No palco, 'Coração' de Baleiro pulsa com saúde
Resenha de Show
Título: O Coração do Homem-Bomba
Artista: Zeca Baleiro
Local: Canecão (RJ)
Data: 7 de junho de 2009
Cotação: * * * 1/2
Título: O Coração do Homem-Bomba
Artista: Zeca Baleiro
Local: Canecão (RJ)
Data: 7 de junho de 2009
Cotação: * * * 1/2
Desde que expressou no título firme de seu segundo álbum (Vô Imbolá, 1999) a opção por fazer música calcada na diversidade rítmica nacional, Zeca Baleiro tem construído obra coerente que ecoa referências de rock, cordel, sons do Norte, canções líricas e do brega que reina nos interiores do Brasil. Tal mix de influências pulsa no show O Coração do Homem-Bomba, baseado nos dois volumes do álbum homômino, editados por Baleiro em 2008. Trata-se de show vigoroso, cujo roteiro concilia tanto a leveza do fox Uma Loira (Hervé Cordovil) - entoado quase a capella, com ritmo marcado pelo estalar dos dedos do cantor e dos músicos da banda Os Bombásticos - quanto o peso do Heavy-Metal do Senhor, último número do generoso bis que agrega canção (Bandeira), repente (Eu Detesto Coca-Light, parceria com Chico César) e tema de inspiração afro (Mamãe Oxum). Salada mista temperada com a verve exposta pelo artista maranhense desde seu primeiro álbum.
É fato que, no começo, O Coração do Homem-Bomba bate uniforme. Há certa linearidade na pegada do bloco inicial do roteiro, quando Baleiro enfileira músicas como Você Não Liga pra mim, Alma Não Tem Cor, Elas por Elas, Salão de Beleza e Ela Falou Malandro - números em que se evidencia a presença fundamental do naipe de metais que encorpa os arranjos e a banda. A primeira variação de tom e clima vem com a canção Você É Má. Em seguida, Baleiro marca golaço com Bola Dividida, reconstruindo o samba de Luiz Ayrão e mostrando que sabe se apropriar com inteligência de repertório alheio. De sua própria lavra, a canção Quase Nada (parceria com Alice Ruiz) surge bela no show, pontuada pela guitarra slide de Tuco Marcondes. Na sequência, outro grande momento: Boi do Dono, número de voz-e-violão. No retorno da banda à cena, a canção Débora marca presença com suas rimas ácidas em clima leve que vai ganhando peso e metais em números seguintes como o samba-funk Vai de Madureira (pérola repleta de verve que passou despercebida no álbum que marcou a volta das Frenéticas em 2001) e Toca Raul. Enfim, no palco e nos discos, o coração de Zeca Baleiro continua pulsando saudável no ritmo da diversidade. Ele imbola com êxito.
2 Comments:
Desde que expressou no título firme de seu segundo álbum (Vô Imbolá, 1999) a opção por fazer música calcada na diversidade rítmica nacional, Zeca Baleiro tem construído obra coerente que ecoa referências de rock, cordel, sons do Norte, canções líricas e do brega que reina nos interiores do Brasil. Tal mix de influências pulsa no show O Coração do Homem-Bomba, baseado nos dois volumes do álbum homômino, editados por Baleiro em 2008. Trata-se de show vigoroso, cujo roteiro concilia tanto a leveza do fox Uma Loira (Hervê Cordovil) - entoado quase a capella, com ritmo marcado pelo estalar dos dedos do cantor e dos músicos da banda Os Bombásticos - quanto o peso do Heavy-Metal do Senhor, último número do generoso bis que agrega canção (Bandeira), repente (Eu Detesto Coca-Light, parceria com Chico César) e tema de inspiração afro (Mamãe Oxum). Salada mista temperada com a verve exposta pelo artista maranhense desde seu primeiro álbum.
É fato que, no começo, O Coração do Homem-Bomba bate uniforme. Há certa linearidade na pegada do bloco inicial do roteiro, quando Baleiro enfileira músicas como Você Não Liga pra mim, Alma Não Tem Cor, Elas por Elas, Salão de Beleza e Ela Falou Malandro - números em que se evidencia a presença fundamental do naipe de metais que encorpa os arranjos e a banda. A primeira variação de tom e clima vem com a canção Você É Má. Em seguida, Baleiro marca golaço com Bola Dividida, reconstruindo o samba de Luiz Ayrão e mostrando que sabe se apropriar com inteligência de repertório alheio. De sua própria lavra, a canção Quase Nada (parceria com Alice Ruiz) surge bela no show, pontuada pela guitarra slide de Tuco Marcondes. Na sequência, outro grande momento: Boi do Dono, número de voz-e-violão. No retorno da banda à cena, a canção Débora marca presença com suas rimas ácidas em clima leve que vai ganhando peso e metais em números seguintes como o samba-funk Vou de Madureira (pérola repleta de verve que passou despercebida no álbum que marcou a volta das Frenéticas em 2001) e Toca Raul. Enfim, no palco e nos discos, o coração de Zeca Baleiro continua pulsando saudável no ritmo da diversidade. Ele imbola com êxito.
Taí um artista que não sossega, não se acomoda, tá sempre "inventando", sempre renovando sua obra E QUE ERRA MUITO POUCO. SE É QUE JÁ ERROU. PALMAS PARA BALEIRO.
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