26 de janeiro de 2008

Chega ao Brasil regravação do clássico de Jarre

Em 1976, as questões ambientais ainda não estavam na ordem do dia quando o tecladista e produtor Jean Michel Jarre lançou na França o álbum Oxygene com a antológica capa que simbolizava a destruição da Terra pelo Homem. Trinta anos depois do estouro planetário do disco, lançado em 1977 no resto do mundo, o astro francês - um dos pioneiros da música eletrônica - decidiu regravar o álbum em apresentação ao vivo para usufruir dos benefícios da tecnologia do som 5.1. Oxygene - Live in your Living Room está sendo editado no Brasil pela EMI Music nos formatos de CD e CD + DVD. A filmagem da apresentação foi feita em alta definição.

Filme sobre choro, 'Brasileirinho' chega ao DVD

Brasileirinho, cultuado documentário em que o finlandês Mika Kaurismäki foca o choro, já está sendo lançado em DVD. Exibido nos cinemas em agosto de 2007, o filme flagra rodas de choro captadas no Rio de Janeiro (RJ) e também detalha toda a realização de um concerto idealizado pelo Trio Madeira Brasil em tributo ao Dia Nacional do Choro (23 de abril). No show, o grupo se encontra com chorões de diversas gerações e recebe ilustres convidados como Elza Soares, Guinga, Teresa Cristina e a veterana Zezé Gonzaga. O DVD Brasileirinho - Grandes Encontros do Choro Contemporâneo chega ao mercado pela gravadora Rob Digital, que, em 2007, editou o CD com primorosa trilha do filme.

Encontro de Yamandu e Hamilton vai virar CD

O virtuoso bandolinista Hamilton de Holanda (à esquerda na foto de Gerardo Lazzari) e o violonista Yamandu Costa irão procurar gravadora ou selo interessado na distribuição do CD que gravaram ao vivo numa minitemporada do show O Encontro realizada no Auditório Ibirapuera (SP) de 18 a 20 de janeiro de 2008. No show, que estreou em março de 2007 no mesmo Ibirapuera, a dupla de virtuoses presta tributo a nomes como Pixinguinha, Baden Powell e Raphael Rabello. No roteiro, há músicas de Hamilton (01 Byte 10 Cordas, Aquarela na Quixaba, Flor da Vida, Estações) e temas de Yamandu (Chamamé, Meiga, Samba pro Rafa, Mariana e outras).

Chaves põe até Pink Floyd em registro de show

Ainda associado à sua música O Bicho, único hit que obteve em escala nacional, o compositor baiano Ricardo Chaves faz até cover de um clássico do Pink Floyd - Wish You Were Here - em seu CD e DVD Ao Vivo em Salvador. A idéia foi reviver o tempo em que foi vocalista do Cabo de Guerra, grupo de rock da Bahia. A bela balada do Pink Floyd é cantada por Chaves em trio formado com Durval Lelys (!) e Emmerson Nogueira. Lelys também participa de Gabriela, música de sua própria lavra. O time de convidados inclui Jammil (Barulho), Tomate (Desejo de Amar), Netinho (Taba) e Ivete Sangalo, que pôs voz em Namoro e Amor de Carnaval, a música estrategicamente escolhida pela gravadora Som Livre para promover o registro de show de Chaves. É o bicho!

25 de janeiro de 2008

Samuel entra no 'Beco' de Paralamas com Titãs

Vocalista e guitarrista do Skank, Samuel Rosa vai cantar O Beco e Lourinha Bombril - duas músicas do repertório dos Paralamas do Sucesso - na (única) apresentação carioca do show 25 Anos de Rock, que junta o trio carioca aos Titãs. As duas bandas (em foto de Caroline Bittencourt) também vão receber Arnaldo Antunes (em Comida e em Lugar Nenhum) e o guitarrista Andreas Kisser (em Polícia e Selvagem). A passagem da turnê pelo Rio de Janeiro - neste sábado, 26 de janeiro de 2008, na Marina da Glória - será gravada para virar DVD e CD ao vivo a serem editados em junho.

Selma Reis tá voltando para MPB com Pinheiro

Um dos hinos da Anistia, gravado por Simone em 1979 em seu LP Pedaços, o samba Tô Voltando - parceria de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro - é uma das músicas que estarão no CD duplo que Selma Reis (em foto de Marcelo Faustini) vai gravar este ano somente com músicas de Pinheiro. Outras duas composições pré-selecionadas para o disco são Minha Missão (parceria de Pinheiro com João Nogueira, lançada por Clara Nunes em 1981 no álbum Clara) e Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaqua), obra-prima de Pinheiro com Baden Powell, gravada por Elis Regina em 1970 no LP Em Pleno Verão. O projeto será editado pelo selo da cantora.

Capital vai gravar ao vivo em show em Brasília

Depois de se refugiar no universo adolescente em CD (Eu Nunca Disse Adeus, 2007) que não deu o esperado retorno comercial, o Capital Inicial - ao que tudo indica - vai retomar o tom politizado de seu início de carreira em Brasília. O grupo vai gravar DVD e CD ao vivo em show agendado para 21 de abril na sua cidade natal, na Esplanada dos Ministérios. O repertório deverá ter músicas iradas.

Shaggy recruta Akon para recuperar o sucesso

Já em queda livre no mercado fonográfico, Shaggy - astro do reggae e do dancehall que em 1996 chegou a ser agraciado com um Grammy pelo álbum Boombastic - convocou o rapper Akon, em alta na cena norte-americana, para gravar dueto em What's Love - faixa de seu sétimo disco, intitulado Intoxication e editado em 2007, no exterior, pela VP Records. Lançado no Brasil neste mês de janeiro de 2008, o CD não chega a ser uma droga, mas, exceto por algumas poucas boas músicas, como o reggae Bonafide Girl, o repertório não tem cacife para reerguer Shaggy, cujo último disco bem-sucedido, Hot Shot, data de 2000. Can't Hold me abre o CD.

24 de janeiro de 2008

DVD documenta o sucesso de Mika no mundo

A gravadora Universal Music já está lançando no Brasil o ótimo primeiro DVD de Mika, Live in Cartoon Motion - cujo título faz trocadilho com o nome (Life in Cartoon Motion) do álbum de estréia do libanês radicado na Inglaterra. Além das músicas do CD, Mika faz covers de Sweet Dreams (Are Made of This) - um sucesso do duo Eurythmics - e I Want You Back (do repertório do grupo Jackson Five) no show captado no Olympia, em Paris, em 30 de junho de 2007. Nos fartos extras, há set acústico - em que o artista revive Everybody's Talkin', hit de Nilson nos anos 60 - e o inédito documentário A Long Way from Home, sobre a turnê mundial feita por Mika ao longo do ano passado. Há ainda vídeos de músicas como Grace Kelly, Love Today e Relax (Take It Easy).

Ivete divulga música gravada para folia baiana

Campeã de vendas de discos no Brasil em 2007, por conta das 554 mil cópias do DVD Ivete no Maracanã - Multishow ao Vivo e das 214 mil do álbum homônimo, Ivete Sangalo (foto) já divulga música nova, gravada especialmente para este período de Carnaval. A música, Não me Faça Esperar, nem fez parte do roteiro do mega-show gravado ao vivo no estádio carioca em 2006. É que faz parte da estratégia das cantoras baianas gravar músicas exclusivamente para a alta temporada de folia. Cláudia Leitte divulga Exttravasa - gravação já incluída na compilação Axé Bahia 2008 - e Daniela Mercury aposta em Preta, belo medley que une a música Eu Sou Preto ao samba Sorriso Negro. Mercury gravou em dueto com Seu Jorge.

Senise entrelaça Dolores e Sueli em seu álbum

Depois de dedicar o CD e DVD Casa Forte à música de Edu Lobo, Mauro Senise (foto) entrelaçará as obras de Dolores Duran (1930 - 1959) e Sueli Costa em seu próximo álbum, que será editado pela gravadora Biscoito Fino. Sueli vai tocar piano numa composição criada especialmente para este projeto. A convite do saxofonista, Olivia Hime vai cantar um tema de Dolores. Músicos como Itamar Assiere, David Chew, Paulo Russo, Ivan Mamão Conti e Gabriel Geszti vão tocar no disco, que terá arranjos de Gilson Peranzzetta.

'Single' do segundo CD de Sapucahy nas rádios

A capa acima é de + 1 + Uma - o primeiro single promocional do segundo álbum de Leandro Sapucahy. A Warner Music pensou em lançar o disco no fim de 2007, mas acabou adiando o lançamento para o primeiro semestre deste ano. Vai ser o primeiro trabalho do artista após seu upgrade no mercado fonográfico por conta da produção do último CD de Maria Rita, Samba Meu. Sapucahy regravou Bicho Solto, do repertório do Só Preto sem Preconceito.

23 de janeiro de 2008

Mariah convoca Marley para o álbum 'E=MC2'

Em seu próximo álbum, E=MC2, Mariah Carey vai experimentar sons jamaicanos na faixa Cruise Control, que tem colaboração de Damian Marley, filho de Bob Marley. O sucessor do platinadoThe Emancipation of Mimi (2005) tem lançamento agendado para 15 de abril. Jermaine Dupri, will.i.am e Rodney Jerkins integram o time principal de produtores do CD. No repertório de dez inéditas, há baladas (Love Story), pop (Lovin' You Long Time), temas bem dançantes (como Migrate, faixa na qual aparece T-Pain) e o r & b Touch my Body. Outras músicas do álbum são Thanx for Nothin', For the Record, OOC (Out of Control), Bye Bye e a sua faixa-título.

Piratas já exibem CDs e DVDs de festival baiano

A indústria da pirataria fonográfica é extremamente ágil na Bahia. Muitos camelôs já estão oferecendo - por um preço cotado em torno de R$ 5 - CDs e DVDs com gravações ao vivo dos shows apresentados na 10ª edição do Festival de Verão de Salvador, que foi realizado de 17 a 19 de janeiro de 2008 na festiva capital baiana. Já há nas bancas - sobretudo nas do Centro Histórico de Salvador - CDs e DVDs com registros piratas do shows de Daniela Mercury (foto), Ivete Sangalo e Beth Carvalho, entre outros nomes do elenco principal do festival. O comércio ilegal é praticado sem repressão policial.

Chico e Simone na aula de samba de Mart'nália

Uma inédita regravação de Exaltação a Tiradentes (Império Serrano, 1949), na voz de Chico Buarque, é a faixa que abre o CD Aula de Samba - A História do Brasil através do Samba-Enredo, produzido por Mart'nália a partir de uma boa idéia de Martinho Filho, um de seus irmãos. Editado pela Biscoito Fino, o disco reúne sambas-enredos que contam passagens da História do Brasil em releituras inéditas. Se Simone pinta na Aquarela Brasileira (Império Serrano, 1964), Fernanda Abreu se embrenha em Os Sertões (Em Cima da Hora, 1976). Se Maria Rita interpreta a obra-prima Heróis da Liberdade (Império Serrano, 1969), Moska revive o esquecido samba Dia do Fico (Beija-Flor de Nilopólis, 1962). Já Alcione recorda O Grande Presidente (Mangueira, 1956) enquanto Ivone Lara e Toni Garrido fazem dueto inusitado para cantar Os Cinco Bailes da História do Rio (Império Serrano, 1965). Lenine e Zélia Duncan estão no time.

Magia do 'Pelô' valoriza o show de Armandinho

Resenha de show
Título: Terça da Benção Especial
Artista: Armandinho
Local: Largo do Pelourinho (Salvador, Bahia)
Data: 22 de janeiro de 2008
Cotação: * * *

Pólo de espiritualidade e tradições afro-brasileiras, o Pelourinho tem vibe tão boa que valoriza shows realizados naquela área ao ar livre - como o feito pelo guitarrista Armandinho na noite de 22 de janeiro, abrindo a série de espetáculos Terça da Benção Especial. Ás da guitarra baiana, instrumento no qual ainda é insuperável, o músico tocou até o Bolero, de Ravel, neste show festivo. A rigor, musicalmente, a apresentação talvez entediasse o público em um espaço de shows convencional. Mas, no Pelourinho, os números ganharam ar sedutor, mágico. Ainda que o vocalista da banda de Armandinho seja cantor opaco. Nada pareceu importar quando soaram os primeiros acordes de músicas como Zanzibar (hit do grupo Cor do Som, integrado por Armadinho), Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua (a música-manifesto de Sérgio Sampaio que a diva Margareth Menezes lembrou de trazer para o universo afro-baiano) e Baianidade Nagô (pérola do repertório da Banda Mel). Os sambas-reggaes, em especial, deram um tempero extra à festa-show. Escutar Elegibô, Protesto Olodum (E Lá Vou Eu), A Luz de Tieta e Salvador Não Inerte no Largo do Pelourinho, ao ar livre, numa noite estrelada de verão, é experiência mágica que atenua o fato de, em alguns números, Armandinho e sua imbatível guitarra baiana serem coadjuvantes na tal festa. A vibe do Pelô deu o tom.

22 de janeiro de 2008

Exposição conta história do trio elétrico baiano

Salvador (BA) - Em 1950, a bordo de sua Fobica (na realidade, um carro Ford de 1929), Dodô e Osmar desfilaram pelas ruas de Salvador, no domingo de Carnaval, tocando sucessos em ritmo de frevo no seu pau elétrico - o instrumento que a dupla inventou em 1942 e que daria origem à bela guitarra baiana. Naquele domingo de 1950, nasceu o trio elétrico. A elétrica história dos trios vai ser recontada em exposição que abre na próxima semana, dias antes do Carnaval, no Tropical Hotel da Bahia, em Campo Grande, bairro do Centro de Salvador. Guitarras baianas de diversos tipos estarão em exposição ao lado de cartazes - como o da foto acima - que vão reconstituir de maneira cronológica os momentos mais marcantes deste 58 anos de trios elétricos. E, como já sentenciou o frevo de Caetano Veloso, atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu...

Baleiro na intimidade de Oswaldo Montenegro

Zeca Baleiro participa da regravação de Léo e Bia feita por Oswaldo Montenegro para CD e DVD editados pela Som Livre na série Intimidade, inaugurada com Guilherme Arantes. Fiel ao conceito da coleção, o autor de Bandolins registrou show feito em seu apartamento no Rio de Janeiro (RJ) - pintado (e decorado) pelo próprio Montenegro - para platéia de convidados. O DVD inclui também imagens captadas em Brasília (DF), a cidade onde o cantor deu seus primeiros passos na música. Eis o roteiro do show, que inclui releitura de sucesso de Erasmo Carlos (Sou uma Criança, Não Entendo Nada) e algumas músicas novas:
1. Pra Longe do Paranoá
2. Estrada Nova
3. Lume de Estrelas
4. Rasura
5. Vamos Celebrar
6. Mel de Estrelas
7. Lua e Flor
8. Por Brilho
9. Léo e Bia - com Zeca Baleiro
10. Intuição
11. Aquela Coisa Toda
12. A Lista
13. Sou uma Criança, Não Entendo Nada
14. Andando e Andando em Copacabana
15. Bandolins
16. O Condor

Álbum do Radiohead sai no Brasil em fevereiro

Apesar de o recém-aberto selo paulista Flamil ter anunciado que iria lançar o sétimo álbum do Radiohead no Brasil logo na virada do ano juntamente com as edições americana e inglesa de In Rainbows, o fato é que o CD vai chegar efetivamente às lojas nacionais em meados de fevereiro, após o Carnaval. No exterior, o disco já galgou rapidamente o primeiro lugar das paradas, desafiando a lógica de que um disco já disponibilizado meses antes na internet - no caso, pela própria banda e com inovadora ação de marketing que previa que o próprio consumidor decidisse quanto pagar pelo download do álbum, à venda na rede desde 10 de outubro - tem pouco apelo no comércio convencional das lojas. Moral da história: o CD vive!

Gaynor em CD e DVD gravados ao vivo na Bahia

Eternamente associada ao apogeu da disco music, quando viveu seu auge com bela gravação de I Will Survive, Gloria Gaynor tem lançados apenas no Brasil neste mês de janeiro o CD e o DVD que gravou em 2006 em sua apresentação no Festival de Verão de Salvador. O roteiro do espetáculo entrelaça seus principais hits com sucessos de Police, Wham!, Whitney Houston, Roberta Flack e Supremes, entre outros nomes do pop estrangeiro. Eis o repertório do DVD:
1. I Am what I Am
2. Never Can Say Goodbye
3. I Will Always Love You
4. You're All I Nedd to Get By
5. Just No nother Way
6. Just Keep Thinking about You
7. Every Breath You Take
8. You Are the Answer
9. First Be a Woman
10. Got to Be Real
11. Reach out I'll Be There
12. Killing me Softly with his Song
13. I Never Knew
14. Careless Whisper
15. Anybody Wanna Party
16. Stop in the Name of Love
17. You'll Be Mine
18. I Will Survive
19. Can't Take my Eyes Off You

21 de janeiro de 2008

Elétrico, Brown faz sarau político e miscigenado

Resenha de show
Título: Sarau du Brown - com participações de Arnaldo
Antunes, Marisa Monte, Margareth Menezes, Mariene
de Castro, Dadi, Armandinho
Artista: Carlinhos Brown (em foto de Osmar Gamma)
Local: Museu du Ritmo (Salvador, Bahia)
Data: 20 de janeiro de 2008
Cotação: * * *

Descontada a insatisfação popular com a curta duração da formal participação do grupo Tribalistas no Sarau du Brown, é fato que o evento reafirma o caráter plural, político e miscigenado da arte de Carlinhos Brown. Ao entrar no palco caracterizado como o gorila Timball King, o artista já deu a pista de que sua apresentação seria original. E foi. Carnavália, a música dos Tribalistas, tocado com a força da percussão afro-baiana, foi um dos belos números da parte inicial do show de Brown - um artista performático e elétrico que sabe entreter o seu público, embaralhando o sagrado e o profano.

Não faltou empolgação - no palco e na platéia - quando o tribalista tocou músicas como Uma Brasileira (grande hit dos Paralamas do Sucesso em 1995) e Cachaça (Chupito). É, em essência, o baticum afro-baiano, mas com tom miscigenado no qual cabe até a textura eletrônica de Maria Caipirinha. E, como o palco estava localizado no centro da arena, Brown não perdeu a oportunidade de fazer o público dar a volta no ritmo em números mais elétricos, criando efeito contagiante (o público corre em círculo em volta do palco). Alegria Original - a versão com letra, em ritmo de axé, do clássico frevo Vassourinhas - foi desses números que, ao vivo, dão a volta no axé-lixo das rádios e atestam a efervescência da música baiana.

Mais do que show, o Sarau du Brown funciona como manifesto da ideologia do artista. Que pôs em cena o Rei Momo Clarindo Silva - cuja eleição está sendo contestada na Justiça da Bahia pelo fato de ele ser magro (pesa 58kg) - e louvou seu sincretismo religioso em cena. Se o batuque dos timbaus evocam a africanidade reinante na Bahia, a imagem sagrada do Senhor do Bonfim que saiu do palco e atravessou a platéia simboliza a fé que move o povo de Salvador.

Estranhos nesse ninho baiano, Arnaldo Antunes e Marisa Monte parecem não ter entendido os códigos que regem o sarau. Foram formais demais - quando se esperava a informalidade... A mesma que fez Mariene de Castro ser convidada por Brown para cantar da sacada do camarote em que ela assistia ao evento. Pois Mariene, grávida de cinco meses, aceitou o convite e puxou sambas como Ilha de Maré, Sonho Meu e Orgulho Negro para deleite da platéia.

Margareth Menezes sabe como funciona a política musical baiana. Mesmo cansada, ela participou do show com um set explosivo que incluiu irresistíveis sambas-reggaes como Faraó, Elegibô e Nossa Gente (Avisa Lá) - além de seus hits Dandalunda (pretexto para convocar o público para dar outra empolgante volta no ritmo) e Toté de Maianga. A intérprete saiu consagrada de noite especial marcada, inclusive, pela vaia inédita na carreira de Marisa Monte.

Tribalistas geram aplausos e vaias em Salvador

Salvador (BA) - Começou sob fortes aplausos, mas terminou em vaias, a primeira apresentação dos Tribalistas em evento aberto ao público (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte já tinham se reunido em 2007 na gravação ao vivo do primeiro DVD do ex-Titãs). O público que lotou o Sarau du Brown - o evento que acontece nos verões baianos no Museu Du Ritmo - não se satisfez com a brevidade da burocrática apresentação dos Tribalistas, cuja participação no Sarau du Brown chegou a ser anunciada na mídia baiana como um show. E muitos pagaram somente para ver o trio.

Brown improvisou uma versão de Pra Ser Sincero - música do CD Infinito Particular, de Marisa Monte - para anunciar a entrada da cantora e de Arnaldo no palco do Sarau. Ao fim do número, os dois apareceram e se abraçaram a Brown debaixo de aplausos da platéia. Depois, com o timbaleiro na percussão e Marisa no violão, o trio cantou Velha Infância (com direito aos improvisos vocais do final experimentados por Marisa na turnê do show Universo Particular) e Já Sei Namorar. Era para ter acabado ali com uma declaração de amor de Brown aos dois amigos e parceiros ("Todo mundo percebe que a gente se ama. Nem preciso dizer isso, mas eu te amo, Marisa. Eu te amo, Arnaldo"). Porém, já percebendo a insatisfação do público, Marisa puxou até uma versão de Amor, I Love You. Só que ela não levou adiante a música e saiu do palco, levando Arnaldo. Foi quando o público começou a vaiar o grupo.

Diante de tanta vaia, Brown se saiu com um discurso que irritaria muitos espectadores. "A gente tem que compreender o que nos é dado. Cada um só tem o que merece. Nós nunca nos apresentamos juntos. É nossa primeira vez. Vocês são testemunhas de uma noite especial. Eles estão de férias. Sou o único que está trabalhando", alegou Brown, chamando Dadi e o guitarrista Armandinho para o centro do palco. Os ânimos já estavam menos exaltados. Mas Dadi esfriou ainda mais a platéia com música de seu primeiro CD solo. Armandinho, mais esperto, animou a galera ao som do hit Chame Gente. Mas parte do público foi embora quando Arnaldo e Marisa saíram do palco. Já estava claro que não iria rolar um possível bis, com todos juntos - inclusive Margareth Menezes, que contagiou o público com explosiva participação no Sarau du Brown. Ficou no ar, contudo, um gosto de decepção por conta do tom burocrático da mini-apresentação dos Tribalistas (em foto de Osmar Gamma). Histórica, apesar de breve e da falta de jogo de cintura de Marisa.

Brown louva o Senhor do Bonfim em seu 'Sarau'

Salvador (BA) - Parece a imagem de uma procissão. Contudo, na verdade, a foto acima flagra um dos momentos mais emocionantes da festiva última edição do Sarau du Brown no verão 2007/2008 - realizada na noite de domingo, 20 de janeiro. Era o dia de Nosso Senhor do Bonfim e sua imagem saiu do palco do show comandado por Carlinhos Brown e atravessou a área ocupada pelo público que hiperlotou o Museu Du Ritmo logo depois que o tribalista puxou o Hino do Senhor do Bonfim, acompanhado em coro pela fervorosa platéia. Um instante sagrado que vai ficar na memória do público!

Brown admite possibilidade de CD Tribalistas 2

Salvador (BA) - Na boa entrevista coletiva que concedeu no seu camarim, duas horas antes de iniciar o show da última edição do Sarau do Brown no verão 2007 / 2008, na noite de 20 de janeiro, Carlinhos Brown admitiu a possibilidade de um segundo disco dos Tribalistas, o trio que forma com Arnaldo Antunes e Marisa Monte (o único álbum do trio foi editado em novembro de 2002). "Não duvido que (o disco) vá sair, não. Nem eles. Mas tem que vir com muita naturalidade. As cobranças e as pressões são enormes...", confidenciou o verborrágico compositor e percussionista baiano.

Um pouco antes, na mesma entrevista, Carlinhos Brown revelaria que a experiência de compor com Arnaldo e Marisa representou um divisor de águas no seu processo de composição. "Ficou muito chato fazer música sozinho depois dos Tribalistas. Sempre penso que a Marisa podia fazer uma melodia aqui, que o Arnaldo pudesse dar uma contribuição ali... ", confidenciou Brown na tal entrevista, encerrada com número musical dividido com suas três vocalistas.

"Estou muito feliz com a presença deles (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) no Sarau du Brown. São meus irmãos, meus amigos. Eu tenho um respeito incrível por essas duas pessoas. A gente se divertiu muito na Bahia fazendo as músicas do disco. Foi uma velha infância. Não paramos de fazer música. Aliás, não paramos de fazer música desde o dia em que nos conhecemos. Mas, depois dos Tribalistas, a coisa ficou mais forte...". Carlinhos Brown.

20 de janeiro de 2008

Edith Veiga revive sua história no DVD 'Ensaio'

Cantora do interior paulista que viveu o seu auge de popularidade nos anos 60, a partir da gravação de Faz-me Rir, tema que deu título ao álbum que lançou em 1961, Edith Veiga reconta a sua história em DVD da série Ensaio. Nesta recente gravação do programa da TV Cultura, feita em maio de 2007, Edith faz saltar novamente sua veia melodramática ao reviver boleros e sambas-canções como Castigo, Orgulho, Vingança, Pensando em ti, Segredo e Fumando Espero. Nos extras, há a homenagem da cantora à fadista Amália Rodrigues (1920 - 1999). O DVD Ensaio - Edith Veiga está sendo editado no mercado pela VZ Multimídia.

Aderne tenta emergir no bravio mar fonográfico

Cantor e compositor que já busca lugar ao sol no mercado fonográfico desde os anos 90, Pierre Aderne tenta voltar à tona com Alto Mar, segundo álbum do recém-inaugurado selo carioca Abacateiro. Com a mesma pegada suave de seu CD anterior, Casa de Praia, Aderne apresenta parcerias com Dadi (o co-produtor do disco, editado no Japão em setembro de 2007), Seu Jorge (Mina do Condomínio - gravada por Jorge com mais suingue no recente América Brasil) e Domenico Lancellotti, entre outros nomes. O xote Maria da Feira, a bossa-balada Torta de Maçã e a toada João e a Sereia são alguns temas do álbum. Aderne musicou A Onda, poema de Manuel Bandeira que fecha este disco de águas plácidas.

Arsenal lança coletânea de clipes do rock nativo

Por mais que o som das bandas de rock produzidas por Rick Bonadio seja trivial e padronizado, alguns clipes originados destas músicas são bacanas - como pode ser conferido no DVD Arsenal Rock News 1. Trata-se de uma coletânea que reúne 14 clipes recentes - alguns foram contemplados com troféus no VMB da MTV e no populista Prêmio Multishow - de nomes como Ira!, CPM 22, NX zero e Fresno. Eis a seleção de vídeos do DVD:

1. Irreversível - CPM 22
2. Além de mim - NX Zero
3. Quebre as Correntes - Fresno
4. 1997 - Hateen
5. Um Minuto para o Fim do Mundo - CPM 22
6. Razões e Emoções - CPM 22
7. A Dois Passos do Paraíso - Planta & Raiz
8. Quem Já Perdeu um Sonho Aqui? - Hateen
9. Na Parede do Quintal - Tihuana
10. Eu Vou Tentar - Ira!
11. Um Anjo do Céu - Maskavo
12. Te Ver (ao vivo) - Planta & Raiz
13. Raquel (D.D.D.) - Sérgio Britto
14. Tarde de Outubro - CPM 22

Caldi toca Chico e Jacob em disco solo autoral

Saxofonista que integra grupos como LiberTango e Garrafieira, o virtuoso Alexandre Caldi lança seu primeiro disco solo, Festeiro, pelo selo Delira Música. Além de reembalar temas de Baden Powell (Canto de Xangô), de Chico Buarque (Deixa a Menina) e de Jacob do Bandolim (Receita de Samba), Caldi também se mostra como compositor em faixas autorais como Salsamba, Quase Portenho, Galope e Forró da Olívia. O músico pilota saxes, flautas e pífanos.