CD populista esvazia obra então nobre de Dudu
Resenha de CD
Título: Os Mais Belos
Sambas-enredo de Todos
os Tempos
Artista: Dudu Nobre
Gravadora: Universal
Cotação: * *
O sexto disco de Dudu Nobre é um exemplo da capacidade de uma gravadora multinacional, no caso a Universal Music, esvaziar a carreira de um artista. Em 2005, o sambista lançou o estupendo CD de inéditas Festa em meu Coração, que superou o álbum (À Vera) editado pelo mestre de Dudu - Zeca Pagodinho - no mesmo ano. Sem o investimento devido da major Sony BMG, Festa em meu Coração não aconteceu e seu intérprete foi dispensado da companhia, encontrando abrigo na concorrente. Infelizmente, foi levado a fazer um CD de tom populista, Os Mais Belos Sambas-Enredo de Todos os Tempos (posto nas lojas já fora de época).
A má idéia foi regravar 12 sambas-enredos escolhidos em votação popular realizada em três apresentações de Dudu Nobre no global Domingão do Faustão (em cada programa, Dudu cantou doze sambas e o público elegeu quatro). A produção ficou a cargo do já tarimbado Rildo Hora, que levantou a carreira de Zeca Pagodinho quando ele ingressou na Universal em 1995. Mas nem Rildo salva o disco da mesmice. A seleção é bem óbvia, com exceção de um ou outro samba-enredo como Menininha do Gantois (Mocidade Independente de Padre Miguel, 1976). E todos os (belos) sambas já mereceram registros fonográficos mais animados - inclusive porque alguns, casos de É Hoje (União da Ilha do Governador, 1982) e Kizomba, A Festa da Raça (Unidos de Vila Isabel, 1988), já são bem batidos. Fica muito difícil para Dudu recriar a criação...
Com produção luxuosa, Rildo Hora tenta dar um colorido especial aos sambas. Que pode ser o acordeom ouvido ao fim de Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976). Ou a gaita tocada pelo próprio Rildo na introdução de O Amanhã (União da Ilha do Governador, 1978) e no bem mais recente Sonhar Não Custa Nada! Ou Quase Nada... (Mocidade Independente de Padre Miguel, 1992). Ou ainda o tom erudito da introdução de Peguei um Ita no Norte (hit do Salgueiro em 1993), arranjado com violinos. Só que nem esses toques - nem tão originais, afinal - conseguem amenizar o caráter popularesco de um disco que está aquém da obra jovial de Dudu Nobre. É para frente que se anda!! Mas Dudu parece ter dado um passo para trás.
Título: Os Mais Belos
Sambas-enredo de Todos
os Tempos
Artista: Dudu Nobre
Gravadora: Universal
Cotação: * *
O sexto disco de Dudu Nobre é um exemplo da capacidade de uma gravadora multinacional, no caso a Universal Music, esvaziar a carreira de um artista. Em 2005, o sambista lançou o estupendo CD de inéditas Festa em meu Coração, que superou o álbum (À Vera) editado pelo mestre de Dudu - Zeca Pagodinho - no mesmo ano. Sem o investimento devido da major Sony BMG, Festa em meu Coração não aconteceu e seu intérprete foi dispensado da companhia, encontrando abrigo na concorrente. Infelizmente, foi levado a fazer um CD de tom populista, Os Mais Belos Sambas-Enredo de Todos os Tempos (posto nas lojas já fora de época).
A má idéia foi regravar 12 sambas-enredos escolhidos em votação popular realizada em três apresentações de Dudu Nobre no global Domingão do Faustão (em cada programa, Dudu cantou doze sambas e o público elegeu quatro). A produção ficou a cargo do já tarimbado Rildo Hora, que levantou a carreira de Zeca Pagodinho quando ele ingressou na Universal em 1995. Mas nem Rildo salva o disco da mesmice. A seleção é bem óbvia, com exceção de um ou outro samba-enredo como Menininha do Gantois (Mocidade Independente de Padre Miguel, 1976). E todos os (belos) sambas já mereceram registros fonográficos mais animados - inclusive porque alguns, casos de É Hoje (União da Ilha do Governador, 1982) e Kizomba, A Festa da Raça (Unidos de Vila Isabel, 1988), já são bem batidos. Fica muito difícil para Dudu recriar a criação...
Com produção luxuosa, Rildo Hora tenta dar um colorido especial aos sambas. Que pode ser o acordeom ouvido ao fim de Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976). Ou a gaita tocada pelo próprio Rildo na introdução de O Amanhã (União da Ilha do Governador, 1978) e no bem mais recente Sonhar Não Custa Nada! Ou Quase Nada... (Mocidade Independente de Padre Miguel, 1992). Ou ainda o tom erudito da introdução de Peguei um Ita no Norte (hit do Salgueiro em 1993), arranjado com violinos. Só que nem esses toques - nem tão originais, afinal - conseguem amenizar o caráter popularesco de um disco que está aquém da obra jovial de Dudu Nobre. É para frente que se anda!! Mas Dudu parece ter dado um passo para trás.
10 Comments:
e me parece que o 'crítico' de antemão já não gostou da idéia. claro que ia falar mal do disco.
rosemberg
mauro,quando você postou essa noticia no seu blog,antes do carnaval, quase todos os comentários diziam isso,que o dudu iria gravar uma seleção obvia de sambas enredos.
outra coisa, eu não acredito que o samba "menininha do gatois" tenha sido escolhido pelo publico do faustão, deve ter entrado apenas como uma forma de tornar menos obvio o repertório já tão batido desse cd.
vai ser muito dificil esse cd vender,porque o espírito momesco já passou a muito tempo.
pobre dudu.
memoria_pele@hotmamil.com
concordo com vc, Rosemberg, em tudo.
Lamento a presença de sambas como Sonhar não custa nada ou quase nada, da Mocidade de 92 e Peguei um Ita no Norte, do Salgueiro de 93 ficarem dentro do projeto e sambas como: Domingo (União da Ilha 77), Heróis da Liberdade (Império Serrano 69) e Sonho de um Sonho (Vila 80) ficarem de fora (sambas clássicos que muitos já regravaram). Estes últimos são sambas infinitamente superiores. Cupa da escolha popular. Mas o repertório não está ruim não, tem sambas muito bons como Liberdade, liberdade (Imperatriz 89), Bumbum paticumbum prugurundum (Império 82) e Os sertões (Em Cima da Hora 76), para citar alguns. E os dois que citei no início não comprometem, e precisava de um "carro chefe" como o Explode Coração para tentar driblar o erro estratégico da gravadora em lançá-lo no período pós-folia. São dois sambas bastante conhecidos.
Faltou muito samba-enredo bom. Dos recentes, destacaria: Gbala, Viagem ao Templo da Criação e Muito prazer, Isabel de Bragança e Drummond Rosa da Silva, mas pode me chamar de Vila (Vila 93 e 94, respectivamente), O dono da Terra e Agudás (Unidos da Tijuca 99 e 2003, respectivamente), No mundo da Lua e Madeira Mamoré (Grande Rio 93 e 97), Agotime e Manôa (Beija-Flor 2001 e 2004), Salgueiro (E por que não de 87), .... tem muitos sambas bons (ME ESCOLHAM DA PRÓXIMA VEZ, rsrs)
Mas espero que emplaque, pois o GÊNERO precisava ser revisitado.
Parabenizo o Dudu, Rildo e a gravadora pela iniciativa, pena lançarem somente agora.
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
E para os afccionados em sambas-enredo vale lembrar que em 2008, a tradicional escola Em Cima da Hora, reeditará o samba clássico 33-Destino D Pedro II, gravado pela inesquecível Jovelina Pérola Negra no lp/cd Sangue Bom, de 1991.
retificando: culpa
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Seria bom que este cidadão tomasse um chá de sumisso, pois não faz falta nenhuma, ou pelo menos fizesse umas aulas de canto.
Mauro acabei de ler que o Dudu pretende gravar um DVD, no meio do ano, com as 24 canções que foram ao ar no Faustão. "Todos os sambas são muito marcantes. Ainda não tenho nada definido, mas devo gravar o show aqui no Rio. Não porque os sambas são de escolas cariocas. Aliás, essas músicas fizeram tanto sucesso que podem ser consideradas do Brasil todo", acredita Dudu.
Você pode confirmar? Um abraço,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Trabalho populista. Típico de um sambista menor. Já está mais do que na hora dele libertar do $$$ das gravadoras e produzir discos de qualidade. Povo mercenário.
PResidente
Quando é que o Rildo Hora vai se aposentar e parar de pagar mico nas gravações do DVD, fazendo-se passar por Maestro? Quanto ego, putz...
Isso sem falar nos arranjos meio quadrados e comerciais.
Costinha
Só de olhar a capa já irrita.
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