Brit Awards 2009 (com adesão de Lady Gaga) e comentários em áudio de Neil Tennant, Chris Lowe e do designer Es Devlin. Pandemonium sai via EMI.

17 de fevereiro de 2010

Sade marcha fiel a si no batido 'Soldier of Love'

Resenha de CD
Título: Soldier of Love
Artista: Sade
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * 1/2

Sade marcha fiel a si mesma em Soldier of Love, só que - talvez por isso mesmo - ela até decepcione em seu primeiro álbum em dez anos. A safra de dez inéditas não honra o passado musical da cantora nigeriana. Em seu sexto álbum de estúdio, Sade Adu não mexeu em seu vitorioso time, formado por Stuart Matthewman (guitarra, sax e programações), Andrew Hale (teclados e programações) e Paul S Denman (baixo). Até o co-produtor - Mike Pela, fiel escudeiro de Sade - é o mesmo. Tanto que já na primeira faixa - a sedutora The Moon and the Sky - o grupo segue a receita lançada em Diamond Life (1984). Contudo, é fato que o esperado sucessor de Lovers Rock (2000) não exala a mesma sensualidade mágica de títulos anteriores da discografia da artista. Be That Easy, com sutil pitada de country, é outro destaque do repertório. Mas somente fãs bem radicais de Sade Adu vão detectar em Soldier of Love - cuja faixa-título foi formatada com batida marcial - a tal atmosfera de encantamento que pontua a discografia de Sade. Faixas como In Another Time são envolvidas em vocais e sons classudos - como de hábito - mas a magia parece ter se desfeito ao longo destes dez anos. Por mais que o som (meio soul, meio jazzy, às vezes com algo de reggae - como em Babyfather) seja, na essência, o mesmo. Não, ninguém vai querer transar ao ouvir o CD Soldier of Love...

'Live in London' exibe toda força pop de George

Resenha de DVD
Título: Live in London
Artista: George
Michael
Gravadora: Sony
Music
Cotação: * * * *

Já ao se lançar em carreira solo em 1987 com o álbum Faith, George Michael reinou na volátil parada pop como poucos. Seguiu-se um álbum de estúdio, o esperto Listen without Prejudice (1990), que - mesmo sem reeditar o forte estrondo do antecessor - sinalizou que o pop poderia ter um novo rei. Contudo, a carreira do astro logo sairia dos trilhos por brigas com a indústria fonográfica - George peitou a Sony Music na Justiça em era pré-pirataria em que gravadoras multinacionais agiam como soberanas dos destinos musicais de seus artistas - e se expôs na mídia com questões sobre sua homossexualidade. Live in London é, por incrível que pareça, o primeiro (excelente) DVD que registra ao vivo um show de George. No caso, um mega-espetáculo gravado em 24 e 25 de agosto de 2008, na arena de Earls Court, em Londres, com cenário e iluminação de primeira. Encerrado de forma apoteótica com Freedom' 90, o roteiro de 23 números concentra hits por ter sido inspirado na coletânea Twenty Five, editada em 2006. E, entre sucessos como One More Try (balada turbinada com vocais típicos da música gospel), o que se vê e ouve no DVD Live in London é um artista com completo domínio da cena e de seu público. Que se enternece e dança até com I'm your Man e Everything She Wants, músicas do repertório do Wham! - o bobinho duo pop formado por George na Inglaterra pós-punk de 1981. Aos consumidores, um aviso: Live in London é um DVD duplo que, no disco 2, exibe três faixas-bônus (Precious Box, Jesus to a Child e First Time Ever) e o tradicional documentário I'd Know Him a Mile Off!, que descortina parte dos bastidores de turnê que mostra que, sim, Michael - o grego George - poderia ter sido um Rei do Pop se não tivesse se rebelado contra a então soberana indústria fonográfica de sua época áurea. Pena...

Traincha canta Bacharach ao vivo em CD e DVD

(Ótima) cantora holandesa, Traincha - nome artístico de Trijntje Oosterhuis - vem cantando o repertório pop de Burt Bacharach com sua técnica irretocável, rigor estilístico e uma reverência (quase) total aos registros originais dos sucessos do compositor, projetado na voz de Dionne Warwick no começo dos anos 60. Com aval do próprio Bacharach, Traincha já dedicou dois álbuns ao cancioneiro do autor de What the World Needs Now, música ouvida na voz dela na trilha sonora da novela Viver a Vida. Para quem não ouviu os álbuns The Look of Love (2006) e Who'll Speak for Love (2007), Best of Burt Bacharach Live - ora editado no Brasil pela EMI Music em kit que agrega CD e DVD - condensa os repertórios dos dois songbooks. O registro ao vivo foi gravado em 2 de outubro de 2009 em concerto no Heineken Music Hall, em Amsterdam, a capital da Holanda. Traincha embala 21 temas de Bacharach nos tons da Metropole Orchestra, sob a regência do maestro Vince Mendonza. Contudo, o CD toca somente 13 das 21 músicas do roteiro. No todo, Best of Burt Bacharach Live é para quem nunca escutou os registros iniciais de Dionne Warwick.

Sururu (re)anima o Carnaval de Haroldo Lobo

Resenha de Show
Título: Eu Quero É Rosetar - 100 Anos de Haroldo Lobo
Artista: Sururu na Roda (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Centro Cultural Carioca (RJ)
Data: 10 de fevereiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Centro Cultural Carioca até 17 de fevereiro
De volta ao cartaz no Teatro Rival - RJ em 2 e 9 de março

Quando o grupo Sururu na Roda canta o samba Pra seu Governo (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) ou a marcha Que Passo É Esse, Adolfo? (Haroldo Lobo e Roberto Roberti), lá pelo meio de seu show Eu Quero É Rosetar, o público que lota o Centro Cultural Carioca se empolga, levanta e quase transforma a plateia da casa do Rio de Janeiro (RJ) num salão de baile de Carnaval à moda antiga, de malícia quase pueril. É a força da música festiva de Haroldo Lobo (1910 - 1965), um dos maiores (e mais esquecidos) fornecedores de repertório para a folia. O vasto repertório de Lobo é o combustível que faz engrenar o show Eu Quero É Rosetar - 100 Anos de Haroldo Lobo, idealizado por Carlos Monte - pai de Marisa Monte, presença ilustre na plateia da apresentação de 10 de fevereiro de 2010 - para jogar luz sobre a obra do compositor de sambas como Tristeza (Haroldo Lobo e Niltinho Tristeza) e de marchas antológicas como Allah-Lá-Ô (Haroldo Lobo e Nássara), ainda infalíveis na animação dos bailes.

Formado por Nilze Carvalho (voz, cavaquinho e bandolim), Camila Costa (voz e violão), Fabiano Salek (voz e percussão) e Sílvio Carvalho (voz e percussão), o Sururu na Roda seduz mais quando seus integrantes unem forças e vozes. Os solos são, em geral, menos empolgantes. Contudo, em Eu Quero É Rosetar, a riqueza da vasta obra de Lobo paira acima de brilhos individuais, (re)posta na roda em arranjos cuidadosos de Marcelo Caldi (teclados e acordeom), Pedrinho da Glória (violão) e do próprio Sururu. O capricho é percebido no sotaque árabe das introduções de Odalisca (Haroldo Lobo e Geraldo Gomes) e Allah-Lá-Ô, por exemplo. Ou na citação de ária da ópera Carmem que enriquece Espanhola (Haroldo Lobo e Benedito Lacerda). Ou ainda no tom tribal do arranjo que introduz Índio Quer Apito (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira). Tudo alinhado pela alegria do Sururu na roda!!

O roteiro de 34 músicas embaralha clássicos - que todo mundo canta no Carnaval sem saber que são da lavra de Haroldo Lobo - com temas que já vem caindo injusta e progressivamente no esquecimento. Casos de Eva (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) - marchinha de refrão empolgante - e de Pescador (outra da parceria de Lobo com Milton de Oliveira). Eva e Pescador elevam o pique de animação do show. Que tem também bloco junino para lembrar que Lobo era craque também na animação de um arraial. Deste set de tom forrozeiro, os destaques são O Baile Começa às Nove (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), O Delegado Quer Prender o Antônio (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira) - com solo vocal de Nilze - e O Sanfoneiro Só Tocava Isso (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), número em que a sanfona arretada de Marcelo Caldi retoma o pique quase perdido com Fale na Orelhinha de Cá (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), tema mais fraco do bloco junino. Com real interação entre seus integrantes, perceptível já em lúdicos números iniciais do show como Passarinho do Relógio (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), o Sururu dá baile ao pôr a vasta obra do centenário compositor na roda, reanimando um Carnaval que jamais pode ser esquecido nos próximos 100 anos...

16 de fevereiro de 2010

Os Cariocas voltam a cantar em disco com alma

Resenha de CD
Título: Nossa Alma
Canta
Artista: Os Cariocas
Gravadora: Guanabara
Records
Cotação: * * * * 1/2

Em texto escrito para encarte deste 18º álbum do quarteto Os Cariocas, Nossa Alma Canta, Ruy Castro afirma se tratar do melhor disco do conjunto desde os trabalhos dos anos 60 - período áureo da discografia iniciada em 1948, paralisada em 1966 e retomada em 1990. Castro não exagera. Já na primeira das 15 faixas - Rio que Corre (João Donato, Lysias Ênio e Beth Carvalho), ode ao agito interminável da cidade foliã que é de janeiro e de todos os meses - fica evidente que os Cariocas parecem ter recuperado sua alma fonográfica após série de discos corretos, mas quase burocráticos. A bossa continua lá - a exemplo do que pode ser ouvido em Samba do Carioca (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), faixa que agrega a voz do ex-integrante Badeco ao canto harmonioso de Severino Filho (único remenescente da formação clássica do conjunto), Hernane Castro (voz e bateria), Neil Teixeira (voz e contrabaixo) e Eloi Vicente (voz e violão). Capitaneada por João Samuel, a produção de Nossa Alma Canta é luxuosa, agregando músicos como Eumir Deodato (que toca piano Rhodes no seu Baiãozinho, cuja letra foi turbinada com trecho novo), João Donato (piano na já citada Rio que Corre) e Marcos Valle (que pilota teclados no seu tema Jet Samba). Alias, a intro vocal criada pelos Cariocas para Jet Samba reafirma a habilidade rara do grupo de harmonizar vozes em acordes perfeitos. Não por acaso, a Intro Jet Samba virou com justiça uma faixa à parte no CD. Aliás, muito do brilho do disco vem também do acerto do fino repertório. Os Cariocas renovaram não somente a alma, mas também seu cancioneiro. Entre um ou outro clássico bossa-novista, como Você (faixa que agrega o canto de Hortênsia Silva, única voz feminina que integrou o grupo, de 1956 a 1959), o grupo encara a capella os acordes sinuosos de Delírio Carioca (Guinga e Aldir Blanc, 1991), dá sua harmoniosa visão para Futuros Amantes (um dos últimos reais clássicos do cancioneiro de Chico Buarque), percorre sem pressa a trilha melódica de Estrada do Sol (Tom Jobim e Dolores Duran) e recebe Milton Nascimento, com quem se entrosa no refinado jogo vocal que abre novas portas harmônicas no Clube da Esquina 2. Enfim, um grande disco, que ainda prima por tirar do baú pérola de Newton Mendonça (1927 - 1960), Quero Você, tão sedutora quanto qualquer standard da era bossa-novista. Com inspirados arranjos que valorizam o canto leve dos Cariocas, Nossa Alma Canta se impõe como título especial na discografia do grupo pela bossa e, sobretudo, pela alma que dá o tom (e o frescor) do álbum.

EMI põe Abbey Road à venda para saldar dívida

Já envolvidos em forte aura mitológica por terem sido sede das gravações de álbuns dos Beatles, os estúdios Abbey Road estão sendo postos à venda pela EMI Music. A gravadora não confirma oficialmente a operação comercial, mas a intenção de se desfazer dos estúdios - localizados em Londres, comprados em 1929 e inaugurados em 1931 - é real, pois a empresa Terra Firma Capital Partners (proprietária da EMI desde 2007) precisa saldar dívidas.
P.S.: Em posterior comunicado oficial, emitido pela matriz inglesa, a EMI afirmou que pretende manter Abbey Road sob sua gerência e que, desde novembro de 2009, negocia com parceiros interessados em injetar capital no mítico estúdio (atualmente deficitário).

Sambas que se adaptam ao espetáculo da folia

Resenha de CD
Título: Sambas de
Enredo 2010 ao Vivo
Artista: Vários
Gravadora: Gravasamba
/ Universal Music
Cotação: * * 1/2

Donas de sambas até bons no Carnaval de 2010, Unidos da Tijuca e Mangueira despontam como possíveis campeãs do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, um bom samba já não parece ser elemento tão essencial para o êxito de uma agremiação no Maior Espetáculo da Terra. Como mostra o CD Sambas de Enredo ao Vivo 2010, lançado em novembro de 2009 com os sambas das 12 escolas que integram atualmente o Grupo Especial do Carnaval carioca, os sambas-enredos já estão padronizados, fabricados na mesma linha de montagem que produz fantasias, alegorias, foliões e até animação em escala industrial. Por isso mesmo, é inútil pôr para tocar o CD com os sambas-enredos do Carnaval de 2010 na esperança de ouvir uma obra-prima como Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976) ou Heróis da Liberdade (Império Serrano, 1969). Ao longo dos últimos 20 anos, os sambas-enredos se adaptaram ao molde industrial dos desfiles. Dentro desses padrões, a safra de 2010 resulta mediana no disco - o primeiro em que as agremiações tiveram a oportunidade de registrar seus sambas na companhia de seus próprios ritmistas. Pode-se destacar o samba-enredo do Salgueiro (Histórias sem Fim), o da Mangueira (Mangueira É Música do Brasil) e o da Vila Isabel (Noel: A Presença do Poeta da Vila, em que o compositor Martinho da Vila recicla parte de um samba antigo de sua própria autoria). Mas nenhum tem cacife para entrar em futura antologia do gênero. Um ou outro, como o da Unidos do Viradouro (México, o Paraíso das Cores sob o Signo do Sol), patina até em nível bem rasteiro. A maioria - caso do samba da Beija-Flor, sobre Brasília - não reedita nem mesmo os padrões já habituais, embora sejam aceitáveis. No todo, a safra não seduz. Mas - vale repetir - oferece o que se espera dela. E que ninguém espere saltos qualitativos no gênero num tempo em que o luxo e o aparato hi-tech do desfile chamam mais atenção e contam mais ponto do que o samba em si!

EP com remixes de 'Revolver' sai hoje nos EUA

Já lançado em formato digital no fim de 2009, o novo EP de Madonna, Revolver (Remixes), ganha edição em formato físico, à venda nos Estados Unidos a partir desta terça-feira, 16 de fevereiro de 2010. Com oito faixas, o EP enfileira seis versões remixadas de Revolver, uma das duas músicas inéditas incluídas pela artista na coletânea Celebration, editada em setembro de 2009. Os seis remixes são assinados por David Guetta (três), Paul Van Dyk (dois) e Tracy Young (um). Dois remixes da música Celebration - a outra inédita da compilação - completam as oito faixas do EP. Revolver, vale lembrar, é o atual single de Madonna.

15 de fevereiro de 2010

Gavin atribui sua saída dos Titãs a esgotamento

Em e-mail enviado ao site Planeta Titãs, mantido por fãs do grupo, o baterista Charles Gavin atribuiu sua saída da banda - anunciada pelos Titãs remanescentes na tarde de sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 - a um "esgotamento físico e mental" em decorrência da rotina das turnês. De acordo com Gavin, seu afastamento dos Titãs - vistos acima em foto graficamente alterada de Silmara Ciuffa - foi amigável. Eis o e-mail enviado pelo baterista ao site Planeta Titãs:
"Amigas e companheiras de estrada:
Como sabem, meu afastamento dos Titãs foi divulgado nesta sexta, 12 de fevereiro de 2010, e, consequentemente, oficializado. A primeira coisa que digo é: não se preocupem com a banda - um excelente baterista já foi colocado em meu posto, indicação de meu irmão Cesar - o que torna este momento de ruptura menos triste, menos doloroso e mais dinâmico. Tenho certeza de que os Titãs viverão sua nova fase de forma criativa e positiva. Os shows serão incríveis como sempre foram...
Gostaria de expressar aqui o meu eterno agradecimento por todos estes anos em que vocês nos fizeram companhia, trazendo sempre na bagagem apoio, admiração, alegria, carinho, inspiração e alto astral. Obrigado mesmo, de coração.
Meu afastamento se deve a um esgotamento físico e mental, provocado pelo que acontece quando uma banda como os Titãs alterna, ano após ano, álbuns e turnês - condição muito bem retratada na música
Turnê, do disco Domingo.
Apesar de saber que a essência de uma banda de rock’n’roll é estar na estrada como diz a canção do disco
Sacos Plásticos, percebi que não estava feliz - são as contradições da vida...
Meu afastamento é amigável, transparente, realizado sem ressentimentos ou mágoas, acertado da melhor maneira possivel, respeitando história, amizade e as individualidades dos Titãs.
Nós estamos bem...
Peço à vocês que levem esta mensagem aos outros fãs da banda.E a gente vai se falando...
Beijos, Charles Gavin"

Coletânea expõe industrialização da folia baiana

Resenha de CD
Título: We Are Bahia
60 Anos de Trio Elétrico
25 Anos de Axé Music
Artista: Vários
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * 1/2

O industrializado Carnaval da Bahia ganhou forte injeção de marketing e visibilidade nacional com a explosão da hoje diluída axé music. O marco inicial do afro-pop baiano foi Fricote, parceria de Luiz Caldas e Paulinho Camafeu, lançada por Caldas em 1985. Fricote é - não por acaso - uma das 20 músicas selecionadas por Carlos Savalla e Alice Soares para a compilação We Are Bahia, recém-lançada pela Universal Music no embalo da folia de 2010, ano emblemático para o Carnaval baiano, já que são festejados simultaneamente os 60 anos do trio elétrico - foi em 1950 que os pioneiros Dodô e Osmar desfilaram com a seminal Fobica - e os 25 anos da axé music, tomando-se como ponto de partida o estouro de Fricote, hit aparentemente ouvido na coletânea no registro original de 1985 e não na gravação ao vivo de 2005 (como diz a ficha técnica). E o fato é que o CD We Are Bahia - o inapropriado título em inglês é extraído do tema We Are the World of Carnaval, ouvido com Netinho - cumpre bem a função de resumir em 20 faixas momentos marcantes da axé music, inclusive porque a Universal Music obteve licença para usar fonogramas de outras gravadoras. Estão reunidas no disco músicas emblemáticas como Pombo Correio (sucesso de Moraes Moreira na fase pré-axé, gravado em 1975 - e não em 1972 como grafa erroneamente a ficha técnica), Madagascar Olodum (hit da efêmera e fabricada Banda Reflexu's que marcou por ser a primeira versão eletrificada de um tema de bloco afro), Swing da Cor (o samba-reggae que catapultou Daniela Mercury ao estrelato nacional em 1991), Milla (na irresistível gravação ao vivo que fez Netinho vender dois milhões de CDs em 1996 e que abriu caminho para a diluição da axé music em sucessivos e redudantes registros de shows), Água Mineral (exemplo do curto reinado da Timbalada na folia dos anos 90), Gritos de Guerra (um dos maiores sucessos do resistente grupo Chiclete com Banana) e Dandalunda (último expressivo hit nacional de Margareth Menezes, gravado em 2001). Embora editada sem o devido capricho (Liberar Geral, do Terra Samba, aparece grafada como Liberar 'Gera' no encarte), a coletânea monta um painel fiel à estética que norteia hoje a música baiana. Bandas fabricadas que estouraram e saíram anos depois da linha de montagem (casos de É o Tchan e Terra Samba) convivem na coletânea com Ivete Sangalo, diva da folia baiana já há mais de uma década. Ivete é representada na seleção por registro ao vivo do samba-enredo Sorte Grande. Contudo, há equívocos na escolha do repertório. Não há razão, por exemplo, para a banda Cheiro de Amor figurar em duas faixas (Auê e Quixabeira) enquanto grupos afros como Olodum e Ara Ketu foram omitidos. No todo, quando o disco se encerra com o frevo Atrás do Trio Elétrico, na gravação pré-histórica de Caetano Veloso feita em 1969, We Are Bahia deixa saldo positivo para quem se permite ouvir sem preconceito a efervescente música pop produzida no (hoje batido) solo baiano.

Cordão do Boitatá repõe bloco (e disco) na rua

Agrupado em 1996, o Cordão do Boitatá desfila como bloco no Carnaval do Rio de Janeiro (RJ), mas sem carro de som, somente com o pique e com o ritmo de marchinhas de folias passadas. Contudo, o grupo também anima quadrilhas nas festas de São João e, no Natal, reaviva a tradição do Pastoril. Essa diversidade estilística do Cordão foi bem traduzida no repertório de seu primeiro CD, Sabe Lá o que É Isso?, lançado originalmente em 2004 e ora reeditado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de fevereiro de 2010. Marcha das Flores traz a voz macia de Teresa Cristina, parceira de Pedro Miranda no tema. Dona Ivone Lara é a convidada de Apito de Ouro. Já Mineiro, Mineiro traz Xangô da Mangueira (1923 - 2009).

Monobloco festeja década de folia com DVD '10'

Idealizado em 2000 por integrantes do coletivo Pedro Luís e A Parede (Celso Alvim, Mário Moura, Sidon Silva, C.A. Ferrari e o próprio Pedro Luís), o Monobloco celebra uma década de desfiles e shows no Carnaval carioca com a edição de seu segundo registro ao vivo de show (o primeiro, o frio Monobloco ao Vivo, saiu em 2006). Monobloco 10 chega às lojas - nos formatos de CD e DVD (capa ao lado, à esquerda) - com distribuição da Universal Music. A gravação foi feita em show na Fundição Progresso (RJ), em 16 de outubro de 2009. Entre frevos, forrós e marchinhas, o Monobloco extrapola o cordão carnavalesco e desfila no eclético roteiro com sucessos de Zeca Pagodinho (Vai Vadiar), Gilberto Gil (Aquele Abraço), Cazuza (Pro Dia Nascer Feliz) e Paralamas do Sucesso (Alagados), entre outros nomes. Convidada da gravação, Elba Ramalho solta a voz no xote Eu Só Quero um Xodó e no frevo Festa do Interior. 10!

14 de fevereiro de 2010

A boa música de Jobim em registros masculinos

Parceria bissexta de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) com Ronaldo Bastos, feita para a trilha sonora da minissérie O Tempo e o Vento (TV Globo, 1985), Rodrigo Meu Capitão reaparece - no belo registro original de Zé Renato - no segundo volume da coletânea Aqui Tem Tom, editada pela gravadora Som Livre neste mês de fevereiro de 2010. Se o primeiro volume é todo dedicado às cantoras, o volume 2 reúne 14 gravações da obra de Jobim em registros masculinos. Eis a seleção do CD Aqui Tem Tom Vol. 2:
1. Waters of March (Águas de Março) - Art Garfunkel
2. Eu Sei que Vou te Amar - Caetano Veloso
3. Wave (ao vivo) - Lenine
4. Ela É Carioca - Tim Maia e Os Cariocas
5. Retrato em Branco e Preto - Chico Buarque
6. Correnteza - Djavan
7. Samba do Avião - Milton Nascimento & Jobim Trio
8. Dindi (ao vivo) - Jorge Vercillo
9. Falando de Amor - Ney Matogrosso
10. Só Tinha de Ser com Você - Wilson Simonal
11. Por Toda Minha Vida (Exaltaçao ao Amor) (ao vivo) - Ed Motta
12. Fotografia - Danilo Caymmi
13. Rodrigo Meu Capitão - Zé Renato
14. Surfboard - Sérgio Mendes & will.i.am

Coletânea reapresenta Jobim em tons femininos

Em 1996, Adriana Calcanhotto regravou O Amor em Paz - parceria de Tom Jobim (1927 - 1994) com Vinicius de Moraes (1913 - 1980) - para o Songbook Antonio Carlos Jobim, editado em cinco volumes por Almir Chediak (1950 - 2003). Feita com o violonista Hélio Delmiro, a gravação é pouco conhecida, mas ganha nova chance de ser ouvida no primeiro volume da coletânea dupla Aqui Tem Tom, lançada pela Som Livre neste mês de fevereiro de 2010. A compilação reapresenta a música de Jobim nos tons femininos de 14 canções. Eis a (boa) seleção do CD:
1. Anos Dourados - Maria Bethânia
2. Insensatez - Nana Caymmi
3. Corcovado (ao vivo) - Daniela Mercury
4. Se Todos Fossem Iguais a Você (ao vivo) - Gal Costa
5. Por Causa de Você (ao vivo) - Paula Toller
6. Brigas Nunca Mais (ao vivo) - Roberta Sá
7. O Amor em Paz - Adriana Calcanhotto (com Hélio Delmiro)
8. Estrada do Sol - Fernanda Takai
9. Caminhos Cruzados (ao vivo) - Isabella Taviani
10. Chega de Saudade - Beth Carvalho
11. Sabiá - Elis Regina
12. Discussão - Joyce Moreno
13. Luiza (ao vivo) - Luciana Mello
14. Você Vai Ver - Miúcha

Thalia verte sucesso de Roberto em Primera Fila

Recém-editado - no mercado brasileiro - pela Sony Music, nos formatos de CD e DVD (capa à direita), Primera Fila é um registro ao vivo da atriz e cantora mexicana Thalia, gravado em show no Bank United Center de Coral Gables, na Flórida (EUA), em julho de 2009 (ano em que Primera Fila foi lançado na América Latina). Sucesso imediato de vendas no México, a gravação ao vivo embaralha músicas inéditas, sucessos de Thalia e versão em espanhol de Como Vai Você? (intitulada Que Será de Ti?), a canção de Antonio Marcos (1945 - 1992) que foi gravada (com sucesso) por Roberto Carlos em seu álbum de 1972.

Lia revive música de Harrison para 'Beatles 70'

A foto acima flagra Lia Sabugosa no estúdio, pondo voz em What Is Life, música de George Harrison (1943 - 2001), lançada pelo compositor em 1970 em seu primeiro triplo álbum solo, All Things Must Pass, e regravada por Olivia Newton-John - dois anos depois - com mais sucesso. A gravação de Sabugosa foi feita em dupla com o guitarrista Márcio Biaso para o projeto Beatles 70, produzido por Marcelo Fróes para seu selo Discobertas para celebrar os 40 anos de lançamento do último álbum dos Beatles, Let It Be. O CD tem lançamento programado para abril de 2010.