19 de julho de 2008

Liminha pilota Jota na vaga de Caldato e Kassin

Reviravolta na gravação do sexto álbum do Jota Quest: Liminha assumiu a produção do disco no lugar de Mario Caldato Jr. e Kassin - a conceituada dupla de produtores recrutada pela banda para lhe dar um upgrade conceitual no mercado fonográfico. Caldato e Kassin chegaram a acertar com os músicos uma data para começar a produzir o disco no estúdio recém-construído pelo grupo mineiro em Belo Horizonte (MG). Contudo, na data combinada (23 de maio), os dois produtores alegaram problemas de agenda e propuseram o adiamento dos trabalhos para meados de agosto. Decepcionado, o Jota Quest optou então por recrutar Liminha, que já havia produzido seus dois álbuns anteriores de estúdio, Discotecagem Pop Variada (2002) e Até Onde Vai (2005). Contatado em junho, Liminha começou efetivamente a trabalhar na produção do disco no início de julho. Passada a crise, o álbum tem lançamento confirmado pela gravadora Sony BMG para outubro e, embora atrasada de acordo com o cronograma inicial, a produção segue a pleno vapor. O trombonista canadense Ashley Slater - ex-integrante da banda inglesa Freak Power, fundada pelo DJ Fatboy Slim - chega ao Brasil neste sábado, 19 de julho de 2008, para gravar participação no CD, que vai marcar o início da parceria da banda (na foto acima, de Weber Pádua, no moderno estúdio de Belo Horizonte) com o letrista Nelson Motta.

Sétimo álbum do Rappa se chama 'Sete Vezes'

Sete Vezes é o nome do disco que o grupo carioca O Rappa vai lançar em 15 de agosto, pela gravadora Warner Music. O título alude ao fato de se tratar do sétimo álbum da discografia da banda. A faixa escolhida para ser o primeiro single, Monstro Invisível, foi lançada em 8 de julho. O CD é grande aposta da Warner para 2008.

ST2 edita DVD com show de Beth em Montreux

Em 1987, Beth Carvalho decidiu encerrar seu contrato de onze anos com a gravadora BMG com a edição de um (apático) LP captado ao vivo no primeiro show feito pela cantora no Montreux Jazz Festival. Vinte e um anos depois, a gravadora ST2 se prepara para lançar em agosto DVD com o registro do show realizado na terceira ida da artista ao festival suíço. O DVD Beth Carvalho Live at Montreux 2005 registra a apresentação feita pela sambista na companhia do Quinteto em Branco e Preto e de Jorge Aragão (convidado do samba Tem Nada Não). Além dos hits recorrentes nos roteiros dos show da intérprete, o repertório inclui Chega de Saudade - marco inicial da Bossa Nova que a cantora já tinha gravado em 1986 no grande álbum Beth - e Lenço Branco, a rigor a única novidade da seleção.

Scarlett dilui cancioneiro de Waits em CD ruim

Resenha de CD
Título: Anywhere I
Lay my Head
Artista: Scarlett
Johansson
Gravadora: Warner Music
Cotação: * 1/2

Em 2006, a (boa) atriz Scarlett Johansson se arriscou como cantora ao regravar Summertime, uma das pérolas do cancioneiro de George Gershwin (1898 - 1937) e Ira Gershwin (1896 - 1983), para um álbum de caráter beneficente, Unexpected Dreams: Songs from the Stars. Talvez por conta dos elogios por essa ação simpática, a estrela de filmes como Match Point acreditou que é cantora e resolveu iniciar carreira fonográfica que, se prevalecer o bom senso, vai ser encerrada com este Anywhere I Lay my Head, seu equivocado tributo ao cancioneiro do compositor norte-americano Tom Waits. A voz de Johansson é inexpressiva. Não somente pelo pouco alcance, mas, sobretudo, pela inexistêcia de uma musicalidade - mínima que seja - que a credencie a encarar a obra de um autor como Waits, habituado a compor canções de espírito teatral e densas imagens poéticas. Não por acaso, a melhor faixa do trabalho é o tema instrumental Fawn, que abre o álbum em atmosfera sedutora e grandiloqüente.

Aparantemente ciente da limitação vocal da pretensa cantora, o produtor David Andrew Sitek - guitarrista do TV on the Radio, grupo de rock indie, de Nova York (EUA) - esconde a voz de Johansson em atmosfera etérea que afasta o cancioneiro de Waits de seu universo original. A diluição fica evidente em faixas como I Don't Wanna Grow up, de inapropriada batida dance. Nem as intervenções de David Bowie - recrutado para fazer vocais de apoio em Falling Down e Fannin Street - conseguem impedir o fiasco do álbum. Não satisfeita, Johansson ainda se lança como compositora, em parceria com Sitek, em Song for Jo. Em suma, um dos piores discos do ano. Que a boa atriz volte logo para os estúdios. Os de cinema... Os de gravação de discos lhe são inúteis.

18 de julho de 2008

Fiel a Dylan, Zé Geraldo volta inspirado ao disco

Resenha de CD
Título: Catadô de
Bromélias
Artista: Zé Geraldo
Gravadora: Sol do Meio-
Dia / Unimar Music
Cotação: * * * 1/2

É sintomático que, em seu 16º bom álbum, Zé Geraldo tenha incluído apropriado cover em português de Mr. Tambourine Man entre as músicas inéditas. Bob Dylan, afinal, é uma das grandes influências - talvez a maior - deste cantor e compositor nascido em Rodeiro, na Zona da Mata Mineira. Nas Geraes, a propósito, Zé Geraldo tem fama e prestígio condizente com seu talento. O Brasil ainda precisa lhe dar o devido valor. Catadô de Bromélias é um bom disco, fiel à trajetória deste artista que transita entre o folk e o rock de ambiência rural. E o fato é que Zé Geraldo retorna inspirado ao disco. Pela abordagem da saga de um trabalhador brasileiro, a música-título remete a Cidadão, um dos maiores sucessos do cantor. Na estradeira Last Station Before New York, destaque do repertório, fica nítida a influência de Dylan - inclusive por conta dos versos quilométricos. Outro trunfo do CD é Na Barra do seu Vestido, parceria de Geraldo com Zeca Baleiro, cuja verve é facilmente detectável na letra. Merece também registro Última Reza, tema de Nô Stopa, filha do compositor e convidada da música. Na segunda metade das 10 faixas, Catadô de Bromélias não soa tão sedutor quanto na primeira, mas, ainda assim, tal álbum está entre os melhores da discografia de Geraldo.

'Classic Albums' foca o primeiro solo de Lennon

Em 1970, logo após o fim dos Beatles e do sonho, John Lennon (1940 - 1980) entrou em estúdio para gravar seu primeiro disco solo. Feito sob influência de Yoko Ono, Plastic Ono Band tem sua gênese dissecada em mais um programa de TV da série Classic Albums, editada em DVD no Brasil pela gravadora ST2. Avalizado por Yoko, que dá depoimento sobre a concepção do trabalho, o documentário apresenta inéditos trechos de áudio deste trabalho em que Lennon lançou músicas como Mother e Working Class Hero. Ringo Starr - o único Beatle que tocou no LP - também dá seu depoimento no programa.
Em tempo: além do programa sobre Plastic Ono Band, a ST2 lança simultaneamente no Brasil mais dois DVDs com títulos importantes da série Classic Albums. Trata-se dos documentários sobre The Doors - o álbum que marcou em 1967 a estréia do homônimo grupo - e sobre Reasonable Doubt, primeiro álbum do rapper Jay-Z, editado em 1996 com impacto no universo do hip hop por narrar a saga e os questionamentos morais de um criminoso do Brooklyn (EUA). A seu modo, é um álbum clássico...

Os sambas, a alegria e os amigos de Pagodinho

Enquanto prepara álbum de estúdio, cujo repertório essencialmente inédito vai incluir regravação do samba Esta Melodia, Zeca Pagodinho tem sua obra compilada na caixa Samba, Alegria e Amigos. Editado por Seleções, do Reader's Digest, o box agrupa quatro CDs que totalizam 56 gravações do sambista. A divisão dos fonogramas em discos temáticos - Deixa a Vida me Levar, Amigos de Verdade, Descobri que te Amo Demais! e Você Sabe o que É Caviar? - se revela sem nexo. Com exceção do CD de duetos, os demais discos têm conceito parecido. Contudo, a seleção é boa amostra do samba alegre do artista. A quem interessar possa, o box pode ser comprado somente por telefone (021 - 4004 2124) ou então pela internet (no endereço http://www.selecoes.com.br/) - com o preço fixado em R$ 99,80.

Ao vivo do Capital segue fórmula bem-sucedida

Resenha de CD / DVD
Título: Multishow ao Vivo
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

O DVD e o CD ao vivo ora editados pelo Capital Inicial perpetuam o show feito em Brasília (DF) - em 21 de abril de 2008, aniversário da cidade que viu o grupo nascer - para público estimado em um milhão de pessoas. Não se trata da primeira gravação ao vivo da banda, como anda alardeando a gravadora Sony BMG, já que o Acústico MTV editado pela banda em 2000 é, a rigor, registro de show feito para convidados. Contudo, pela grandiosidade das imagens captadas por Rodrigo Carelli, dá para perceber que, sim, se trata de momento único na história do quarteto. Ainda que esse público gigantesco não tenha ido à Esplanada dos Ministérios somente para ver o show do Capital Inicial (havia apresentações de artistas sertanejos e de axé na programação cultural do 48º aniversário da Capital Federal...).

Justiça seja feita, Dinho Ouro Preto e Cia. se recusam a entrar na onda da nostalgia dos anos 80 que norteia muitas bandas projetadas naquela década de ouro para o pop nacional. A maior parte do repertório de Multishow ao Vivo - Capital Inicial vem dos últimos dez anos. Foi, afinal, em 1998, que Dinho se reintegrou ao grupo, que, desde então, em reviravolta inesperada, conseguiu renovar e ampliar seu público. Muito por conta também da boa pegada da banda no palco. E é essa pegada que valoriza o ao vivo do Capital, disfarçando o caráter irregular do repertório. A rigor, o quarteto não mexe na bem-sucedida fórmula que vem seguindo desde a retomada. A produção, mais uma vez, foi entregue a Marcelo Sussekind. Da mesma forma, as duas razoáveis inéditas, Dançando com a Lua e Passos Falsos, dão continuidade à parceria de Alvin L. com Dinho sem grande inspiração. Ou seja, falta ao Capital Inicial a coragem de se renovar mais uma vez. Tanto que a banda se vê obrigada a recorrer mais uma vez ao repertório de Renato Russo (1960 - 1996). Número exclusivo do DVD, Por Enquanto - balada lançada em 1985 pela Legião Urbana, em seu primeiro disco, e popularizada na voz de Cássia Eller (1962 - 20010 a partir de 1990 - reaparece num set acústico em que Dinho força um clima intimista em meio a multidão, que embarca e faz coro nos versos da canção. Já o cover de Mulher de Fases surte menor efeito, embora a lembrança do hit do grupo Os Raimundos seja curiosa...

No todo, o CD e DVD Multishow ao Vivo Capital Inicial têm seu valor. Mas seria salutar que representasse o fecho de um ciclo e que a banda percebesse que já passa da hora de dar nova virada.

17 de julho de 2008

O encontro de Alaíde com Fátima é arrebatador

Resenha de show
Título: Grandes Encontros
Artista: Alaide Costa e Fátima Guedes
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 17 de julho de 2008
Cotação: * * * * *

Em 1988, a voz de Alaíde Costa encontrou a obra de Fátima Guedes e este encontro resultou numa da mais sublimes gravações da MPB, Absinto, música do LP Amiga de Verdade que tinha citação de Eu te Odeio, outro tema de Fátima. Vinte anos depois, um novo encontro da cantora com a compositora, ao vivo, resulta num dos mais arrebatadores shows de 2008. Em cartaz até sábado, 19 de julho de 2008, dentro do projeto Grandes Encontros do Teatro Rival, o recital de Alaíde e Fátima prima pela excelência. Interpretações perfeitas - e como Fátima Guedes, uma compositora inspirada desde seu aparecimento, em 1979, cresceu como cantora ao longo de seus quase 30 anos de carreira! - e um roteiro impecável (centrado nas obras de Fátima, Sueli Costa e Tom Jobim) moldam um show emocionante que beira o sublime. Em cena, além das duas artistas, há o piano classudo de Itamar Assiere. E bela iluminação que ajuda a criar uma atmosfera íntima.

O número de abertura - um medley que junta Voz de Mulher (Sueli Costa e Abel Silva) com Essa Mulher (Joyce) - já anuncia o tom feminino de grande parte do repertório. Na seqüência, outro dueto, Chora Brasileira, canção de Fátima gravada por Nana Caymmi, confirma o tom harmonioso do encontro de duas vozes tão marcantes e tão pessoais. Em seguida, Fátima sai de cena para Alaíde fazer seu set individual. É quando a cantora, em grande forma, enfileira as três canções que gravou de autoria de Fátima: Absinto (com a inseparável citação de Eu te Odeio), Faca e Minha Nossa Senhora. São interpretações carregadas de emoção sem que, por um instante sequer, Alaíde ponha em segundo plano sua formidável técnica. E os números vão se sucedendo - Amor É Outra Liberdade, Cobras e Lagartos, Morrer de Amor - numa seqüência matadora que deixa o espectador imerso em seu canto.

Ao voltar ao palco, Fátima molda com Alaíde um primoroso Retrato em Branco e Preto antes de ficar sozinha com Assiere e de surpreender ao manter a alta voltagem das interpretações - o que não é fácil levando-se em conta que era Alaíde quem estava em cena. Mas Fátima, emocionada e emocionante, faz um bloco autoral igualmente arrebatador. Revive As Pessoas (tema lançado por Simone no álbum Raio de Luz, de 1991), canta Os Amores que Eu Não Tive, recorda Condenados (outro tema associado à voz de Simone) e apresenta a inédita Ela, em que procura tom teatral para expressar a letra que versa sobre a (mutante) efervescência da alma feminina. A música é excelente e reafirma a sensibilidade especial da compositora para retratar o ser humano.

"Mais uma canção de amor com o patrocínio da Gilette do Brasil", brincou Fátima antes de cantar Tanto que Aprendi de Amor, numa espirituosa alusão ao caráter corta-pulso de boa parte de sua obra, impregnada de uma melancolia que inexiste em A Vida que a Gente Leva, entoada no show em registro mais expansivo, na contramão do tom contido da gravação original feita por Leila Pinheiro em 2005 no álbum Nos Horizontes do Mundo. Fátima interpretou seus versos que celebram a vida com tanta felicidade que, no fim, o público cantava e vibrava junto com ela.

"Ai, vamos rasgar as sedas...", brincou Alaíde ao voltar ao palco no momento em que ela e Fátima trocavam elogios em cena. Vieram, então, mais duetos em Caminhos Cruzados, Samba em Prelúdio e, já no bis, Faca. Enfim, encontro grandioso que vai virar CD e DVD.

Em inglês, 'Chapter 9' marca os 20 anos de Ed

Nono álbum de inéditas de Ed Motta, Chapter 9 vai ser lançado pela gravadora Trama em 29 de agosto. A novidade é que todas suas dez músicas foram compostas e cantadas em inglês. Ed flerta com a música e o idioma norte-americanos desde que estreou em disco, em 1988, no comando da Conexão Japeri, mas nunca havia gravado um trabalho inteiramente em inglês. Com faixas como Twisted Blue e Tommy Boy's Big Mistake, Chapter 9 vai ser disponibilizado para download gratuito no portal TramaVirtual. Trata-se do 12º título da discografia iniciada pelo cantor há 20 anos, levando-se em conta dois CDs ao vivo (de 1993 e de 2006) e o disco Remixes e Aperitivos (de 1998). Considerando somente os trabalhos de estúdio, Chapter 9 é sucessor de Aystelum, lançado em 2005. A foto acima é da lavra de Maurício Valladares.

Moby, Duffy e Kravitz na trilha de 'Beleza Pura'

Nas lojas ainda em julho, o CD com a eclética trilha sonora internacional de Beleza Pura - a arejada novela exibida pela Rede Globo às 19h - mistura no repertório novas gravações de Moby (Disco Lies), Lenny Kravitz (I'll Be Waiting), Duffy (Mercy) e Carla Bruni (Those Dancing Days Are Gone). Sem nenhum ator na capa (foto à direita), o CD Beleza Pura Internacional reúne 16 faixas de tom contemporâneo. A exceção é Never Can Say Goodbye, na voz de Gloria Gaynor. Há gravações de John Legend (Show me) e Chris Brown (With You), entre outros nomes pouco badalados no Brasil.

Vida dos Titãs rende filme que estréia este ano

Com o título (Titãs - A Vida até Parece uma Festa) emprestado da boa biografia de Luiz André Alzer e Hérica Marmo, o documentário sobre a trajetória do grupo Os Titãs já tem pré-estréia prevista para setembro, na edição de 2008 do Festival do Rio. É a própria banda que (re)conta sua história no cinema, com auxílio de imagens de arquivo. E por falar em música no cinema, a biografia de Tim Maia, Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia, escrita por Nelson Motta, também vai virar filme...

16 de julho de 2008

Oasis lança 'Dig out your Soul' em 6 de outubro

Com capa (foto acima) assinada pelo artista plástico britânico Julian House, o próximo álbum do Oasis, Dig out your Soul, tem lançamento mundial agendado para 6 de outubro de 2008. Já o primeiro single do álbum, The Shock of the Lightning, vai ser lançado uma semana antes, em 29 de setembro. O disco vai ser editado pelo selo da banda, Big Brother Recordings. Gravado no lendário estúdio Abbey Road, em Londres, Dig out your Soul foi produzido por Dave Sardy, que pilotou o álbum anterior do grupo, Don't Believe the Truth (2005). Eis as 10 faixas do CD:
1. Bag It up
2. The Turning
3. Waiting for the Rapture
4. The Shock of Lightning
5. I'm Outta Time
6. (Get Off your) High Horse Lady
7. Falling Down
8. To Be Where There's Life
9. Ain't Got Nothin'
10. The Nature of Reality

Em agosto, DVD e CD ao vivo de Los Hermanos

No momento em que tanto Marcelo Camelo como Rodrigo Amarante já preparam os seus primeiros discos depois do inesperado "recesso por tempo indeterminado" anunciado pelo grupo Los Hermanos em abril de 2007, a gravadora Sony BMG se prepara para pôr nas lojas, em agosto, o DVD e o CD ao vivo que registram a minitemporada de despedida realizada pelo quarteto na Fundição Progresso (RJ), de 7 a 9 de junho de 2007. A discografia da banda já inclui gravação ao vivo editada em DVD, mas trata-se do primeiro CD ao vivo dos Hermanos (vistos acima à direita no traço de Rodrigo Amarante). O apelo comercial é forte...

DVD flagra 23 anos de Jethro Tull na Alemanha

Embora a videografia do Jethro Tull já seja farta, inclusive no Brasil, a tribo progressiva que ainda cultua o grupo britânico certamente vai sucumbir à forte atração pelo DVD Jack in the Green, lançado no mercado nacional neste mês de julho de 2008, pela gravadora ST2. O vídeo rebobina 18 números de shows feitos pelo Jethro Tull na Alemanha ao longo de 23 anos, cobrindo um período que vai de 1970 a 1993. Na seleção, há clássicos como Aqualung, Heavy Horsers e Pussy Willow. A rigor, metade dos números foram extraídos de uma apresentação da banda em 1982 em meio à turnê da lançamento do álbum Broadsword and the Beast. Mas há takes da era pré-VHS. Nothing Is Easy e With You There to Help me foram extraídos de shows realizados pelo grupo no Beat Club, entre 1970 e 1971. Dez!

CD solo de Tatau oscila entre brega e axé banal

Resenha de CD
Título: Formas e Formas
Artista: Tatau
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * 1/2

Em abril de 2007, Tatau anunciou sua saída do grupo baiano Ara Ketu - somente concretizada em fevereiro de 2008, em pleno Carnaval de Salvador (BA). Após 23 anos no comando do grupo, o cantor partiu para carreira solo que, a julgar pelo CD Formas e Formas, patina na mesma banalidade que pautou a discografia recente do Ara Ketu. O repertório quase todo autoral oscila entre baladas com alto teor de glicose, caso de Quando Li teu Olhar, e o axé mais populista, cantado em faixas que acenam para o circuito das micaretas. Entre elas, Quem Vai Colar com Esse Negão? é o típico exemplo da grande diluição da música afro-pop-baiana. Sintomaticamente, a melhor das 14 músicas do disco é uma das duas não assinadas por Tatau. Povo, Vem Ver - da lavra de Armando Cruz - evoca de longe os áureos tempos do samba-reggae, base da boa obra inicial do Ara Ketu. Enfim, Tatau partiu para carreira solo na sua pior forma. Discos e dias melhores virão.

15 de julho de 2008

Trilha de Baleiro para balé é lançada em SMD

Enquanto espera para lançar o primeiro dos dois volumes do álbum de inéditas O Coração do Homem-Bomba, adiado para 22 de agosto depois de ter sido anunciado para 25 de julho pela MZA Music, Zeca Baleiro aposta no ascendente formato econômico do SMD (Semi Metalic Disc) para editar a trilha sonora que compôs para o 14º espetáculo do Grupo de Dança Primeiro Ato, Geraldas e Avencas, que estreou em setembro de 2007, em Belo Horizonte (MG), cidade natal da companhia, e atualmente está em turnê pelas principais capitais brasileiras. A trilha de Baleiro para o balé é composta por dez temas. Desfile abre o SMD com ambiência eletrônica. Dez Passos se pauta por suingue mais brasileiro. Por um Fio incorpora elementos de flamenco. Quem Não Samba Chora (uma das faixas cantadas), Xote do Edifício, Flor no Quintal e Turbinada (em cuja letra Baleiro alfineta com verve afiada a obsessão feminina por botox e cirurgias plásticas) são alguns dos 14 temas da boa trilha sonora, editada pelo selo do artista, Saravá Discos, e vendida a R$ 5, como é regra no mercado de SMD. O preço aparece, a propósito, estampado na capa do SMD.

Sai este mês 'single' do segundo CD do Moptop

Faixa escolhida para puxar o segundo álbum do grupo carioca Moptop, Aonde Quer Chegar? vai ser enviada às rádios ainda neste mês de julho de 2008 em single promocional (capa acima) editado pela gravadora Universal Music. Nas lojas a partir de 19 de agosto, o álbum Como se Comportar apresenta 12 músicas autorais, pilotadas pelo galês Paul Ralphes, o produtor pop da vez.

DVD põe o grupo Seu Cuca na praia de Cazuza

Criado no Rio de Janeiro, na onda do pop praieiro, o quinteto Seu Cuca está em ligeira ascensão na cena fonográfica. A banda vem de um disco produzido por Chico Neves - Daqui pra Frente, editado em 2005 pela Som Livre - e acaba de lançar via Indie Records o CD e o DVD (veja capa à direita) Seu Cuca ao Vivo com o registro do show feito em 12 de abril de 2008 no Estúdio Oscarito, no Pólo de Cinema e Vídeo do Rio de Janeiro. No repertório, há músicas dos dois álbuns do grupo, algumas inéditas (Indecisão, Sábado para Perdedores, Tudo em Paz, Volta) e um cover de Exagerado, o primeiro hit da carreira solo de Cazuza (1958 - 1990). Seu Cuca recrutou o produtor Paul Ralphes para formatar cancioneiro que transita entre o reggae, o rock e o trivial pop praieiro. O vocalista e violonista James Lima é o compositor (quase sempre sozinho) de todos os temas da banda.

Almanaque dos 90 gera coletânea em CD e DVD

Publicado pelo jornalista Silvio Essinger, o bom Almanaque Anos 90 já seguiu a trilha do livro das décadas de 70 e 80, gerando coletâneas de músicas da época. O almanaque dos 90 motivou a EMI Music a editar CD e DVD com hits da irregular década pautada por variedade musical. O CD traz 13 sucessos em coquetel de sabor múltiplo - feito com gravações de nomes como Jon Secada, Neneh Cherry, Pet Shop Boys, Radiohead, Shaggy e Vanilla Ice. Texto de Essinger contextualiza o aparecimento das músicas na cena dos 90. Já o DVD reúne 20 vídeos em seleção similar, não totalmente idêntica.
Eis o repertório do CD:
1. Cantaloop (Flip Fantasia) - US3
2. Just Another Day - Jon Secada
3. Being Boring - Pet Shop Boys
4. Fake Plastic Trees - Radiohead
5. I Touch Myself - Divinyls
6. Ice Ice Baby - Vanilla Ice
7. Unbelievable - EMF
8. Boombastic - Shaggy
9. No Rain - Blind Melon
10. Woman - Neneh Cherry
11. Right Here Right Now - Jesus Jones
12. Sadeness - Enigma
13. Why Does my Heart Feel so Bad? - Moby

Eis o repertório do DVD:
1. Alright - Supergrass

2. Unbelievable - EMF
3. Right Here Right Now - Jesus Jones
4. Being Boring - Pet Shop Boys
5. Ordinary World - Duran Duran
6. Ice Ice Baby - Vanilla Ice
7. Would I Lie to You? - Charles & Eddie
8. If You Go - Jon Secada
9. Always - Erasure
10. Mishale - Andru Donalds
11. No Rain - Blind Melon
12. Sadeness - Enigma
13. Beautiful - Marillion
14. Nothing Compares 2 U - Sinéad O' Connor
15. Woman - Neneh Cherry
16. I Don't Wanna Lose You - Tina Turner
17. Fake Plastic Trees - Radiohead
18. Why Does my Heart Feel so Bad? - Moby
19. Higher Ground - Red Hot Chili Peppers
20. Holy Wars... The Punishment Due - Megadeth

14 de julho de 2008

Lenine apresenta 11 inéditas no álbum 'Labiata'

Lenine vai apresentar 11 músicas inéditas - compostas com parceiros como Braulio Tavares, Carlos Rennó, Dudu Falcão, Lula Queiroga e Paulo César Pinheiro, entre outros - em seu sexto álbum solo, Labiata, o primeiro de repertório inédito desde Falange Canibal, de 2002. O disco foi finalizado na Inglaterra, no estúdio de Peter Gabriel, Real World. Gravado com patrocínio do projeto Natura Musical, o CD Labiata - cujo título alude a um tipo nordestino de orquídea, tipo de flor pela qual o compositor é apaixonado - vai chegar às lojas em setembro e marca o retorno de Lenine à companhia hoje denominada Universal Music, 25 anos depois da edição de Baque Solto, disco de 1983, dividido pelo artista com Lula Queiroga. Na foto de divulgação, clicada por Kélita Myra, Lenine posa durante a assinatura do contrato com a Universal Music, ladeado pela empresária Leninha Brandão e por José Antonio Éboli, o presidente da filial brasileira da companhia.

DVD capta Korn no auge com formação original

Disponível no Brasil, pela ST2, o DVD Korn Live at Montreux 2004 é título de fato importante na videografia do grupo norte-americano de nu-metal. Além de registrar a única apresentação da banda no Montreux Jazz Festival, na Suíça, o DVD tem o grande mérito de perpetuar com classe um dos últimos shows do guitarrista Brian Welch com o Korn (logo na seqüência, já em 2005, Welch deixaria o grupo do qual foi um dos fundadores, em 1993). Todo o peso do show é captado por imagem e áudio de excelente qualidade. No roteiro de 16 números, o Korn - então no auge da forma - toca temas como Right Now, Got the Life, Here to Stay, Blind, One e Faget. Vale ter!

Disco em espanhol de 'El Rey' sai em 28 de julho

Após (sucessivos) adiamentos, o CD ao vivo em espanhol de Roberto Carlos tem enfim seu lançamento confirmado para 28 de julho de 2008 - data em que chegará às lojas do Brasil (no exterior, o disco vai sair em agosto). Roberto Carlos en Vivo foi gravado em dois shows feitos pelo Rei em 24 e 25 de maio de 2007 na Ziff Opera House, casa situada dentro do complexo Carnival Center for the Performing Arts, em Miami (EUA). Das 18 faixas do disco, três são cantadas em português: Acróstico - tema feito pelo cantor em tributo à mulher Maria Rita, morta em 1999 - Jesus Cristo e O Calhambeque. Roberto interpreta músicas como Desabafo e A Distância nas versões em espanhol criadas pela dupla Buddy & Mary McCluskey com base nas letras originais em português. O repertório é formado basicamente por músicas exaustivamente cantadas por Roberto em suas apresentações nacionais (Detalhes, Emoções, Proposta, Jesus Cristo, Café da Manhã), mas traz duas músicas atípicas nos roteiros dos shows brasileiros do artista: El Dia que me Quieras (o tango de Carlos Gardel que Roberto transformou em bolero na gravação feita para seu álbum nacional de 1973 que acabou intitulando o similar disco em castelhano editado no ano seguinte) e, sobretudo, Un Gato en la Oscuridad, grande sucesso de El Rey nos países de língua hispânica. Trata-se da versão em espanhol de Un Gatto nel Blu, música italiana que projetou Roberto na Itália, em 1972, e que mereceu imediata gravação em espanhol, ainda em 1972. Un Gato en la Oscuridad daria título ao segundo álbum feito pelo cantor para o mercado de língua hispânica (o primeiro LP, Roberto Carlos Canta a la Juventud, foi gravado em 1964). O DVD Roberto Carlos en Vivo - que vai trazer as mesmas 18 faixas do CD homônimo - vai ser lançado em fim de agosto no Brasil, pela gravadora Sony BMG.

A obra-prima de Carole King em reedição dupla

Obra-prima da discografia de Carole King, Tapestry ganha reedição dupla da gravadora Legacy (EUA). Disponível no mercado brasileiro pela Sony BMG, a reedição adiciona ao álbum original - lançado em março de 1971 com músicas que se tornariam clássicos do folk rock, como So Far Away, It's Too Late e o hit agridoce You've Got a Friend - um segundo CD com versões ao vivo de 11 das 12 faixas do álbum, captadas no estilo voz-e-piano, entre 1973 e 1976. No encarte, há texto de Harvey Kubernik sobre a gênese do cancioneiro de Tapestry, as letras das 12 músicas e a ficha técnica de cada faixa - além de várias fotos das sessões de estúdio.

13 de julho de 2008

EMI edita o DVD gravado por Platão em estúdio

Toni Platão acertou com a major EMI Music a edição do CD e do DVD (o primeiro do cantor) que ele gravou em estúdio, no Rio de Janeiro, em abril de 2008, com intervenções dos colegas Dado Villa-Lobos, Fausto Fawcett e Zélia Duncan. A base do registro - nas lojas em agosto - foi o show Negro Amor, que rendeu disco de estúdio editado em 2006 pela gravadora Som Livre, que não quis renovar o contrato de Platão...

Selo carioca lança CD ao vivo de João Nogueira

Sete anos depois de a gravadora paulista Jam Music ter editado um póstumo tributo a João Nogueira (1941 - 2000), o belo disco ao vivo Através do Espelho (2001), chega às lojas o primeiro álbum póstumo na voz grave do compositor de Batendo a Porta. O selo carioca Weekend vai lançar em agosto o CD O Nome do Samba É João, gravado ao vivo na primavera de 1998 em apresentação do cantor na casa carioca Hipódromo Up. Entre as onze faixas do CD, há um samba inédito, O Rei da Felicidade, parceria de Nogueira com Nonato Buzar. No roteiro do tal show, João Nogueira rebobinou sucessos como Nó na Madeira e Espelho - além de apresentar músicas de seu último disco, João de Todos os Sambas (BMG, 1998). Filho do sambista, Diogo Nogueira vai assinar o texto que apresenta o disco aos jornalistas.

Ao vivo de Leitte não delimita real carreira solo

Resenha de CD
Título: Ao Vivo em
Copacabana
Artista: Claudia Leitte
Gravadora: Universal Music
Cotação: * *

Em 1999, ao iniciar com bom álbum de estúdio sua estelar trajetória individual, após seis anos de carreira fonográfica no comando da Banda Eva, Ivete Sangalo experimentou outros caminhos e sonoridades sem se afastar da axé music. Não é o que acontece com este primeiro disco solo de Claudia Leitte, a não-assumida rival de Ivete na disputa pela coroa pop baiana. Ao optar por dar o pontapé inicial na sua carreira solo com o registro ao vivo da megaprodução armada nas areias da Praia de Copacabana (RJ) em 17 de fevereiro de 2008, em gravação que alude forçosamente ao aparato montado por Ivete em dezembro de 2006 no Maracanã, Leitte não deu um passo adiante e não cortou o cordão umbilicial do Babado Novo. É como se Ao Vivo em Copacabana fosse mais um disco do grupo que projetou a artista no mercado. Pior: é um disco que anula o upgrade esboçado pelo Babado Novo no CD Ver-te Mar (2007), (per)seguindo a linha populista que vem diluindo o repertório de Ivete nos últimos anos. Leitte involuiu...
Ao Vivo em Copacabana parece mais preocupado em oferecer munição para as micaretas, através de insossas inéditas como No Carnaval de Salvador e Quem É de Fé Balança, do que em pavimentar um caminho estético para a trajetória individual de Leitte. É provável que, enquanto sua inesperada gravidez permitir (aliás, do ponto de vista profissional, o momento para engravidar não poderia ter sido mais impróprio), a cantora anime muitos Carnavais fora de época com músicas do naipe de Beijar na Boca (extraída do repertório da banda Cogumelo Plutão) e Exttravasa (turbinada nesta gravação ao vivo com o rap de Gabriel O Pensador). Mas, longe de um trio elétrico, o repertório deste Ao Vivo em Copacabana pouco empolga. Temas como a balada Pássaros e a canção-reggae Horizonte jogam o disco para baixo. Dentre as inéditas, a única realmente boa é Cidade Elétrica, nova explosiva parceria de Jorge Zarath e Manno Goés, ode a Salvador, gravada em dueto com Daniela Mercury (no DVD que chega às lojas no fim de julho, com seis músicas a mais, o número vai soar ainda mais sedutor por conta das belas coreografias das cantoras).
A propósito, Claudia Leitte atirou em todas as direções ao recrutar os convidados da gravação. A intervenção roqueira de Badauí, do CPM 22, em Bola de Sabão, soa meramente curiosa. Já Wando não acompanha o pique de Leitte, que tenta transformar o hit Fogo e Paixão (1985) em tema de micareta. Neste caso, a presença do convidado somente atrapalha a anfitriã. Por sua vez, a escolha de Busy Man para dueto com Carlinhos Brown é infeliz por remeter - inevitavelmente - ao registro definitivo feito pelo mesmo Brown ao lado de Marisa Monte em seu segundo álbum, Omelete Man (1998). Claro que ficou aquém do dueto original...
Entre regravações do repertório do Babado Novo (Insolação do Coração, Cai Fora, Pensando em Você, Rock Tribal), Claudia Leitte costura Dyer Maker, do grupo Led Zeppelin, com o reggae A Camisa e o Botão. Pode funcionar nas micaretas, mas somente um próximo disco de estúdio vai dizer se Claudia Leitte tem fôlego para sedimentar uma carreira solo longe do populismo que vem norteando as trajetórias das estrelas atuais da música pop baiana.

'Sinais de Fogo' de Villeroy em 'Chamas da Vida'

Parceria de Antonio Villeroy com Ana Carolina, lançada por Preta Gil em seu primeiro CD e rebobinada por Ana nos DVDs que registram seus dois últimos shows, Sinais de Fogo ganha leitura de Villeroy (à direita em imagem de Gabriele Lemanski). A regravação foi feita para a trilha sonora da novela Chamas da Vida, exibida pela Rede Record desde terça-feira, 8 de julho de 2008. Quem também fez gravação especialmente para a trilha da nova novela foi Nasi, vocalista do extinto Ira!, grupo do qual saiu de forma turbulenta em 2007. Nasi regravou Epitáfio, balada lançada pelos Titãs em 2001 no álbum A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana. Tal trilha sai em CD.