11 de agosto de 2007

Arantes recicla hits em tom íntimo e esmaecido

Resenha de CD / DVD
Título: Intimidade
Artista: Guilherme Arantes
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * 1/2

"Eu era MPB. Eu me adaptei ao pop para vender. Cheia de Charme é muito bossa nova", caracteriza Guilherme Arantes, em entrevista feita para os extras deste DVD em que rebobina seus hits em clima íntimo e acústico. A rigor, Arantes sempre transitou entre a MPB e o pop, só que - diferentemente de Lulu Santos, outro hitmaker de mão cheia - o autor de O Melhor Vai Começar nunca conseguiu se inserir na geração 80 que gerou e sedimentou o mercado nacional de pop rock. Mesmo quando adotou acento tecnopop tão ao gosto daquela década, como na gravação de Cheia de Charme, Arantes não adquiriu o status de fazer parte da turma que arejou a música brasileira na época. Contudo, sua obra autoral tem resistido bem ao tempo por sua beleza melódica. Infelizmente, nestes CD e DVD Intimidade, ela não reaparece no melhor de sua forma. A idéia foi simplificar as harmonias e desossar os arranjos com gravações realizadas no estúdio Coaxo do Sapo, em Salvador (BA). Só que, no processo, várias músicas - sobretudo as que tinham a tal pulsação pop, como Deixa Chover, Lance Legal e Fã Número 1 - perderam boa parte de seu encanto neste tom íntimo e esmaecido. Inclusive porque a voz de Arantes perdeu potência nos últimos anos... Se o repertório dá farta amostra da inspiração do autor (Planeta Água, Coisas do Brasil, Pedacinhos, Amanhã, Brincar de Viver, Sob o Efeito de um Olhar), o registro em si não faz jus à obra. Prefira uma coletânea com as gravações originais. Pop ou MPB, tais gravações são belas.

Caetano faz 65 anos sem se deixar envelhecer...

Caetano Veloso completou 65 anos na terça-feira, 7 de agosto. E basta ver a capa (foto) da nova edição da revista Rolling Stone - que publica boa entrevista com o cantor - para perceber que o velho baiano, sim, continua em plena efervescência. Quatro décadas depois de reunir e embaralhar os dados da pop geléia geral brasileira com a Tropicália, movimento do qual foi o principal articulador e pensador, o compositor ainda desperta polêmicas e divide opiniões, fazendo sempre o que (não) se espera dele. Como o álbum (2006), por exemplo. Um disco de atmosfera roqueira que transpira sexo e se contrapõe ao tom mais senhoril de (belos) trabalhos anteriores como o personalíssimo songbook da canção americana A Foreign Sound (2004). Um CD de caráter jovial... Na contramão da irmã Maria Bethânia, artista de comportamento mais recluso que somente entra no centro da roda para promover discos e shows, Caetano Veloso já gera notícia por si só. Por uma opinião mais contundente, uma atitude mais radical, um figurino mais ousado ou mesmo por eventuais explosões que parecem até calculadas, sem o caráter passional normalmente associado a um rompante. Enfim, por ser o Caetano Veloso... E, por mais que isso irrite seus desafetos, há mérito também em se manter importante, em saber manipular a mídia, em não se deixar envelhecer no pior sentido do termo. O compositor parece ser acompanhado por uma permanente nostalgia da modernidade (tanto que ele sempre se antecipa e elogia jovens talentos, se posicionando sempre ao lado do novo). Aos 65 anos, o artista se recusa a figurar no museu da MPB, datado, à espera de reconhecimento alheio que poderia até nunca vir. Aos 65 anos, o baiano Caetano Veloso ainda não ficou velho...

Tributo a Dolores inclui a irmã da compositora

A irmã mais nova de Dolores Duran (1930 - 1958), Denise Duran, volta ao disco - após breve carreira como cantora, nos anos 60 - em tributo à compositora de A Noite do meu Bem. Denise (em foto de Cláudio Alves) integra um elenco que inclui ainda Fagner, Fafá de Belém, Wanderléa, Fátima Guedes, Tito Madi, Tetê Espíndola, Dóris Monteiro, Pery Ribeiro, Zezé Motta e Cláudia Telles, entre outros artistas. A produção do disco é de Thiago Marques Luiz. O álbum vai ser lançado até o fim do ano pela gravadora Lua Music.

Luiza Possi no 'Verão e Inferno' de Ana Carolina

Verão e Inferno é o título da inédita de Ana Carolina que Luiza Possi vai lançar no DVD e CD gravados ao vivo no Teatro Municipal de Niterói (RJ). Jorge Vercilo contribuiu para o repertório com Rastro de Cometa. Na foto de Letícia Vinhas, a cantora faz duo com Herbert Vianna no medley que une Quase um Segundo (do repertório dos Paralamas do Sucesso) e Calling You, a música do filme Bagdad Café. Para os extras, a filha de Zizi Possi cantou Pequeno Imprevisto com Herbert. Sai este semestre.

10 de agosto de 2007

MTV não tira a pegada 'teen' de Sandy e Junior

Resenha de CD
Título: Acústico MTV Sandy e Junior
Artista: Sandy e Junior
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * 1/2

A chegada às lojas das 60 mil cópias iniciais do razoável CD Acústico MTV - Sandy e Junior nesta sexta-feira, 10 de agosto, marca o começo do fim da dupla, após 17 anos de carreira, 16 álbuns e seis DVDs. O caráter é - obviamente - retrospectivo. Contudo, nas inéditas Segue em Frente (de Junior) e Abri os Olhos (de Sandy), já é perceptível a tentativa dos irmãos de migrar para universo mais adulto de composição. É provável que consigam em suas respectivas carreiras solos, mas, a rigor, o acústico feito via MTV - com produção dividida entre Paul Ralphes e Junior - não tira a pegada teen da dupla. Nem o dueto de Sandy com Marcelo Camelo, na pueril balada As Quatro Estações, e tampouco a slide guitar tocada discretamente por Lulu Santos em Você pra Sempre (Inveja) contribuem para livrar a música de Sandy e Junior do acento adolescente que se tornou inadequado a partir do momento em que os filhos de Xororó entraram na vida adulta. A voz de Sandy também parece ter parado no tempo. Basta comparar a gravação de Alguém Como Você com o registro quase simultâneo do autor George Israel para entender os (reais) limites da dupla. A ótima surpresa é a participação de Ivete Sangalo, que engata com Junior uma versão bluesy de Enrosca, hit de Sérgio Sá na voz de Fábio Jr. em 1981. Enfim, por mais caprichado que seja o acústico dos irmãos, o CD parece destinado exclusivamente aos fãs que prestigiaram Sandy e Junior nestes 17 anos - sem cacife para alterar a opinião de quem os ignorou durante esse tempo...

Davi, Pedro e até Selton no CD de Plínio Profeta


DJ que se converteu em produtor de CDs de nomes Pedro Luís e Fernanda Abreu, Plínio Profeta está lançando seu primeiro disco solo, Vol. 1 (capa acima), com um time extenso de convidados - como convém a um álbum de produtor... Profeta agrega artistas como Davi Moraes, Lucas Santtana e até o ator Selton Mello - além de Pedro Luís. A intenção é que, a partir da audição das 14 faixas, o ouvinte entenda a função do produtor no processo de gravação de um disco. Eis a relação de músicas e intérpretes do CD Vol. 1:
1. Vou Bater Pé - Pedro Luís e Nina Miranda (Smoke City)
2. Casa Latina - Davi Moraes, Donatinho e Marcelinho da Lua
3. Tô na sua Esquina - Davi Moraes e Xis

4. Samba Cubano - Lucas Santtana
5. Lavadeiras
6. Tudo de Graça - Marcos Lobato (O Rappa)
7. Funk Bueno

8. Us Mano e as Mina (remix) - Xis
9. Como É Grande o meu Amor por Você - Davi Moraes
10. Pra Tarantino Ouvir - Selton Mello
11. Tá Todo Errado - De Leve e Ganjaman
12. Noite Monobloco - Lucas Santtana
13. Alegria - Katia B
14. Surf Malecon 2 (tema da trilha do filme Fábio Fabuloso)

Chega ao Brasil o disco vitorioso de Daughtry

Embora eliminado da quinta edição do programa American Idol, em 2006, amargando o controvertido (injusto?) quarto lugar na popular competição de calouros da TV dos Estados Unidos, Daughtry se saiu vitorioso ao ser contratado dias depois por Clive Davis (diretor da RCA). O cantor montou uma banda - que leva seu nome - e lançou seu primeiro CD em novembro de 2006, estourando singles como It's Not Over e Home. Gravado com repertório autoral, o disco - que traz o guitarrista Slash na faixa What I Want - está sendo lançado no Brasil pela gravadora Sony BMG. O som deste mais  novo ídolo fica entre o pop e o rock.

Na EMI, Cidade traz hits da MPB para o reggae


O grupo Cidade Negra - que não teve seu contrato renovado pela gravadora Sony BMG - encontrou abrigo na EMI Music, que vem ampliando o elenco nacional (a major inglesa acabou de contratar também Teresa Cristina). O quarteto vai estrear na nova casa com álbum em que regrava sucessos da MPB em ritmo de reggae. Toni Garrido permanece firme no posto de vocalista da banda - apesar dos rumores de que deixaria o Cidade Negra para seguir carreira solo (seu primeiro disco solo chegou a ser anunciado para 2007). Intitulado Diversão, o novo CD / DVD do grupo será gravado já na quinta-feira, 16 de agosto, num show no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói (RJ). O lançamento acontece ainda este ano.

9 de agosto de 2007

Drexler participa do CD de Ramil com Suzano

Compositor uruguaio que vem estreitando os laços com a música e os artistas brasileiros, Jorge Drexler participa do disco gravado por Vitor Ramil (em foto de Ana Ruth) com o bom percussionista Marcos Suzano (o CD já está na fábrica). Drexler faz dueto com o colega gaúcho na música A Zero por Hora, de autoria de Ramil.

'Negro Gato' mia em tom de funk com Leozinho

Autor de um dos maiores hits de 2006, Ela Só Pensa em Beijar (o do pegajoso refrão 'Se ela dança, eu danço'), MC Leozinho - que cantou com Roberto Carlos no especial de Natal do cantor na Rede Globo - tenta nova associação com o Rei em seu segundo CD. O funkeiro regravou Negro Gato, música de Getúlio Cortes que foi um dos maiores hits de Roberto na Jovem Guarda, em gravação de 1966. Quem Tá na Pista? e Só Falta Você Aqui são outras faixas do CD de Leozinho.

Bacharach cai mal na velha bossa de Menescal

Resenha de CD
Título: Bacharach
Bossa Club
Artista: Patty Ascher
Gravadora: Albatroz
Cotação: * *

Quase todos os compositores almejam o pop perfeito. Burt Bacharach é um dos poucos que conseguiu. Na década de 60, enquanto os Beatles criavam e ditavam as regras do que viria a ser a música (e a cultura) pop, o compositor americano se consagrou com canções radiofônicas bem urdidas, palatáveis. Pop também, mas, em tese, sem maiores ambições estéticas - ainda que a perenidade de suas canções ao longo de quase 50 anos atestem que havia ali, sim, uma estética refinada, escondida na aparente simplicidade de letras e melodias que resistem muito bem ao tempo. São estas melodias o alvo do novo projeto de Roberto Menescal, Bacharach Bossa Club. É uma cantora de voz agradável e segura, Patty Ascher, quem entoa as pérolas do compositor (I Say a Little Prayer, I'll Never Fall in Love Again, Alfie, Walk on By e A House Is Not a Home - entre outras) no ritmo da velha bossa de Roberto Menescal. Claro que o compositor foi influenciado pela explosão mundial da Bossa Nova - e isso é nítido em algumas músicas como The Look of Love - mas a tentativa de explicitar essa influência acaba gerando releituras forçadas. Nenhuma regravação do CD joga alguma luz realmente nova sobre músicas que - em sua essência - já nasceram perfeitas.

Roberta Sá planeja dedicar CD a Roque Ferreira

Roberta Sá (em foto de Paulo Vainer) planeja dedicar um próximo álbum - ainda sem data e prazo para ser gravado - ao repertório do compositor baiano Roque Ferreira, de quem a cantora apresenta o inédito samba Laranjeira em seu disco Que Belo Estranho Dia para se Ter Alegria, lançado esta semana pelo selo indie MP,B.

8 de agosto de 2007

Sai no Brasil 'Zamazu', CD de Roberto Fonseca

Lançado na França em 2006, Zamazu - CD do pianista cubano Roberto Fonseca - já ganha merecida edição no mercado brasileiro, pela Biscoito Fino. Gravado entre Cuba e Brasil, com a produção de Alê Siqueira na parte nacional, feita no estúdio Ilha dos Sapos, em Salvador (BA), o disco conta com intervenções do baiano Carlinhos Brown e do guitarrista espanhol Vicente Amigo, além de ter o acordeom de Toninho Ferragutti. Roberto Fonseca - que acompanhou durante anos cantores como Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo - assina 11 das 14 músicas no repertório. Eis as faixas do álbum Zamazu:
1. Missa Popular (Fragmento Popular)
2. Tierra em Mano (Roberto Fonseca)
3. Clandestino (Roberto Fonseca)
4. Llegó Cachaíto (Roberto Fonseca e Cachaíto Lopez)
5. Así Baila mi Madre (Roberto Fonseca)
6. Congo Árabe (Roberto Fonseca)
7. Zamazu (Roberto Fonseca e Paola de las Mercedes Valdés)

8. Suspiro (Roberto Fonseca)
9. Ishmael (Abdulhah Ibrahim)
10. El Niejo (Roberto Fonseca e Ibrahim Ferrer)
11. Mil Concojas (Juan Pablo Mirand)
12. Triste Alegría (Roberto Fonseca)
13. Zamazamazu (Roberto Fonseca e Paola de las Mercedes Valdés)
14. Dime que No (Roberto Fonseca e Mercedes Cortes Alfaro)

Velvet Revolver evoca os clichês do rock pesado

Resenha de CD
Título: Libertad
Artista: Velvet Revolver
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *

O segundo bom CD do Velvet Revolver é daquele gênero de disco que, sim, parece ter sido feito e ouvido uma centena de vezes. Mas que - nem por isso - parece ruim. Pelas faixas iniciais (Let It Roll, She Mine, Get out the Door), já dá perceber que a banda evoca com competência todos os clichês do rock pesado. O difícil é detectar um brilho realmente especial num grupo que junta três ex-integrantes do Guns 'N Roses (Slash, Duff McKagan e Matt Sorum) com Scott Weiland, vocalista do Stone Temple Pilots. O produtor de Libertad, aliás, é o mesmo Brendan O' Brien que produziu vários álbuns do Pilots. E é inegavel que Brien fez um belo trabalho. O repertório é coeso e bisa o bom nível do anterior Contraband (2004). Com direito a um cover esperto do repertório da Electric Light Orchestra, Can't Get It Out of my Head, e a muito hard rock de riffs azeitados. Não é pouco...

Bonadio produz Planta & Raiz com Castanho

Quarto disco do grupo paulista de reggae Planta & Raiz, Qual É a Cara do Ladrão? teve a produção dividida entre Rick Bonadio e Rodrigo Castanho. O primeiro single é a música que dá nome ao álbum. Zeider, o vocalista da banda, é o autor de duas músicas em parceria com Tato, do grupo de forró Falamansa: Segue a Vida e Eu Nasci pro Amor (esta com a adesão do baixista Samambaia). Outras faixas do álbum são Love Is Free, Rolê Consciente, Mais uma Mensagem e Deus Está me Ensinando.

Trilha de 'Basílio' traz francês radicado no Rio

Cantor francês, radicado há três anos no Rio, Emmanuel Pasqualini regravou tema do compositor Serge Gainsbourg, L'Eau a la Bouche, para a trilha sonora do filme O Primo Basílio, que entra em circuito nacional nesta sexta-feira, 10 de agosto. Assinada por Guto Graça Mello, a trilha do filme de Daniel Filho inclui música de Tom Jobim (Saudade do Brasil) e tema de Baden Powell com Vinicius de Moraes (Apelo, nas vozes de Claudette Soares e Dick Farney). A trama foi situada em 1958.

7 de agosto de 2007

Coletânea revive Sabbath sem Ozzy e com Dio

Recém-editada no Brasil, pela Warner Music, a coletânea do Black Sabbath The Dio Years deve ser ignorada por quem associa o lendário grupo de metal apenas ao seu vocalista original, Ozzy Osbourne. Como já antecipa o título, The Dio Years se refere ao período em que o cantor Ronnie James Dio assumiu o posto que era de Ozzy, na virada dos anos 70 para os 80, gravando álbuns como Heaven and Hell (1980) e Mob Rules (1981). Dio permaneceu no Black Sabbath até 1983, voltando na década de 90 para gravar o cultuado CD Dehumanizer (1992). A compilação está focada no repertório destes trabalhos e, de quebra, apresenta três novos registros (The Devil Cried, Shadow of the Wind e Ear in the Wall).

Quito tenta unificar batidas cariocas e baianas

Título: Uma Coisa Só
Artista: Quito Ribeiro
Gravadora: Independente
Cotação: * * *

Compositor de Salvador (BA), radicado no Rio de Janeiro há mais de dez anos e já gravado por intérpretes como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e até Jussara Silveira, Quito Ribeiro tenta unificar em seu primeiro disco os sons baianos e cariocas. A ponte Rio-Bahia é erguida com produção de Chico Neves e Pedro Sá. Do lado carioca, há as sonoridades do trio + 2 (Moreno Veloso, Kassin e Domenico Lancelotti) e de outros músicos dessa jovem e antenada turma carioca, representantes da modernidade. Do lado baiano, há a batida do samba-reggae (ouvida em faixas como Nêga e Santinha) e a pulsação rítmica da terra, perceptível em músicas contagiantes como Warm e Bembé. A mistura resulta harmoniosa, ainda que Uma Coisa Só escorregue - vez por outra - para o lado baiano (o que não é nenhum demérito...). Urdido com as células rítmicas do reggae e do samba, o repertório exibe um bom nível, destacando Artificial. Enfim, uma interessante estréia fonográfica que joga merecida luz sobre a produção autoral do baiano-carioca Quito Ribeiro - já há cinco anos na estrada sem a devida projeção.

Laércio apresenta ao piano jóias raras de Jacob

Pianista, autor e arranjador que integrou a Orquestra Tabajara de Severino Araújo e o Sexteto Radamés Gnattali, Laércio de Freitas desencava algumas jóias raras de Jacob do Bandolim (1918 - 1969) - Carícia, Velhos Tempos e Eu e Você, entre outras - no oportuno disco Laércio de Freitas Homenageia Jacob do Bandolim. Gravado com patrocínio da Petrobrás e editado numa parceria do selo Maritaca com a Tratore, o álbum conta com intervenções do violonista paulista Alessandro Penezzi, habituado a participar de rodas de choro. Eis os 13 temas do CD, todos de autoria de Jacob:

1. Boas Vidas
2. Velhos Tempos
3. Falta-me Você
4. Baboseira
5. Nostalgia
6. Carícia
7. Implicante
8. Ciumento
9. Eu e Você
10. Ginga do Mané
11. Simplicidade
12. Chorinho na Praia
13. Sapeca

CD de Alcione inicia parceria de Warner e Indie

Nas lojas nos próximos dias, o álbum de inéditas de Alcione, De Tudo que Eu Gosto, vai marcar o começo (efetivo) da parceria da gravadora carioca Indie Records com a major Warner Music. Já desde 1º de agosto, a Warner representa - em âmbito mundial - todos os produtos da Indie Records.

Parcerias deste gênero são cada vez mais freqüentes no mercado fonográfico, que vem progressivamente perdendo peso diante da pirataria e do crescimento do comércio de música online (tanto o legal quanto o ilegal). Resta saber se bastam para abrandar a crise.

6 de agosto de 2007

Melodia sintoniza o samba da memória afetiva

Resenha de CD
Título: Estação Melodia
Artista: Luiz Melodia
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Em Estação Melodia, seu primeiro CD em cinco anos, Luiz Melodia sintoniza os sambas de sua memória afetiva. A produção de Humberto Araújo - saxofonista e flautista - realça o suingue desses sambas dos anos 30, 40 e 50. Quase todos foram conhecidos por Melodia na infância vivida no Morro de São Carlos, no Estácio, berço carioca de bambas como Ismael Silva, de quem o cantor revive Contrastes neste belo primeiro álbum como intérprete de uma espaçada carreira fonográfica iniciada em 1973.  A rádio de Melodia não toca obviedades. O samba mais conhecido talvez seja Tive Sim. E a jóia de Cartola reluz com outro brilho na divisão peculiar de Melodia. O suingue permeia a faixa e o disco. Às vezes em clima de Carnaval - como na contagiante Agora Eu Sou Feliz (Jamelão e Mestre Galo) e em Linda Tereza, de Oswaldo Melodia, pai do cantor (Linda Tereza traz o coro d' As Gatas). Às vezes no vivaz tom de gafieira - como em Dama Ideal (Alcebíades Nogueira e Arnaldo Passos) e Chegou a Bonitona (Geraldo Pereira e José Batista), dois sambas que fazem odes à mulher. De Geraldo Pereira, aliás, há ainda Cabritada Mal-Sucedida, cheia de ginga - realçada pelos sopros que moldam a maioria dos arranjos do CD. Papelão (Geraldo das Neves) destoa do clima geral do álbum com seu intimismo mais tristonho. Da mesma forma que Nós Dóis - a única autoral do repertório, composta por Renato Piau com letra de Melodia - não está à altura dos sambas garimpados pelo artista na memória dos tempos vividos em seu Estácio, Holy Estácio. A propósito, a outra de Piau, Choro de Passarinho, expõe dueto de Melodia com sua esposa e empresária Jane Reis. O valor é afetivo.  Enfim, não fosse um compositor inspirado, Luiz Melodia já teria seu lugar de honra na música brasileira pelas qualidades vocais, realçadas neste bem-vindo trabalho de intérprete. O artista caiu no samba com a classe e a criatividade que identificam a sua obra.

Categorias do VMB 2007 tiram o foco dos clipes

A 13ª edição do VMB (Video Music Brasil) - a premiação de clipes da MTV - tira o foco dos... clipes. Foram criadas várias categorias genéricas. Entre elas, Artista do Ano e Hit do Ano. A premiação foi agendada para 27 de setembro, na casa Credicard Hall (SP). A votação popular já pode ser feita a partir desta segunda-feira, 6 de agosto, pelo site da MTV (http://www.mtv.com.br/). Eis a relação de indicados ao VMB 2007, que traz o grupo Capital Inicial (foto):

Artista do Ano
* Cachorro Grande
* Capital Inicial
* Charlie Brown Jr.
* CPM 22
* Jota Quest
* Lobão
* Marcelo D2
* NXZero
* Pitty
* Skank

Artista Internacional do Ano
* Amy Winehouse
* Arctic Monkeys
* Fall Out Boy
* Fergie
* Justin Timberlake
* Lily Allen
* My Chemical Romance
* Panic at the Disco!
* Red Hot Chili Peppers
* White Stripes

Hit do Ano
* Além de Nós - CPM 22
* Eu Nunca Disse Adeus - Capital Inicial
* Na sua Estante - Pitty
* Natiruts Reggae Power - Natiruts
* Razões e Emoções - NXZero

Clipe do Ano
* Autoramas - Mundo Moderno (direção de Kirk Hendry)
* Cachorro Grande - Você me Faz Continuar (Ricardo Spencer)
* Cansei de Ser Sexy - Alala vr2 (direção de Cat Stolen)
* Charlie Brown Jr. - Não Viva em Vão (direção de Beto Oliveira)
* Ira! - Eu Vou Tentar (direção de Selton Mello)
* MV Bill - Língua de Tamanduá (direção de Iuri Bastos)
* Pitty - Na sua Estante (direção de Sérgio Filho)
* Mukeka Di Rato - Rinha de Magnata (direção de Cadu Macedo)
* Sandrão - Respeito Oriental (direção de Reinaldo Tragone)
* Skank - Seus Passos (direção de Conrado Almada)

Revelação
* Bonde do Rolê
* Céu
* Fresno
* Mariana Aydar
* Moptop

Aposta MTV
* Cueio Limão
* Pública
* Strike
* Vanguart
* Zefirina Bomba

Melhor Show
* Cachorro Grande
* Los Hermanos
* Mutantes
* Nação Zumbi
* Nando Reis e os Infernais

Web Hit
* Suplicy Canta Racionais
* Funk da Menina Pastora
* As Árvores Somos Nozes
* Confissões de um Emo
* Vai Tomar no Cú

Divas da disco music inspiram álbum de Moby

Divas da disco music - como Donna Summer e Grace Jones - são as musas inspiradoras do novo álbum do cultuado Moby. Já em fase de gravação, que deverá ser finalizada em setembro, o sucessor de Hotel (2005) tem o lançamento previsto para fevereiro de 2008. De acordo com Moby, o CD trará muitos vocais e um som que vai remeter à música dançante do fim dos anos 70 e do início dos 80.

DVD capta o único show do UB40 em Montreux

Grupo britânico que ajudou a propagar o reggae além do eixo jamaicano, o UB40 fez até hoje um único show no Festival de Montreux, em 2002. Esta apresentação está perpetuada no DVD UB40 Live at Montreux 2002 (capa à esquerda) - recém-editado no mercado nacional via ST2. No bom roteiro de 21 números, há músicas como One in Ten, Homely Girl, Rudie, Cover Up e Since I Met You Lady.

5 de agosto de 2007

Duas coletâneas lembram os 30 anos sem Elvis

Duas simples e óbvias coletâneas - The King e Viva las Vegas, programadas pela Sony BMG para chegar às lojas em 15 de agosto - vão lembrar os 30 anos da morte de Elvis Presley, ocorrida em 16 de agosto de 1977. The King rebobina 14 hits que freqüentam as compilações do cantor. Entre eles, Jailhouse Rock, Blue Suede Shoes, Love me Tender e Hound Dog. Já Viva Las Vegas coleta 16 gravações feitas pelo artista - entre 1969 e 1976 - na terra dos cassinos, incluindo gravações menos batidas como The Wonder of You, Let It Be me, Release me e Polk Salad Annie. Seria até pouco para a data, mas a Warner Music vai lançar uma série de vídeos do cantor - alguns inéditos em DVD - para marcar o 30º aniversário.

Taviani canta seus amores sem aparar excessos

Resenha de CD
Título: Diga Sim
Artista: Isabella Taviani
Gravadora: Universal Music
Cotação: * *

Sem aparar seus excessos, Isabella Taviani chega ao terceiro CD fiel a um tom passional. Diga Sim dá seqüência ao cancioneiro quente exibido pela compositora e (boa) cantora carioca já desde seu primeiro disco - editado em 2003 de maneira independente. Em ascensão no mundo da música, Taviani ainda é perseguida pela (inegável) semelhança com a voz e o estilo de compor de Ana Carolina. Diga Sim apenas reitera a incômoda sensação de Taviani ainda soar como um clone de sua colega mais famosa - a despeito dos shows lotados com próprio séquito de fãs.

É para estas fãs que a artista acena no CD Diga Sim. Em Iguais, a cantora narra a aventura de duas mulheres que lutam contra tudo e todos numa cidade para fazer valer seu direito de amar. O que é explícito em Iguais fica subentendido em outras pérolas do disco - como Colar de Estrelas. O problema é que, como Ana Carolina, Taviani erra quando aposta em um repertório quase inteiramente autoral. Das 13 faixas, onze são de sua lavra. A melhor é Luxúria, composta sob encomenda para a trilha da novela Sete Pecados. As outras se igualam em seus excessos. E a produção de Torcuato Mariano em nada contribui para realçar as nuances das músicas. Ao contrário, o produtor padroniza o cancioneiro e faz com que uma balada como Outro Mar não soe muito diferente de um tema de tom latino como La Luna, realçando a similaridade dos versos.

Boa cantora, Taviani sempre foi. Seu talento vocal é atestado pela regravação de Viramundo (Gilberto Gil e Capinam) - feita para a minissérie Amazônia e incluída como faixa-bônus no CD Diga Sim. Contudo, sua voz é geralmente posta de forma superlativa. Quando transita na contramão da exacerbação, como na releitura de Ternura, o maior hit de Wanderléa na Jovem Guarda, Taviani alcança bom resultado. No entanto, Diga Sim realça os excessos da paixão com a vibração que mexe com o público da artista - ele, em si, já bem vibrante. Por isso mesmo, vai satisfazer esse público.

Teresa Cristina troca Deckdisc pela EMI Music

Teresa Cristina já pertence ao elenco da EMI Music. A cantora carioca trocou a Deckdisc - a companhia indie do Rio na qual iniciou sua carreira fonográfica em 2002 com um disco duplo dedicado ao cancioneiro de Paulinho da Viola - pela major de raiz inglesa. O quarto disco de Teresa foi gravado em estúdio com um repertório inédito. Delicada, a segunda parceria da compositora com Zé Renato, é um dos sambas do CD.

Luciana traz Cohen, Sting e Wilson para a bossa

Já tem lançamento agendado para 21 de agosto o sétimo CD de Luciana Souza. The New Bossa apresenta, entre duas inéditas, músicas de diversos compositores - Elliott Smith, Brian Wilson, James Taylor, Sting, Leonard Cohen e Joni Mitchell - dentro do universo da bossa nova. Produzido por Larry Klein, o CD será lançado simultaneamente nos Estados Unidos e no Brasil. Eis o repertório:
1. Down to You (Joni Mitchell)
2. Never Die Young (James Taylor)
3. Here It Is (Leonard Cohen e Sharon Robinson)
4. When We Dance (Sting)
5. Satellite (Elliott Smith)
6. Were You Blind that Day? (Steely Dan)
7. Love Is for Strangers (inédita de Larry Klein e Walter Becker)
8. You and the Girl (inédita de Luciana Souza e Larry Klein)
9. Living without You (Randy Newman)
10. I Cant Let Go Now (Michael McDonald)
11. God Only Knows (Brian Wilson e Tony Asher)
12. Waters of March (Antonio Carlos Jobim)