25 de julho de 2009

Aos 88, Ivone grava DVD com Arlindo e Caetano

Aos 88 anos, Dona Ivone Lara vai gravar seu primeiro DVD. Agendado para 11 de agosto de 2009, em show na casa Canecão, no Rio de Janeiro(RJ), o registro ao vivo vai contar com as participações de nomes como Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Caetano Veloso e da Velha Guarda do Império Serrano - a escola de samba carioca que foi pioneira em 1947 ao admitir Ivone Lara na ala de compositores. O roteiro do show vai fazer retrospectiva da obra majestosa da compositora de sambas como Sorriso Negro, Sonho Meu, Alguém me Avisou, Alvorecer e Tendência, entre outros. A produção do vídeo da sambista está sendo feita por Branca Ramil.

Coletânea 'Perfil' resume carreira solo de Frejat

Depois de Lenine, é a vez de Frejat ganhar compilação na série Perfil, dentro do lote de edições comemorativas dos 40 anos da gravadora Som Livre. Trata-se da primeira compilação da carreira solo do vocalista e guitarrista do Barão Vermelho, grupo que atualmente está em recesso. Entre fonogramas dos três álbuns individuais de Frejat (Amor pra Recomeçar, Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo e o fraco Intimidade Entre Estranhos, editados em 2001, 2003 e 2008), há - como faixa-bônus - um dueto do artista com a atriz Juliana Paes em Pra Toda a Vida. Eis as 16 faixas da coletânea dedicada a Roberto Frejat na série Perfil:
1. Amor pra Recomeçar
2. Segredos
3. Túnel do Tempo
4. Dois Lados
5. Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo
6. Eu Não Sei Dizer Te Amo
7. 3 Minutos
8. 50 Receitas
9. Homem Não Chora
10. Quando o Amor Era Medo
11. O que Mais Me Encanta
12. Mais que Perfeito
13. Eu Não Quero Brigar Mais Não
14. Eu Preciso Te Tirar do Sério
15. Tudo de Bom
16. Pra Toda a Vida (faixa-bônus) - com Juliana Paes

Obra-prima de Oldfield volta remixada ao Brasil

A obra-prima do compositor e músico inglês Mike Oldfield - intitulada Tubullar Bells e originalmente lançada em LP em 1973 - vem regularmente sendo reeditada ao longo dos últimos anos. A reedição que a Universal Music está pondo no mercado nacional neste mês de julho é a remixada versão 2009 do álbum, lançada no Brasil em CD simples (no exterior, há edições mais luxuosas). Além de as duas partes do tema que dá título a disco terem sido remixadas, o próprio Oldfield se encarregou de remasterizar as quatro faixas de Tubullar Bells em sua casa, nas Bahamas. Vale lembrar que a introdução de Tubular Bells Part One foi usada no filme O Exorcista (1974) - o que projetou em escala mundial a música desse compositor hábil na fusão de rock progressivo com som clássico e eletrônico. Tubullar Bells resistiu bem ao tempo.

DVD exibe o tributo do Limp Bizkit ao Metallica

Já chegou ao mercado brasileiro o DVD Limp Biskit Rock im Park 2001, que perpetua show feito pela banda norte-americana de nu metal no Rock in the Park Festival - um evento tradicional de Nuremberg, na Alemanha - em 1º de junho de 2001. A edição que chega às lojas nacionais pela gravadora Coqueiro Verde é a integral, com os 86 minutos da apresentação (existe uma outra versão, ligeiramente menor, remixada pelo DJ Lethal). O roteiro agrega sucessos do grupo - extraídos dos álbuns Three Dollar Bill Y’All (1997), Significant Other (1999) e Chocolate Starfish and the Hotdog Flavored Water (2000) - e um tributo ao Metallica, prestado no número Master of Puppets. Vale lembrar que, na época do show, o Limp Biskit vivia - com sua pesada mistura de rock e rap - forte pico de popularidade.

Zezé & Luciano entoam sucessos em duas horas

Em 28 de agosto de 2008, a despeito de já ter um disco de inéditas no forno, a dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano fez na casa Credicard Hall, em São Paulo (SP), a gravação ao vivo de seu show Duas Horas de Sucesso, ora editado pela Sony Music em DVD (o terceiro da videografia do duo) e em dois CDs, vendidos de forma avulsa. Com produção de Sérgio Augusto e sob a direção musical de Hélio Bernal, a dupla cronometra o roteiro para enfileirar duas horas de hits, mas não necessariamente os seus. Tanto que É o Amor - o sucesso que impulsionou a carreira fonográfica de Zezé Di Camargo & Luciano, em 1991 - nem aparece no roteiro, preenchido por sucessos bem menos fundamentais dos irmãos goianos (Pão de Mel, Pra Mudar a Minha Vida e A Ferro e Fogo, entre eles) e incursões pela genuína música caipira (Tristeza do Jeca) e pelo repertório dos Beatles (Something e Hey Jude). Diretor da filmagem, o experiente Rodrigo Carelli garante a (primorosa!!!) qualidade técnica do DVD.

24 de julho de 2009

Venturini se reúne com 14 Bis para gravar DVD

Flávio Venturini vai se reunir com o 14 Bis para a gravação de um DVD. Os ensaios deverão começar ainda neste segundo semestre de 2009. Em 2007, o 14 Bis lançou um DVD que contava com a participação de seu vocalista original, mas a ideia é que a nova gravação ao vivo (re)apresente o grupo em sua formação clássica.

Sample de Claudya por D2 ainda vai dar samba

A foto acima flagra o encontro de Marcelo D2 com Claudya - a excelente cantora projetada nos anos 60 que não construiu uma discografia à altura de sua voz - em um ensaio da gravação dos terceiro e quarto volumes do projeto Samba Social Clube. Graças ao sucesso de Desabafo, música do último CD do rapper que sampleia o refrão de Deixa Eu Dizer, samba gravado por Claudya em 1973, a dupla foi convidada a reviver em dueto o samba de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza no projeto desenvolvido pela EMI Music em parceria com a rádio MPB FM. O encontro de Claudya com D2 vai acontecer no segundo dia de gravação, terça-feira - 28 de julho de 2009 - na casa Vivo Rio (RJ).

Ana Carolina lança nove inéditas no disco 'Nove'

Nove é o nome do (sétimo) CD de Ana Carolina, nas lojas via Sony Music a partir do dia 7 de agosto de 2009. Seu título alude ao fato de a artista ter nascido em 9 de setembro. Nove é também o número de faixas do disco, cujo inédito repertório é inteiramente de autoria de Ana. Na foto à esquerda, tirada por Marilene Gondim, a cantora posa no estúdio ao lado do cantor norte-americano John Legend durante a gravação da música Entreolhares, composta e cantada por Ana com Legend. Nove tem produção dividida entre Alê Siqueira, Mario Caldato Jr. e Kassin. Trará faixas como Dentro.

Bruno Barreto vai dirigir DVD do Rappa no Rio

Quase um ano depois da estreia da turnê nacional do show 7 Vezes, acontecida em 28 de agosto de 2008 no Canecão (RJ), o grupo carioca O Rappa se prepara para registrar o espetáculo em DVD. A gravação ao vivo vai ser dirigida pelo cineasta Bruno Barreto e está prevista para agosto de 2009, provavelmente no Rio de Janeiro (RJ). O roteiro vai incorporar algumas músicas inéditas. Clicada por Vera Donato, a foto acima exibe o vocalista do grupo, Falcão, na estreia nacional do (catártico) show 7 Vezes.

'Vendaval' arrasta Platão para álbum de Taviani

Produzido por Jr. Tostoi e Rodrigo Campello, o quarto álbum de Isabella Taviani já está em fase de masterização e tem lançamento previsto para setembro de 2009 via Universal Music. Toni Platão gravou dueto com a cantora na faixa Vendaval, tema autoral de Taviani, de levada inspirada no r & b norte-americano. A conferir.

23 de julho de 2009

Madonna lança 'Celebration' em 21 de setembro

Celebration é o título da coletânea que vai encerrar o vínculo de Madonna com a gravadora Warner Music. A compilação tem seu lançamento agendado para 21 de setembro de 2009. Antes, em 3 de agosto, a artista lança o single que vai promover o lançamento. Trata-se de Celebration, a música inédita homônima da coletânea. Com um remix já vazado na internet, o single foi produzido por Madonna com Paul Oakenfold, o DJ que abre os shows da Sticky & Sweet Tour. Celebration é uma das inéditas da compilação, que vai ser editada nos formatos de CD simples, CD duplo e DVD (com os clipes das músicas selecionadas pela própria Madonna, inclusive o de Celebration, gravado em Milão, Itália, com direção de Jonas Akerlund). Haverá uma segunda inédita na coletânea, intitulada Revolver ou Broken. A capa de Celebration (veja foto acima) é assinada por Mr. Brainwash - artista da escola da pop art.

CD roqueiro de Lil Wayne sai em 18 de agosto

Previsto para abril de 2009, o CD em que o rapper Lil Wayne tenta se aproximar do rock, Rebirth, tem seu lançamento agendado para 18 de agosto, via Universal Music. O disco tem intervenções do grupo Fall Out Boy - que retribui a participação de Wayne em seu álbum Folie a Deux - e de Lenny Kravitz. Desde o início do ano, o rapper tem lançado alguns singles de Rebirth. Em 27 de janeiro, veio à tona Prom Queen. Em março foi a vez de Hot Revolver. Rebirth tem como subtítulo Tha Carter III porque, no entender do artista, é a sequência do CD homônimo do subtítulo que fez Wayne liderar a lista de indicados ao 51º Grammy Awards.

Trilha do sexto Harry Potter é editada no Brasil

Em total sintonia com a estreia do filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe nos cinemas do Brasil, agendada para 17 de julho de 2009, a Universal Music já pôs nas lojas o CD com a trilha sonora do sexto longa-metragem da série. Mais uma vez, a trilha é toda assinada pelo compositor - e maestro - inglês Nicholas Hooper. Ao todo, o disco reúne 28 temas, arranjados no estilo grandiloquente típico das trilhas de filmes do gênero. Entre os temas, há Wizard Wheezes (o único não ouvido no filme), Journey to the Cave, Of Love & War e Living Death. Alguns sublinham o tom sombrio do filme dirigido por David Yates. CD já está à venda.

Queen recorda Freddie com Rodgers na Ucrânia

Resenha de DVD
Título: Live in
Ukraine
Artista: Queen +
Paul Rodgers
Gravadora: EMI
Music
Cotação: * * * 1/2

Paul Rodgers deixou o Queen em maio deste ano de 2009. Iniciada em 2005, a união do cantor com o grupo não resistiu ao fracasso do álbum de estúdio The Cosmo Rocks (2008) e a sombra do vocalista original da banda, Freddie Mercury (1946 - 1991). Lançado pela EMI Music no Brasil neste mês de julho, o DVD Live in Ukraine vai servir como boa lembrança para quem curtiu a efêmera fase do Queen com Paul Rodgers. Embora já haja no mercado um DVD do grupo com o cantor, Return of the Champions, filmado em 2005, Live in Ukraine tem lá seus encantos. O maior deles é o fato de o show da última turnê de Queen + Paul Rodgers - espetáculo que passou pelo Brasil, aliás - ter sido gravado (em 2008) numa praça pública da Ucrânia, onde o grupo se apresentou para público estimado em 350 mil pessoas. O diretor David Mallet soube extrair imagens grandiosas da filmagem. E grandiosidade, aliás, sempre foi uma das marcas do Queen. Ao longo do roteiro de 28 músicas, a banda enfileira hits (I Want to Break Free, Love of my Life, We Are the Champions), um ou outro tema do outro grupo de Rodgers - Bad Company, de quem o Queen revive Seagull - e as composições do anêmico The Cosmo Rocks, caso de C-Lebrity, eleita o primeiro single do álbum. É tudo grandioso em termos musicais e técnicos. Mas nada soa realmente novo. E, acima de tudo, paira o fantasma de Freddie Mercury, ao qual o próprio Queen recorre (via telão) em Bijou e em Bohemian Rhapsody. Live in Ukraine acaba deixando a (triste!) sensação de que Paul Rodgers agiu certo ao sair do Queen.

22 de julho de 2009

Disco de Gadú confirma originalidade da artista

Resenha de CD
Título: Maria Gadú
Artista: Maria Gadú
Gravadora: SLAP
(Som Livre Apresenta)
Cotação: * * * *

O box luxuoso que embala o primeiro CD de Maria Gadú dá a pista do alto investimento feito pela gravadora Som Livre - através de seu selo SLAP - nessa cantora, compositora e violonista paulista. Maria Gadú, o disco, não decepciona. Mesmo sem reeditar a pegada da artista no palco, o CD - produzido com leveza por Rodrigo Vidal - confirma Gadú como intérprete de canto e obra originais. No caso, a cantora brilha mais quando apresenta seus sensíveis temas autorais de belas melodias. Entre os destaques, há Shimbalaiê - composta por Gadú aos dez anos (ela tem 22) - e Dona Cila, tocante tributo à avó falecida. Próxima do universo da MPB, (a)bordada com toque pop, Gadú transita tanto por canções bucólicas (Bela Flor) quanto por lindo samba (Altar Particular, sublinhado pelo violino de Nicolas Krassik), passando no caminho pelas levadas mais funkeadas da suingante Laranja - dividida com o cantor Leandro Léo - e da neobossa Lounge. Na área ruralista, vale destacar Linda Rosa (da lavra dos novatos Gugu Peixoto e Luiz Kiari). Mas nenhuma música soa tão singela - e com cara de hit radiofônico - como a canção Tudo Diferente, de autoria de André Carvalho, filho do baixista Dadi, um dos músicos recrutados para tocar no disco pelo produtor Rodrigo Vidal (o time inclui o guitarrista Fernando Caneca e o baterista Cezinha). Com sua voz levemente rouca, Gadú valoriza esse repertório cheio de frescor. Mas, verdade seja dita, soa apenas trivial ao pôr suingue em Ne me Quitte Pas, o tema desesperado do belga Jacques Brel. Ela se sai melhor ao recontar A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo) em tom bluesy. Já a recriação de Baba (o hit de Kelly Key) soa meramente curiosa, indigna de figurar em repertório tão azeitado. Com mais acertos do que erros, Maria Gadú justifica o investimento da Som Livre e a expectativa depositada em seu nome. Ela veio para ficar!!

Rennó verte produção judia para vozes da MPB

Carlos Rennó verteu para o português músicas norte-americanas compostas por judeus. Com arranjos de Jaques Morelenbaum, as versões poderão ser ouvidas no CD Nego, cujo lançamento está previsto para agosto de 2009. Maria Rita (em foto de Tripolli) figura no elenco do álbum como a intérprete de Bewitched (tema da dupla Richard Rodgers e Lorenz Hart). Rennó e Morelenbaum recrutaram nomes como Zélia Duncan (Over the Rainbow), Gal Costa (My Romance, com participação de Carlinhos Brown), João Bosco (Ol' Man River), Erasmo Carlos (Summertime) e Seu Jorge (Strange Fruit), entre outros. O CD já está (inteiramente) gravado.

Ainda irregular, Cañas evolui no roqueiro Hein?

Resenha de CD
Título: Hein?
Artista: Ana Cañas
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * 1/2

Foi com show de ambiência mais jazzística que Ana Cañas despertou a atenção da mídia (paulista) e do meio musical. Futura atriz que se revelou boa cantora, ela colheu elogios de colegas ilustres como Chico Buarque e assinou contrato com a Sony Music. Só que a boa cantora acreditou que era também boa compositora e estreou no mercado fonográfico com CD autoral, Amor e Caos (2007), que decepcionou por conta da gritante irregularidade do repertório pop. Dois anos depois, Cañas volta à cena com Hein? - trabalho voltado para o rock e, não por acaso, produzido com a habitual competência por Liminha. A despeito de a guinada roqueira parecer artificial, Hein? é mais coeso e mais sedutor do que Amor e Caos. Cañas mostra evolução e, se ainda soa irregular, é novamente por conta da aposta alta em repertório essencialmente autoral, composto em parceria com nomes como Arnaldo Antunes e o próprio Liminha. Contudo, justiça seja feita, há quatro grandes momentos entre as 12 faixas oficiais (a rigor, são 13 faixas, pois há lúdico take alternativo de Na Medida do Impossível escondido ao fim do disco). Um deles é o rock Na Multidão, que abre o disco com distorções, guitarras (de Fabá Jimenez) e a voz de Arnaldo Antunes, parceiro de Cañas e Liminha na faixa. O trio também assina - com a adesão de Dadi - outra ótima faixa roqueira, Coçando, que atesta a inspiração da turma. A balada pop Esconderijo - estrategicamente escolhida pela Sony Music para puxar o disco - também é inspirada e, por ser assinada somente por Cañas, se impõe como o primeiro grande acerto da compositora, que se mostra insossa no reggae Sempre com Você. Por fim, vale destacar a recriação de Chucky Berry Fields Forever - apropriada por reforçar o espírito roqueiro do disco - com o violão do autor Gilberto Gil. Contudo, verdade seja dita, Hein? não mantém o pique inicial. Em sua segunda metade, o rock Gira é a única faixa que consegue de fato impressionar entre balada (Aquário), reggae pop (Problema Tudo Bem) e faixa (O Amor É Mesmo Estranho) que remete ao estilo da artista no palco. Sobre todos os rótulos e ritmos, paira a segurança vocal de Cañas, que valoriza seu repertório irregular com um canto sempre afiado. Se a compositora dá algum sinal de evolução, a cantora merece cada vez mais crédito. Hein? é melhor do que Amor e Caos e deixa a sensação de que discos ainda melhores poderão vir. Seja em tom jazzístico, mais pop, voltado para a MPB ou - se Hein? conseguir bom resultado comercial - até mesmo roqueiro.

Joyce entoa canções de amor no tempo devido

Resenha de CD
Título: Slow Music
Artista: Joyce Moreno
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Conta Joyce Moreno - em um texto escrito por ela própria e reproduzido no encarte de seu CD Slow Music, nas lojas esta semana pela gravadora Biscoito Fino - que ao ler, em 2000, o manifesto Slow Food começou a refletir muito sobre o conceito defendido pelo italiano Carlo Petrini e a relacioná-lo à música. Slow Music propõe que a música seja saboreada sem a urgência dos ágeis tempos modernos. Não é um álbum exclusivamente de intérprete. A compositora também se faz presente em temas como a faixa-título e Convince me - ambos, a propósito, assinados em parceria com a pianista norte-americana Robin Meloy Goldsby. Mas é a cantora que se aventura, no tempo certo, por um punhado de canções que têm origem tanto no universo da Bossa Nova (Medo de Amar, uma das composições em que Vinicius de Moraes assina tanto letra quanto música) como no mundo derramado do bolero (Esta Tarde Vi Llover, um dos vários clássicos de Armando Manzanero). Qualquer que seja a origem do cancioneiro abordado em Slow Music, as músicas são irmanadas pelo tempo levemente jazzy do álbum. Leveza, aliás, é uma das chaves para a perfeita compreensão do CD. Slow Music - como também explica Joyce no texto do encarte - é feito de silêncios e pausas que evitam o tom exacerbado com que habitualmente intérpretes entoam suas canções de amor. Para atingir seu objetivo, a artista recrutou um excepcional trio - formado pelo baterista Tutty Moreno, o baixista Jorge Helder e o pianista Hélio Alves - para adequar as músicas ao tempo proposto. Impressiona a precisão do toque do piano de Hélio, evidenciada nas passagens instrumentais de faixas como Nova Ilusão (Zé Menezes e Luiz Bittencourt) e O Amor É Chama (balada pouco conhecida de Marcos e Paulo Sérgio Valle). Entre tantas baladas, como But Beautiful (J. Burke & J. Van Heusen) e Olhos Negros (Johnny Alf e Ronaldo Bastos, num registro lindo), vale ressaltar a apropriada inclusão do Samba do Grande Amor, indispensável no fino repertório pelo fato de uma das inéditas de Joyce, Valsa do Pequeno Amor, aludir já no título aos versos do grande samba de Chico. E por falar em inéditas autorais, Slow Music inclui Sobras da Partilha, que tem versos de Paulo César Pinheiro, hábil ao tocar na ferida sempre aberta da separação conjugal. Enfim, por mais que soe linear em alguns momentos e por mais que a interpretação de Joyce eventualmente pareça fora do tom (em especial em Amor, Amor - a canção de Sueli Costa e Cacaso lançada por Maria Bethânia em 1976), Slow Music é álbum que merece ser degustado com calma - e não empurrado goela abaixo como uma fast food ou uma junk music - para que todas suas nuances (e belezas) sejam apreciadas no tempo devido.

Mart'nália e Ed vão cantar no 'Baile do Simonal'

Mart'nália vai participar do Baile do Simonal, o show-tributo organizado pela EMI Music com os filhos de Wilson Simonal (1938 - 2000), Max de Castro e Wilson Simoninha, para ser gravado e editado em DVD e CD ao vivo. Mart'nália vai reviver Mamãe Passou Açúcar em mim. Outro nome já confirmado é Ed Motta, escalado para interpretar Lobo Bobo. O show está agendado para 11 de agosto de 2009, na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), com adesões de Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Paralamas do Sucesso, Marcelo D2 e Sandra de Sá. Outros nomes ainda serão anunciados.

21 de julho de 2009

Elo afro une Cozza e Eneida em show expansivo



Resenha de Show
Título: Nossa Língua, Nossa Música
Artistas: Fabiana Cozza e Eneida Marta
Local: Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil (RJ)
Data: 21 de julho de 2009 (sessão das 12h30m)
Cotação: * * * * 1/2
Uma, Fabiana Cozza, é paulistana, só que descende de angolanos e canta samba com forte sotaque afro. A outra, Eneida Marta, vem de Guiné Bissau, país africano cujos ritmos ela propaga com uma voz e uma ginga que já conquistaram Cabo Verde e Portugal. Juntas, unidas por esse elo afro e por sintonia musical que se insinuou forte verdadeira no palco, Cozza e Eneida abriram nesta terça-feira, 21 de julho de 2009, o projeto Nossa Língua, Nossa Música - apresentado pelo Centro Cultural Banco do Brasil com curadoria de Jocelyne Aymon, suíça que teve a idéia de agregar nesse ciclo artistas oriundos de países lusófonos, no ano em que acordo ortográfico sentenciou a unificação da Língua Portuguesa.
Nem foi preciso o gracioso dueto feito ao fim do show para ressaltar a irmandade musical que liga Cozza a Eneida. Ambas têm vozes calorosas, parecem cantar com todo o corpo e lançam mão da dança para reforçar seus números. E ambas abriram seus sets com temas cantados a capella. Com grande domínio de palco, Cozza mergulhou com expressividade no samba Embarcação (Francis Hime e Chico Buarque), brincou com o ritmo de Coisa Feita (João Bosco, Paulo Emílio e Aldir Blanc) - num diálogo de sua voz com o pandeiro esperto tocado pelo percussionista Douglas Alonso - e apresentou música inédita em sua voz, Santa Bamba (Kiko Dinucci e Fabiano Ramos Torres), de acento afro já recorrente em sua discografia. "Ainda não gravei, mas irei gravar", anunciou Cozza, cujo show teve roteiro baseado no repertório de seu segundo álbum, Quando o Céu Clarear (2007). Deste disco, marcaram bela presença a faixa-título (de Roque Ferreira), Tendência (Ivone Lara e Jorge Aragão - em número que destacou o virtuoso violão sete cordas de Rogério Caetano) e Agradecer e Abraçar, tema de Gerônimo e Vevé Calazans que foi o ponto alto da apresentação de Cozza pela total sintonia entre música e dança.
Ao fim de Santa Bamba, Cozza chamou Eneida Marta para ocupar o palco do Teatro II do CCBB carioca. Ao apresentar seu mix de ritmos africanos através de temas como Mindjer Dôce Mel (Mimito) e N'Pirdi Coragem (tema tradicional da África, de tom mais emotivo), Eneida se mostrou carismática e dona de voz ao mesmo tempo forte e doce. O violonista Rogério Caetano e o percussionista Douglas Alonso permaneceram no palco, mas quem roubou a cena entre os instrumentistas foi o pianista Juca Delgado. O toque leve do piano de Delgado é puro suingue. E ele ainda respondeu pelos vocais de números como N'Mistiu (Toizinho Delgado). Mas em Guiné na Mundo Fora apareceu também toda a força da percussão de Alonso - uma proeza, visto que ele e Rogério não conheciam o repertório da cantora da Guiné Bissau, cuja apresentação foi calcada no repertório de seu terceiro álbum, Lôpe Kaï (2006). Como Cozza, Eneida também faz bom uso da dança em cena. Seus rodopios pelo palco ao ritmo frenético de Tambur embelezaram esse número. Cantando descalça, Eneida se mostrou comunicativa e, ao fim do show, pôs a platéia para cantar no ritmo criollo de Tio Bernal (José Carlos Schwarz). Enfim, falando a língua da fraternidade universal, Fabiana Cozza e Eneida Marta deram um show de voz e presença em um encontro sedutor que reforçou a (oni)presença da mãe África na música do mundo.

Programa de Gonzaguinha é reexibido em DVD

Exibido em 1º de maio de 1981 pela TV Globo, o especial de Gonzaguinha (1945 - 1991) na série Grandes Nomes teve a imagem e o áudio restaurados para edição em DVD - nas lojas em agosto de 2009, numa parceria da EMI Music com a Globo Marcas. O compositor estava no auge do sucesso, sendo disputado pelas principais intérpretes da MPB. Com produção e direção musical de Guto Graça Mello, o programa condensa 19 músicas em 45 minutos. Um dos números é o dueto de Gonzaguinha com seu pai, Luiz Gonzaga (1912 - 1989), em A Vida do Viajante. Reconciliado com o filho na ocasião, Gonzagão é convidado pelo anfitrião a entrar em cena ao som de Coisa Mais Maior de Grande. O Rei do Baião canta Légua Tirana e é saudado pelo filho ao som da canção Eu Apenas Queria que Você Soubesse. A justa edição do especial Luiz Gonzaga do Nascimento Jr. em DVD é o segundo título da videografia digital do compositor (o primeiro foi um registro do programa Ensaio, gravado em 1990 e editado em 2007, pela Performance Records).

Mangueirense, Beth saúda a Portela com Selma

De pazes feitas com a Mangueira, Beth Carvalho aceitou o convite de Selma Reis para saudar a Portela no disco que Selma dedica ao repertório do compositor Paulo César Pinheiro. Beth (com Selma no estúdio na foto de João Mário Nunes) gravou participação na faixa Portela na Avenida. Parceria de Pinheiro com Mauro Duarte (1930 - 1989), o samba foi lançado em 1981 por Clara Nunes (1942 - 1983) no álbum Clara. Nesta terça-feira, 21 de julho de 2009, Selma vai receber no estúdio o compositor que homenageia no álbum. A pedido da intérprete, Pinheiro vai recitar o poema Ofício no CD (que traz Diogo Nogueira no samba As Forças da Natureza).

Let It Roll revive boa produção solo de Harrison

Como compositor dos Beatles, George Harrison (1943 - 2001) poucas vezes conseguiu fazer frente a John Lennon (1940 - 1980) e a Paul McCartney. Suas três contribuições mais expressivas ao cancioneiro do quarteto - While my Guitar Gently Weeps, Something e a iluminada Here Comes the Sun - aparecem em registros ao vivo (extraídos do LP Concert for Bangladesh, de 1971) na coletânea Let It Roll, lançada pela EMI Music no mercado brasileiro neste mês de julho de 2009. Mas o foco da seleção é a produção de Harrison em carreira solo. E, através de 19 faixas escolhidas por familiares e amigos próximos do guitarrista, a compilação mostra como a música de Harrison continuou interessante pós-Beatles. Com encarte turbinado com fotos e texto escrito por Warren Zanes sobre a carreira individual do artista, Let It Roll rebobina músicas como My Sweet Lord, All Things Must Pass, All Those Years Ago (um flash nostálgico da era Beatle, disparado logo após a morte de Lennon e gravado com naturais adesões de McCartney e de Ringo Starr) e Isn't It a Pity - temas compostos por Harrison com a inspiração comumentente ofuscada pela genialidade da dupla Lennon & McCartney. Confira!!

Ramil grava milongas poéticas em Buenos Aires

Vitor Ramil finaliza no estúdio Circo Beat - em Buenos Aires, Argentina - a gravação de disco de milongas compostas a partir de poemas do argentino Jorge Luis Borges (do livro Para las Seis Cuerdas) e do brasileiro João da Cunha Vargas, gaúcho natural de Alegrete. Ramil assina a produção do álbum, que contabiliza doze faixas e traz como um dos convidados o violonista argentino Carlos Moscardini. As gravações estão sendo registradas em vídeo para possibilitar a feitura de um DVD que vai ser oferecido como bônus na edição do CD, prevista para outubro pelo selo do artista, Satolep. O poético repertório é formado por dez milongas inéditas (Milonga de Albornoz, Chimarrão, Milonga de los Morenos, Mango, Milonga de Dos Hermanos, Tapera, Um Cuchillo en el Norte, Pé de Espora, Milonga para los Orientales e Pingo à Soga) e as regravações de Deixando o Pago e Milonga de Manuel Flores.

Cultuado álbum da Bacamarte ganha reedição

Lendária e cult banda de rock progressivo, surgida em 1974 no Rio de Janeiro, Bacamarte gravou um único álbum antes de dissolver, em 1984, dez anos depois de sua criação. Mas este álbum - Depois do Fim, lançado em 1983 - é considerado grande marco do rock progressivo brasileiro, tendo repercutido inclusive na Europa e no Japão. Relançado somente em 1996, por um selo independente, Depois do Fim ganha reedição da Som Livre neste mês de julho de 2009. Com temas como Miragem, Mirante das Estrelas e Pássaro de Luz, o cultuado disco conta com a participação de Jane Duboc, vocalista da Bacamarte antes de se lançar em carreira solo. A reedição preserva a capa do LP original.

20 de julho de 2009

Capa de CD de Secos & Molhados prioriza Ney

A Som Livre está lançando CD do trio Secos & Molhados na série de coletâneas Sempre. O repertório rebobina dez das 13 faixas do primeiro histórico álbum do grupo - Secos & Molhados, editado em 1973 - entre quatro fonogramas do segundo. Além da paupérrima arte gráfica (a contracapa se limita a listar as músicas sem uma imagem ou desenho sequer), o que chama atenção (de forma negativa) na compilação é o fato de a capa estampar uma foto de Ney Matogrosso sozinho, sem João Ricardo e Gerson Conrad, seus colegas no grupo. É certo que Ney foi a figura central do trio, mas João e/ou Gerson assinam todas as 14 músicas da coletânea. Para piorar, a foto de Ney o flagra em show da carreira solo. É desleixo!

Aragão convida ao vivo (de novo) no CD 'Duetos'

Jorge Aragão ganha coletânea na série Duetos da gravadora Som Livre. Na loja na segunda quinzena deste mês de julho de 2009, a compilação reúne 14 encontros do artista com colegas, a maioria do universo do samba. As exceções são Emílio Santiago (com quem Aragão canta uma parceria de Dalto com Cláudio Rabello, Espelhos d'Água), Ivete Sangalo - representada na seleção pelo dueto feito em Loucuras de uma Paixão - e Jorge Vercillo, ouvido em dose dupla na compilação, nas faixas Encontro das Águas (gravada ao vivo) e Líder dos Templários (no qual forma quarteto com Aragão, Jorge Mautner e Jorge Ben Jor). Detalhe: a ficha técnica indica que nada menos do que onze das 14 faixas foram gravadas ao vivo. Eis os fonogramas de Jorge Aragão - Duetos, a maioria tirada do CD Jorge Aragão ao Vivo Convida (2002):
1) Enredo do meu Samba (ao vivo) - com Alcione
2) Encontro das Águas (ao vivo) - com Jorge Vercillo
3) Espelhos d'Água (ao vivo) - com Emílio Santiago
4) Malandro (ao vivo) - com Elza Soares
5) Mutirão de Amor (ao vivo) - com Zeca Pagodinho
6) Loucuras de uma Paixão (ao vivo) - com Ivete Sangalo
7) Minta meu Sonho - com Zeca Pagodinho
8) Do Fundo do Nosso Quintal (ao vivo) - com Leci Brandão
9) Eu e Você Sempre (ao vivo) - com Exaltasamba
10) Amor dos Deuses - com Fundo de Quintal
11) O Dia se Zangou - com Jovelina Pérola Negra
12) Coisinha do Pai / Vou Festejar (ao vivo) - com Beth Carvalho
13) Líder dos Templários (ao vivo) - com Jorge Vercillo, Jorge Ben

Jor e Jorge Mautner
14) Ave Maria (ao vivo) - com quarteto de cordas

Keane compõe e grava música com Kanye West

O grupo Keane está flertando com nomes do universo do hip hop. Além de se preparar para gravar com K'Naan, rapper da Somália, o trio inglês entrou recentemente em estúdio com Kanye West. O resultado da sessão foi a gravação (ainda não finalizada) da primeira música composta pelo Keane com West. O lançamento dessa música deverá acontecer ainda em 2009 em formato ainda não definido. Cogita-se que a parceria pode render um EP, marota e provisoriamente intitulado Keane-ye. A idéia é conciliar as agendas para em breve produzir mais material.

Culto a Simonal gera 'best of' e registro de DVD

A subida da cotação de Wilson Simonal (1938 - 2000) - efeito do sucesso do documentário Ninguém Sabe o Duro que Dei - no mercado motiva a indústria fonográfica nacional a explorar o culto ao cantor. Enquanto a Universal Music já vai pôr em breve nas lojas a compilação Um Sorriso pra Você, com obscuros registros (alguns inéditos no Brasil) da fase menos popular de Simonal (a faixa-título vem do álbum lançado pelo artista em 1973), a EMI Music se prepara para gravar ao vivo um show em tributo ao cantor, agendado para 11 de agosto de 2009 na casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ). A gravação vai gerar CD e DVD a serem editados ainda em 2009. Com direção musical dos dois filhos do cantor, Max de Castro e Wilson Simoninha, o tributo já conta com adesões de Paralamas do Sucesso, Marcelo D2, Jorge Ben Jor, Sandra de Sá e Gilberto Gil, entre outros nomes. A intenção é apresentar releituras de músicas como Nem Vem que Não Tem (a cargo de D2), Sá Marina, Carango, Zazueira e País Tropical (a cargo do próprio autor, Jorge Ben) - entre outros hits de Simonal.

CD triplo resume 50 anos da Island em 53 faixas

Gravadora fundada - por Chris Blackwell - em 1959, no sol da Jamaica, a Island Records está celebrando seus 50 anos com série de coletâneas temáticas. Uma delas, tripla, está sendo lançada pela Universal Music no mercado brasileiro neste mês de julho de 2009. Trata-se de Island Life - 50 Years of Island Records, que procura resumir em 53 faixas os 50 anos da companhia. Embora transferida para a Inglaterra desde 1962, ano em que abriu o leque de ritmos e artistas de seu catálogo, a Island continua associada ao reggae, tendo sido a gravadora que propagou em escala mundial, nos anos 70, o som de Bob Marley (1945 - 1981). Embora atualmente incorporada ao grupo da Universal Music, a Island continua influente. Foi na companhia que despontaram nesta década Amy Winehouse e Keane. Eis as 53 faixas da coletânea Island Life - 50 Years of Island Records:
CD 1:
1. U2 - Pride (In the Name of Love)
2. Amy Winehouse - Rehab
3. Pulp - Common People
4. Frankie Goes to Hollywood - Relax
5. Grace Jones - Pull Up to the Bumper
6. Robert Palmer - Addicted to Love
7. Bob Marley - Jamming
8. Stereo MCS - Connected
9. The Christians - Harvest for the World
10. Will Powers - Kissing With Confidence
11. Sparks - This Town Ain't Big Enough for the Both of Us
12. B 52's - Rock Lobster
13. Kid Creole & The Coconuts - I'm a Wonderful Thing Baby
14. The Buggles - Video Killed The Radio Star
15. Joe Cocker & Jennifer Warnes - Up Where We Belong
16. Mika - Grace Kelly
17. The Feeling - Never Be Lonely
18. Keane - Somewhere Only We Know
19. Sugababes - Push the Button
20. The Fratellis - Chelsea Dagger


CD 2:
1. Cat Stevens - Moon Shadow
2. Roxy Music - Love Is the Drug

3. Bryan Ferry - Let's Stick Together
4. Bob & Earl - Harlem Shuffle
5. Jimmy Cliff - Wild World
6. Millie - My Boy Lollipop
7. Junior Murvin - Police and Thieves
8. Gregory Isaacs - Night Nurse
9. Aswad - Don't Turn Around
10. Third World - Now That We've Found Love
11. Desmond Dekker - Israelites
12. Jethro Tull - Living in the Past
13. Free - All Right Now
14. Pete Wingfield - Eighteen With a Bullet
15. Spencer Davis Group - Keep on Running
16. Traffic - Hole in my Shoe
17. Steve Winwood - Valerie

18. Bad Company -Feel Like Makin' Love
19. Emerson, Lake & Palmer - Lucky Man


CD 3:
1. Amy Winehouse - Monkey Man
2. Keane - Disco 2000
3. Paul Weller - Riverman
4. Joe Cocker - Many Rivers to Cross

5. Grace Jones - Love Is the Drug
6. Scott Matthews - Is This Love
7. Gabriella Cilmi - How Can I Tell You?
8. Sugababes - Teardrops
9. Taoi Cruz - Everybody's Changing
10. Remi Nicole - Keep on Running
11. The Feeling - This Is Love
12. I Blame Coco - Eighteen With A Bullet

13. The Fratellis - Stir It Up
14. Jonathan Jeremiah - With or Without You

19 de julho de 2009

Nana vende bem e pode gravar CD mais popular

O (relativo) sucesso de vendas do recente álbum de inéditas de Nana Caymmi - Sem Poupar Coração, que já está na terceira tiragem e contabiliza 12 mil cópias vendidas - pode impulsionar a gravação de um novo álbum da cantora (em foto de Lívio Campos) em 2010 ou 2011. Seria um disco temático. Ainda embrionária, a idéia é que Nana preste um tributo a um compositor mais popular. Uma das possibilidades é álbum no estilo Nana Canta Roberto Carlos. Afinal, as vendas de Sem Poupar Coração estão sendo motivadas, em boa parte, pela propagação da regravação de Não se Esqueça de mim, canção lançada por Roberto Carlos em 1977 que Nana reviveu (pela segunda vez...) em dueto com Erasmo Carlos, refeito para a trilha sonora da novela Caminho das Índias.

Gadú vai de Kelly Key a Chico no primeiro disco

Uma das cantoras e compositoras mais promissoras e talentosas da nova geração, Maria Gadú lança seu primeiro álbum nesta segunda quinzena de julho de 2009 pelo selo SLAP, da Som Livre. Intitulado Maria Gadú, o CD exibe repertório essencialmente inédito e (quase todo) autoral. Bela Flor, Dona Cila, Linda Rosa e Shimbalaiê são músicas novas já apresentadas por Gadú em seus shows. Assim como as três regravações que pontuam o repertório do disco: A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo), Ne me Quitte Pas (do belga Jacques Brel) e Baba, o primeiro hit de Kelly Key. Eis as 13 faixas do disco, já disponibilizado no MySpace:
1. Bela Flor
2. Altar Particular
3. Dona Cila
4. Shimbalaiê
5. Escudos
6. Ne me Quitte Pas
7. Tudo Diferente
8. Laranja - com Leandro Léo
9. Lounge
10. Linda Rosa
11. Encontro
12. A História de Lily Braun
13. Baba

Hairspray é vibrante, apesar do elenco irregular

Resenha de musical
Título: Hairspray
Autoria: Mark O'Donnell e Thomas Meehan
Música: Marc Shaiman e Scott Wittman
Direção e versão das letras: Miguel Falabella
Elenco: Simone Gutierrez, Edson Celulari, Arlete Salles,
Danielle Winits, Jonatas Faro e outros
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Teatro Oi Casa Grande (RJ)
De quinta-feira a domingo, até 4 de outubro de 2009

Difícil não se contagiar pela vibrante atmosfera que rege a (boa) encenação brasileira do musical Hairspray, dirigida por Miguel Falabella com suposta fidelidade ao universo e às marcações da montagem norte-americana. Com um segundo ato especialmente inebriante, o espetáculo envolve o espectador e o deixa leve ao fim de suas duas horas. O que não quer dizer que a encenação - em cartaz no teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro (RJ), até 4 de outubro de 2009 - não tenha seus defeitos. O maior deles reside na equivocada escalação do elenco. Como já havia feito ao dirigir a montagem brasileira de Os Produtores, Falabella recruta atores que não cantam. No papel de Velma Von Tuslle, Arlete Salles apela para humor peculiar que remete à sua personagem no programa humorístico televisivo Toma Lá, Dá Cá. E, na hora de soltar a voz, ela não mostra habilidade para o canto. Assim como Edson Celulari, cuja caracterização como a gorducha Edna Turnblad vem sendo alvo de numerosas reportagens em jornais e revistas. Como Arlete, o ator nunca convence no papel já encarnado com mais propriedade pelo travesti Divine (no filme de 1988 dirigido por John Walters) e por John Travolta (no filme de 2007 dirigido por Adam Shankman). Falta a Celulari uma delicadeza no gestual e na fala que faça o espectador acreditar que se trata de uma mulher em cena - e não de um homem (tra)vestido de mulher. Tanto que a personagem Edna Turnblad parece minimizada na montagem brasileira, centrada totalmente na adolescente gordinha Tracy Turnblad, vivida com brilho por Simone Gutierrez, esta, sim, uma atriz que canta (e bem). E que representa bem, convencendo na adoração de Tracy pelo galã Link Larkin (Jonatas Faro, adequado ao papel). Muito do êxito do Hairspray nacional vem da feliz escalação de Gutierrez. Mas, justiça seja feita, o elenco negro dá show e também rouba a atenção do espectador quando está em cena. Bené Monteiro, como Seaweed, se revela perfeito como ator, cantor e dançarino. Ele tem voz, assim como Graça Cunha (no papel de Motormouth Maybelle) e como o trio feminino (Corina Sabbas, Karin Hills e Maria Bia Martins) que forma o explosivo grupo Dinamites. O elenco negro valoriza uma trilha sonora que nem sempre está à altura da história sobre a adolescente gorducha que desafia os padrões de beleza para cantar num programa de TV em meio aos conflitos raciais que agitavam a Baltimore (EUA) de 1962. Das 23 músicas compostas por Mark O'Donnell e Thomas Meehan, Bom Dia, Baltimore é que a mais fica na memória e a que mais garante a vibração desse esfuziante Hairspray brasileiro. Contagiante, apesar da irregularidade do elenco. Vale ir ao teatro!!

Filme aproxima Herbert com olhares e silêncios

Resenha de filme
Título: Herbert de Perto
Direção: Roberto
Berliner e Pedro Bronz
Cotação: * * * *
Estreia prevista nos
cinemas do Brasil para
9 de outubro de 2009

Ao rever em vídeo imagens de sua mulher, Lucy, morta no acidente de ultraleve que o deixou paraplégico em 2001, Herbert Vianna nada fala. Mas a emoção expressada por seu olhar já diz quase tudo. Presente no documentário Herbert de Perto, que estreia nos cinemas em 9 de outubro de 2009 depois de ter sido exibido em festivais e na TV fechada, a cena é um exemplo de como o filme de Roberto Berliner e Pedro Bronz aproxima o guitarrista dos Paralamas do Sucesso mais pelos silêncios e olhares do que propriamente pelos depoimentos colhidos entre amigos, familiares e colegas de profissão. O olhar de Herbert também é revelador quando ouve, no mesmo VHS, um premonitório prognóstico feito por ele em início de carreira. "Mesmo se acontecesse alguma tragédia, eu ia começar de novo e ia conseguir tudo de novo", afirma um confiante e cabeludo Herbert em meados da década de 80. Tais momentos já valem Herbert de Perto, filme produzido pela TV Zero. Sem nuncar esbarrar no melodrama, o documentário toca nas feridas ainda abertas do acidente de 2001. Os olhos marejados do empresário do grupo Paralamas do Sucesso, José Fortes, são especialmente tocantes quando ele recorda o momento em que ouviu dos médicos que as chances de Herbert sair com vida do coma eram quase nulas. Mas Herbert de Perto não é um filme sobre o acidente - detalhado por Dado Villa-Lobos, testemunha ocular da tragédia. O acidente e suas sequelas são o assunto dominante na segunda metade do roteiro, mas Herbert de Perto é, antes, um documentário sobre a trajetória de Herbert Vianna e esta, claro, se confunde com a dos Paralamas. A fartura do material de arquivo ajuda a documentar com riqueza de imagens a evolução de uma das bandas mais importantes do rock brasileiro. São abordados no filme assuntos como a histórica participação do grupo no festival Rock in Rio em 1985 e a providencial ênfase do trio no mercado argentino, no início dos anos 90, quando os Paralamas amargavam fase de baixas vendas e popularidade no Brasil por conta de álbuns como Os Grãos (1991) e Severino (1994). Período que se encerrou com o sucesso de Vamo Batê Lata (1995) - e o filme revive o momento em que Carlinhos Brown mostrou para um entusiasmado Herbert a melodia (ainda sem letra) de Uma Brasileira, que viria a ser o maior hit desse explosivo álbum duplo. Os depoimentos recorrentes do baterista João Barone e do baixista Bi Ribeiro reforçam a união e a amizade que movem o trio há 27 anos. Até mesmo por isso, Herbert de Perto é título essencial na anêmica videografia do rock brasileiro.

'Britney: for the Record' camufla dor da estrela

Resenha de DVD
Título: Britney:
for the Record
Artista: Britney Spears

Gravadora: Coqueiro
Verde Records
Cotação: * * 1/2

Não, não espere que o autorizado documentário Britney: for the Record traga à tona dados de fato reveladores sobre a forte crise vivida por Britney Spears entre 2006 e 2007. Enfim lançado em DVD no mercado brasileiro neste mês de julho de 2009, pela gravadora Coqueiro Verde, o filme chega ao vídeo digital com algumas cenas não incluídas na versão que foi exibida na TV. Por ter sido feito por iniciativa da própria estrela, Britney: for the Record tem caráter chapa branca. Sim, há alguns momentos reveladores. Como quando Britney despeja para o entrevistador frases como "As pessoas nunca ouvem o que eu realmente digo" e "Eu nunca faço as coisas do meu jeito". Ou ainda quando admite o mecanicismo de seu cotidiano profissional: "Não tem emoção, não tem paixão. É entediante". Mas são raros esses momentos em que a estrela realmente se revela. Na maioria das cenas, Britney camufla dores e sentimentos. Saca uma frase feita quando o entrevistador quer saber a razão de ter repentinamente raspado seus cabelos no auge da crise - "Era uma forma de (expressar) rebeldia e liberdade" - e o entrevistador, subserviente à patroa, dá o assunto por encerrado. O controle da artista sobre a entrevista fica particularmente evidente quando o repórter se refere a Britney como uma "vítima do sucesso", mas é obrigado a reformular a pergunta porque a estrela não concorda com o termo. Projetada em 1999 com o estouro de seu primeiro álbum, ...Baby One More Time, Britney se tornou, sim, vítima de seu sucesso ao longo desses dez anos. E um dos méritos de Britney: for the Record é mostrar a falta de liberdade sofrida pela artista diante do cerco implacável dos paparazzis. No mais, o filme exibe as já corriqueiras cenas colhidas entre gravações de clipes, ensaios de dança e feituras de discos. Ou seja, não é assistindo ao DVD Britney: for the Record que o espectador vai compreender o que realmente aconteceu com Britney Spears naqueles anos de grande turbulência emocional. Filme para os fãs.