28 de julho de 2007

Série 'Jazz Cuba' abre o baú dos anos 50 aos 80

Com gravações raras, feitas entre os anos 50 e 80, a coleção JazzCuba, da Warner Music, ganha edição nacional. São 10 títulos embalados em digipack com textos e informações sobre as tais gravações de grupos, instrumentistas e cantores que cruzaram a ponte entre o jazz e os ritmos cubanos. Cada título sai com tiragem inicial de mil cópias. Eis, com a grafia original em castelhano, a relação dos 10 títulos da luxuosa série JazzCuba:
Volumen 1: Chucho Valdes
Volumen 2: Bebo e Chao
Volumen 3: Chico O'Farril
Volumen 4: Guapacha
Volumen 5: Irakere
Volumen 6: Los Amigos
Volumen 7: Los Papines & Ruben Gonzalez
Volumen 8: Peruchin
Volumen 9: Divas e Orquestra Cubana de Musica Moderna
Volumen 10: Orquestra Cubana de Musica Moderna

Show solo de Paul Rodgers sai em CD e DVD

Ainda pouco conhecido no Brasil, Paul Rodgers tem o seu público no exterior. Em especial, na Inglaterra e na Escócia, onde foi gravado, em 13 de outubro de 2006, o show que originou o CD e DVD (capa à esquerda) Live in Glasgow. Cultuado pela potência vocal, Rodgers desenvolve carreira solo depois de ter liderado bandas como Bad Company e de ter sido agregado ao Queen no posto que foi de Freddie Mercury. As fotos do libreto do DVD atestam a sintonia entre o público e ótimo cantor. No roteiro, há temas como I'm a Mover e Can't Get Enough, já hit.

A obra solo de D2 é compilada na série 'Perfil'

Aos 12 anos de coesa carreira fonográfica, levados em conta os quatro CDs gravados com o grupo Planet Hemp, Marcelo D2 tem a sua obra compilada pela primeira vez. Editada via Som Livre, na série Perfil, a coletânea de D2 enfoca a fase solo do artista, mas apresenta como bônus duas gravações do Planet Hemp, Contexto e Dig Dig Dig (Hempa). O CD sai com 15 mil cópias. Eis as 18 faixas:

1. À Procura da Batida Perfeita
2. Vai Vendo
3. 1967
4. That's What I Got
5. Pra que Amor?
6. Loadeando
7. C.B. (Sangue Bom)
8. Mantenha o Respeito 2
9. Lapa
10. Nega
11. Dor de Verdade
12. Batucada / A Batucada dos Nossos Tantãs
13. Rebatucada
14. Falador (Falador Passa Mal)
15. Gueto
16. Qual É?
Faixas-bônus:
17. Dig Dig Dig (Hempa)
18. Contexto

CD ao vivo de Mart'nália ganha edição avulsa

Lançado no fim de 2006, mas até então vendido somente num kit com o DVD correspondente, o segundo CD ao vivo de Mart'nália ganhou edição avulsa da gravadora Biscoito Fino. Mart'nália em Berlim - Ao Vivo registra o show feito pela artista na Copa das Culturas, na Alemanha. O primeiro disco ao vivo da cantora saiu em 2004.

27 de julho de 2007

Rita grava Gonzaguinha e ganha samba de Cruz

Maria Rita (em foto de Marcelo Bruno, da Agência MT) regravou um samba de Gonzaguinha (1945 - 1991) em seu terceiro álbum, produzido por Leandro Sapucahy. Além da participação da Velha Guarda da Mangueira, o disco de sambas da cantora vai trazer no repertório música de Arlindo Cruz, feita especialmente para Rita. O lançamento está confirmado para setembro, pela Warner Music.

Vanessa, Arnaldo e Raul animam trilha de filme

Exibido em primeira mão na 15ª edição do festival Anima Mundi, neste mês de julho, o filme Garoto Cósmico, de Alê Abreu, deverá entrar em circuito apenas em outubro, mas a sua lúdica trilha sonora - assinada por Gustavo Kurlat com a produção musical de Ruben Feffer - já está sendo lançada em CD pela gravadora paulista Lua Music. A trilha turbina ritmos brasileiros com efeitos eletrônicos - em sintonia com o enredo espacial da animação. O disco reúne 30 temas, gravados com as participações especiais de Arnaldo Antunes (Hora-Disso-Hora-Daquilo, música que remete ao estilo do tribalista), Vanessa da Mata (o samba Girassóis) e do saudoso ator Raul Cortez (A Trupe). Kurlat assina músicas e letras.

Biscoito coleta cantos do Rio para celebrar Pan

O Pan 2007 acabará no domingo, 29 de julho, mas, para fãs de esporte e do Rio, a gravadora Biscoito Fino anuncia uma coletânea, Cantos do Rio de Janeiro, que reúne músicas que falam da cidade que está sediando os jogos para celebrar a competição - e o próprio Rio. Cidade Maravilhada, gravada pelo grupo carioca Casuarina para o CD, é a única música inédita, de autoria de Claudio Picorelli, Julio Moura, João Cavalcanti e Marcito. Eis a seleção da (atrasada) compilação:
1. Sábado em Copacabana - Maria Bethânia
2. Subúrbio - Chico Buarque
3. Menino do Rio / Estácio Holly Estácio - Mart'nália
4. Pivete - Caetano Veloso
5. Senhora da Glória - Monarco e Martinho da Vila
6. Maviosa - Guinga
7. Folhas Secas - Tira Poeira e Teresa Cristina
8. Real Grandeza - Jards Macalé
9. Pela Ciclovia - Leila Pinheiro
10. Maracanã - Francis Hime
11. Fala Mangueira - Gal Costa
12. Morro Dois Irmãos - Olivia Hime
13. Samba do Avião - Tom Jobim
14. Cidade Maravilhada - Casuarina

As tiragens dos CDs de Chico, Melodia e Bebel

É de 40 mil cópias a tiragem (inicial) do CD duplo Carioca - Ao Vivo, de Chico Buarque. O disco (capa à direita) já está nas lojas, mas o DVD correspondente sairá somente em fins de agosto - com outra capa. E, se Chico tem cacife para que a Biscoito Fino fabrique já de início 40 mil CDs duplos, Luiz Melodia fica na casa das cinco mil cópias. É esta a tiragem inicial do CD Estação Melodia, também editado pela Biscoito Fino e já nas lojas. Trata-se, a propósito, da mesma tiragem da edição nacional do terceiro álbum de Bebel Gilberto, Momento, lançado no Brasil via Sony BMG. Detalhe: a tiragem inicial de Momento virá com a mesma embalagem em digipack da edição estrangeira. O disco de Bebel também já chegou às lojas.

26 de julho de 2007

Luiza canta Chico e Caetano no primeiro DVD

Tango de Nancy (Chico Buarque e Edu Lobo) e Oração ao Tempo (Caetano Veloso) são músicas do roteiro do show que Luiza Possi fará na quinta-feira, 2 de agosto, no Teatro Municipal de Niterói (RJ), para gravar seu primeiro DVD. Herbert Vianna é, por ora, o único convidado confirmado no registro. O cantor do Paralamas do Sucesso vai participar de Quase um Segundo, a balada de sua autoria. O show tem direção de Pedro Neschling e supervisão do pai de Luiza, Líber Gadelha, que lançará o DVD por sua gravadora, a LGK, com distribuição da EMI, possivelmente até o fim do ano. No repertório, inédita de Ana Carolina e versão de Moska para No Voy a Ser Yo, de Kevin Johansen, além do hit Coração de Papel.

Korn bisa parceria com Ross em CD sem título

O oitavo álbum do Korn já tem seu lançamento nos Estados Unidos agendado para 31 de julho. No Brasil, estará nas lojas a partir de 5 de agosto. Sem um título ("Por que não deixar que cada fã chame-o do que bem entender?", sugere o vocalista do grupo, Jonathan Davis), o CD foi produzido por Atticus Ross, que já trabalhara com a banda no anterior See You in the Other Side. A música Evolution já foi eleita o primeiro single. Eis as 13 faixas do álbum:

1. Intro
2. Starting Over
3. Bitch, We Got a Problem
4. Evolution
5. Hold on
6. Kiss
7. Do What They Say
8. Ever Be
9. Love and Luxury
10. Innocent Bystander
11. Killie
12. Hushabye
13. I Will Protect You

Magia de 'Harry Potter' se prolonga nos discos

Já em cartaz no Brasil, o filme Harry Potter e a Ordem da Fênix (antepenúltimo da saga do jovem mago) tem sua trilha sonora lançada esta semana no fiel mercado brasileiro, via Warner Music. Composta por 18 temas, a trilha é original e leva a assinatura de Nicholas Hooper. Eis as músicas do CD:

1. Fireworks
2. Professor Umbridge
3. Another Story
4. Dementors in the Underpass
5. Dumbledore's Army
6. The Hall of Prophecies
7. Possession
8. The Room of Requirements
9. The Kiss
10. A Journey to Hogwarts
11. The Sirius Deception
12. Death of Sirius
13. Umbridge Spoils a Beautiful Morning
14. Darkness Takes Over
15. The Ministry of Magic
16. The Sacking of Trelawny
17. Flight of the Order of the Phoenix
18. Loved Ones and Leaving

Magic Numbers reprocessa até Beyoncé no Rio

Resenha de Show
Título: Festival Indie Rock
Artista: The Magic Numbers (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Circo Voador (RJ)
Data: 25 de julho de 2007
Cotação: * * * *

"Shake your ass", ordenou Romeo Stodart, o (simpático) vocalista do quarteto britânico The Magic Numbers, ao fim do consagrador show que encerrou a primeira noite carioca do festival Indie Rock, no Circo Voador. Nem precisava. O atento e animado público que foi ao Circo já tinha se deixado seduzir pela demolidora releitura de Crazy in Love. O maior hit da carreira solo de Beyoncé Knowles foi a surpresa de roteiro centrado nas músicas dos dois primeiros e únicos álbuns do grupo, que destaca Ângela Gannon na escaleta.

A platéia mostrou que já conhecia bem temas como Forever Lost, Take a Chance e The Mule. Para quem ainda não conhece, o Magic Numbers faz um rock retrô e melódico, com vocais harmoniosos que remetem a grupos dos anos 60 como The Mamas & the Papas e Beach Boys. Sob a lona carioca, a banda turbinou esses vocais com a energia típica de um show de arena. Números como Anima Sola (de levada empolgante) ratificaram o talento e a originalidade de uma banda que apresenta releitura moderna do som ripongo com influências de country e soul. Um show simples, mas memorável!!!

25 de julho de 2007

Backstreet apresenta CD em outubro sem Kevin

Já passou a febre das boybands, só que o grupo Backstreet Boys insiste e vai voltar ao disco em outubro com o lançamento de um álbum ainda sem título revelado. O primeiro single é a balada pop Inconsolable, que chegará às rádios dos Estados Unidos em 27 de agosto. Trata-se do primeiro disco dos Backstreet Boys sem Kevin Richardson, que saiu do grupo em junho de 2006 e não foi - e nem será - substituído. O trabalho marca também os 10 anos da banda na gravadora Jive Records. Contudo, o fato é que o álbum anterior dos rapazes, Never Gone, teve desempenho morno nas paradas norte-americanas em 2005, em que pesem as boas vendas iniciais.

'La Radiolina' de Chao toca a partir de setembro

La Radiolina é o título do novo álbum de Manu Chao. Primeiro trabalho de estúdio do cantor em seis anos, o disco (capa acima) chegará às lojas em 4 de setembro - com produção dividida entre Mario Caldato Jr. e Andrew Scheps. O primeiro single, Rainin' in Paradize, já entrou em rotação nas rádios em maio e ganhou clipe filmado em Buenos Aires (Argentina). O lançamento é da Warner.

Olivia Hime registra palavra de Guerra em DVD

Olivia Hime grava esta semana seu segundo DVD. Produzido pela gravadora Biscoito Fino em parceria com o Canal Brasil, o vídeo vai registrar o show de lançamento do CD Palavras de Guerra, em que a cantora interpreta músicas com versos do cineasta Ruy Guerra. Iniciada ontem (24 de julho) no Sesc de Santo André (SP), a gravação prosseguirá nesta quarta e na quinta-feira, 25 e 26 de julho, em shows feitos pela artista no Sesc Santana (SP). Dirigido por Flávio Marinho, o show conta com arranjos e direção musical de Francis Hime. O novo DVD de Olivia tem lançamento previsto para novembro. Já o Canal Brasil exibirá o especial em outubro.

Conceito de popularidade no Brasil é elástico...

Pesquisa do Instituto DataFolha - analisada em bela reportagem da edição de 22 de julho do jornal Folha de S. Paulo - apontou a Banda Calypso e a dupla (sertaneja?) Zezé Di Camargo & Luciano como os artistas mais populares do Brasil na atualidade na área musical. Nomes como o cantor Roberto Carlos e a dupla Bruno & Marrone aparecem logo em seguida na lista. Sem causar surpresa. Afinal, todos são artistas entronizados na preferência popular já há alguns anos e, no caso do Rei, já há mais de quatro décadas. A realidade dos números reflete um Brasil popular que nem sempre é ouvido em pesquisas. Só que o conceito de popularidade é bem elástico num Brasil que - a bem da verdade - não parece um, mas muitos. E, se forem levados em conta todos os vários Brasis que coexistem num país de dimensões continentais, Chico Buarque também é popular. Somente para citar o exemplo de um cantor que, sem aparecer em programas de televisão, provoca filas nas bilheterias das casas que anunciam seus shows. Da mesma forma que Marisa Monte também é popular em seu país. Que talvez não seja o mesmo país da Banda Calypso. Isso é que é triste, pois, em décadas passadas, o próprio Chico era capaz de unir esses vários Brasis em uma só voz. Como bandas como Legião Urbana fizeram nos anos 80. O Brasil sempre foi plural - e jamais seria diferente na hora de escolher seus ídolos musicais. O problema está no visível achatamento do gosto popular. Em 1982 (há 25 anos, portanto), Simone fazia sucesso nacional com música de Sueli Costa (Alma, hit do LP Corpo e Alma) - êxito improvável nos dias de hoje. E vem justamente daí - da dificuldade de se mapear o gosto musical de um povo que perde referências - a elasticidade do conceito de popularidade em um Brasil em que, mal ou bem, convivem Chico, Sueli, Calypso e duplas que fazem a música de um país continental.

24 de julho de 2007

Dupla afia guitarras e discurso em CD explosivo

Resenha de CD
Título: Icky Thump
Artista: The White Stripes
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Com as guitarras de novo em volume bem alto, dissipando qualquer dúvida em relação à mudança de rota esboçada em seu bom álbum anterior, Get Behind me Satan (2005), a dupla The White Stripes reaparece em grande forma em seu sexto CD, Icky Thump, de conteúdo incendiário. A começar pela faixa-título, petardo que abre o disco alvejando a política fria dos Estados Unidos em relação à entrada dos mexicanos no terreno de Bush. Uma bela tomada de posição!!
Politizado, o duo transita pelo rock básico com as suas guitarras explosivas em temas como Little Cream Soda entre ecos de Led Zeppelin (I'm Slowly Turning Into You) e Racounters. Apesar de uma ou outra música remeter ao som do projeto paralelo de Jack White, em especial You Don't Know What Love Is (You Just Do as You're Told), Icky Thump é disco pouco ou nada influenciado pelo Racounters. Tanto que há, inclusive, faixa de clima mexicano (Conquest) e tema que remete ao country e ao folk de raiz (Prickly Thorn, But Sweetly Worn). Enfim, Jack e sua indefinível parceira Meg White estão em seu auge, extrapolando rótulos. E o fato é que Icky Thump é um dos grandes álbuns de 2007. A dupla é dez!!!!

CD-single antecipa a trilha de 'High School 2'

antecipando o lançamento, em agosto, do álbum com a trilha sonora do filme High School Musical 2 (capa à esquerda), a Universal Music está lançando no Brasil - em sintonia com o mercado dos Estados Unidos - o single com a canção What Time Is It? na interpretação do elenco deste musical da Disney. O CD traz o trailler do filme e miniposter do elenco para atrair colecionadores de mimos dessa nova mania juvenil, que já rendeu hits e tornou o álbum High School Musical o mais vendido nos EUA em 2006.

Bruno & Marrone em acústico de dois volumes

Uma das duplas sertanejas de maior popularidade no Brasil, Bruno & Marrone vão lançar neste mês de julho um álbum duplo. Só que o CD Acústico II - Inédito vai ter seus dois volumes editados e vendidos de forma separada pela Sony BMG. Ao todo, são 28 faixas que contam com adesões de Alexandre Pires, Durval Lelys, padre Marcelo Rossi e da veterana dupla Milionário & Zé Rico. Eis as músicas dos dois CDs de B e M, inéditas em sua grande maioria:
Volume 1
1. Pra Não Morrer de Amor

2. Um Sonho Louco
3. Não Faz Mais Isso Comigo

4. Nossa Senhora do Brasil - com padre Marcelo Rossi
5. Consciência Pesada

6. Amor de Balada
7. Chorão Apaixonado

8. Ficar por Ficar
9. Assim como o Sol

10. Doideira - com Durval Lelys
11. Um Tremendo Bobão

12. Seja Bem-Vinda
13. Coisa de Pele

14. Castelo de Areia

Volume 2
1. Lágrimas e Vinho
2. Só de Você

3. Abafa o Caso - com Alexandre Pires
4. Recaída

5. Dona do meu Sentimento
6. Carnaval

7. Não Tô pra Ninguém
8. Um Beijo e Tchau

9. Vou Pedir a Deus Você
10. Sem Você

11. Cabecinha no Ombro / Chalana - com Milionário & Zé Rico
12. Pensa num Trem Bão

13. Borbulhas de Amor
14. Pra Não Morrer de Amor

Único show do Run DMC em Montreux em DVD

Um dos pioneiros do hip hop, o trio de Nova York Run DMC fez somente uma apresentação no Festival de Montreux, em 2001. Este show ganha registro em DVD - editado no Brasil neste mês de julho com o selo da gravadora ST2. No roteiro de 16 números, DJ Run, DMC e Jam Master Jay apresentam músicas como Got to Be Real, It's Like That, It's Tricky, King of Rock e Walk This Way.

23 de julho de 2007

Marina completa 30 anos na cena pop nacional

Talvez (quase) ninguém se dê conta, ou faça as contas, mas Marina Lima está completando 30 anos em atividade na cena pop nativa. Foi em 1977 que Gal Costa gravou no LP Caras e Bocas a música Meu Doce Amor, parceria de Marina com Duda Machado. A rigor, a primazia de registrar uma música de Marina (então sem o Lima) seria de Maria Bethânia, só que o blues Alma Caiada (da lavra de Marina com seu irmão Antonio Cícero) foi proibido pela censura do regime militar de entrar no álbum Pássaro Proibido, lançado em 1976. Então quis a história que fosse de Gal o primeiro registro oficial de música de Marina, que - nessas três décadas - se firmou entre altos e baixos como uma das figuras mais emblemáticas da cultura pop brasileira por seu som e pela postura quase histórica.
Quando Marina gravou seu primeiro LP, Simples como Fogo, já em 1978, ela ainda transitava entre a MPB e o que se podia chamar de pop na época. Mas já era uma pioneira. Rita Lee à parte, não era comum ver uma mulher empunhar uma guitarra e cantar músicas com letras de tom confessional que exalavam frescor e soavam mais coloquiais com sua poesia menos tradicionalista. Depois de um segundo álbum ainda no meio do caminho, Olhos Felizes (de 1980), Marina começa a firmar sua assinatura pessoal em Certos Acordes, o LP de 1981 que trouxe músicas como Gata Todo Dia.
A explosão de Fullgás em 1984 inseriu Marina na turma pop que invadiu o Brasil nos anos 80, sedimentando uma cultura pop que, até então, era muito frágil e dependente de movimentos como a Jovem Guarda e de carreiras isoladas como as de Rita Lee e Raul Seixas. Bem à vontade entre tantas bandas de rock que falavam a mesma linguagem que ela, Marina viveu seu período áureo entre 1984 e 1991. Era que culminou com o lançamento de seu melhor álbum, Marina Lima (1991), o primeiro na EMI depois de uma década feliz e produtiva na PolyGram (a atual Universal Music).
Um problema na voz ainda hoje controverso - a artista o credita a questões emocionais - deixou esmaecido o brilho de Marina Lima a partir da segunda metade dos anos 90, em que pesem álbuns até interessantes como Pierrot do Brasil (1998). Mas, aos 30 anos de carreira, já cinqüentona, Marina Lima está ótima. Sua recente turnê, a Topo Todas Tour, a flagra em momento de rara beleza. É uma artista que sabe de sua força e de seu lugar na história da música pop. E que, ainda gata todo dia, continua na (sua) estrada.

Acústico de Sandy & Junior sai com 21 músicas

O CD Sandy & Junior Acústico MTV - em tese, o último disco dos irmãos - tem lançamento confirmado para início de agosto. O álbum chegará às lojas com as 21 músicas gravadas em São Paulo (SP) em 5 e 6 de junho. A rigor, são 20 faixas oficiais e uma que foi escondida ao fim do CD. Trata-se de Maria Chiquinha, o hit inicial da dupla. Marcelo Camelo é o convidado de As Quatro Estações.

Músicos do New Order negam término do grupo

Reviravolta no destino do New Order: o vocalista Bernard Sumner e o baterista Stephen Morris negaram em comunicado divulgado na última sexta-feira, 20 de julho, o fim do grupo - anunciado em maio pelo baixista Peter Hook em sua página no MySpace e numa entrevista para rádio inglesa. "Depois de 30 anos juntos na banda, estamos desapontados com o fato de Hook ter ido para a imprensa anunciar de forma unilateral a dissolução do New Order. Hook não fala pela banda, embora nós possamos assegurar que ele já não faz mais parte do New Order", sentenciaram Sumner e Morris. O que os dois não explicaram é a razão de terem demorado tanto tempo - exatamente, dois meses e dez dias - para desmentir o ex-colega...

Madonna, Skakira e Fergie no solo de Lennox

Madonna, Shakira, Fergie, Gladys Knight, Dido, Celine Dion, P!nk e Faith Hill são algumas das 23 cantoras reunidas por Annie Lennox (foto) em Sing, canção de seu novo trabalho solo, Songs of Mass Destruction. A música é fruto do engajamento de Lennox numa campanha de Nelson Mandela contra a Aids. Produzido por Glen Ballard, o primeiro álbum de Lennox em quatro anos - Bare saiu em 2003 - já tem  seu lançamento programado para 2 de outubro.

22 de julho de 2007

CD ao vivo de Chico tem áudio distinto do DVD

O registro ao vivo do show Carioca que Chico Buarque (em foto de Patrícia Ceccati) lançará em breve pela Biscoito Fino- em CD e, cerca de um mês depois, em DVD - tem uma particularidade: o CD traz áudio diferente do DVD. A gravação do vídeo foi feita em São Paulo, em 11 de outubro de 2006. Já o CD teve seu áudio captado na temporada carioca do show, realizada no Canecão em janeiro e fevereiro de 2007. Como as interpretações do compositor exibem poucas nuances, as diferenças deverão ser quase imperceptíveis...

Filme revê a vida de Madonna com olhar crítico

Resenha de DVD
Título: Wild Angel 
The Unauthorized Story
Artista: Madonna
Gravadora: ST2
Cotação: * * 1/2

Wild Angel é daquele tipo oportunista de documentário biográfico feito sem o aval do artista enfocado e com um ralo material de arquivo. Sem falar no time inexpressivo de entrevistados - a ponto de o primeiro depoimento ser de Melita Morgan, que ganha a vida como cover de Madonna. Há também falas de obscura biógrafa da cantora. Tinha tudo para ser um desastre, mas o que redime - até certo ponto - Wild Angel é a visão crítica com que a fluente narrativa revê a vida e a obra de Madonna, desde seu nascimento numa família de classe-média de Michigan (EUA) até a atual turnê, baseada no álbum Confessions on a Dance Floor, em que a diva voltou ao fazer som para pista.
A conclusão do filme é a mais óbvia possível: o sucesso contínuo de Madonna é, sim, fruto de ardiloso mix de talento e marketing. Só que o documentário historia a construção desse mito, desde a luta inicial em NY, reconhecendo as qualidades de Madonna, mas também mostrando seus (poucos) passos em falso. Como o álbum Erotica, por exemplo, e alguns filmes que nada acrescentaram à carreira da estrela. O filme reconstitui cada imagem adotada pela camaleônica artista e mostra como a maternidade influenciou sua carreira. O que salva Wild Angel é o lúcido olhar crítico sobre a cantora. Se seus erros são apontados, os acertos (como o álbum Ray of Light, de 1998, por exemplo) também são corretamente dimensionados. Enfim, os fãs fiéis de Madonna não vão encontrar novidades e atrativos no documentário, indicado mais para quem quer ter noção do papel fundamental de Madonna na cultura pop.

Novas conexões não alteram química de irmãos

Resenha de CD
Título: We Are the Night
Artista: The Chemical
Brothers
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Há dez anos, o duo inglês The Chemical Brothers era o que havia de mais hype no mundo eletrônico com sua Big Beat. Era a época do álbum Dig your Own Hole (1997). Uma década depois, Ed Simons e Tom Rowlands continuam bem incensados - a julgar pelo sucesso de seu último CD, Push the Button (2005). Em We Are the Night, seu sexto trabalho de estúdio, os irmãos químicos não tentam reinventar a pista, em que pesem salutares conexões como a feita em All Rights Reversed com o grupo The Klaxons, ícone da new-rave. Em The Pills Won't Help You, faixa climática que encerra o disco, o convidado é Tim Smith, líder da banda cult Midlake. No meio de tudo, batidas de electro em temas como Saturate e Das Spiegel. Para as criaturas da noite eletrônica.

Israel evita distorções no segundo trabalho solo

Resenha de CD
Título: Distorções
do meu Jardim
Artista: George Israel
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * *

Três anos depois de Quatro Letras (2004), George Israel aproveita o recesso do trio Kid Abelha e lança seu segundo CD solo, Distorções do meu Jardim, menos de um mês depois de Paula Toller também ter apresentado seu segundo refinado disco individual, SóNós. E, como Paula, Israel também não desvia da rota pop trilhada há 25 anos no Kid. O título Distorções do meu Jardim sugere um tom psicodélico que, a rigor, não existe - com exceção da leve viagem proposta pelos versos de Chão de Jardim, faixa letrada pelo hermano Marcelo Camelo, também em recesso.

Aliás, o pop de George Israel nada tem de distorcido. Não é à toa que uma das músicas do repertório autoral - Alguém como Você - será ouvida também no CD e DVD Acústico MTV que Sandy & Junior lançam em agosto. Também não por acaso, Leoni - um dos hitmakers brasileiros que mais roçam o pop perfeito - é parceiro de Israel em A Noite Perfeita, a faixa que abre o disco. Mas Israel busca atalhos que, se não chegam de fato a desviá-lo da rota pop, ao menos trazem sons inusitados que o distanciam do perfil bem definido do Kid. E, no contexto, se harmonizam a releitura bluesy de As Rosas Não Falam - que pode até chocar puristas, mas está em perfeita sintonia com o espírito do álbum, e sem prejuízo da poesia de Cartola - e um rock à moda do Barão Vermelho (Mina).

Entre mediana canção (Como Você Já É, parceria de Israel com Suely Mesquita) e tema bem-humorado (Muda, quase um hai-kai), há os discursos filosóficos de Jorge Mautner em Curados ao Sol de Copacabana. Na letra desta música, das mais interessantes do CD, o judeu Israel exorciza os fantasmas do holocausto da II Guerra Mundial com versos que cita símbolos do Brasil e, em especial, do Rio de Janeiro. Entre eles, Pão de Açúcar, Maracanã, Bossa Nova, Tropicália e o Tremendão Erasmo Carlos. É a maior viagem o CD.

Além de Mautner, o CD agrega o grupo Os Britos (projeto paralelo de Israel), na baladona Posso Falar Mais Alto, e o DJ Marcelinho da Lua, que turbina com suas batidas eletrônicas o positivismo exalado na faixa O Amor que Vem. Há flores no jardim de Israel...