27 de junho de 2009

Discos iniciais de Michael devem ser reeditados

Dois dias depois da (repentina) saída de cena de Michael Jackson (1958 - 2009), o mundo ainda chora a morte do Rei do Pop e arranca das prateleiras das lojas de discos todos os CDs (e DVDs) do artista. É óbvio que as duas empresas multinacionais que abrigam a obra fonográfica de Michael - a Universal Music (distribuidora do catálogo da Motown) e a Sony Music (companhia que abriga o selo Epic, por onde o cantor lançou seus álbuns da fase adulta) - correm contra o tempo para despejar nas lojas coletâneas e, no caso da Sony, repor em catálogo todos os títulos a partir de Off the Wall (1979). Contudo, o ideal seria que a comoção mundial provocada pela morte de Michael motivasse a Universal a reeditar no Brasil todos os 11 álbuns do Jackson 5 gravados com Michael. Bem como os quatro álbuns individuais lançados por Michael na carreira solo pré-Off the Wall. Quase nunca foi fácil encontrar nas prateleiras nacionais álbuns como Got to Be There (1972), Ben (1972 - capa acima à esquerda), Music and me (1973) e Forever, Michael (1975). Mesmo irregulares, tais discos (hoje raros) incluem vários hits do astro e ajudam a compreender a gênese e a longa evolução do Rei do Pop.

'Canções' chega ao DVD com jeito tosco de VHS

Resenha de DVD
Título: Maria
Bethânia ao Vivo
As Canções que Você
Fez pra mim
Artista: Maria
Bethânia
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * *

É triste e lamentável que o registro audiovisual do show As Canções que Você Fez pra mim tenha chegado ao DVD com o jeito tosco de um VHS. Em 1995, quando o vídeo foi lançado, a qualidade do áudio e da imagem seguia o padrão da época. Hoje, na era digital e da alta definição, é inaceitável que a gravadora Universal Music não tenha submetido esse áudio e essa imagem ao devido tratamento para a edição em DVD, que chega às lojas com expressiva tiragem inicial de 10 mil cópias, típica de um lançamento original. Justiça seja feita: a gravadora não engana o consumidor. Na contracapa do DVD, há o aviso de que "Tanto o áudio quanto o vídeo foram mantidos como registrados à época". Contudo, é triste que um material tão bom não tenha sido tratado com o devido valor. O áudio mono até incomoda, mas não tanto quanto a qualidade da imagem. Parece que o espectador está assistindo a um DVD pirata.

Questões técnicas à parte, Maria Bethânia ao Vivo - que recebe na edição em DVD o subtítulo As Canções que Você Fez pra mim para reforçar o fato de que o show é resultante do homônimo álbum de 1993 em que a intérprete canta somente sucessos de Roberto Carlos - flagra a cantora em momento de grande popularidade, venda e expressão. Filmado em 1994 pelos cineastas Walter Salles e Andrucha Waddington, o show não se resumiu ao cancioneiro de Roberto Carlos. Nas 20 músicas do roteiro perpetuadas no registro audiovisual, há músicas até então inéditas na voz de Bethânia - casos de Genipapo Absoluto (a canção invernal que Caetano Veloso lançara em 1989 no álbum Estrangeiro), do fraco samba Onde o Rio É Mais Baiano (feito por Caetano naquele ano) e Todo o Sentimento (a obra-prima de Chico Buarque e Cristóvão Bastos, lançada por Chico em 1987 no álbum Francisco). Sem falar que, no palco, Bethânia aborda o repertório de Roberto Carlos com nuances inexistentes nos registros de estúdio. Enfim, um grande show que não merecia chegar ao formato digital à moda do finado VHS. É para os súditos.

Bumagny desfia parcerias com Baleiro e Chico

Cantora e compositora paulista, Vanessa Bumagny apresenta o segundo álbum, Pétala por Pétala, em que desfia parcerias com Chico César (a faixa-título) e Zeca Baleiro (Blind Mask e Ciúme Não Mata). Baleiro, a propósito, assina a produção do disco, que traz o acordeom e a voz de Dominguinhos no xote Linha de Fogo. O repertório é inteiramente autoral. Bumagny entoa temas como Flor, Tambor e Triz. A compositora musicou o poema Alma Insensata, de Rosália de Castro. Já Roteiro é da lavra de Bumagny com Sidônio Muralha.

Com atraso, sai no Brasil a coletânea de Lennox

Best of lançado no exterior em 17 de fevereiro de 2009, The Annie Lennox Collection ganha edição brasileira, pela Sony Music, já com quatro meses de atraso. A compilação rebobina - em 14 faixas - os destaques dos quatro álbuns solos da cantora projetada no duo Eurythmics: Diva (1992), Medusa (1995), Bare (2003) e Songs of Mass destruction (2007). A seleção - que inclui Love Song for a Vampire, da trilha sonora do filme Drácula de Bram Stocker (1992) - é turbinada com duas gravações inéditas. As novidades são Shinning Light - cover da banda irlandesa Ash, mais associada ao BritPop - e Pattern of my Life, música de Tom Chaplin, do grupo Keane. Simples, a edição nacional não traz DVD.

26 de junho de 2009

Ivan avaliza Diogo em depoimento para release

Diogo Nogueira - visto acima na foto de Guto Costa que ilustra a capa de seu segundo álbum, Tô Fazendo a Minha Parte - ganha o aval de Ivan Lins em depoimento inserido na abertura do texto que apresenta o disco do cantor aos formadores de opinião. Ivan não assina o release, mas seu depoimento foi estrategicamente posicionado na introdução do texto como forma sutil de mostrar que Ivan aprova a gravação de seu samba Sou Eu - letrado por Chico Buarque e dado a Diogo por iniciativa de Chico - pelo filho de João Nogueira (1941 - 2000). O samba - vale lembrar - estava com Simone que, por conta de um grave descompasso com Chico (supostamente por questão relativa ao gênero da letra), não vai mais gravar Sou Eu. Detalhe: o samba é de fato bom, tem suingue envolvente e os versos malandros de Chico (que engrossa o coro da gravação) são valorizados pela interpretação do jovem cantor. Eis o - generoso - depoimento de Ivan Lins sobre Diogo Nogueira:

"Desde o primeiro dia em que escutei o Diogo cantar, fiquei impressionado e virei fã. Diogo Nogueira, seguindo o curso do rio paterno, mostra para a nação brasileira, através de seu lindo cantar, que é um dos mais talentosos intérpretes da nova geração de sambistas cariocas. E, sendo portelense, sempre terá as bençãos de grandes mestres, o amor de uma linda comunidade e o calor de todos os brasileiros. Que Deus te proteja, Diogo, e que sua arte maravilhosa seja teu escudo e tua devoção. Obrigado, garoto. Um grande abraço, Ivan Lins".

Mariah Carey divulga a capa de seu 12º álbum

Mariah Carey divulgou nesta sexta-feira, 26 de junho de 2009, a capa do 12º álbum de estúdio de sua discografia, Memoirs of an Imperfect Angel, cujo lançamento mundial está agendado para 25 de agosto pela gravadora Universal Music. Inclusive no Brasil.

Invencível nos anos 80, Michael continua vivo...

O mundo está chorando a perda de Michael Jackson. De Justin Timberlake a Madonna, passando por Caetano Veloso e Quincy Jones, uma gama variada de artistas manifesta publicamente a perplexidade e a dor com a morte de Michael Jackson, aos 50 anos, às vésperas da estreia da turnê This Is It, com a qual ele tentaria se reabilitar no mundo pop. A comoção mundial diante da saída de cena do Rei do Pop encontra paralelo somente no abalo provocado com as mortes de outras majestades do volátil reino pop. Gente imortal como Elvis Presley (1935 - 1977) e John Lennon (1940 - 1980). Muito vai se falar de Michael Jackson daqui por diante. O astro não partiu exatamente no auge - problemas pessoais à parte, o rei já pareceu nu em seu último fraco álbum, Invincible (2001) - mas o fato é que sua morte vai ampliar a aura mitológica que sempre cercou Michael. O menino prodígio que fez a música negra entrar macia em ouvidos brancos tinha talento incomum. Nunca superou a fase áurea de Thriller (1982), é verdade, e por este álbum antológico vai ser sempre lembrado, mas, justiça seja feita, quantos discos chegaram à cena até hoje com o fôlego que Michael exibiu nos posteriores Bad (1987) e Dangerous (1991)? O problema é que, àquela altura, para efeitos de comparação, ele já estava refém de seu passado superlativo. Mas a decadência posterior não diminui a grandeza da música de Michael Jackson, enraizada no inconsciente coletivo desde os tempos do Jackson 5. Quantos artistas depois dele conseguiram ser tão influentes no universo pop em escala mundial? Poucos. É por isso que, assim como Elvis Presley não morreu, Michael Jackson também não morreu... "Longa é a Arte, tão breve a vida..."

Wanderléa grava DVD solo com Arnaldo e Alf

Wanderléa retorna à cena paulista com o show Nova Estação, baseado no celebrado álbum homônimo que lançou no fim de 2008. A temporada que estreia no Teatro Fecap nesta sexta-feira, 26 de junho de 2009, vai ser gravada para edição em DVD (o primeiro da artista fora dos tributos coletivos a Jovem Guarda) e CD ao vivo. A gravação propriamente dita acontece no domingo, 28 de junho, com as participações de Arnaldo Antunes (em Se Tudo Pode Acontecer), Johnny Alf (no medley que une O Que É Amar e Eu e a Brisa) e do Ó do Borogodó (em Choro Chorão, tema de Martinho da Vila que já contou com o grupo no registro do disco). Ao repertório do CD, a cantora adicionou no roteiro as músicas Ginga de Mandinga (da lavra de Jorge Mautner com Rodolfo Grani Júnior), Kriola (Hélio Matheus) e Imenso Amor (parceria da cantora com Renato Corrêa). Leia aqui a resenha do show Nova Estação, estreado em dezembro de 2008 em Sampa.

Baleiro grava o sexto DVD entre palco e estúdio

Através de parceria do Canal Brasil com a gravadora MZA Music, Zeca Baleiro grava em duas etapas o DVD do show O Coração do Homem-Bomba, cuja turnê estreou em agosto de 2008. A principal parte do registro audiovisual - já o sexto título da farta videografia do artista - vai ser feita na segunda das duas únicas apresentações do cantor no Music Hall, em Belo Horizonte (MG), na sexta-feira e sábado, 26 e 27 de junho de 2009, com câmeras de alta definição. A outra parte da gravação foca jam feita no estúdio pelo cantor com os músicos de sua banda. Leia aqui a resenha de O Coração do Homem-Bomba, show resultante dos dois volumes do CD homônimo lançados por Baleiro em 2008.

25 de junho de 2009

Discografia de Michael é emblema do século 20

Ainda em choque com a morte de Michael Jackson, ocorrida em Los Angeles (EUA) na tarde desta quinta-feira, 25 de junho de 2009, o mundo ocidental talvez ainda não tenha se dado conta da real importância do cantor na música pop do século 20. Contudo, a discografia solo do astro - que contabiliza somente dez álbuns em suas fases infantil, juvenil e adulta - é dos símbolos máximos desse universo pop. É praticamente impossível dimensionar ou quantificar a influência dessa obra solo que começa em 1971 com a gravação do álbum Got to Be There (1972), que emplacou a música-título e a faixa I Wanna Be Where You Are. Na sequência, Ben (1972) manteve o sucesso com a balada que lhe deu título. Propagada no Brasil na trilha sonora internacional da novela Uma Rosa com Amor, exibida pela Rede Globo em 1972, Ben é o exemplo do pop sentimental que norteou a discografia do artista em sua fase infanto-juvenil. Esse romantismo pueril persistiu em Music and me (1973) - cujos maiores sucessos foram a faixa-título e Happy, também difundidas no Brasil em trilhas sonoras de novelas da Globo, Carinhoso (1973) e Pecado Capital (1975) - e em Forever, Michael (1975), álbum que projetou One Day in your Life, outra balada derramada. Sentimental, mas irresistível...
Encerrada a fase fonográfica infanto-juvenil, Michael Jackson dá um tempo de quatro anos e volta à cena em 1979. O menino prodígio revelado nos anos 60 - como integrante do conjunto Jackson 5 - mostra que cresceu e já é um adulto. A metamorfose exibida em Off the Wall (1979) é resultado da aliança de Michael com o produtor Quincy Jones, um dos gênios da indústria do disco nos Estados Unidos. Guiado por Quincy, Michael embaralha elementos de rock, pop, funk, rhythm and blues e disco music em álbum bem azeitado. A frenética faixa que abria o disco, Don't Stop 'Til You Get Enough, exemplificava bem o crescimento de Michael inclusive como compositor. Era dele a melhor faixa de um disco que trazia na ficha técnica Paul McCartney e Stevie Wonder.
Na época, ninguém poderia supor que, três anos depois de Off the Wall, Michael Jackson iria maturar ainda mais essa mistura explosiva num álbum antológico, Thriller (1982), que iria definir toda a estética audiovisual da música na década de 80. O clipe cinematográfico da faixa Thriller - em que Michael exibia o moonwalk, o passo de dança que ele capturara nas ruas e que se tornaria símbolo daquela era - expandiu os limites de um clipe e coincidiu com o momento em que a televisão (a MTV, em especial) criava e propagava para todo o mundo uma linguagem audiovisual para a música. Obra-prima que contabilizou mais de 40 milhões de cópias vendidas, Thriller reuniu músicas que se tornariam, elas próprias, emblemas de sua década - casos de Beat It, Billie Jean e The Girl Is Mine. A perfeição da produção - assinada por Quincy Jones - pode ser conferida, por exemplo, na sintetizada linha de baixo de Billie Jean, para citar somente um exemplo da maestria do álbum. Um LP clássico entre os clássicos.
Cinco anos depois, Michael Jackson tentaria (em vão) reeditar o impacto de Thriller com Bad, o álbum que saiu em 1987. Novamente, Quincy Jones assinava a produção. Mas - justiça seja feita - não havia a intenção de copiar a receita do arrasa-quarteirão de 1982. Mesmo com um resultado tão brilhante, perceptível em faixas como The Way You Make me Feel e Smooth Criminal, Bad não marcou tanto como seu antecessor. Mas, àquela altura, Michael Jackson já era o rei do pop. Título corroborado com o lançamento de Dangerous, o álbum de 1991 que se tornaria o segundo mais vendido da discografia do astro (estima-se que tenha vendido 32 milhões de cópias até esta década). Boas músicas como Black or White e Heal the World mostraram que Michael Jackson ainda podia dar as cartas no mercado fonográfico mundial. Mas o fato é que Dangerous é o último grande álbum do artista-gênio. A partir dos anos 90, os excêntricos problemas pessoais da estrela - como o progressivo embranquecimento de sua pele, as acusações (nunca provadas) de abuso de crinaças, a derrocada financeira e a estranha relação com suas mulheres e filhos - passariam a ofuscar a música de Michael Jackson. Que faria uma revisão de sua obra, com um pé no passado e outro no futuro, em HIStory: Past, Present and Future Book I (1995), misto de coletânea com álbum de inéditas (concentradas no CD 2). Não explodiu. E a história estava escrita...
Michael nunca mais foi o mesmo. Por isso, o título de seu último fraco álbum de inéditas, Invincible (2001), soou até tristemente irônico. Michael Jackson já não era invencível. Contudo, mesmo ficando progressivamente irregular, a obra solo do rei do pop fica como um dos emblemas do século 20. E assim vai permanecer. Morre o Homem. Nasce o mito. Fica uma obra genial. Ele foi gênio.

Michael deixa um legado fonográfico de 40 anos

Foi há 40 anos que Michael Jackson (1958 - 2009) começou sua carreira fonográfica como integrante do Jackson 5 - o conjunto formado por ele com seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine e Marlon. O primeiro título de sua discografia - Diana Ross Presents The Jackson 5, editado em 1969 pela gravadora Motown - já nasceu clássico. Além de ter estourado a faixa I Want You Back, o álbum liderou as paradas, projetou o Jackson 5 e abriu nova frente de sucesso para a black music norte-americana com sua mistura de soul, funk e doo-wop. Neste álbum seminal, Jackson pôs sua privilegiada voz aguda em temas de Stevie Wonder (My Cherie Amour) e Smokey Robinson (Who's Lovin' You). Eis a discografia de Michael Jackson com o grupo Jackson 5, indisponível no Brasil:
* Diana Ross Presents the Jackson 5 (1969)
* ABC (1970)
* Third Album (1970)
* The Jackson 5 Christmas Album (1970)
* Maybe Tomorrow (1971)
* Goin' Back to Indiana (1971)
* Lookin' Through the Windows (1972)

* Skywriter (1973)
* The Jackson 5 in Japan (1973)
* G.I.T.: Get It Together (1973)
* Dancing Machine (1974)
* Moving Violation (1975)

Morre Michael Jackson, um rei imortal do pop

Aos 50 anos, às vésperas de estrear em Londres uma série de shows cujos ingressos já estavam esgotados, Michael Jackson saiu de cena nesta quinta-feira, 25 de junho de 2009, em Los Angeles (EUA). Causada por um ataque cardíaco, a morte do cantor (em foto de Joel Ryan, da AP) ainda não foi confirmada oficialmente, porém já é dada como certa por jornais e sites dos Estados Unidos.

Santos esboça conceitos em CD de letras fortes

Resenha de CD
Título: O Diário do
Homem Invisível
Artista: Rodrigo Santos
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * 1/2

Rodrigo Santos entrou no túnel escuro das drogas, mas conseguiu sair a tempo. Em seu primeiro álbum solo, Um Pouco Mais de Calma (2007), o baixista dublê de cantor celebrou a vitória contra o vício em letras mais otimistas do que os versos fortes e eventualmente pesados de seu segundo disco, O Diário do Homem Invisível, lançado neste mês de junho de 2009 pela Som Livre. Santos - que vem desenvolvendo parcerias e apostando em sua carreira solo enquanto continua o recesso por tempo indeterminado do Barão Vermelho - esboça álbum mais conceitual, repleto de convidados. A produção - dividida pelo artista com Humberto Barros - é farta e calca a sonoridade do CD no folk-rock. Mas o fato é que essa fartura às vezes soa excessiva. Basta dizer que a melhor canção do repertório, 32 Segundos, é a que foi embalada de forma mais simples. Entre uma quase vinheta de clima Sgt. Pepper's (Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite - faixa que fecha o CD com a junção das bandas Canastra e João Penca e seus Miquinhos Amestrados) e um reggae (Não Vá, gravado com o que sobrou do Cidade Negra), O Diário do Homem Invisível até surpreende ao evocar a sonoridade do trio Secos & Molhados numa canção, Você Não Entende o que É o amor, que conta com a sintomática presença de Ney Matogrosso. Santos recebe também Hélio Flanders (em O Homem da Máscara de Ferro), Autoramas (na faixa-título) e Filhos da Judith (em Longe Perto de Você). Do extenso time de convidados, o Coral das Princesas de Petrópolis - regido pelo maestro Rodrigo D'Ávila - se destaca em A Última Vez. Ainda assim, o disco deixa uma sensação de excesso de gente. Como se Santos precisasse disfarçar os fatos de que seu repertório autoral ainda é muito irregular e de que, como cantor, ele (ainda) é um bom baixista, por mais que esteja fazendo progressos vocais.

Diogo canta Arlindo e Guineto no segundo disco

Parceria de Gilson Bernini com Flavinho Silva, Tô Fazendo a Minha Parte é o samba que abre e batiza o segundo CD de Diogo Nogueira, o primeiro de estúdio. Nas lojas no começo de julho de 2009, via EMI Music, o disco traz no repertório sambas de Almir Guineto (Tô te Querendo, parceria com Adalto Magalha e Xande de Pilares) e Arlindo Cruz, presente em dose dupla nas 14 faixas. De Arlindo, Diogo lança Luz para Brilhar o meu Caminho - parceria de Arlindo com Jorge David e José Franco Lattari - e regrava Não Dá, da lavra de Arlindo com Wilson das Neves. Não Dá é uma das duas regravações do disco. A outra é Malandro É Malandro, Mané É Mané - o samba de Neguinho da Beija-Flor que ficou conhecido na voz de Bezerra da Silva (1927 - 2005) e que foi revivido por Diogo neste ano de 2009 para a trilha sonora da novela Caminho das Índias. O cantor assina três sambas do álbum. Eis as 14 faixas do decisivo Tô Fazendo a Minha Parte:
1. Tô Fazendo a Minha Parte
2. Presente de Deus
3. Sou Eu
4. Vai Saber
5. Deus É Mais
6. Tô te Querendo
7. Amor Imperfeito
8. Força Maior
9. Espelho da Alma
10. Luz para Brilhar meu Caminho
11. Não Dá
12. Mar do Amor
13. Chegou o Amor
14. Malandro É Malandro, Mané É Mané

Sai no Brasil primeiro farto volume de Kissology



Com atraso de três anos em relação ao lançamento no exterior, o mercado fonográfico brasileiro recebe via ST2 o primeiro dos três volumes de Kissology, coleção que raspa o baú audiovisual do Kiss, um dos grupos mais cultuados da história do rock. Editado em 2006, Kissology - The Ultimate Kiss Collection Vol. 1 1974 - 1977 exibe em três DVDs quase sete horas de material colhido em shows e em aparições da banda em programas de televisão. Obviamente, grande parte dos registros já tinha sido editada em VHS e é conhecida pelos fãs do grupo. Ainda inédito no Brasil, Kissology - The Ultimate Kiss Collection Vol. 2 1978 - 1991 foi lançado no exterior em 2007 e revive o o show feito pela banda no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), em 1983. Já Kissology - The Ultimate Kiss Collection Vol. 3 1992 - 2000 chegou às lojas estrangeiras em 2008. Mimo para fã!

Rayol lança DVD que reúne Fafá, Justus e Elali

Em 2008, com pompa (e circunstância), Agnaldo Rayol fez show no Teatro Abril, em São Paulo (SP), para edição de CD e DVD. Intitulada 50 Anos Depois, a gravação ao vivo está sendo editada neste mês de junho de 2009 via Sony Music. Com arranjos orquestrais, o cantor rebobina repertório poliglota na companhia de nomes como Fafá de Belém (Ave Maria, a de Jaime Redondo e Vicente Paiva), Wanessa (a Camargo, em Tocando em Frente), Marina Elali (Eu Sei que Vou te Amar) e Roberto Justus (I've Got Under my Skin). Entre standards da música brasileira (Rosa, Carinhoso, Romaria e Sangrando - este veículo para o exibicionismo vocal do intérprete) e boleros (La Barca e La Puerta, unidos em medley com El Dia que me Quieras), Rayol canta (até) uma ária - Nessun Dorma! - da ópera Turandot.

Papa Roach continua igual em 'Metamorphosis'

Resenha de CD
Título: Metamorphosis
Artista: Papa Roach
Gravadora: Sony Music
Cotação: * *

É difícil identificar no sexto fraco álbum do Papa Roach a mudança já anunciada em seu bom título, Metamorphosis. Com exceção da substituição do baterista Dave Buckner (que saiu da banda em 2008) por Tony Palermo, não há reais novidades. O CD - editado no Brasil neste mês de junho de 2009, três meses após o lançamento nos EUA - remói os clichês do hard rock que norteia o som do grupo norte-americano nos últimos discos, após um começo mais voltado para o nu metal. Nem a presença de Micky Mars (guitarrista do Motley Crue) na faixa Into the Light contribui para a alterar a sensação de que, para o bem ou para o mal, dependendo do ponto de vista, o Papa Roach soa como sempre soou neste álbum que já tentou emplacar três singles no exterior (Hollywood Whore, Lifeline e I Almost Told You that I Love You) sem ter causado a mínima repercussão além de seu circuito restrito de fãs. Falta o algo mais.

24 de junho de 2009

'Roadsinger' expõe a afinidade entre Yusuf e Cat

Resenha de CD
Título: Roadsinger
Artista: Yusuf
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * 1/2

Yusuf - para quem ainda não liga o nome ao artista - é ninguém menos do que Cat Stevens. É que Yusuf Slam foi o nome adotado por Stevens em 1977 após sua conversão ao islamismo. Roadsinger é o segundo álbum de inéditas de Yusuf (agora sem o Slam no nome) após sua volta ao universo pop. E, a exemplo de seu antecessor An Other Cup (2006), Roadsinger expõe em 11 faixas a similaridade entre o som de Yusuf e o de Stevens. Sim, nada mudou tanto assim nessas quatro décadas de música e fé. Yusuf continua convertido ao pop folk que projetou Stevens na virada dos anos 60 para os 70. Por mais que não haja em seu inédito repertório autoral uma canção tão inspiradora quanto Wild World, Roadsinger mostra que o compositor permanece digno de crédito. Músicas como Welcome Home e Thinkin 'Bout You se destacam na atual safra de inéditas. O que está mais enfatizado nas letras - com uma força que não aparecia nos discos antigos de Stevens - são as mensagens de fé. Se World O'Darkness clama pela salvação de um mundo mergulhado nas trevas, The Rain retrata essa escuridão que - na visão do artista - encobre valores mais positivos. A propósito, Yusuf faz sua pregação com otimismo, como pode ser observado em faixas como Be What You Must, reforçada com angelical coro infantil. Felizmente, o compositor continua pondo fé em boa música folk...

'Box' embala em seis CDs 90 clássicos da 'disco'

Os embalos noturnos dos sábados dos anos 70 deixaram saudades e um punhado de clássicos que, 30 anos depois, ainda rendem lucros para a indústria fonográfica. É de olho nos saudosistas da época de John Travolta e Cia. que a divisão brasileira do selo Music Brokers lança no mercado nacional uma caixa - Discobox Goodtimes! - com hits das discotecas. No caso, uma luxuosa caixa que embala 90 sucessos em seis CDs temáticos. Embora bem abrangente e em sua maior parte formada por registros originais (há covers espalhados entre as 90 faixas), a seleção peca por não trazer uma gravação sequer de Donna Summer, rainha das pistas na década de 70. Eis os repertórios dos seis CDs da tal caixa:

CD 1 - The Classics
1. Good Times - Chic
2. Ring my Bell - Anita Ward
3. Disco Inferno - The Trammps
4. Never Can Say Goodbye - Gloria Gaynor
5. That's the Way (I Like it) - KC & The Sunshine Band
6. Que Será mi Vida - Gibson Brothers
7. Y.M.C.A. - Village People
8. You're the First, the Last, my Everything - Isaac Hayes & Gloria

Gaynor
9. Daddy Cool - Boney M
10. Lady Marmalade - Hapton Sisters
11. Disco Fever - Tina Charles
12. What a Feeling (Flashdance) - Irene Cara
13. Love in C Minor - Cerrone
14. Gimme Gimme Gimme (A Man After Midnight) - Change One
15. Gonna Get Along without You Now - Viola Wills


CD 2 - The Best Disco in Town
1. Born to be Alive - Patrick Hernandez
2. In the Navy - Village People
3. The Best Disco in Town - Richie Family
4. Don't Let me Be Misunderstood - Leroy Gomez & Santa

Esmeralda
5. Le Freak - Chic
6. September - Earth, Wind & Fire
7. Celebration - Shakaboom
8. Don't Leave me This Way - Thelma Houston
9. I Will Survive - Glorya Gaynor
10. Prisoner - Cher
11. Love to Love You Baby - Mandy Hunter
12. Just an Illusion - Imagination
13. No, No Joe - Silver Convention
14. What's your Name, Wha's your Number? - Andrea True

Connection
15. Cuba - Gibson Brothers


CD 3 - Boogie Nights
1. Supernature - Cerrone
2. Get off - Foxy
3. Boogie Nnights - Heatwave
4. Mirror Image - Cher
5. Sweet Dynamite - Claudja Barry
6. Boogie Wonderland - Shakaboom
7. Fly Robin, Fly - Silver Convention
8. Ma Ouale Idea? - Pino D´angio
9. Everybody Dance - Chic
10.Take that to the Bank - Shalamar
11. This Is it - Melba Moore
12. Disco Stomp (part 1) - Hamilton Bohannon
13. Voulez Vous - Change One
14. You to me Are Everything - Real Thing
15. I'm on Fire - 5000 Volts


CD 4 - I Love the Nightlife
1. Can You Feel the Force? - Real Thing
2. I Want your Love - Chic
3. Let's All Chant - Michael Zager Band
4. Super Freak - Conrad & Co.
5. Jump on the Rhythm and Ride - Kool & The Gang
6. I Am What I Am - Gloria Gaynor
7. Rivers of Babylon - Boney M
8. Dr. Kiss Kiss - 5000 Volts
9. Saddle up - David Christie
10. Hot Stuff - Vicky Rose
11. If my Friends Could See me Nnow - Linda Clifford
12. I love the Nightlife - Mandy Hunter
13. Never Knew Love Like This Before - Stephanie Mills
14. Zodiacs - Roberta Kelly
15. Wild Love - Two Yupa


CD 5 - Can't Stop the Music
1. Boogie Oogie Oogie - Taste Of Honey
2. Come to America - Gibson Brothers
3. I Love to Love - Tina Charles
4. Rock You Baby - George McRae
5. Shame, Shame, Shame - Shirley & Company
6. Nice and Slow - Jesse Green
7. Can You Handle it? - Sharon Redd
8. Ain't no Mountain High Enough - Jocelyn Brown
9. How High the Moon - Gloria Gaynor
10. Can't Stop the Music - Village People
11. Heart of Glass - Sweet Flavours
12. Menergy - Patrick Cowley
13. Hit n'Run Lover - Carol Jiani
14. Feels Like I'm in Love - Kelly Marie
15. Doctor's Orders - Carol Douglas


CD 6 - Disco Roots: Funk & Other Grooves
1. Gimme Some - Jimmy Bo Horne
2. My Love Is Free - Double Exposure
3. Ain't Gonna Bump no More - Joe Tex
4. I Got my Mind Made up - Instant Funk
5. Let me Down Easy - First Choice
6. Going Back to my Roots - Odyssey
7. Play That funky Music - Wild Cherry
8. Pick up the Pieces - Average White Band
9. Look-ka Py Py - The Meters
10. Woman to Woman - Joe Cocker
11. Oh I - Funkadelic
12. Get Dancin' - Disco Tex & The Sex-o-letters
13. Let's Talk - One Way
14. Bad Luck - Harold Melvin & The Blue Notes
15. The Bottle - Joe Bataan

Caetano vai gravar o show 'Zii e Zie' para DVD

Como já virou rotina na indústria fonográfica, Caetano Veloso vai registrar seu atual show - Zii e Zie, atualmente em turnê nacional - para edição em DVD e (provável) CD ao vivo. Mas ainda não há data nem local para a gravação. Quanto à edição do show anterior Obra em Progresso, gravado ao vivo em agosto de 2008 no Rio de Janeiro (RJ) para DVD que não saiu, a tendência é que o material seja aproveitado como extras do DVD Zii e Zie ou como bônus de uma futura edição especial dupla do CD homônimo feito em estúdio. O destino da gravação depende de decisão de Caetano.

Projeto de CD com Elza e Farofa não vai adiante

Não vai ser concretizado o projeto do CD de Elza Soares com o Farofa Carioca. Eles chegaram a dividir o palco em alguns shows que seriam a base do disco, mas um descompasso entre a cantora e o grupo inviabilizou o registro. Elza já grava seu primeiro álbum de jazz. Sozinho, o Farofa Carioca segue com sua agenda de shows.

Samba de Calixto gira na roda Rio-Minas-Bahia

Resenha de CD
Título: Aline Calixto
Artista: Aline Calixto
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Nascida no Rio de Janeiro (RJ) há 28 anos, Aline Calixto foi criada em Minas Gerais desde os seis. Tal rota biográfica explica a geografia do samba cantado pela cantora em seu primeiro álbum, Aline Calixto, produzido com elegância por Leandro Sapucahy. Aposta da Warner Music, feita no embalo da crescente popularidade de cantoras como Roberta Sá e Mariana Aydar, Calixto exibe voz bonita e leve, de timbre não exatamente original. Por ironia, Original é o título do vivaz samba que abre o CD. É da lavra de Santão e Sandro Borges, compositores de Viçosa (MG), cidade onde a artista criou raízes. A rigor, o samba reunido por Calixto gira na roda entre Minas (Enfeitiçado, de Affonsinho, é outro bom momento), Rio (vale ouvir O Teu Amor Sou Eu, parceria de Rogê com Arlindo Cruz) e Bahia (Oxossi, obra menor de Roque Ferreira, transita pela vertente afro-brasileira, também explorada em Tudo que Sou, de Toninho Geraes e Toninho Nascimento). A cantora se insinua como compositora em três faixas: Cara de Jiló, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro e Você ou Eu. O primeiro samba é especialmente envolvente em seu tom descontraído, típico dos quintais. No todo, Calixto tenta renovar o repertório do samba, mas é sintomático que, ao fim das duas últimas das 13 faixas, peça a bênção aos bambas carioca. Retrato da Desilusão ostenta a grife melódica e poética de Mauro Diniz e Monarco. O mesmo Monarco que - ao lado de Walter Alfaiate, Wilson Moreira e Nelson Sargento - forma o quarteto fantástico que avaliza Aline Calixto ao participar de Uma Só Voz, o samba de Eduardo Krieger (autor também de Saber Ganhar) que fecha o CD. Aline Calixto deixa correta impressão e a certeza de que discos melhores virão.

Barbra volta ao disco em 'cabaré' feito com Krall

De acordo com um informe da gravadora Sony Music, Barbra Streisand soa como cantora de cabaré, de clima jazzístico, no CD que tem a colaboração de Diana Krall - a estrela do pop jazz - na produção. Primeiro álbum de estúdio de Streisand desde Guilty Pleasures (2005), Love Is the Answer tem lançamento agendado para 29 de setembro de 2009. Os músicos da banda de Krall foram arregimentados para a gravação do disco.

23 de junho de 2009

Fofo, 'Far' é o disco mais pop de Regina Spektor

Resenha de CD
Título: Far
Artista: Regina Spektor
Gravadora: Sire Records
/ Warner Music
Cotação: * * * *

"Ninguém duvida de Deus quando o médico pede alguns exames de rotina", sentencia, com ironia sarcástica, Regina Spektor em verso de Laughing With, faixa de seu quinto álbum, Far, lançado nesta terça-feira, 23 de junho de 2009. A letra exemplifica a inteligência desta cantora, compositora e pianista russa - radicada em Nova York (EUA) e em atividade no mercado fonográfico desde 2001, ano em que lançou 11:11. Fofo, Far é o sucessor do álbum, Begin to Hope (2006), que mais projetou Spektor. Parece, aliás, ter havido a intenção de manter (e mesmo ampliar) o público conquistado pela artista com seu CD anterior. Far é o título mais pop da discografia da artista. A sequência inicial - com The Calculation, Eet e Blue Lips - é deliciosa. Depois, o nível de inspiração cai (um pouco), mas sem fazer com que o disco soe desinteressante em nenhum momento. Sem a influência da atmosfera do blues e do jazz, observada em Soviet Kitsch (2004), Far oculta eventualmente os dotes da pianista em sua suave moldura pop. Mas estes dotes aparecem na introdução de temas como Folding Chair e podem ser apreciados especialmente no tema mais denso e introspectivo, Man with a Thousand Faces, que fecha o CD. Fofo (vale repetir) e capaz de popularizar Spektor.

Benito entra na EMI para gravar primeiro DVD

Benito Di Paula é o mais novo contratado do elenco da EMI Music. O cantor estreia na gravadora - que, aliás, detém o acervo da extinta Copacabana, na qual o artista despontou na década de 70 com sucessos como Retalhos de Cetim - com o registro ao vivo de show, agendado para 17 de julho de 2009 na casa Vivo Rio (RJ). A gravação ao vivo vai originar CD e DVD, o primeiro de Benito, cujo último disco, Baileiro, foi editado em 1996 com pouca repercussão. O lançamento do DVD foi programado para outubro.

Parceria de Dori e Pinheiro na voz de Bethânia

Parceria de Dori Caymmi com Paulo César Pinheiro, É o Amor Outra Vez é uma das músicas gravadas por Maria Bethânia em um dos dois álbuns (de repertórios inéditos) que a intérprete vai lançar no segundo semestre de 2009. Já gravados, os dois discos estão em fase final de produção. Um vai sair pela Biscoito Fino. O outro, pelo selo da cantora, Quitanda - exatamente como feito em 2006 com as edições de Mar de Sophia (da Biscoito Fino) e de Pirata (da Quitanda). Entre as músicas certas no repertório figuram Saudade (uma das primeiras parcerias de Chico César com Moska) e O Que Eu Não Conheço (parceria de Jorge Vercillo com J. Velloso). Para selecionar o repertório, Bethânia (acima à direita em foto de Leonardo Aversa) recebeu músicas novas de Guilherme Arantes (Você pra mim), Adriana Calcanhotto, Roque Ferreira e Vanessa da Mata, entre outros nomes recorrentes em sua discografia recente. Tais temas sinalizam CDs menos regionais.

Kleiton & Kledir lançam inéditas em CD e DVD

Kleiton & Kledir lançam seu primeiro trabalho de inéditas desde 1986. Gravado em estúdio, Autorretrato chega às lojas em julho de 2009 pela Som Livre nos formatos de CD e DVD. Produzido por Paul Ralphes, o disco apresenta 13 músicas com sonoridade que busca preservar a origem gaúcha da dupla e, ao mesmo tempo, ser contemporânea. O repertório inclui Polca Loca, Na Correnteza do Rio e História de Amor. O último CD do duo, Ao Vivo, é de 2005.

Mutantes lançam 'Haih' em setembro nos EUA

Haih é o título sucinto do primeiro disco de estúdio do grupo Os Mutantes em 35 anos. Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, o álbum já tem edição acertada nos Estados Unidos. Caberá a Anti Records lançar o álbum em 8 de setembro de 2009. O repertório inédito é majoritariamente assinado por Sérgio Dias, virtuoso guitarrista da banda, parceiro de Tom Zé em faixas como Anagrama, Samba do Fidel e Dois Mil e Agarraum (tema que traz a participação de Mike Patton, vocalista do grupo Faith No More). O grupo ganhou inéditas de Jorge Ben Jor (O Careca) e de Erasmo Carlos (Bagdad Blues, em parceria do Tremendão com a vocalista dos Mutantes, Bia Mendes). Por ora, Haih sairá somente nos EUA.

Fãs voam alto ao documentar a rota do Maiden

Resenha de DVD
Título: Flight 666
- The Film
Artista: Iron Maiden
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * * 1/2

Documentar o cotidiano de turnês para DVDs já virou lugar-comum. E, verdade seja dita, são bem raros os filmes que conseguem ser interessantes dentro dessa fórmula já tão batida. Mais raras ainda são produções do gênero que, além de prender de fato a atenção, adquirem o status de documentário cinematográfico, costurando dezenas de takes captados na estrada em roteiro coeso e objetivo. É o caso de Flight 666 - The Film, documentário dirigido por dois fãs do Iron Maiden, Sam Dunn e Scot McFadyen, sobre a primeira parte da turnê Somewhere Back in Time. Durante 45 dias, a dupla acompanhou a banda no percurso aéreo que a levou a cinco continentes para fazer 23 megashows. O grupo foi conduzido de um país a outro a bordo de customizado Boeing 757 pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson em voo personalizado, 666, que tem o número da besta do Apocalipse, referência na obra do Iron Maiden - um ícone do rock conhecido como heavy metal.

Já exibido em alguns cinemas, o filme está sendo editado em DVD duplo que já se tornou um campeão de vendas em vários países. No disco 1, há o documentário propriamente dito. No disco 2, há 17 números da turnê, captados em 16 cidades. A rigor, Flight 666 poderia ser um filme banal, mas o fato é que seus diretores conseguiram fazer um documentário bem amarrado. Sim, por desvendar apenas a intimidade autorizada, o filme não escapa de ser chapa branca, mas, mesmo assim, é dos melhores já feitos no gênero e passa credibilidade porque o material filmado (com câmeras de alta definição) é excelente e permite constatar que o culto ao Iron Maiden tem a mesma intensidade em países como a Índia e a Colômbia (onde o público enfrenta até a repressão policial para poder ver a banda). O filme mostra como o fervor dos fãs atinge níveis quase insuportáveis na Argentina, país onde os músicos sequer podem caminhar em paz. Entre tomadas no avião e em aeroportos, os dois diretores documentam bastidores nem sempre glamurosos - como nas cenas que abordam a infecção intestinal sofrida pelos músicos por conta da comida indiana - e vão delimitando o papel de cada um na banda. Todos frisam que o eixo musical do Maiden gira em torno de seu baixista e fundador Steve Harris. E que o baterista Nicko McBrain tem lado mais doce.

O culto ao Iron Maiden é enfatizado através de personagens interessantes. Caso do pastor que faz sua pregação a partir de letras do grupo e que ostenta o corpo todo tatuado. Também impressiona a imagem do fã latino-americano que explode em lágrimas no gramado de um estádio por não segurar a emoção de ver, enfim, um show de sua banda preferida. E o culto vem desde os anos 80, como atestam as imagens relativas à apresentação do Iron Maiden no Rock in Rio, o festival de 1985 que pôs o Brasil definitivamente na rota dos shows internacionais. O histórico show do grupo no Rio de Janeiro (RJ) é evocado quando a narrativa foca a passagem da turnê Somewhere Back in Time por São Paulo (SP), ao som constrangedor de versão em inglês de Aquarela do Brasil, utilizada como prefixo para ilustrar a chegada do avião em terras nacionais (detalhe: entre as opções de áudio, há um igualmente constrangedor 'português brazileiro'). Enfim, Flight 666 - The Film voa alto numa rota grandiosa. Embarque!

22 de junho de 2009

Monkeys divulgam a capa de seu terceiro álbum

Esta é a capa de Humbug, o terceiro álbum do grupo Arctic Monkeys, cujo lançamento está agendado para 24 de agosto de 2009 via EMI Music. A capa - que traz imagem da banda, clicada pelo fotógrafo Guy Aroch - foi divulgada pelo quarteto nesta segunda-feira, 22 de junho. Humbug já está em pré-venda no site oficial do grupo. O repertório contabiliza dez músicas inéditas.

Chico dá para Diogo samba que era de Simone

A inclusão do samba Sou Eu - segundo título da parceria de Chico Buarque com Ivan Lins - no novo CD de Diogo Nogueira, na última hora, foi fruto de grave desentendimento entre Chico e Simone. Noticiado em primeira mão no orkut por comunidades dedicadas a Simone e a Ivan Lins, o descompasso - amplificado na semana passada por colunas de dois jornais cariocas - parece ter sido provocado pelo fato de Chico, autor da letra, entender que os versos eram mais apropriados para a voz de um homem. Mas o fato é que o samba Sou Eu tinha sido dado bem antes a Simone por Ivan para o álbum que a cantora prepara pela gravadora Biscoito Fino. Sem autorização de Chico para gravar a música, Simone se viu obrigada a retirá-la do disco. E Sou Eu, por iniciativa de Chico, foi parar na voz de Diogo Nogueira em gravação feita para o álbum Tô Fazendo a Minha Parte - com a presença de Chico no coro.

'Cangote' é bom aperitivo de 'Vagarosa', de Céu

Resenha de EP
Título: Cangote
Artista: Céu
Gravadora: Urban Jungle
/ Six Degree Records
Cotação: * * * 1/2

Cangote é o EP editado nos Estados Unidos que serve de (bom) aperitivo do segundo (aguardado) álbum de Céu, Vagarosa, cujo lançamento está agendado para 7 de julho de 2009, pelo selo Urban Jungle Records (a distribuição do CD no Brasil vai ser feita através de Universal Music). Em Vagarosa, Céu mistura repertório autoral com uma ou outra regravação de tema da MPB - no caso, Rosa Menina Rosa, música de Jorge Ben Jor, lançada pela compositor em seu primeiro álbum, Samba Esquema Novo (1963). A julgar por músicas como Bubuia e Visgo de Jaca, apresentadas em Cangote, o álbum Vagarosa vem encharcado de moderna brasilidade. Bubuia e Visgo de Jaca (samba de Rildo Hora e Sérgio Cabral, gravado por Martinho da Vila) valorizam o EP, que sinaliza que Céu está cantando (ainda) melhor do que em seu consagrador primeiro álbum. Já Cangote é reggae turbinado com ruídos e beats contemporâneos. Por sua vez, Sonâmbulo ostenta uma latinidade que remete tanto a Manu Chao quanto ao Bajofondo. Enfim, o bom EP Cangote anuncia evolução na discografia de Céu e indica que a artista vai, enfim, fazer jus ao culto em torno de seu nome. E que venha Vagarosa!!

Leila festeja 50 de Russo com tributo à sua obra

Parceira de Renato Russo (1960 - 1996) em Hoje, música composta em 1993 e lançada dez anos depois no CD póstumo Presente (2003), Leila Pinheiro decidiu dedicar seu próximo álbum ao cancioneiro do mentor da banda Legião Urbana. Fã das músicas de Russo, de quem já regravou Tempo Perdido (no álbum Alma, de 1988) e Vento no Litoral (no álbum Na Ponta da Língua, de 1998), Leila seleciona o repertório do CD, intitulado Se Fosse Só Sentir Saudade. A ideia é lançar o disco em março de 2010, mês em que Russo estaria completando 50 anos. A última vez em que a cantora gravou uma música de Russo - no caso, Mais Uma Vez, parceria do artista com Flávio Venturini, lançada pelo grupo 14 Bis em 1987 - foi no registro de Nos Horizontes do Mundo ao Vivo (2007). O CD Se Fosse Só Sentir Saudade vai sair pelo selo de Leila, Tacacá Music, com foco abrangente na obra de Renato Russo, destacando sua produção na banda Legião Urbana.

Teresa faz a festa do Carioca com samba e forró

Crônica de Show (1º set)
Evento: Feijoada de aniversário do Carioca da Gema
Artista: Teresa Cristina e Grupo Semente
Local: Carioca da Gema (RJ)
Data: 21 de junho de 2009
Cotação: * * * *

Na parede, um painel de fotos do compositor Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008) expressava na frase 'Valeu, Luiz Carlos da Vila' a saudade deixada pelo sambista. Na cozinha, o vaivém dos pratos de feijoada que voavam em direção às mesas estavam em sintonia com o frenesi do salão. A noite de domingo, 21 de junho de 2009, era especial para o Carioca da Gema, um dos mais cultuados redutos do samba na Lapa, o revitalizado bairro boêmio da zona central do Rio de Janeiro (RJ). É que a casa celebrava nove anos e a ocasião, aliás, era tão especial que a estrela maior do palco apertado do local, a carioca Teresa Cristina, até interrompeu sua licença-maternidade para fazer com o grupo Semente uma única apresentação festiva do show que agita tradicionalmente o Carioca da Gema nas noites de sexta-feira. Nas mesas ou na pista, cheia mas não abarrotada como de costume, o clima era de real confraternização. Como se todos os fiéis frequentadores da casa naquela noite fizessem parte de um clube ou de uma sociedade quase secreta. Afinal, mesmo aberta ao público, a festa-show de aniversário foi noticiada basicamente através de e-mails e de comunidades do orkut. A senha para a entrada era comungar da alegria de sambar ao som de Teresa e do Semente. "Não faz feitiço quem não tem um terreiro", sentenciou a cantora logo no primeiro verso do primeiro samba do primeiro set da apresentação, Maria Joana, a jóia de Sidney Miller (1945 - 1980) tirada do baú pelas cantoras da nova geração do samba (Maria Joana foi gravada por Nara Leão e por Gal Costa nos anos 60). E Teresa fez o seu feitiço...

O samba parece ser o dom de todos que ali se reuniam para ouvir Teresa e o Semente. Mas é um samba sem fronteiras ou bairrismos cariocas. Tanto que o imortal Dorival Caymmi (1914 - 2008) se diz presente com quitutes como Lá Vem a Baiana, Rosa Morena e Vatapá. Acontece que Caymmi é baiano, mas isso pouco importa para o público e os artistas. E é por isso que entra no roteiro tanto um clássico do maranhense João do Vale (1934 - 1996) - Pé do Lajeiro - quanto uma Chula Cortada do baiano Roque Ferreira. É por isso também que, como é noite de junho, Luiz Gonzaga (1912 - 1989) foi evocado no arraial pagodeiro com Olha pro Céu. E quando, na sequência, o cantor Pedro Miranda puxa São João na Roça ninguém estranha quando casais começam a abrir espaço na pista para dançar quadrilha. Ampliada com a cantoria do Pagode Russo. É festa! Que pode ser junina em algum momento, mas todo mundo sabe que a quadrilha acaba em samba. Carioca. E da gema!!

Em ritmo lento, filme foca música de Vanzolini

Resenha de filme
Título: Paulo
Vanzolini
- Um Homem de Moral
Direção: Ricardo Dias
Cotação: * *
Em cartaz nos
cinemas brasileiros

Aos 85 anos, lúcido e sem papas na língua, Paulo Vanzolini não é de fazer fita. Fala o que pensa, fiel aos seus princípios. Um Homem de Moral foca o compositor e sua obra musical - vasta, embora somente Ronda (tema feito em 1945) e o samba Volta por Cima sejam, de fato, conhecidos e cantados pelo chamado grande público. Documentarista, Ricardo Dias pontua seu filme pelo pensamento de Vanzolini. E não é por acaso que imagens de uma São Paulo desprovida de glamour abre a produção. A música de Vanzolini é indissociável de sua vivência paulista. O samba Praça Clóvis, por exemplo, nasceu da observação do cotidiano dos batedores de carteira na tal praça - como conta Vanzolini. O problema é que o filme, ao contrário da música do compositor, se desenvolve linear, em ritmo lento. Dias se vale da primeira pessoa para narrar seu envolvimento com Vanzolini, cujo trabalho como zoológo já foi foco de um outro documentário de Dias, No Rio das Amazonas. Mas essa opção dá ao filme um ar antiquado - assim como o chato tom professoral do texto em que o cineasta apresenta dados biográficos de seu personagem. Salva-se, acima de formas e estilos, a música. Um Homem de Moral salpica números captados num show em tributo ao compositor e takes da gravação em estúdio do álbum triplo Acerto de Contas (2002), em que artistas como Chico Buarque, Miúcha e Martinho da Vila regravaram músicas de Vanzolini, um compositor cheio de moral.

Quitanda de tia Bethânia já vende CD de Velloso

Segundo álbum de J. Velloso, sobrinho de Maria Bethânia, J. Velloso e Os Cavaleiros de Jorge já está sendo editado pelo selo da tia do compositor baiano, Quitanda, vinculado à gravadora Biscoito Fino. Diferentemente do CD de estreia de Velloso, Aboio para um Rinoceronte (2004), o segundo disco do artista enfileira um repertório autoral, quase todo inédito. Velloso apresenta temas como Canindé, Medo, Camaleão Vaidoso e Moda de Viola. As exceções são Kirimurê e Foguete - músicas, aliás, já gravadas por Maria Bethânia. O repertório traz parcerias do compositor com Roberto Mendes (Verde Saudade, Doida para Amar e Feiticeira), Roque Ferreira (Me Dá um Cheiro) e Luciano Bahia (Verdade). Parceiro de Velloso, Jorge Vercillo participa de Verde Saudade enquanto Virgínia Rodrigues é a convidada de Doida para Amar.

21 de junho de 2009

Air lança 'Love 2' em 6 de outubro com 12 faixas

Quinto álbum de estúdio do Air, duo francês formado por Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel, Love 2 tem lançamento agendado para 6 de outubro de 2009. A dupla assina as 12 músicas inéditas e a produção do sucessor de Pocket Symphony (2007). Duas músicas serão mostradas ao público do Air antes do lançamento do CD - gravado no estúdio do duo, na França. Do the Joy vai ser editada em 7 de julho em formato digital. Já Sing Sang Sung vai ser lançada como single, em 25 de agosto. Eis as faixas de Love 2:
* Do The Joy
* Love
* So Light Is her Footfall
* Be a Bee
* Missing the Light of the Day
* Tropical Disease
* Heaven's Light
* Night Hunter
* Sing Sang Sung
* Eat my Beat
* You Can Tell It to Everybody
* African Velvet

Guitarra amplifica sentimentos de Reis no palco


Resenha de Show
Título: Drês
Artista: Nando Reis (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 20 de junho de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz no Citibank Hall em São Paulo (SP), de 26 a 28 de junho
Em cartaz no Parque de Exposições de Ubá (MG), em 3 de julho
É sintomático que, na disposição dos músicos da (afiada) banda Os Infernais na cena do show Drês, o guitarrista Carlos Pontual esteja na linha de frente do palco, quase com o mesmo destaque que Nando Reis. A exemplo do recém-lançado CD homônimo, o show Drês - cuja turnê nacional estreou no Rio de Janeiro (RJ) em 19 e 20 de junho de 2009 - é pesado. E bem mais pesado do que o disco. A guitarra de Pontual amplifica o mosaico de sentimentos expostos pelo compositor - que se vira cada vez melhor como cantor - em cancioneiro de caráter confessional. A sequência inicial (com Mosaico Abstrato, Sou Dela e Hi, Dri!) já anuncia o tom heavy que pontua boa parte do roteiro inteiramente autoral.
Com belo cenário assinado por Sesper, que remete à arte de colagem usada pelo artista plástico no material gráfico do CD Drês, o show é ótimo, tem pegada e transcorre coeso em seus 23 números. Se há arestas, estas repousam no discurso prolixo do compositor, que volta e meia se dirige ao público (nem sempre de forma clara e objetiva) para explicar ou contextualizar o significado de algumas músicas. Melhor deixar as letras - diretas em sua maioria, mas sem perda do teor poético - explicarem por si só as emoções que movem o artista. No caso, as dores de amores provocadas pelo rompimento com uma namorada - Adriana Lotaif, musa inspiradora de temas como Drês - são expiadas no repertório que traz canções bandeirosas como Ainda Não Passou.
O relicário afetivo de Nando Reis agrega no show homenagens do artista à falecida mãe - Cecília, vista em fotos projetadas no telão enquanto o cantor entoa Conta - e aos filhos. Não por acaso, desenhos infantis são vistos no telão enquanto Reis revive O Mundo É Bão, Sebastião, pop rock de refrão explosivo, gravado pelos Titãs em 2001. Na sequência, Só pra So reverencia a filha Sophia enquanto Espatódea - feita para saudar o nascimento de Zoé - desabrocha no show com a mesma delicadeza de seu registro original, feito em Sim e Não (2006), outro CD de tom emocional.
Como em todo show de Nando, paira no ar a presença imortal de Cássia Eller (1962 - 2001) quando o compositor recorda músicas suas que foram propagadas na voz da cantora. No Recreio ganha o peso e a coreografia das vocalistas Juju Gomes e Micheline Cardoso. Relicário - um dos muitos números em que Nando canta e toca violão - reedita esse peso. Já All Star é turbinada pelo coro forte da platéia que expressa a saudade da cantora ao cantar a plenos pulmões a letra em que Nando confessa seu amor por Cássia. Mais tarde, Luz dos Olhos volta a rebobinar esse amor com vigor que culmina numa jam realmente heavy em que sobressai o toque endiabrado da guitarra de Carlos Pontual (aplaudido de pé).
Tirando as inéditas lançadas no CD Drês, como Livre por um Deus, o roteiro enfileira todos os hits de Nando como compositor. Faltou, a propósito, a disposição de renovar mais o repertório e de apresentar surpresas, músicas inéditas em sua voz. Afinal, Os Cegos do Castelo (outro número reforçado pelo coro popular), A Letra A, O Segundo Sol, Marvin e Do seu Lado (o previsível final do bis) são músicas bem recorrentes nos shows de Nando Reis, inclusive na turnê anterior do Luau MTV. Contudo, tais sucessos fazem a alegria dos fãs e, ao fim do show, decorridas duas horas, Drês cumpre sua missão de divertir enquanto amplifica em cena os sentimentos e emoções que movem a obra solo de Nando Reis.

Nando recebe Cañas no início da turnê de 'Drês'

Nando Reis deu no Rio de Janeiro (RJ) o pontapé inicial da turnê nacional do show Drês. Foram duas apresentações lotadas no Canecão, na sexta-feira (19 de junho de 2009) e no sábado, com direito à participação da cantora Ana Cañas na canção Pra Você Guardei o Amor. Nando e Cañas - em foto de Mauro Ferreira no show de sábado - reproduziram no palco o gracioso dueto feito no recente CD Drês, cujo repertório é a base do show. Eis o roteiro cantado por Nando Reis na apresentação de 20 de junho de 2009:
1. Mosaico Abstrato
2. Hi, Dri!
3. Sou Dela
4. Ainda Não Passou
5. Drês
6. No Recreio
7. Mil Galáxias
8. O Mundo É Bão, Sebastião
9. Só pra So
10. Espatódea
11. All Star
12. Pra Você Guardei o Amor - com Ana Cañas
13. Relicário
14. A Letra A
15. Conta
16. Por Onde Andei?
17. Livre Como um Deus
18. N
19.Luz dos Olhos
20. Os Cegos do Castelo
21. O Segundo Sol
Bis:
22. Marvin
23. Do seu Lado

Reis é escafandrista em clipe filmado em túnel

Nando Reis vestiu roupa de escafandrista para filmar o clipe da canção Ainda Não Passou, faixa eleita para iniciar a promoção de seu oitavo álbum solo, Drês. Com direção de Bruno Murtinho, a gravação foi realizada de madrugada no Túnel Rebouças, elo entre as zonas norte e sul do Rio de Janeiro (RJ). No clipe, Nando entoa a música enquanto caminha por entre os músicos da banda Os Infernais, posicionados ao longo do túnel e vestidos com ternos pretos, gravatas e óculos redondos. O clipe ainda não foi lançado.