Jair se excede na alegria em festa-show dos 70
Resenha de DVD
Título: Festa para
um Rei Negro
Artista: Jair Rodrigues
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2
"Que disposição!", espanta-se Chitãozinho, após ser levantado em cena por Jair Rodrigues durante o show gravado ao vivo no palco do Auditório Ibirapuera (SP), em 6 e 7 de fevereiro de 2009. Festa para um Rei Negro celebra os 70 anos de Jair, cuja boa forma vocal desafia sua idade. Contudo, o intérprete de O Conde - revivido neste retrospectivo projeto ao vivo em pálido dueto com Pedro Mariano - se excede na alegria. Permitida para a ocasião, é fato, mas nem sempre adequada do ponto de vista musical. O tom esfuziante com que Jair aborda o repertório padroniza e dilui as intenções originais das músicas. É com a mesma felicidade que ele expressa tanto as convicções de Disparada (número aberto com imagens de sua premiação no II Festival de Música Popular Brasileira promovido pela TV Record em 1966) quanto a melancolia nostálgica de Luar do Sertão, clássico sertanejo do qual participam Chitãozinho & Xororó, convidada também de A Majestade O Sabiá, o tema de Roberta Miranda que a dupla gravou com Jair em 1986. O extenso elenco de convidados, aliás, foi mal-aproveitado. Alcione entra no fim de Casa de Bamba mais para dançar do que cantar. E, verdade seja dita, a voz da Marrom não estava em seus melhores dias - como atesta seu segundo dueto com Jair (Não Deixe o Samba Morrer). Pelé, como de hábito, mostra inabilidade no campo da música ao entoar com Jair Cidade Grande, tema de autoria do esportista dublê de cantor e compositor. A música expressa o lamento de um sertanejo saudoso de sua terra. Jorge Aragão também não diz muito a que veio em Coisinha do Pai. Em contrapartida, Max de Castro, Simoninha, Rappin' Hood e Rodrigo Ramos acentuam o tom rapeado da letra de Deixa Isso pra Lá. Jair aparece no palco somente quando os quatro já estão entrosados, num dos melhores números da noite. Contudo, a costura do roteiro é frouxa. Qual o sentido de um dueto de Luciana Mello com Pedro Mariano em Mascarada / Sonho de um Carnaval sem a participação do aniversariante? Filha de Jair, Luciana canta Upa Neguinho com o pai em número que prima pelo suingue. Já o outro filho, Jair Oliveira, incursiona com o pai por medley que une dois sambas de Paulinho da Viola, Coisas do Mundo, Minha Nega (num tom exteriorizado que esmaece os versos do samba) e Foi um Rio que Passou em Minha Vida, este, sim, um veículo ideal para Jair Rodrigues exercitar sua alegria interpretativa. No fim, todos os convidados celebram o astro da noite na cadência de dois esfuziantes sambas-enredo, É Hoje e Festa para um Rei Negro. Caem bem, mas, no todo, faltou rigor estilístico na festa-show dos 70 anos do majestoso Jair Rodrigues. Foi mais festa do que show!!
Título: Festa para
um Rei Negro
Artista: Jair Rodrigues
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2
"Que disposição!", espanta-se Chitãozinho, após ser levantado em cena por Jair Rodrigues durante o show gravado ao vivo no palco do Auditório Ibirapuera (SP), em 6 e 7 de fevereiro de 2009. Festa para um Rei Negro celebra os 70 anos de Jair, cuja boa forma vocal desafia sua idade. Contudo, o intérprete de O Conde - revivido neste retrospectivo projeto ao vivo em pálido dueto com Pedro Mariano - se excede na alegria. Permitida para a ocasião, é fato, mas nem sempre adequada do ponto de vista musical. O tom esfuziante com que Jair aborda o repertório padroniza e dilui as intenções originais das músicas. É com a mesma felicidade que ele expressa tanto as convicções de Disparada (número aberto com imagens de sua premiação no II Festival de Música Popular Brasileira promovido pela TV Record em 1966) quanto a melancolia nostálgica de Luar do Sertão, clássico sertanejo do qual participam Chitãozinho & Xororó, convidada também de A Majestade O Sabiá, o tema de Roberta Miranda que a dupla gravou com Jair em 1986. O extenso elenco de convidados, aliás, foi mal-aproveitado. Alcione entra no fim de Casa de Bamba mais para dançar do que cantar. E, verdade seja dita, a voz da Marrom não estava em seus melhores dias - como atesta seu segundo dueto com Jair (Não Deixe o Samba Morrer). Pelé, como de hábito, mostra inabilidade no campo da música ao entoar com Jair Cidade Grande, tema de autoria do esportista dublê de cantor e compositor. A música expressa o lamento de um sertanejo saudoso de sua terra. Jorge Aragão também não diz muito a que veio em Coisinha do Pai. Em contrapartida, Max de Castro, Simoninha, Rappin' Hood e Rodrigo Ramos acentuam o tom rapeado da letra de Deixa Isso pra Lá. Jair aparece no palco somente quando os quatro já estão entrosados, num dos melhores números da noite. Contudo, a costura do roteiro é frouxa. Qual o sentido de um dueto de Luciana Mello com Pedro Mariano em Mascarada / Sonho de um Carnaval sem a participação do aniversariante? Filha de Jair, Luciana canta Upa Neguinho com o pai em número que prima pelo suingue. Já o outro filho, Jair Oliveira, incursiona com o pai por medley que une dois sambas de Paulinho da Viola, Coisas do Mundo, Minha Nega (num tom exteriorizado que esmaece os versos do samba) e Foi um Rio que Passou em Minha Vida, este, sim, um veículo ideal para Jair Rodrigues exercitar sua alegria interpretativa. No fim, todos os convidados celebram o astro da noite na cadência de dois esfuziantes sambas-enredo, É Hoje e Festa para um Rei Negro. Caem bem, mas, no todo, faltou rigor estilístico na festa-show dos 70 anos do majestoso Jair Rodrigues. Foi mais festa do que show!!
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"Que disposição!", espanta-se Chitãozinho, após ser levantado em cena por Jair Rodrigues durante o show gravado ao vivo no palco do Auditório Ibirapuera (SP), em 6 e 7 de fevereiro de 2009. Festa para um Rei Negro celebra os 70 anos de Jair, cuja boa forma vocal desafia sua idade. Contudo, o intérprete de O Conde - revivido neste retrospectivo projeto ao vivo em pálido dueto com Pedro Mariano - se excede na alegria. Permitida para a ocasião, é fato, mas nem sempre adequada do ponto de vista musical. O tom esfuziante com que Jair aborda o repertório padroniza e dilui as intenções originais das músicas. É com a mesma felicidade que ele expressa tanto as convicções de Disparada (número aberto com imagens de sua premiação no II Festival de Música Popular Brasileira promovido pela TV Record em 1966) quanto a melancolia nostálgica de Luar do Sertão, clássico sertanejo do qual participam Chitãozinho & Xororó, convidada também de A Majestade O Sabiá, o tema de Roberta Miranda que a dupla gravou com Jair em 1986. O extenso elenco de convidados, aliás, foi mal-aproveitado. Alcione entra no fim de Casa de Bamba mais para dançar do que cantar. E, verdade seja dita, a voz da Marrom não estava em seus melhores dias - como atesta seu segundo dueto com Jair (Não Deixe o Samba Morrer). Pelé, como de hábito, mostra inabilidade no campo da música ao entoar com Jair Cidade Grande, tema de autoria do esportista dublê de cantor e compositor. A música expressa o lamento de um sertanejo saudoso de sua terra. Jorge Aragão também não diz muito a que veio em Coisinha do Pai. Em contrapartida, Max de Castro, Simoninha, Rappin' Hood e Rodrigo Ramos acentuam o tom rapeado da letra de Deixa Isso pra Lá. Jair aparece no palco somente quando os quatro já estão entrosados, num dos melhores números da noite. Contudo, a costura do roteiro é frouxa. Qual o sentido de um dueto de Luciana Mello com Pedro Mariano em Mascarada / Sonho de um Carnaval sem a participação do aniversariante? Filha de Jair, Luciana canta Upa Neguinho com o pai em número que prima pelo suingue. Já o outro filho, Jair Oliveira, incursiona com o pai por medley que une dois sambas de Paulinho da Viola, Coisas do Mundo, Minha Nega (num tom exteriorizado que esmaece os versos do samba) e Foi um Rio que Passou em Minha Vida, este, sim, um veículo ideal para Jair Rodrigues exercitar sua alegria interpretativa. No fim, todos os convidados celebram o astro da noite na cadência de dois esfuziantes sambas-enredo, É Hoje e Festa para um Rei Negro. Caem bem, mas, no todo, faltou rigor estilístico na festa-show dos 70 anos do majestoso Jair Rodrigues. Foi mais festa do que show!!
Tem talento, não há que se duvidar. Mas sua obra é irregular. Passou por momentos que não o merecem quando apelou para a brega-music nos anos 80/90. Mas a simpatia e disposição compensam.
Fui na gravação do DVD e tudo é demais,uma festa sem comando.A Luciana Mello cantando com o Pedro Mariano sem o jair Rodrigues ficou apelativo e ridículo.Sem mais comentários.
Jair, infelizmente, virou um bufão da MPB. Tudo vira festa e piada.
Mauro, vc ja disse tudo. Não temos mais nada a acrescentar. Uma pena que o Jair se tornou essa figura folclórica.
Luiz Leite - Belém/PA
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