2 de agosto de 2008

A capa e as inéditas do sétimo álbum do Rappa

Meu Santo Tá Cansado é a música inédita que abre o sétimo álbum do grupo carioca O Rappa, Sete Vezes. Ou 7 X - como sugere a imagem da capa. Eis, na ordem, as 14 faixas do disco, na loja via gravadora Warner Music a partir de 15 de agosto de 2008:
1. Meu Santo Tá Cansado
2. Verdade de Feirante
3. Hóstia
4. Meu Mundo É o Barro
5. Farpa Cortante
6. Em Busca do Porrão
7. 7 Vezes
8. Monstro Invisível
9. Maria
10. Súplica Cearense
11. Fininho da Vida
12. Documento
13. Respeito pela Mais Bela
14. Vários Holofotes

Fonseca grava DVD no Rio com Ana e Roberta

Prevista inicialmente para ter sido feita em 12 de junho, em show no Teatro Rival, a gravação do primeiro DVD de Celso Fonseca vai ser de fato realizada em 12 de agosto, em única apresentação do artista no Canecão (RJ) que terá as participações de Ana Carolina, Gilberto Gil e Roberta Sá. O roteiro é baseado no último disco de Fonseca, Feriado. Já Fernanda Takai ainda não está confirmada na gravação do DVD, que vai ser editado pela EMI ainda em 2008. Com Ana, Celso vai fazer dueto em Um Dia de Domingo, balada de Michael Sullivan e Paulo Massadas, originalmente lançada por Gal Costa em 1985 em dueto com Tim Maia (1942 - 1998). Com Gil, o artista vai rebobinar Palco e Is This Love?. Já a participação de Roberta Sá vai acontecer na música A Voz do Coração. No roteiro, há ainda a inédita Canção do Fim, de autoria do próprio Fonseca.
E por falar em Celso Fonseca, o compositor gravou um disco com Marcos Valle. Só que ainda não há data para o lançamento do CD...

Nando Reis ganha compilação na série 'Perfil'

Na carona da boa execução de pop rock de Nando Reis, Sou Dela, na trilha sonora nacional da novela global A Favorita, a gravadora Som Livre elegeu o ex-titã para ser o próximo artista enfocado na série de coletâneas intitulada Perfil. A compilação do compositor de O Segundo Sol - nas lojas até o fim deste mês de agosto de 2008 - reúne 15 gravações da carreira solo de Nando. Eis a bela seleção, que obviamente inclui Sou Dela:
1. Marvin
2. O Segundo Sol
3. Onde Você Mora?
4. Resposta
5. Relicário
6. Sou Dela
7. E.C.T.
8. Luz dos Olhos
9. All Star
10. A Letra A
11. Nos seus Olhos
12. Dentro do Mesmo Time
13. Tão Diferente
14. N
15. Espatódea

Gravação rara de 1982 gera CD ao vivo do Clash

Gravação de show feito em 1982 pelo grupo The Clash (1976 - 1985) vai gerar um disco ao vivo da banda - uma das pedras fundamentais do punk britânico. Live at Shea Stadium deverá chegar às lojas em outubro de 2008. O registro do show tinha sido encontrado numa fita pelo guitarrista Joe Strummer (1952 - 2002). No roteiro, o Clash toca músicas como London Calling, Police on my Back, Spanish Bombs, English Civil War e I Fought the Law, entre outras. Um número desta apresentação, Career Opportunities, já tinha sido editado na compilação From Here to Eternity, de 1999. Da mesma forma, o vídeo de Shoul I Stay or Should I Go? - música então em grande evidência no mercado norte-americano - já é conhecido pelos admiradores do The Clash.

1 de agosto de 2008

Cida e Frateschi valorizam obra afiada de Waits

Resenha de show
Título: Canções para Cortar os Pulsos
- A Música de Tom Waits
Artista: Cida Moreira e André Frateschi
Local: Centro Cultural Solar de Botafogo (RJ)
Data: 31 de julho de 2008
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz: de 31 de julho a 9 de agosto, de quinta-feira a domingo

O compositor americano Tom Waits é cultuado por ter construído uma obra singular em que aborda com poesia e teatralidade a existência desiludida dos perdedores. As imagens líricas das letras de Waits embelezam a amargura contida em muitos dos versos que ele põe em melodias encantadoras. Intérprete de alto teor dramático, com passagens pelo teatro, Cida Moreira mergulha no universo particular do compositor desde 2002, quando estreou em Porto Alegre (RS), sob encomenda, show dedicado ao cancioneiro de Waits. O espetáculo de 2002 voltou reformulado em 2007 - onde cumpriu vitoriosa temporada em São Paulo (SP) - e chegou enfim ao Rio de Janeiro (RJ) na noite de quinta-feira, 31 de agosto de 2008. Cida divide a cena com um surpreendente André Frateschi, que, paralelamente às suas atividades como ator (está na novela Ciranda de Pedra), desenvolve carreira musical.

Canções para Cortar os Pulsos tem um clima de cabaré que remete ao álbum de 1988 em que Cida interpreta o cancioneiro de Bertolt Brecht (1898 - 1956). Um piano, uma poltrona e algumas garrafas de uísque ajudam a compor a cena com a teatralidade que salta aos ouvidos tão logo a cantora começa a abrir o baú de jóias selecionadas para o espetáculo. E quem está nesta cena tão sedutora não é a Cida Moreira mais contida de álbuns recentes como Angenor (2008), dedicado à obra de Cartola (1908 - 1980). É a intérprete cortante que fuma um charuto em cena antes de abrir o show e a voz cantando - com vocalises, ao piano - o tema instrumental Fawn, extraído de um dos álbuns mais consistentes da discografia de Waits, Alice (2002). Sempre ao piano, Cida desfia músicas como Broken Bicycles com segurança e intimidade com o mundo poético de Waits. A artista está em casa.

Na seqüência, Anywhere I Lay my Head explicita o tom forte das interpretações. Cida e Frateschi carregam nas tintas e cantam Waits com a alma que inexiste no recente e equivocado tributo da atriz Scarlett Johansson ao compositor. No caso de Frateschi, a voz cavernosa evoca o timbre rascante de Waits desde que ele assume ao microfone para solar Rain Dogs. Em dueto, os intérpretes apresentam temas do porte do blues Downtown Train, de All the World Is Green - que, na estréia, voltou no bis com a boa adesão de Hélio Flanders, vocalista do grupo Vanguart - e de Poncho's Lament, que também retorna no bis em ambiência mais animada. E o fato é que, mesmo sem a experiência de Cida, Frateschi segura a onda do show quando sola músicas como Chocolate Jesus. Detalhe: no número seguinte, Jesus Gonna Be Here, ele toca violão e gaita ao mesmo tempo. Sem perder o pique.

Entrosada, a dupla de intérpretes em nenhum momento dilui a intensa atmosfera emocional de Canções para Cortar os Pulsos. Ao desfiar canções para pulsar os cortes, como brincam em cena, Cida e Frateschi honram o cancioneiro de Waits. Picture in a Frame - número em que ele toca gaita e ela, ao piano, vai elevando e alternando tons - é um dos números de grande beleza deste show inusitado. Mesmo nas músicas mais calmas, caso de Once Upon a Town (da trilha sonora do filme One from the Heart, de 1982), paira um clima quente no ar. Talvez porque é a teatralidade exacerbada de números como Tango Till They're Sore que molda a ambiência do show. E a emoção parece genuína quando Cida junta o tema instrumental Closing Time com a canção Take It with me, solada por ela com tons graves que vão subindo aos poucos. E é como se estivessem num cabaré que a dupla apresenta músicas como Yesterday Is Here e Jockey Full of Bourbon (da trilha do filme Down by Law, em que Tom Waits acumulou as atividades de ator e compositor da música original).

Dentro do universo pulsante de Waits, há também instantes de puro romantismo. A linda canção Johannesburg, Illinois - composta por Waits para sua mulher e musa, Kathleen Brennan - é solada por Cida ao piano no tempo da delicadeza. Destaque de um roteiro que também apresenta Time, Temptation (o único número menos cortante) e Innocent When You Dream. Enfim, um show teatral, apropriado para intérprete dramática como Cida Moreira, hábil ao fazer pulsar a veia poética de Tom Waits. É imperdível!!!!!

Paulo grava Vinicius em CD feito com Toquinho

Paulo Ricardo - que está com imagem totalmente indefinida no mercado fonográfico por conta da indecisão entre ser roqueiro ou cantor popular romântico - surpreende e ruma em direção à MPB. Nas entrevistas que vem dando para promover o lançamento da caixa Revolução! - RPM 25 Anos, o cantor anunciou que grava álbum dedicado ao repertório de Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Toquinho - o parceiro do Poetinha em sua última década de vida - participa ativamente da gravação do CD de Paulo.

Judas volta com menos peso em 'Nostradamus'

Resenha de CD
Título: Nostradamus
Artista: Judas Priest
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * 1/2

Em seu 22º álbum, o grupo Judas Priest - um dos ícones e pioneiros do gênero rotulado como heavy metal - inova e surpreende ao divagar sobre a vida do profeta Nostradamus, cujo nome batiza um trabalho de menor peso na discografia da banda britânica. Conceitual, o CD é duplo e reúne 23 músicas. Vindo de um grupo que fez seu nome baseado na força de sua guitarras, Nostradamus é um disco, no mínimo, controvertido. Há todo um instrumental sinfônico - de tom épico e grandiloqüente - que disputa espaço com os riffs de guitarra. Embora ousado, o álbum esbarra no excesso de faixas e de pretensão. Revelations, War e Persecution se impõem na safra irregular de inéditas. Nostradamus revela um outro Judas Priest. E é preciso ter consciência da mudança de rota para não se decepcionar ao embarcar nesta viagem proposta pelo dinossauro.

Quinteto grava repertório autoral ao vivo em SP

Já contabilizando 37 anos de carreira, o Quinteto Violado vai gravar pela primeira vez um álbum de repertório inteiramente autoral. A gravação de Quinto Elemento vai ser feita ao vivo ao longo dos três shows que o grupo pernambucano apresentará no Teatro Fecap, em São Paulo (SP), de 8 a 10 de agosto de 2008. Na apresentação de domingo, 10 de agosto, o Quinteto contará com as intervenções de Guinga e de Toninho Ferragutti. Guinga vai participar de Chorando de Manhã - tema instrumental de Dudu Alves - e de Sertão Trovador, parceria de Marcelo e Thiago Fournier. Já Ferragutti vai tocar seu acordeom em duas músicas de tom forrozeiro, o xote Do Lado de Lá e o baião Morena do Patuá, ambas de Roberto Medeiros. Quinto Elemento vai ser o primeiro trabalho do Quinteto Violado após a saída de cena do baixista Toinho Alves, um dos fundadores do grupo, morto em 29 de maio de 2008. O disco vai reunir 13 músicas no seu repertório.

31 de julho de 2008

Dylan junta 'takes' raros e inéditos em CD triplo

Nas lojas a partir de 7 de outubro, pela Columbia, o álbum triplo Tell Tale Signs compila 39 fonogramas raros ou mesmo inéditos da farta discografia de Bob Dylan. Trata-se do oitavo volume das Bootlegs Series do artista. Além de registros ao vivo, há sobras e takes alternativos das gravações de álbuns como Oh Mercy (1989), World Gone Wrong (1993), Time out of Mind (1997) e Modern Times (2006). Eis a seleção do disco Tell Tale Signs:

CD 1:
1. Mississippi (sobra de Time out of Mind)
2. Most of the Time (take alternativo de Oh Mercy)
3. Dignity (demo de piano de Oh Mercy)
4. Someday Baby (take alternativo de Modern Times)
5. Red River Shore (sobra de Time out of Mind)
6. Tell 'Ole Bill (take alternativo da trilha de North Country)
7. Born in Time (sobra de Oh Mercy)
8. Can't Wait (take alternativo de Time out of Mind)
9. Everything Is Broken (take alternativo de Oh Mercy)
10. Dreamin' of You (sobra de Time out of Mind)
11. Huck's Tune (faixa da trilha de Lucky You)
12. Marching to the City (sobra de Time out of Mind)
13. High Water (For Charley Patton) (ao vivo, 2003)

CD 2:
1. Mississippi (sobra nº 2 de Time out of Mind)
2. 32-20 Blues (sobra de World Gone Wrong)
3. Series of Dreams (sobra de Oh Mercy)
4. God Knows (sobra de Oh Mercy)
5. Can't Escape from You (fonograma inédito de 2005)
6. Dignity (sobra de Oh Mercy)
7. Ring Them Bells (ao vivo, Supper Club, 1993)
8. Cocaine Blue (ao vivo, Viena, 1997)
9. Ain't Talkin' (take alternativo de Modern Times)
10. The Girl on the Greenbriar Shore (ao vivo, 1992)
11. Lonesome Day Blues (ao vivo, 2002)
12. Miss the Mississippi (fonograma inédito de 1992)
13. The Lonesome River (dueto com Ralph Stanley)
14. 'Cross the Green Mountain (da trilha de Gods and Generals)

CD 3:
1. Duncan and Brady (ao vivo, 1992)
2. Cold Irons Bound (ao vivo, 2004)
3. Mississippi (sobra nº 3 de Time out of Mind)
4. Most of the Time (take alternativo 2 de Oh Mercy)
5. Ring Them Bells (take alternativo de Oh Mercy)
6. Things Have Changed (ao vivo, 2000)
7. Red River Shore (sobra nº 2 de Time out of Mind)
8. Born in Time (sobra nº 2 de Oh Mercy)
9. Tryin' to Get to Heaven (ao vivo, 2000)
10. Marchin' to the City (sobra nº 2 de Time out of Mind)
11. Can't Wait (sobra nº 2 de Time out of Mind)
12. Mary and the Soldier (sobra de World Gone Wrong)

Solo, Dadi vai editar discos ao vivo e de estúdio

Já cinqüentão (ele vai completar inacreditáveis 56 anos em 16 de agosto de 2008), Dadi pretende dar continuidade à sua carreira solo, iniciada somente em 2005 com a gravação e a edição no Japão do CD Dadi, lançado no Brasil em 2007, pela Som Livre. Além de já ter na manga um registro de show, Dadi ao Vivo em Tokyo, o baixista - que fez parte de bandas históricas como Novos Baianos e A Cor do Som - já arquiteta um segundo álbum de estúdio, intitulado Bem Aqui.

D2 quer tocar tambores com Maria Rita e Pitty

No que depender da vontade de Marcelo D2, seu quarto CD solo de estúdio - intitulado, em princípio, Assim Tocam os meus Tambores - vai trazer na populosa ficha técnica os nomes de Maria Rita, de Pitty, de Pupillo (baterista da Nação Zumbi) e do rapper norte-americano Mos Def. Com Pitty, D2 planeja inaugurar parceria. Já Maria Rita foi pensada para cantar uma das músicas compostas para o disco, produzido por Mario Caldato Jr. Certo, por ora, é que o álbum vai marcar a estréia de D2 na gravadora EMI Music...

Oitavo CD do Offspring oscila entre punk e pop

Resenha de CD
Título: Rise and Fall,
Rage and Grace
Artista: The Offspring
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

Para uma banda que é espécie de precursora do estilo punk pop, o bom oitavo álbum do quinteto Offspring oscila - e não se decide - entre o punk e o pop. A pegada forte e acelerada de faixas como Half-Truism e Hammerhead vai fisgar quem prefere o primeiro. O segundo está bem representado por Trust in You e baladas tristonhas como Fix You e Kristy, Are You Doing Okay?. No todo, o disco desce bem para quem ficou contente com o som adotado pelo grupo dos Estados Unidos em seu álbum mais bem-sucedido, Americana (1998). A produção de Bob Rock, que já pilotou discos de bandas como Metallica, garante a eficiência do som. Entre baladas e rocks, há até tema com levada de ska, Let's hear It for Rock Bottom. Apesar do tom heterogêneo das 12 faixas, existe certa coesão em Rise and Fall, Rage and Grace...

30 de julho de 2008

Bosco é o destaque na segunda noite do samba

Resenha de gravação de CD / DVD
Título: Samba Social Clube
Artista: Alcione, Almir Guineto, Arlindo Cruz,
Casuarina, Diogo Nogueira, Dona Ivone Lara, Dudu
Nobre, Elza Soares, Fernanda Abreu, João Bosco
(em foto de Vera Donato), Gilberto Gil, Luiz Melodia,
Marcelo Moreira, Moinho, Moyseis Marques e Roberta Sá
Local: Fundição Progresso (RJ)
Data: 29 de julho de 2008
Cotação: * * * 1/2
Não foi preciso repetir. Bastou um único irretocável take de Tudo se Transformou, um dos mais belos sambas de Paulinho da Viola, para João Bosco se impor como o maior destaque da segunda noite de gravação do CD e DVD Samba Social Clube, em 29 de julho de 2008. Sozinho com seu violão, Bosco deu novo tom ao samba com total respeito à melodia e sem apelar para os efeitos percussivos do violão e as firulas vocais que, às vezes, empanam o brilho de suas interpretações. Bosco foi elegante - como Paulinho.
Como na noite anterior, a gravação transcorreu ágil, mas, por conta do grande número de artistas, já passava da uma hora da madrugada quando o Casuarina entrou novamente no palco da Fundição Progresso para repetir os números que fizera um dia antes. No geral, a segunda noite de gravação foi dominada por artistas de personalidade mais forte que impuseram seu estilo à gravação. Como Bosco, Gilberto Gil também dispensou a banda regida pelo diretor Paulão Sete Cordas. Com seu violão e um pandeiro, Gil reviveu seu samba Amor até o Fim. Seu primeiro take foi apático e sem suingue - o que gerou até algumas vaias da platéia. Mas, no segundo take, Gil se saiu melhor sem, de fato, brilhar com seu registro de tom mais intimista - inapropriado para a ocasião. Já Elza Soares errou algumas entradas em A Tonga da Mironga do Kabuletê, mas, com sua bossa negra, entortou o samba de Toquinho & Vinicius de Moraes com direito a scats improvisados. Também cheia de moral, Fernanda Abreu reclamou do som antes mesmo de cantar, pediu paciência ao público, com quem combinou algumas coreografias antes de reverenciar Elza Soares ao cantar, com animação, o samba Salve a Mocidade, grande sucesso da Mulata Assanhada nos anos 70. Mesmo sem a voz de Elza, Fernanda deixou impressão tão boa quanto o samba...
Se Beth Carvalho foi ovacionada na primeira noite, coube a Dona Ivone Lara - com justiça - as maiores honras da platéia. Os aplausos foram fortes assim que o nome da dama do Império Serrano foi anunciado. Do alto de seus 87 anos, Ivone reviveu com segurança seu samba Mas Quem Disse que Eu te Esqueço. O público também recebeu com entusiasmo Arlindo Cruz, que recordou em tom dolente Meu Laiaraiá, samba da fase inicial de Martinho da Vila. Na seqüência, já com a adição de Marcelo Moreira do grupo Casuarina, Arlindo mostrou Samba Social Clube, o partido alto que fez para saudar o programa de rádio que gerou a gravação. Destinado a ser um hino, o samba é inédito em disco, tem tom festivo e cita na letra nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e o Grupo Fundo de Quintal. É mais um gol de Arlindo.
Houve artistas que frustaram as expectativas. Alcione não rendeu tudo o que podia porque cantou o samba menos inspirado da noite, Mormaço. Roberta Sá também não estava em seus melhores dias. Seu registro de Pressentimento soou forçado, sem a leveza que caracteriza o canto de Roberta. Já em Meu Sapato Já Furou a intérprete soou mais graciosa e até animou o público, mas sem exibir (todo) o suingue exigido pelo samba de Elton Medeiros e Mauro Duarte, lançado em 1974 por Clara Nunes (1942 - 1983) no álbum Alvorecer. Ao sair do palco, Roberta saudou a Guerreira.
Aberta com Moyseis Marques, correto em Conselho, a segunda noite da gravação do Samba Social Clube contou também com Dudu Nobre (seguro em Mordomia e em Ninguém Tasca), Moinho (eficaz ao transitar na habitual ponte Rio-Bahia com Besta É Tu), Almir Guineto (empolgante em Não Sou Mais Disso, muito por conta da força do samba) e Luiz Melodia (à vontade em Tristeza, mas sem seu brilho comumente especial). Faltou aquele algo mais.
Diogo Nogueira foi um caso à parte. Saudado já no começo da noite como "o gatinho do samba" pelo apresentador do evento, o filho de João Nogueira (1941 - 2000) provocava gritos e agitos na platéia toda vez que seu nome era anunciado. Ao entrar em cena, Diogo não exibiu a habitual insegurança ao cantar Coisa de Pele e Bola Dividida. Mas pairou no ar - mais uma vez - a sensação de que sua popularidade é efeito mais de sua beleza do que de sua voz ou de suas composições. O clube do samba também faz a sua social...

Biografia e álbum de inéditas reanimam a Blitz

Ainda na estrada com a turnê promocional do CD e DVD Ao Vivo e a Cores, lançados em agosto de 2007, a Blitz planeja lançar um álbum de inéditas - o primeiro desde Blitz 2000 Últimas Notícias - até o fim de 2008. Paralelamente, a Ediouro agenda para novembro o lançamento da primeira biografia do grupo de Evandro Mesquita. De autoria do jornalista Rodrigo Rodrigues, As Aventuras da Blitz vai para as livrarias no formato similar de um almanaque com ilustrações e imagens do arquivo pessoal dos músicos que fizeram a história da banda que, no verão de 1982, abriu as portas do mercado fonográfico brasileiro para o rock nativo. Se contar todas as egotrips do grupo, a biografia promete.

Reedição de Laurie chega ao Brasil com atraso

Em julho de 2007, a Nonesuch Records reeditou no exterior a edição comemorativa dos 25 anos do primeiro aclamado álbum de Laurie Anderson, Big Science, lançado em 1982. Com um ano de atraso, a Warner Music pega carona na vinda da artista ao Brasil em setembro de 2008 - para três shows, sendo dois em Porto Alegre (2 e 3 de setembro no Teatro do Bourbon Country) e um em São Paulo (5 de setembro no Sesc Pinheiros) - e põe no mercado nacional a reedição revista e ampliada do disco. Ao belo conteúdo do álbum original, foram acrescentadas anotações escritas por Anderson e o vídeo de O Superman - além do lado B do single deste hit, Walk The Dog. Dez!

Alicia Keys grava tema de '007' com Jack White

Nem Amy Whinehouse e tampouco Leona Lewis. Caberá a Alicia Keys (foto) - estourada no Brasil com No One, música de seu quarto álbum, As I Am, editado em 2007 - gravar a principal música da trilha sonora de Quantum of Solace, o 22º filme da série dedicada a James Bond. A música se chama Another Way to Die e é de autoria de Jack White, do duo The White Stripes. White produziu a gravação, na qual toca bateria. O CD com a trilha sonora do filme vai ser editado em 28 de outubro via J Records, o selo da artista. Já o filme tem estréia programada para novembro.

29 de julho de 2008

Beth, Leci e Teresa brilham no clube do samba

Resenha de gravação de CD / DVD
Título: Samba Social Clube
Artista: Ana Costa, Anna Luisa, Beth Carvalho (em foto
de Washington Possato), Casuarina, Fundo de Quintal,
Jorge Aragão, Leci Brandão, Lenine, Mauro Diniz,
Moacyr Luz, Nelson Sargento, Nilze Carvalho, Sandra
de Sá, Grupo Semente, Serjão Loroza, Sururu na Roda,
Teresa Cristina e Zeca Pagodinho
Local: Fundição Progresso (RJ)
Data: 28 de julho de 2008
Cotação: * * *

Vieram da ala feminina os melhores momentos da primeira noite de gravação do CD e DVD Samba Social Clube, inspirados no homônimo programa de rádio que aglutina os principais nomes do samba carioca. Já passava da 1h da madrugada quando o Fundo de Quintal deixou o palco da Fundição Progresso - acalorada por conta da lotação do público entusiasmado que lotou a pista e as arquibancadas - depois de cantar Mel e Mamão com Açúcar e Tragédia no Fundo do Mar. Anunciada para as 21h, mas iniciada efetivamente às 21h45 da noite de 28 de julho de 2008, a gravação transcorreu com agilidade e poderia ter sido até mais rápida não fossem os tropeços de alguns intérpretes escalados para a primeira rodada (a segunda acontece nesta terça-feira, 29 de julho de 2008, com a incorporação de Gilberto Gil ao elenco já anunciado que inclui Arlindo Cruz, Elza Soares e Fernanda Abreu).

Beth Carvalho, Leci Brandão e Teresa Cristina brilharam em noite marcada pela supremacia feminina. Ovacionada ao ter seu nome anunciado pelo apresentador do evento, Beth surpreendeu com registro bonito de O Bêbado e a Equilibrista que teve direito à citação de Smile no fim do arranjo, moldado para uma roda de samba. Já em Amor de Verdade - sucesso de Roberto Ribeiro (1940 - 1996) - a cantora não entusiasmou tanto, talvez pelo fato de boa parte do público predominantemente jovem desconhecer o inspirado samba de Flávio Moreira e Liette de Souza. Já Teresa Cristina, sempre fiel ao Grupo Semente, pôs suingue baiano em Na Beira do Mar, saudou Zé Ketti (1921 - 1999) com menor desenvoltura em A Voz do Morro e experimentou tons mais altos em Tristeza Pé no Chão, sucesso de Clara Nunes (1942 - 1983). Menos tímida em cena, Teresa tem evoluído a cada apresentação com uma segurança que sobra em Leci Brandão, cativante em Sorriso Aberto e menos efusiva em Do Jeito que o Rei Mandou. Ao fim de sua apresentação, Leci foi muito aplaudida ao fazer um apelo pela retomada de sua carreira no Rio de Janeiro (o mercado que tem sustentado a sambista nos últimos anos é o paulista). "Quero ser recuperada na minha cidade", pediu Leci, no discurso mais inusitado da noite. Pela boa reação, a recuperação começou.

Com menos entusiasmo do que Leci, Zeca Pagodinho abriu a noite com É Preciso Muito Amor, o maior sucesso de Noca da Portela como compositor. A platéia vibrou com a presença de Zeca e se empolgou no refrão. Na seqüência, Nelson Sargento e Mauro Diniz celebraram em desencontrado dueto a irmandade das escolas de samba Mangueira e Portela. Mas o samba Velhas Companheiras não rendeu o que poderia. Sargento estava muito inseguro com a letra e não entrava na hora certa. Já Diniz - recrutado na banda arregimentada pelo diretor musical Paulão Sete Cordas para substituir Monarco, impossibilitado de gravar por problemas de saúde - foi prejudicado pelo som sempre oscilante da Fundição Progresso. Em seguida, o grupo Sururu na Roda entrou em cena e reestabeleceu o ritmo com Da Melhor Qualidade. Mas tudo voltou ao tom inseguro de antes quando Lenine foi chamado para cantar Esperanças Perdidas. Lenine errou a letra no primeiro take e interrompeu o segundo logo no começo. Talvez pelo desconforto de cantar versos mais adequados para um devoto do samba do para um compositor celebrado pelo tom miscigenado e universal de sua música. Deslocado, Lenine pareceu um penetra no clube...

Cria da Lapa, o boêmio bairro carioca que ajudou a revitalizar o samba e no qual se situa a Fundição Progresso, o grupo Casuarina estava em casa, mas, por alguma razão, não rendeu como de costume ao cantar O Show Tem que Continuar, Não Deixe o Samba Morrer (cujo refrão foi acompanhado pelo forte coro popular) e Retalhos de Cetim. Na seqüência, Sandra de Sá - escalada para cantar a marcha Água na Boca - perseguiu um tom esfuziante, típico de um baile de Carnaval, mas a platéia reagiu mais com suas observações e provocações sobre futebol. Bem fez Serjão Loroza que entrou em cena e, com seu vozeirão, mandou direto Eu Bebo Sim, com suingue e um leve tom teatral na interpretação. Nem foi preciso repetir. Mas a noite era mesmo das mulheres e o trio formado por Ana Costa, Anna Luisa e Nilze Carvalho (de volta ao palco, pois integra o Sururu na Roda, que já havia se apresentado) valorizou Saudades da Guanabara, iniciada pelo autor Moacyr Luz. Quando tudo fazia supor um desastre, pelo canto esmaecido do compositor, as cantoras foram entrando em cena, uma instantes após a outra, e deram um colorido especial ao samba, que deu título ao LP gravado por Beth Carvalho em 1989.

Por fim, Jorge Aragão entrou em cena para empolgar mais com Vai Passar - e o samba-enredo de Chico Buarque e Francis Hime incendiou de imediato a platéia - do que com O Mar Serenou. Entre altos e baixos, a gravação do CD e do DVD que a EMI Music põe nas lojas até o fim do ano sinalizou que há bem mais sócios legítimos do que penetras neste clube social do samba sustentado mais pela força do repertório e pelo prestígio dos freqüentadores. Os arranjos e as interpretações foram, em si, bastante previsíveis.

O concerto globalizado de Yanni chega ao Brasil

Tecladista grego, hábil na feitura de uma música de acento globalizado, Yanni tem lançado no Brasil, pela Coqueiro Verde, seu último DVD, Yanni Live! - The Concert Event, editado em 2006 no exterior. Filmado com câmeras de alta definição em Las Vegas (EUA), em 6 de novembro de 2004, o espetáculo inclui na ficha técnica o percussionista Walter Rodrigues. Egresso do grupo Stomp, o músico tem direito a um solo feito com dois tubos de PVC. Yanni, que transita entre as fronteiras do popular e do erudito, apresenta no roteiro temas como Prelude, For All Reasons, World Dance, Nostalgia, Rainmaker, Playtime e The Storm, que vem a ser A Tempestade, de Vivaldi (1678 - 1741).

CDs da portuguesa Eugénia aportam no Brasil

Três bons discos da intérprete portuguesa Eugénia Melo e Castro estão chegando às lojas do Brasil, sendo que somente Eugénia Melo e Castro Canta Vinicius de Moraes (1994) já tinha sido editado no mercado nacional - no caso, pela Som Livre. Os outros dois títulos, Paz (2003) e o recente POPortugal (2007, capa à direita), eram até então inéditos no Brasil. No tributo ao cancioneiro de Vinicius de Moraes (1913 - 1980), arranjado por Wagner Tiso, Eugénia recebe Egberto Gismonti em Modinha e Canção do Amor Demais. Em Paz, o foco são poemas da intérprete, musicados e arranjados por Eduardo Queiroz. Já no CD POPortugal a cantora aborda o cancioneiro lusitano de tom mais contemporâneo. Os três álbuns aportam nas lojas nacionais com a distribuição da Brazilmúsica!. Bem-vindos!!!

Xuxa prolonga em DVD festa de 20 anos globais

Em 2006, Xuxa começou a festejar seus 20 anos na TV Globo. A badalação rendeu turnê nacional com um show pirotécnico que teve direção artística de Gringo Cardia. O DVD Festa ao Vivo reúne takes colhidos ao longo dessa turnê. São 17 números que revivem todos os grandes sucessos da carreira fonográfica da apresentadora (Doce Mel, Ilariê, Brincar de Índio, Arco-Íris, Tindolelê etc.) e contam com a intervenção virtual de Ivete Sangalo - através de um telão, a cantora participa de Festa - e a adesão da filha de Xuxa, Sasha Meneghel Szafir, em Lua de Cristal. Nos extras do DVD, editado pela Som Livre, há fotos, faixa-bônus e até jogos.

28 de julho de 2008

Rappa faz 'Súplica Cearense' no CD 'Sete Vezes'

Música do repertório do cantor e compositor baiano Gordurinha (1922 - 1969), composta por ele em parceria com Nelinho como um pedido ao céu para amenizar a seca que periodicamente assola o sertão nordestino, Súplica Cearense é a única regravação entre as 14 faixas do sétimo álbum do grupo carioca O Rappa, Sete Vezes, nas lojas a partir de 15 de agosto, pela Warner Music. Lançada por Gordurinha em 1960 e usualmente regravada por cantores nordestinos como Elba Ramalho e Fagner, a toada figura entre 13 músicas inéditas compostas pela banda com parceiros com Marcos Lobato e Vinicius Falcão. Uma das inéditas é a música que dá título ao CD, produzido pelo próprio Rappa - com Ricardo Vidal e Tom Sabóia. A faixa Monstro Invisível já chegou às rádios. Meu Santo Tá Cansado, Verdade de Feirante, Farpa Cortante, Maria, Meu Mundo É o Barro e Respeito pela Mais Bela são alguns temas inéditos apresentados pelo quarteto no álbum Sete Vezes.

Mallu conclui primeiro CD sob toque de Caldato

Sob a batuta do produtor Mario Caldato, Mallu Magalhães concluiu no estúdio carioca AR a gravação de seu primeiro álbum - bancada pela própria cantora e compositora com a renda obtida com a cessão de sua música J 1 para uma operadora de telefonia. Projetada no início de 2008 na internet, onde emplacou hits virtuais como Tchubaruba, a adolescente paulista registrou no CD temas autorais como Noil, Town of Rock'n'Roll e You Know I've Got. Mallu compõe em inglês, mas incluiu no disco duas faixas em português, Vanguart - em tributo ao grupo homônimo do qual a artista é fã - e O Preço da Flor, música inspirada no cancioneiro de Marcelo Camelo. A sonoridade do CD transita entre o folk e o rock.

Stones assinam contrato mundial com Universal

A gravadora Universal Music derrotou a empresa Live Nation - que gerencia a carreira de estrelas como Madonna - na luta pelo passe dos Rolling Stones. A companhia assinou com o grupo um contrato de âmbito mundial que lhe permite lançar os próximos álbuns da banda e lhe dá direitos de reedição da maior parte do catálogo dos Stones. A propósito, a gravadora planeja campanha (barulhenta) para lançar a obra do quarteto em plataforma digital.

Kelly regrava balada de Abreu e verte hit alemão

No seu primeiro CD de inéditas pela Som Livre, previsto para ser lançado em setembro, a tempo de pegar as vendas do Dia das Crianças, Kelly Key atenua a forte carga erótica de seu repertório para investir no público infanto-juvenil. Entre novidades como Ninguém e o pop rock Tô Fora, a cantora revive Você pra mim - balada de Fernanda Abreu, lançada pela autora em seu primeiro disco solo, Sla Radical Dance Disco Club (1990) - e grava versão de Strictly Physical, hit do trio alemão Monrose, intitulada Parou para Nós Dois. Para 2009, Kelly planeja fazer um DVD de caráter mais nitidamente infantil com a gravação de show pela Som Livre.

27 de julho de 2008

Caixa evidencia a originalidade inicial do RPM

Resenha de caixa
Título: Revolução!
RPM 25 Anos
Artista: RPM
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * * 1/2

Tanto do ponto de vista artístico quanto do comercial, o RPM foi uma das bandas mais importantes dentre os muitos grupos de rock projetados nos anos 80, no rastro da explosão da Blitz. A caixa ora lançada pela Sony BMG - com os três álbuns da fase áurea do quarteto, o DVD do show Rádio Pirata (até então existente apenas no formato de VHS) e um CD com raridades - confirma a originalidade inicial do som de Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo P.A. Pagni. O RPM fazia um tecnopop consistente que o diferenciou de cara dos demais grupos da época, que oscilavam entre o pop à moda da New Wave e o rock de origem punk. Quanto ao box em si, o maior valor documental reside no disco de raridades - que inclui os remixes originais de Louras Geladas e Olhar 43 que tocaram exaustivamente nas rádios e nunca haviam sido reeditados em CD - e na reedição do terceiro álbum da banda, RPM, lançado em 1988. Este disco, que frustou as expectativas de quem esperava um outro trabalho na linha da obra-prima Revoluções por Minuto (1985), havia saído no formato digital na época do lançamento, mas numa magra tiragem inicial que logo se esgotou e nunca mais tinha sido reposta. Já os dois primeiros álbuns da banda, Revoluções por Minuto e Rádio Pirata ao Vivo (1986), haviam ganhado em 2002 decentes reedições remasterizadas em CD. Não eram raros...

A maneira como os três álbuns foram embalados na caixa Revolução! RPM 25 Anos - o título alude ao fato de o grupo ter sido formado em 1983, em São Paulo - não é a preferida dos colecionadores de discos. Os CDs não podem ser retirados do box e estão sem a arte gráfica original. Um libreto com fotos das capas dos LPs e com texto assinado por Marcelo Leite de Moraes, biógrafo da banda, acompanha a caixa, mas, por grave desatenção na edição do libreto, os textos sobre o CD de raridades e sobre o DVD estão truncados. Outro ponto negativo: o terceiro álbum aparece grafado como Quatro Coiotes quando, na realidade, seu título oficial é RPM (ele passou a ser conhecido extra-oficialmente como Quatro Coiotes por conta da escolha da faixa homônima para promover o disco). Em contrapartida, a correta seleção de raridades vai contentar todos os fãs da banda. Além dos valiosos remixes, que nunca haviam sido lançados nas sucessivas coletâneas dedicadas à banda, o CD Remixes e Raridades rebobina as duas músicas - Feito Nós e Homo Sapiens - compostas por Paulo Ricardo com Milton Nascimento para o EP gravado em 1987 pelo RPM com o compositor do Clube da Esquina. As duas músicas não resistiram bem ao tempo, mas têm valor documental porque, na época, ainda havia um muro invisível separando o rock da MPB (ainda que Ney Matogrosso já tivesse dialogado com o Barão Vermelho e que, em 1986, Gilberto Gil tivesse insistido na quebra dessa barreira ao participar do terceiro álbum dos Paralamas do Sucesso, Selvagem?). O EP de Milton com o RPM representou uma inovação no mercado fonográfico da época. Quanto ao show, o DVD eterniza a primeira superprodução apresentada por um grupo de rock brasileiro. Nos extras, há imagens do grupo na Rede Globo, no programa Mixto Quente, no Programa do Chacrinha e no Globo Repórter que investigou a explosão do RPM em 1986. Enfim, um belo e essencial documento.

Liminha vai produzir o disco de rock de Erasmo

Liminha já tem um trabalho certo quando terminar a produção do disco do Jota Quest - tarefa que assumiu quando Kassin e Mario Caldato Jr. propuseram ao grupo mineiro o (inviável) adiamento do início das gravações, previsto para 23 de maio. Liminha vai produzir o disco de inéditas que Erasmo Carlos (foto) vai gravar para lançar ainda em 2008 pela gravadora Coqueiro Verde Records, dirigida pelo filho do Tremendão, Leonardo Esteves. O cantor pretende fazer um álbum inteiramente dedicado ao rock, voltando às origens de sua carreira. O último disco de inéditas de Erasmo, Santa Música, foi editado em 2004 pela Indie Records.

Universal lança CD de Rollins no rastro do Tim

No embalo da vinda de Sonny Rollins ao Brasil para shows na temporada de 2008 do Tim Festival, a Universal Music vai pôr nas lojas a edição nacional de Sonny, Please - o mais recente trabalho do lendário saxofonista de jazz. Lançado de forma digital em novembro de 2006 e disponibilizado no formato de CD em janeiro de 2007, o álbum inaugura o selo do músico, Doxy, e é dedicado à mulher de Rollins, morta em 2004. Uma atmosfera de melancolia permeia o registro de faixas como Someday I'll Find You. Este tema de Nöel Coward integra um repertório formado por sete composições, sendo três standards e quatro da lavra de Rollins - caso da faixa-título. Sonny, Please foi o primeiro trabalho de estúdio de Sonny Rollins em cinco anos.

Rival idealiza selo a partir de 'Grande Encontro'

A equipe do Teatro Rival pretende perpetuar o recente show feito por Alaíde Costa com Fátima Guedes no tradicional palco carioca dentro do projeto Grandes Encontros. O show foi gravado em áudio e vídeo. A idéia é lançar a gravação em CD e DVD, abrindo o selo do Teatro Rival. Para os extras do DVD, já foram colhidos depoimentos de nomes como Arismar do Espírito Santo, Sueli Costa - compositora recorrente no roteiro do show com músicas do quilate de Voz de Mulher, Amor É Outra Liberdade e Cobras e Lagartos - e Hermínio Bello de Carvalho. Um registro bem-vindo.