16 de fevereiro de 2008

Divergências empacam reedições do grupo RPM

Previstas para 2007, as reedições dos discos iniciais do RPM estão empacadas e podem nem sair - assim como o lançamento do DVD do show Rádio Pirata. É que o grupo (em foto de Beti Niemeyer) e a gravadora Sony BMG - dona do acervo fonográfico do quarteto - divergiram sobre o formato das reedições. Fontes extra-oficiais sustentam que a banda idealizou pacote luxuoso que, na avaliação da gravadora, dará pouco retorno comercial - até porque os dois primeiros álbuns do RPM já foram reeditados (decentemente) em CD há alguns anos. Além do show, inédito em DVD, o único título raro do grupo é seu terceiro fraco álbum, RPM, lançado em 1988.

Warner lança primeiro 'single' do CD do R.E.M.

Supernatural Superserious é a faixa eleita o primeiro single de Accelerate, o álbum que o R.E.M. lançará em 1º de abril nos Estados Unidos com produção de Jacknife Lee. O single começou a ser divulgado esta semana pela major Warner Music em escala mundial. Com 11 músicas, o álbum será lançado nos formatos de CD simples e de CD + DVD. O vídeo trará 6 Days, um filme de 48 minutos sobre este trabalho. Eis as 11 faixas do disco Accelerate:

1. Living Well Is the Best Revenge
2. Man-Sized Wreath
3. Supernatural Superserious
4. Hollow Man
5. Houston
6. Accelerate
7. Until the Day Is Done
8. Mr. Richards
9. Sing for the Submarine
10. Horse to Water
11. I'm Gonna DJ

Biscoito edita terceiro disco de Áurea Martins

Grande cantora projetada nas boates cariocas, mas nunca reconhecida na medida de seu talento vocal, Áurea Martins terá seu terceiro disco, Até Sangrar, editado pela gravadora Biscoito Fino em abril ou em maio. O CD anterior da intérprete, intitulado Áurea Martins, foi para as lojas em 2003 de maneira independente, com a produção e a direção musical do violonista João de Aquino - de quem Áurea regravou na ocasião o clássico Viagem, a parceria de Aquino com Paulo César Pinheiro. Já o primeiro álbum de Áurea foi editado em 1972 via RCA Victor.

Zezé & Luciano gravam em agosto show de hits

Embora sua exemplar história de vida tenha inspirado o fenômeno cinematográfico Dois Filhos de Francisco, o filme que estreou em 2005 e foi visto por mais de 4,5 milhões de espectadores, Zezé Di Camargo & Luciano já vem amargando vendas descendentes no mercado do disco nos últimos anos. Tanto que a dupla sertaneja vai recorrer aos hits da carreira em seu próximo CD e DVD. Em 28 de agosto, os irmãos vão fazer no Credicard Hall, em São Paulo (SP), a gravação ao vivo de seu show sintomaticamente intitulado Duas Horas de Sucesso. O lançamento será feito via Sony BMG.

15 de fevereiro de 2008

Disco raro de Baden é comercializado no Brasil

Em 1990, Baden Powell (1937 - 2000) entrou em estúdio para regravar os afro-sambas que lançara em 1966 em célebre álbum dividido com Vinicius de Moraes (1913 - 1980) e o Quarteto em Cy. Estas regravações foram feitas com o mesmo Quarteto em Cy para CD distribuído por um banco a seus clientes como brinde de fim-de-ano. A tiragem de três mil cópias nunca chegou às lojas. Com direção musical e com arranjos do próprio Baden, o disco foi editado na França em 1992 e somente agora Os Afro-Sambas (capa à esquerda) ganha sua primeira edição comercial no Brasil pela gravadora Biscoito Fino.

Augusto volta com a gravação de primeiro DVD

Cantor popular que obteve grande projeção nas paradas na primeira metade dos anos 70 e na segunda dos 80, José Augusto vai voltar ao mercado fonográfico com DVD (o primeiro do artista) e CD a serem gravados em show agendado para 27 de fevereiro no Universal Up, o espaço de gravação da companhia Universal Music. O roteiro de hits (entre os quais, Chuvas de Verão, Sonho por Sonho e Agüenta Coração) terá intervenções do grupo Roupa Nova e da dupla Chitãozinho & Xororó. O lançamento deste registro ao vivo de Augusto está programado para o final de abril.

CD e DVD em espanhol do 'Rei' saem em abril

O CD e o DVD gravados ao vivo pelo Rei Roberto Carlos (à esquerda em foto de Luiz Garrido) em show em Miami (EUA) - em maio de 2007 - já têm lançamento mundial programado para 22 de abril. Neste projeto, o cantor entoa versões em espanhol de alguns de muitos seus sucessos. Quanto ao disco de inéditas do artista, previsto inicialmente para já ter sido feito ao longo do ano passado, no Brasil, é bastante provável que tenha seu lançamento concretizado no fim de 2008 ou mesmo em 2009, quando Roberto completará 50 anos de carreira fonográfica (seu primeiro disco - um 78 rpm - foi editado em 1959). Quem viver...

Glaucia canta repertório autoral no terceiro CD

Depois de estrear muito bem no mercado fonográfico com um surpreendente disco (Gláucia Nasser, 2003) dedicado ao repertório do compositor Anísio Dias e de ter derrapado num segundo CD (Bem Demais, 2006) de banal sonoridade pop em que se aventurou como intérprete, a cantora mineira Glaucia Nasser (à direita em foto de Daniela Dacorso) vai arriscar repertório autoral no terceiro álbum, A Vida num Segundo, produzido pela artista ao lado do violonista Luiz Enrique, que a acompanhou no violão ou na guitarra em quatro das 14 faixas. Nas lojas ainda em fevereiro, o disco reúne parcerias de Glaucia com o baixista Ivan Rosa e as letristas Andréa Flor e Marta Costa. CD é independente.

14 de fevereiro de 2008

Olivia edita ao vivo suas palavras de Ruy Guerra

A Biscoito Fino vai lançar neste mês de fevereiro o CD e o DVD Palavras de Guerra - Ao Vivo, que traz o registro do show realizado por Olivia Hime em julho de 2007 no Sesc Santana (SP). A base é o álbum de estúdio editado pela cantora em janeiro de 2007 com o foco na obra musical do cineasta Ruy Guerra. Parcerias de Chico Buarque com Guerra, Ana de Amsterdam, Você Vai me Seguir e Fado Tropical são três lindas músicas que não haviam entrado no álbum de estúdio, mas que integram o roteiro de 18 números formatado por Olivia com o diretor Flávio Marinho. A gravação ao vivo inclui também Por um Amor Maior, da lavra de Guerra com Francis Hime. Além do show em si, o DVD também apresenta um documentário, À Respeito de Ruy, focado na obra poética e cinematográfica do moçambicano Ruy Guerra.

Segundo álbum de Gnarls já tem segundo single

Com lançamento programado para 8 de abril, o segundo álbum do duo Gnarls Barkley, intitulado The Odd Couple, já tem eleito seu segundo single - embora o primeiro, Run, tenha sido lançado há apenas duas semanas. O segundo single será a faixa Who's Gonna Save my Soul?, que vai ganhar clipe dirigido por Chris Milk. The Odd Couple é o sucessor do aclamado St. Elsewhere, que saiu em 2006 e projetou a dupla formada por Cee-Lo e Danger Mouse, tendo vendido 1,3 milhão de cópias apenas nos Estados Unidos.

Martinho revisto pelas lentes de dois cineastas

Por conta de seus 70 anos, completados esta semana, Martinho da Vila vai ser o tema de dois novos documentários. Um é dirigido por Edu Mansur numa parceria com o Canal Brasil. O outro será assinado por Izabel Jaguaribe, que já dirigiu filmes sobre Paulinho da Viola (Meu Tempo É Hoje) e Elza Soares (este ainda inédito). Cinema à parte, o artista planeja produzir os discos do compositor português Luís Represas e de Gabriel de Aquino (filho do violonista João de Aquino). Os CDs serão feitos ainda em 2008.

Biscoito Fino relança o disco de Angela Evans

Gravado e editado em 2006, sem obter expressiva repercussão, o segundo CD da (boa) cantora mineira Angela Evans, Um Pouco de Morro Outro Tanto Cidade Sim, está sendo relançado pela gravadora Biscoito Fino com duas faixas adicionais, Meu Vadio Coração e Valha-me Deus, duas parcerias de Hermínio Bello de Carvalho com Lucas Porto e Baden Powell, respectivamente. Pautado pelo samba, o CD tem produção musical e arranjos do pianista Cristóvão Bastos. Eis as músicas de Um Pouco de Morro Outro Tanto Cidade Sim:

1. Samba de Pedra (Rui Quaresma e Nei Lopes)
2. Estrela (Elton Medeiros, Eduardo Gudin e Roberto Riberti)
3. E o Vento Levou (Wilson das Neves e Cláudio Jorge)
4. Sete Saias (Wilson Moreira e Nei Lopes)
5. Recato (Elton Medeiros e Salgado Maranhão)
6. Estrela Guia (Wilson Moreira e Nei Lopes)
7. Não Tem Perdão (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza)
8. Favela (Padeirinho da Mangueira e Jorginho Peçanha)
9. Ao Nosso Amor Maior (Wilson das Neves e Luiz Carlos da Vila)
10. Samba pra Mangueira (Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro)
11. Nada a Declarar (Cristóvão Bastos e Nei Lopes)
12. Meu Vadio Coração (Lucas Porto e Hermínio Bello de Carvalho)
13. Valha-me Deus (Baden Powell e Hermínio Bello de Carvalho)

13 de fevereiro de 2008

Queensrÿche faz 'cover' sem perder a identidade

Resenha de CD
Título: Take Cover
Artista: Queensrÿche
Gravadora: Rhino / Warner Music
Cotação: * * * 1/2

Banda que fez nome ao cruzar o rock progressivo com o peso do heavy metal, Queensrÿche preserva a sua identidade ao pisar no pantanoso terreno dos covers. Take Cover é, em todos os sentidos, um álbum de peso na discografia do grupo. Reúne 11 releituras e, já desde a primeira, Welcome to the Machine (Pink Floyd), fica claro que o Queensrÿche não anulou a sua marcante personalidade em respeito a nomes como Peter Gabriel (de quem recria Red Rain) e The Police (Synchronicity II). É claro que nem tudo soa tão perfeito... Innuendo, por exemplo, pouco (ou nada) acrescenta ao registro do Queen. Em contrapartida, Heaven on their Minds - música da ópera-rock Jesus Cristo Superstar - ficou divina na pegada metaleira da banda, que até merece o céu pela coragem de se aventurar por searas tão distantes de seu universo.

Coletânea reúne raridades não tão raras de Eller

Em 2002, criteriosa coletânea da Universal Music editada na série Participação Especial reuniu os duetos gravados por Cássia Eller (1962 - 2001) - em maioria fora de sua discografia oficial. Algumas dessas ótimas gravações - como Milagreiro (com Djavan) e Mr. Scarecrow (com Herbert Vianna) - agora reaparecem numa compilação dedicada à cantora na série Raridades. Selecionado por Rodrigo Faour, o repertório reúne fonogramas que, embora não tão raros como propagado no título do CD, montam um rico painel do canto plural de Eller, que subiu até em trio elétrico antes de obter justa projeção nacional, a partir de 1990. Eis as 15 faixas da coletânea:

1. Admirável Gado Novo (Zé Ramalho) - Gravação feita em 1995 para o CD Forrobodó
2. Milagreiro (Djavan) -Dueto gravado com Djavan em 2001 para o álbum Milagreiro
3. Oriente (Gilberto Gil) - Fonograma de 1992, do Songbook Gilberto Gil Vol. 2
4. Dora (Dorival Caymmi) - Gravação de 1993 do Songbook Dorival Caymmi Vol. 4
5. Toda Vez que Eu Digo Adeus (Ev'ry Time We Say Goodbye - Cole Porter em versão de Carlos Rennó) - Faixa do CD Cole Porter & George Gershwin - Canções, Versões (2000), propagada atualmente na trilha sonora nacional da novela Duas Caras
6. Saudade Fez um Samba (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli) - Gravação de 1994 do Songbook Carlos Lyra
7. Juventude Transviada (Luiz Melodia) - Dueto gravado ao vivo com Luiz Melodia em 1999 para o CD Casa de Samba 3
8. Nasci para Chorar (Born to Cry - D. Dimucci em versão de Erasmo Carlos) - Gravação de 2002 da trilha sonora do filme Houve uma Vez Dois Verões
9. Blues da Piedade (Frejat e Cazuza) - Gravação ao vivo feita em 1995 para o CD Som Brasil Cazuza
10. Malandragem (Frejat e Cazuza) - Gravação feita em 2001 com o Barão Vermelho para o CD Multishow ao Vivo.
11. Bufo & Spallanzani: Dentro de Ti (Dado Villa-Lobos e Humberto Effe) - Gravação de 2001 da trilha do filme Bufo & Spallanzani
12. Golden Slumbers / Carry that Weight / The End (John Lennon e Paul McCartney) - Gravação ao vivo feita em 2000 para o CD O Submarino Verde e Amarelo
13. Woman Is the Nigger of the World (John Lennon e Yoko Ono) - Gravação lançada em 2000 no DVD Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo - Ao Vivo e incluída na compilação Cássia Rock Eller
14. Mr. Scarecrow (Herbert Vianna) - Dueto feito com Herbert Vianna em 2000 para o CD O Som do Sim
15. Smells Like Teen Spirit (Kurt Cobain, Chris Novoselic e Dave Grohl) - Gravação lançada em 2000 no DVD Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo - Ao Vivo e incluída na compilação Cássia Rock Eller

'Single' de Mariah anuncia chegada de 'E=MC2'

Balada de acento r & b e suave levada dance, Touch my Body é o primeiro single de E=MC2 - o CD que Mariah Carey lança em 15 de abril com a Teoria da Relatividade, de Einstein, no bom título. Já em rotação nas rádios dos Estados Unidos, a faixa foi composta e produzida pela própria Mariah Carey em parceria com C. Trick Stewart e The Dream - a dupla responsável por Umbrella, a gravação que valeu um Grammy a Rihanna numa categoria de rap. O clipe do single foi gravado em Los Angeles (EUA), no último fim de semana, e tem a direção de Brett Ratner.

Aneurisma tira Henri Salvador de cena, aos 90

Pela imagem acima, Henri Salvador parece até um sambista como tantos que transitaram e ainda transitam pela Lapa, bairro boêmio da zona central do Rio de Janeiro (RJ). Só que Henri - que saiu de cena em Paris nesta quarta-feira, 13 de fevereiro, aos 90 anos, por conta da ruptura de um aneurisma - esteve mais associado à bossa nova do que ao samba da Lapa... Nascido na Guiana Francesa em 1917, Henri compôs e cantou músicas como Syracuse, Zorro Est Arrivé e Dans mon Île, que, criada em 1957, seria regravada por Caetano Veloso, fã de Henri, em 1981 no disco Outras Palavras. O baiano citaria Henri em verso de Reconvexo. "Quem não sentiu o suingue de Henri Salvador", diria Caetano pela voz nobre de Maria Bethânia, que lançou a música de seu irmão no álbum Memória da Pele (1989). Admirador do Brasil, que conheceu na década de 40 durante turnê pela América Latina, Henri Salvador gravou com nomes como Gilberto Gil e o próprio Caetano. Um de seus últimos discos, Révérence, editado em 2006, trazia arranjos de Jaques Morelenbaum. Seu suingue jazzístico tinha elementos brasileiros.

12 de fevereiro de 2008

Badauí, Pensador e Wando no solo de Cláudia

Badauí (o vocalista da banda CPM 22), Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Gabriel O Pensador e Wando são os convidados do disco solo de Cláudia Leitte (em foto de Washington Possato). CD e DVD serão gravados ao vivo neste próximo domingo, 17 de fevereiro, em um megashow na Praia de Copacabana (RJ). No roteiro de 24 números, há sete músicas inéditas. A saber: Eu Grito, Quem É de Fé Balança, Pássaros, Horizonte, Beijar na Boca, Xenhenhém e No Carnaval de Salvador. O repertório terá hits do Babado Novo - como Bola de Sabão, regravado por Leitte em dueto com Badauí. Com Carlinhos Brown, Cláudia vai regravar Busy Man, música de Omelete Man (1998), o segundo (e melhor) CD do compositor. Wando vai subir ao palco para reviver Fogo e Paixão, seu hit de 1985, enquanto Gabriel O Pensador vai pôr rap em Exttravasa, a música lançada pela cantora no fim de 2007, sem o Babado Novo.

Cida emociona ao reviver modinhas brasileiras

Resenha de show
Título: Modinhas e Canções do Brasil
Artista: Cida Moreira
Local: Teatro II do CCBB (RJ)
Data: 12 de fevereiro de 2008 (sessão de 12h30m)
Cotação: * * * * *

Sozinha, ao seu piano, Cida Moreira começa a entoar os versos de Quem Sabe? - canção composta por Carlos Gomes (1836 - 1896) a partir de versos do poeta Bittencourt Sampaio (1834 - 1895). Já nesses primeiros versos ("Tão longe, de mim distante / Onde irá, onde irá teu pensamento?"), o clima é de arrebatamento na platéia que lotou o Teatro II da sede carioca do Centro Cultural Banco do Brasil para assistir no horário do almoço à primeira apresentação de Modinhas e Canções do Brasil, incluída no ciclo de shows Modinhas & Chorinhos, em cartaz no CCBB de janeiro a março de 2008. O espetáculo emociona tanto pela voz personalíssima da cantora como pelo repertório de caráter clássico - amostra de um antigo Brasil mais poético, mais delicado e (muito) mais musical.

Fora Cida, há em cena de forma plena o violonista Camilo Carrara, um músico extraordinário, que, já no seu primeiro número, Viola Quebrada, transmite através das cordas de seu violão a influência portuguesa contida nestas modinhas e canções de grande beleza. Viola Quebrada - informa a cantora ao público - é a única letra de Mário de Andrade (1893 - 1945), concebida a partir de melodia de Heitor Villa-Lobos (1887 - 1959). Só que a relação de Mário com as modinhas extrapolaria essa letra de versos líricos. Em 1936, o modernista recolheu 16 peças do gênero e as perpetuou no livro Modinhas Imperais. Foi este trabalho de cunho didático que caiu nas mãos e ouvidos de Cida e permitiu que a intérprete incluísse em seu repertório pérolas como Hei de Amar-te até Morrer e Dei um Ai, Dei um Suspiro - tema no qual é mais explícita a influência do fado na modinha brasileira e no qual Cida usa seu característico timbre operístico para realçar o tom quase histriônico dos versos.

A singeleza do canto de Cida Moreira valoriza o farto sentimento contido nesse repertório antigo. A intérprete está cantando em tons mais baixos sem prejuízo do vigor vocal e da emoção. E que emoção! Seus olhos marejam ao longo das interpretações de Lua Branca (Chiquinha Gonzaga) e da toada Leilão (Hekel Tavares e Joraci Camargo, 1933). O repertório, a propósito, é irretocável. Cida irmana em bela voz e em puro sentimento canções de Jaime Ovalle (Azulão e Modinha - as duas com versos do poeta Manuel Bandeira), dois standards de Villa-Lobos (Melodia Sentimental e Trenzinho do Caipira) e as citadas modinhas imperiais (como Si te Adoro, de 1850). Nas passagens instrumentais (de muitos) destes números, fica perceptível a intimidade da cantora com seu piano e o virtuosismo de Camilo Carrara ao violão. A interação é absoluta.

Apresentado desde 2004 pela cantora, tendo sido concebido por encomenda para uma grande exposição sobre Mário de Andrade realizada naquele ano em Araraquara (SP), o mergulho fundo da intérprete nas modinhas nacionais é exemplo de Arte no sentido maior do termo. Ao fechar o roteiro com Cacilda, lindo tema de José Miguel Wisnik para a peça homônima sobre Cacilda Becker (1921 - 1969), Cida Moreira, também ela uma atriz, eleva a arte do canto às alturas. Sai de cena deixando a platéia arrebatada como no início deste antológico recital que merecia registro em disco.

Em estúdio, o Rappa prepara seu sétimo álbum

Sem lançar disco de estúdio desde 2003, quando apresentou seu primeiro trabalho sem Marcelo Yuka, O Silêncio Q Precede o Esporro, o grupo carioca O Rappa já prepara o sétimo título de sua discografia. Produzido pela própria banda e gravado em um estúdio do Rio de Janeiro, o CD será lançado em meados de 2008.

Martinho chega aos 70 anos com obra pessoal

Martinho José Ferreira, o da Vila, completa 70 anos nesta terça-feira, 12 de fevereiro de 2008, com direito a aplausos pela data e pela obra coerente, inovadora e pessoal. "Martinho vem da Vila lá do fundo do quintal tornando diferente aquela coisa sempre igual", chegou a zoar Rita Lee, em 1976, em verso de Arrombou a Festa. Fora do contexto, até que o verso faz sentido. Martinho não veio da Vila, mas de Duas Barras (RJ), interior fluminense. Mas tornou diferente um samba que ficara sempre igual e - nesse sentido - o único compositor de sua geração que rivaliza com ele é Paulinho da Viola, também dono de uma assinatura bem marcante e única.

Projetado em 1967 ao defender sua Menina Moça no III Festival de Música Brasileira da TV Record, Martinho já começou a fazer sucesso há 40 anos quando apresentou Casa de Bamba, o samba que seria incluído em seu primeiro álbum, Martinho da Vila, editado em 1969 pela gravadora RCA. Já no fim daqueles anos 60, Martinho renovou o samba - no caso, o samba-enredo. Sem trair as tradições do gênero a ponto de descaracterizá-lo, o compositor encurtou e acelerou o samba-enredo, alguns então quilométricos e, por vezes, arrastados e empostados. Quatro Séculos de Modas e Costumes (1968) e Iaiá do Cais Dourado (1969) são dois exemplos da habilidade de Martinho para inovar sem desrespeitar. Nos anos 70, década em que angariou prestígio e grande popularidade com irretocáveis álbuns anuais, Martinho da Vila ajudou a popularizar o partido alto na classe média. É como se o samba saísse do fundo do quintal para ser ouvido na sala de estar sem tanto preconceito.

O samba molda a obra coerente de Martinho da Vila. Mas encaixar o compositor no rótulo de sambista é injusto com um artista que, a partir do samba, soube transitar também por ritmos mais ou até menos afins como calango, ciranda, côco, choro e os belos sembas de raiz africana. Às vezes com um pé no folclore - como no disco O Canto das Lavadeiras (1989), um dos títulos emblemáticos de discografia que já soma 38 álbuns, quase todos de excelente nível. Quase todos com um viés político que, às vezes, era simplesmente a valorização da cultura negra. Com o seu canto manemolente, de uma ginga e uma divisão particulares, Martinho da Vila conseguiu criar samba de identidade tão pessoal que, na visão de desatentos detratores e críticos, pode até parecer e soar sempre igual. Só que é, na realidade, pautado por diferença capaz de distinguir o nome de Martinho José Ferreira no universo dos compositores ligados ao samba. E que o faz digno dos maiores aplausos - especialmente no dia em que faz 70 anos. Parabéns, Martinho da Vila e do Brasil!

11 de fevereiro de 2008

50º Grammy consagra Hancock e premia West

Se a merecida consagração de Amy Winehouse no 50º Grammy já era previsível, assim como as quatro vitórias do rapper Kanye West nas categorias específicas de seu estilo, por conta de seu CD Graduation, a maior surpresa ficou por conta da eleição de um trabalho de jazz como Álbum do Ano. O contemplado foi o pianista Herbie Hancock (à direita em imagem de autoria de Michael Caulfield / WireImage - extraída do site oficial do Grammy) pelo seu disco River: The Joni Letters, inspirado na música de Joni Mitchell, a quem Hancock agradeceu em bonito discurso em que o músico saudou o caráter inusitado da vitória de um álbum de jazz.

River: The Joni Letters contou com a participação da cantora brasileira Luciana Souza. Aliás e a propósito...: desta vez, o Brasil não levou seu tradicional prêmio de Álbum de World Music. Tinha três concorrentes na categoria - Céu, Gil Luminoso (de Gilberto Gil) e Momento (de Bebel Gilberto) - mas o troféu foi para Djin Djin, o CD da cantora africana Angélique Kidjo. Prêmio merecido.

Amy chora sua vitória pessoal no 50º Grammy

Com visto negado para ir aos Estados Unidos, Amy Winehouse não pôde pisar no palco do Staples Center, em Los Angeles, em 10 de fevereiro, para receber os cinco dos seis troféus a que concorria na cerimônia de entrega do 50º Grammy Awards. Porém, mesmo distante, em Londres, de onde cantou via satélite duas músicas, a artista inglesa foi a responsável pelo momento de maior emoção da festa. Ao saber que Rehab, a música de seu aclamado segundo álbum Back to Black, tinha sido eleita a Gravação do Ano, Amy chorou abraçada aos pais. E muito emocionada, ao lado da mãe, agradeceu o prêmio: "Isto é para Londres". Amy já tinha faturado outros prêmios importantes como o de Revelação e o de Canção do Ano pela mesma Rehab que também rendeu a Amy o Grammy de Melhor Performance Pop Vocal. Para completar a noite, Back to Black foi eleito o Melhor Álbum de Pop Vocal. Noite de Amy.

Na realidade, o choro vitorioso de Amy Winehouse não foi só pelo recebimento dos troféus, mas pelo fato de os prêmios significarem também a vitória de estar viva e na batalha para superar os sérios problemas com drogas que a cantora britânica vem enfrentando nos últimos anos e que ameaçam não somente sua carreira como sua própria sobrevivência. Amy chorou por sua vitória pessoal...

A lista de vencedores do 50th Grammy Awards

Eis os principais vencedores do 50th Grammy Awards:

* Álbum do Ano - River: The Joni Letters (Herbie Hancock)
* Gravação do Ano - Rehab (Amy Winehouse)
* Canção do Ano - Rehab (Amy Winehouse)
* Revelação - Amy Winehouse
* Melhor Performance Pop Vocal Feminina - Amy Winehouse por Rehab
* Melhor Performance Pop Vocal Masculina - Justin Timberlake por What Goes Around... Comes Around
* Melhor Performance Pop Vocal de Grupo ou Dupla - Maroon 5 por Makes me Wonder
* Melhor Colaboração Pop com Vocal - Gone Gone Gone (Done Moved On) com Robert Plant & Alison Krauss
* Melhor Performance Pop Instrumental - Joni Mitchell por One Week Last Summer
* Melhor Álbum Pop Instrumental - The Mix-Up (Beastie Boys)
* Melhor Álbum Pop Vocal - Back to Black (Amy Winehouse)
* Melhor Gravação Dance - LoveStoned / I Think She Knows (Justin Timberlake)
* Melhor Álbum Dance / Eletrônico - We Are the Night (The Chemical Brothers)
* Melhor Álbum Pop Vocal Tradicional - Call me Irresponsible (Michael Bublé)
* Melhor Performance Vocal Solo de Rock - Bruce Springsteen por Radio Nowhere
* Melhor Performance Vocal de Rock por Dupla ou Grupo - The White Stripes por Icky Thump
* Melhor Performance de Rock Pesado - Foo Fighters por The Pretender
* Melhor Performance de Metal - Slayer por Final Six
* Melhor Performance Instrumental de Rock - Bruce Springsteen por Once Upon a Time in the West
* Melhor Canção de Rock - Radio Nowhere (Bruce Springsteen)
* Melhor Álbum de Rock - Echoes, Silence, Patience & Grace (Foo Fighters)
* Melhor Álbum de Música Alternativa - Icky Thump (The White Stripes)
* Melhor Performance Vocal Feminina de R & B - Alicia Keys por No One
* Melhor Performance Vocal Masculina de R & B - Prince por Future Baby Mama
* Melhor Canção de R & B - No One (Alicia Keys, Dirty Harry e Kerry Brothers)
* Melhor Álbum de R & B - Funk This (Chaka Kan)
* Melhor Performance Solo de Rap - Kanye West por Stronger
* Melhor Performance de Rap por Dupla ou Grupo - Kanye West & Common por Southside
* Melhor Colaboração de Rap - Jay-z com Rihanna por Umbrella
* Melhor Canção de Rap - Good Life (Aldrin Davis, Mike Dean, Faheem Najm & Kanye West)
* Melhor Álbum de Rap - Graduation (Kanye West)
* Melhor Álbum de Country - These Days (Vince Gill)
* Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo - River: The Joni Letters (Herbie Hancock)

Números musicais redimem o apático Grammy

Não fosse pelo choro vitorioso de Amy Winehouse, ao saber que Rehab tinha sido escolhida a Gravação do Ano, o 50º Grammy Awards teria sido um dos mais apáticos destas cinco décadas do Oscar da Música no que diz respeito às premiações em si. O que redimiu a cerimônia realizada no Staples Center, em Los Angeles (EUA), na noite de 10 de fevereiro de 2008, foram seus números musicais. Como o encontro de Beyoncé Knowles com Tina Turner (acima em foto de Michael Caulfield / WireImage - extraída do site oficial do Grammy). Saudada como rainha por Beyoncé, Tina se uniu à jovem colega para reviver Proud Mary, um dos sucessos da época em que a cantora fazia dupla com seu marido Ike Turner.

Os encontros de artistas de gerações e estilos diferentes deram o tom da noite e, logo na abertura da cerimônia, o dueto virtual de Alicia Keys com Frank Sinatra em Learnin' the Blues sinalizaria o capricho dos números musicais. Num Grammy que saudou até a imortalidade do som dos Beatles (e o álbum Love faturou alguns troféus), foi bacana ver a performance do Cirque Du Soleil para A Day in the Life e ouvir uma versão gospel de Let It Be nas vozes de Timothy T. Mitchum e Carol Woods - com a ajuda de um coral. Rap e música eletrônica se reencontraram em Stronger, o número que uniu o rapper Kanye West ao duo Daft Punk. Mais inusitado, já que inédito, foi o encontro de Fergie - do grupo Black Eyed Peas - com John Legend em Finally, a balada do repertório do cantor de soul. Tons de jazz e de música clássica se juntaram em performance de Rhapsody in Blue, de George Gershwin, que uniu os pianistas Lang Lang e Herbie Hancock. Em linha mais emotiva, os tenores Andrea Bocelli e Josh Groban uniram seu vozeirões na música-prece The Prayer - em louvor aos artistas falecidos em 2007, em especial ao colega Luciano Pavarotti. Enfim, a real emoção deste 50º Grammy esteve mais nos números do que na apática entrega dos prêmios.

10 de fevereiro de 2008

Série evidencia a irregularidade do Roupa Nova

Resenha de coleção de CDs
Título: Roupa Nova (1984), Roupa Nova (1985), Herança (1987), Luz (1988), Frente & Versos (1990), Roupa Nova ao Vivo (1991), De Volta ao Começo (1993), Vida Vida (1994) e 6/1 (1996)
Artista: Roupa Nova
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * 1/2

Em 1983, Gal Costa decepcionaria fãs mais ortodoxos ao regravar Baby - música-símbolo de seu início de carreira - na companhia do grupo Roupa Nova. Gal seguia a cartilha do mercado da época. Em 1983, o grupo carioca já saboreava uma adesão popular que ainda cresceria a partir de sua feliz transferência para a gravadora RCA. Nesta companhia, entre 1984 e 1996, o sexteto gravou os discos de sua fase áurea. Nove títulos que voltam ao catálogo em coleção editada pela Sony BMG. Os dois álbuns iniciais, ambos intitulados Roupa Nova, eram inéditos em CD. Os demais eram bem raros.

Pena que a série de reedições avulsas chegue às lojas sem a devida remasterização. Os sucintos textos do pesquisador Marcelo Fróes publicados nas padronizadas contracapas - com informações que contextualizam cada disco na trajetória fonográfica do grupo - são os únicos diferenciais das atuais edições em relação às anteriores. Em Roupa Nova (1984), o grupo ainda estava tateando em busca de sua identidade nesta atual fase. O maior sucesso deste disco foi Whisky a Go-Go, um hit da lavra da dupla de hitmakers Sullivan & Massadas. No Roupa Nova de 1985, os músicos já começaram a impor seu repertório autoral, emplacando hits como Seguindo no Trem Azul e Linda Demais nas FMs mais populares. Dona, o cover do tema da dupla Sá & Guarabyra, veio se somar a estes sucessos por conta de sua execução insistente na novela Roque Santeiro. Em Herança (1987), o Roupa Nova já tinha estabelecido o seu padrão sonoro - uma das marcas da música popular dos anos 80. Volta pra mim e A Força do Amor foram os maiores hits da vez.

A partir de Luz (1988), com a moral bem alta na gravadora BMG por conta de vendas sempre superiores a 250 mil cópias de cada disco, o Roupa Nova passa a assumir o controle da produção de seus álbuns - até então relegada a Guti. Sintomaticamente, os LPs começaram a ter vendas decrescentes. Frente & Versos (1990), que destacou o belo arranjo vocal de Yesterday, ainda se segurou bem nas paradas por conta de Coração Pirata - mais uma música do grupo propagada numa escala nacional pelas novelas da Rede Globo (no caso, por Rainha da Sucata). Mas o auge já passara.

Em 1991, Roupa Nova ao Vivo foi a saída para driblar o período de menor projeção que o grupo amargaria na década de 90 antes de voltar à tona na década seguinte com o bem-sucedido projeto RoupAcústico. Um providencial álbuns de covers, De Volta ao Começo (1993), ajudou a disfarçar o fato de que FMs e o próprio mercado fonográfico já não eram tão receptivos ao som do Roupa Nova. Nem o sucesso de A Viagem - música do disco Vida Vida (1994) projetada na abertura da novela espírita exibida pela Rede Globo naquele ano - e tampouco Amar É..., único relativo hit de 6/1 (1996), amenizaram o desgaste que culminou com a saída do grupo da BMG. Contudo, as reedições destes nove discos, embora evidenciem a irregularidade da obra de um bom grupo que quase nunca atinge suas possibilidades vocais, são válidas e oportunas porque representam o auge de uma música de cunho romântico, geralmente sentimental, que também deu o tom da década de 80.

Voz ardente de 'Maga' aquece o verão carioca

Resenha de show
Título: Verão do Morro - Margareth Menezes
Artista: Margareth Menezes
Local: Morro da Urca (RJ)
Data: 10 de fevereiro de 2008
Cotação: * * * * *

Já era domingo, 10 de fevereiro, quando a voz ardente e poderosa de Margareth Menezes começou a ser ouvida no palco do Morro da Urca com pot-pourri de samba-reggae que uniu Salvador Não Inerte, Guerrilheiros da Jamaicá (Rumpilé) e Alfabeto do Negão. Direto de Salvador (BA), onde animou a folia como de praxe, para o Rio de Janeiro, Maga fez a temperatura do morro subir com sua eletrizante apresentação. O calor do canto da intérprete há muito já é conhecido por seu público, mas, desta vez, o verão ficou mais quente porque o show, sem gorduras e espaços para convidados que às vezes desarticulam o roteiro, enfileirou sucessos da música afro pop baiana em clima que contagiou a platéia do início ao fim.

"Desce a madeira", ordenou a cantora antes de cantar sua infalível Dandalunda. Foi a senha para que os percussionistas batessem os tambores no tom tribal que regeu o show. Sim, shows de Maga são vistos por uma tribo que sabe de cor os versos de sambas-reggaes como Faraó - Divindade do Egito, Madagascar Olodum, Nossa Gente (Avisa Lá) e A Luz de Tieta. Contudo, houve boas surpresas. Emendar o xote Eu Só Quero um Xodó (hit de Gilberto Gil nos anos 70) no reggae Rasta Man evidenciou a irmandade das levadas dos dois gêneros. O pot-pourri de lambadas caribenhas - bom número herdado da recente apresentação da artista no Festival de Verão de Salvador - aproximou as ilhas do Caribe desta Bahia de todos os santos e ritmos. Curiosidade: Margareth recordou em espanhol La Bilirrubina - a dengosa lambada de Juan Luis Guerra que Fafá de Belém gravou em 1994, vertida para o português por Aloysio Reis.

Depois de cantar Já É, composição de Jauperi gravada pelo grupo Vixe Mainha, a cantora ergueu a ponte Rio-Bahia para cantar, em ritmo de samba-reggae, Amor, I Love You, um dos sucessos mais populares de Marisa Monte, de quem Maga é parceira em Passe em Casa, entoada logo a seguir no embalo da bela receptividade obtida pela versão axé do hit de Marisa. Seguiram-se pot-pourris de samba de roda, de ijexá - em reverência aos blocos afros Malê de Balê, Cortejo Afro e Filhos de Gandhy - e boas incursões pelos repertórios de Daniela Mercury (a explosiva Maimbê Dandá) e de Elba Ramalho (Frevo Mulher e Banho de Cheiro). Além da força de sua voz calorosa, Maga conta a seu favor com sua presença cênica imponente. A cantora dança com a mesma eletricidade com que entoa seu afro pop brasileiro, dando show de energia. Se o swing é bom, como sentencia no título uma das melhores músicas do CD e DVD Brasileira ao Vivo, a artista é melhor ainda. O tempo anda nublado e chuvoso no Rio de Janeiro, mas o verão carioca nunca esteve tão quente como nas primeiras duas horas deste domingo.

Brasil lança no mundo sinfonia carioca de Hime

Composta por Francis Hime, com as letras de Geraldo Carneiro e de Paulo César Pinheiro, a Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião já foi editada no Brasil em DVD - com gravação ao vivo regida pelo próprio Hime - que vai ser encartado na versão norte-americana do livro Tons e Sons do Rio de Janeiro, de autoria de Ricardo Cravo Albin. O Itamaraty oficializará o lançamento em Washington (EUA) ainda neste semestre. O livro com DVD vai ser distribuído no mundo todo em embaixadas e consulados do Brasil.

'Bacharach on Bossa' festeja os 80 anos de Burt

O compositor Burt Bacharach vai completar 80 anos em 12 de maio de 2008. Para festejar esta data, o produtor japonês Kazuo Yoshida idealizou o CD Bacharach on Bossa, que foi gravado no Rio de Janeiro (RJ) neste começo de ano com apropriadas adesões de nomes como Wanda Sá (I Say a Little Prayer), Miúcha (Alfie), Carlos Lyra (This Guy's in Love with You) e Daniel Jobim (On my Own). O conceito do disco é interessante, mas - justiça seja feita - a idéia de regravar sucessos de Burt Bacharach em clima de bossa nova é de Roberto Menescal, que produziu em 2007 o Bacharach Bossa Club, CD com a cantora Patty Ascher que sai no Japão em março.