11 de julho de 2010

Showfilme 'Mafaro' põe Abujamra bem na fita

Resenha de Show
Título: Mafaro
Artista: André Abujamra (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Choperia Sesc Pompéia (SP)
Data: 10 de julho de 2010
Cotação: * * * 1/2
Artista de caráter (naturalmente) performático, André Abujamra consegue traduzir bem em cena o sotaque globalizado de seu recém-lançado terceiro disco solo, Mafaro. Não é um show convencional, mas um showfilme - na definição do próprio Abujamra - que propõe interação inventiva com os vídeos projetados nos telões. Mas que não se esgota em seu formato multimídia porque a música do artista, mesmo longe da perfeição melódica, envolve o espectador. Turbinada com quinteto de metais que põe pressão nos arranjos, alguns com latinidade tropical que remete ao som de Manu Chao, a banda valoriza temas que aglutinam sonoridades afros (em especial em Logun E e na suingante Mafaro, excelente faixa-título do CD), indianas, balcãs e nordestinas. Imaginação - tema repetido no bis, assim como Origem - é um dos destaques do repertório autoral. Zeloso pelo conceito do show, Abujamra moldou o roteiro apenas com temas do álbum. E o grande diferencial do showfilme - aprovado pela plateia que encheu a pista da choperia do Sesc Pompéia, em São Paulo (SP), na noite de sábado, 10 de julho de 2010 - é mesmo o casamento cênico entre música e vídeos. Em um deles, Luiz Caldas canta sua parte em Tem Luz na Cauda da Flecha em perfeito dueto virtual com Abujamra. Em outro momento, Evandro Mesquita recita os versos de O Amor É Difícil. Num terceiro, o músico é questionado pelo interlocutor do vídeo sobre a guitarra tocada no início do show - pretexto para um solo hendrixiano. E Abujamra leva sua brincadeira a sério. Em sintonia com o tom do showfilme, Abujamra tem atuação performática, cheia de gestos teatrais. Editados pelo artista em parceria com Giuliano Scan, os vídeos alternam climas que fazem com que a apresentação nunca perca o pique e o conceito - inclusive porque dura pouco mais de uma hora, incluindo o bis não previsto no roteiro. Enfim, ainda que sua atmosfera eventualmente dadaísta exija do espectador que entre de imediato na viagem para não perder o bonde, o showfilme Mafaro reitera a inventividade inquieta de André Abujamra, já perceptível na dupla Os Mulheres Negras e no grupo Karnak. Veja!

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Artista de caráter (naturalmente) performático, André Abujamra consegue traduzir bem em cena o sotaque globalizado de seu recém-lançado terceiro disco solo, Mafaro. Não é um show convencional, mas um showfilme - na definição do próprio Abujamra - que propõe interação inventiva com os vídeos projetados nos telões. Mas que não se esgota em seu formato multimídia porque a música do artista, mesmo longe da perfeição melódica, envolve o espectador. Turbinada com quinteto de metais que põe pressão nos arranjos, alguns com latinidade tropical que remete ao som de Manu Chao, a banda valoriza temas que aglutinam sonoridades afros (em especial em Logun Edé e na suingante Mafaro, excelente faixa-título do CD), indianas e balcãs. Imaginação - tema não por acaso repetido no bis, assim como Origem - é um dos destaques do repertório autoral. Zeloso pelo conceito do show, Abujamra moldou o roteiro apenas com temas do álbum. E o grande diferencial do showfilme - aprovado pela plateia que encheu a pista da choperia do Sesc Pompéia, em São Paulo (SP), na noite de sábado, 10 de julho de 2010 - é mesmo o casamento cênico entre música e vídeos. Em um deles, Luiz Caldas canta sua parte em Tem Luz na Cauda da Flecha em perfeito dueto virtual com Abujamra. Em outro momento, Evandro Mesquita recita os versos de O Amor É Difícil. Num terceiro, o músico é questionado pelo interlocutor do vídeo sobre a guitarra tocada no início do show - pretexto para um solo hendrixiano. E Abujamra leva sua brincadeira a sério. Em sintonia com o tom do showfilme, Abujamra tem atuação performática, cheia de gestos teatrais. Editados pelo artista em parceria com Giuliano Scan, os vídeos alternam climas que fazem com o que a apresentação nunca perca o pique e o conceito - inclusive porque dura pouco mais de uma hora, incluindo o bis não previsto no roteiro. Enfim, ainda que sua atmosfera eventualmente dadaísta exija do espectador que entre de imediato na viagem para não perder o bonde, o showfilme Mafaro reitera a inventividade inquieta de André Abujamra, já perceptível na dupla Os Mulheres Negras e no grupo Karnak. Veja!

11 de julho de 2010 às 11:00  
Blogger Lara Cervasio said...

Uma vez ouvi o trabalho deles...

No 'Altas Horas'. Achei interessante, mas não é o tipo de show que pagaria pra ir. :P

Beijos

12 de julho de 2010 às 10:09  
Anonymous Anônimo said...

Abu just want to have fun

12 de julho de 2010 às 13:46  
Blogger Célia Porto said...

Adoro Abujamra. Criativo, antenado e lúdico. Gosto do jeito que ele trata temas complicados do cotidiano, com leveza. Ele mostra que pra tudo no mundo tem um lugar. Mafaro é ótimo.

14 de julho de 2010 às 20:50  

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