11 de abril de 2009

Amos discute conceito de pecado no 10º álbum

Nas lojas entre 18 e 19 de maio de 2009, o décimo álbum de estúdio da cantora Tori Amos, Abnormally Attracted to Sin (capa à direita), procura discutir conceitos de pecado e transgressão em repertório de 17 músicas autorais. Welcome to England é de início um dos destaques da safra de inéditas. O sucessor do CD American Doll Posse (2007) vai ser lançado também em edição especial dupla que traz DVD com clipes de todas as músicas, filmados com câmeras de alta definição. Eis as faixas do décimo álbum de Amos:
1. Give
2. Welcome to England
3. Strong Black Vine
4. Flavor
5. Not Dying Today
6. Maybe California
7. Curtain Call
8. Fire to your Plain
9. Police me
10 That Guy
11. Abnormally Attracted to Sin
12. 500 Miles
13. Mary Jane
14. Starling
15. Fast Horse
16. Ophelia
17. Lady in Blue

Beck reedita disco de 1994 com 13 faixas-bônus

Beck lançou nada menos do que três discos em 1994: Mellow Gold (o álbum que incluiu Loser, o single que projetou o artista norte-americano), Steropathetic Soulmanure (coletânea de demos gravadas entre 1988 e 1983) e One Foot in the Grave. É este álbum mais inclinado para o folk que ganha na próxima terça-feira, 14 de abril de 2009, edição comemorativa de seus 15 anos. A reedição é turbinada com nada menos do que 13 faixas-bônus. Destas, dez são totalmente inéditas e três - It's All in your Mind (take alternativo reaproveitado por Beck em 2002 no álbum Sea Change), Whiskey Can Can e Feather in your Cap - já tinham sido lançadas originalmente em rara edição especial da gravadora K Records. One Foot in the Grave saiu apenas quatro meses após Mellow Gold. Eis as 16 músicas originais e as faixas-bônus do CD:
Faixas originais:
1. He's a Mighty Good Leader
2. Sleeping Bag
3. I Get Lonesome
4. Burnt Orange Peel
5. Cyanide Breath Mint
6. See Water
7. Ziplock Bag
8. Hollow Log
9. Forcefield
10. Fourteen Rivers Fourteen Floods
11. Asshole
12. I've Seen the Land Beyond
13. Outcome
14. Girl Dreams
15. Painted Eyelids
16. Atmospheric Conditions

Faixas-bônus:
1. It's All in your Mind
2. Whiskey Can Can
3. Mattress
4. Woe on me
5. Teenage Wastebasket
6. Your Love Is Weird
7. Favorite Nerve
8. Piss on the Door
9. Close to God
10. Sweet Satan
11. Burning Boyfriend
12. Black Lake Morning
13. Feather in your Cap
14- One Foot in the Grave
15- Teenage Wastebasket.
16. I Get Lonesome

Coletânea lembra 20 anos da morte de Gonzaga

A saída de cena do eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga (1912 - 1989), vai completar 20 anos em 2 de agosto de 2009 e a indústria do disco já começa a lembrar a data. O primeiro lançamento vem da gravadora Som Livre, que edita neste mês de abril de 2009 uma coletânea do artista na série Sempre. A seleção das 14 faixas não poderia ser mais óbvia, se concentrando nos clássicos do artista (Asa Branca, Respeita Januário, Sabiá, Baião, O Xote das Meninas, Juazeiro, Paraíba, Assum Preto, Qui nem Jiló, A Vida do Viajante, Vem Morena, ABC do Sertão, Riacho do Navio e Cintura Fina). Ainda assim, a nova compilação é um bom cartão de visitas para que atuais gerações conheçam a obra seminal de Gonzagão, pilar da nação nordestina.

Atriz, Sion se revela cantora na levada do jazz

Atriz, Bia Sion se lançou como cantora em 2006 ao estrear no Rio de Janeiro (RJ) o show que idealizara no ano anterior. Com direção musical e com arranjos do bom baixista Dôdo Ferreira, o show A Levada do Jazz ganha registro em CD produzido pela própria artista para o selo Discobertas, do pesquisador musical Marcelo Fróes. Na seleção, doze jóias do quilate de All of me (Seymour Simons e Gerald Marks), Cheek to Cheek (Irving Berlim) e Love for Sale (Cole Porter). Quatro das doze faixas são da lavra de George Gershwin & Ira Gershwin: The Man I Love, Embraceable You, Someone to Watch over me e But Not for me, sendo que a última é o registro feito originalmente por Sion para o volume dedicado a George Gershwin na série Letra & Música. O disco foi gravado entre fevereiro e outubro de 2008 no estúdio Tenda da Raposa. Marisa Alvarez Lima assina as fotos, reproduzindo nas imagens o tom classudo de A Levada do Jazz.

10 de abril de 2009

Sai no Brasil CD de jazz de Milton & Belmondo

Disco gravado entre 11 e 12 de setembro de 2007 na França, onde já foi editado no primeiro semestre de 2008, Milton Nascimento & Belmondo ganha uma edição brasileira neste mês de abril de 2009 pela gravadora Biscoito Fino. O álbum de jazz une o cantor brasileiro aos irmãos Lionel Belmondo (saxofone e flauta) e Stéphane Belmondo (trompete). Acompanhado pelas cordas da Orchestre National d'Ile-de-France, regida pelo maestro Christophe Mangou, o trio dá acento jazzístico a sete músicas de Milton (Ponta de Areia, Canção do Sal, Travessia, Morro Velho, Milagre dos Peixes, Nada Será Como Antes e Saudade dos Aviões da Panair), além de rebobinar Berceuse (de Maurício Ravel) em mix com Malilia, tema de Lionel Belmondo, o autor dos arranjos em parceria com Christophe Dal Sasso, que assina ainda uma das dez faixas, Oração. Biscoito fino...

Universal põe apresentadora Maisa em estúdio

Fenômeno de popularidade, no comando do programa de TV Sábado Animado, exibido nas manhãs de sábado pelo SBT, a apresentadora infantil Maisa vai debutar no mercado fonográfico. Contratada pela gravadora Universal Music, a garota - de apenas seis anos - vai entrar em estúdio em breve. Seu primeiro CD já está em fase de pré-produção. Há 20 anos, a mesma companhia investiu em Sandy & Junior - então uma dupla infantil - e obteve êxito.

Bebel recorre a Brown ao gravar o quarto álbum

Bebel Gilberto prepara o sucessor do CD Momento (2007). O quarto álbum da cantora teve algumas faixas gravadas no estúdio de Carlinhos Brown, em Salvador (BA), com produção do próprio Brown. Uma delas é Acabou Chorare, lendária música que deu título ao álbum lançado pelo grupo Novos Baianos em 1972. Há um ano, em março de 2008, Bebel já tinha feito gravações no Rio de Janeiro (RJ), em sigilo, com os guitarristas Davi Moraes e Pedro Baby. O álbum ainda não tem data de lançamento.

'We Made You' é o 'single' do álbum de Eminem

Faixa produzida por Dr. Dre, We Made You é o primeiro single oficial do primeiro álbum de inéditas de Eminem em quatro anos, Relapse, nas lojas em escala mundial a partir de 18 de maio de 2009. Já em rotação na MTV norte-americana, o clipe da música - acima, uma imagem - faz ácida sátira ao mundo das celebridades.

9 de abril de 2009

Depeche reúne sombras, eletrônica e distorções

Resenha de CD
Título: Sounds
of the Universe
Artista: Depeche Mode
Gravadora: Mute
/ EMI Music
Cotação: * * *

Nas lojas a partir de 20 e 21 de abril, mas como de costume já todo vazado na internet, o 12º álbum do Depeche Mode soa mais eletrônico do que o anterior Playing the Angel (2005) - disco que reanimou o espírito dark do grupo - sem jogar a banda na pista da dance music como fez Exciter (2001). Como já sinalizara Wrong, o bom primeiro single do CD, Sounds of the Universe agrega sintetizadores, guitarras distorcidas e as (habituais) tonalidades sombrias que moldam a obra do Depeche Mode. É um disco competente e sedutor em alguns momentos (como Hole to Feed) sem se igualar aos clássicos do grupo. Entre balada melodiosa (Jezebel) e tema instrumental (Spacewalker, com ecos do som de Jean Michel Jarre), a banda divaga sobre a possibilidade da vida pós-morte em Little Soul e exala melancolia sobre bases sintetizadas em Fragile Tension. São os sons do universo particular do Depeche Mode. E isso já é muito.

Lula Queiroga capta urgências em alta voltagem

Resenha de CD
Título: Tem Juízo
mas Não Usa
Artista: Lula Queiroga
Edição: Luni Produções
Cotação: * * * *

Lula Queiroga despontou no mercado fonográfico em 1983 com Baque Solto, um álbum dividido com seu conterrâneo Lenine, alma gêmea artística do compositor pernambucano. Nada aconteceu de imediato. Mas, a partir de 1997, Lenine engatou carreira solo que lhe deu projeção, inclusive além das fronteiras brasileiras. Queiroga continuou à margem, na terra natal, embora seu terceiro CD solo, Tem Juízo mas Não Usa, confirme o que os anteriores Aboiando a Vaca Mecânica (2001) e Azul Invisível Vermelho Cruel (2004) já haviam sinalizado: o som do artista atingiu ponto de maturação que nada deve à obra de Lenine. Como seu irmão artístico, Queiroga se conecta ao mundo a partir de Pernambuco. Programações eletrônicas (pilotadas por Yuri Queiroga, sobrinho de Lula) interagem com sons orgânicos em vigoroso mix de sabor contemporâneo. Tem Juízo mas Não Usa capta inquietudes, urgências (Agora Corra é o título de uma das melhores músicas do CD) e angústias desse mundo moderno. "Vou comprar uma lanterna/Vou morar numa caverna/Antes que o teto caia/Sobre a minha sombra", anunciam versos de Tectopop, faixa na qual figuram a voz de Silvério Pessoa e o trombone de Nilsinho Amarante, que evoca sons de Carnavais de Pernambuco.

São múltiplas as referências que saltam aos ouvidos neste CD de alta voltagem. A faixa-título - Tem Juízo mas Não Usa, parceria de Queiroga com Pedro Luís, cantada por Lenine - dialoga com o samba carioca. Geusa agrega a poesia derramada de Lirinha (do Cordel do Fogo Encantado), a voz de Silvério Pessoa (egresso do Cascabulho) e a bateria de Pupillo (habitante da Nação Zumbi). Fulana é balada de múltiplos sotaques formatada sob os cânones da globalização. Contudo, a música de Queiroga não tem sua força diluída por conceitos. Temas como Você Não Disse, Meus Pés (com a voz de Alceu Valença, menos elétrica do que de costume) e, sobretudo, Altos e Baixos (outra faixa da qual participa Lenine) têm potencial para fazer sucesso. Já passa da hora de o Brasil fazer uso do juízo e descobrir o belo som globalizante de Lula Queiroga.

Claudia Leitte grava DVD com clipes de inéditas

Claudia Leitte já prepara o segundo projeto fonográfico de sua carreira solo - iniciada em 2008 com o CD e DVD Ao Vivo em Copacabana. A cantora vai lançar até o fim de 2009 um DVD com clipes de músicas inéditas. Uma das poucas conhecidas que estão certas na seleção é Horizonte, cujo clipe vai trazer imagens panorâmicas da favela da Rocinha (RJ), onde Claudia Leitte fez show recentemente. O DVD renderá um CD com o áudio das faixas.

Bruno & Marrone simulam uma volta aos bares

Antes de conseguir projeção nacional na cena sertaneja, a dupla Bruno & Marrone fazia shows no circuito de bares de Goiás e Minas Gerais. O DVD De Volta aos Bares - Ao Vivo simula um retorno às origens da dupla em gravação feita em 29 e 30 de outubro de 2008 no Hangar Studios, em São Paulo (SP). Em cenário que reproduz um bar de forma estilizada e asséptica, a dupla apresenta algumas inéditas (Pode Ir Embora e Te Amo Tanto, entre elas), revive hits de seus primeiros álbuns (como Favo de Mel) e incursiona pelos repertórios de Roberto Carlos (Cavalgada, 1977) e de duplas sertanejas como Chrystian & Ralf (Sou Eu). A Sony Music edita a gravação ao vivo também em CD - com 16 das 24 músicas do DVD.

8 de abril de 2009

Kurt Cobain deu sopro de vida ao imortal rock

O rock é imortal, mas, volta e meia, ele precisa de um sopro de vida para recuperar o fôlego e reabastecer a energia de milhões de adolescentes que o descobrem simultaneamente nos quatro cantos do mundo. Assim como o Sex Pistols na década de 70, para citar somente um exemplo, Kurt Cobain (1967 - 1994) foi um dos caras que, na virada dos anos 80 para os 90, deu esse sopro num rock que já parecia moribundo e definitivamente enquadrado nos sistemas. É por isso que tanto se fala de Cobain nesta quarta-feira, 8 de abril de 2009. Há 15 anos, o corpo de Cobain era encontrado em sua casa, em Seattle (EUA), dilacerado por um tiro de espingarda disparado pelo próprio artista. Que saiu cedo da vida para entrar na história, alimentando toda uma mitologia em torno de sua figura. Como acontece com os ídolos que, voluntaria ou involuntariamente, partem cedo. Destaque maior da cena grunge que emergiu mundialmente a partir de Cobain, o grupo Nirvana deixou ao menos uma obra-prima, Nevermind, álbum de 1991 que tem cacife para figurar em qualquer lista de dez mais do rock de todos os tempos. Difícil imaginar como estaria o Nirvana hoje se Cobain não tivesse saído de cena. Talvez o grupo tivesse implodido. Talvez estivesse entronizado de forma burocrática na própria fama, afundado no vômito dos que se embriagam com as glórias e com a fama. Mas o grupo morreu com Cobain. E este virou mito. Mas, justiça seja feita, o rapaz merece o culto feito em torno de sua atormentada figura. Que certamente não descansa em paz, pois ninguém haverá de esquecer seu legado e seu talento.

LGK 'faz a festa' com obra do Fundo de Quintal

A LGK Music acaba de pôr nas lojas - com a habitual distribuição da Som Livre - CD e DVD do Fundo de Quintal intitulados Vou Festejar. Ambos dão ao consumidor a impressão de se tratar de um novo registro ao vivo de show do grupo carioca, mas, na verdade, a seleção quase não apresenta fonogramas inéditos e rebobina vários números já editados no CD e no DVD O Quintal do Samba (2007), com um ou outro take do CD/DVD Sambas de Todos os Tempos (2008). De novo, a rigor, há O Show Tem que Continuar e a regravação do samba Vou Festejar com a adesão improvisada de Beth Carvalho, convidada a subir ao palco pelos músicos ao fim da gravação ao vivo de 2007. Enfim, o consumidor precisa ficar atento, pois a LGK Music está fazendo a festa com seu catálogo do Fundo de Quintal - com o aval do grupo.

Li grava com Akon nova versão do hit 'Beautiful'

Negra Li foi ao México gravar com Akon nova versão de Beautiful, música do terceiro álbum do rapper norte-americano de origem senegalesa, Freedom (2008). A regravação rendeu também um clipe no qual Li também figura. A música já pode ser ouvida na página da cantora no portal MySpace, mas o vídeo ainda é inédito.

Portal e DVD com Paralamas reavivam Legião

Enquanto se prepara para pôr no ar no segundo semestre de 2009 o primeiro portal oficial da Legião Urbana, com discografia e arquivos raros da banda, a gravadora EMI Music dá os últimos retoques no DVD que vai lançar em maio com o registro de um especial de TV exibido pela Rede Globo em 1988. Captado no extinto palco do Teatro Fênix, no Rio de Janeiro (RJ), o especial marcou o encontro inédito da Legião Urbana com os Paralamas do Sucesso e nunca tinha sido lançado em vídeo. Nos extras, o DVD vai rebobinar algumas participações das bandas em programas da emissora como o também extinto Globo de Ouro. Para a legião...

7 de abril de 2009

Obra dos Beatles é remasterizada e encaixotada

A Apple e a EMI Music continuam a faturar com a resistente beatlemania. Em 9 de setembro de 2009, data agendada para o lançamento do videogame Beatles: Rock Band, as duas empresas vão pôr no mercado reedições remasterizadas dos 12 álbuns dos Beatles em coleção que também engloba a trilha sonora de Magical Mystery Tour e os dois volumes da coletânea Past Masters (condensados num único CD). O inédito trabalho de remasterização do catálogo dos Fab Four foi feito ao longo dos últimos quatro anos nos estúdios de Abbey Road, em Londres, onde o quarteto gravou seus álbuns. Turbinadas com libreto que inclui textos, fotos e informações adicionais, todas as reedições virão acompanhadas por DVDs com filmes documentais sobre a gravação de cada álbum. Esse material vai ser comercializado em caixa intitulada The Beatles in Stereo, mas os discos também vão ser disponibilizados de forma avulsa. Uma segunda caixa, The Beatles in Mono, vai ser lançada na mesma data com as versões e mixagens originais dos nove álbuns gravados pelos Beatles em equipamento mono, além da coletânea Mono Masters e da trilha sonora de Magical Mystery Tour. Itens de colecionador, os 12 títulos desta coleção em mono vão ser vendidos somente na caixa.

Young cai forte na estrada sem sair da garagem

Resenha de CD
Título: Fork in the Road
Artista: Neil Young
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Depois de fuzilar em Living with War (2006) a política de guerra do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, Neil Young cai novamente na estrada com disco vigoroso, Fork in the Road, lançado nesta terça-feira, 7 de abril de 2009. O foco são as crises: a ambiental e, sobretudo, a econômica. A indústria automobilística norte-americana foi um dos setores mais afetados pela recessão e Young sonha no álbum com uma América povoada por carros possantes. Mas o politizado compositor cai na estrada sem sair da garagem: Fork in the Road é excelente álbum pontuado por guitarras que sujam temas como Hit the Road e evocam até o grunge na faixa Fuel Line, destaque do repertório autoral. Desde a primeira faixa, When Worlds Collide, Young se guia pelo rock, mas faz paradas estratégicas na velha estação do blues (Get Behind the Wheel), pega atalho funkeado em Cough up the Bucks e tira o pé do acelerador nas baladas Off the Road e Light a Candle. Ao fim da viagem, Fork in the Road mostra que Neil Young, aos 64 anos, permanece firme e forte na estrada...

Convidados esmaecem o bom show de Vercillo

Resenha de CD / DVD
Título: Trem da Minha
Vida - Ao Vivo
Artista: Jorge Vercillo
Gravadora: EMI
Music
Cotação: * * *

Já na estreia da turnê nacional, em 26 de abril de 2008, no Canecão (RJ), o show Todos Nós Somos Um confirmou o bom momento de Jorge Vercillo, que tentou fugir da receita radiofônica com som mais brasileiro, esboçado no CD homônimo de 2007 que motivou o espetáculo. Trem da Minha Vida - Ao Vivo é o registro desse show, editado nos formatos de CD e DVD. O vídeo, em especial, permite que se aprecie bem as qualidades do espetáculo: o belo jogo de luz armado por Maneco Quinderé, por exemplo, e os arranjos inspirados que deram uma arejada nos hits do artista, sobretudo em Fênix, que renasceu em ambiência progressiva. Infelizmente, a gravação ao vivo captada no mesmo Canecão - em 31 de outubro e 1º de novembro de 2008 - também registra algumas mudanças no roteiro que não foram tão felizes como o show. Mesmo numa equivocada batida de reggae, Luiza - a valsa lançada por Tom Jobim em 1981 - dava mais colorido ao show do que o dispensável cover de Coisas que Eu Sei, o hit de Danni Carlos que Vercillo canta em dueto com o autor Dudu Falcão em momento voz-e-violão que mais parece número de barzinho. Até porque Falcão não mostra dom para o canto. Aliás, outro convidado - Jota Maranhão, com quem Vercillo entoa o mediano samba Filosofia de Amor - também exibe voz opaca e esmaece o show. Faltou rigor na seleção afetiva dos convidados (Falcão e Maranhão são amigos de Vercillo). O terceiro convidado, Sergio Moah, vocalista do grupo Papas da Língua, é bom cantor, mas, aí, o erro foi na escolha da música, São Jorges, apenas razoável e já devidamente registrada no CD e DVD gravados ao vivo por Vercillo com os Jorges Aragão, Ben Jor e Mautner. Completando as novidades do repertório, há o inédito reggae Trem da Minha Vida, que batiza a gravação e sinaliza que, sim, Jorge Vercillo continua num bom momento de renovação. E que venha o próximo disco de estúdio!!

'Canções' de Bethânia vai ser reeditado em DVD

Ótima notícia para os fãs de Maria Bethânia: a gravadora Universal Music vai relançar em DVD, possivelmente ainda neste primeiro semestre de 2009, o registro ao vivo do show As Canções que Você Fez pra mim, estreado pela cantora em 1994 com direção de Gabriel Vilella - então um dos mais prestigiados nomes do teatro brasileiro - e inspiração no disco homônimo em que interpretava somente sucessos de Roberto Carlos. O registro do espetáculo - intitulado Maria Bethânia ao Vivo - foi lançado em 1995 em VHS que teve direção dividida entre Walter Salles e Andrew Waddington. Enquanto a Biscoito Fino não põe nas lojas o prometido registro do show Dentro do Mar Tem Rio (2006), a Universal Music - gravadora que detém a maior parte da discografia de Bethânia - correu atrás das autorizações para poder pôr no mercado o DVD que perpetuará um dos shows mais bonitos da intérprete. É oficial!

Luiza Possi assina seis músicas no quinto disco

Luiza Possi (à esquerda em foto de Nana Moraes) vai se assumir de vez como compositora no seu quinto CD, Bons Ventos Sempre Chegam, nas lojas em fins de abril ou início de maio de 2009, via LGK Music. A cantora assina nada menos do que seis músicas no disco, sendo cinco em parceria com Dudu Falcão. Uma delas, Eu Espero, já vem sendo apresentada por Luiza em seus shows desde meados de 2008. O lançamento do disco estava previsto inicialmente para março, mas a artista somente concluiu as gravações do CD em 1º de abril.

Ivo baixa o tom ao desfiar seu repertório autoral

Resenha de CD
Título: Olha Dentro
dos meus Olhos
Artista: Ivo Pessoa
Gravadora: Som Livre
Cotação: * *

Voz exacerbada de músicas de novelas, Ivo Pessoa - um bom cantor projetado no programa de calouros Fama que logo conseguiu sucesso popular ao gravar teletemas como Uma Vez Mais, propagado na trama de Alma Gêmea em 2005 - caminha por outras trilhas no CD Olha Dentro dos meus Olhos. Além de assumir a produção do disco, com a devida colaboração de seu guitarrista Márcio de Souza, Ivo aposta em repertório quase que inteiramente autoral. Uma das poucas exceções é Folhas Mortas sobre o Lago em Dor, da lavra de Blanch, o parceiro de Felipe Loeffler na música que tocou em Alma Gêmea. Se acerta em baixar o tom da voz já naturalmente volumosa, o cantor erra ao repisar em suas composições a mesma trilha sentimental da canção popular. É fato que músicas como Deixa Rolar e Letra e Melodia têm potencial para as paradas se forem difundidas em alguma trama global. Contudo, pelo seu (aparente) controle da produção desse trabalho de cunho autoral, era de se esperar que Ivo Pessoa ao menos tentasse alçar vôos artísticos mais altos. Não é o que acontece em Olha Dentro dos meus Olhos. E não vai ser surpresa se logo ele retornar às trilhas das novelas gravadas sob encomenda da Rede Globo. Talvez até subindo de novo o tom.

Lionel Richie se conecta a Akon e ao r & b atual

Resenha de CD
Título: Just Go
Artista: Lionel Richie
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * *

A associação de Lionel Richie com Akon - astro da vertente mais pop do hip hop dos EUA - neste álbum de estúdio Just Go tem o claro objetivo de inserir Richie na cena contemporânea. Até porque o autor e intérprete de baladas como Say You, Say me parece definitivamente associado ao som que fazia com o grupo Os Commodores nos anos 70 e aos sucessivos êxitos radiofônicos de sua carreira solo na década de 80. Contudo, vai ser difícil alterar o status de Richie no mercado fonográfico apesar de a faixa-título de Just Go ostentar a presença, a produção e a pegada pop de Akon. Aberto com a envolvente Forever, o CD é bom e - pelo fato de ter sido formatado por escrete de produtores oriundos do universo do hip hop - aproxima o artista do r & b contemporâneo, estilo detectável em faixas como Forever and a Day e Through my Eyes. E, justiça seja feita, um dos melhores momentos do correto álbum é Nothing Left to Give, uma das duas faixas na qual Akon figura como convidado. Nothing Left to Give é pop, dançante e exibe um eventual acento latino que lembra All Night Long, um dos maiores hits da carreira solo de Lionel Richie, que, convenhamos, não precisa de Akon e de nenhum outro rapper para ter assegurado seu lugar de honra na música (pop) produzida nos Estados Unidos.

6 de abril de 2009

Simone grava segunda parceria de Chico e Ivan

A parceria de Chico Buarque e Ivan Lins - iniciada em 2005 por iniciativa de Leila Pinheiro, intérprete original da primeira música dos dois compositores, Renata Maria - vai ter continuidade. A segunda música de Chico com Ivan vai figurar no repertório do esperado disco de inéditas que Simone planeja editar pela gravadora Biscoito Fino. A Cigarra pretende entrar em estúdio em junho para lançar o álbum até o final de 2009.

'Interpretações Históricas' de Altamiro em disco

A gravadora Biscoito Fino botará nas lojas ainda neste mês de abril de 2009 um CD com gravações antológicas de Altamiro Carrilho. Interpretações Históricas - 1952 - 1965 (capa à esquerda) reembala 19 fonogramas - alguns bem raros, da época dos discos de 78 rotações por minuto - do início da carreira fonográfica do flautista, que começou a gravar regularmente nos anos 50 (nascido em 1924, Altamiro vai fazer 85 anos em 21 de dezembro de 2009). Eis as 19 faixas da compilação:
1. Esquerdinha na Gafieira
2. Direitinho
3. Aconteceu no Grajaú
4. Samba de Morro
5. Deixe o Breque pra mim
6. Pinguinho de Gente
7. O Disco Enguiçou
8. A Galope
9. Hora Staccato
10. Tico-tico no Fubá
11. Bem-te-vi Atrevido
12. Canarinho Teimoso
13. Harmonia Selvagem
14. Língua de Preto
15. Evocação
16. Flamengo
17. Espinha de Bacalhau
18. Modulando
19. Sonoroso

Mutantes gravam inéditas de Ben Jor e Erasmo

Em seu primeiro álbum de estúdio desde 1974, ano em que lançou Tudo Foi Feito pelo Sol, o grupo Os Mutantes grava inéditas de Jorge Ben Jor (O Careca, presente do compositor que em 1968 deu Minha Menina para a banda) e de Erasmo Carlos (Bagdad Blues, uma parceria do Tremendão com Bia Mendes, a vocalista que entrou no lugar de Zélia Duncan). O repertório inclui sete parcerias de Tom Zé com o guitarrista dos Mutantes, Sérgio Dias Baptista. Entre elas, Anagrama, Samba do Fidel e Dois Mil e Agarraum, faixa que tem a participação de Mike Patton, o cantor projetado no grupo Faith no More. O CD vai sair até o fim de 2009.

Ritchie vai lançar ao vivo de estúdio em blu-ray

Atento às novas tecnologias e mídias, Ritchie decidiu editar seu projeto Outra Vez - Ao Vivo no Estúdio também no formato de blu-ray - o vídeo de alta definição cotado para substituir o DVD nos próximos anos. Com essa iniciativa, Ritchie vai ser o primeiro artista brasileiro a lançar gravação no novo formato. O cineasta Paulo Henrique Fontenelle (diretor do belo documentário Loki - Arnaldo Batista) assina a direção das imagens captadas ao vivo no estúdio. CD, DVD e blu-ray serão editados em junho de 2009 através de parceria do selo do artista, Pop Songs, com o Canal Brasil, que agendou a exibição do vídeo para 5 de julho. No repertório, entre hits do autor e intérprete de Menina Veneno, figuram as inéditas Outra Vez (primeira parceria de Ritchie com Arnaldo Antunes) e Cidade Tatuada (de Ritchie com Fausto Nilo).

5 de abril de 2009

O céu e o inferno de Britney na visão de sua mãe

Resenha de Livro
Título: Britney Spears:
A História por trás
do Sucesso
Autoria: Lynne Spears
Editora: Ediouro
Cotação: * *

Britney Spears foi do céu ao inferno em apenas dez anos de carreira fonográfica. Atualmente em meio a uma turnê inspirada pelo êxito do CD Circus, lançado em dezembro de 2008, a artista foi alçada instantaneamente ao estrelato quando o seu primeiro álbum, ...Baby One More Time, editado em janeiro de 1999, galgou rapidamente o topo das paradas norte-americanas. Mãe de Britney, Lynne Spears (quase) sempre vivenciou de perto os altos e baixos da filha. No livro Britney Spears: a História por Trás do Sucesso, recém-lançado no Brasil pela Ediouro, dá sua versão parcial dos fatos. De tom populista, o título promete mais do que o livro efetivamente cumpre. A narrativa é fluente porque o relato emocional de Lynne foi escrito, na verdade, por Lorilee Craker, hábil na construção de um texto que, mesmo repetitivo, prende a atenção porque a história em si é boa. Lynne não detalha o que talvez seja pertinente ocultar - o motivo do rompimento de sete meses com Britney, por exemplo, justo no momento em que a estrela atravessava um período de intensa turbulência emocional - e se retrata no livro como uma mãe extremosa, que teria errado na educação dos filhos, mas que faria qualquer coisa pelo bem deles. Bem, o fato é que - entre repetidas louvaçoes cristãs (e justificadas) queixas contra a insensibilidade dos paparazzis e repórteres da imprensa sensacionalista que perseguem sem trégua Britney e seus familiares - Lynne desvenda um pouco a vida da filha antes da fama. Criada em Kentwood, interiorana e conservadora cidade do Sul dos Estados Unidos, Britney buscou o sucesso desde criança ao mesmo tempo em que conviveu com o alcoolismo do pai, Jamie. Lynne Spears se defende o tempo todo das acusações de ter incentivado a corrida da filha em busca do ouro falso dos holofotes, sustentando que nunca tirou proveitos financeiros da fama de Britney. Por ser escrito na primeira pessoa, o livro oferece tão somente a visão da autora, generosa na descrição da irmã Sandra (morta de câncer há dois anos), e de seus demais familiares. Contudo, justiça seja feita, Lynne também relata os desajustes da família por conta do vício do pai de Britney. A história de Britney em si é narrada de forma superficial. Lynne não detalha, por exemplo, como Sam Lufti (então um ilustre desconhecido de sua filha) conseguiu em tão pouco tempo assumir o controle total da vida de Britney na fase de maior descontrole emocional da estrela a partir de um breve contato com uma das assistentes da cantora. Mas essa parte - em que Britney estava totalmente sob o poder de Sam - é das mais envolventes do livro por mostrar, mesmo de forma simplista, a vulnerabilidade de uma estrela assediada como Britney, vítima das drogas, da gangorra do sucesso e da manipulação da indústria da música. Lynne faz leve crítica também à diluição da voz de Britney desde que a filha passou a gravar discos. De acordo com a mãe coruja, sua filha era uma cantora de verdade antes da fama e impressionava pequenas platéias com a suposta emoção de suas interpretações. Difícil acreditar nesse dom vocal que nunca se manifestou nos álbuns de Britney Spears. Mas o livro de Lynne, oportunista ou não, deve ser avaliado tão somente como o relato condescendente de uma mãe que caiu no olho do furacão por conta da fama repentina da filha. Relato íntimo, pessoal e...parcial.

Lee lança CD para os que choram com baladas

Resenha de CD
Título: Faro
Artista: Vander Lee
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *

Em seu sexto álbum, Faro, o mineiro Vander Lee esboça um sambossa para musicar poema amargurado de Cartola (1908 - 1980) - Obscuridade - e se revela bom aprendiz de Chico Buarque em O Baile dos Anjos, canção de versos bem rimados que conta com os vocais de Regina Souza, mulher do compositor. Noutra esfera rítmica, Vander Lee explora bem o suingue brasileiro em Nega Nagô, tema musicado por Murilo Antunes com versos inspirados na mesma mãe África que pariu o congolês Lokua Kanza, convidado de outro bom tema suingante, Do Bão. Não satisfeito, o artista ainda inseriu o rap de Renegado - não creditado na ficha técnica do álbum, mas apenas no texto de agradecimento escrito para o encarte - em releitura ligeiramente funkeada de um sucesso de Roberto Carlos na fase da Jovem Guarda, Ninguém Vai Tirar Você de mim (Edson Ribeiro e Hélio Justo, 1968). Enfim, Faro transita aguçado por vários ritmos sem deixar de ser um disco pontuado por baladas para românticos que choram com... baladas. Sim, Vander Lee exercita bem na coesa safra de inéditas do CD a sua maior habilidade: a composição de canções palatáveis que soam populares sem resvalar para o populismo. Farol, Ponto de Luz e Cacos são três baladas com jeito de hits. Talvez não na voz e nas interpretações lineares do autor, mas em (prováveis) regravações de cantoras vocacionadas para o estilo. É fato que Farol empilha na letra declarações-clichês de amor. Só que esses clichês são mel para ouvidos despudoramente românticos. Nunca Não, Fui e Eu e Ela também são possíveis canditatas a hits e o verniz pop das três canções evidencia o acerto de Marcelo Sussekind na produção de Faro. Sem recorrer às fórmulas com que pilota discos de bandas como Capital Inicial, Sussekind embala com maciez as canções de Lee, entendendo que Faro é CD para os que amam sem vergonha.

Heroes dá brilho contemporâneo a jóias do rock

Resenha de CD
Título: War Child
- Heroes
Artista: Vários
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * *

A causa - angariar fundos para amparar crianças vítimas das guerras - é ótima. E o disco é quase tão bom quanto a causa. Heroes - o novo projeto fonográfico da War Child, uma entidade internacional que atua desde 1993 no auxílio da população que vive em zonas de conflito - apresenta 15 releituras de músicas de dinossauros do rock, lançadas entre os anos 60 e 80, por nomes projetados no século 21 ou, no máximo, na década de 90 - caso de Beck, sugerido por Bob Dylan para revisitar Leopard-Skin Pill-Box Hat (1966). Beck dá outra boa pulsação ao tema de Dylan com sua guitarra distorcida em gravação escolhida com muita propriedade para abrir o disco, já editado no Brasil pela gravadora EMI Music.

O resultado de Heroes é bem uniforme. Obviamente, nenhuma releitura supera o registro original. Mas é interessante ouvir Call me (Blondie, 1980) com a pegada do grupo Franz Ferninand assim como escutar Superstition (Stevie Wonder, 1972) na voz estilosa de Estelle. Há acertos como as roupagens eletrônicas como que Peaches e TV on the Radio vestiram Search and Destroy (The Stooges, 1973) e Heroes (David Bowie, 1977), respectivamente. Lily Allen também dá brilho contemporâneo a Straight to Hell (The Clash, 1982) com o luxo de contar com a guitarra de Mick Jones, integrante da banda. Já a galesa Duffy se deu mal ao aceitar a tarefa de cantar uma das músicas mais vibrantes da carreira solo de Paul McCartney, Live and Let Die (1973), revivida de forma tão crua quanto insossa. Faltou a Duffy a ousadia que o grupo inglês Hot Chip teve ao tentar captar nova freqüência para Transmission (Joy Division, 1979) sem sintonizar a força do registro de Ian Curtis. Menos inventivas, mas até por isso mais interessantes, são as abordagens de Rufus Wainwright para Wonderful / Song for Children (Brian Wilson, 1966) e do grupo The Kooks para Victoria (The Kinks, 1969). The Hold Steady merece menção honrosa por traduzir bem o sentimento melancólico de Bruce Springsteen em Atlantic City (1982). Já o Elbow pouco faz por Running to Stand Still (U2, 1987) enquanto as Scissor Sisters carregam nas tintas em Do the Strand (Roxy Music, 1973). Sem falar no Yeah Yeah Yeahs, que não pega nem o espírito da coisa ao reviver Sheena Is a Punk Rocker (Ramones, 1979). Mas, no todo, Heroes merece atenção. Nem que seja pela única intenção de ajudar crianças que penam com guerras criadas por insana gente grande ao redor do mundo.

Erasmo, Nação e Hermanos na onda de 'Surf 2'

Lançada em CD pela Som Livre neste mês de abril de 2009, a trilha sonora do filme Surf Adventures 2 - A Busca Continua embala na mesma (eclética) onda gravações de Los Hermanos (A Flor), Jorge Mautner (Maracatu Atômico), Sly & The Family Stone (If You Want me to Stay), Santana (Jingo), Erasmo Carlos (Meu Mar, rara música da seleção que parece apropriada para filme que documenta as aventuras de surfistas), Os Novos Baianos (Tinindo Trincando) e Hurtmold (Música Política para Maradona Cantar).