Arnaldo dá nomes ao 'Oi' em show-performance
Título: Performance Poética Experimental
Artista: Arnaldo Antunes (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Oi Futuro - Ipanema (RJ)
Local: Oi Futuro - Ipanema (RJ)
Data: 15 de setembro de 2009
Cotação: * * *
No momento em que lança Iê Iê Iê, um disco de tom popular que revitaliza com inteligência os códigos da música pop do início dos anos 60, Arnaldo Antunes reviveu momentaneamente o estilo concretista que norteou seu primeiro CD solo, Nome (1993). Foi no show-performance que inaugurou na noite de terça-feira, 15 de setembro de 2009, a sede do Oi Futuro em Ipanema. Espécie de centro cultural que objetiva a integração das artes, o Oi Futuro ostenta estética gregária condizente com o espírito artístico de Arnaldo, cuja obra musical incorpora elementos de poesia e artes plásticas. Foi a faceta mais experimental - ou cabeça - da arte do múltiplo Arnaldo que se revelou mais uma vez em cena. O titã se apresentou no palco do teatro do Oi Futuro ao lado do guitarrista Edgard Scandurra e do músico Marcelo Jeneci, que se alternou nos teclados e no acordeom. Projeções da artista plástica Márcia Xavier realçaram o tom multimídia pretendido pelo evento social.
Foi sintomaticamente com a faixa-título do álbum Nome que Arnaldo abriu seu show-performance. Na sequência, os versos de O Nome Disso foram recitados enquanto o titã girava um globo terrestre. A palavra ocupou o centro da cena. Daí a voz cavernosa utilizada por Arnaldo para chamar atenção para os versos de Luz. Daí o uso do próprio corpo do artista como um instrumento de percussão ao longo de Não Tem Que. Daí a ênfase na relatividade do conceito de tempo numa das melhores músicas do repertório dos Titãs, intitulada justamente Tempo e lançada por Sandra de Sá em 1988 em bela gravação que contou com a adesão do octeto paulista. Daí a forma crua com que Arnaldo despejou ou cuspiu os versos de Abraça o meu Abraço. É música - e lá estava a guitarra afiadíssima de Scandurra a pontuar os versos - mas é, sobretudo, poesia. Daí também o poema concreto - NOW HERE NOWHERE - escrito por Arnaldo durante o show nos vidros que formavam as paredes laterais do palco. No fim, o ato performático atinge seu clímax quando, ao apresentar o tema O Corpo / Momento XVIII, o artista esconde por todo o corpo, debaixo de suas roupas, várias folhas nas quais estão escritas as palavras Totem e Tabu, numa referência sutil ao livro Totem e Tabu, publicado em 1913 por Sigmund Freud (1856 - 1939). É, Arnaldo Antunes sabe o que fala!!
5 Comments:
No momento em que lança Iê Iê Iê, um disco de tom popular que revitaliza com inteligência os códigos da música pop do início dos anos 60, Arnaldo Antunes reviveu momentaneamente o estilo concretista que norteou seu primeiro CD solo, Nome (1993). Foi no show-performance que inaugurou na noite de terça-feira, 15 de setembro de 2009, a sede do Oi Futuro em Ipanema. Espécie de centro cultural que objetiva a integração das artes, o Oi Futuro ostenta estética gregária condizente com o espírito artístico de Arnaldo, cuja obra musical incorpora elementos de poesia e artes plásticas. Foi a faceta mais experimental - ou cabeça - da arte do múltiplo Arnaldo que se revelou mais uma vez em cena. O titã se apresentou no palco do teatro do Oi Futuro ao lado do guitarrista Edgard Scandurra e do músico Marcelo Jeneci, que se alternou nos teclados e no acordeom. Projeções da artista plástica Márcia Xavier realçaram o tom multimídia pretendido pelo evento social.
Foi sintomaticamente com a faixa-título do álbum Nome que Arnaldo abriu seu show-performance. Na sequência, os versos de O Nome Disso foram recitados enquanto o titã girava um globo terrestre. A palavra ocupou o centro da cena. Daí a voz cavernosa utilizada por Arnaldo para chamar atenção para os versos de Luz. Daí o uso do próprio corpo do artista como um instrumento de percussão ao longo de Não Tem Que. Daí a ênfase na relatividade do conceito de tempo numa das melhores músicas do repertório dos Titãs, intitulada justamente Tempo e lançada por Sandra de Sá em 1988 em bela gravação que contou com a adesão do octeto paulista. Daí a forma crua com que Arnaldo despejou ou cuspiu os versos de Abraça o meu Abraço. É música - e lá estava a guitarra afiadíssima de Scandurra a pontuar os versos - mas é, sobretudo, poesia. Daí também o poema concreto - NOW HERE NOWHERE - escrito por Arnaldo durante o show nos vidros que formavam as paredes laterais do palco. No fim, o ato performático atinge seu clímax quando, ao apresentar o tema O Corpo / Momento XVIII, o artista esconde por todo o corpo, debaixo de suas roupas, várias folhas nas quais estão escritas as palavras Totem e Tabu, numa referência sutil ao livro Totem e Tabu, publicado em 1913 por Sigmund Freud (1856 - 1939). É, Arnaldo Antunes sabe o que fala!!
Esse homem é chato e cabeça demais...
Estou muito interessadoi em ouvir o Novo trabalho do Arnaldo.
Valeu pelo Post!
Anselmo - Minerva Pop
Arnaldo muitas vezes exige uma atençao e uma disposição para entender o não explicitamente dito, que muitas vezes incomoda..Há muita gente preguiçosa por ai...
Sabe o que fala mesmo!
É o melhor da geração dele, mas esse último dele eu não gostei, não.
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