3 de março de 2007

Ira! regrava Walter Franco em disco de inéditas

O grupo paulista Ira! vai lançar em abril CD produzido por Rick Bonadio. O disco é de inéditas, mas apresenta releitura de Feito Gente, música de Walter Franco que abriu o LP Revolver, lançado pelo compositor em 1975. O primeiro single do álbum do Ira! já chegará às rádios em 15 de março de 2007.

Grupo Strike terá 'Desvio de Conduta' em abril

Desvio de Conduta é o título do álbum de estréia do Strike (em foto de Daryan Dornelles), grupo mineiro que faz pop rock juvenil. Em fase de masterização, a cargo de Brian Big Bass Gardner, o CD será lançado pela gravadora carioca Deckdisc no início de abril. Já o primeiro single, Paraíso Proibido, chegará às rádios de rock na próxima quinta-feira, 8 de março. O disco reúne músicas autorais como Caiu na Babilônia, Ela Vai Voltar, Aquela História e outras.

Björk apresenta 'Volta' em maio com Timbaland

Volta é o título do aguardado sexto álbum de estúdio de Björk (foto). O lançamento já está programado para 7 de maio. Inteiramente composto e produzido pela artista, o CD vai apresentar dez inéditas. O produtor Timbaland - muito requisitado por astros do hip hop - colabora na produção de três faixas. A propósito, o time de convidados do sucessor de Medúlla (2004) inclui também o cantor Antony Hegarty, o cult baterista Chris Corsano, o grupo Konono no 1 (do Congo) e o músico Toumani Diabate (da África).

White Stripes finaliza sexto disco, 'Icky Thump'

O duo White Stripes finalizou esta semana a gravação do disco que vai marcar entrada de Jack e Meg White na major Warner Music. Intitulado Icky Thump, o CD foi gravado no Blackbird Studio, em Nashville (EUA). No repertório, músicas como Little Cream Soda, Catch Hell Blues, Rag and Bone, I'm Slowly Turning into You e You Don't Know What Love Is (Just Do as You're Told). Icky Thump, o sexto álbum da dupla, é o sucessor do bom Get Behind me Satan, de 2005. Já mixado, o disco ainda não tem data de lançamento. Mas é certo que vai chegar às lojas em 2007.

2 de março de 2007

Caetano reverencia Mitchell com Björk e Prince

Influente compositora de folk, Joni Mitchell tem 12 músicas regravadas por convidados no álbum A Tribute to Joni Mitchell (foto), que chega às lojas em 24 de abril pela major Warner Music. A curiosidade é a inclusão de Caetano Veloso no time de intérpretes. Coube ao artista brasileiro regravar Dreamland, música lançada pela autora em 1977 no disco Don Juan's Reckless Daughter. Entre os convidados, há Björk (Boho Dance), Cassandra Wilson (For the Roses), Prince (A Case of U), k.d. Lang (Help me), James Taylor (River), Annie Lennox (Ladies of the Canyon), Emmylou Harris (Magdalena Laundries) e Elvis Costello (com Edith and the Kingpin). A edição do tributo no mercado brasileiro já está certa.

Air embasa som sensual da filha de Gainsbourg

Resenha de CD
Título: 5:55
Artista: Charlotte

Gainsbourg
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Além de Je t'Aime (Moi Non Plus), clássico do cancioneiro erótico de 1970, o compositor francês Serge Gainsbourg deu também ao mundo Charlotte Gainsbourg, filha do compositor com a atriz inglesa Jane Birkin. Atriz e cantora, Charlotte chegou até a lançar um álbum de tom juvenil em 1986, aos 13 anos. Charlotte For Ever passou batido, mas, 20 anos depois, a artista foi à forra ao gravar 5:55, um dos CDs mais cultuados na Europa em 2006. Editado esta semana no mercado brasileiro, pela Warner Music, o disco pode ser definido como a verdadeira estréia de Charlotte no mercado fonográfico. Com 5:55, ela sai da sombra do pai famoso.

5:55 seduz com seus climas sensuais. A base vem do piano tocado com leveza pela própria artista e do som viajante do duo francês Air, autor de alguns arranjos e letras. Um dos nomes envolvidos na (adequada) produção é Nigel Godrich, que já assinou álbuns do grupo Radiohead. Moldado por refinada sonoridade etérea, 5:55 firma Charlotte como cantora. O que se ouve em faixas como The Songs That We Sing e The Operation é um som cool de sofisticada sensualidade. Trunfo do coeso repertório, a sublime Beauty Mark é um exemplo de como a voz sussurrante de Charlotte Gainsbourg envolve e conquista o ouvinte. Tal pai, tal filha? Sim, com prazer...

Nana grava 'Cantiga do Vento' com Sueli Costa

Intérprete que já gravou lindamente músicas de Sueli Costa como Fingidor (1977), Pérola (1980), Nem Uma Lágrima (1981), Voz e Suor (1983), Primeiro Altar (1988) e Sabe de mim (1993), Nana Caymmi é uma das convidadas do bem-vindo CD de inéditas que a compositora vai lançar em 2007. A cantora pôs voz na Cantiga do Vento, parceria de Sueli com Luiz Sérgio Henriques. Já em fase de gravação, o disco é o sucessor de Minha Arte, editado em 2000. A foto de Pedro Costa flagra as duas artistas, risonhas, no estúdio.

Zé é parceiro de Daniela, Sandra, Zélia e Barone

Daniela Mercury gravou com Zé Ramalho Procurando a Estrela, música composta por Ramalho com Toti Cavalcanti para o CD de inéditas que o cantor vai lançar no fim de março, pela Sony BMG. Intitulado Parceria dos Viajantes, o disco conceitual gira em torno de novas conexões do artista com cantores, compositores e músicos. A eclética ficha técnica do álbum inclui os integrantes do grupo Cidade Negra (parceiros de Ramalho na música Chamando o Silêncio), Zélia Duncan (Porta de Luz), Sandra de Sá (O Norte do Norte), Jorge Mautner (Montarias Sensuais) e até a Banda Calypso (Pássaros Noturnos). Baterista do trio Paralamas do Sucesso, João Barone toca em cinco faixas. Uma delas, O Rei do Rock, é parceria de Zé com Zeca Baleiro. Já Paulo Ricardo toca baixo em A Nave Interior, música de Ramalho e Chico César que traz a voz de Pitty. O produtor do álbum Parceria dos Viajantes é Robertinho de Recife, convidado de Farol dos Mundos. Em abril, chegará às lojas DVD com imagens de estúdio dos encontros feitos para o disco. A foto (de Otto Guerra) registra o encontro de Zé e Daniela Mercury.

1 de março de 2007

Bosco e Martinho farão CD sugerido por Rildo

A idéia, boa e antiga, é de Rildo Hora. Há alguns anos, o produtor sugeriu que João Bosco e Martinho da Vila gravassem um disco juntos. Por iniciativa de Martinho, o projeto poderá ser, enfim, concretizado. Os compositores - que inauguraram parceria em 1986 com o samba Odilê, Odilá - pretendem fazer o (histórico) CD.

Filme inédito sobre Bethânia estréia em festival

A foto - que reúne Caetano Veloso, Dona Canô e Maria Bethânia - registra cena do documentário Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda, dirigido por Andrucha Waddington. Antes de chegar aos cinemas e de ser lançado em DVD, pela gravadora Biscoito Fino, o filme vai ser exibido no festival de documentários É Tudo Verdade, que acontecerá no Rio e em São Paulo de 22 de março a 1º de abril, depois seguindo para Brasília (DF) e Porto Alegre (RS).

Air mostra 'Pocket Symphony' em 6 de março

Chegará às lojas dos Estados Unidos na terça-feira, 6 de março, o novo álbum do duo Air. Pocket Symphony (foto) reúne doze músicas com a atmosfera viajante típica da dupla. A idéia foi criar um som que remetesse a compositores eruditos como Debussy e Bach. Entre as faixas, Space Maker, Once Upon a Time (o primeiro single), Hell of a Party, Napalm Love, Left Bank, Mer du Japon e Night Sight. O último disco da dupla foi Talkie Walkie, de 2004.

Guitarrista da Nação Zumbi finaliza disco solo

Guitarrista da Nação Zumbi, Lúcio Maia lança neste semestre seu primeiro disco solo, Zero e Um, peça de projeto maior intitulado Maquinado. Maia (em foto de Pio Figueiroa) já trabalha no CD em seu estúdio caseiro desde 2004. Para montar o repertório de Zero e Um, cujo título alude à linguagem binária do computador, o artista selecionou onze músicas. Produzido pelo próprio Lúcio, o álbum conta com as intervenções de Jorge Du Peixe, Siba e Rica Amabis. Quem vai lançar é a Trama, a gravadora da Nação Zumbi.

28 de fevereiro de 2007

Disco feito por Leny em 1975 volta ao catálogo

Aos poucos, de forma avulsa, a (ótima) discografia de Leny Andrade vai sendo (enfim) reposta em catálogo. A capa à esquerda é de Leny Andrade, álbum de 1975 que ganha a primeira reedição em CD no novo lote da série Clássicos Odeon, nas lojas em 2 de março. Pela mesma coleção, a EMI reedita também Gemini Cinco Anos Depois, disco de 1972 dividido pela cantora com Pery Ribeiro. Estes dois títulos vem se somar a A Sensação - o primeiro de Leny, gravado em 1961 e reeditado em 2004 pela BMG na série Essential Classics - e Estamos Aí, feito em 1965 e relançado em 2002 na boa série Odeon 100 Anos, produzida pelo pesquisador Charles Gavin.

EMI reedita disco gravado por Vandré em 1968

Em 1968, pouco antes de ser exilado por conta do estouro da explosiva Caminhando (Pra Não Dizer que Não Falei de Flores...), Geraldo Vandré gravou o álbum Canto Geral, com músicas como Terra Plana, Maria Rita, Guerrilheira, Cantiga Brava, O Plantador e Arueira no - engajado - repertório. Relançado uma única vez pela EMI em CD, na coleção Os Originais, Canto Geral ganha outra reedição na série Clássicos Odeon. Ótima oportunidade para se (re)avaliar ou conhecer a obra valente de Geraldo Vandré.

Duas biografias desvendam o mundo de Maysa

Trágico acidente de carro na ponte Rio-Niterói, em 22 de janeiro de 1977, fechou os olhos de Maysa - dois oceanos não pacíficos, na definição poética de um poeta, Manuel Bandeira. Trinta anos depois da morte da artista, nascida em 6 de julho de 1936, duas biografias abrem o arquivo de registros da cantora e compositora para lançar olhares sobre uma das mais intensas intérpretes brasileiras. De vida e de obra únicas.

Com prefácio de Ruy Castro, Só Numa Multidão de Amores (capa à esquerda) vai chegar às livrarias no começo de março pela editora Globo. Foi escrita por Lira Neto, com o aval de Jayme Monjardim, filho de Maysa. Já Meu Mundo Caiu - A Bossa e a Fossa de Maysa (capa à direita) já está à venda, por R$ 39,00, no site da editora Novo Século. O prefácio é de ninguém menos do que Gal Costa, admiradora da cantora. O autor é Eduardo Logullo.

Filme sobre Dylan, feito em 1965, volta à cena

Famoso documentário sobre Bob Dylan, filmado em 1965 com a direção de D.A. Pennebaker, Don't Look Back ganhará farta reedição em DVD - turbinada com comentários do diretor, libreto e cenas extras como as que o compositor entoa as músicas Don't Think Twice e It's All Over Now, Baby Blue. Lançada nos EUA esta semana, Bob Dylan: Don't Look Back 65 Tour Deluxe Edition (foto) ainda não tem previsão de lançamento no mercado nacional. Mas é bem provável que também saia no Brasil.

27 de fevereiro de 2007

Warner vende som e imagem para celular Vivo

A imagem acima de Madonna pode ilustrar seu celular. A Warner Music fechou parceria com a operadora Vivo para vender papéis de parede com fotos de artistas de seu cast e toques para celular em formato MP3. Cada musictone baixado custa R$ 5,60 e cada papel de parede sai por R$ 3,80. Acordo antigo entre as empresas prevê também a venda de músicas inteiras pelo serviço Vivo Play.

Babyface sedimenta a projeção do Fall Out Boy

O quarteto Fall Out Boy era um inexpressivo grupo associado ao emo até alcançar o sucesso a partir de seu terceiro álbum, From Under the Cork Tree, de 2005. O detalhe é que coube ao produtor Babyface reforçar a projeção da banda surgida em 2001, em Chicago (EUA). Babyface pilota This Ain't a Scene, It's an Arms Race, faixa que vem alavancando as vendas do recém-lançado quarto CD do grupo, Infinity on High (foto), editado no Brasil pela Universal Music. Mas as letras bobinhas do baixista Pete Wentz sugerem que o Fall Out Boy não merece todo o sucesso que vem conquistando.

DVD traz dois shows de Van Morrison na Suíça

Artista versátil que transita entre o rock, o folk e o blues, Van Morrison tem dois shows feitos no Festival de Montreux, na Suíça, reunidos no bom DVD duplo Live at Montreux 1980 / 1974, editado este mês no mercado brasileiro pela gravadora ST2 (o vídeo foi lançado em 2006 no exterior). No show (mais lento) de 30 de junho de 1974, feito com banda arregimentada pela organização do festival, Morrison toca o blues Foggy Mountain Top e apresenta o tema instrumental Swiss Cheese em roteiro de nove números. A imagem é irregular. Na apresentação mais enérgica de 10 de julho de 1980, para a qual levou seus próprios músicos, Morrison faz bissexta incursão pelo reggae (And It Stoned me) e mostra canções como Angelou no roteiro de 15 números. A imagem é satisfatória. O áudio dos dois shows é legal. A (luxuosa) edição traz encarte com fotos e pôsters.

Sève abriga diversidade nacional em CD autoral

Resenha de CD
Título: Casa de Todo Mundo
Artista: Mário Sève

Gravadora: Núcleo

Contemporâneo
Cotação: * * *

Fundador dos bons grupos Nó em Pingo D'Água e Aquarela Carioca, Mário Sève abriga no CD Casa de Todo Mundo produção autoral pontuada pela diversidade rítmica nacional. É o primeiro trabalho do saxofonista como compositor. Em 13 faixas, gravadas com um time igualmente plural de 50 convidados, Sève passeia por forró (O Cabra, com o grupo Mestre Ambrósio), frevo (Alice no Frevo, com o grupo Nó em Pingo D'Água), maxixe (Caco Velho, com o cravo de Marcelo Fagerlande), samba de gafieira (Samba no Pé, com Jorginho do Pandeiro e a dupla Zé da Velha e Silvério Pontes) e quadrilha (a boa faixa-título, com Lui Coimbra).

A nuvem em forma de Brasil - estampada na capa do CD por Elifas Andreato, que recuperou a imagem feita pelo fotógrafo Alexandre Sardá e usada no encarte de Nação (1982), o último trabalho de Clara Nunes - traduz exemplarmente o conceito do disco, gravado desde 1997. Somente Negreiros, o canto afro que abre o mosaico rítmico evocando toda a ancestralidade nacional nos vocais e na percussão do grupo Baticun, já bastaria para avalizar a inspiração autoral de Sève, que vem compondo com gente como Chico César.

Em algumas faixas, o melodista recorreu a letristas. Guilherme Wisnick assina os versos de Toada, que conta com a voz rigorosa de Mônica Salmaso. Pedro Luís trouxe a letra de Lua - com várias referências ao universo de Luiz Gonzaga - e se juntou ao grupo A Parede para gravar o aboio bluesy de melodia coincidentemente inspirada em Juazeiro, sucesso do cancioneiro de Gonzagão com Humberto Teixeira. Já o choro Imaginária conta com a letra e a voz de Suely Mesquita, além dos violões suntuosos do Quarteto Maogani. E Sérgio Natureza pôs versos na ciranda Batendo Perna.

Uma valsa - Época de Ouro, de contornos seresteiros por causa da adesão do homônimo grupo de choro - e o Fox Torto abrigam as influências estrangeiras que ajudaram a moldar a (rica) música brasileira, a principal hóspede da casa hospitaleira de Mário Sève.

26 de fevereiro de 2007

Guinga estréia como letrista em 'Casa de Villa'

Um dos mais inspirados compositores brasileiros, o carioca Guinga ingressa na gravadora Biscoito Fino com Casa de Villa, CD (foto) em que, além de estrear como letrista, ainda se aventura como cantor. Guinga assina os versos de faixas como a inédita Maviosa. O álbum inclui parcerias do compositor com Edu Kneip (Mar de Maracanã e Via-Crúcis), Paulo César Pinheiro (Porto de Araújo), Aldir Blanc (Tudo Fora de Lugar e Jongo de Compadre - esta também com Simone Guimarães, co-autora ainda de Capital). A valsa instrumental que fecha o disco, Comendador Albuquerque, foi composta em tributo ao saudoso produtor Paulinho Albuquerque, que, no comando da gravadora Velas, lançou Guinga no mercado fonográfico em 1991. A propósito, o produtor de Casa de Villa é o violonista Marcus Tardelli, discípulo de Guinga que reverenciou seu mestre no belo CD Unha e Carne, editado em 2005 pela mesma Biscoito Fino.

Fafá revê carreira em DVD com olhar caudaloso

Resenha de CD / DVD
Título:
Fafá de Belém

ao Vivo
Artista: Fafá de Belém
Gravadora: EMI Music
Cotação:
* * * (CD)

e * * * * (DVD)

Bem típica de Fafá de Belém, a gargalhada ouvida no meio da interpretação descontraída do samba de roda Filho da Bahia (1975) indica que a cantora manteve sua espontaneidade face à pompa e orquestra armada no palco do Theatro da Paz (PA), em 5 e 6 de outubro de 2006, para a gravação de seu primeiro DVD, ora lançado pela EMI Music simultaneamente com o CD homônimo. É o "primeiro grande olhar" sobre a carreira da artista – como define a própria Fafá na entrevista apresentada nos extras – e, dentro do caráter retrospectivo de projetos do gênero, é justo reconhecer que o resultado supera expectativas. Fafá se cercou de produção luxuosa para revisar sua trajetória - uma caminhada de cunho inicialmente regional que, a partir de 1986, foi ganhando contornos sentimentais, apesar de um ou outro disco feito fora da esfera populista como o álbum dedicado à obra de Chico Buarque.

Fafá de Belém ao Vivo concilia todos os afluentes desta artista marcada por sua fartura. "Somos um povo de emoções caudalosas como nossos rios", caracteriza a cantora ao interpretar Vermelho (1996), último dos 20 números do enxuto roteiro do DVD (o CD condensa o show em 12 números e apresenta duas faixas gravadas em estúdio). Mas até que Fafá soube podar habituais excessos ao (re)interpretar baladas como Meu Disfarce (1988) sem soar over.

Brejeira como no bom início de carreira, a cantora rodopia pelo palco ao som de violinos em Raça (1977) e evolui charmosa na cadência do bolero Sob Medida (1979). As cordas sinfônicas dão pulsação diferente a músicas como Dentro de mim Mora um Anjo (1978), ainda que a maioria dos arranjos seja fiel às orquestrações originais. Se Sedução (1977) tem acentuado o clima sensual com luzes vermelhas, Pode Entrar (1976) prima pelo clima onírico da letra da terna modinha gravada por Fafá em seu primeiro álbum, Tamba-Tajá, e que ela revive sentada no palco do Theatro da Paz, cuja arquitetura imponente é alvo de generosas tomadas pelas lentes (nada óbvias) de Roberto de Oliveira, diretor do DVD.

Nessa volta de Fafá a Belém, Coração do Agreste (1989) adquire sentido biográfico por conta da letra de Aldir Blanc sobre o ato de regressar (a música foi tema da novela Tieta). Mais inesperada no roteiro, Que me Venha Este Homem (1979) sinaliza a intenção da cantora de pescar pérolas menos óbvias em seu baú. Já as maiores obviedades (Meu Homem, Memórias e Meu Dilema, hits de 1986 / 1987 da fase da cantora na Som Livre) são condensadas em pot-pourri até necessário em roteiro retrospectivo que inclui, claro, a guarânia Nuvem de Lágrimas (1989), marco do gênero sertanejo.

Saudado por Fafá como "a grande voz desta terra", o cantor Walter Bandeira é o convidado de Foi Assim (1977), número pontuado pela gaita de Luiz Pardal. Já Mariana Belém, filha da cantora, faz participação afetiva em Maria Solidária (1978). O toque político fica por conta do discurso que introduz Menestrel das Alagoas (1983) e da letra em estilo "puxão de orelha" de Brilho Dental (Rui Veloso e Carlos Tê), uma das três esmaecidas inéditas exibidas na voz de Fafá. Aonde (Dalto e Cláudio Rabello) soa realmente nova, mas História de Amor (versão de canção italiana feita pelo mesmo Cláudio Rabello) exibe o tom sentimental que caracteriza a maior parte da discografia de Fafá de Belém, à qual este projeto ao vivo vem somar com olhar fiel aos (des)caminhos da cantora, ainda em caudalosa forma vocal. Fafá precisava mesmo retornar a Belém...

Etheridge leva Oscar e tem coletânea reeditada

Em cerimônia que prestou um merecido tributo ao maestro italiano Ennio Morricone, o compositor de emblemáticas trilhas sonoras de filmes, Melissa Etheridge foi laureada com um Oscar de Melhor Canção por I Need to Wake Up, música feita pela artista para o documentário Uma Verdade Inconveniente - aliás, premiado com o Oscar da categoria. No embalo, a última (ótima) coletânea de Etheridge, The Road Less Traveled, lançada em 2005, será reeditada em 13 de março com a inclusão da canção composta para o filme. Ativista lésbica, a roqueira dedicou seu primeiro Oscar à mulher, devidamente focalizada pelas câmeras na cerimônia transmitida, para todo o mundo, em 25 de fevereiro.

p.s. O compositor argentino Gustavo Santaolalla ganhou merecido Oscar pela trilha sonora de Babel - com o detalhe de que já tinha recebido o prêmio em 2006, na mesma categoria, pela música de O Segredo de Brokeback Mountain - o épico gay de Ang Lee.

Cantora Jennifer Hudson vive o sonho do Oscar

Embora concorresse ao Oscar de Melhor Canção com nada menos do que três músicas de sua trilha sonora (Listen, Love You I Do e Patience), o bom musical Dreamgirls acabou nem faturando a estatueta na categoria. Em compensação, Jennifer Hudson (foto) levou o Oscar de atriz coadjuvante por seu desempenho no filme como a temperamental cantora Effie White. O trio protagonista do filme - Hudson, Beyoncé Knowles e Anika None Rose - abriram os vozeirões e elevaram os tons ao reviver as músicas na cerimônia.

25 de fevereiro de 2007

Em abril, Rosemary e 'Mulheres de Mangueira'

Com direito à luxuosa participação de Chico Buaque na faixa Chão de Esmeraldas, samba composto por Chico em 1997 em parceria com o poeta Hermínio Bello de Carvalho, o novo CD de Rosemary, Mulheres de Mangueira, tem lançamento previsto para abril. A faixa-título é inédita de Erasmo Carlos. O disco conta ainda com adesões de Zeca Pagodinho (em Três Mulheres, samba inédito de Arlindo Cruz e Franco) e de Alcione e Beth Carvalho (em Estrelas Consagradas, outra inédita do repertório). Reinaldo Arias e Paulo Sérgio Valle assinam Garota de Mangueira, mais uma inédita. A foto, de Oskar Sjostedt, registra a ida de Chico Buarque ao estúdio.

Belo aceita fazer produção de disco de Simony

Embora ainda não tenha conseguido se reerguer no mercado fonográfico como cantor por efeito de seus problemas com a lei, apesar de se manter popular entre as classes mais pobres, Belo (foto) - ao que parece - decidiu se aventurar como produtor. O artista já aceitou o convite para pilotar o novo CD de Simony - ainda associada ao grupo infantil Balão Mágico. A gravação iniciaria ainda este semestre.

Moska planeja lançar primeiro DVD em março

Moska tem plano de lançar em março - pela Som Livre - o seu primeiro DVD, gravado em 2004 durante show feito pelo artista em Brasília. O roteiro é baseado no CD Tudo Novo de Novo, gravado pela EMI em 2003 e reeditado no fim de 2006, pela mesma Som Livre, com duas faixas-bônus. Seu Olhar e A Idade do Céu são músicas certas no repertório do DVD + Novo de Novo. O registro do show será editado também em CD ao vivo, o segundo de Moska.

DVD retrata Emerson Lake & Palmer em 1970

Lançado em 2002 no exterior, o DVD Pictures at an Exbitition (foto) está sendo reeditado no Brasil pela Warner Music. A atual edição é de 2005 e festeja os 35 anos do filme baseado no concerto que o grupo Emerson Lake & Palmer fez em 9 de dezembro de 1970 no Lyceum Theatre, em Londres, Inglaterra. Entre os 11 números do roteiro, aditivados com efeitos psicodélicos característicos da época, há temas como The Sage, The Old Castle, Promenade e Gnome. O vídeo é retrato do trio de rock progressivo em início de carreira. Com direito a um áudio 5.1 dts.