13 de dezembro de 2008

Wanderléa expande no palco instante luminoso

Resenha de Show
Título: Nova Estação
Artista: Wanderléa (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Cosipa Cultura (SP)
Data: 12 de dezembro de 2008
Cotação: * * * *
Em cartaz até domingo, 14 de dezembro de 2008

Recém-lançado pela gravadora Lua Music, o CD Nova Estação dá lufada de ar fresco na carreira de Wanderléa com repertório que, embora situado em pontos do passado da cantora, a tira do limitado universo musical da Jovem Guarda. No bonito show de lançamento do disco, em cartaz até 14 de dezembro de 2008 no Teatro Cosipa Cultura (SP), a Ternurinha confirma e expande esse luminoso momento de renovação. Com leveza, ela reproduz o repertório do álbum e adiciona dois temas suingantes que gravou nos anos 70, década em que lançou discos ousados que o público, surdo aos seus anseios de renovação, preferiu não ouvir. Trata-se do samba-rock Crioula (da lavra de Hélio Matheus) e de Ginga de Mandinga, parceria de Jorge Mautner com Rodolfo Grani Júnior. Os dois números encerram show que transcorre sedutor. Mesmo quando Wanderléa remói clichês sentimentais ao cantar música menor, Imenso Amor, parceria da intérprete com Renato Corrêa.

Graças à leveza do canto e da voz da cantora, algumas músicas do disco - como Nova Estação (Luiz Guedes e Thomas Roth) e Dia Branco (Geraldo Azevedo) - crescem e até ganham nuances no registro do palco. Até um momento menos inspirado do CD, como a abordagem em ritmo de reggae de Salve Linda Canção Sem Esperança (Luiz Melodia), adquire brilho no show. É que Wanderléa está feliz e até explicita essa felicidade em cena. Orgulhosa, a artista comenta com a platéia a satisfação de saber que Nova Estação foi eleito o Disco do Ano na votação realizada esta semana pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e lembra que o repertório atual reflete sua trajetória, iniciada como cantora do Regional de Canhoto na Rádio Mayrink Veiga e prosseguida com a passagem, como crooner, pela orquestra de Astor Silva no começo dos anos 60. A caminhada pré-Jovem Guarda justifica o ecletismo de um roteiro que irmana lânguida abordagem jazzística de clássico norte-americano, My Funny Valentine, e a verve do melhor samba de Billy Blanco, A Banca do Distinto, veículo para Wanderléa jogar toda sua ginga adormecida.

Sob a feliz direção musical de Lalo Califórnia, a cantora reproduz os climas do CD Nova Estação e explora com êxito um registro vocal mais suave e grave. Contudo, Choro Chorão (Martinho da Vila) se ressente em cena da ausência do grupo Ó do Borogodó, convidado da gravação de estúdio. Da mesma forma que Se Tudo Pode Acontecer (Arnaldo Antunes) perde no palco a levada envolvente do disco. Outro detalhe: Wanderléa não dá ao medley que une O que É Amar e Eu e a Brisa a leveza exigida pelo fino cancioneiro de Johnny Alf. Nem por isso seu show - cujo roteiro inclui um único sucesso da Jovem Guarda, Ternura, cantado em coro pelo público - deixa de ser renovador como o bem-vindo CD que deu novos velhos ares à carreira então mofada de Wanderléa.

19 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Recém-lançado pela gravadora Lua Music, o CD Nova Estação dá lufada de ar fresco na carreira de Wanderléa com repertório que, embora situado em pontos do passado da cantora, a tira do limitado universo musical da Jovem Guarda. No bonito show de lançamento do disco, em cartaz até 14 de novembro de 2008 no Teatro Cosipa Cultura (SP), a Ternurinha confirma e expande esse luminoso momento de renovação. Com leveza, ela reproduz o repertório do álbum e adiciona dois temas suingantes que gravou nos anos 70, década em que lançou discos ousados que o público, surdo aos seus anseios de renovação, preferiu não ouvir. Trata-se do samba-rock Crioula (da lavra de Hélio Matheus) e de Ginga de Mandinga, parceria de Jorge Mautner com Rodolfo Grani Júnior. Os dois números encerram show que transcorre sedutor. Mesmo quando Wanderléa remói clichês sentimentais ao cantar música menor, Imenso Amor, parceria da intérprete com Renato Corrêa.

Graças à leveza do canto e da voz da cantora, algumas músicas do disco - como Nova Estação (Luiz Guedes e Thomas Roth) e Dia Branco (Geraldo Azevedo) - crescem e ganham nuances no registro do palco. Até um momento menos inspirado do CD, como a abordagem em ritmo de reggae de Salve Linda Canção Sem Esperança (Luiz Melodia), adquire brilho no show. É que Wanderléa está feliz e até explicita essa felicidade em cena. Orgulhosa, a artista comenta com a platéia a satisfação de saber que Nova Estação foi eleito o Disco do Ano na votação realizada esta semana pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e lembra que o repertório atual reflete sua trajetória, iniciada como cantora do Regional de Canhoto na Rádio Mayrink Veiga e prosseguida com a passagem, como crooner, pela orquestra de Astor Silva no começo dos anos 60. A caminhada pré-Jovem Guarda justifica o ecletismo de um roteiro que irmana lânguida abordagem jazzística de clássico norte-americano, My Funny Valentine, e a verve do melhor samba de Billy Blanco, A Banca do Distinto, veículo para Wanderléa jogar toda sua (insuspeita) ginga.

Sob a feliz direção musical de Lalo Califórnia, a cantora reproduz os climas do CD Nova Estação e explora com êxito um registro vocal mais suave e grave. Contudo, Choro Chorão (Martinho da Vila) se ressente em cena da ausência do grupo Ó do Borogodó, convidado da gravação de estúdio. Da mesma forma que Se Tudo Pode Acontecer (Arnaldo Antunes) perde no palco a levada envolvente do disco. Outro detalhe: Wanderléa não dá ao medley que une O que É Amar e Eu e a Brisa a leveza exigida pelo fino cancioneiro de Johnny Alf. Nem por isso seu show - cujo roteiro inclui um único sucesso da Jovem Guarda, Ternura, cantado em coro pelo público - deixa de ser renovador como o bem-vindo CD que deu novos velhos ares à carreira então mofada de Wanderléa.

13 de dezembro de 2008 às 11:20  
Anonymous Anônimo said...

De qualquer forma insistir na questão jovem guarda quando se fala da cantora é injusto. Visto que a maior parte de sua carreira foi pontuada por discos bem interessantes.Hoje me explico a surpresa ao ouvir o disco feito com Egberto nos 70, ela sabe cantar e sem subterfugios.O passado de croonner explica em parte,mas não completamente,tem uma dote natural que joga luz no percurso da cantora.Quanto insistir em adjetivos como mofada pra definir a carreira, isso deve vir do fato que o blog se concentra mais no mercado e confunde por vezes a vida com percurso comercial.Parece que se ela não fez um disco por ano o trabalho dela feito anteriormente de nada vale, ainda bem que essa não é a realidade.

13 de dezembro de 2008 às 14:05  
Anonymous Anônimo said...

Mauro querido, não há nada de insuspeito na ginga de Wanderléa. Ela a exibe desde priscas eras. Nem me refiro ao modelito eternamente teen dos sucessos-jovem-guarda, mas do tchicathicabum já demonstrado em interpretações de Uva de Caminhão, Locomotiva, Chuva Suor e Cerveja, além das que vc citou.
E fico satisfeita em saber que a brasa estava apenas adormecida. Mora?!

13 de dezembro de 2008 às 14:37  
Anonymous Anônimo said...

Mofada ??? Você acha essa expressão respitosa ?

14 de dezembro de 2008 às 01:23  
Anonymous Anônimo said...

Por vezes acho que Mauro esquece a boa educação que tanto prega por aqui. Ele já pegou pesado com Maria Creuza e agora , com Wanderléa. Mauro, usa um dicionário qdo vc for escrever, dá pra pegar mais leve com os adjetivos, ok?

14 de dezembro de 2008 às 09:43  
Anonymous Anônimo said...

"Mofada" é uma expressão ridícula mesmo. É vulgar e desrespeitoso.

14 de dezembro de 2008 às 12:46  
Anonymous Anônimo said...

Show e disco são lindos. E só gostaria de dizer ao Sr. Mauro que Wanderléa tem 60 e poucos anos e merece respeito por tudo o que ela é, foi e continua sendo.

14 de dezembro de 2008 às 12:49  
Anonymous Anônimo said...

Mauro já tinha escrito que o cd anterior "O Amor Sobreviverá" deixou má-impressão, no entanto com ele Wanderléa ganhou o Prêmio TIM de Música de 2004 como Melhor Cantora (categoria Cançao Popular). Agora vem esse "Mofada". Ninguém merece!

14 de dezembro de 2008 às 17:29  
Anonymous Anônimo said...

Novamente discordando do coro dos descontentes.
Pô, eu gosto de discordar do coro dos contentes! :>)
Adoreiiiii a palavra mofada!ehehehe
Foi uma expressão inventiva e coloquial, que condiz com a realidade.
As pessoas têm de deixar de não me toques.

PS: O outro já mete a idade na jogada. Meu irmão, mofada é a carreira, não a cantora.
Se liga!

Jose Henrique

14 de dezembro de 2008 às 19:04  
Anonymous Anônimo said...

Vcs só podem estar de brincadeira...
Não vi nenhuma falta de respeito neste texto. Ao contrário, foram as palavras elogiosas de Mauro que me fizeram comprar o CD que, diga-se de passagem, está delicioso.

Vamos aprender a ler?

14 de dezembro de 2008 às 20:34  
Anonymous Anônimo said...

'deu novos velhos ares à carreira mofada de wanderlea' 2.

14 de dezembro de 2008 às 21:56  
Anonymous Anônimo said...

Wanderléa é mara!

14 de dezembro de 2008 às 22:35  
Anonymous Anônimo said...

Sou fãzaço da pessoa Wanderléa, mas a cantora não me agrada em nada.
Ouvi o CD e não mudei de opinião. Wandeca canta muito mal.
A cidadã é da melhor qualidade. Bom caráter, sensível, corajosa, saudável, jovial, intensa, tudo certo com ela.

15 de dezembro de 2008 às 00:13  
Anonymous Anônimo said...

Mofada? Forte. Bom então vamos listar outras carreiras mofadas, por vários outros motivos:

Marisa Monte - Não sai do mesmo há uma década.

Gal Costa - A rainha das carreiras mofadas, Gal conseguiu ir além, pois retrocedeu para a bossa nova e de lá não sai.

Bethania - A mais agradável das carreiras mofadas, porque mesmo fazendo a mesma coisa sempre, consegue manter o interesse de uma legião.

Alcione - A carreira de Alcione mofou na década de 80, a Marrom não viu chegar nem a década de 90, continua achando que vender discos é ter uma carreira.

Joana - Sem comentários

Simone - tentou sair do mofo com seda pura, deu uma melhorada com baiana da gema, mas de fato, nada de novo nos apresenta.

Beth Carvalho - Risos.... Muitos...

Sandra de Sá - Gargalhadas... MPB, música preta brasileira, (ainda não saiu deste surto)

Marina - O mofo está na voz e na postura de uma contemporaneidade que ela não tem.

Selma Reis - Cadê o disco com o repertório do Paulo César Pinheiro.

Leila Pinheiro - Faz ótima coisas anti mofo, quando quer, mas sempre volta para a bossa nova e para os projetos "Mais mofos do Brasil".

Isto, falando das que eu admiro muito, mas que recebem um respeito do Mauro que esta expressão "carreira mofada" não atribuiu a Wanderléia.

Acho que Elba é a mais corajosa e possui a carreira menos mofada da MPB, mesmo quando o repertório não surpreende, ela sempre trás novas informações, na forma de cantar, nos arranjos, nos shows...

15 de dezembro de 2008 às 11:12  
Anonymous Anônimo said...

Marisa Monte lançou dois discos de uma vez, um bem diferente do outro e ainda lançou um DVD inovador.
Vc pode não gostar dos últimos trabalhos dela, mas, carreira mofada é tudo que ela não tem.
Contra fatos não há argumentos.

Jose Henrique

15 de dezembro de 2008 às 16:21  
Blogger Bruno Cavalcanti said...

O comentário do Vagner foi o mais infeliz possível... realmente a carreira da Wandóca estava mofada SIM pelo fato de ela não sair das abas da Jovem Guarda... acordem pra vida e admitam, ela estava cansada e cansando... este disco veio para mostrar que ela pode bem mais, pode muito mais! Muitos dos citados aí em cima são por puro despeito... Marina se reinventou e driblou o problema da voz, Bethânia é Bethânia... a única com a qual concordo é Gal e Joana... Gal infelizmente parece estar cansada e Joana... bem... prefiro não comentar! Mas o Vagner foi MUITO infeliz neste comentário!

16 de dezembro de 2008 às 00:45  
Anonymous Anônimo said...

esta é a madonna que me interessa.
fui ao show em sampa e saí em êxtase. wandeca continua infernal.

16 de dezembro de 2008 às 07:28  
Anonymous Anônimo said...

Não há o que se discutir sobre isso, cada artista satisfaz o seu íntimo, sou seja, canta o quer e gosta, evidentemente em sintonia com o seu público. Naturalmente que Wanderléia, Roberto e Erasmo, quer queiram ou não, fazem parte da história musical contemporânea brasileira, pelo que representam na composição da "JOVEM GUARDA". Agora,se desvincular de "logomarcas" de vez em quando, não é para qualquer um não. A Wandeca fez isto muito bem, lançando o CD NOVA ESTAÇÃO, não se desvinculando da Jovem Guarda, que não há como, mas para dar uma saindinha de vez em quando, que é saudável. Já ouví quatro músicas pela internet, gostei de tudo: voz, estilo, interpretação, arranjos e escolha do repertório musical. Valeu, vou comprar.

17 de dezembro de 2008 às 18:28  
Anonymous Anônimo said...

Vandeca é maravilhosa ,o swol é muito bom,enquanto as outras citadas cada uma tem seu encanto ,publíco e carreria estabelecida.
Falar que um mito como Wanderléia tem uma carreria mofafada é grosseiro.
Ela priorizou a vida pessoal e os filhos ,dái sua distancia ,isso é errado?
Acho q não ,sua importancia é indiscutível.
Douglas

18 de dezembro de 2008 às 19:34  

Postar um comentário

<< Home