Fãs voam alto ao documentar a rota do Maiden
Resenha de DVD
Título: Flight 666
- The Film
Artista: Iron Maiden
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * * 1/2
Documentar o cotidiano de turnês para DVDs já virou lugar-comum. E, verdade seja dita, são bem raros os filmes que conseguem ser interessantes dentro dessa fórmula já tão batida. Mais raras ainda são produções do gênero que, além de prender de fato a atenção, adquirem o status de documentário cinematográfico, costurando dezenas de takes captados na estrada em roteiro coeso e objetivo. É o caso de Flight 666 - The Film, documentário dirigido por dois fãs do Iron Maiden, Sam Dunn e Scot McFadyen, sobre a primeira parte da turnê Somewhere Back in Time. Durante 45 dias, a dupla acompanhou a banda no percurso aéreo que a levou a cinco continentes para fazer 23 megashows. O grupo foi conduzido de um país a outro a bordo de customizado Boeing 757 pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson em voo personalizado, 666, que tem o número da besta do Apocalipse, referência na obra do Iron Maiden - um ícone do rock conhecido como heavy metal.
Já exibido em alguns cinemas, o filme está sendo editado em DVD duplo que já se tornou um campeão de vendas em vários países. No disco 1, há o documentário propriamente dito. No disco 2, há 17 números da turnê, captados em 16 cidades. A rigor, Flight 666 poderia ser um filme banal, mas o fato é que seus diretores conseguiram fazer um documentário bem amarrado. Sim, por desvendar apenas a intimidade autorizada, o filme não escapa de ser chapa branca, mas, mesmo assim, é dos melhores já feitos no gênero e passa credibilidade porque o material filmado (com câmeras de alta definição) é excelente e permite constatar que o culto ao Iron Maiden tem a mesma intensidade em países como a Índia e a Colômbia (onde o público enfrenta até a repressão policial para poder ver a banda). O filme mostra como o fervor dos fãs atinge níveis quase insuportáveis na Argentina, país onde os músicos sequer podem caminhar em paz. Entre tomadas no avião e em aeroportos, os dois diretores documentam bastidores nem sempre glamurosos - como nas cenas que abordam a infecção intestinal sofrida pelos músicos por conta da comida indiana - e vão delimitando o papel de cada um na banda. Todos frisam que o eixo musical do Maiden gira em torno de seu baixista e fundador Steve Harris. E que o baterista Nicko McBrain tem lado mais doce.
O culto ao Iron Maiden é enfatizado através de personagens interessantes. Caso do pastor que faz sua pregação a partir de letras do grupo e que ostenta o corpo todo tatuado. Também impressiona a imagem do fã latino-americano que explode em lágrimas no gramado de um estádio por não segurar a emoção de ver, enfim, um show de sua banda preferida. E o culto vem desde os anos 80, como atestam as imagens relativas à apresentação do Iron Maiden no Rock in Rio, o festival de 1985 que pôs o Brasil definitivamente na rota dos shows internacionais. O histórico show do grupo no Rio de Janeiro (RJ) é evocado quando a narrativa foca a passagem da turnê Somewhere Back in Time por São Paulo (SP), ao som constrangedor de versão em inglês de Aquarela do Brasil, utilizada como prefixo para ilustrar a chegada do avião em terras nacionais (detalhe: entre as opções de áudio, há um igualmente constrangedor 'português brazileiro'). Enfim, Flight 666 - The Film voa alto numa rota grandiosa. Embarque!
Título: Flight 666
- The Film
Artista: Iron Maiden
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * * 1/2
Documentar o cotidiano de turnês para DVDs já virou lugar-comum. E, verdade seja dita, são bem raros os filmes que conseguem ser interessantes dentro dessa fórmula já tão batida. Mais raras ainda são produções do gênero que, além de prender de fato a atenção, adquirem o status de documentário cinematográfico, costurando dezenas de takes captados na estrada em roteiro coeso e objetivo. É o caso de Flight 666 - The Film, documentário dirigido por dois fãs do Iron Maiden, Sam Dunn e Scot McFadyen, sobre a primeira parte da turnê Somewhere Back in Time. Durante 45 dias, a dupla acompanhou a banda no percurso aéreo que a levou a cinco continentes para fazer 23 megashows. O grupo foi conduzido de um país a outro a bordo de customizado Boeing 757 pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson em voo personalizado, 666, que tem o número da besta do Apocalipse, referência na obra do Iron Maiden - um ícone do rock conhecido como heavy metal.
Já exibido em alguns cinemas, o filme está sendo editado em DVD duplo que já se tornou um campeão de vendas em vários países. No disco 1, há o documentário propriamente dito. No disco 2, há 17 números da turnê, captados em 16 cidades. A rigor, Flight 666 poderia ser um filme banal, mas o fato é que seus diretores conseguiram fazer um documentário bem amarrado. Sim, por desvendar apenas a intimidade autorizada, o filme não escapa de ser chapa branca, mas, mesmo assim, é dos melhores já feitos no gênero e passa credibilidade porque o material filmado (com câmeras de alta definição) é excelente e permite constatar que o culto ao Iron Maiden tem a mesma intensidade em países como a Índia e a Colômbia (onde o público enfrenta até a repressão policial para poder ver a banda). O filme mostra como o fervor dos fãs atinge níveis quase insuportáveis na Argentina, país onde os músicos sequer podem caminhar em paz. Entre tomadas no avião e em aeroportos, os dois diretores documentam bastidores nem sempre glamurosos - como nas cenas que abordam a infecção intestinal sofrida pelos músicos por conta da comida indiana - e vão delimitando o papel de cada um na banda. Todos frisam que o eixo musical do Maiden gira em torno de seu baixista e fundador Steve Harris. E que o baterista Nicko McBrain tem lado mais doce.
O culto ao Iron Maiden é enfatizado através de personagens interessantes. Caso do pastor que faz sua pregação a partir de letras do grupo e que ostenta o corpo todo tatuado. Também impressiona a imagem do fã latino-americano que explode em lágrimas no gramado de um estádio por não segurar a emoção de ver, enfim, um show de sua banda preferida. E o culto vem desde os anos 80, como atestam as imagens relativas à apresentação do Iron Maiden no Rock in Rio, o festival de 1985 que pôs o Brasil definitivamente na rota dos shows internacionais. O histórico show do grupo no Rio de Janeiro (RJ) é evocado quando a narrativa foca a passagem da turnê Somewhere Back in Time por São Paulo (SP), ao som constrangedor de versão em inglês de Aquarela do Brasil, utilizada como prefixo para ilustrar a chegada do avião em terras nacionais (detalhe: entre as opções de áudio, há um igualmente constrangedor 'português brazileiro'). Enfim, Flight 666 - The Film voa alto numa rota grandiosa. Embarque!
3 Comments:
Documentar o cotidiano de turnês para DVDs já virou lugar-comum. E, verdade seja dita, são bem raros os filmes que conseguem ser interessantes dentro dessa fórmula já tão batida. Mais raras ainda são produções do gênero que, além de prender de fato a atenção, adquirem o status de documentário cinematográfico, costurando dezenas de takes captados na estrada em roteiro coeso e objetivo. É o caso de Flight 666 - The Film, documentário dirigido por dois fãs do Iron Maiden, Sam Dunn e Scot McFadyen, sobre a primeira parte da turnê Somewhere Back in Time. Durante 45 dias, a dupla acompanhou a banda no percurso aéreo que a levou a cinco continentes para fazer 23 megashows. O grupo foi conduzido de um país a outro a bordo de costumizado Boeing 757 pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson em voo personalizado, 666, que tem o número da besta do Apocalipse, referência na obra do Iron Maiden - um ícone do rock conhecido como heavy metal.
Já exibido em alguns cinemas, o filme está sendo editado em DVD duplo que já se tornou um campeão de vendas em vários países. No disco 1, há o documentário propriamente dito. No disco 2, há 17 números da turnê, captados em 16 cidades. A rigor, Fligth 666 poderia ser um filme banal, mas o fato é que seus diretores conseguiram fazer um documentário bem amarrado. Sim, por desvendar apenas a intimidade autorizada, o filme não escapa de ser chapa branca, mas, mesmo assim, é dos melhores já feitos no gênero e passa credibilidade porque o material filmado (com câmeras de alta definição) é excelente e permite constatar que o culto ao Iron Maiden tem a mesma intensidade em países como a Índia e a Colômbia (onde o público enfrenta até a repressão policial para poder ver a banda). O filme mostra como o fervor dos fãs atinge níveis quase insuportáveis na Argentina, país onde os músicos sequer podem caminhar em paz. Entre tomadas no avião e em aeroportos, os diretores documentam bastidores nem sempre glamurosos - como nas cenas que abordam a infecção intestinal sofrida pelos músicos por conta da comida indiana - e vão delimitando o papel de cada um na banda. Todos frisam que o eixo musical do Maiden gira em torno de seu baixista e fundador Steve Harris. E que o baterista Nicko McBrian tem lado mais doce.
O culto ao Iron Maiden é enfatizado através de personagens interessantes. Caso do pastor que faz sua pregação a partir de letras do grupo e que ostenta o corpo todo tatuado. Também impressiona a imagem do fã latino-americano que explode em lágrimas no gramado de um estádio por não segurar a emoção de ver, enfim, um show de sua banda preferida. E o culto vem desde os anos 80, como atestam as imagens relativas à apresentação do Iron Maiden no Rock in Rio, o festival de 1985 que pôs o Brasil definitivamente na rota dos shows internacionais. O histórico show do grupo no Rio de Janeiro (RJ) é evocado quando a narrativa foca a passagem da turnê Somewhere Back in Time por São Paulo (SP), ao som constrangedor de versão em inglês de Aquarela do Brasil, utilizada como prefixo para ilustrar a chegada do avião em terras nacionais (detalhe: entre as opções de áudio, há um igualmente constrangedor 'português brazileiro'). Enfim, Fligth 666 - The Film voa alto numa rota grandiosa. Embarque!
Mauro, só uns errinhos bobos a serem corrigidos: em vários momentos, o nome do filme é grafado "Fligth", não "Flight", o correto.
E o baterista do Iron Maiden é "McBrain", não "McBrian".
Abraços. Não comento muito mais, porém estou sempre lendo aqui.
Ah, faltou uma coisa a ser retificada: não é "costumizado", é "customizado".
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