Guitarra amplifica sentimentos de Reis no palco
Título: Drês
Artista: Nando Reis (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 20 de junho de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz no Citibank Hall em São Paulo (SP), de 26 a 28 de junho
Em cartaz no Parque de Exposições de Ubá (MG), em 3 de julho
É sintomático que, na disposição dos músicos da (afiada) banda Os Infernais na cena do show Drês, o guitarrista Carlos Pontual esteja na linha de frente do palco, quase com o mesmo destaque que Nando Reis. A exemplo do recém-lançado CD homônimo, o show Drês - cuja turnê nacional estreou no Rio de Janeiro (RJ) em 19 e 20 de junho de 2009 - é pesado. E bem mais pesado do que o disco. A guitarra de Pontual amplifica o mosaico de sentimentos expostos pelo compositor - que se vira cada vez melhor como cantor - em cancioneiro de caráter confessional. A sequência inicial (com Mosaico Abstrato, Sou Dela e Hi, Dri!) já anuncia o tom heavy que pontua boa parte do roteiro inteiramente autoral.
Com belo cenário assinado por Sesper, que remete à arte de colagem usada pelo artista plástico no material gráfico do CD Drês, o show é ótimo, tem pegada e transcorre coeso em seus 23 números. Se há arestas, estas repousam no discurso prolixo do compositor, que volta e meia se dirige ao público (nem sempre de forma clara e objetiva) para explicar ou contextualizar o significado de algumas músicas. Melhor deixar as letras - diretas em sua maioria, mas sem perda do teor poético - explicarem por si só as emoções que movem o artista. No caso, as dores de amores provocadas pelo rompimento com uma namorada - Adriana Lotaif, musa inspiradora de temas como Drês - são expiadas no repertório que traz canções bandeirosas como Ainda Não Passou.
O relicário afetivo de Nando Reis agrega no show homenagens do artista à falecida mãe - Cecília, vista em fotos projetadas no telão enquanto o cantor entoa Conta - e aos filhos. Não por acaso, desenhos infantis são vistos no telão enquanto Reis revive O Mundo É Bão, Sebastião, pop rock de refrão explosivo, gravado pelos Titãs em 2001. Na sequência, Só pra So reverencia a filha Sophia enquanto Espatódea - feita para saudar o nascimento de Zoé - desabrocha no show com a mesma delicadeza de seu registro original, feito em Sim e Não (2006), outro CD de tom emocional.
Como em todo show de Nando, paira no ar a presença imortal de Cássia Eller (1962 - 2001) quando o compositor recorda músicas suas que foram propagadas na voz da cantora. No Recreio ganha o peso e a coreografia das vocalistas Juju Gomes e Micheline Cardoso. Relicário - um dos muitos números em que Nando canta e toca violão - reedita esse peso. Já All Star é turbinada pelo coro forte da platéia que expressa a saudade da cantora ao cantar a plenos pulmões a letra em que Nando confessa seu amor por Cássia. Mais tarde, Luz dos Olhos volta a rebobinar esse amor com vigor que culmina numa jam realmente heavy em que sobressai o toque endiabrado da guitarra de Carlos Pontual (aplaudido de pé).
Tirando as inéditas lançadas no CD Drês, como Livre por um Deus, o roteiro enfileira todos os hits de Nando como compositor. Faltou, a propósito, a disposição de renovar mais o repertório e de apresentar surpresas, músicas inéditas em sua voz. Afinal, Os Cegos do Castelo (outro número reforçado pelo coro popular), A Letra A, O Segundo Sol, Marvin e Do seu Lado (o previsível final do bis) são músicas bem recorrentes nos shows de Nando Reis, inclusive na turnê anterior do Luau MTV. Contudo, tais sucessos fazem a alegria dos fãs e, ao fim do show, decorridas duas horas, Drês cumpre sua missão de divertir enquanto amplifica em cena os sentimentos e emoções que movem a obra solo de Nando Reis.
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Resenha de Show
Título: Drês
Artista: Nando Reis (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 20 de junho de 2009
Cotação: * * * *
Em cartaz no Citibank Hall em São Paulo (SP), de 26 a 28 de junho
Em cartaz no Parque de Exposições de Ubá (MG), em 3 de julho
É sintomático que, na disposição dos músicos da (afiada) banda Os Infernais na cena do show Drês, o guitarrista Carlos Pontual esteja na linha de frente do palco, quase com o mesmo destaque que Nando Reis. A exemplo do recém-lançado CD homônimo, o show Drês - cuja turnê nacional estreou no Rio de Janeiro (RJ) em 19 e 20 de junho de 2009 - é pesado. E bem mais pesado do que o disco. A guitarra de Pontual amplifica o mosaico de sentimentos expostos pelo compositor - que se vira cada vez melhor como cantor - em cancioneiro de caráter confessional. A sequência inicial (com Mosaico Abstrato, Sou Dela e Hi, Dri!) já anuncia o tom heavy que pontua boa parte do roteiro inteiramente autoral.
Com belo cenário assinado por Sesper, que remete à arte de colagem usada pelo artista plástico no material gráfico do CD Drês, o show é ótimo, tem pegada e transcorre coeso em seus 23 números. Se há arestas, estas repousam no discurso prolixo do compositor, que volta e meia se dirige ao público (nem sempre de forma clara e objetiva) para explicar ou contextualizar o significado de algumas músicas. Melhor deixar as letras - diretas em sua maioria, mas sem perda do teor poético - explicarem por si só as emoções que movem o artista. No caso, as dores de amores provocadas pelo rompimento com uma namorada - Adriana Lotaif, musa inspiradora de temas como Drês - são expiadas no repertório que traz canções bandeirosas como Ainda Não Passou.
O relicário afetivo de Nando Reis agrega no show homenagens do artista à falecida mãe - Cecília, vista em fotos projetadas no telão enquanto o cantor entoa Conta - e aos filhos. Não por acaso, desenhos infantis são vistos no telão enquanto Reis revive O Mundo É Bão, Sebastião, pop rock de refrão explosivo, gravado pelos Titãs em 2001. Na sequência, Só pra So reverencia a filha Sophia enquanto Espatódea - feita para saudar o nascimento de Zoé - desabrocha no show com a mesma delicadeza de seu registro original, feito em Sim e Não (2006), outro CD de tom emocional.
Como em todo show de Nando, paira no ar a presença imortal de Cássia Eller (1962 - 2001) quando o compositor recorda músicas suas que foram propagadas na voz da cantora. No Recreio ganha o peso e a coreografia das vocalistas Juju Gomes e Micheline Cardoso. Relicário - um dos muitos números em que Nando canta e toca violão - reedita esse peso. Já All Star é turbinada pelo coro forte da platéia que expressa a saudade da cantora ao cantar a plenos pulmões a letra em que Nando confessa seu amor por Cássia. Mais tarde, Luz dos Olhos volta a rebobinar esse amor com vigor que culmina numa jam realmente heavy em que sobressai o toque endiabrado da guitarra de Carlos Pontual (aplaudido de pé).
Tirando as inéditas lançadas no CD Drês, como Livre por um Deus, o roteiro enfileira todos os hits de Nando como compositor. Faltou, aliás, a disposição de renovar mais o repertório e de apresentar surpresas, músicas inéditas em sua voz. Afinal, Os Cegos do Castelo (outro número reforçado pelo coro popular), A Letra A, O Segundo Sol, Marvin e Do seu Lado (o previsível final do bis) são músicas bem recorrentes nos shows de Nando Reis, inclusive na turnê anterior do Luau MTV. Contudo, tais sucessos fazem a alegria dos fãs e, ao fim do show, decorridas duas horas, Drês cumpre sua missão de divertir enquanto amplifica em cena os sentimentos e emoções que movem a obra solo de Nando Reis.
Nando hoje é maior e bem mais relevante que sua antiga banda.
Nando é sempre mto competente!! Sucesso!!!!
Depois do disco " A letra A" Nando se mostrou grande,maior que o espaço nos Titãs, e vem crescendo a cada novo trabalho.Um dos bons compositores da Musica Popular Brasileira.
Viva o Nando!!!!!!
Perdi este show... mas com certeza terei outra oportunidade!
Pelo roteiro, mesclando sucessos e 9 das 12 inétidas me pareceu ter deixado o show eletrizante do início ao fim.
Nando é tão "fera" que pode lançar dicos qualquer temas (intímos, autorais, com parcerias acústicos, ao vivos etc.) e ainda sim fazer deles sucessos seja em disco ou show.
O CARA É MIDAS!!!!!
!!!!!!!!
O Nando Reis está cada vez melhor. A cada disco e turnê novos, ele se supera. A banda Os infernais está entrosadíssima. Muito bom.
Enquanto os membros remanescentes dos Titãs parecem sentir o peso dos anos, Nando Reis ainda mostra quem tem muito punch neste show. A voz falha um pouco, às vezes. Mas a garra roqueira não deixa a peteca cair.
Quem sente "peso de anos" é velho adoentado ou jovem acomodado. Nando é bom sim. Os Titãs: TAMBÉM!
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