17 de julho de 2010

Senhora da cena, Celine vai de Queen a Brown

Resenha de CD e DVD
Título: Taking Chances
World Tour - The Concert
Artista: Celine Dion
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Celine Dion nunca mais lançou um álbum arrasa-quarteirão como o açucarado Let's Talk About Love (1997). Só que suas turnês continuam mobilizando multidões pelo mundo afora. A perpetuada neste kit de CD e DVD recém-lançado no Brasil pela Sony Music é a turnê baseada no último álbum de estúdio gravado em inglês pela (ótima) cantora canadense, Taking Chances (2007), trabalho de menor teor de glicose em que Dion se permitiu até uma (vigorosa) incursão pelo rock em faixas como Can't Fight the Feelin' - infelizmente ausente do roteiro de 18 números. Quem ouviu o disco Taking Chances não vai se surpreender com o tributo ao grupo britânico Queen prestado pela cantora em medley que agrega We Will Rock You e The Show Must Go on. Como o Queen, Dion consegue a proeza de cativar multidões com megaproduções moldadas para estádios e arenas. Realizada entre 2008 e 2009, a Taking Chances World Tour transitou por 93 cidades de 25 países e cinco continentes, totalizando mais de três milhões de espectadores. São números superlativos típicos de um show grandioso captado em toda sua dimensão pelas lentes de Jean Lamoureux na passagem da turnê por Boston (EUA). Em cena, Dion mostra excelente domínio do palco e do público, ao qual pede que cante com ela o verso final de Because You Loved me para depois afagar o ego da plateia. Este tema do filme Íntimo e Pessoal é alocado no roteiro em medley de hits que inclui também It's All Coming Back to me Now e To Love You More, este rebobinado com o mesmo arranjo de violino da gravação original. Se ousa na produção, Dion pisa no freio na hora de embalar seu repertório. Os arranjos são fiéis aos registros dos CDs, a exemplo de All By Myself, balada forrada com piano tal como nas gravações de Celine e Eric Carmen (o autor, que lançou a canção nos anos 70). Dion não está errada. Ela oferece em cena o que querem fãs como os casais apaixonados flagrados na plateia enquanto a cantora faz (belo) dueto virtual com o tenor Andrea Bocelli em The Prayer. Mesmo o que pode soar como novidade - como o número flamenco e o acento árabe de Eyes on me, por exemplo - já foi experimentado no álbum que originou a turnê. E, quando realmente ousa - como ao incursionar pelo repertório de James Brown (1933 - 2006), com It's a Man's Man's Man's World, número feito na sequência de medley de soul sustentado pelos vocalistas - Celine não vai além do que se espera dela. E talvez seja isso que justifique o sucesso monumental de suas turnês mundiais.

Rappa cresce entre o 'mar de gente' da Rocinha

Resenha de CD e DVD
Título: Ao Vivo
Artista: O Rappa
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * * 1/2

Em fina sintonia com o tom engajado do discurso de suas letras, o grupo carioca O Rappa optou por registrar a turnê 7 Vezes em show feito na Rocinha, a maior favela do Brasil, situada na Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ). A gravação feita em 23 de agosto de 2009 está sendo editada em DVD - extremamente bem filmado - e em dois CDs, vendidos de forma avulsa e em edição dupla que registra a gravação na íntegra. Filmado sob a direção de Heron Domingues, o DVD capta bem o clima explosivo dos shows do Rappa. Se em disco a ausência de Marcelo Yuka ainda é sentida, no palco o Rappa se agiganta com sua azeitada fusão de rock, reggae e funk que transita eventualmente pelo mundo do samba e do rap. Terceiro DVD do grupo do caloroso vocalista Falcão, Ao Vivo é o registro de show que perpetua com mais fidelidade o estado febril das apresentações da banda. E funciona com potente retrospecto de sua carreira fonográfica, iniciada em 1994. Em 25 números, o roteiro entrelaça músicas dos cinco álbuns de estúdio do grupo com equilíbrio que somente não é total porque o primeiro álbum - O Rappa (1994) - é lembrado somente com Todo Camburão Tem um Pouco de Navio Negreiro. Mas a seleção é arretada. Diante do mar de gente que se juntou na Rocinha para ver o Rappa, fazendo coro espontâneo em temas como Hey Joe, Falcão e cia. desfiam um repertório que pode ser encarado como o best of de uma banda que tem procurado ser coerente com sua proposta inicial. A mixagem 5.1 distribui com maestria os grooves espertos tirados por Lauro Faria (baixo e voz), Marcelo Falcão (voz e guitarra), Marcelo Lobato (teclados) e Xandão (guitarra) com o auxílio luxuosíssimo dos efeitos do DJ Negralha e da bateria de Cléber Sena. Apuro técnico à parte, o fato é que ver e ouvir o povo da Rocinha cantando versos como "Na Vida, coisa mais feia / É gente que vive chorando de barriga cheia" - do samba Maneiras (Sylvio da Silva) - alcança significado todo especial que legitima e valoriza o melhor registro ao vivo de show do Rappa. Pena que, ao expor na capa a engenhosa escultura de Fábio Ema que esculpe o nome do grupo na forma de barracos de favela, CD e DVD não mostrem nessa bela capa o mar de gente que tanto contribuiu para a aura especial adquirida pela (forte) apresentação do Rappa na Rocinha.

'Adoniran 100 Anos' harmoniza quintal paulista

Resenha de CD
Título: Adoniran
100 Anos
Artista: Vários
Gravadora: Lua Music
Cotação: * * * *

Hábil cronista da cidade de São Paulo (SP), João Rubinato - vulgo Adoniran Barbosa (1910 - 1982) - retratou em sua obra, com linguagem popular, flashes do cotidiano da cidade que não aparece nos cartões postais e nos guias turísticos. É a Sampa das favelas e das injustiças sociais do bairro do Bixiga, o lendário point da colônia italiana. Contudo, ao expor as mazelas paulistas em sua música, Adoniran o fez com verve que deu ao seu repertório tom espirituoso que o pôs em lugar nobre na galeria dos compositores brasileiros. Essa obra é abordada com respeito em Adoniran 100 Anos, tributo idealizado e produzido por Thiago Marques Luiz - sob a inspirada direção musical de Rovilson Pascoal e André Bedurê - para festejar o centenário de nascimento do compositor, a ser comemorado em 6 de agosto de 2010. Com reverência, um elenco heterogêneo rebobina 34 músicas em 24 faixas. A escalação vai de Maria Alcina - cheia de verve no medley que abre o disco com a reunião de Um Samba no Bixiga (Adoniran Barbosa) com o onomatopaico Plac Ti Plac (Waldemar Camargo e Peteleco) - ao indispensável grupo Demônios da Garoa, recrutado para reviver Conselho de Mulher (Adoniran Barbosa, Oswaldo Molles e João B. dos Santos), o samba que fecha o disco. A guitarra de Rovilson Pascoal que pontua Mãe, Eu Juro (Peteleco e Marques Filho) - tema confiado a Márcia Castro - e se insinua em algumas passagens do samba Plac Ti Plac é uma das poucas liberdades estilísticas tomadas pelos diretores musicais do tributo. Contudo, como dupla autônoma, produtora da própria faixa com a adesão de Chico Salém, Arnaldo Antunes & Edgard Scandurra ousam sair do trilho habitual ao redirecionar Trem das Onze (Adoniran Barbosa) para caminho mais contemporâneo, criando expectativa sobre o CD que formatam juntos com músicas inéditas e releituras.
Mesmo sem inventar moda, o elenco brilha de modo geral. Cool, Diogo Poças se destaca ao destilar a fina melancolia de Prova de Carinho (Adoniran Barbosa e Hervê Cordovil). Ao defender bem o samba Aguenta a Mão, João (de Adoniran Barbosa com Hervê Cordovil), Virgínia Rosa mostra que precisa ser mais ouvida fora de São Paulo. Dentro do quintal paulista, aliás, o Quinteto em Branco e Preto encontra o tom exato do samba Mulher, Patrão e Cachaça (Adoniran Barbosa e Oswaldo Molles) enquanto Cristina Buarque dilui a chama trágica de Apaga o Fogo, Mané (Adoniran Barbosa) com a autoridade de quem entende de samba e sabe que, por ser embebida em dramas do cotidiano, a obra de Adoniran pede leveza para não soar pesada. Entre a malandragem carioca de Mart'nália (As Mariposas) e a graça de Vânia Bastos (Luz da Light), Adoniran 100 Anos expõe o rigor estilístico de Célia (Samba Italiano), o timbre operístico de Cida Moreira (Quando te Achei, parceria inusitada de Adoniran com a poeta Hilda Hilst), a ligeira empostação kitsch de Cauby Peixoto (Bom Dia Tristeza, de Adoniran e Vinicius de Moraes), a voz majestosa de Jair Rodrigues (quase solene em Saudosa Maloca), os agudos de Tetê Espíndola (fora do tom doído de Iracema) e os graves de Leci Brandão (perfeitos para No Morro da Casa Verde). Vale destacar também o medley conjugal em que Fabiana Cozza e Mateus Sartori se afinam entre as idas e vindas de atribulado casal, retratadas na junção dos sambas Armistício (Adoniran e Eduardo Gudin, o intérprete cool de Abrigo dos Vagabundos), Joga a Chave (Adoniran e Oswaldo França) e Já Tenho a Solução (Adoniran e Clóvis Lima). Há ainda a classe de Zélia Duncan (Tiro ao Álvaro, de Adoniran e Oswaldo Molles), a tentativa de Wanderléa de se ambientar no Samba do Arnesto (de Adoniran com Alocin) e a ressurreição de Markinhos Moura, que canta Despejo na Favela sem o mel falsificado de seu hit radiofônico dos anos 80. Enfim, o elenco é heterogêneo, mas o tributo é homogêneo. Viva Adoniran Barbosa em seus 100 anos!!!!

Trovadores festejam 20 anos com temas dos 70

Sétimo álbum dos Trovadores Urbanos, grupo vocal formado em 1990, Amor até o Fim (Dabliú Discos) celebra os 20 anos de vida do quarteto. Sob a direção musical de Pichu Borrelli, os cantores Eduardo Santhana, Juca Novaes, Maída Novaes e Valéria Caram põem suas vozes a serviço de ótimo repertório quase inteiramente lançado nos anos 70 - com exceções de Teletema (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, 1969) e Vieste (Ivan Lins e Vítor Martins, 1987). Seguindo a tradição dos conjuntos vocais brasileiros, iniciada nos anos 30 com o Bando da Lua, os Trovadores Urbanos harmonizam com requinte temas como o bolero Começaria Tudo Outra Vez (Gonzaguinha, 1976), o samba Fato Consumado (Djavan, 1975) e as canções Menina (Paulinho Nogueira, 1971) e Espanhola (Flávio Venturini e Guarabyra, 1977). Detalhe: Magro Waghabi - um dos integrantes do MPB-4, nome nobre na galeria dos grupos vocais do Brasil - assina o arranjo vocal de Primavera (Cassiano e Silvio Rochael, 1970). O repertório inclui também Retalhos de Cetim (Benito Di Paula, 1973) e Você Abusou (Antonio Carlos & Jocafi, 1971), entre outros sucessos dos anos 70. I Love You, de Durval Ferreira (1935 - 2007), é a surpresa na seleção do CD Amor até o Fim, o atestado da competência vocal dos Trovadores Urbanos.

MZA lança ao vivo de Zeca Baleiro em 'blu-ray'

Já ajustada à era da alta definição, a gravadora MZA Music começa a pôr no mercado brasileiro registros ao vivo no formato de blu-ray, o vídeo digital de alta definição que - aos poucos - começa a ocupar o lugar do DVD. O primeiro blu-ray do catálogo da companhia carioca é O Coração do Homem-Bomba ao Vivo - Ao Vivo Mesmo, vídeo de Zeca Baleiro que combina gravações de estúdio e registros ao vivo, todos captados em junho de 2009. O conteúdo é o mesmo do DVD editado em novembro de 2009, mas o blu-ray facilita a navegação por todo o conteúdo. Por isso, a MZA ajustou o menu de acordo com o novo formato - de molde mais interativo.

16 de julho de 2010

Adriana Maciel vai regravar músicas de Marley

A cantora carioca Adriana Maciel pretende dedicar seu quinto álbum inteiramente ao repertório de Bob Marley (1945 - 1981). A ideia da intérprete - vista no post em foto de Ana Paula Oliveira - é abordar com liberdade temas do mais importante compositor jamaicano, afastando Marley da praia habitual do reggae. O último CD de Adriana, Dez Canções, foi lançado em novembro de 2008.

Leve, 'Lua Bonita' ilumina a obra de Zé do Norte

Resenha de CD
Título: Lua Bonita
Zé do Norte 100 Anos
Artista: Socorro Lira
Gravadora: Tratore
Cotação: * * * *

Veiculada em âmbito mundial no ritmo do baião, ao ser posta em rotação na trilha sonora do premiado filme O Canganceiro (1953), a toada Mulher Rendeira é o maior sucesso da obra esquecida de Alfredo Ricardo do Nascimento, conhecido como Zé do Norte (1908 - 1992). Gravada em diversos idiomas, Mulher Rendeira recupera no disco Lua Bonita o andamento original - mais lento, como se fosse um acalanto - com que a toada foi adaptada por Zé do Norte a partir de um tema tradicional do folclore. Mulher Rendeira é uma das 11 músicas do álbum em que a cantora Socorro Lira reabilita a obra do cantor, compositor e poeta paraibano - hoje pouco ouvida. Quarto volume do projeto Memória Musical da Paraíba, Lua Bonita - Zé do Norte 100 Anos é o sétimo disco de Socorro e celebra, com dois anos de atraso, o centenário do autor de Sodade, Meu Bem, Sodade - outra toada da trilha de O Cangaceiro, revivida por Socorro em dueto afetivo com Vanja Orico, atriz do filme dirigido pelo cineasta Lima Barreto (1906 - 1982) com roteiro de Rachel de Queiroz (1910 - 2003). Com leveza, Lua Bonita ilumina obra de grandeza ímpar com adesões de Elba Ramalho (no xote Flor do Campo), Geraldo Azevedo (no xote que dá título ao disco, Lua Bonita, arranjado pelo próprio Geraldo), Sandra Belê (no coco Balança a Rede) e Zé Paulo Medeiros (na canção São Jorge e a Lua). Um cancioneiro bem eclético. Natural de Cajazeiras, no sertão da Paraíba, Zé do Norte rompeu com sua obra as fronteiras musicais da região onde nasceu - talvez pelo fato de ter migrado para o Rio de Janeiro (RJ). Seu repertório autoral abrange tanto um carimbó - Vai Ver Quem Chegou, temperado com o molho rítmico do Norte do Brasil - quanto um tema afro (No Reino de Iemanjá) e um maxixe (Rainha de Tamba). Temas revividos pelo canto melodioso de Socorro Lira - tão leve quanto os arranjos de Júlio Caldas - neste disco encerrado com a voz do próprio Zé do Norte, que recita os versos de O Poeta em gravação extraída de entrevista concedida pelo compositor em 1977 a uma emissora de rádio de Salvador (BA). Por mais que surjam eventualmente algumas controvérsias sobre a verdadeira autoria de músicas registradas por Zé do Norte como dele (por ter sido folclorista, há quem defenda a tese de que alguns temas teriam sido recolhidos, e não compostos, pelo artista), a obra atribuída ao poeta é de grande valor e merece sair da sombra e ser apreciada sob a luz de Lua Bonita - belo tributo de Socorro.

Stereo faz conexões africanas no segundo disco

Com lançamento previsto para o segundo semestre de 2010, o segundo álbum do grupo carioca Stereo Maracanã, Mentalidade Safari, tem intervenções do rapper sudanês Lam Tungwa e de outros artistas africanos. Guitarrista e produtor musical da banda, Maurício Pacheco agendou viagem para Angola, neste mês de julho, para fazer outras conexões para o disco - para o qual o percussionista da banda, o capoeirista Bruno Pé de Boi, compõe ladainhas e corridos que versam sobre as origens africanas dessa luta/dança brasileira. De quebra, Pacheco aproveita a ida ao país do continente africano para produzir CD do cantor angolano Wyza e para começar a gravar a sequência de ComFusões, projeto em que o artista promove a interação de sons angolanos e brasileiros.

Reedições detalham a experiência de Hendrix

Por conta dos 40º aniversário de morte de Jimi Hendrix (1942 - 1970), a ser completado em 18 de setembro de 2010, a gravadora Sony Music está revitalizando a discografia do guitarrista. Na sequência da edição do álbum inédito Valleys of Neptune, apresentado em março, a companhia põe nas lojas edições luxuosas de quatro álbuns do trio The Jimi Hendrix Experience, formado pelo guitarrista nos anos 60 com o baixista Noel Redding e o baterista Mitch Mitchell. Voltam ao catálogo os três álbuns oficiais do grupo - Are You Experienced (1967), Axis: Bold as Love (1967) e Electric Ladyland (1968) - e o póstumo First Rays of the New Rising Sun (1997), formatado pelo engenheiro de som Eddie Kramer a partir de gravações originais de Hendrix, feitas entre março de 1968 e agosto de 1970. Os quatro títulos retornam às lojas turbinados com encartes fartos - com fotos e textos sobre os álbuns - e um respectivo DVD. Cerejas do delicioso bolo, os DVDs expõem o processo de gravação dos discos a partir de entrevistas esclarecedoras com Eddie Kramer - o engenheiro detalha toda a experiência do guitarrista no estúdio e revela a habilidade do músico ao registrar seu som incendiário - e com os sobreviventes do trio Jimi Hendrix Experience. Luxo só!

Sai no Brasil reedição dupla de álbum de Buddy

Com (cinco) anos de atraso, a gravadora Warner Music lança no Brasil a reedição dupla de Buddy Guy & Junior Wells Play the Blues, editada no exterior em 2005. Um dos clássicos do blues elétrico de Chicago (EUA), o álbum de 1972 ressurgiu há cinco anos com três faixas adicionais - Dirty Mother for You, Stone Crazy e Why Am I Treated so Bad? (Playin' the Blues) - e um CD-bônus com dez gravações inéditas. Marcado pelo encontro do guitarrista Buddy Guy com o cantor Junior Wells (1934 - 1998), o disco original foi gravado em Miami (EUA), em 1970, em conturbadas sessões conduzidas por Eric Clapton, Ahmet Ertegun (1923 - 2006) e Tom Dowd. Mas o som resultante das tumultuadas sessões de gravação do álbum tem o verdadeiro espírito do blues.

15 de julho de 2010

Robbie se reintegra ao Take That e grava álbum

Extraída de vídeo postado pelo grupo britânico Take That em seu site oficial, a imagem acima flagra Robbie Williams em estúdio com a boyband. Sim, os rumores eram verdadeiros. Williams se reintegrou ao grupo e já grava com os antigos colegas um álbum programado para novembro de 2010. É o primeiro disco do Take That com Williams em 15 anos. O último CD, Nobody Else, foi gravado em 1995 - ano em que o cantor deixou a boyband para seguir carreira solo. Gary Barlow, Howard Donald, Jason Orange e Mark Owen reuniram o grupo em 2005, mas sem Robbie Williams.

Leila dribla produção e dá outra cara a Russo

Resenha de CD
Título: Meu Segredo Mais Sincero - Músicas de Renato Russo e Legião Urbana
Artista: Leila Pinheiro
Gravadora: Tacacá Music / Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Ao regravar Tempo Perdido (1986) e Vento no Litoral (1991) em seus álbuns Alma (1988) e Na Ponta da Língua (1998), Leila Pinheiro mostrou que é capaz de recriar o cancioneiro de Renato Russo (1960 - 1996) com personalidade. Por isso mesmo, Meu Segredo Mais Sincero - o disco de tom baladeiro em que a cantora aborda sem oportunismos 14 músicas do repertório de Legião Urbana - não justifica toda a expectativa. Intérprete de técnica irretocável, identificada com a MPB, Leila consegue eventualmente pôr sua alma na música de Russo - e quando isso acontece, como na balada Quando Você Voltar (1996), o disco beira o sublime. Só que, no todo, a decisão de confiar os arranjos ao tecladista Cláudio Faria se mostra equivocada. Faria cerca as músicas de teclados e programações que nem sempre apontam o melhor caminho para valorizar músicas como Hoje (1993) e deixar fluir o canto seguro de Leila. Com título extraído de verso da letra de Daniel da Cova dos Leões (1986), música revisitada pela artista com intervenções afetivas da guitarra de Dado Villa-Lobos, Meu Segredo Mais Sincero passa a impressão de que Leila teve às vezes que driblar os arranjos para expor sua alma de intérprete. Contudo, justiça seja feita, o disco começa muito bem e o saldo final é positivo. Ainda É Cedo (1985) abre o tributo de forma imponente. Leila consegue dar grande interpretação a uma música já tão bem gravada pela Legião Urbana e por Marina Lima. Na sequência, Índios (1986) ganha pulsação envolvente por conta da participação do coro infantil Índios Guarani. E, dentro da linha de arranjo seguida por Claudio Faria, as programações de Angra dos Reis (1987), criam ambiência sedutora para a música (de cuja letra, aliás, vinha o título inicial do álbum, Se Fosse Só Sentir Saudade). Ainda na ótima primeira metade do disco, a crônica existencial de Pais e Filhos (1986) é feita em tom mais econômico, urdido pelo piano de Leila e os violões de aço pilotados por Faria. Na contramão dessa economia, Metal Contra as Nuvens (1991) se afunda sob o peso de programações e teclados dispensáveis. A faixa é exemplo de como a produção de Meu Segredo Mais Sincero - capitaneada pela própria Leila - limitou em alguns momentos o voo da intérprete. Mas, arranjos à parte, não pode ser ruim um disco com músicas de Russo - O Teatro dos Vampiros (1991), Eu Sei (1987), Andrea Doria (1986) e Tempo Perdido (1986), entre outras - na voz de uma cantora como Leila Pinheiro. E Meu Segredo Mais Sincero - fechado com Perfeição (1993), situada como vinheta entoada a capella na última das 15 faixas - é CD interessante que exige sucessivas audições para que o ouvinte descubra, aos poucos, encantos ocultos nos primeiros contatos. Ainda assim, a apreciação da bela e obscura balada Quando Você Voltar - lançada pela Legião Urbana no pouco ouvido álbum A Tempestade (1996) e pontuada no tributo de Leila pela guitarra de Herbert Vianna - mostra que Meu Segredo Sincero poderia ser um estupendo disco quando, a rigor, ele se revela tão somente um bom álbum valorizado por alguns inspirados momentos. Pena!

Das Neves faz sambas com dom de gente bamba

Resenha de CD
Título: Pra Gente Fazer
Mais um Samba
Artista: Wilson das Neves
Gravadora: MP,B
/ Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Em seu terceiro disco como cantor e compositor, o ótimo baterista Wilson das Neves confirma que o samba é mesmo seu dom. Sucessor de O Som Sagrado de Wilson das Neves (1996) e Brasão de Orfeu (2004), Pra Gente Fazer Mais um Samba reúne 13 sambas compostos pelo veterano integrante da Orquestra Imperial com parceiros como Paulo César Pinheiro (Outono Chegou e Folha no Ar, ambos de poética raiz melancólica), Arlindo Cruz (Não Dá, gravado por Diogo Nogueira), Nei Lopes (Assédio, tema de menor inspiração), Délcio Carvalho (Estava Faltando Você), Nelson Rufino (Minha Trajetória) e Roque Ferreira (Ingrata Surpresa), entre outros bambas. O talento de melodista - ressaltado pelo amigo Chico Buarque em texto escrito para o encarte do CD - salta aos ouvidos já na faixa-título, Pra Gente Fazer Mais um Samba, que abre o disco e logo se insinua como outra obra-prima da lavra de Neves com Paulo Pinheiro, autores de O Samba É meu Dom, o clássico instantâneo lançado em O Som Sagrado de Wilson das Neves. Sem bisar esse momento de grande inspiração, a dupla também assina sambas como Velha Guarda do Império (bom tributo à tradicional escola do Carnaval carioca), Coquetel, Passarinho de Gaiola e Quem Espera Nunca Alcança. Os arranjos - em sua maioria, formatados alternadamente pelo pianista João Carlos Rebouças e o baixista Zé Luiz Maia - embalam os sambas sem recorrer aos clichês do gênero. Por mais que Das Neves nem sempre mantenha o pique melódico ao longo das 13 faixas, Pra Gente Fazer Mais um Samba é disco de quem tem o samba na veia como legítimo dom. E que o canta com a soberania de quem, aos 74 anos, já integra a nobre Velha Guarda dos bambas cariocas.

Mendes expõe Brasil no tempo e tom habituais

Resenha de CD
Título: Bom Tempo
Artista: Sergio Mendes
Gravadora: Concord
Records / Universal Music
Cotação: * * 1/2
No CD Bom Tempo, Sergio Mendes faz o que sempre fez desde a década de 60, ou seja, formata o suingue da música brasileira dentro do padrão de país tropical que ainda identifica o Brasil no imaginário mundial mais de 50 anos após o estouro da Bossa Nova. Clichês já evidenciados na imagem da capa do álbum recém-lançado no Brasil em edição dupla que agrega CD com 12 remixes. A novidade já não tão nova é o rap incorporado por Mendes à receita desde Timeless, álbum de 2006 que revitalizou sua carreira graças a uma providencial associação com o rapper will.i.am. O rap aparece em meio à batucada gringa de Ye-Me-Lê (Luiz Carlos Vinha e Chico Feitosa) - no caso, um rap escrito pelo trio britânico Bimbo Jones - e em dois temas de Carlinhos Brown, Magalenha e You and I, faixas gravadas com fortes intervenções vocais do próprio Brown, responsável pelos raps inseridos nas músicas de sua autoria. O tribalista, aliás, é nome recorrente na ficha técnica de Bom Tempo, estando presente já na música de abertura, Emoriô (João Donato e Gilberto Gil), em que insere funkeada batida afro-brasileira. Nesta faixa, Mendes reverencia compositores como mestre Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) - saudado com citação de Surfboard - e Jorge Ben Jor, evocado com Mas que Nada, o tema que impulsionou a carreira internacional de Mendes em 1966 (Emoriô e You and I contam com adesões da cantora Nayanna Holley). De Jorge Ben Jor, a propósito, Mendes rebobina País Tropical com clichês e a adição do rap do duo H2O.

As presenças de Brown e de Seu Jorge - outro nome brasileiro em boa rotação no cenário internacional recrutado por Mendes para Bom Tempo - contribuem para os acertos do álbum. A enérgica interpretação de Jorge em Maracatu Atômico (Jorge Mautner e Nelson Jacobina) é um dos pontos luminosos do disco que se sobrepõem aos clichês e valorizam Bom Tempo. Com menos vigor, Seu Jorge também pôs voz em Maracatu - Nação do Amor, música de Moacir Santos (1996 - 2006), letrada por Nei Lopes (Mendes também aborda Orpheus, outro tema da nobre lavra afro da dupla). Com presença mais discreta, Milton Nascimento canta Caxangá, parceria com Fernando Brant, revivida por Mendes sem brilho especial. Enfim, Bom Tempo é disco que ajusta a música brasileira às batidas moldadas para ouvidos gringos. E é para eles.

'Side Man' toca ao retratar a irmandade do jazz

Resenha de teatro
Título: Side Man
Autor: Warren Leight
Direção: Zé Henrique de Paula
Elenco: Alexandre Slaviero, Otávio Martins, Sandra Corveloni, Daniel Costa, Eric Lenate, Luciano Schwab e outros
Fotos: Divulgação / Ronaldo Gutierrez
Cotação: * * *
Em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo (SP), de quinta-feira a domingo. Até dia 1º de agosto de 2010
Side man, no jargão do jazz, é o termo que designa o músico sem vínculos profissionais regulares, convocado para tocar em discos e grupos alheios. Inspirado na memória paterna, o dramaturgo norte-americano Warren Leight escreveu peça sobre o universo desses músicos, não raro brilhantes, que quase nunca alcançam a fama e saem de cena esquecidos, como se eles não houvessem existido. Side Man debutou na Broadway em 1998 e deu a Leight no ano seguinte um Tony - o Oscar do teatro americano - pelo texto eventualmente tocante que foca o apogeu e a decadência do jazz ao retratar o cotidiano de um trompetista talentoso, Gene, às voltas com o desemprego, o prazer de tocar e o alcoolismo da mulher, Terry. É este bom texto que, 12 anos depois da estreia, ganha sua primeira montagem brasileira, em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso - em São Paulo (SP) - até dia 1º de agosto de 2008.
Atraente no todo, a versão nacional de Side Man tem sua nota mais dinossante no primeiro ato, longo e (em alguns momentos) até arrastado. Tivesse o diretor Zé Henrique de Paula optado por agilizar a narrativa inicial, a peça teria evidenciado de imediato a atmosfera de sedução urdida no envolvente segundo ato. Todavia, como o ritmo é lento no início, o público demora a se apegar ao (sub)mundo do jazz onde nasceu Clifford Glimmer (Alexandre Slaviero, numa atuação surpreendente), o narrador da peça, alter-ego de Warren Leight e fio condutor das memórias alinhavadas com sensibilidade pelo dramaturgo. Clifford é o filho único do trompetista Gene (Otávio Martins) e Terry (Sandra Corveloni), casal que tem sua trajetória contada por meio da ação que vai e volta no tempo. A narrativa se inicia em meados dos anos 50 - na época do pós-guerra, no apogeu do jazz - e vai até 1985, quando o jazz já exerce menor poder de sedução na indústria da música. É que, a partir de 1956, a explosiva entrada em cena de Elvis Presley (1935 - 1977) - citada de forma episódica em cena da peça - altera o panorama de forma desfavorável para os jazzistas. Ao ser logo entronizado nos corações e mentes, o rock'n'roll acabou gerando o melancólico fim do reinado do jazz nos Estados Unidos. É quando escasseiam as oportunidades para músicos como Gene, fazendo aflorar os problemas conjugais que acabam por afastá-lo de Terry.
A cumplicidade de Gene com seus colegas músicos - Al (Daniel Costa), Jonesy (Eric Lenate) e Ziggy (Luciano Schwab) - gera alguns dos momentos mais bonitos da peça. A cena em que eles ouvem, reverentes, a última gravação do trompetista Clifford Brown (1930 - 1956) é especialmente tocante e exemplifica a irmandade que liga os jazzistas. Gente cuja sensibilidade às vezes está mais na música do que na vida off-jazz. Caso de Gene, que ganha composição minuciosa de Otávio Martins, cuja atuação em Side Man já lhe rendeu merecida indicação ao Prêmio Shell de São Paulo. Graças ao trabalho de Martins, parece até que Gene é encarnado por um ator no primeiro ato e por outro no segundo - tamanha é a riqueza detalhista com que o ator desenha Gene na juventude e na decadência. Sandra Corveloni também delimita bem as diferenças entre a Terry iluminada da juventude e a Terry sombria da decadência, consumida pelo álcool e a indiferença de Gene. O descompasso do casal rende cenas de alto teor dramático.
Também indicado ao Prêmio Shell, de forma igualmente justa, o cenógrafo Jean-Pierre Tortil consegue simular e diferenciar com elegância vários ambientes no espaço cênico. Enfim, Side Man tem seus encantos - inclusive na trilha sonora, pontuada por gravações de Frank Sinatra (1915 - 1998) em sua fase áurea, na gravadora Capitol - e eventualmente consegue até emocionar ao montar, a partir das recordações de Clifford, o memorial afetivo de um jazzista que não tocava por fama e tampouco por dinheiro, mas tão somente pelo prazer de tocar e ser ouvido pelos colegas. Mas seria ainda melhor se o ritmo do primeiro ato fosse agilizado.

Chiara transita trivial na rota Rio-NY de '7752'

Resenha de CD
Título: 7752
Artista: Chiara Civello
Gravadora: Armazém
/ Sony Music
Cotação: * *

7752 já é o terceiro álbum de Chiara Civello. Mas, no Brasil, o sucessor de Last Quarter Moon (2005) e The Space Between (2007) funciona como um cartão-de-visitas da cantora e compositora italiana, que começou a ficar conhecida no meio musical nacional a partir de sua parceria com Ana Carolina. Que banca por seu selo Armazém a edição do terceiro disco de Chiara, no qual toca violão em todas as 11 músicas, assina cinco com a colega italiana, solta a voz em uma faixa (Resta, balada bilíngue, entoada em italiano e em português) e produz (bem) uma outra, a inédita Sofá, tema pop composto em italiano por Ana e Chiara com Diana Tejera. O título 7752 alude a distância em quilômetros que separa Nova York (EUA) - cidade onde vive Chiara, há anos radicada nos Estados Unidos - e Rio de Janeiro (RJ). A interação da artista italiana com colegas residentes em solo carioca - como Totonho Villeroy e Dudu Falcão, além da própria Ana - inspirou o álbum, que apresenta no repertório versões em italiano de quatro músicas já gravadas em 2009 pela parceira Ana Carolina. Mais que a mim - registrada por Ana em dueto com Maria Gadú no CD e DVD Multishow Registro - Ana Car9lina + 1 - virou balada classuda cantada em inglês e intitulada I Didn't Want. Já Dimmi Perché (10 Minutos) e 8 Storie (8 Estórias) perderam muito sem as respectivas produções de Alê Siqueira e de Mario Caldato (com Kassin) que embalaram os registros originais das músicas, ambas lançadas por Ana no álbum N9ve. Nessa ponte Rio-Nova York, 7752 situa Chiara em rota bem trivial. Canções assinadas somente por ela - casos de One More Thing e Non Avevo Capito Niente (balada formatada com cordas elegantes) - indicam que ainda falta longo caminho a ser percorrido pela já globalizada artista italiana.

14 de julho de 2010

Maria Rita fica solta na intimidade do Tom Jazz

Resenha de Show
Título: Maria Rita
Artista: Maria Rita (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Tom Jazz (SP)
Data: 12 de julho de 2010
Cotação: * * * * 1/2
De volta ao cartaz nas segundas-feiras de agosto e setembro.
A partir de 9 de agosto. Até 27 de setembro de 2010. Às 21h30m
O show que Maria Rita apresentou nas últimas quatro segundas-feiras na casa paulista Tom Jazz - um espaço pequeno, moldado para apresentações mais intimistas - pode até ser encarado como voluntária volta ao começo. Afinal, foi em casas pequenas que a cantora começou a ganhar experiência de palco no início dos anos 2000. Mas agora Maria Rita é uma estrela. E nada mais será como antes depois de seu estouro nacional em 2003. Por isso mesmo, é tão curiosa quanto prazerosa a experiência de ver Maria Rita cumprindo temporada semanal numa casa como o Tom Jazz - para a qual, aliás, a artista retorna a partir de 9 de agosto de 2010. Encerrado o longo ciclo do disco e show Samba Meu (2007), a intérprete retoma seu repertório antigo - sem abandonar um ou outro samba do CD, como Cria (Serginho Meriti e César Belieny) - mas com a leveza conquistada em seu espetáculo anterior. O resultado é um show delicioso. Leve e solta na intimidade do Tom Jazz, Maria Rita se permite brincar em cena com desenvoltura não vista nem mesmo no show Samba Meu. Mas é diversão levada a sério. A grande cantora está o tempo todo em cena, valorizando até músicas medianas como Soledad (Jorge Drexler), gravada por ela em 2006, em disco do compositor uruguaio (12 Secundos de Oscuridad). O que já saiu de cena foi o peso inicial - e inevitável, justiça seja feita - de ser a filha cantora de Elis Regina (1945-1982).
"Esse show não vai virar CD, não vai virar DVD. É um show só nosso", conceitua Maria Rita em cena, logo no bloco inicial do roteiro, montado - como ela revela mais tarde ao público - com músicas que nunca gravou ou que gravou em discos de colegas. E, sobretudo, com canções que gosta de cantar. É evidente a alegria com que a intérprete apresenta um samba como Num Corpo Só (Arlindo Cruz e Picolé) ou um tema já espirituoso como Pagu (Rita Lee e Zélia Duncan). Somente o número de abertura - Conceição dos Coqueiros, pungente música de Lula Queiroga (bem) gravada por Elba Ramalho no álbum Qual o Assunto que Mais lhe Interessa? (2007) - já vale a ida ao show. A música soa quase como uma oração na voz de Rita - mas sem tom solene - e ganha significado ainda maior quando, ao fim, o arranjo a emenda com Santana (Junio Barreto), tema que também toca na questão religiosa de forma poética, sem clichês espiritualistas. Maria Rita - vale lembrar - ia gravar Santana no álbum Segundo (2005), mas desistiu porque o compositor já tinha dado a preferência a Gal Costa, que registrou Santana em seu revigorante CD Hoje (2005).
Em relação ao roteiro da estreia da temporada, iniciada em 21 de junho, a única modificação foi a inclusão de Todo Carnaval Tem seu Fim (Marcelo Camelo). Na companhia de trio de piano (Tiago Costa), contrabaixo acústico (Sylvinho Mazzucca) e bateria (Cuca Teixeira), a cantora exercita um lado meio jazzy que renova a interpretação de músicas como Só de Você (Rita Lee e Roberto de Carvalho) - com o ritmo marcado pelo estalar dos dedos da plateia - e A História de Lily Braun (Edu Lobo e Chico Buarque), esta em clima de sensualidade dengosa. São experiências de uma cantora que revelou em cena ter sido influenciada pelo jazz norte-americano, em especial pela voz esperta de Ella Fitzgerald (1917 - 1996). Ora densa (como em Perfeitamente, inédita parceria de Fred Martins com Francisco Bosco que versa sobre questões do coração), ora leve (como em Conta Outra, número que evoca ligeiramente a atmosfera do samba-jazz), Maria Rita é no palco do Tom Jazz uma cantora sem compromisso que se permite explorar possibilidades. Seus comics ao fim de Cara Valente - o samba de Marcelo Camelo que retorna no bis iniciado com Encontros e Despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant) - atestam a evolução de uma cantora que, a bem da verdade, já estreou pronta. Mas que, felizmente, se permite brincar em cena. A ponto de, favorecida pelo clima íntimo do Tom Jazz, nem ter se abalado com o erro no verso inicial de Casa Pré-Fabricada (Marcelo Camelo) na apresentação de 12 de julho. Com uma luz bonita, eventualmente intensa para realçar o tom ensolarado de O Que É o Amor (Arlindo Cruz, Maurição e Fred Camacho) e o clima quente d'A História de Lily Braun, o show transitório de Maria Rita em nada fica a dever aos espetáculos oficiais de sua trajetória. Ao contrário. Há toda uma ambiência e uma musicalidade refinadas no palco - um cuidado perceptível, por exemplo, no baixo bem marcado de Muito Pouco (Moska). E, por mais que a temporada seja conduzida pela cantora pelo puro prazer de estar em cena com seus músicos, o show vai acabar influenciando de maneira positiva o tom do próximo álbum da cantora (ainda não gravado e sequer idealizado). Maria Rita brinca, mas sempre se leva a sério...

Deftones não chega a brilhar em 'Diamond Eyes'

Resenha de CD
Título: Diamond Eyes
Artista: Deftones
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Cria bastarda do Nu Metal, a banda Deftones não chega a brilhar efetivamente em seu sexto bom álbum de estúdio, Diamond Eyes, ora recém-lançado no Brasil via Warner Music. O grupo recicla ideias e riffs de discos anteriores com correção - valendo destacar Beauty School e a faixa-título, Diamond Eyes - mas sem uma luz ou brilho especiais. O álbum começa pesado, com temas como Royal, e termina com um naipe de hard baladas (Sextape, Risk, 976-Evil e This Place Is Death), no qual se impõem 976-Evil e Sextape. E o fato é que nem sempre é possível identificar em Diamond Eyes a alta carga melódica do rock pesado do grupo norte-americano. É preciso, contudo, dar um desconto ao Deftones, pois Diamond Eyes foi gerado em condições adversas. Entre 2007 e 2008, a banda preparou e chegou a gravar o que seria originalmente seu sexto álbum de estúdio, Eros, mas um gravíssimo acidente com o baixista Chi Cheng abortou o lançamento do disco e motivou o Deftones a começar um novo álbum do zero, com Sergio Vega (baixista do Quicksand) provisoriamente no posto de Cheng. Este novo álbum é Diamond Eyes, feito em circunstâncias trágicas que explicam (sem absolver o grupo) as grandes novidades que parecem saídas de um museu. Falta ao CD um verdadeiro brilho...

Aguilera retrocede ao evitar o básico em 'Bionic'

Resenha de CD
Título: Bionic
Artista: Christina
Aguilera
Gravadora: Sony Music
Cotação: * *

Quinto álbum de Christina Aguilera (ou sexto, se posto na conta o natalino My Kind of Christmas, editado em 2000), Bionic não é um disco ruim. Mas representa retrocesso na trajetória fonográfica da (boa) cantora. Após se agigantar em estupendo álbum duplo (Back to Basics, 2006) em que prestou tributo às velhas escolas do soul, do blues e do r & b, Aguilera volta atrás - provavelmente incomodada pelo estouro mundial de Lady Gaga - e mira as pistas entre electro-pop (Elastic Love) e flerte habitual com o rap (Woohoo, boa faixa em que figura Nicki Mina). Sem esquecer baladas à moda da compositora hitmaker Linda Perry (Lift me up, raro momento em que a voz potente de Aguilera não fica soterrada pelas batidas robóticas que pontuam Bionic). Entre egotrips (a faixa-título e Prima Donna, sobretudo) e um tema dançante realmente eletrizante (Not Myself Tonight, eleito o primeiro single do álbum), Aguilera se permite cantar um r & b mais orgânico, Sex for Breakfast, mas a letra joga a artista na lama de vulgaridade em que ela já se atolou em álbuns estéreis como Stripped (2002). Quando já se aproxima do final, Bionic surpreende com momentos de delicadeza em My Heart (Intro), All I Need, I Am (canção fofa em cujos versos Aguilera assume imperfeições e expõe face mais humana) e You Lost me. O belo naipe de faixas é efeito da salutar colaboração da artista com a cantora e compositora australiana Sia Furler. Mas, na sequência, I Hate Boys pega a contramão da delicadeza e reforça a decepção causada por Bionic em quem ouviu Back to Basics - ainda que se trate, a rigor, de um bom álbum. O problema é que Christina Aguilera parece querer ser Lady Gaga. É hora de voltar ao básico!!

Parayzo regrava Cole em espanhol para 'Ti Ti Ti'

Música de Cole Porter (1891 - 1964), lançada em 1935 em um espetáculo da Broadway Jubilee, Beguin the Beguine ganha gravação em espanhol feita pela dupla Parayzo (à esquerda em foto de Robert Schwenk) para a trilha sonora do remake da novela Ti Ti Ti - no ar a partir da próxima segunda-feira, 19 de julho de 2010. Formado pelo porto-riquenho Roy Stephan (ex-Menudo) com a cantora baiana Valéria Flor Cigana, o duo Parayzo revive a versão em espanhol intitulada Volver a Empezar e gravada pelo cantor Julio Iglesias em 1981. A produção da faixa do duo Parayzo na trilha de Ti Ti Ti foi pilotada por PH Castanheira e Zé Henrique.

Gang of Four mostra 'Content' em 4 de outubro

Primeiro álbum de inéditas do grupo britânico Gang of Four em 15 anos, Content tem seu lançamento agendado para 4 de outubro de 2010. Sétimo disco de estúdio da banda de pós-punk, o sucessor do CD Shrinkwrapped (1995) vai ser precedido pela edição de seu primeiro single - Who Am I? - em 13 de setembro. Eis as onze músicas (inéditas) do álbum Content:
* She Said You Made a Thing of me
* You Don't Have to Be Mad
* Who Am I?
* I Can't Forget your Lonely Face
* You'll Never Pay for the Farm
* I Party All the Time
* A Fruit Fly in the Beehive
* It Was Never Going to Turn out Too Good
* Do As I Say
* I Can See From Far Away
* Second Life

13 de julho de 2010

Aretha canta Nana e Piaf no segundo CD adulto

Filha dos cantores Antonio Marcos (1945 - 1992) e Vanusa, Aretha Marcos se prepara para lançar em agosto de 2010, pelo selo Discobertas, o segundo CD da fase adulta de sua carreira. Projetada como cantora no início dos anos 80, ao integrar o elenco de especiais infantis dirigidos por seu padrasto Augusto César Vannucci (1934 - 1992) na TV Globo, Aretha - vista no post em foto de Léo Freitas - produziu o disco com a banda com a qual vem fazendo shows pelo Brasil já há alguns anos. A rigor, trata-se de seu terceiro disco, pois, aos 11 anos, a artista lançou álbum produzido por Liminha. Mas Aretha considera que o atual disco - gravado no rastro de DVD e CD ao vivo editados em 2006 em tributo ao pai Antonio Marcos - é sua verdadeira estreia no mercado fonográfico. No álbum, Aretha apresenta dois temas de sua própria lavra - Tudo que Posso com Você e A Mulher do Sacana - e faz incursões pelos repertórios de Edith Piaf (1915 - 1963) e Nana Caymmi. Do cancioneiro de Piaf, ela escolheu Non, Je ne Regrette Rien. Do repertório de Nana, a música eleita foi o bolero Resposta ao Tempo (Cristóvão Bastos e Aldir Blanc). Aretha grava também composições de Kleber Albuquerque (Na Telha), Xande Mello (Escada Abaixo - em parceria com Eduardo Pitta, também co-autor de Em Cima do Morro - e Tempero) e Marília Duarte (Malabarista) - entre outros nomes de sua geração.

'Bona Drag', de Morrissey, retorna com inéditas

Lançada em outubro de 1990, a coletânea Bona Drag - que reúne os singles lançados por Morrissey após sair da banda The Smiths - volta ao catálogo em edição remasterizada que comemora os 20 anos da compilação. A edição 2010 de Bona Drag - nas lojas a partir de 27 de setembro de 2010, via EMI Music, nos formatos de CD e vinil duplo - foi turbinada com seis faixas inéditas e teve a arte refeita pelo cantor britânico. Eis o repertório de Bona Drag:
* Piccadilly Palare
* Interesting Drug
* November Spawned a Monster
* Will Never Marry
* Such a Little Thing Makes Such a Big Difference
* The Last of the Famous International Playboys
* Ouija Board, Ouija Board
* Hairdresser on Fire
* Everyday Is Like Sunday
* He Knows I'd Love to See him
* Yes, I Am Blind
* Lucky Lisp
* Suedehead
* Disappointed
Faixas-bônus

* Happy Lovers at Last United (sobra da sessão de Sunday)
* Lifeguard on Duty" (sobra da sessão do álbum Viva Hate)
* Please Help the Cause Against Loneliness (versão demo)
* Oh Phoney (sobra da sessão de Bona Drag)
* The Bed Took Fire (inédita)
* Let the Right One Slip in (Alternate Long Mix)

Lobão chama cariocas para CD feito por Fuchs

Desde 1992 vocalista do grupo Equale, com o qual gravou os CDs Expresso Gil (2000) e Um Gosto de Sol (2004), a cantora carioca Valéria Lobão debuta solo no mercado fonográfico com o álbum Chamada, produzido por Carlos Fuchs no seu estúdio Tenda da Raposa. Em fase final de gravação, o disco reúne músicas de compositores nascidos e/ou radicados no Rio de Janeiro (RJ). "É um disco de amigos cariocas", conceitua Lobão. De fato, Chamada conta com adesões do grupo Pedro Luís e a Parede (em Ritual Profano, tema inédito de Antonio Saraiva), do cantor Marcos Sacramento (em Oração Perdida, da lavra de Aldir Blanc com Jayme Vignoli e Luís Flávio Alcofra) e do grupo Equale (na faixa-título, Chamada, de autoria de Raphael Gemal, colega de Lobão no conjunto vocal e autor de outra faixa, Fubá). A cantora pôs voz em inéditas de Zé Paulo Becker e Paulo César Pinheiro (Jongo de Vovó), de Rodrigo Maranhão (Uma Canção pra Ela) e de Marcos Sacramento e Paulo Baiano (Noite). Já Obsession (Dori Caymmi e Gilson Peranzzetta) não é inédita, tendo sido gravada por Sarah Vaughan (1924 - 1990) no álbum Brazilian Romance (1987), mas ganhou letra de Paulo Cesar Pinheiro, encomendada para o CD. Ao todo, Chamada reúne 13 músicas embaladas por time de arranjadores formado por Eduardo Neves, Jayme Vignoli, Gilson Peranzzetta, André Protasio, Luís Flávio Alcofra, Flávio Mendes e Josimar Carneiro. O disco sairá ainda neste ano de 2010.

Chico lê poema de Drummond em CD reeditado

A gravadora Biscoito Fino está reeditando neste mês de julho de 2010 o CD Lembranças Cariocas. Todo gravado em estúdio (com base num show feito na casa Carioca da Gema - RJ, em 2002, pelos cantores Nilze Carvalho, Pedro Miranda e Pedro Paulo Malta), o disco traz a participação especial de Chico Buarque. O compositor recita poema de Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987), Canto do Rio em Sol, feito em tributo à cidade do Rio de Janeiro. A ideia do show - do jornalista Bráulio Neto - foi celebrar músicas e compositores cariocas nascidos em 1902 e 1952. Irmã de Chico, Cristina Buarque também está no CD.

12 de julho de 2010

Moura - mestre da gafieira ao jazz - sai de cena

Um dos mais ecléticos músicos do Brasil, com habilidade para transitar com maestria da gafieira ao jazz, Paulo Moura (1932 - 2010) saiu de cena na noite desta segunda-feira, 12 de julho de 2010, vítima de câncer no sistema linfático. Aprendiz de pianista que se tornou um dos mais brilhantes (e versáteis) clarinetistas e saxofonistas do Brasil, Moura - nascido em 15 de julho de 1932 em São José do Rio Preto (SP), cidade do interior paulista - tocava samba, choro, jazz e música clássica sem purismos. Defendia as fusões rítmicas com o mesmo ardor com que soprava seu sax e sua clarineta. A estreia no mercado fonográfico - como músico contratado - aconteceu em 1951, ano em que tocou na gravação de Palhaço (Nelson Cavaquinho e Oswaldo Martins) feita por Dalva de Oliveira (1917 - 1972) nos estúdios da extinta gravadora Odeon. E Moura não parou mais de gravar, iniciando carreira solo em disco com Paulo Moura e sua Orquestra para Bailes (1957). Seu último álbum, AfroBossaNova (2009), foi dividido com o bandolinista baiano Armando Macedo. A dupla deu tom afro-jazzístico ao cancioneiro de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) - pretexto para Moura mostrar, mais uma vez, que sua música desconhecia fronteiras rítmicas. Tal liberdade estilística era fruto de sua sólida formação musical, de quem estudou teoria com maestros-mestres como Guerra-Peixe (1914 - 1993). Enfim, Paulo Moura foi um dos músicos mais completos do Brasil. Tocava na gafieira com a mesma desenvoltura com que integrava uma orquestra sinfônica. Emblemático na discografia instrumental nacional, seu álbum Confusão Urbana, Suburbana e Rural (1976) resiste ao tempo como fino exemplo do legado de um clarinetista e saxofonista que mostrou - como poucos... - que a linguagem da música é universal. Por isso, Paulo Moura é imortal!!

Vinil de 'Rock'n'Roll' celebra 50 anos de Erasmo

Já à venda, com tiragem limitada e numerada de 500 cópias, a edição em vinil de Rock'n'Roll - o (grande) álbum de inéditas apresentado por Erasmo Carlos em maio de 2009 - foi fabricada na PolySom (a pedido da gravadora Coqueiro Verde Records) para celebrar os 50 anos de carreira do Tremendão, completados neste ano de 2010. A edição em vinil de Rock'n'Roll tem capa (foto) diferente da edição em CD desse trabalho produzido por Liminha.

Lily Allen compõe para musical sobre 'Bridget'

Com dois cultuados álbuns de estúdio no currículo, Lily Allen vai debutar no teatro como compositora. A autora de Fear está fazendo músicas para um espetáculo musical inspirado no livro O Diário de Bridget Jones, que rendeu dois filmes de sucesso ao ser adaptado para o cinema. A produção tem estreia prevista para 2011, em Londres. Allen já mostrou dez temas à direção do musical e - de acordo com declarações dela à imprensa britânica - todas já foram aprovadas.

Linkin agenda 'A Thousand Suns' para setembro

A Thousand Suns é o título do quarto álbum de estúdio do Linkin Park. Nas lojas dos Estados Unidos a partir de 14 de setembro de 2010, o disco vai ser precedido pelo primeiro single, The Catalyst, que chega às rádios e ao iTunes em 2 de agosto. Trata-se do primeiro CD de estúdio do grupo desde Minutes to Midnight (2007), álbum fraco em que o nu metal da banda de Mike Shinoda já soou sem o peso de CDs como Meteora (2003).

11 de julho de 2010

Showfilme 'Mafaro' põe Abujamra bem na fita

Resenha de Show
Título: Mafaro
Artista: André Abujamra (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Choperia Sesc Pompéia (SP)
Data: 10 de julho de 2010
Cotação: * * * 1/2
Artista de caráter (naturalmente) performático, André Abujamra consegue traduzir bem em cena o sotaque globalizado de seu recém-lançado terceiro disco solo, Mafaro. Não é um show convencional, mas um showfilme - na definição do próprio Abujamra - que propõe interação inventiva com os vídeos projetados nos telões. Mas que não se esgota em seu formato multimídia porque a música do artista, mesmo longe da perfeição melódica, envolve o espectador. Turbinada com quinteto de metais que põe pressão nos arranjos, alguns com latinidade tropical que remete ao som de Manu Chao, a banda valoriza temas que aglutinam sonoridades afros (em especial em Logun E e na suingante Mafaro, excelente faixa-título do CD), indianas, balcãs e nordestinas. Imaginação - tema repetido no bis, assim como Origem - é um dos destaques do repertório autoral. Zeloso pelo conceito do show, Abujamra moldou o roteiro apenas com temas do álbum. E o grande diferencial do showfilme - aprovado pela plateia que encheu a pista da choperia do Sesc Pompéia, em São Paulo (SP), na noite de sábado, 10 de julho de 2010 - é mesmo o casamento cênico entre música e vídeos. Em um deles, Luiz Caldas canta sua parte em Tem Luz na Cauda da Flecha em perfeito dueto virtual com Abujamra. Em outro momento, Evandro Mesquita recita os versos de O Amor É Difícil. Num terceiro, o músico é questionado pelo interlocutor do vídeo sobre a guitarra tocada no início do show - pretexto para um solo hendrixiano. E Abujamra leva sua brincadeira a sério. Em sintonia com o tom do showfilme, Abujamra tem atuação performática, cheia de gestos teatrais. Editados pelo artista em parceria com Giuliano Scan, os vídeos alternam climas que fazem com que a apresentação nunca perca o pique e o conceito - inclusive porque dura pouco mais de uma hora, incluindo o bis não previsto no roteiro. Enfim, ainda que sua atmosfera eventualmente dadaísta exija do espectador que entre de imediato na viagem para não perder o bonde, o showfilme Mafaro reitera a inventividade inquieta de André Abujamra, já perceptível na dupla Os Mulheres Negras e no grupo Karnak. Veja!

CD dos Mutantes no Brasil passa para setembro

Agendada inicialmente para maio de 2010 pela gravadora carioca Coqueiro Verde Records, a edição brasileira do primeiro álbum de estúdio do grupo paulista Os Mutantes em 35 anos - Haih... or Amortecedor (2009) - foi reprogramada para setembro, um ano depois do lançamento do álbum no exterior. Inclui faixas inéditas.

Biscoito Fino lança no Brasil CD duplo de Basie

Mastermasse Basel, 1956 é o título do CD duplo da Count Basie Orchestra que a Biscoito Fino lança no Brasil, neste mês de julho de 2010, pelo selo da gravadora que concentra os discos internacionais. O álbum traz o registro ao vivo de uma apresentação do compositor, pianista e bandleader norte-americano Count Basie (1904 - 1984) feita em 1956 na cidade de Basel, na Suíça. Os discos reúnem 23 números, ao todo. O roteiro traz temas como Dinner with Friends, You for me e Cherry Point.

Blitz lança o segundo registro de show em DVD

Três anos depois de lançar o CD e DVD Ao Vivo e em Cores (2007), a Blitz volta à cena com a edição de seu segundo registro ao vivo de show em DVD. Eskute & Veja Blitz perpetua o show baseado no repertório do (bom) álbum de inéditas Eskute Blitz, nas lojas desde outubro de 2009. Entre músicas recentes como a balada Vida Mansa e a pop Corações na Calça Jeans, parceria de Evandro Mesquita com Leoni, a banda carioca rebobina seus sucessos dos anos 80 como Weekend, Betty Frígida e, claro, Você Não Soube me Amar.