Lee lança CD para os que choram com baladas
Resenha de CD
Título: Faro
Artista: Vander Lee
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Em seu sexto álbum, Faro, o mineiro Vander Lee esboça um sambossa para musicar poema amargurado de Cartola (1908 - 1980) - Obscuridade - e se revela bom aprendiz de Chico Buarque em O Baile dos Anjos, canção de versos bem rimados que conta com os vocais de Regina Souza, mulher do compositor. Noutra esfera rítmica, Vander Lee explora bem o suingue brasileiro em Nega Nagô, tema musicado por Murilo Antunes com versos inspirados na mesma mãe África que pariu o congolês Lokua Kanza, convidado de outro bom tema suingante, Do Bão. Não satisfeito, o artista ainda inseriu o rap de Renegado - não creditado na ficha técnica do álbum, mas apenas no texto de agradecimento escrito para o encarte - em releitura ligeiramente funkeada de um sucesso de Roberto Carlos na fase da Jovem Guarda, Ninguém Vai Tirar Você de mim (Edson Ribeiro e Hélio Justo, 1968). Enfim, Faro transita aguçado por vários ritmos sem deixar de ser um disco pontuado por baladas para românticos que choram com... baladas. Sim, Vander Lee exercita bem na coesa safra de inéditas do CD a sua maior habilidade: a composição de canções palatáveis que soam populares sem resvalar para o populismo. Farol, Ponto de Luz e Cacos são três baladas com jeito de hits. Talvez não na voz e nas interpretações lineares do autor, mas em (prováveis) regravações de cantoras vocacionadas para o estilo. É fato que Farol empilha na letra declarações-clichês de amor. Só que esses clichês são mel para ouvidos despudoramente românticos. Nunca Não, Fui e Eu e Ela também são possíveis canditatas a hits e o verniz pop das três canções evidencia o acerto de Marcelo Sussekind na produção de Faro. Sem recorrer às fórmulas com que pilota discos de bandas como Capital Inicial, Sussekind embala com maciez as canções de Lee, entendendo que Faro é CD para os que amam sem vergonha.
Título: Faro
Artista: Vander Lee
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * * * *
Em seu sexto álbum, Faro, o mineiro Vander Lee esboça um sambossa para musicar poema amargurado de Cartola (1908 - 1980) - Obscuridade - e se revela bom aprendiz de Chico Buarque em O Baile dos Anjos, canção de versos bem rimados que conta com os vocais de Regina Souza, mulher do compositor. Noutra esfera rítmica, Vander Lee explora bem o suingue brasileiro em Nega Nagô, tema musicado por Murilo Antunes com versos inspirados na mesma mãe África que pariu o congolês Lokua Kanza, convidado de outro bom tema suingante, Do Bão. Não satisfeito, o artista ainda inseriu o rap de Renegado - não creditado na ficha técnica do álbum, mas apenas no texto de agradecimento escrito para o encarte - em releitura ligeiramente funkeada de um sucesso de Roberto Carlos na fase da Jovem Guarda, Ninguém Vai Tirar Você de mim (Edson Ribeiro e Hélio Justo, 1968). Enfim, Faro transita aguçado por vários ritmos sem deixar de ser um disco pontuado por baladas para românticos que choram com... baladas. Sim, Vander Lee exercita bem na coesa safra de inéditas do CD a sua maior habilidade: a composição de canções palatáveis que soam populares sem resvalar para o populismo. Farol, Ponto de Luz e Cacos são três baladas com jeito de hits. Talvez não na voz e nas interpretações lineares do autor, mas em (prováveis) regravações de cantoras vocacionadas para o estilo. É fato que Farol empilha na letra declarações-clichês de amor. Só que esses clichês são mel para ouvidos despudoramente românticos. Nunca Não, Fui e Eu e Ela também são possíveis canditatas a hits e o verniz pop das três canções evidencia o acerto de Marcelo Sussekind na produção de Faro. Sem recorrer às fórmulas com que pilota discos de bandas como Capital Inicial, Sussekind embala com maciez as canções de Lee, entendendo que Faro é CD para os que amam sem vergonha.
11 Comments:
Em seu sexto álbum, Faro, o mineiro Vander Lee esboça um sambossa para musicar poema amargurado de Cartola (1908 - 1980) - Obscuridade - e se revela bom aprendiz de Chico Buarque em O Baile dos Anjos, canção de versos bem rimados que conta com os vocais de Regina Souza, mulher do compositor. Noutra esfera rítmica, Vander Lee explora bem o suingue brasileiro em Nega Nagô, tema musicado por Murilo Antunes com versos inspirados na mesma mãe África que pariu o congolês Lokua Kanza, convidado de outro bom tema suingante, Do Bão. Não satisfeito, o artista ainda inseriu o rap de Renegado - não creditado na ficha técnica do álbum, mas apenas no texto de agradecimento escrito para o encarte - em releitura ligeiramente funkeada de um sucesso de Roberto Carlos na fase da Jovem Guarda, Ninguém Vai Tirar Você de mim (Edson Ribeiro e Hélio Justo, 1968). Enfim, Faro transita aguçado por vários ritmos sem deixar de ser um disco pontuado por baladas para românticos que choram com... baladas. Sim, Vander Lee exercita bem na coesa safra de inéditas do CD a sua maior habilidade: a composição de canções palatáveis que soam populares sem resvalar para o populismo. Farol, Ponto de Luz e Cacos são três baladas com jeito de hits. Talvez não na voz e nas interpretações lineares do autor, mas em (prováveis) regravações de cantoras vocacionadas para o estilo. É fato que Farol empilha na letra declarações-clichês de amor. Só que esses clichês são mel para ouvidos despudoramente românticos. Nunca Não, Fui e Eu e Ela também são possíveis canditatas a hits e o verniz pop das três canções evidencia o acerto de Marcelo Sussekind na produção de Faro. Sem recorrer às fórmulas com que pilota discos de bandas como Capital Inicial, Sussekind embala com maciez as canções de Lee, entendendo que Faro é CD para os que amam sem vergonha.
Eu choro com baladas românticas. 'Ilha' (Djavan) é uma balada?
O CD é lindo mesmo.
O Baile dos Anjos é a melhor faixa cantada lindamente com a Regina "Spósito" Souza.
A Música escolhida pra mostrar o trabalho "Eu e ela" é daquelas que vc sai cantando na rua, no ônibus...
Vander Lee é orgulho de Minas!!!
Sussekind não fazer com o Lee o que faz com o Capital nunca!!
Porque diz " Sem recorrer às fórmulas com que pilota discos de bandas como Capital Inicial, Sussekind embala com maciez as canções de Lee, entendendo que Faro é CD para os que amam sem vergonha." ?
Gente, não ouvi. Não tô podendo e$tou com dor no$ dedo$. Mas, se o Mauro aprovou a parceria com Cartola eu aprovo. Mesmo que depois de ouvir não ache aquele cocada toda. Pelo menos provou-se que o cara vai além das minas, nas gerais
carioca da piedade
Com a resenha elogiosa fiquei curioso pra ouvir Mauro. Tem o album que considero o melhor dele que é " Ao vivo " !
A verdade é que me surpreendi quando você divulgou a produção do Sussekind ...
Bela resenha, Mauro.
Achei que vc conseguiu captar o que um ouvinte comum perceberia à primeira audição do Vander Lee.
Me apaixonei pelo CD e também acho que ele vale as 4 estrelas que vc pontuou.
Só tinha ouvid umas baladinhas dele do último CD, mas achei que ficaria naquilo.
Ele tem muito mais a nos dizer. E pras cantoras do Brasil, que caem das árvores, taí um cara que deve ser gravado cada dia mais.
Ainda nao escutei o cd...só um pouquinho de Eu e Ela no site do vander lee, mas com certeza irei amar...esse cara é mesmo uma grande revelação...ele canta e encanta!!!!!!!
Vander Lee...vc vai longe e se depender de mim...vou fazer a maior propaganda,sou sua fanzona, tenho tudo dele...e PRESTA!!!!!!!rsrsrsr
Abços e ate mais.
Vale a pena lembrar que a canção Ninguém Vai Tirar Você de mim , foi regravada lindamenta por Renata Arruda no seu segundo cd..
Fiquei com vontade de ouvir o novo cd de Vander Lee..aproveito esse momento e sugiro post sobre o novo cd de Renata Arruda, intitulado DEIXA.
Abs
Ricardo
Mano Freire disse
Sim mas o Vander Lee já baixou a bola do estrelismo. Ou vai continuar com esse negócio de trem bão!!! A mágica do fanatismo dos anos 70 e 80 há muito fez Pirlimpimpim e escafedeu.
É de fato um ótimo CD. As músicas ficaram bacanas na voz do cantor, mas confesso que não vejo a hora de Rita Ribeiro regravar algumas delas. Aí, sim, será choro garantido.
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