17 de março de 2007

Trinta anos de 'Exodus' rendem reedição e filme

Uma das muitas obras-primas da discografia de Bob Marley, Exodus (foto) completa 30 anos em 2007. Para festejar as três décadas do lançamento do álbum, em 3 de junho de 1977, chegarão ao mercado um filme e uma reedição (luxuosa) do disco - um dos mais influentes da história da música pop. O filme, Arena: Bob Marley's Exodus 77, será exibido pela rede de televisão BBC. Já a reedição do álbum trará libreto com cerca de 200 fotos de Marley e texto que rememora a gênese de músicas como Three Little Birds, One Love / People Get Ready e Jamming. Será edição de colecionador.

Connick realça suingue do jazz de New Orleans

Resenha de CD
Título: Chanson
du

Vieux Carré
Artista: Harry Connick jr
Gravadora:
Universal

Music
Cotação:
* * * *

Terceiro álbum da bela série Connick on Piano, Chanson du Vieux Carré é tributo de Harry Connick Jr ao jazz de New Orleans, berço do pianista. Mas quem brilha no CD não é exatamente o pianista e, sim, o luminoso arranjador. Escorado em big-band, na qual se destacam virtuoses do sopro como o trompetista Leroy Jones e o trombonista Lucien Barbarin, Connick apresenta um disco majestoso e sedutor. Suas orquestrações realçam o suingue de temas como Someday You'll Be Sorry, da lavra seminal de Louis Armstrong. O bom repertório mescla músicas tradicionais do jazz de New Orleans - localidade hoje devastada pelo furacão Katrina - com composições autorais de Connick, como a faixa-título, que exala até um certo lirismo. Para os fãs do gênero, é biscoito finíssimo que merece degustação.

Caio Mesquita toca no CD de estréia de Rafael

Terminada a novela Páginas da Vida, o ator Rafael Almeida - intérprete do pianista Luciano no folhetim de Manoel Carlos - se lança como cantor via EMI. Contratado na gestão do (demitido) presidente Marcos Maynard, Rafael estréia em disco na carona da novela. O primeiro single de seu CD é O Pianista e a Bailarina, um tema oportunista adaptado por Cláudio Rabello - o hitmaker da companhia - da ópera Orfeu e Eurídice, de Christoph W. Gluck.

Em 10 faixas, em sua maioria versões, Rafael recebe convidados como a cantora Tânia Mara e o jovem saxofonista Caio Mesquita (com Rafael em estúdio, na foto de divulgação da EMI). Irmã do cantor, Tânia Mara participa de O Poder de um Olhar. Já Mesquita sopra seu sax em A Nave (Chamada Música), versão de canção italiana. O repertório inclui ainda regravação de Pedacinhos (Bye Bye So Long), hit de Guilherme Arantes em 1984. O sonho da EMI é que Rafael Almeida seja visto no mercado fonográfico como um "Fábio Jr. jovem". Resta saber se Rafael tem o carisma de Fábio Jr.

Cazes grava disco com o cancioneiro de Garoto

Mestre do violão e craque na arte da composição, Aníbal Augusto Sardinha (1905 - 1955) - mais conhecido como Garoto - tem seu repertório regravado pelo cavaquinista Henrique Cazes em CD dividido com o violonista Marcello Gonçalves. Entre os temas, tocados na forma do choro, estão Amoroso, Duas Contas, Gente Humilde e Lamentos no Morro. Na foto de Kélita Myra, Cazes posa no estúdio Tambor, da gravadora carioca Deckdisc, que vai editar o CD, em fase inicial de gravação.

16 de março de 2007

Sapucahy vai produzir o terceiro de Maria Rita

Agora é oficial: como Leandro Sapucahy já vinha revelando informalmente nos bastidores da indústria fonográfica, ele vai mesmo produzir o terceiro álbum de Maria Rita (em foto de Tripolli). Vai ser um disco inteiramente de sambas, como a cantora já disse ter vontade de fazer, com o ritmo carioca em (total) predominância na seleção de repertório. O disco será lançado no segundo semestre, provavelmente em setembro. Com a confirmação de que será ele o piloto do disco de Rita, Sapucahy - que também integra o cast da Warner - ganha upgrade no mercado. Ele vai assumir posto que já foi de Tom Capone (no primeiro CD) e de Lenine (no controvertido Segundo). Que venha o terceiro para renovar o som da cantora!!

Em tempo: a filial brasileira da Warner Music passa por troca de comando. Sérgio Affonso volta à major a partir de 2 de abril para presidir a gravadora, no lugar de Cláudio Condé, que foi demitido.

Yuka produz CD de trio carioca em seu estúdio

Marcelo Yuka decidiu dar um tempo com seu grupo, o F.UR.T.O., mas continua na ativa. Yuka (ao centro, sentado) produz em seu estúdio, Observatório de Ecos, o próximo álbum do trio carioca Djangos, formado por João Aquino (bateria), Lyle (baixo) e Marco Homobono (guitarra e vocal). Intitulado (provisoriamente) Zona Oeste: Vingança, o disco vai trazer no repertório inéditas como Cabra Marcado e Imigrante Ilegal, além de músicas já tocadas em shows pelo grupo - como Eles me Fazem Chorar e Operação São Jorge. O trio mistura rock e reggae / ska com toques eletrônicos.

A bem da verdade, a história de Yuka com os Djangos começou há dez anos. Em 1997, ele produziu demo da banda que levou o trio a integrar um pau-de-sebo da EMI, Paredão, e a lançar o primeiro álbum, Raiva contra Oba Oba, já pela Warner Music, em 1998.

Em tempo: paralelamente, Yuka produz também o segundo CD do grupo carioca Eletrosamba. O disco vai ser lançado ainda este ano.

Universal renova com Zeca e Biscoito pega Luiz

Com direito a um brinde de cerveja, Zeca Pagodinho renovou esta semana contrato com a Universal Music para mais quatro discos. Na foto, o presidente da companhia José Antonio Éboli (à direita) e o vice-presidente artístico Max Pierre (à esquerda) comemoram a renovação dos vínculos da empresa com o sambista, cujo último CD, Acústico MTV 2 - Gafieira, vem obtendo bom desempenho comercial (o anterior, À Vera, vendeu bem aquém do esperado).

Já a Biscoito Fino vai editar o próximo disco de Luiz Melodia. O compositor - que estava sem abrigo desde a troca de diretoria da Indie Records - vai lançar pela gravadora brasileira um projeto de intérprete, em que canta sambas antigos. Alguns são da lavra de Geraldo Pereira - a quem Melodia sempre quis dedicar um álbum.

Berimbrown se irmana com groove black do Rio

Resenha de CD
Título:
Irmandade
Artista:
Berimbrown
Gravadora: Conexão

Black / Distribuidora
Independente
Cotação: * * *

Já com dez anos de estrada, o grupo mineiro Berimbrown é conhecido por transitar pela universo do soul sem esquecer de louvar a origem afro da música negra. No álbum Irmandade, a banda se aproxima dos grooves do movimento Black Rio, que movimentou a cena carioca nos já longínquos anos 70 no embalo da revolução funkeira liderada por James Brown. Não por acaso, o brother Gerson King Combo foi convocado para se juntar ao Berimbrown em A Massa Quer Som, destaque deste bom disco que saúda os bailes das periferias em Brilho da Cera, põe rap no compasso de samba-enredo clássico (Heróis da Liberdade, defendido pelo Império Serrano em 1963), recria antenada música de Gilberto Gil (Parabolicamará, 1992), passeia pelo reggae (Carumbé), afia os tambores na releitura de Fé Cega, Faca Amolada (com a adesão do autor, Milton Nascimento) e volta às raízes ao cantar o tema Djebola em dialeto africano. Ao se irmanar com as variadas conexões nacionais da música negra, o Berimbrown mostra o fôlego e a originalidade da esquina mineira.

15 de março de 2007

Trilha de 'Maria Antonieta' é pop como o filme

Em seu polêmico filme Maria Antonieta, que vai entrar em cartaz nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira, 16 de março, a diretora Sofia Coppola tenta oferecer visão pop da nobre austríaca que seduziu a corte francesa do século 18 e acabou virando (controversa) rainha. Daí a trilha sonora igualmente pop do filme. Editado no Brasil esta semana pela Universal Music, o CD duplo agrupa 26 sucessos de nomes como The Strokes (What Ever Happened), New Order (Ceremony), The Cure (Plainsong e All Cats Are Grey) e o duo Air (Il Secondo Giorno), entre alguns temas eruditos. Brian Reitzell é o produtor da (boa) trilha, que inclui Gang of Four e The Radio Dept.

Após covers, Rush volta com inéditas em maio

Depois de lançar EP de covers, Feedback, o trio canadense Rush apresenta em 1º de maio um novo álbum de inéditas, Snakes & Arrows. O primeiro single do CD é Far Cry. Entre as 13 faixas, há músicas como Hope, Faithless, Bravest Face, We Hold on, Good News First, The Larger Bowl, Spindrift e Maligant Narcissism. 10!

Márcia planeja DVD e CD ao vivo no Pelourinho

Projetada como vocalista da banda Cheiro de Amor, Márcia Freire (em foto de seu site oficial) quer retomar sua discografia solo com a gravação de DVD e CD ao vivo no Pelourinho, ponto turístico do Centro Histórico de Salvador (BA). A filmagem está planejada para abril. No repertório, músicas como Tipo Nativo, Dançar Merengue, É o Ouro! e Roda Baiana. A intenção é reunir convidados na gravação. O último disco da cantora, Timbalayê, foi editado em 2000. Márcia Freire chegou a anunciar a gravação de um tributo ao compositor Gerônimo, mas este projeto não foi concretizado.

Ben Jor recebe Gal, Tim, Baby e Zico em DVD

A Biscoito Fino vai lançar - no fim de março - o segundo DVD de Jorge Ben Jor, Energia (foto). Diferentemente do primeiro, editado em 2001 pela Universal Music, o Zé Pretinho não aparece sentado no banquinho típico dos acústicos da MTV. Energia traz o registro do especial homônimo exibido pela Rede Globo em 1982, época em que Ben Jor pertencia ao cast da Som Livre e badalava seu também homônimo LP. Em show no Teatro Fênix, o cantor recebe convidados como Baby do Brasil (Todo Dia Era Dia de Índio), Caetano Veloso (Ive Brussel), Fábio Jr. (Katarina, Katarina), Tim Maia (Lorraine) e a bateria da escola carioca Acadêmicos do Salgueiro (em O Dia em que o Sol Declarou seu Amor pela Terra). Gal Costa - que estava na platéia - subiu ao palco para cantar com Jorge Que Pena (Ela Já Não Gosta Mais de mim), tema que gravara em 1969 em dueto com Caetano. Detalhe: a intervenção de Gal poderá ser vista no making of, nos extras do DVD - assim como a participação de Zico em Para que Digladiar?.

14 de março de 2007

EMI explora sucesso de Corinne com DVD e CD

Uma das poucas artistas da EMI Music a ganhar expressiva projeção mundial e a vender muito disco em 2006, Corinne Bailey Rae fez grande sucesso no Brasil por causa da inclusão do hit Put your Records on - destaque de seu primeiro álbum - na trilha sonora internacional da novela Páginas da Vida. Ainda no embalo do estouro radiofônico da bela música, a gravadora manda outra faixa do disco para as emissoras brasileiras, Like a Star, ao mesmo tempo em que lança o pacote de DVD + CD Live in London & New York (foto). O DVD foi gravado em show na capital da Inglaterra. Já o CD foi registrado no Webster Hall, em Nova York (EUA), em 2 de abril de 2006, em apresentação de Rae que será exibida no Brasil pelo canal Multishow em data próxima.

Felipe Dylon grava hit do Rádio Táxi para trilha

Embora ainda não tenha lançado o CD com a (ótima) trilha sonora de Vidas Opostas, baseada na obra de Chico Buarque, a Rede Record já prepara a seleção musical de sua nova novela, Luz do Sol, que vai estrear em 21 de março. Felipe Dylon (foto) - que foi à Justiça contra a EMI pelo direito de editar CD com músicas de sua autoria - aceitou regravar Garota Dourada, hit do grupo Rádio Táxi nos anos 80, para a trilha de Luz do Sol. A canção pop casa bem com a eterna aparência de surfista de Dylon, cujo disco autoral saiu sem obter repercussão.

Viagem poética pelo universo noturno de Maysa

Resenha de livro
Título:
Meu Mundo Caiu

- A Bossa e a Fossa de Maysa
Autor: Eduardo Logullo
Editora: Novo Século
Cotação: * *

Ouça: primeira das duas biografias de Maysa a chegar às livrarias em 2007 por conta dos 30 anos da morte da cantora, em janeiro de 1977, Meu Mundo Caiu não é pautada pelo levantamento rigoroso de dados sobre a vida e a obra da intérprete. É, antes, uma viagem cheia de licenças poéticas pelo universo noturno dessa artista que bebeu, cantou e viveu demais. Jornalista e roteirista, o biógrafo Eduardo Logullo escreveu um texto livre dos cânones do gênero e conduz a narrativa com certa fluência. A superficialidade da exposição dos fatos da infância e da adolescência de Maysa é compensada com a lúcida análise crítica da sociedade da época e dos discos gravados pela intérprete. O autor não desempenha o papel de fã. Fica nítido seu encantamento pela personalidade determinada e moleca de Maysa, mas nem por isso são amenizados os desvios de conduta de uma artista que fez tudo o que quis na vida e na música. Nesta, Maysa oscilou entre o universo sentimental que moldou sua obra - a partir da série de quatro discos Convite para Ouvir Maysa, lançada pela gravadora RGE entre 1956 e 1959 - e a modernidade bossa-novista, cuja onda pegou ao gravar em 1961 o fino álbum O Barquinho, com um repertório arejado criado por seu amor na época, Ronaldo Bôscoli - o que enciumou, com razão, a namorada oficial de Bôscoli, Nara Leão, já vista como a musa da Bossa Nova.

De bar em bar, de gravadora em gravadora (passou por todas as grandes), Maysa viveu altos e baixos musicais e existenciais. Com prefácio terno e sensível de Gal Costa, que relata sua amizade com Maysa nos últimos anos de vida da colega que conheceu no trem, Meu Mundo Caiu eleva a gangorra emocional que impulsionou a trajetória da autora de Ouça e Resposta. Sem cerimônia, porém com o devido crédito, o autor reproduz integralmente a entrevista concedida por Maysa à revista Ele & Ela, em agosto de 1975, e o trecho da biografia de Ronaldo Bôscoli em que o compositor, pivô da rivalidade instantânea entre Maysa e Elis Regina, expõe a rica vivência com a cantora que lhe pregou peças memoráveis como a vez em que fez Bôscoli e Menescal, sem dinheiro, pegarem um táxi até São Paulo para baterem com a cara na porta. O mundo intenso de Maysa nunca caiu na vala comum do cotidiano trivial. Embora sem o rigor exigido dos biógrafos (a discografia, por exemplo, é falha ao omitir LP histórico como O Barquinho), Logullo expõe em sua narrativa o permanente estado de ebulição, intransferível e pessoal, em que viveu Maysa - com seus oceanos não-pacíficos.

Sony vai dividir os dois quartos de Ana Carolina

Já que a (boa) tiragem inicial de 75 mil cópias do disco duplo de Ana Carolina, Dois Quartos, não saiu das lojas com a velocidade esperada pela Sony BMG, a gravadora vai desmembrar o álbum. Chegarão às lojas - em breve - edições avulsas dos dois volumes, Quarto 1 e Quarto 2, vendidos separadamente. A estratégica decisão foi tomada a tempo de aproveitar a exposição da cantora (em foto de André Schiliró) na trilha da novela Paraíso Tropical, na qual Ana emplacou três músicas: Carvão (na sua voz), Ruas de Outono (em gravação de Gal Costa) e Cabide (com Mart'nália, em fonograma do disco Menino do Rio).

13 de março de 2007

Solos de Waters reeditados na carona de turnê

Dois (bons) CDs solos de Roger Waters são de novo reeditados no Brasil - pela Sony BMG - no embalo da turnê The Dark Side of the Moon, que chega ao Rio e a São Paulo em 23 e 24 de março. The Pros and Cons of Hitch Hicking saiu originalmente em 1984 e foi o primeiro trabalho individual do artista após sua deserção do Pink Floyd. Trata-se de álbum conceitual de caráter emocional que contou com a adesão do guitarrista Eric Clapton. Já Amused to Death (foto), o terceiro solo de Waters, saiu em 1992 e trouxe outro craque da guitarra, Jeff Beck, em faixas como It's a Miracle. O disco exibiu tom mais político. E Waters evocou o som do Pink Floyd em temas como Three Wishes e What God Wants. Vale ter!!!

Balada e rock 70 no 'revival' de Good Charlotte

Em seu quarto álbum, Good Morning Revival, o grupo Good Charlotte - criação dos irmãos Joel e Benji Madden - deixa um pouco de lado seu punk de butique para investir em baladas e rocks à moda dos anos 70. O destaque inicial do inédito repertório - produzido por Don Gilmore, que assinou álbuns de Avril Lavigne e de Linkin Park - é Keep your Hands Off my Girl, já um sucesso no You Tube. Entre as 13 faixas, há rock (Broken Hearts Parade) e balada lacrimosa (Where We Would We Be?). Outras músicas são Misery, March on e The River. Good Morning Revival será lançado em escala mundial, ainda neste mês de março, pela major Sony BMG.

Tianastácia reafirma pegada pop em 'Orange 7'

Resenha de CD
Título: Orange 7
Artista: Tianastácia
Gravadora: Independente
Cotação:
* * *

A referência ao filme Laranja Mecânica no nome do disco, Orange 7, e na arte gráfica do título não deve assustar fãs da Tianastácia. Longe de querer fazer um som cabeça, o quinteto mineiro reafirma em seu sétimo disco a pegada pop que rendeu, em 2006, hit ao Jota Quest, O Sol. Terceira música mais tocada nas rádios no ano passado, a balada não é da lavra de Rogério Flausino, mas de Antônio Júlio Nastácia, guitarrista (e compositor) da Tianastácia. A propósito, Jota e Cia. devem prestar especial atenção em Luz do Sol. O pop rock lançado pelo quinteto em Orange 7 tem brilhante batida radiofônica. É hit nato. Assim como Garota de Ipanema, não o standard mundial de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, mas o alegre rock homônimo de Antônio Júlio Nastácia e Beto Nastácia que traz na levada um quê de rap e repente que contagia à primeira audição. Entre 11 coesas inéditas, há baladas (O Grito e Em Primeiro Lugar, Amor), música instrumental (Circus) e temas desencanados como Essa Menina. Tem muita banda de primeiro escalão que não consegue mais fazer brilhar a luz solar que esquenta este sétimo disco da Tianastácia.

CD populista esvazia obra então nobre de Dudu

Resenha de CD
Título: Os Mais Belos

Sambas-enredo de Todos
os Tempos
Artista: Dudu Nobre
Gravadora: Universal

Cotação: * *

O sexto disco de Dudu Nobre é um exemplo da capacidade de uma gravadora multinacional, no caso a Universal Music, esvaziar a carreira de um artista. Em 2005, o sambista lançou o estupendo CD de inéditas Festa em meu Coração, que superou o álbum (À Vera) editado pelo mestre de Dudu - Zeca Pagodinho - no mesmo ano. Sem o investimento devido da major Sony BMG, Festa em meu Coração não aconteceu e seu intérprete foi dispensado da companhia, encontrando abrigo na concorrente. Infelizmente, foi levado a fazer um CD de tom populista, Os Mais Belos Sambas-Enredo de Todos os Tempos (posto nas lojas já fora de época).

A má idéia foi regravar 12 sambas-enredos escolhidos em votação popular realizada em três apresentações de Dudu Nobre no global Domingão do Faustão (em cada programa, Dudu cantou doze sambas e o público elegeu quatro). A produção ficou a cargo do já tarimbado Rildo Hora, que levantou a carreira de Zeca Pagodinho quando ele ingressou na Universal em 1995. Mas nem Rildo salva o disco da mesmice. A seleção é bem óbvia, com exceção de um ou outro samba-enredo como Menininha do Gantois (Mocidade Independente de Padre Miguel, 1976). E todos os (belos) sambas já mereceram registros fonográficos mais animados - inclusive porque alguns, casos de É Hoje (União da Ilha do Governador, 1982) e Kizomba, A Festa da Raça (Unidos de Vila Isabel, 1988), já são bem batidos. Fica muito difícil para Dudu recriar a criação...

Com produção luxuosa, Rildo Hora tenta dar um colorido especial aos sambas. Que pode ser o acordeom ouvido ao fim de Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976). Ou a gaita tocada pelo próprio Rildo na introdução de O Amanhã (União da Ilha do Governador, 1978) e no bem mais recente Sonhar Não Custa Nada! Ou Quase Nada... (Mocidade Independente de Padre Miguel, 1992). Ou ainda o tom erudito da introdução de Peguei um Ita no Norte (hit do Salgueiro em 1993), arranjado com violinos. Só que nem esses toques - nem tão originais, afinal - conseguem amenizar o caráter popularesco de um disco que está aquém da obra jovial de Dudu Nobre. É para frente que se anda!! Mas Dudu parece ter dado um passo para trás.

12 de março de 2007

Bublé regrava Cohen e Mancini no quarto disco

Agendado para maio, o quarto álbum de Michael Bublé, Call me Irresponsible, trará no repertório músicas de Leonardo Cohen (I'm your Man) e Henry Mancini (It Had Better Be Tonight). Já a faixa-título é de autoria Sammy Cahn & Jimmy Van Heusen. Bublé assina temas como Lost e Everything. O CD sai via Warner Music. Em tempo: Ivan Lins faz dueto com Bublé em Wonderful Tonight.

Em debate, a chapa quente do mercado musical

É certo que as piratarias física e virtual de CDs jogaram balde de gelo e água fria na indústria fonográfica, mas o mercado da música está fervendo com mil revoluções por minuto na área tecnológica e no universo da internet. A fervura motivou a criação de Música Chappa Quente, ciclo que promove debates semanais em quatro universidades do Rio a partir desta quarta-feira, 14 de março, até 4 de abril, com entrada franca. Os debatedores serão profissionais ligados ao mercado e aos temas específicos. Confira o calendário:

14 de março na PUC-RJ
9h - Cadeia Produtiva da Música no Estado do Rio de Janeiro
14h -
Pós-Jornalismo: Blogs e Internet 2.0

21 de março na UFRJ (Salão Dourado do FCC)
9h -
Rádios on-line e podcasts: De Ouvinte a programador
14h -
Youtube, Myspace, Napster, iTunes: As novas plataformas

28 de março no auditório da ESPM
9h -
Artistas S/A
14h -
Novos consumidores e novas formas de marketing

04 de abril na Uerj (Teatro Noel Rosa)
9h -
Mercado independente: experiências e viabilizações
14h - O direito autoral da nova música

Fagner lança novas em 'Fortaleza' via Som Livre

Apesar de ter chegado a negociar em 2006 com a Deckdisc, Fagner (foto) acabou acertando com a Som Livre a distribuição de seu próximo álbum de inéditas, Fortaleza. O título, de duplo sentido, remete também ao fato de o disco ter sido inteiramente gravado na capital do Ceará, onde o cantor e compositor está radicado nos últimos anos. O CD anterior de Fagner, Donos do Brasil, saiu em 2004 pela Indie Records, sem a merecida repercussão comercial. A chegada às lojas do CD Fortaleza está programada para abril.

Nana 'reinventa' os sambas-canções de Caymmi

Quem Inventou o Amor é o belo nome do CD em que Nana Caymmi (em foto de Lívio Campos) regrava os sambas-canções do pai, Dorival Caymmi. O título foi extraído de um verso de Nem Eu, samba-canção de 1952. Outra faixa é Você Não Sabe Amar, um samba-canção de 1950 que a cantora já havia incluído em seu primeiro songbook com a obra de Dorival, O Mar e o Tempo (2002), e que quis regravar para Quem Inventou o Amor em versão que já pode ser ouvida na trilha sonora nacional da novela Paraíso Tropical. O quarto tributo consecutivo de Nana ao pai chegará às lojas em abril, via Som Livre. O produtor é José Milton.

11 de março de 2007

Kassin e Caldato assinam terceiro CD de Mata

Já quase pronto, em fase de produção de capa, o terceiro álbum de Vanessa da Mata (em foto de Leonardo Aversa) tem produção dividida entre Kassin e Mario Caldato. A cantora não repetiu sua parceria com Liminha, que pilotou Essa Boneca Tem Manual (2004) e colaborou em Vanessa da Mata (2002). O lançamento já está previsto pela Sony BMG para abril ou - no máximo... - maio.

'Polaróides' põe em foco três gravações inéditas

Coletânea recém-editada pelo criterioso selo Dubas Música, Polaróides põe em foco três gravações inéditas da lavra refinada de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos - as três feitas por Celso. Meu Tudo pra Mim ganha o seu primeiro registro fonográfico. Já a bela Sorte é releitura - em voz e violão - da canção gravada por Gal Costa em 1985, no álbum Bem Bom, em dueto com seu amigo Caetano Veloso. Por sua vez, A Noite É meu Ópio é regravação da música lançada por Nana Caymmi no álbum Alma Serena, de 1996. Há ainda um fonograma inédito no Brasil, My Broken Heart, extraído do CD Rive Gauche Rio, editado por Celso em 2005 na Europa. Faixas inéditas à parte, Polaróides rebobina canções da trilogia fonográfica da dupla Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, iniciada com Sorte (1994), continuada com Paradiso (1997) e concluída com Juventude / Slow Motion Bossa Nova (2001). Biscoito fino!!

Mário Reis ganha tributo de Navas (com Tetê)

Cantor habitualmente citado como um precursor de João Gilberto por seu pioneiro estilo intimista, ainda que o papa da Bossa Nova gostasse mais da divisão de Orlando Silva (1915 - 1978), Mário Reis (1907 - 1981) tem seu repertório recriado em disco pelo cantor paulista Carlos Navas. Com lançamento agendado para maio, Quando o Samba Acabou - Dedicado a Mário Reis traz a voz de Tetê Espíndola na marcha Joujoux e Balangandãs, de Lamartine Babo (1904 - 1963). Já de Noel Rosa (1910 - 1937), de quem Reis foi grande intérprete, o repertório traz Meu Barracão. O CD vai sair no ano do centenário de nascimento de Mário Reis.

De volta ao circuito indie, Natiruts badala DVD

Há dez anos, o grupo Natiruts - na época chamado Nativus - dominava as paradas nacionais com o reggae Presente de um Beija-Flor, cujo estouro inicial na cena indie motivou a contratação da banda pela EMI e a reedição oficial do álbum Nativus (1997). Uma década depois, de volta ao já oficializado circuito indie, o Natirus promove o lançamento de seu primeiro bom projeto ao vivo, Reggae Power ao Vivo, editado em CD duplo e em DVD (foto) pela Orbeat Music. CD e DVD trazem as 23 músicas gravadas em show feito pelo grupo em 1º de setembro de 2006 na casa Credicard Hall em São Paulo (SP). A inédita Natiruts Reggae Power (Sambaton) puxa o caloroso registro. No roteiro, há hits como Verbalize, Liberdade pra Dentro da Cabeça, O Carcará e a Rosa, Meu Reggae É Roots e - é claro! - Presente de um Beija-Flor.