Sambas que se adaptam ao espetáculo da folia
Resenha de CD
Título: Sambas de
Enredo 2010 ao Vivo
Artista: Vários
Gravadora: Gravasamba
/ Universal Music
Cotação: * * 1/2
Donas de sambas até bons no Carnaval de 2010, Unidos da Tijuca e Mangueira despontam como possíveis campeãs do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, um bom samba já não parece ser elemento tão essencial para o êxito de uma agremiação no Maior Espetáculo da Terra. Como mostra o CD Sambas de Enredo ao Vivo 2010, lançado em novembro de 2009 com os sambas das 12 escolas que integram atualmente o Grupo Especial do Carnaval carioca, os sambas-enredos já estão padronizados, fabricados na mesma linha de montagem que produz fantasias, alegorias, foliões e até animação em escala industrial. Por isso mesmo, é inútil pôr para tocar o CD com os sambas-enredos do Carnaval de 2010 na esperança de ouvir uma obra-prima como Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976) ou Heróis da Liberdade (Império Serrano, 1969). Ao longo dos últimos 20 anos, os sambas-enredos se adaptaram ao molde industrial dos desfiles. Dentro desses padrões, a safra de 2010 resulta mediana no disco - o primeiro em que as agremiações tiveram a oportunidade de registrar seus sambas na companhia de seus próprios ritmistas. Pode-se destacar o samba-enredo do Salgueiro (Histórias sem Fim), o da Mangueira (Mangueira É Música do Brasil) e o da Vila Isabel (Noel: A Presença do Poeta da Vila, em que o compositor Martinho da Vila recicla parte de um samba antigo de sua própria autoria). Mas nenhum tem cacife para entrar em futura antologia do gênero. Um ou outro, como o da Unidos do Viradouro (México, o Paraíso das Cores sob o Signo do Sol), patina até em nível bem rasteiro. A maioria - caso do samba da Beija-Flor, sobre Brasília - não reedita nem mesmo os padrões já habituais, embora sejam aceitáveis. No todo, a safra não seduz. Mas - vale repetir - oferece o que se espera dela. E que ninguém espere saltos qualitativos no gênero num tempo em que o luxo e o aparato hi-tech do desfile chamam mais atenção e contam mais ponto do que o samba em si!
Título: Sambas de
Enredo 2010 ao Vivo
Artista: Vários
Gravadora: Gravasamba
/ Universal Music
Cotação: * * 1/2
Donas de sambas até bons no Carnaval de 2010, Unidos da Tijuca e Mangueira despontam como possíveis campeãs do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, um bom samba já não parece ser elemento tão essencial para o êxito de uma agremiação no Maior Espetáculo da Terra. Como mostra o CD Sambas de Enredo ao Vivo 2010, lançado em novembro de 2009 com os sambas das 12 escolas que integram atualmente o Grupo Especial do Carnaval carioca, os sambas-enredos já estão padronizados, fabricados na mesma linha de montagem que produz fantasias, alegorias, foliões e até animação em escala industrial. Por isso mesmo, é inútil pôr para tocar o CD com os sambas-enredos do Carnaval de 2010 na esperança de ouvir uma obra-prima como Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976) ou Heróis da Liberdade (Império Serrano, 1969). Ao longo dos últimos 20 anos, os sambas-enredos se adaptaram ao molde industrial dos desfiles. Dentro desses padrões, a safra de 2010 resulta mediana no disco - o primeiro em que as agremiações tiveram a oportunidade de registrar seus sambas na companhia de seus próprios ritmistas. Pode-se destacar o samba-enredo do Salgueiro (Histórias sem Fim), o da Mangueira (Mangueira É Música do Brasil) e o da Vila Isabel (Noel: A Presença do Poeta da Vila, em que o compositor Martinho da Vila recicla parte de um samba antigo de sua própria autoria). Mas nenhum tem cacife para entrar em futura antologia do gênero. Um ou outro, como o da Unidos do Viradouro (México, o Paraíso das Cores sob o Signo do Sol), patina até em nível bem rasteiro. A maioria - caso do samba da Beija-Flor, sobre Brasília - não reedita nem mesmo os padrões já habituais, embora sejam aceitáveis. No todo, a safra não seduz. Mas - vale repetir - oferece o que se espera dela. E que ninguém espere saltos qualitativos no gênero num tempo em que o luxo e o aparato hi-tech do desfile chamam mais atenção e contam mais ponto do que o samba em si!
7 Comments:
Donas de sambas até bons no Carnaval de 2010, Unidos da Tijuca e Mangueira despontam como possíveis campeãs do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (RJ). Contudo, um bom samba já não parece ser elemento tão essencial para o êxito de uma agremiação no Maior Espetáculo da Terra. Como mostra o CD Sambas de Enredo ao Vivo 2010, lançado em novembro de 2009 com os sambas das 12 escolas que integram atualmente o Grupo Especial do Carnaval carioca, os sambas-enredos já estão padronizados, fabricados na mesma linha de montagem que produz fantasias, alegorias, foliões e até animação em escala industrial. Por isso mesmo, é inútil pôr para tocar o CD com os sambas-enredos do Carnaval de 2010 na esperança de ouvir uma obra-prima como Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976) ou Heróis da Liberdade (Império Serrano, 1969). Ao longo dos últimos 20 anos, os sambas-enredos se adaptaram ao molde industrial dos desfiles. Dentro desses padrões, a safra de 2010 resulta mediana no disco - o primeiro em que as agremiações tiveram a oportunidade de registrar seus sambas na companhia de seus próprios ritmistas. Pode-se destacar o samba-enredo do Salgueiro (Histórias sem Fim), o da Mangueira (Mangueira É Música do Brasil) e o da Vila Isabel (Noel: A Presença do Poeta da Vila, em que o compositor Martinho da Vila recicla parte de um samba antigo de sua própria autoria). Mas nenhum tem cacife para entrar em futura antologia do gênero. Um ou outro, como o da Unidos do Viradouro (México, o Paraíso das Cores sob o Signo do Sol), patina até em nível bem rasteiro. A maioria - caso do samba da Beija-Flor, sobre Brasília - não reedita nem mesmo os padrões já habituais, embora sejam aceitáveis. No todo, a safra não seduz. Mas - vale repetir - oferece o que se espera dela. E que ninguém espere saltos qualitativos no gênero num tempo em que o luxo e o aparato hi-tech do desfile chamam mais atenção e contam mais ponto do que o samba em si.
Aviso aos navegantes comentaristas: o blogueiro não viu os desfiles. Mangueira e Unidos da Tijuca são citadas como favoritas com base nos noticiários. Abs, MauroF
Uma pena mesmo!!
Eu consegui assistir algumas escolas e o compacto de todas e acho que até existem alguns sambas-enredos bons, mas se formos observar, o ritmo é sempre o mesmo... Aquela batucada... E as já famosas "paradinhas" que parece ser, para alguns sambistas, a inovação em cada ano.
Uma pena, pois o Carnaval do Rio se aprimora em luxo e tecnologia (e se industrializa também) a cada ano.
Abraços
estive nos dois dias de desfile, e pude presenciar o quanto o foi fraco os desfiles desse ano.
se a umidos da tijuca é favorita ao titulo, é porque não houve coisa melhor.
que saudade da verdadeira portela, da mangueira sem o exibicionismo do ivo, da grande mocidade, da vila, da imperatriz. triste.
para mim, sambodromo nunca mais.
Mauro,
Você além de não ter visto o desfile, também não deve ter escutado direito o cd, pois sequer citou o samba da Imperatriz que desde o lançamento do cd é tido, pela crítica especializada, como o melhor samba e não por acaso ganhou o Estandarte de Ouro de melhor samba Enredo desse ano.
Você "comeu bola" dessa vez!
Não gostou nem do samba do Martinho?
Imperatriz e Vila tiveram os sambas mais elogiados... e realmente eram muito bons.
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