16 de agosto de 2008

Sai de cena Caymmi, gênio atemporal da MPB

Dorival Caymmi - o Buda Nagô, na definição muito apropriada de Gilberto Gil - não sai de cena com sua morte, ocorrida na manhã deste triste sábado, 16 de agosto de 2008. Em seus 94 anos de vida, Caymmi deixa como herança obra sem paralelos na música popular brasileira. Obra relativamente pequena (cerca de 120 músicas) para sua longa trajetória, mas de uma grandeza ímpar e imensurável que vai manter vivo, ao longo dos tempos, seu autor, nascido em Salvador, na sua amada Bahia, em 30 de abril de 1914.

Sem se inserir em nenhuma corrente da música brasileira, a música de Dorival Caymmi - nascida na segunda metade nos anos 20, com a composição de tosca toada intitulada No Sertão - constitui um gênero por si só. Sua obra pode ser dividida em três vertentes: as canções praieiras, os sambas buliçosos cheio de requebros e os sambas-canções. Estes brotaram com mais assiduidade a partir dos anos 40, quando Caymmi já estava ambientado no Rio de Janeiro da fase pré-Bossa Nova. Mas, já em 1932, o compositor criava Adeus, seu primeiro samba-canção, antecipando o apego ao gênero quando veio para o Rio, em 1938.

Toda a obra de Dorival Caymmi prima pelo requinte e exala uma modernidade que já estava em intuitiva sintonia com as conquistas estilísticas da bossa hoje cinqüentenária (não por acaso, João Gilberto sempre cantou os sambas do autor de Saudade da Bahia e Samba da Minha Terra). Mas requinte, no caso de Caymmi, nunca foi sinônimo de rebuscamento. Seu cancioneiro ostenta a simplicidade sofisticada somente alcançada pelos gênios. Dentro desta obra atemporal, os temas praieiros são especialmente originais com suas imagens poéticas que descrevem todo o encanto do mar através de versos minimalistas, exatos. São nas canções praieiras que a voz grave de Caymmi - doce e profunda como o próprio mar - se revela mais sedutora, carregada de aura de ancestralidade que confere ao compositor baiano um status de quase divindade. São nas canções marinhas que o violão de Caymmi - aprendido na juventude de forma autodidata - se revela especialmente inventivo. Em O Mar, uma das várias obras-primas do compositor no gênero, tal violão parece reproduzir o movimento sinuoso da maré. Coisa de gênio...

Nos sambas buliçosos, urdidos e sacudidos com manemolência toda própria, Caymmi pintou o retrato definitivo da velha Bahia, com suas pretas do acarajé, suas 365 igrejas e as musas como Adalgisa. As mulheres, aliás, foram temas recorrentes na obra sensual de Dorival Caymmi. Marina, por exemplo, é da época em que o compositor privilegiava os sambas-canções, inebriado com a atmosfera enfumaça das boates cariocas. E, a propósito dos sambas-canções, vale ressaltar que, com Caymmi, o gênero nunca pecou pelo excesso de dramaticidade ou por qualquer mínimo sentimentalismo. O amor, ou a falta de, foi abordado com a costumeira elegância pelo mestre em músicas como Não Tem Solução, Nem Eu, Você Não Sabe Amar e Só Louco, entre outras.

Enfim, como compositor, Dorival Caymmi foi ilimitado - como certa vez o caracterizou outro gigante da música brasileira, um tal de Tom Jobim (1927 - 1994). Com o qual, aliás, Caymmi já deve estar se confraternizando - no seu tempo todo próprio - no olimpo reservado aos grandes criadores da música popular. Descanse em paz, Buda Nagô, que a sua obra já é do povo, como você sonhou...

Discografia de Caymmi é seleta com sua obra

A discografia de Dorival Caymmi (1914 - 2008) é seleta como sua obra. Totaliza 17 álbuns lançados originalmente entre 1954 e 1991 - alguns reeditados com outros títulos e outras capas na era do CD. Os álbuns originais de sua fase mais produtiva - os anos 50 - foram lançados pela Odeon, extinta companhia brasileira cujo acervo pertence aos arquivos da gravadora multinacional EMI Music. Eis os 17 álbuns da discografia oficial de Dorival Caymmi - iniciada nos anos 40 com a gravação de discos de 78 rotações por minuto:
* Canções Praieiras - 1954
* Sambas de Caymmi (capa acima) - 1955
* Caymmi e o Mar - 1957
* Eu Vou pra Maracangalha - 1957
* Ary Caymmi - Dorival Barroso - Um Interpreta o Outro - 1958
(com Ary Barroso)
* Caymmi e seu Violão - 1959

* Eu Não Tenho Onde Morar - 1960
* Caymmi Visita Tom e Leva seus Filhos Nana, Dori e Danilo
- 1964 (com Tom Jobim)
* Caymmi and the Girls from Bahia (com Quarteto em Cy) - 1965
* Vinicius / Caymmi no Zum Zum (com Vinicius de Moraes) - 1967
* Caymmi - 1972
* Caymmi Também É de Ranho - 1973
* Caymmi 70 Anos - 1984
* Caymmi - 1985
* Caymmi's Grandes Amigos - 1986
(com Danilo, Dori e Nana Caymmi)
* Família Caymmi - Dori, Nana, Danilo e Dorival Caymmi - 1987
(com Danilo, Dori e Nana Caymmi)
* Família Caymmi em Montreux - 1991
(com Danilo, Dori e Nana Caymmi)

Madonna chega aos 50 anos ainda no trono pop

Toda a atenção dispensada a Madonna pela mídia mundial neste sábado - 16 de agosto de 2008, data em que a estrela completa 50 anos - é a prova do poder ainda vigente da cantora na cena pop. É difícil identificar no visual de Madonna seus 50 anos. Contudo, é mais difícil ainda detectar a idade da diva na sua música. Hard Candy, o álbum que a cantora lançou em abril de 2008, não é o álbum de uma artista cinqüentona. Ciente de que o tempo não espera por ninguém, Madonna sempre correu atrás dele, o tempo. Seus cultuados discos dos anos 80 - True Blue (1986) e Like a Prayer (1989), entre eles - têm a cara daquela década. Mas Madonna nunca se repetiu. Às vezes, até erra e lança discos menores. E American Life (2003) é o melhor exemplo de como um disco de Madonna também pode soar equivocado, quase ruim. Mas ela nunca fez o que se espera dela. Em 1998, com o álbum Ray of Light, a diva soube se inserir na cena eletrônica que passou a dar o tom na cena mundial. E o que dizer de seus shows? São eventos midiáticos que ajudam a manter a estrela no trono pop do qual, a rigor, ela nunca saiu. Prova é a corrida de ingressos para ver qualquer uma das apresentações já confirmadas da Stick & Sweet Tour - a turnê que Madonna estréia no próximo dia 23 de agosto, no País de Gales, e que vai passar pelo Brasil, em dezembro de 2008, com shows no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP). Aos 50 anos, Madonna ainda consegue ser... Madonna.
Madonna é um produto de marketing, costumam alegar seus detratores. Sim, há muito marketing envolvido em cada calculado passo da artista. Mas, desde que o pop é pop, o marketing sempre andou ao lado da música. Uma leitura de qualquer biografia dos Beatles atesta o poder da máquina na cena pop e ninguém jamais questionou a genialidade dos Fab Four. Ao remexer em temas sempre controvertidos, como sexualidade e espiritualidade, não raro juntando estes pólos tidos como opostos, Madonna atiça o inconsciente coletivo de seu público, gera notícia e se mantém no trono. Escorada em música ainda sedutora que lhe garante súditos na fiel tribo GLS nos vários cantos do mundo. Parabéns, Madonna!

Detonautas erram ao tornar palco um palanque

Resenha de show
Título: O Retorno de Saturno
Artista: Detonautas Roque Clube
Local: Canecão (RJ)
Data: 15 de agosto de 2008
Cotação: * * 1/2

"achando vocês meio tímidos. O que aconteceu esta noite?", perguntou o vocalista do grupo carioca Detonautas Roque Clube para o público (pequeno) que compareceu à estréia da turnê nacional do novo show da banda, O Retorno de Saturno, na noite de 15 de agosto de 2008, no Canecão, no Rio de Janeiro (RJ). O que tinha acontecido, e Tico parece não ter percebido, é que o show que começara grandioso - com pegada roqueira no bloco inicial que emendou O Retorno de Saturno, Você me Faz Tão Bem, O Amanhã e Quando o Sol se For - foi perdendo pique à medida em que o vocalista da banda foi transformando o palco do Canecão num palanque para propagar suas idéias sociais. O público, que não se mostrara tímido no ótimo início do show, também foi desanimando por conta do caráter panfletário que o espetáculo acabou adquirindo - por mais que os ideais de Justiça e paz apregoados por Tico sejam louváveis. Até discurso em favor do voto consciente nas Eleições Municipais cariocas foi feito - o que fragmentou o roteiro e pôs o som do grupo em segundo plano.
Morto em junho de 2006, vítima de um assalto, o guitarrista Rodrigo Netto foi lembrado pelos companheiros de banda em número em que o baixista Tchello recitou texto de Oswaldo Montenegro, Metade, emendado com Verdades do Mundo, a música gravada pelo Detonautas em tributo a Netto no quarto CD, O Retorno de Saturno, de tom mais melancólico e baladeiro. Já antecipando o caráter político que o show teria em sua segunda metade, Tico reviveu O Tempo Não Pára, uma das músicas mais iradas de Cazuza (1958 - 1990), e recitou os versos de Há Tempos (Legião Urbana, 1988), saudando os poetas do rock brasileiro. Mas o fato é que a platéia - jovem e com aparente desinteresse por assuntos políticos - parece ter se interessado mais por fazer coro com Tico nos versos de baladas como Olhos Certos, música do primeiro álbum da banda, Detonautas Roque Clube, editado em 2002. Prova é que a recente Oração do Horizonte - "uma canção de amor ao próximo", na definição de Tico - surtiu menos efeito no show. Na seqüência, Tanto Faz - outra canção do CD O Retorno de Saturno - deixou claro que o show já perdera o pique inicial enquanto Ei Peraê!!! evidenciou os scratches e efeitos eletrônicos do DJ Cleston (Ei Peraê!!!! é tema do álbum de 2002).
Mais tarde, a inseração de Frevo Mulher - a música de Zé Ramalho que deu título ao álbum lançado por Amelinha em 1979 - no universo do rock se mostrou mais curiosa do que empolgante (o frevo já tinha sido gravado por banda de rock pesado). Em Ladrão de Gravata, Tico já estava enrolado na Bandeira do Brasil e disparando frases como "o problema do Brasil não é a corrupção, o problema do Brasil é a impunidade". Ainda com a Bandeira Nacional, o cantor apelou para Que País É Este?, um clássico indignado do Aborto Elétrico e popularizado pela Legião Urbana, antes de apresentar Eu Vou Vomitar em Você, pueril protesto direcionado aos políticos. Dispostas lado a lado no roteiro, as duas músicas evidenciam a distância que ainda existe entre um pensador como Renato Russo (1960 - 1996) e um cidadão bem-intencionado como Tico, que ainda não conseguiu transformar a sua justa indignação numa música à altura de suas corretas idéias.
Em clima mais folk, com os violões em primeiro plano, Tico manteve o tom político na balada Enquanto Houver..., outra música do CD O Retorno de Saturno. Na mesma ambiência folk, o Detonautas encerrou o show com outra balada, Só pelo Bem-Querer, num anticlímax que gerou um fim morno. Contudo, no bis, o show recuperou a pegada inicial com Mercador das Almas, Só por Hoje e Outro Lugar. Mas já era tarde para o espetáculo deixar uma boa impressão como todo. Apesar do belo desenho de luz, do cenário bacana (com elementos que aludem a saturno) e do entrosamento dos músicos, O Retorno de Saturno sinaliza que a militância exemplar de Tico Santa Cruz não pode dar o tom da música do Detonautas Roque Clube, fazendo com o que o show da banda, vez por outra, mais pareça um comício. Assim vai cansar...

15 de agosto de 2008

João canta Tito, Sérgio e Tom em show em SP

Com 97 minutos de atraso em relação ao horário marcado (21h) para o primeiro dos quatro shows da turnê que o traz de volta aos palcos brasileiros, dentro do ciclo de eventos promovidos pelo banco Itaú para festejar os 50 anos da Bossa Nova, João Gilberto subiu ao palco do Auditório Ibirapuera, em São Paulo (SP), na noite de 14 de agosto de 2008, e cantou 29 músicas, sendo nove no farto bis. Três músicas em especial - Chove Lá Fora (Tito Madi), O Nosso Olhar (Sérgio Ricardo) e 13 de Ouro (Marino Pinto e Herivelto Martins) - não faziam parte do recorrente repertório do artista e foram as surpresas de roteiro que incluiu Morena Boca de Ouro (Ary Barroso), Isto Aqui o que É? (Ary Barroso), Preconceito (Marino Pinto e Wilson Batista), Bahia com H (Denis Brean), O Pato (Neusa Teixeira e Jayme Silva), Rosa Morena (Dorival Caymmi), Você Já Foi à Bahia? (Dorival Caymmi), Aos Pés da Cruz (Marino Pinto e Zé da Zilda), Estate (Bruno Martino e Bruno Brighetti), Disse Alguém (versão de All of me, o clássico norte-americano da lavra de Gerald Marks e Seymour Simons) e Doralice (Antonio Almeida e Dorival Caymmi). Tom Jobim (1927 - 1994) foi o compositor predominante no roteiro. Do maestro soberano, João - visto na foto de Marcos Hermes no palco do Ibirapuera - apresentou Wave, Lígia, Corcovado, Caminhos Cruzados, Garota de Ipanema, Desafinado, Meditação, Samba de uma Nota Só e Chega de Saudade, a obra-prima de Tom com Vinicius de Moraes (1913-1980) que detonou toda a explosão da nova bossa em 1958.
Das surpresas do roteiro, o samba 13 de Ouro - parceria de Marino Pinto (1916 - 1965) com Herivelto Martins (1912 - 1992) - é do repertório de Roberto Silva. Já O Nosso Olhar é canção lançada por seu autor, Sérgio Ricardo, no álbum A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo, de 1960. Por sua vez, Chove Lá Fora é o maior standard do repertório autoral de Tito Madi. Na noite desta sexta-feira, 15 de agosto de 2008, João faz no mesmo Auditório Ibirapuera o segundo dos dois shows paulistas agendados dentro da série Itaú Brasil. A única apresentação carioca - programada para 24 de agosto - vai ser feita no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ). A miniturnê brasileira de João Gilberto acaba em 5 de setembro, no Teatro Castro Alves, palco nobre de Salvador, capital da Bahia, o Estado natal deste gênio excêntrico que há 50 anos vem deslumbrando o mundo com sua bossa - sempre - nova.

Especial global de Jobim ganha edição em DVD

Em 1987, por conta dos 60 anos que Tom Jobim (1927 - 1994) completava naquele ano, a TV Globo produziu (bonito) especial, intitulado Antonio Brasileiro, em homenagem ao compositor. Dirigido por Roberto Talma e exibido em 29 de maio de 1987, o programa ganha merecida edição em DVD em parceria do selo Jobim Biscoito Fino com a Globo Marcas. O especial agregou tomadas externas - como as captadas no Central Park (Nova York, EUA) e no Jardim Botânico (Rio de Janeiro, Brasil) - com duetos gravados por Tom com Caetano Veloso (Eu Sei que Vou te Amar), Chico Buarque (Anos Dourados e Choro Bandido - este com a adesão de Edu Lobo), Gal Costa (Dindi), Joyce (Insensatez) e Marina Lima (Lígia), entre outros nomes. Nos extras, há um registro do Samba de Uma Nota Só com o saxofonista de jazz Gerry Mulligan (1927 - 1996). A qualidade do áudio é a mesma do bom especial de 1987...

Taylor faz 'covers' em CD que sai em setembro

Como explicita o (banal) título do álbum que James Taylor vai lançar nos Estados Unidos em 30 de setembro, Covers, o cantor de You've Got a Friend - a rigor, também um cover do repertório de Carole King - se dedica às regravações neste CD realizado pelo selo indie Hear Music, da rede norte-americana de cafeterias Starbucks. Em janeiro de 2008, Taylor transformou um celeiro de Massachusetts (EUA) num estúdio para regravar músicas como Hound Dog, Sadie, On Broadway, It's Growing e Some Days You Gotta Dance. Os 12 temas de Covers nunca foram registrados em disco por Taylor, mas já vinha sendo cantados pelo artista ao longo de suas quatro décadas de carreira.

'The Block' marca retorno do New Kids ao disco

Boyband norte-americana que construiu bem-sucedida carreira fonográfica entre 1986 e 1994, quando se dissolveu, New Kids on the Block consolida seu retorno à cena - anunciado neste ano de 2008 - com o lançamento de seu primeiro álbum em 14 anos. The Block (capa acima) vai chegar às lojas dos Estados Unidos em 2 de setembro, via Interscope Records, com inéditas gravações de estúdio feitas pelo grupo com nomes com o grupo New Edition (Full Service), o rapper Akon (Put It on my Tab) e Ne Yo (Single). Eis as 13 faixas de The Block, novo CD do New Kids on the Block:
1. Click Click Click
2. Single - com Ne-Yo
3. Big Girl Now - com Lady Gaga
4. Summertime
5. 2 in the Morning
6. Grown Man - com Pussycat Dolls e Teddy Riley
7. Dirty Dancing
8. Sexify my Love
9. Twisted
10. Full Service - com New Edition
11. Lights, Camera, Action
12. Put It on my Tab
13. Stare at You

14 de agosto de 2008

Duo Gnarls Barkley lança EP ao vivo via iTunes

Formado pelo (cult) produtor Danger Mouse e o vocalista Cee-Lo Green, o duo norte-americano Gnarls Barkley lançou, via iTunes, um EP com cinco faixas gravadas ao vivo em show feito pela dupla numa loja de Nova York (EUA). Intitulado Gnarls Barkley: Live From Soho, o EP apresenta versões mais simplificadas de cinco músicas extraídas dos dois álbuns do duo, St. Elsewhere (2006) e The Odd Couple (2008). As músicas escolhidas para figurar no EP são Run (I'm a Natural Disaster), Who's Gonna Save my Soul?, Surprise, A Little Better e Crazy - o maior hit desta azeitada dupla.

Álbum de Weller sai no Brasil por conta do Tim

No embalo da confirmação da vinda de Paul Weller ao Brasil, em outubro de 2008, para fazer shows no Tim Festival, a Universal Music vai lançar no mercado nacional o atual CD do veterano astro inglês, 22 Dreams, nas lojas a partir de setembro. Apesar de o CD ter este nome, o nono álbum de estúdio da discografia solo do cantor apresenta 21 faixas pautadas por salutar ecletismo. Weller vai do folk (Last Nights) ao jazz (Song for Alice), passando por soul, funk e, claro, rock. Referência do BritPop, o artista conseguiu aglutinar no disco o guitarrista Graham Coxon - o ex-Blur toca em Black River - e seu rival Noel Gallagher (líder do grupo Oasis), convidado de Echoes around the Sun. Líder de grupos como The Jam, Paul Weller sempre foi cultuado na cena britânica. Editado em junho, 22 Dreams rendeu singles como All I Wanna Do (Is Be with You), Push It Along e Big Brass Buttons. O disco é excelente.

Trilha de 'Mamma Mia!' parece xerox do ABBA

Resenha de CD
Título: Mamma Mia!
Artista: Vários
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * *

Mamma Mia! é um musical de grande sucesso que saltou dos palcos - onde estreou em Londres, Inglaterra, em 6 de abril de 1999 - para as telas de cinema em filme que tem estréia prevista no Brasil para 12 de setembro de 2008. Seu charme é ter trilha sonora escorada nas músicas do ABBA, o quarteto sueco que liderou paradas dos anos 70. Já nas lojas, o CD com a trilha do longa-metragem apresenta 17 sucessos do grupo, regravados nas vozes do elenco do filme, encabeçado por Meryl Strep e Pierce Brosnan. Na seleção, há Honey Honey, Dancing Queen, Super Trouper e The Name of the Game, entre outros hits. Pode ser que, no palco e na tela, as músicas sirvam bem à trama. Em disco, a trilha parece a xerox de uma coletânea do ABBA. Talvez pelo fato de ter sido produzida e mixada por Benny Andersson e Björn Ul Vaeus, a metade masculina do quarteto. Em fevereiro de 2008, os dois se reuniram na capital sueca, Estocolmo, com músicos que tocavam com o ABBA para gravar as 17 faixas. O resultado é decepcionante. Ouve-se clones dos arranjos originais, mas sem os vocais harmoniosos de Agnetha Fältskog e Anni-Frid Lyngstad. Nenhum ator do filme consegue reproduzir o encanto das vozes originais do quarteto. É uma pena, já que o repertório do ABBA poderia render bem nas mãos de produtores que buscassem novas sonoridades em vez de tentar simplesmente perseguir o tom dos já definitivos registros originais. Tente ouvir no cinema ou no teatro.

Dois discos põem Miúcha na coleção 'Bossa 50'

A gravadora Sony BMG pegou uma carona nos festejos pelo cinqüentenário da velha bossa e - mesmo sem ter catálogo fundamental no gênero - lança neste mês de agosto de 2008 a coleção Bossa Nova 50 Anos. Miúcha foi inserida na série com dois títulos. Um é a inédita compilação Miúcha com Vinicius, Tom e João (capa à esquerda) que reúne fonogramas divididos pela cantora com Vinicius de Moraes (1913 - 1980), Tom Jobim (1927 - 1994) e João Gilberto (Miúcha e Maria Bethânia são as únicas cantoras que gravaram com os três artistas ligados à Bossa Nova). O outro disco de Miúcha na série da Sony BMG é Vivendo Vinicius, registro ao vivo de show feito por ela em 1999 com Baden Powell (1937 - 2000), Carlos Lyra e Toquinho. A gravação do show já saiu em CD.

13 de agosto de 2008

Com Ana, Celso recorda Sullivan & Massadas

Ampliando a abertura do leque popularesco de seu repertório, já evidenciada no CD Feriado (2007), Celso Fonseca reviveu com Ana Carolina um dos maiores hits radiofônicos da dupla Michael Sullivan & Paulo Massadas na gravação ao vivo de seu primeiro DVD - realizada no Canecão, no Rio de Janeiro, na noite de terça-feira, 12 de agosto de 2008, com adesão de colegas como Gilberto Gil (Palco e Is This Love?) e Roberta Sá (A Voz do Coração). Com Ana, Fonseca cantou a balada Um Dia de Domingo, lançada por Gal Costa em 1985 no álbum Bem Bom, em dueto com Tim Maia (1942 - 1998). A foto de Washington Possato mostra flagrante de Ana e Fonseca na (re)gravação do hit da fase mais popular de Gal.

Lenine vira parceiro de Science no CD 'Labiata'

A extensa lista de parceiros de Lenine (numa foto de Kélita Myra) no seu álbum Labiata - Arnaldo Antunes, Bráulio Tavares, Carlos Rennó, Dudu Falcão, Lula Queiroga e Paulo César Pinheiro - conta com o reforço póstumo de Chico Science (1966 - 1997), um dos idealizadores do movimento Mangue Beat. A partir de trechos de manuscritos de Science, Lenine criou a letra e a música de Samba e Leveza para o CD que lança em setembro. Conterrâneos, os dois compositores pernambucanos nunca haviam cruzado suas obras. Finalizado na Inglaterra, Labiata reúne 11 músicas inéditas e traz Lenine de volta à companhia hoje denominada Universal Music, 25 anos depois da edição de Baque Solto, álbum de 1983, dividido pelo artista com Lula Queiroga. Em tempo: Labiata é o nome de uma espécie de orquídea - mais encontrada no Nordeste.

Primeiro álbum de Hudson em 30 de setembro

Após ter sido eliminada numa das temporadas do programa American Idol e de ter dado a volta por cima com sua bela performance como Effie White no musical Dreamgirls, pela qual recebeu um Oscar de atriz coadjuvante, Jennifer Hudson vai apresentar - enfim - seu primeiro álbum. Batizado com o nome da artista, o disco estará disponível nos Estados Unidos a partir de 30 de setembro, com o selo da Arista, a gravadora que, em 1985, lançou Whitney Houston, cantora de estilo similar ao de Hudson. Recentemente, Hudson esteve em evidência por sua participação na comédia Sex and the City, tendo gravado faixa, All Dressed in Love, para o disco da trilha sonora do filme inspirado no famoso seriado de TV.

Paula grava DVD com a voz de Kevin em 'Glass'

Compositor norte-americano radicado na Argentina, projetado no Brasil ao ter duas músicas gravadas no segundo CD solo de Paula Toller, Kevin Johansen veio ao Rio de Janeiro (RJ) participar da gravação do primeiro DVD da carreira individual da cantora, na noite de terça-feira, 12 de agosto de 2008. Johansen reproduziu no palco do Teatro Oi Casa Grande o dueto feito com Paula na música Glass, destaque do repertório do álbum SóNós. No bis, Kevin voltou à cena para cantar com Paula versão em espanhol de À Noite Sonhei Contigo - gravada em português no refinado disco.
A propósito, na gravação de seu primeiro DVD solo, a artista reproduziu, com ligeiras modificações, o roteiro do show SóNós, que estreou em 22 de setembro de 2007 na casa Vivo Rio (RJ). Convidado especial do DVD, o guitarrista Dado Villa-Lobos se juntou tímido à banda em Pane de Maravilha e no samba 1.800 Colinas, lançado por Beth Carvalho em 1974 e regravado pela cantora em seu primeiro CD solo (Paula Toller, 1998). Cheia de charme, a intérprete sentou em cima do piano para reviver - com direito a pausas e notas alongadas - uma das baladas mais belas e populares de seu grupo Kid Abelha, Grand' Hotel. Mais tarde, Paula desceu do palco e fez um set mais intimista rodeada pela platéia majoritariamente jovem. Foi quando cantou Saúde (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981) - com citação do refrão de Só Love (Claudinho & Buchecha) - e, depois de cantar Nada por mim, improvisou Rústica, atendendo a pedido de um espectador. Apesar de algumas interrupções, a gravação transcorreu sem repetições de números - deixadas para o fim. Somente Vc me Ganhou de Presente foi repetida porque, quase no fim, Tia Paula - como a cantora se referia a ela própria com humor - errou a letra.
Se o CD SóNós foi lançado via Warner Music, o DVD que registra o show homônimo vai marcar a independência fonográfica de Paula Toller. Ela recusou ofertas das gravadoras EMI Music e Universal Music, optando por fechar inédito contrato de distribuição com a empresa Microservice. O vídeo vai chegar às lojas ainda em 2008.

12 de agosto de 2008

Vercillo filma Todos Nós Somos Um no Canecão

Jorge Vercillo já programou para 31 de outubro e 1º de novembro de 2008 a gravação do DVD do show Todos Nós Somos Um. O registro vai ser feito no Rio de Janeiro (RJ), no mesmo Canecão onde o espetáculo estreou em 26 de abril. No roteiro, Vercillo (em cena, na foto de Washington Possato) incluiu a valsa Luiza (de 1981), de Tom Jobim (1927 - 1994), e reviveu um clássico do jazz, Tenderly (de 1946). Outro número inusitado do repertório inicial foi O Tempo Não Pára (1988), a parceria de Cazuza (1958 - 1990) com Arnaldo Brandão. Contudo, estas músicas deverão sair do roteiro do show que vai ser gravado em DVD, sendo substituídas por outras nunca entoadas pelo astro.

Estelle brilha em Shine entre soul, rap e reggae

Resenha de CD
Título. Shine
Artista: Estelle
Gravadora: Home School
/ Atlantic / Warner Music
Cotação: * * * *

Para um artista que fracassou em sua estréia fonográfica, o segundo disco é quase sempre a última chance de dizer a que veio. A inglesa Estelle, que amargou em 2004 o fiasco de 18th Day, agarrou essa chance e deu a volta por cima, brilhando em Shine, álbum gravado pelo selo do cantor e compositor de soul John Legend. American Boy - o pop rap no qual figura Kanye West - já galgou o topo das paradas inglesas e tem servido de (bom) cartão-de-visitas para Shine, mas o CD exibe outras jóias ainda mais reluzentes. Difícil resistir à perfeição pop de No Substitute Love, cuja discreta levada de reggae fica mais evidenciada em Come Over. Outra pérola suingante do disco é Magnificent. Com frescor, Estelle transita por gêneros como soul, rap, reggae e pop escorada em produção urdida por nomes como will.i.am e Wyclef Jean. Dentre as faixas mais influenciadas pelo universo do hip hop, So Much out the Way é o destaque pela pegada eletrizante que inexiste em More than Friends, por exemplo. A balada You Are - gravada em dueto com John Legend, produtor executivo do disco - é mais uma faixa que sinaliza que Estelle paira acima das cantoras norte-americanas que patinam no r & b mais trivial. Dez!

Cassandra confirma boas qualidades em Loverly

Resenha de CD
Título: Loverly
Artista: Cassandra Wilson
Gravadora: Blue Note
/ EMI Music
Cotação: * * * *

Foi a partir de seu ingresso na (prestigiada) gravadora Blue Note - em 1993, com o álbum Blue Light 'Til Down - que Cassandra Wilson ganhou prestígio e status como cantora de jazz. Loverly, editado 15 anos depois de sua estréia no selo, confirma as boas qualidades da artista, que assina a produção deste álbum gravado em apenas quatro dias de estúdio (de 13 a 17 de agosto de 2007). O repertório prioriza os standards, embora contenha um tema original do quinteto que acompanha Wilson em Loverly. Por sua nítida inspiração africana, o tal tema inédito, Arere, soa como um estranho no ninho de clássicos como The Very Thought of You (em andamento lentíssimo), Caravan e Black Orpheus, a música do filme Orfeu Negro. O que se ouve em Loverly é uma cantora entrosada com sua banda e dona de apurado senso rítmico, perceptível em faixas mais suingantes como St. James Infirmary. Entre gravação de minimalista textura acústica (Spring Can Really Hang You up the Most) e leve aceno pop (dado com a balada Till There Was You, popularizada pelos Beatles), Cassandra Wilson apresenta álbum sedutor. Ainda que suas interpretações jamais cheguem ao céu alcançado pelas verdadeiras divas do jazz.

Vinil historia rock com conhecimento de causa

Resenha de livro
Título: Almanaque do Rock
Autor: Kid Vinil
Editora: Ediouro
Cotação: * * * 1/2

Para a geração que curtiu o pop rock brasileiro dos anos 80, o nome de Kid Vinil está associado ao Magazine, efêmero grupo que emplacou hits como Sou Boy e Tic-Tic Nervoso antes de sumir na poeira da estrada. Mas, além de músico, Vinil é também jornalista e radialista. E é com boa objetividade jornalística que o artista monta nas 248 páginas do Almanaque do Rock um painel histórico do gênero que lhe deu alguma fama. O autor reconta a longa história do rock com a superficialidade típica dos almanaques (febre recente do mercado editorial brasileiro), mas com conhecimento de causa. Vinil vai da década de 50 ao ano de 2006, listando e abordando - de forma cronológica - os ícones, os gêneros e os subgêneros do rock. Dividido em tópicos, fartamente ilustrados, o texto é leve, mas embasado. O teor informativo é sempre mais alto do que o opinativo. Entre uma banda e outra, há espaço para curiosidades como a saga da capa do álbum Houses of the Holy (Led Zepellin, 1973). Enfim, trata-se de um almanaque - e este cumpre bem sua função de dar um panorama geral. Aos roqueiros de última hora, o livro serve como bom ponto de partida de uma viagem rumo ao túnel do tempo do rock. Mas é apenas o ponto de partida para seguir viagem através de livros bem mais específicos.

11 de agosto de 2008

Nóbrega festeja o frevo pelas lentes de Carvalho

Em fins de 2006, Antonio Nóbrega se antecipou aos festejos pelo centenário do frevo, comemorado em 9 de fevereiro de 2007, e lançou o primeiro dos dois volumes do CD Nove de Frevereiro (o segundo foi editado na seqüência, no início de 2007). Dois anos depois, o artista encerra sua festa com a edição de um DVD. Como seu primeiro vídeo, Lunário Perpétuo, de 2003, o DVD Nove de Frevereiro tem direção de Walter Carvalho. As câmeras bem comandadas pelo cineasta captaram a freveção de Nóbrega em abril de 2007 em show realizado no Teatro Santa Isabel, em Recife (PE), com trupe que inclui orquestra de 20 músicos, quatro dançarinos e quatro cantores. Mas o DVD não se resume à apresentação do roteiro feito na terra natal do frevo. Há também números filmados com requinte em tomadas externas feitas em sintonia como o espírito rueiro do gênero. Nóbrega quis mostrar que, embora associado ao Carnaval, o frevo transcendeu a folia como manifestação cultural.

Zé Renato grava CD com hits da Jovem Guarda

Zé Renato prepara CD em que revive o romantismo de músicas lançadas por artistas associados à Jovem Guarda. Depois de abordar os repertórios de Silvio Caldas (1908 - 1998) e de Zé Ketti (1921 - 1999) em dois trabalhos primorosos, o cantor grava o álbum É Tempo de Amar com produção de Dé Palmeira. Uma das faixas - O Tempo Vai Apagar, parceria de Paulo César Barros e Getúlio Cortes, lançada por Roberto Carlos em 1968 no LP O Inimitável - já pode ser ouvida no CD que veicula a trilha sonora nacional da novela A Favorita.

Série 'Sem Limite' volta com oito novos títulos

A coletânea dedicada a Sandra de Sá na coleção Sem Limite (capa à direita) é um dos oito novos títulos duplos da série, ora reeditada via Universal Music. Ao todo, a gravadora está despejando nas lojas 62 compilações que, juntas, já totalizaram 115 mil unidades somente na venda inicial. Além dos oito títulos inéditos na série, doze tiveram seu repertório atualizado. Os restantes 42 retornam ao mercado com a mesma seleção de hits. Cada CD reúne 30 gravações. O preço de cada compilação fica em torno de R$ 20. Eis as novidades da atual série de coletâneas Sem Limite:
Títulos novos:
* Alceu Valença
* Babado Novo
* Casa de Samba
* CPM 22
* Ivete Sangalo
* Jovem Guarda
* KLB
* Nando Reis
* Planta & Raiz
* Raul Seixas
* Sandra de Sá
* Um Barzinho, um Violão

Títulos atualizados
* Cássia Eller
* Chitãozinho & Xororó
* Engenheiros do Hawaii
* Rionegro & Solimões
* Roberta Miranda
* Sandy & Junior
* Sertanejo
* Zeca Pagodinho

Álbum exibe maestria tradicional da guitarrada

Resenha de CD
Título: Música Magneta
Artista: Mestres da
Guitarrada
Gravadora: Candeeiro
Records
Cotação: * * * *

Gênero do Norte do Brasil, diluído por bandas populistas como a Calypso, a guitarrada agrega elementos de carimbó, lambada, merengue e choro. Em atividade, três músicos tradicionais do gênero - como Aldo Alves de Sena (Mestre Aldo Sena, 50 anos, o caçula do trio) Joaquim de Lima Vieira (Mestre Vieira, 74 anos, o pioneiro), Raimundo Leão Ferreira Filho (Mestre Curica, 59 anos) - juntam forças e guitarras neste álbum duplo intitulado Música Magneta, gravado com patrocínio do programa Natura Musical e editado pelo selo independente Candeeiro Records. Sob a alcunha de Mestres da Guitarrada (título, aliás, de um álbum lançado em 2003 pela mesma turma de solistas), Aldo Sena, Curica e Vieira apresentam temas do gênero basicamente instrumental que anima o povo do Pará e arredores. Com exceção do delicioso Carimbó pra Maria, ouvido na voz de Curica, as 12 músicas são instrumentais. Mas o que faz toda a diferença é a excelente idéia de fazer os mestres solarem suas guitarras na companhia de DJs e músicos dos grupos contemporâneos como Mundo Livre S/A e Nação Zumbi. Essa interação entre tradição e modernidade faz com que Música Magneta paire acima dos demais álbuns que registram as raízes musicais do Norte brasileiro. A propósito, no CD 2, as mesmas 12 músicas do disco 1 são apresentadas em remixes assinados por nomes como DJ Dolores, Roger Moore, DJ Click e DJ LK. Basta ouvir temas como Olinda, com Mestre Vieira, para perceber que é nessa fonte que bandas como Calypso foram buscar a levada que lhes tem gerado fama e fortuna. Há na fonte a verdadeira maestria.

10 de agosto de 2008

DVD eterniza 31 números do fim dos Hermanos

Nas lojas a partir de 29 de agosto de 2008, pela gravadora Sony BMG, os muito aguardados DVD e CD Los Hermanos na Fundição Progresso - 09 de Junho de 2007 eternizam o show de despedida do quarteto carioca, que, antes de sair de cena em recesso (conforme o grupo, por "tempo indeterminado"), fez minitemporada na Fundição Progresso (RJ) para se despedir dos fãs. Além de perpetuar os 26 números do show de 9 de junho, o DVD (capa à direita) apresenta nos extras cinco músicas cantadas na apresentação do dia 8 - e não repetidas no show seguinte. Já o CD ao vivo é simples e traz somente 14 números. Eis o repertório do terceiro vídeo do grupo:
1. Dois Barcos (também no CD)
2. Primeiro Andar (também no CD)
3. O Vento (também no CD)
4. Além do que se Vê (também no CD)
5. Morena
6. Retrato pra Iaiá (também no CD)
7. O Vencedor (também no CD)
8. Condicional
9. Tenha Dó
10. Adeus Você
11. Último Romance (também no CD)
12. Um Par
13. Lágrimas Sofridas
14. Sentimental (também no CD)
15. Conversa de Botas Batidas
16. Deixa o Verão
17. A Outra (também no CD)
18. Casa Pré-Fabricada
19. Paquetá
20. Cara Estranho (também no CD)
21. A Flor (também no CD)
22. Tá bom
23. Anna Júlia (também no CD)
24. Quem Sabe
25. Todo Carnaval tem seu Fim (também no CD)
26. Pierrot
Extras:
1. Azedume
2. O Velho e o Moço (também no CD)
3. Descoberta
4. De onde Vem a Calma
5. Pois É

Roberta, Ney e Zé salvam a noite de Noel Rosa

Resenha de CD
Título: Uma Noite...
Noel Rosa
Artista: Vários
Gravadora: MP,B
/ Universal Music
Cotação: * * *

Em 5 de dezembro de 2007, um time de intérpretes ligados ao selo MP,B (Maior Prazer, Brasil) subiu ao palco da casa carioca Vivo Rio para show em homenagem a Noel Rosa (1910 - 1937) que lembrava os 70 anos da precoce saída de cena do Poeta da Vila. O tributo foi gravado ao vivo e está sendo editado em CD (já nas lojas) e DVD (previsto para o fim de agosto de 2008). O repertório genial de Noel nem sempre ganha interpretações à altura da obra do compositor. A graça do canto de Roberta Sá - especialmente em O X do Problema - garante os melhores momentos do álbum. A cantora, que também defende bem Pela Décima Vez e a fúnebre Silêncio de um Minuto, mais uma vez se mostra especialmente sedutora dentro do universo do samba. Por seu rigor estilístico, Ney Matogrosso também eleva o nível do tributo ao reviver Último Desejo e Três Apitos - embora tenha havido certa preguiça na escolha de seu repertório. Afinal, as duas obras-primas de Noel já tinham sido registradas por Ney ao lado do violonista Raphael Rabello (1962 - 1995) no álbum À Flor da Pele (Som Livre, 1990). Também à vontade no universo de Noel, Zé Renato solta a voz afinada em Com que Roupa? e Rapaz Folgado. Em compensação, Rodrigo Maranhão - excelente compositor - não tem cacife como cantor para encarar clássicos como Feitiço da Vila, Pra que Mentir? e Palpite Infeliz (em dueto com Zé Renato). Em Pra que Mentir?, sobretudo, fica mais nítido os limites de Maranhão como intérprete porque o tema tem caráter mais intimista e dispensa a cozinha do conjunto Anjos da Lua, que acompanhou os cantores no show (e também Zeca Pagodinho no bom registro de estúdio de Fita Amarela). Igualmente tímida é a abordagem de Maurício Pessoa para Você Vai se Quiser. Embora mais desenvolto, Diogo Nogueira joga fora Conversa de Botequim sem alcançar o registro feito por seu pai, João Nogueira (1941 - 2000), no songbook com a obra do Poeta da Vila produzido por Almir Chediak. Fechando o irregular tributo, os vocalistas do grupo Anjos da Lua assumem o microfone para cantar o medley que une Adeus, O Orvalho Vem Caindo e Até Amanhã. Enfim, já houve tributos mais inspirados a Noel, mas Roberta Sá, Ney Matogrosso e Zé Renato salvam a noite.

Salmaso põe na rua DVD com samba de Chico

O primeiro DVD de Mônica Salmaso, Noites de Gala, Samba na Rua ao Vivo, já está nas lojas com o registro do show em que a cantora aborda somente o genial repertório de Chico Buarque na companhia do grupo paulista Pau Brasil. Sob a direção de Mario Aratanha, da produtora Cineviola, a gravação foi feita em 15 de março de 2008 durante temporada do show no Teatro Fecap, em São Paulo (SP). O curto roteiro de 15 números é basicamente o mesmo apresentado desde a estréia do espetáculo, no Canecão (RJ), em agosto de 2007. Nos extras, há entrevista, a Moda do Pau Brasil (de Rodolfo Stroeter) e o Causo do Rato. Por mais que Salmaso seja cantora talhada mais para o estúdio do que para o palco, o show esbanja fina musicalidade e merece ser visto.

Sai de cena Isaac Hayes, um ídolo da soul music

Ícone da soul music, celebrizado pelo Theme from Shaft, cuja gravação lhe rendeu um Grammy e um Oscar, Isaac Hayes saiu de cena neste domingo, 10 de agosto de 2008. Nascido em 1942, no Tennessee, o artista - que completaria 66 anos em 20 de agosto - começou a gravar em 1967, pela Stax Records, uma das gravadoras mais influentes de soul e r & b. Mas seu ápice seria nos anos 70, quando lançou álbuns como Black Moses (1971). A propósito, a foto da esquerda foi feita por Joel Brodsky para o LP duplo que sedimentou a carreira fonográfica de Hayes. O auge viria já no ano seguinte, 1972, com a música-tema do filme Shaft. No cinema, Hayes trabalhou também como ator. Mas foi na música - era pianista, saxofonista, cantor, compositor e arranjador - que o artista exibiu sua melhor forma, transitando entre o soul e o funk. Em 2002, foi admitido no hall da fama do rock'n'roll. Na época, já era mais conhecido pela juventude por fazer a voz do Chef no desenho animado South Park. Hayes vivia em Memphis, onde saiu de cena, deixando como legado obra que influenciou gêneros tão diversos como a disco music e o rap. A causa de sua morte ainda não foi revelada...