19 de setembro de 2009

Simone exala no palco sensualidade feliz de CD

Resenha de Show
Título: Em Boa Companhia
Artista: Simone (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 18 de setembro de 2009
Cotação: * * * * 1/2
Em cartaz no Canecão - RJ até domingo, 20 de setembro
Em Boa Companhia - o show que Simone estreou oficialmente no Rio de Janeiro (RJ) na noite de 18 de setembro de 2009, depois de algumas pré-estreias em São Paulo - amplia bem a atmosfera de sensualidade e de felicidade de Na Veia, o recém-lançado CD que o inspirou. Prestes a completar 60 anos, em 25 de dezembro, a cantora se apresenta leve e bonita no palco do Canecão. Dirigida por José Possi Neto, Simone brilha feliz num de seus melhores espetáculos. Em Boa Companhia roça a perfeição e, se não a atinge, é por conta do bis até simpático, mas destoante em sua alegria forjada. Bis que culmina com Ex-Amor e Canta, Canta Minha Gente, sambas de Martinho da Vila. O início, ao menos na estreia carioca, também resultou morno. Simone abre o roteiro com Tô que Tô (Kleiton e Kledir Ramil) para anunciar o tom feliz do show. Contudo, talvez pelo fato de a própria cantora ainda não estar no clima, o show engrena de vez somente a partir do quarto número, Face a Face, a obra-prima de Sueli Costa e Cacaso que deu título ao álbum lançado por Simone em 1977. Mas, no geral, tudo funciona bem. Mesmo antes, quando tropeçou num verso de Certas Noites (Dé Palmeira e Adriana Calcanhotto), Simone tirou esse ligeiro erro de letra e mostrou a leveza que pontua seu (bom) momento artístico atual. Ela continua cantando muito bem. A voz já não ostenta a potência de antes, mas se ajusta com perfeição à elegância suave que dá o tom do repertório do CD Na Veia, base do roteiro enxuto. Até porque esse cancioneiro não pede registros dramáticos - como o esboçado pela artista apenas em Face a Face.
Num show que tem o desejo como mote, Hóstia - a parceria de Erasmo Carlos com Marcos Valle - cai como uma luva no roteiro que exalta o amor, o sexo e a mulher. Objeto declarado do desejo exposto nos versos de músicas como Deixa Eu te Amar, o samba popularizado por Agepê (1942 - 1995) nos anos 80 que, na voz de Simone, tem ressaltada sua beleza melódica. O samba é um dos melhores momentos do show. A propósito, com exceção de Love, todas as músicas do disco Na Veia crescem no palco. E Simone soube pescar no seu próprio repertório pérolas que se ajustam ao espírito sensual do espetáculo. Casos de Elegia (a investida de Péricles Cavalcanti e Augusto de Campos sobre o poema de John Donner que a cantora regravou em 1995 no seu álbum Simone Bittencourt de Oliveira), Paixão (a canção de Kledir Ramil a que a Cigarra deu voz em Delírios e Delícias, LP de 1983) e de Ai, Ai, Ai... (o tema de Ivan Lins e Vítor Martins, encharcado de latinidade e desperdiçado por Simone num disco triste, Raio de Luz, de 1991). Fora de seu baú, a cantora acerta ao reviver Certas Coisas - a balada de Lulu Santos e Nelson Motta - em arranjo pontuado por intervenções agudas da guitarra de Walter Vilaça. Aliás, justiça seja feita, descontado o início e o bis alegre, Simone acerta em todos os momentos. Seja sublinhando o dengo contido nos versos do samba Lá Vem a Baiana, de Dorival Caymmi. Seja exaltando a amiga Zélia Duncan ao reviver Diga Lá, Coração. Seja marcando um golaço ao dar molho cubano ao samba Geraldinos e Arquibaldos. Seja cantando com a devida determinação o blues Pagando pra Ver (Abel Silva e Nonato Luis), pretexto para a inusitada abordagem bluesy de Perigosa, o abusado pop rock que Roberto de Carvalho e Nelson Motta compuseram (com a ajuda de Rita Lee, autora do decisivo verso 'Dentro de mim' que dá sentido sexual à letra) para as Frenéticas. Poderia soar forçado, mas dá pé.
Como o CD Na Veia já mostrara, o show Em Boa Companhia reafirma que Erasmo Carlos estava muito inspirado ao compor a balada Migalhas. E que Adriana Calcanhoto poderia ter estado mais inspirada ao musicar Definição da Moça, poema de Ferreira Gullar. Mas são detalhes de um show sedutor que, antes do bis, termina de forma esplêndida com uma abordagem melodiosa de Chuva, Suor e Cerveja, o frevo baianíssimo de Caetano Veloso. Na companhia de uma boa banda que inclui o baterista Carlos Bala, Simone apresenta o que talvez seja seu melhor show na década. A Cigarra aplica sensualidade e felicidade na veia de seu fiel público.

Lulu, Frenéticas e Caetano no roteiro de Simone

Pop rock lançado em 1977 pelas Frenéticas como carro-chefe do primeiro álbum do grupo, Perigosa é uma das boas surpresas do roteiro do novo show de Simone, Em Boa Companhia, cuja turnê nacional estreou oficialmente no Rio de Janeiro (RJ) na noite de ontem, 18 de setembro de 2009. No palco do Canecão, a cantora - em fotos de Mauro Ferreira - extrapolou o repertório do CD Na Veia e reviveu o hit das Frenéticas numa inusitada pegada bluesy, levada no embalo e na sequência do blues Pagando pra Ver (Abel Silva e Nonato Luís). Outras surpresas do roteiro foram o samba Lá Vem a Baiana (Dorival Caymmi), o frevo Chuva, Suor e Cerveja (Caetano Veloso) - num registro melodioso - e a balada Certas Coisas (Lulu Santos e Nelson Motta). Eis o roteiro cantado por Simone na estreia (nacional) do show Em Boa Companhia:
1. Tô que Tô (Kleiton Ramil e Kledir Ramil)
2. Love (Paulo Padilha)
3. Certas Noites (Dé Palmeira e Adriana Calcanhotto)
4. Face a Face (Sueli Costa e Cacaso)
5. Hóstia (Erasmo Carlos e Marcos Valle)
6. Certas Coisas (Lulu Santos e Nelson Motta)
7. Ame (Paulinho da Viola e Elton Medeiros)
8. Bem pra Você (Dé Palmeira e Marina Lima)
9. Diga Lá, Coração (Gonzaguinha)
10. Lá Vem a Baiana (Dorival Caymmi)
11. Elegia (PériclesCavalcanti,AugustodeCamposeJohn Donner)
12. Definição da Moça (Adriana Calcanhotto e Ferreira Gullar)
13. Deixa Eu te Amar (Agepê, Ismael Camillo e Mauro Silva)
14. Migalhas (Erasmo Carlos)
15. Geraldinos e Arquibaldos (Gonzaguinha)
16. Vale a Pena Tentar (Simone e Hermínio Bello de Carvalho)
17. Paixão (Kledir Ramil)
18. Ai, Ai, Ai... (Ivan Lins e Vítor Martins)
19. Pagando pra Ver (Abel Silva e Nonato Luís)
20. Perigosa (Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta)
21. Na Minha Veia (Martinho da Vila e Zé Katimba)
22. Chuva, Suor e Cerveja (Caetano Veloso)
Bis:
23. Encontros e Despedidas (MiltonNascimentoeFernando Brant)
24. Ex-Amor (Martinho da Vila)
25. Canta, Canta Minha Gente (Martinho da Vila)

Simone fecha show na companhia de Martinho

Ao encerrar com Canta, Canta Minha Gente o bis de seu novo show Em Boa Companhia, que estreou oficialmente no Rio de Janeiro (RJ) na noite de ontem, 18 de setembro de 2009, Simone aproveitou a presença na platéia do autor do samba, Martinho da Vila, e providenciou microfone adicional para que o compositor cantasse alguns versos com ela. Inicialmente, Martinho reviveu seu sucesso de 1974 na mesa onde estava sentado, mas acabou subindo ao palco e, animado, quis até continuar cantando. Mas Simone, delicadamente, foi saindo de cena e puxando seu nego - como ela se refere carinhosamente a Martinho - para os camarins do Canecão. Fecho simpático e surpreendente para um show feliz!!

Texto de 'Despertar' é mais forte do que música

Resenha de Musical
Título: O Despertar da Primavera
Texto original: Frank Wedekind
Música: Ducan Sheik
Letras: Steven Sater
Direção: Charles Möeller
Versão brasileira e supervisão musical: Cláudio Botelho
Elenco: Pierre Baitelli, Malu Rodrigues, Letícia Colin,
Rodrigo Pandolfo, Thiago Amaral, Débora Olivieri
e Carlos Gregório, entre outros atores
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro (RJ)
De quinta-feira a domingo, até 15 de novembro de 2009

Escrito em 1891 pelo dramaturgo alemão Frank Wedeking, o texto original da peça O Despertar da Primavera atravessou com êxito gerações e países por abordar o tema atemporal e universal das descobertas angustiadas da adolescência. Em 2006, o texto chegou ao circuito off-Broadway (e logo depois à Broadway propriamente dita), adaptado e acrescido de canções na forma de musical. É essa versão musicada que ganha sua eficiente primeira montagem brasileira sob a ótica de Charles Möeller & Cláudio Botelho. A grife da dupla que tirou definitivamente o ranço amador dos musicais montados no Brasil - salvo algumas exceções como as encenações de Bibi Ferreira e o arrebatador Somos Irmãs - legitima e valoriza o espetáculo em cartaz no Teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro (RJ), até 15 de novembro. Ainda assim, se o texto ainda resulta forte, a música em si (a cargo de Ducan Sheik) resulta quase sempre aquém da trama, sem ostentar aquele vigor juvenil que se espera de um score composto a partir de temas tão pungentes. Contudo, as letras (vertidas por Botelho com sua habitual habilidade para criar versos em português que soam plausíveis) cumprem a função de fazer a narrativa progredir.

Emoldurados pelo cenário intencionalmente opressor de Rogério Falcão, os atores da versão brasileira - selecionados através de testes - dão voz e vida a personagens bem intensos, pautados por conflitos dramáticos. O destaque maior do bom elenco nacional é Pierre Baitelli, intérprete do questionador Melchior Gabor, par romântico de Wendla (Malu Rodrigues, sem a expressão exigida pela personagem). Baitelli conduz com brilho as transformações de Melchior, em atuação emocionada e de forte empatia com o público. Merece registro também a atuação de Rodrigo Pandolfo, que encarna o trágico Moritz. Enfim, pelo apuro técnico e visual, O Despertar da Primavera resulta sedutor em sua montagem brasileira. Mas o fato é que a música de Ducan Sheik quase nunca está à altura da matéria-prima original. Apesar de os versos de temas como Mama Who Bore me, I Believe, The World of your Body e The Dark I Know Well traduzirem bem os anseios e dilemas juvenis que norteiam o texto e sustentam o interesse pelo musical.

18 de setembro de 2009

Marchinhas e tema com filhas no DVD de Jorge

Com a faixa Pessoal Particular em alta rotação nas rádios desde 8 de junho de 2009, o registro ao vivo do show América Brasil, de Seu Jorge, ganha edição em CD e DVD neste mês de setembro. O show foi gravado em janeiro de 2009 na casa Citibank Hall, em São Paulo. Em América Brasil, o DVD, Jorge recebe as filhas Luz e Flor para cantar Mariana e, nos extras, revive marchinhas (O Teu Cabelo Não Nega, Me Dá um Dinheiro Aí e Mamãe Eu Quero, entre outras) em pot-pourri intitulado Carnaval. O DVD registra o show na íntegra. Já América Brasil, o CD ao Vivo condensa a gravação em 14 faixas. Sem esquecer, claro, Burguesinha, Mina do Condomínio e Trabalhador - três hits radiofônicos que fizeram de Seu Jorge um dos artistas mais bem-sucedidos de 2008. Única música inédita do repertório do CD e do DVD, Pessoal Particular é parceria de Jorge com Leonardo Reis e o guitarrista Peu Meurray.

Com Kadosch, Tetê dá voz às línguas já mortas

Babel Eyes - Música das Línguas Virgens é o título do novo álbum de Tetê Espíndola. O disco marca a retomada da parceria da cantora com o compositor francês Philippe Kadosch - iniciada no CD VOZ VOIX VOICE (2001). A ideia foi criar música a partir de fragmentos de línguas já mortas ou em processo de extinção. O disco foi gravado em Paris, no estúdio de Kadosch, com orquestra formada por músicos de várias partes do mundo. Os arranjos são assinados pelos brasileiros Alexandre Mihanovich, Gil Reyes e pelo próprio Kadosch. Kaprolin, Mawaca e Sadis Magicus são algumas músicas do álbum - promovido com shows em São Paulo.

O quarto álbum de Otto agrega Céu e Venegas

Já editado nos Estados Unidos pelo selo Nublu Records, mas ainda inédito no mercado brasileiro, o quarto álbum de Otto, Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, agrega na ficha técnica nomes como a cantora paulista Céu e a estrela mexicana Julieta Venegas. Céu participa de O Leite. Venegas marca presença na regravação de Lágrimas Negras - a parceria de Jorge Mautner e Nelson Jacobina - e na inédita Saudade. Eis as 10 músicas do CD:
1. Crua
2. O Leite - com Céu
3. Janaína
4. Meu Mundo Dança
5. 6 Minutos
6. Lágrimas Negras - com Julieta Venegas
7. Saudade - com Julieta Venegas
8. Naquela Mesa
9. Filha
10. Agora Sim

Lily Allen cativa Rio com show de perfeição pop

Resenha de Show
Título: It's Not me, It's You
Artista: Lily Allen (em foto de Mauro Ferreira)
Local: HSBC Arena (RJ)
Data: 17 de setembro de 2009
Cotação: * * * * 1/2

Lily Allen nem precisava ter recorrido ao clichê de ter aparecido no palco da HSBC Arena enrolada num manto estampado com várias imagens da Bandeira do Brasil. Em seu primeiro show no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 17 de setembro de 2009, a estrelinha britânica cativou seu público carioca com performance vibrante que roçou a perfeição pop de seu segundo álbum, It's Not me, It's You (2009). Com suas letras diretas, em que bota raivas e demônios para fora sem papas na língua, Allen faz pop dançante que apela sem cerimônia para refrões grudentos. Seu curto show - que durou exatamente uma hora, fora o bis - teve um início apenas correto (com Everyone's at It e a balada I Could Say), mas engrenou de tal forma a partir do terceiro número, a deliciosa Never Gonna Happen, que foi impossível não sucumbir ao poder pop da música de Allen. Até um cover da banda inglesa Kaiser Chiefs, Oh My God, se ajustou à pegada do som da artista. E o fato é que - embora sem grandes cenários (apenas a palavra Lily aparecia escrita no fundo do palco) e efeitos especiais - o show de Allen resultou eficiente e prendeu a atenção do público que se espremeu na pista vip da arena (os outros setores não estavam cheios). E ela não fez pose. Fumou, falou sobre as músicas e afagou o ego dos cariocas com loas à cidade do Rio de Janeiro e ao Brasil.
Para quem é fã da pegada de ska/reggae adotada por Lily Allen em seu primeiro álbum (Alright, Still, de 2006), LDN e Smile foram números ideais para garantir a animação. Desse disco de estreia, merece registro também Littlest Things, balada que Allen reviveu sentada na beira do palco. Contudo, o enxuto roteiro foi centrado basicamente nas músicas de It's Not me, It's You. Gemas pop como Who'd Have Known, Chinese, He Wasn't There (num clima meio de cabaré) e, claro, The Fear, o hit do CD, estrategicamente posicionado ao fim do show, de tom dance. No bis, a desbocada Fuck You e o estilizado country Not Fair confirmaram a certeza de que Lily Allen vai figurar com destaque em todas as retrospectivas musicais de 2009. Seu atual show é gostoso como seu segundo CD.

17 de setembro de 2009

Ivan, Ivete e Caê disputam 10º Grammy Latino

Por conta do álbum jazzístico gravado com a big-band holandesa The Metropole Orchestra, Ivan Lins (em foto de Rodrigo Castro) ganhou três indicações ao Grammy Latino de 2009, sendo uma na categoria Álbum do Ano. Ivete Sangalo e Caetano Veloso - com quatro e três nomeações - também representam o Brasil na 10ª edição do Grammy Latino. Liderada pela dupla porto-riquenha Calle 13, que também concorre ao prêmio de Álbum do Ano pelo CD Los de Atrás Vienen Conmigo, a relação de indicados foi divulgada nesta quinta-feira, 17 de setembro. A cerimônia de entrega do 10º Grammy Latino já está programada para 5 de novembro - no Mandalay Bay Events Center - em Las Vegas (EUA).
Além de disputar o troféu de Álbum do Ano, Ivan Lins concorre nas categorias Álbum de Música Brasileira e Gravação do Ano (por Arlequim Desconhecido). Já Caetano Veloso concorre nas categorias Álbum de Cantor / Compositor (por Zii e Zie), Canção Brasileira (A Cor Amarela) e Melhor DVD (pelo registro do show feito com Roberto Carlos em torno da obra de Tom Jobim). Por sua vez, Ivete concorre com Pode Entrar aos troféus de Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro, Melhor DVD e Canção Brasileira (por Agora Eu Já Sei, parceria com Gigi). No cômputo geral, porém, Ivete totaliza quatro nomeações por conta da indicação do álbum A Casa Amarela na categoria Infantil. Como o CD foi assinado por ela como Veveta, a assessoria do Grammy Latino se equivocou e noticiou que a cantora contabilizava três indicações.

Jay-z já supera Elvis na parada com Blueprint 3

Por conta das 476 mil cópias vendidas do álbum The Blueprint 3 nos Estados Unidos apenas na primeira semana de lançamento, já contabilizadas pela empresa Nielsen SoundScan, o rapper Jay-z se torna o vice-campeão da parada da revista norte-americana Billboard em todos os tempos. O rapper perde somente para os Beatles, que puseram 19 álbuns no topo das paradas a partir de 1964. Até então, Jay-Z estava empatado com Elvis Presley (1935 - 1977), com 10 álbuns cada um. Lançado em 11 de setembro de 2009, The Blueprint 3 é o 11º álbum de estúdio de Jay-z e agrega na ficha técnica nomes como o duo indie MGMT (co-produtor da faixa Unforgiven), Rihanna e Kanye West (ambos convidados da faixa Run This City). O álbum sai via Warner Music.

Casuarina faz samba sob estética jovem da MTV

Resenha de CD / DVD
Título: MTV Apresenta: Casuarina
Artista: Casuarina
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Propagado como um dos nomes da Lapa (RJ) que ajudou a pôr a juventude da Zona Sul carioca na roda do samba, o Casuarina se enquadra na estética da MTV - a emissora de natureza jovem - em seu primeiro registro de show, feito sob a direção musical de Rodrigo Campello e do próprio grupo. Editada na série MTV Apresenta nos formatos de CD, DVD e blu-ray (este ainda não lançado), a gravação ao vivo confirma o talento do quinteto. Que segue a rota inversa do mercado fonográfico e parte de gravadora independente (a Biscoito Fino, por onde lançou seus dois álbuns de estúdio) para uma multinacional do disco, a Sony Music, que investe no Casuarina muito por conta da imagem jovem do grupo.
Após um segundo álbum de repertório essencialmente autoral, Certidão (2006), o Casuarina recua e, sob a fórmula e a ótica da MTV, insere apenas três temas de lavra própria (Vaso Ruim, Arco-Íris e Certidão) em roteiro que empilha clássicos do samba. Na roda estilizada armada no palco da Fundição Progresso (RJ), em 5 de maio de 2009, o grupo também segue outro preceito básico das gravações fonográficas editadas com o jovem selo da MTV: a convocação de convidados. No caso, Moska (bem à vontade em Cabelos Brancos, samba de Herivelto Martins e Marino Pinto), Roberto Silva (em Jornal da Morte, de Miguel Gustavo), Frejat (com desenvoltura até surpreendente na bem sacada Já Fui uma Brasa, de Adoniran Barbosa), Wilson Moreira (já fora de forma em Senhora Liberdade, uma das obras-primas compostas por ele com Nei Lopes) e Moinho (no piloto automático em Rosa Morena, o samba buliçoso de Dorival Caymmi). A receita foi seguida à risca...
Não há um grande virtuose entre os cinco músicos e cantores do Casuarina. Mas o fato é que, no todo, o conjunto soa sedutor. Talvez por sua devoção ao melhor samba parecer sincera. E o fato é que a roda fica animada quando o grupo toca pérolas como Minha Filosofia (samba de Aluísio Machado entoado em coro pelo público frequentador das casas de samba da Lapa) e O Dia se Zangou (Mauro Diniz e Ratinho). Mesmo quando apresenta um samba já tão batido e gravado, como Disritmia (Martinho da Vila), o resultado é correto. Mas o Casuarina brilha mesmo é quando revira sem preguiça o baú do samba. É Isso Aí (Isso É Problema Dela), por exemplo, é um destaques menos óbvios do repertório. Nesse tema de Sidney Miller, o quinteto experimenta suingue que remete à levada do samba-rock. Já o arranjo de Chiclete com Banana (Almira Castilho e Gordurinha) costura ritmos brasileiros e norte-americanos, em sintonia com o espírito desafiador da letra. Enfim, MTV Apresenta: Casuarina cumpre muito bem seu objetivo e funciona como belo cartão-de-visitas do grupo para quem está fora dos arredores da Lapa e até do Rio de Janeiro (RJ).

Cray ratifica devoção ao blues no CD 'This Time'

Resenha de CD
Título: This Time
Artista: The Robert
Cray Band
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

O cantor e guitarrista Robert Cray inaugurou selo, Nozzle Records, com a gravação de seu primeiro CD de estúdio em quatro anos. Lançado em 11 de agosto de 2009 nos Estados Unidos, This Time já ganhou edição brasileira via EMI Music. Não é um disco de ruptura ou de alto voo artístico, mas, sim, um CD que reitera a competência de Cray e sua devoção ao blues - explicitada logo no tema que abre o correto álbum, Chicken in the Kitchen, e reafirmada em That's What Keeps me Rockin'. Já a sua relativa intimidade com o soul aparece mais em Love 2009. This Time é assinado por Cray com sua banda - um quarteto que, além do guitarrista, agrega o tecladista Jim Pugh, o também guitarrista Richard Cousins e o baterista Tony Braunagel. Entrosados, os bons músicos desfiam baladas como Forever Goodbye neste disco que vai contentar os que admiram o toque da guitarra de Robert Cray.

16 de setembro de 2009

Arnaldo dá nomes ao 'Oi' em show-performance

Resenha de Show
Título: Performance Poética Experimental
Artista: Arnaldo Antunes (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Oi Futuro - Ipanema (RJ)
Data: 15 de setembro de 2009
Cotação: * * *
No momento em que lança Iê Iê Iê, um disco de tom popular que revitaliza com inteligência os códigos da música pop do início dos anos 60, Arnaldo Antunes reviveu momentaneamente o estilo concretista que norteou seu primeiro CD solo, Nome (1993). Foi no show-performance que inaugurou na noite de terça-feira, 15 de setembro de 2009, a sede do Oi Futuro em Ipanema. Espécie de centro cultural que objetiva a integração das artes, o Oi Futuro ostenta estética gregária condizente com o espírito artístico de Arnaldo, cuja obra musical incorpora elementos de poesia e artes plásticas. Foi a faceta mais experimental - ou cabeça - da arte do múltiplo Arnaldo que se revelou mais uma vez em cena. O titã se apresentou no palco do teatro do Oi Futuro ao lado do guitarrista Edgard Scandurra e do músico Marcelo Jeneci, que se alternou nos teclados e no acordeom. Projeções da artista plástica Márcia Xavier realçaram o tom multimídia pretendido pelo evento social.
Foi sintomaticamente com a faixa-título do álbum Nome que Arnaldo abriu seu show-performance. Na sequência, os versos de O Nome Disso foram recitados enquanto o titã girava um globo terrestre. A palavra ocupou o centro da cena. Daí a voz cavernosa utilizada por Arnaldo para chamar atenção para os versos de Luz. Daí o uso do próprio corpo do artista como um instrumento de percussão ao longo de Não Tem Que. Daí a ênfase na relatividade do conceito de tempo numa das melhores músicas do repertório dos Titãs, intitulada justamente Tempo e lançada por Sandra de Sá em 1988 em bela gravação que contou com a adesão do octeto paulista. Daí a forma crua com que Arnaldo despejou ou cuspiu os versos de Abraça o meu Abraço. É música - e lá estava a guitarra afiadíssima de Scandurra a pontuar os versos - mas é, sobretudo, poesia. Daí também o poema concreto - NOW HERE NOWHERE - escrito por Arnaldo durante o show nos vidros que formavam as paredes laterais do palco. No fim, o ato performático atinge seu clímax quando, ao apresentar o tema O Corpo / Momento XVIII, o artista esconde por todo o corpo, debaixo de suas roupas, várias folhas nas quais estão escritas as palavras Totem e Tabu, numa referência sutil ao livro Totem e Tabu, publicado em 1913 por Sigmund Freud (1856 - 1939). É, Arnaldo Antunes sabe o que fala!!

Taviani dosa tons e paixões no seu melhor disco

Resenha de CD
Título: Meu Coração
Não Quer Viver
Batendo Devagar
Artista: Isabella Taviani
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * *

Ao volante de um maverick laranja, Isabella Taviani posa na capa de seu quarto álbum, Meu Coração Não Quer Viver Batendo Devagar, lançado neste mês de setembro de 2009. A despeito do título, passional como o canto e a obra da artista carioca, o disco - o melhor de Taviani - acerta ao conduzir sua música para tons menos exacerbados. Como já sinalizara a boa e melodiosa balada Presente-Passado, escolhida em agosto pela gravadora Universal Music para anunciar o disco nas rádios e TVs, Taviani procura uma outra direção, livre da condução equivocada do guitarrista Torcuato Mariano, produtor dos três fracos álbuns anteriores da artista. Os dois novos pilotos - Jr. Tostoi e Rodrigo Campello - acertam ao dosar os tons e a intensidade excessiva da cantora/autora sem apagar de todo a essência apaixonada da música de Taviani. Aliás, basta ouvir Todos os Erros do Mundo e Escorpião (faixa de aura flamenca) - duas das 14 inéditas do repertório - para perceber que o estilo passional ainda está lá. Só que diluído pela timbragem elegante dos arranjos e pelos tons mais comedidos da voz de Taviani. E o fato é que músicas como Eu Não Moro na sua Vida e Borboletas e Risos - esta adornada pela harpa de Cristina Braga - se beneficiam dessa opção por um canto menos over. Outro acerto de Taviani foi começar a fazer parcerias. Parceira e convidada de Arranjo, outro tema suave, Zélia Duncan também marca presença em Depois da Chuva, faixa em que toca bandolim e assina parte da letra. A música é assinada por Zélia com Taviani e Jorge Vercillo, parceiro também de Argumentos de Vidro, outro destaque da safra de inéditas. Até Toni Platão entra nesse tempo de delicadeza ao fazer dueto com Taviani em Um Vendaval, faixa de levada próxima do r & b americano. Meu Coração Não Quer Viver Batendo um Devagar representa real upgrade na discografia de Taviani. É bom disco que somente não se torna grande porque o repertório autoral da artista ainda soa irregular, a despeito de todas as benéficas mudanças. Músicas dispensáveis como Falsidade Desmedida, Casa no Céu (faixa de ambiência pop roqueira em que se fazem ouvir bem as guitarras personalíssimas de Tostoi) e O Tudo que É Nada poderiam ter dado lugar a canções alheias de maior inspiração para que Isabella Taviani pudesse se exercitar como a boa intérprete que sempre mostrou ser quando abordou com êxito sucessos de Gilberto Gil (Viramundo) e Wanderléa (Ternura), entre outros nomes. Ainda assim, o álbum merece atenção e audição, livre dos pré-conceitos.

Primeiro disco do Paramore é editado no Brasil

Às vésperas do lançamento do terceiro álbum do quinteto Paramore (Brand New Eyes, nas lojas a partir de 29 de setembro de 2009), a Warner Music (re)põe em catálogo no Brasil o teen álbum de estreia do grupo, All We Know Is Falling, lançado em julho de 2005 com dez faixas repletas de energia e anseios juvenis. Nos Estados Unidos, o disco emplacou singles como Pressure, Emergency e All We Know. Mas foi com o lançamento de Riot! - em 2007 - que o Paramore passou a ser cultuado com fervor pela tribo adolescente. O que justifica a reedição de seu primeiro disco.

Ao vivo, o pulso do Judas Priest ainda pulsa...

Resenha de CD
Título: A Touch
of Evil - Live
Artista: Judas Priest
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * *

São poucas as bandas que atravessam várias décadas e gerações sem deixar apagar a tal velha chama. A Touch of Evil - Live - o CD ao vivo do Judas Priest que a Sony Music está lançando no Brasil neste mês de setembro de 2009 - sinaliza que, ao menos no palco, o pulso desse dinossauro britânico ainda pulsa com força. Quinto registro de show da banda, o álbum foi gravado por Martin Walker e Brian Thorene durante as turnês feitas pelo Judas Priest em 2005 e em 2008. Seis anos depois de Live in London (2003), A Touch of Evil marca a retomada da aliança do grupo com o produtor Tom Allon, com quem a banda não trabalhava desde 1988. Sem recorrer à fórmula fácil de oferecer uma espécie de greatest hits na seleção do repertório, o álbum dispara 11 petardos - entre eles, Painkiller, Hellrider, Death e Eat me Alive - com precisão matadora. A performance da banda soa enérgica e confirma o entrosamento entre os músicos do quinteto.
P.S.: Vocalista do Judas Priest, Rob Halford vai lançar em 26 de outubro de 2009 disco solo com canções natalinas. Editado pelo selo do artista, Metal God Records, Winter Songs reúne inéditas de Halford sobre as festas e alguns clássicos - como Oh Holy Night.

Benson remói canções e estórias com burocracia

Resenha de CD
Título: Songs and
Stories
Artista: George Benson
Gravadora: Concord
Records / Universal Music
Cotação: * * 1/2

Guitarrista que transita com habilidade entre o pop e o jazz, George Benson se mostra bem apático como músico e cantor neste disco que tende para o pop. Produzido por John Burk e Marcus Miller, o CD inclui apresenta covers de músicas de compositores como Smokey Robinson (One Like You, com a guitarra do convidado Lee Ritenour, mas sem pegada), James Taylor (Don't Let me Be Lonely Tonight, com um ligeiro insosso toque latino por conta da participação de músicos brasileiros como Toninho Horta - ao violão - e o percussionista Paulinho da Costa). Basta ouvir Sailing - grande hit radiofônico de Christopher Cross - para perceber que o guitarrista parece ter ligado o piloto automático ao gravar Songs and Stories. Até o material inédito se mostra aquém do histórico do artista. Autor de Give me the Night, um dos maiores sucessos de Benson, Rod Temperton contribuiu timidamente com Family Reunion. Enfim, nada está fora do tom no álbum. Mas nada tampouco consegue prender a atenção do ouvinte neste disco pautado pela correção burocrática. É CD somente para fãs extremados de George Benson.

15 de setembro de 2009

Mika deixa de ser sensação pop no segundo CD

Resenha de CD
Título: The Boy Who Knew Too Much
Artista: Mika
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Fosse o primeiro álbum de Mika, The Boy Who Knew Too Much seria avaliado como o ótimo disco que, a rigor, ele é. Mas o CD - que já vazou na internet antes de chegar às lojas a partir da próxima segunda-feira, 21 de setembro de 2009 - sofre infeliz e inevitavelmente com o peso da cruel comparação com uma das melhores estreias fonográficas de todos os tempos, Life in Cartoon Motion (2007), o festivo álbum de vibe gay que projetou este imigrante libanês radicado na Inglaterra. E o fato é que The Boy Who Knew Too Much não supera Life in Cartoon Motion, ainda que seja paradoxalmente mais bem produzido. Os refrões esfuziantes de Blame It on the Girls e Rain tornam estas faixas candidatas em potencial a reeditar o sucesso de gemas anteriores como Grace Kelly. Mas, como já sinalizara o single We Are Golden (encorpado com coro infantil), a safra 2009 de Mika chega perto, mas não atinge a perfeição pop das músicas de seu primeiro álbum. Sim, dá para identificar em Dr. John e em Good Gone Girl, por exemplo, a mesma vibração que pontuava a anterior Lollipop - a segunda com direito aos falsetes desenvoltos de Mika. Mas nada soa como antes... Há ecos de George Michael em Touches You como havia na anterior My Interpretation. Mas nada soa como antes. Em especial na seara das baladas. I See You (formatada com piano, cordas e coro) e, sobretudo, Pick up of the Floor (outra faixa de produção suntuosa) não roçam a beleza da anterior Any Other World. Embora tenha recorrido novamente ao produtor Greg Wells, Mika ousou não seguir à risca a fórmula do primeiro disco - e isso é um dos méritos de The Boy Who Knew Too Much. O clima de cabaré de Lover Boy, o acento latino-caribenho de Blue Eyes, a ornamentação lúdica de Toy Boy - um destaque de um disco que aborda a infância - e o refinado arranjo vocal de By the Time indicam que Mika evolui e não ambiciona se tornar um clone dele mesmo. O problema é que somente se pode ser a sensação pop uma vez. E Mika o foi em 2007. Por isso, mesmo sendo um bom álbum, The Boy Who Knew Too Much desfaz parte da magia que havia no disco anterior do artista. Pena.

Ana grava com Gadú, Zizi, Roberta e Bethânia

A foto acima registra instante de descontração no encontro de Ana Carolina com Maria Gadú para a gravação do inédito blues Mais que a mim, parceria de Ana com a cantora e compositora italiana Chiara Civello. O dueto vai poder ser conferido no quinto DVD da artista mineira. O blues chegou a ser gravado para o CD N9ve, mas acabou excluído do disco na mixagem. O novo DVD de Ana Carolina vai apresentar duetos da cantora com nomes como Gilberto Gil (que já gravou sua participação no samba Torpedo, gravado por Ana em N9ve com letra de Gil), Maria Bethânia, Roberta Sá, Seu Jorge, Zizi Possi, John Legend, Chiara Civello (na faixa Resta), Esperanza Spalding e Antonio Villeroy, entre outros. Gringo Cardia assina o cenário. Monique Gardenberg dirige o DVD.

Em CD, o encontro caseiro de Amália e Vinicius

Em 1968, o itinerante Vinicius de Moraes (1913 - 1980) tinha decidido passar o Natal em Roma, na Itália. No caminho, foi revisitar Portugal, onde, na noite de 19 de dezembro, teve sua presença celebrada em Lisboa por Amália Rodrigues (1920 - 1999) num sarau realizado na casa da diva fadista, na rua de São Bento, com a presença de vários poetas. Foi uma noite regada a vinho, música e poesia. As duas últimas foram captadas pelo engenheiro de som Hugo Ribeiro através de um microfone escondido numa jarra de flores. A esse registro ao vivo, Amália adicionou algumas gravações de estúdio, inseridas entre as poesias para que se tenha a impressão de que tudo aconteceu na mesma noite. O resultado foi ouvido pelo público em 1970 com a edição do sarau em LP. É a gravação que está sendo editada no Brasil em formato de CD pela gravadora Biscoito Fino. Texto de Jorge Mourinha - reproduzido no encarte - recorda a aventura do registro do sarau. No Brasil, Amália / Vinicius era um título até então raro da vasta discografia do poeta. Biscoito realmente fino...

Sai no Brasil DVD que capta Metallica em Seoul

Em 2006, enquanto fazia o álbum Death Magnetic, o grupo Metallica decidiu dar ligeira escapada dos estúdios para voltar aos palcos. Tal fugida gerou a breve turnê Escape from Studio '06, que transitou apenas pela Europa e pela Ásia. O show feito pela banda em 15 de agosto de 2006 no Olympic Main Stadium, em Seoul, na Coréia, foi captado e originou o DVD Metallica Live in Seoul, lançado no exterior em 2008 e ora editado no Brasil, pela gravadora Coqueiro Verde, neste mês de setembro de 2009. A edição nacional apresenta legendas em português nas falas dos músicos. O roteiro reúne 16 temas. Entre eles, Orion, Battery, Enter Sandman, Frantic e Master of Puppets.

Latino reproduz em DVD a mistureba de 2008

Em 18 e 19 de novembro de 2008, somente três meses depois de lançar o CD Junto e Misturado, Latino reeditou a indigesta mistureba do disco em um show gravado ao vivo no Taiwan Centro de Eventos, em Ribeirão Preto (SP). O registro está sendo editado pela gravadora Som Livre nos formatos de DVD e CD ao vivo. Uns convidados do disco de estúdio, como Perlla e D'Black, também batem ponto na gravação ao vivo. Perlla se junta a Latino em Selinho na Boca (Simarik). Ele reedita dueto na balada Ponto Final. A dupla André & Adriano faz coro em Pancadão ou Sertanejo, faixa que tenta unir o funk com os sons caipiras. No fim, Latino revive seu hit Festa no Apê e o emenda com hits infantis como Ilariê e O Carimbador Maluco. O roteiro, que começa com o Hino Nacional Brasileiro, fecha com sucessos do grupo Mamonas Assassinas em pot-pourri que inclui hit de Tim Maia (1942 - 1998). Junto e Misturado - Fazendo a Festa é o título do DVD (e CD).

14 de setembro de 2009

'Caras & Bocas Internacional' traz hit sertanejo

Por conta do núcleo judeu da trama de Caras & Bocas, a trilha nacional da novela incluiu versão em hebraico de Amor Perfeito - hit do álbum de 1986 de Roberto Carlos - em gravação da dupla Gê e Lilaz. Repetindo a dose, a (boa) trilha internacional da história - editada esta semana em CD pela gravadora Som Livre - traz a mesma dupla numa versão em hebraico de É o Amor, primeiro sucesso da dupla Zezé Di Camargo & Luciano. Assinada por Gê Cardoso com Dênis Porto, a versão de É o Amor é intitulada Ahava. Eis as 16 faixas do disco Caras & Bocas Internacional:
1. Lucky - Jason Mraz & Colbie Caillat
2. Already Gone - Kelly Clarkson
3. Don't Wanna Miss - Lia Weller
4. The Fear - Lily Allen
5. Stand by me - Seal
6. No Other Love - John Legend & Estelle
7. Funky Bahia - Sérgio Mendes (com will.i.am e Siedah Garrett)
8. Fell in Love - Alain Clark
9. Invece No - Laura Pausini
10. If - Daniel Boaventura
11. Ahava - Gê & Lilaz
12. I'll Be There - Av Project (com Itauana Ciribelli e Dan Torres)

13. Your Heart Is as Black as Night - Melody Gardot
14. Lovin' You - Rosanah Fiengo
15. Bewitched - Ronaldo Canto e Mello
16. All About our Love - João Pinheiro (com Marjorie Philibert)

Tributo a Michael em VMA que premia Beyoncé

Uma homenagem a Michael Jackson (1958 - 2009) - prestada com discurso pungente de Madonna e com número musical liderado por Janet Jackson, irmã do cantor - abriu a cerimônia de entrega da edição 2009 do Video Music Awards, da MTV. Realizada no Radio City Music Hall, em Nova York (EUA), na noite de domingo, 13 de setembro de 2009, a cerimônia consagrou Beyoncé, que recebeu o prêmio de Vídeo do Ano pelo clipe de Single Ladies (Put a Ring on It). Como Beyoncé, a cantora Lady Gaga e o grupo Green Day também levaram três troféus no VMA 2009. Eis os vitoriosos:

Vídeo Feminino: You Belong with me - Taylor Swift
Vídeo de Rock: 21 Guns - Green Day
Vídeo Pop: Womanizer - Britney Spears
Vídeo de Hip Hop: We Made You - Eminem
Coreografia: Single Ladies (Put a Ring on It) - Beyoncé
Vídeo Masculino: Live your Life - T.I. & Rihanna
Artista Revelação: Lady Gaga
Vídeo do Ano: Single Ladies (Put a Ring on It) - Beyoncé
Vídeo que merecia astronauta de prata: Sabotage - Beastie Boys
Vídeo Revelação: Lessons Learned - Matt and Kim
Direção de Arte: Paparazzi - Lady Gaga
Fotografia: 21 Guns - Green Day
Direção: 21 Guns - Green Day
Edição: Single Ladies (Put a Ring on It) - Beyonce
Efeitos Especiais: Paparazzi - Lady Gaga

Novela estreia com inédita de Roberto na trilha

A trilha sonora da nova novela Viver a Vida - que estreia na TV Globo nesta segunda-feira, 14 de setembro de 2009 - conta com música inédita de Roberto Carlos, A Mulher que Eu Amo, gravada na voz do próprio Rei (à direita em foto de Luciana Brasil). A música é uma das sete compostas pelo cantor para o disco de inéditas que ele iria lançar no fim do ano e que foi - mais uma vez - adiado. Roberto e Erasmo Carlos até já compuseram a trilha sonora de uma novela (O Bofe, 1972), mas os temas não foram gravados por eles. Portanto, é a primeira vez que uma trilha de novela apresenta música inédita de Roberto. O que garante interesse adicional ao CD que a Som Livre vai pôr nas lojas em outubro. A trilha inclui Mar e Sol (Lokua Kanza e Carlos Rennó), faixa de Gal Costa (gravada em 2005 para o álbum Hoje).

Caetano participa do CD de milongas de Ramil

Com lançamento programado para outubro de 2009, o álbum de milongas de Vitor Ramil conta com a adesão de Caetano Veloso na Milonga de los Morenos, composta por Ramil a partir de poema do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899 - 1986). Ramil musicou dez poemas de Borges do gaúcho João da Cunha Vargas no ritmo da milonga. O disco foi quase todo feito na Argentina, mas a participação de Caetano (com Ramil em estúdio na foto de Ana Ruth Miranda) foi gravada no Brasil. Ramil produziu um DVD que documenta o processo de gravação e que vai acompanhar o CD editado por seu selo Satolep. Além das dez milongas inéditas, há (re)gravações de Deixando o Pago e Milonga de Manuel Flores.

Foto da National Geographic na capa do Weezer

Publicada originalmente em edição da tradicional revista National Geographic, para onde tinha sida enviada por Jason Neely, a foto do cachorro Sidney em inusitado voo foi parar na capa do sétimo álbum de estúdio do grupo Weezer, Raditude, nas lojas a partir de 27 de outubro de 2009. O dono jura que Sidney é fã do Weezer.

13 de setembro de 2009

'Iê Iê Iê' põe Arnaldo na pista pop(ular) dos 60

Resenha de CD
Título: Iê Iê Iê
Artista: Arnaldo Antunes
Gravadora: Rosa Celeste
/ Microservice
Cotação: * * * * 1/2

Um dos grandes compositores projetados na cena pop que emergiu com insuspeita força mercadológica no Brasil ao longo dos anos 80, Arnaldo Antunes por vezes empanou o brilho de sua música com experimentações concretistas como as feitas em seu primeiro CD solo, Nome (1993). Contudo, a discografia solo de Arnaldo foi ficando saborosa desde então. Décimo título de sua obra individual (se incluída na contabilidade a trilha sonora composta para balé do Grupo Corpo e editada em CD), Iê Iê Iê põe Arnaldo na pista pop(ular) ao revisitar com inteligência a música e a cultura pop da primeira metade dos anos 60. Nada tão impensável assim. Afinal, foi como integrante dos Titãs - quando o grupo ainda se chamava Titãs do Iê-Iê - que Arnaldo apareceu em cena e logo se revelou dono de uma das mentes mais criativas do octeto paulista. Sem nunca soar simplista, o repertório de Iê Iê Iê flerta com a simplicidade, perceptível já na deliciosa faixa-título que abre o disco com a assinatura de Arnaldo, Carlinhos Brown e Marisa Monte. Com os parceiros do trio Tribalistas, aliás, Arnaldo compôs também Vem Cá, canção de batida funkeada que enfoca dois jovens em busca de lugar mais sossegado para namorar. O álbum é irrestivelmente dançante, sobretudo em sua primeira parte. Parceria de Arnaldo com Ortinho, A Casa É sua é uma das músicas que se beneficia da sonoridade desencanada obtida pela banda que inclui o baterista Curumim. Distante da sonoridade mais delicada e calcada em cordas que norteou seus dois últimos discos de estúdio, Saiba (2004) e Qualquer (2006), Arnaldo retoma a pegada roqueira em faixas como O Que Você Quiser. A produção de Fernando Catatau faz toda a diferença em Iê Iê Iê, especialmente quando Catatau também atua como guitarrista, como nas faixas Invejoso - destaque do repertório e um hit em potencial - e Envelhecer. Entre referências de trilhas de filmes de faroeste (na balada Um Quilo) e da Jovem Guarda (em Luz Acesa, faixa de romantismo onírico típico do cancioneiro veiculado nas tardes dominicais dos anos 60), o titã apresenta canções como a envolvente Longe (parceria com Marcelo Jeneci e Betão Aguiar, baixista da banda) e Sua Menina (da lavra de Arnaldo com Paulo Miklos e Liminha). Ambas ostentam letras diretas que simplificam a música de Arnaldo Antunes sem banalizar e nivelar seu som por baixo. Nisso reside o maior mérito de Iê Iê Iê, álbum de veia pop.

Detonautas se ajustam bem ao formato acústico

Resenha de CD / DVD
Título: Acústico
Artista: Detonautas
Roque Clube
Gravadora: Sony
Music
Cotação: * * * 1/2

Os projetos acústicos em geral cumprem objetivo revisionista. No caso do CD e DVD Acústico do grupo Detonautas Roque Clube, gravados dentro da estética da MTV mas sem o selo da emissora, o balanço é até oportuno por ajudar a realçar os méritos de uma banda que foi atropelada por tragédia pessoal - o assassinato de seu guitarrista, Rodrigo Netto, em assalto praticado em 4 de junho de 2006 - justamente quando alçava voos artísticos mais altos. A consequência foi um disco melancólico, O Retorno de Saturno (2008), que não obteve a projeção a que fazia jus. Gravado com apuro visual em 28 de abril de 2009 em show no Pólo de Cine e Vídeo, no Rio de Janeiro (RJ), o acústico do Detonautas - que marca a entrada do guitarrista Philippe no grupo - expõe a excelência instrumental do sexteto carioca e dá chance a boas músicas como Sonhos Verdes, ofuscadas pelo peso da tragédia e do som do disco mais ousado do grupo, Psicodeliamorsexo&distorção (2006). Ajustadas ao formato acústico, tais músicas parecem estar mais vocacionadas para o sucesso. Mais até do que as duas inéditas inseridas no roteiro, O Inferno São os Outros e Só Nós 2, com destaque para a primeira, eleita para promover o disco. Vale destacar também a oportuna regravação de Até Quando Esperar? - um sucesso da lendária Plebe Rude que se adequa ao discurso politizado do vocalista Tico Santa Cruz. Foi boa a sacada de convidar Igor Cotrim, do grupo Voluntários da Pátria, para recitar o poema Até Quando? na abertura do número (a poesia é ouvida somente no DVD). Além de ter resultado sedutor, o cover de Até Quando Esperar? joga luz sobre uma banda (a Plebe Rude) que precisa ser mais ouvida pelas novas gerações que consomem o pop rock produzido no Brasil. No DVD, além de making of e de um vídeo escondido, o ouvinte tem a chance também de ouvir outro cover (Mais Uma Vez, a bissexta parceria de Renato Russo com Flávio Venturini) e de ver o dueto virtual de Tico Santa Cruz com Rodrigo Netto em Tudo que Falei Dormindo. Enfim, Acústico é o melhor título da discografia do Detonautas Roque Clube, grupo subestimado na cena pop nacional. Há verdade no som da banda!!

Disco do Tantra com a irmã de Russo é insosso

Resenha de CD
Título: O Fim da Infância
Artista: Carmem
Manfredini & Tantra
Gravadora: LGK Music
/ Som Livre
Cotação: * *

Os primeiros acordes de Luz do Dia, a faixa que abre o CD feito por Carmem Manfredini com o grupo Tantra, dão a sensação de que vai entrar em seguida a voz de Renato Russo (1960 - 1996). Nada a ver com o fato de Carmem ser irmã do mentor da Legião Urbana, mas, sim, com o fato de o álbum O Fim da Infância ter sido produzido por Carlos Trilha, tecladista do Tantra e piloto da discografia solo de Russo. Bem, a despeito de já ter experiência como cantora em Brasília (cidade onde integrou de 1991 a 1997 o Coro Sinfônico Comunitário da UnB e, na sequência, fez parte até 2004 do grupo Spirituals de Porco), Carmem Manfredini tem uma voz tão afinada quanto inexpressiva. Falta aquele algo mais no seu canto, inócuo para uma intérprete que sempre se aventurou pelo blues (e uma das onze músicas do disco, Parábola Blues, evoca esse passado de Carmem). Contudo, verdade seja dita, o maior problema do disco não é o canto apenas correto da vocalista, que faz dueto com o guitarrista Fred Nascimento em Supernovas, mas a irregularidade do repertório inédito assinado pelos músicos do Tantra, grupo formado por Trilha, Fred e o baixista Gian Fabra (três ótimos músicos, diga-se). O destaque absoluto da safra é Mar nos Olhos, de real beleza melódica e poética. Mas ela não é suficiente para tornar o disco sedutor. Para completar, um cover insosso de Virgem - a música de Marina Lima e Antonio Cícero que deu título ao álbum lançado por Marina em 1987 - sinaliza que o interesse do disco se esgota no fato de Carmem ser irmã de Renato Manfredini.

Hori é + um na multidão do pop rock da década

Resenha de CD
Título: (+) Hori
Artista: Hori
Gravadora: Warner Music
Cotação: * *

É difícil identificar qualquer traço de originalidade no pop rock do Hori, o grupo formado por Fiuk em São Paulo (SP), em 2003. Se há, ele foi diluído por Rodrigo Castanho, produtor do primeiro CD da banda, já nas lojas via Warner Music, a gravadora que promove o Hori como "a nova onda do pop rock nacional". A marola feita na mídia vem do fato de Fiuk ser Filipe Galvão, o filho de Fábio Jr. - o que tem garantido exposição adicional ao Hori. Contudo, não é improvável que a banda conquiste fãs num mercado de pop rock que vem projetando nomes como Fresno e Hateen, duas bandas, aliás, que já passaram pelo filtro de Rodrigo Castanho. Depois de um clipe bem veiculado (Pronto pra Atacar, em rotação na MTV em 2006) e de um EP, Hori gravou seu primeiro álbum com a adesão do guitarrista Max Klein, que ingressou na banda no início de 2008. O resultado é que o Hori soa como mais um na multidão de grupos banais de pop rock. (+) Hori, o disco, apresenta 12 músicas em 39 minutos. Entre baladas (Ela) e rocks assépticos (Verdade e O que Eu Sonhava, entre outros), todos devidamente enquadrados numa estética pobre e padronizada, o quinteto confirma a falta de criatividade e de personalidade que norteia boa parte da geração pop brasileira dos anos 2000. Havia identidade nos 80 e nos 90...