22 de julho de 2007

Israel evita distorções no segundo trabalho solo

Resenha de CD
Título: Distorções
do meu Jardim
Artista: George Israel
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * *

Três anos depois de Quatro Letras (2004), George Israel aproveita o recesso do trio Kid Abelha e lança seu segundo CD solo, Distorções do meu Jardim, menos de um mês depois de Paula Toller também ter apresentado seu segundo refinado disco individual, SóNós. E, como Paula, Israel também não desvia da rota pop trilhada há 25 anos no Kid. O título Distorções do meu Jardim sugere um tom psicodélico que, a rigor, não existe - com exceção da leve viagem proposta pelos versos de Chão de Jardim, faixa letrada pelo hermano Marcelo Camelo, também em recesso.

Aliás, o pop de George Israel nada tem de distorcido. Não é à toa que uma das músicas do repertório autoral - Alguém como Você - será ouvida também no CD e DVD Acústico MTV que Sandy & Junior lançam em agosto. Também não por acaso, Leoni - um dos hitmakers brasileiros que mais roçam o pop perfeito - é parceiro de Israel em A Noite Perfeita, a faixa que abre o disco. Mas Israel busca atalhos que, se não chegam de fato a desviá-lo da rota pop, ao menos trazem sons inusitados que o distanciam do perfil bem definido do Kid. E, no contexto, se harmonizam a releitura bluesy de As Rosas Não Falam - que pode até chocar puristas, mas está em perfeita sintonia com o espírito do álbum, e sem prejuízo da poesia de Cartola - e um rock à moda do Barão Vermelho (Mina).

Entre mediana canção (Como Você Já É, parceria de Israel com Suely Mesquita) e tema bem-humorado (Muda, quase um hai-kai), há os discursos filosóficos de Jorge Mautner em Curados ao Sol de Copacabana. Na letra desta música, das mais interessantes do CD, o judeu Israel exorciza os fantasmas do holocausto da II Guerra Mundial com versos que cita símbolos do Brasil e, em especial, do Rio de Janeiro. Entre eles, Pão de Açúcar, Maracanã, Bossa Nova, Tropicália e o Tremendão Erasmo Carlos. É a maior viagem o CD.

Além de Mautner, o CD agrega o grupo Os Britos (projeto paralelo de Israel), na baladona Posso Falar Mais Alto, e o DJ Marcelinho da Lua, que turbina com suas batidas eletrônicas o positivismo exalado na faixa O Amor que Vem. Há flores no jardim de Israel...

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

tô achando que, como Los Hermanos, o recesso do Kid Abelha também vai ser longo...

22 de julho de 2007 às 14:50  
Anonymous Anônimo said...

Deus te ouça, Sandra...

22 de julho de 2007 às 21:56  
Anonymous Anônimo said...

Capa amadora

Bruno.

23 de julho de 2007 às 16:07  
Anonymous Anônimo said...

Flores de plástico, né?

Sarapatel.

24 de julho de 2007 às 07:54  
Anonymous Anônimo said...

achei o psicodelismo das fotos sugestibo...
e pelo que parece vai ter uma musicalidade totalmente da que o George desenvolve no Kid e fez no seu primeiro cd "4 Letras"

vlw Mauro!!

27 de julho de 2007 às 14:17  

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