6 de fevereiro de 2010

344 lança no Brasil 'Volume Two', de She & Him

Dupla formada pela cantora e atriz Zooey Deschanel (ela é a Summer do filme 500 Dias com Ela) e pelo guitarrista M. Ward, She & Him vai lançar nos Estados Unidos e Europa seu segundo álbum, Volume Two, em 23 de março de 2010. A novidade é que, na data, o CD já ganha simultânea edição brasileira, pelo selo Lab 344, com faixa-bônus (o cover de I Can Hear Music, dos Beach Boys). O sucessor de Volume One (2008), que vendeu 200 mil cópias nos Estados Unidos, tem 13 faixas oficiais. Zooey assina a maioria delas, com exceção das regravações de Ridin’ in my Car (um tema da banda sessentista NRBQ) e Gonna Get Along without You Now (música do repertório da cantora de country Skeeter Davis). O primeiro single de Volume Two, In the Sun, tem a participação da banda indie Tilly and the Walls (nos vocais).

Teixeira refaz romaria em DVD com Sérgio Reis

Renato Teixeira e Sérgio Reis unem forças, vozes e violas para gravar CD e DVD neste sábado, 6 de fevereiro de 2010. O registro ao vivo acontece em show no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP). Os ingressos da única apresentação da dupla - que faz jus ao adjetivo sertaneja - já estão esgotados. No roteiro, os dois artistas cantam inéditas e revivem sucessos, como O Menino da Porteira e Romaria, na companhia de banda que inclui filhos de Teixeira (Chico e João) e Reis (Paulo). A gravação vai ser lançada em 2010.

Marchinhas antigas 'dão um baile' nas de 2010

Resenha de CD
Título: As Melhores
Marchinhas do
Carnaval 2010
Artista: Vários
Gravadora: Viva Brasil
/ Fundição Brasil
Cotação: * *

A julgar pelas dez melhores marchinhas da 5ª edição do concurso nacional promovido pela carioca Fundição Progresso, todas reunidas no CD que chega às lojas na próxima semana, os bailes do Carnaval de 2010 vão ser animados pelos infalíveis clássicos do gênero como Cabeleira do Zezé e Chiquita Bacana. A safra deste ano é inferior às anteriores. Os autores se revelam espertos na criação das letras, mas, nos quesitos ritmo e melodia, não conseguem criar marchinhas que realmente empolguem. Vou Entrar no seu Orkut - marcha defendida por Paulinho Mocidade, parceiro de Tiago Alves e Claudinho Guimarães no tema - ainda consegue se destacar na safra. Maliciosamente, a marchinha brinca com termos do universo virtual. Já O Bispo Também Quer Levar - cantada e assinada por turma numerosa que inclui Janjão, Gallotti, Nuno Neto e Pedro Cinta - faz piada velha com a ganância de parte do universo religioso enquanto O Avião do Sarkozy (defendida por Cássio Tucunduva) não decola de fato, embora aborde temas políticos atuais como o pré-sal. Com mais poesia e sem preocupação com a atualidade, Dançando o Mar - composta e cantada por Soraya Ravenle - evolui na cadência mais lenta da marcha-rancho, ritmo de antigos carnavais. Se Marcha Démodé (Gustavo Sant'Anna) se vale de fina ironia para valorizar velhos costumes, como o sexo heterossexual, Bom Dia! - marcha de Renato Torres defendida com graça por Alfredo Del Penho e Pedro Paulo Malta - libera geral no pegajoso refrão gay: "Se o Conde D'Eu / Se os Negros do Sudão / Se o Rei de Bagdá / Porque Eu Não Posso Dar?". Ecos espirituosos de um tempo em que as marchinhas reinavam no salão com mais inspiração. Aliás, pelo que se ouve no disco, a Mulata Yê Yê Yê de João Roberto Kelly - o compositor celebrado no concurso e no CD de 2010 - ainda é a tal nos bailes...

Alexandre honra dinastia Gismonti com seu trio

Resenha de CD
Título: Baião de
Domingo
Artista: Alexandre
Gismonti Trio
Gravadora: Fina Flor
Cotação: * * * * 1/2

Basta uma única audição do primeiro disco do violonista Alexandre Gismonti, Baião de Domingo, para entender o (justo) entusiasmo de Gilberto Gil no texto que escreveu para o encarte. "Chega a ser uma proeza acreditar no que estamos ouvindo. Ou se estamos mesmo ouvindo o que estas gravações mediaram para nós: dedos de carne e osso de um lado, e nossos ouvidos incrédulos e extasiados, do outro. Estas gravações colocam ao nosso alcance o milagre da música despencando do alto de sua morada celeste para nos atingir em cheio, corpo e alma, sem apelação. Alexandre, como um menino mago, vai mexendo, desassustado, em tudo em que ele encontra nessa morada celestial da música, escolhendo entre os brinquedos os que mais se parecem com os da sua morada terrena: o samba, o baião, o choro, a toada, a velha canção. Tudo que seu pai - primeiro mestre - lhe ensinou a admirar", festeja - metafórico - Gil.

Gil não exagera. Como líder e arranjador de seu entrosado trio, integrado por Felipe Cotta (percussão) e Mayo Pamplona (baixo), Alexandre honra a dinastia Gismonti - e seu pai, para quem ainda não sabe, é o mestre Egberto - e se impõe de cara como o mais novo grande talento de uma corrente de violonista brasileiros que já rendeu virtuoses como Garoto (1915 - 1955), Baden Powell (1937 - 2000), Raphael Rabello (1962 - 1995) e Yamandú Costa. Produzido por Ruy Quaresma para a gravadora carioca Fina Flor, Baião de Domingo é o primeiro disco de Alexandre editado no mercado brasileiro (com o pai Egberto, ele já lançou o CD Duets no exterior). Como já sinaliza o título Baião de Domingo, nome também de uma das seis inéditas autorais apresentadas por Alexandre no disco, o Nordeste fornece a matéria-prima rítmica para que o violonista possa expor sua criatividade em temas próprios - como Arrasta-Pé e Forrozinho - e alheios, casos de Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e de Feira de Mangaio. Nesta parceria de Sivuca (1930 - 2006) com Glorinha Gadelha, propagada em 1979 na voz de Clara Nunes (1942 - 1983), Gismonti transpõe para seu violão a vivacidade rítmica que, nas gravações anteriores do tema, ficava a cargo da sanfona. De sólida formação clássica, o músico toca um violão firme e precocemente maduro que consegue evocar tanto lirismo (como em Saudades, o tema de Alexandre que encerra o disco) como pôr o devido molho brasileiro em sambas como Saudade da Bahia, do seminal Dorival Caymmi (1914 - 2008). Enfim, Baião de Domingo é um grande disco de um violonista que tem tudo para inscrever seu nome de forma definitiva na galeria mais nobre da música brasileira. Anote!

Som Livre reedita CD do Playmobille com bônus

Quinteto carioca de pop rock, Playmobille está tendo o seu primeiro álbum reeditado pela gravadora Som Livre - neste começo de 2010 - com duas músicas-bônus. Devaneios e Fosforilações foi lançado originalmente em 2008, com produção de Rodrigo Vidal e a gravação original de Linda Rosa, a bela canção propagada atualmente na trilha sonora da novela Cama de Gato, na voz de Maria Gadú (cujo primeiro CD também foi produzido por Vidal). Linda Rosa é parceria de Luis Kiari com Gugu Peixoto, o vocalista e guitarrista do Playmobille. As duas inéditas faixas-bônus da reedição são As Pontes e Um Dia se Fez Mudo, ambas da lavra de Gugu. Exceção no repertório autoral é Jorge Maravilha, samba de Chico Buarque cuja regravação do Playmobille já foi incluída estrategicamente na trilha sonora do seriado juvenil Malhação ID (trilha, aliás, recém-editada em CD pela gravadora Som Livre).

5 de fevereiro de 2010

Pagode da Disney tem pateta, mas é até curioso

Resenha de CD e DVD
Título: Disney
Adventures in Samba
Artista: Vários
Gravadora: Disney
Records
Cotação: * * *

Tem um ou outro pateta no pagode da Disney! Mas eles não chegam a apagar o brilho do CD Disney Adventures in Samba, que reembala temas de filmes e desenhos de Disney na cadência bonita do samba. Quando a música não é de origem brasileira, o resultado é curioso. Já quando se trata de sambas lançados no Brasil, mas propagados nos Estados Unidos nos anos 40 em produções da Disney, o disco patina em clichês. São os casos dos dois sambas de Ary Barroso (1903 - 1964), Aquarela do Brasil e Na Baixa do Sapateiro, que abrem o projeto produzido por Alceu Maia. O primeiro ganha andamento acelerado e a voz de Alexandre Pires. O segundo incorpora - no registro de Daniela Mercury - os versos em inglês escritos por Ray Gilbert para a versão difundida nos EUA sob o título de Bahia. E por falar na terra do axé, o clima ameno dos arranjos (muitos sem pressão), dilui até o calor do vozeirão de Margareth Menezes, intérprete de Você Já Foi à Bahia?, o samba dengoso de Dorival Caymmi (1914 - 2008). Nessa rica seara já originalmente brasileira, o brilho maior é de Leci Brandão e do grupo Casuarina. Leci soa quase terna no choro Tico-Tico no Fubá (Zequinha Abreu) em gravação que incorpora toques de samba rural no bom arranjo. Já os vocais do Casuarina dão novo sabor aos Quindins de Yayá (outra música do onipresente Ary Barroso).

Dentre os que defendem temas estrangeiros, concebidos longe da geografia do samba, Diogo Nogueira é o destaque. Nessa onda, Diogo surfa com leveza no ritmo de Aqui no Mar (Under the Sea), tema do filme A Pequena Sereia. Jorge Aragão também acerta ao imprimir seu tom habitualmente dolente a um tema do filme Toy Story, Amigo Estou Aqui (You've Got a Friend on me). Já A Estrela Azul (When You Wish Upon a Star) - clássico da trilha sonora do filme Pinóquio - perdeu muito da beleza no registro mole de Martinho da Vila. Por sua vez, A Bela e a Fera começa bem com Alcione, mas o rigor estilístico da interpretação da Marrom não se mantém quando entra em cena Sylvinha, sobrinha da cantora, presença afetiva na faixa. Já a pegada do Molejo - verdade seja dita - caiu bem em Eu Vou (Heigh-Ho), tema do filme Branca de Neve e os Sete Anões. Completam o elenco Dudu Nobre (sem sua habitual vibração em Somente o Necessário), Ana Costa (com ginga na graciosa Supercalifragilisticexpialidoso, de Mary Poppins) e o grupo Exaltasamba (sem graça em Que Eu Quero Mais É Ser Rei). No fim, Arlindo Cruz recicla clichês de sua obra no inédito Pagode da Disney. O vídeo da gravação de Arlindo - assim como o clipe de Aquarela do Brasil na voz de Alexandre Pires - pode ser visto, entre vídeos raros de Zé Carioca, no DVD que acompanha a edição dupla do curioso disco que se aventura a entrelaçar, depois de 70 anos, os universos da Disney e do samba.

Mariah lança 'Angels Advocate' em 30 de março

Programado inicialmente para ser lançado em 23 de fevereiro de 2010, o novo álbum de Mariah Carey, Angels Advocate, tem lançamento confirmado para 30 de março pela Universal Music. Trata-se de um disco de duetos em que a cantora revive com colegas as músicas de seu último álbum de inéditas, Memoirs of an Imperfect Angel (2009), em versões remixadas. Duas faixas - Angels Cry (com Ne-Yo) e Up Out my Face (com Nicki Minaj) - já renderam vídeos, ambos em rotação na internet. No disco, Mariah também canta com Mary J. Blige (It's Wrap) e T-Pain (Candy Bling), entre outros nomes da atual cena de hip hop e r & b dos Estados Unidos. Angels Advocate também traz remix de I Want to Know What Love Is - o cover da balada do grupo Foreigner que lidera a parada radiofônica brasileira há 13 semanas consecutivas.

Jair e Luciana cantam sambas com Anna e Lins

Irmãos, Jair Oliveira e Luciana Mello já ouviram sambas desde crianças, na voz do cantor Jair Rodrigues, pai deles. As afetivas memórias dessa infância musical foram reavivadas no roteiro do show O Samba me Cantou, captado no Auditório Ibirapuera, em São Paulo (SP), e ora editado em DVD - foto - e CD ao vivo. Com intervenções de Anna Ratto, Cláudio Lins, Mariene de Castro e Skowa, os irmãos revivem sucessos de Tom Zé (), Paulinho da Viola (Coração Leviano), Caetano Veloso (Desde que o Samba É Samba), Martinho da Vila (Casa de Bamba), João Bosco (A Nível de), Dona Ivone Lara (Alguém me Avisou), Dorival Caymmi (Rosa Morena) e do grupo Os Originais do Samba (Esperanças Perdidas).

Blige revive hit do Zeppelin para bônus europeu

Lançado em dezembro de 2009 somente nos Estados Unidos, o nono álbum de estúdio de Mary J Blige, Stronger with Each Tear, vai ser editado na Europa em 15 de março de 2010 com novas faixas, caso de Stairway to Heaven. Feita no Studio A da Capitol Records, em Hollywood (EUA), a regravação do sucesso do extinto grupo Led Zeppelin traz Travis Barker, da banda Blink-182, na bateria. A Universal Music (ainda) não lançou este disco de Mary J. Blige no mercado brasileiro, mas - quando o fizer - optará pela edição internacional.

Obra de Roque gera dois ou, talvez, três discos

Anunciada por Roberta Sá em agosto de 2007, a (bela) ideia de dedicar seu terceiro disco de estúdio ao repertório do compositor baiano Roque Ferreira continua sendo seguida por cantoras. Conterrânea do festejado autor, Clécia Queiroz lançou em outubro de 2009 o CD Samba de Roque - em que põe na roda músicas como Licuri, Linho Branco e De Maré - enquanto Mariene de Castro reafirmou, nos bastidores da última edição do Festival de Verão de Salvador, a intenção de também gravar CD somente com músicas de Roque Ferreira. Mas a ideia original foi de Roberta Sá...

4 de fevereiro de 2010

Solo de Slash agrega Fergie, Grohl, Iggy e Ozzy

Ex-guitarrista do grupo Guns N' Roses, Slash lança disco solo em abril de 2010, via EMI Music. Slash, o álbum, foi produzido por Eric Valentine. Time estelar de vocalistas convidados - que inclui Adam Levine, Chris Cornell, Dave Grohl, Fergie, Iggy Pop e Ozzy Osbourne, entre outros nomes - pôs voz nas 13 faixas do CD. Slash já havia lançado dois discos fora da banda de Axl Rose, mas ambos foram assinados pelo projeto Slash's Snakepit. O que faz com que o álbum Slash possa ser considerado - em tese - seu real primeiro disco individual. Eis as 13 músicas e seus respectivos convidados:
1. Ghost - Ian Astbury
2. Beautiful Dangerous - Fergie
3. Nothing To Say - M. Shadows (do Avenged Sevenfold)
4. Crucify the Dead - Ozzy Osbourne
5. Promise - Chris Cornell
6. By the Sword - Andrew Stockdale (do Wolfmother)
7. Doctor Alibi - Lemmy Kilmister
8. Saint Is a Sinner Too - Rocco de Luca
9. Watch This - Dave Grohl e Duff McKagan
10. I Hold on - Kid Rock
11. Gotten - Adam Levine
12. We're All Gonna Die - Iggy Pop
13. Starlight - Myles Kennedy

Baltar vai lançar segundo CD pela Biscoito Fino

Cantora carioca que debutou no mercado fonográfico em 2006 com o (excelente) álbum Uma Dama Também Quer se Divertir, Mariana Baltar vai lançar seu segundo disco após o Carnaval de 2010, pela gravadora Biscoito Fino. Sonâmbulo (Edu Kneip e Thiago Amud), Tia Eulália na Xiba (Nei Lopes e Cláudio Jorge) e Uva de Caminhão (Assis Valente) estão no repertório deste segundo CD de Baltar. Certas no álbum também estão Jongo do Irmão Café (parceria de Nei Lopes e Wilson Moreira) e Teco Teco (um sucesso de Ademilde Fonseca, regravado por Gal Costa em compacto de 1975). Contudo, nos shows em que dava uma prévia (de parte) do repertório do disco, Baltar cantava Pipa (Raphael Gemal) e Pra Você Gostar de mim (o samba de Joyce e Zé Renato).

Dead Weather lança em abril disco mais pesado

O segundo álbum do grupo The Dead Weather vai ser lançado em abril de 2010 - menos de um ano após a chegada às lojas do bom CD de estreia da banda, Horehound (2009). Já em fase final de gravação, o segundo disco vai ser mixado ainda neste mês de fevereiro. O primeiro single, Blue Blood Blues, é cantado por Jack White, e não pela vocalista Alison Mosshart. De acordo com declarações de White a uma rádio australiana, o álbum virá mais pesado e mais blueseiro do que o disco anterior do Dead Weather.

Ex-Menudo Roy tenta vaga no Parayzo tropical

A gravadora Som Livre vai lançar em março de 2010 o primeiro CD da dupla Parayzo - formada na Bahia em 2009 pelo porto-riquenho Roy Stephan com a cantora baiana Valéria Flor Cigana. Para quem não associa o nome à pessoa, Roy foi um dos cinco integrantes da formação original do conjunto teen Os Menudos, idolatrado pelas adolescentes dos anos 80. O disco do Parayzo - visto acima em foto de Robert Schwenk - foi produzido por PH Castanheira e Victor Pozas. Gravado em português e em espanhol, o repertório joga no mesmo caldeirão tropical ritmos nordestinos, salsa, merengue, lambada e música flamenca. Roy e Valéria se revezam em solos e duetos para cantar as 14 faixas do disco. Roy se arrisca como compositor em Recuerdos, História de Amor e País do Samba e do Futebol. Casal de hitmakers brasileiros radicado em Miami (EUA), César Lemos e Karla Aponte assinam as músicas Se me Sube, Me Agarra e Vem e De Onde Sou (sucesso na voz de Thalia na versão em espanhol). Já Se Você Quiser, Menino Eu Arriei, Cada Toque um Delírio, Só o Amor, Amo Demais, Revanche e Entre Toques e Carícias são das lavras de Emerson Mozart da Bahia, Claudio Padilha, Betinho Pacheco e Dejobson Voxman da Paraíba - quatro compositores já treinados para fornecer repertório para bandas como Calypso e Limão com Mel. Completa o repertório do disco um tema cigano, Amor Cigano - Venga Bailar, da seara do cantor e compositor Alexandre Flores.

Selo Pic Music lança CDs de três 'cantautores'

Em 2006, o compositor gaúcho Antonio Villeroy abriu o selo Pic Music para viabilizar a edição de seu CD e DVD Sinal dos Tempos. Na sequência, o autor do hit Garganta - música que impulsionou a carreira de Ana Carolina em 1999 - lançou Boa Hora, disco da cantora gaúcha Marisa Rotenberg. Neste início de 2010, Villeroy expande o catálogo do selo com as edições de CDs de três cantautores, como são chamados os compositores que cantam repertório autoral. O pacote inclui Tridimensional (álbum do gaúcho Gelson Oliveira), Um Rio (CD do também gaúcho Márcio Faraco, gravado em 2008 com a participação de Milton Nascimento em Cidade Miniatura) e Watching the Sky (oitavo álbum de Jesse Harris, compositor norte-americano projetado mundialmente em 2002 quando Norah Jones gravou sua bela canção Don't Know Why no CD Come Away with me).

3 de fevereiro de 2010

Strokes gravam álbum, em NY, com Chiccarelli

Produtor que ostenta no currículo trabalhos com U2 e Beck, entre outros nomes, Joe Chiccarelli foi convocado pelo grupo The Strokes para pilotar seu quarto álbum. Desde segunda-feira, 1º de fevereiro de 2010, Chiccarelli vem se trancando com a banda no Avatar Studios, em Nova York (EUA), para formatar o sucessor de First Impressions of Earth (2006). Ao que tudo indica, as desavenças entre os integrantes da banda - ocorridas em 2009 durante a pré-produção do aguardado álbum - já foram superadas.

Samba de Moska tem tom caloroso e 'orquestra'

Resenha de Show
Título: Tem Moska no Samba
Artista: Moska (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Carlos Gomes (RJ)
Data: 2 de fevereiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
Colegas de escola já na adolescência, os cariocas Moska e Eduardo Neves cruzaram seus caminhos profissionais quando, há cerca de dois anos, o cantor aceitou o convite do músico para rodar o Brasil no Projeto Pixinguinha. Nasceu, na ocasião, o show Tem Moska no Samba, que voltou ao Rio de Janeiro (RJ), na noite de 2 de fevereiro de 2010, para única apresentação no projeto Sete em Ponto, do Teatro Carlos Gomes. Por conta da interação com Neves (saxofonista e flautista cujo currículo inclui passagens pelos grupos Nó em Pingo d'Água e Pagode Jazz Sardinha's Club), o samba de Moska tem o suingue dos sopros típicos de um baile de gafieira. E tem também o tom caloroso do canto de Moska, que solta a voz com extroversão em sambas como Brasil Mulato, lado B da obra gigante de Martinho da Vila. Já antes de cantar Juízo Final (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares), seu segundo número no show aberto por Neves com temas instrumentais como Rastapé no Chaparral e Chorinho em Cochabamba, Moska tece justas loas à "orquestra maravilhosa" que o acompanha em cena. De fato, a banda - que inclui jovens virtuoses como violonista Caio Márcio - prepara cama segura para que Moska se sinta à vontade ao cantar sambas como Barracão (Luiz Antônio e Oldemar Magalhães), hit na voz de Elizeth Cardoso (1920 - 1990). Figura vivaz em cena, Moska é do tipo de intérprete que canta com o corpo, sublinhando com gestual intenso o sentido dos versos que saem de sua boca. Em nome dessa intensidade, ele às vezes até compromete o rigor estilístico de suas interpretações com vibratos dispensáveis e movimentação excessiva. Exemplo é a ênfase no célebre verso "Tire seu sorriso do caminho que eu quero passar com minha dor", de A Flor e o Espinho (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), samba ouvido no bis. Contudo, o fato é que, como bom intérprete, Moska prende a atenção do público. Seu registro vocal da valsa Rosa (Pixinguinha) - feito ao violão apenas na companhia da flauta de Neves - faz jus aos entusiásticos aplausos ouvidos ao fim do número. Em contrapartida, ele demora a engrenar na letra de Mulheres - samba que injetou vigor comercial na carreira de Martinho da Vila em 1995 - e, mesmo com o apoio da maravilhosa orquestra, não consegue a vibração habitualmente obtida pelo samba Foi um Rio que Passou em Minha Vida (Paulinho da Viola). Justiça seja feita: a orquestra é mesmo boa e põe pressão de big-band em Procurando por mim (tema do repertório de Pedro Mariano) enquanto Maneiras - samba de Silvio da Silva lançado por Zeca Pagodinho em 1987 e revivido pelo grupo carioca O Rappa em 2003 - destaca no arranjo o bandolim esperto de Luis Barcelos. E, entre sambas de origens e estilos diversos, Moska apresenta no roteiro algumas de suas contribuições autorais ao gênero. Paixão e Medo - parceria com Nilo Romero - tangencia (sem impressionar) o universo doído do samba-canção. Já Cama de Ilusão, samba de Moska com Zé Renato, persegue com êxito o DNA melódico e poético dos clássicos da Velha Guarda. Enfim, tem Moska no samba. E ele, às vezes, voa alto em cadência bonita.

Roberto avisa que lança CD de inéditas em 2011

Parece que tão cedo os súditos de Roberto Carlos não vão ser brindados com o prometido (e há anos protelado) disco de inéditas do Rei. Em entrevista dada a bordo do navio Costa Concórdia, que o conduz na atual edição do projeto Emoções em Alto Mar, O Rei já avisou que, "por falta de tempo", o disco não sai neste ano de 2010. Por ora, de acordo com o cantor, o CD com repertório inédito está agendado para 2011. Efeito do exagerado perfeccionismo do artista - visto acima em foto de Luciana Brasil - e do atraso dos cronogramas dos eventos comemorativos de seus 50 anos de carreira, programados dentro do ciclo ItaúBrasil. A propósito, os shows dos 50 anos de carreira vão continuar ao longo de 2010. O próximo evento especial do ciclo é o espetáculo Emoções Sertanejas, agendado de início para janeiro, mas previsto atualmente para março (em São Paulo).

À moda de Björk, Khan cria identidade de Pearl

Resenha de CD
Título: Two Suns
Artista: Bat for Lashes
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Em ascensão na cena pop, Bat for Lashes é o nome artístico que identifica a cantora e compositora inglesa Natasha Khan. Two Suns é seu bom segundo álbum. Lançado no exterior em abril de 2009, o sucessor de Fur and Gold (2006) ganhou recentemente edição brasileira - com (quase) um ano de atraso!!! - pela EMI Music. O mote do repertório é Pearl, alter-ego de Khan, criado para ajudar a artista a enfrentar o cotidiano implacável da indústria da música. O que explica temas como Pearl's Dream. A rigor, a sonoridade de Two Suns evoca bastante a música de Björk. Difícil não pensar no som da cantora islandesa quando se ouve Daniel e Peace of Mind, para citar somente dois destaques do repertório de Two Suns, disco envolto em aura hype. Moon and Moon é outro ponto alto da safra de inéditas que aborda questões existenciais em tons climáticos e com estilo. Para fãs de Björk, ainda que Khan tenha personalidade.

Mayer expia dor de amor em acertado tom pop

Resenha de CD
Título: Battle Studies
Artista: John Mayer
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

John Mayer foi projetado em 2001 ao lançar Room for Squares, seu primeiro álbum que, a rigor, já era o segundo, embora trouxesse algumas regravações do real primeiro álbum do cantor, Inside Wants Out, lançado de forma obscura em 1999. Na ocasião, o cantor e compositor mostrou que fazia competente pop folk de caráter contemporâneo. Contudo, Mayer extrapolou o gênero e flertou com o blues e com o jazz no ao vivo Try! (2005). Continuum (2008) trouxe o artista de volta ao trilho pop com consistente repertório autoral. Battle Studies - lançado em novembro de 2009 nos Estados Unidos e recém-editado no Brasil pela Sony Music - mantém Mayer nesse trilho, apesar de incluir no coeso repertório um cover do seminal bluesman Robert Johnson (1911 - 1938), Crossroads. Em seu quinto álbum de estúdio (o quarto, para efeitos mercadológicos), Mayer expia dor de amor - em tese por causa das idas e vindas do namoro com a atriz Jennifer Ariston - em clima ameno que, de acordo com o release, foi inspirado pelo pop californiano dos anos 70 e 80. Rótulos à parte, Battle Studies tem bons momentos. A balada All We Ever Do Is Say Goodbye, de refrão sedutor, é um deles. Perfectly Lonely - pop timbrado na guitarra de Mayer - é outro. Em contrapartida, resulta insossa a intervenção de Taylor Swift - a jovem cantora de country laureada com o Grammy 2010 de Álbum do Ano - em Half of my Heart. No todo, Mayer mostra com Battle Studies que soube se preservar digno na primeira década de sua carreira...

2 de fevereiro de 2010

Estrelas britânicas regravam R.E.M. para Haiti

Chegou às rádios e à internet nesta terça-feira, 2 de fevereiro de 2010, a gravação beneficente de Everybody Hurts - música do repertório do grupo R.E.M. - feita por estelar grupo de artistas britânicos e escoceses em benefício do Haiti. Sob a batuta do produtor Simon Cowell, passaram pelo Sarm Studios, em Londres, nomes como Susan Boyle (à esquerda), Mika (à direita), Leona Lewis, Kylie Minogue, Robbie Williams, Rod Stewart e James Blunt, entre outros. O cantor canadense Michael Bublé e a cantora norte-americana Mariah Carey se juntaram a turma, atravessando fronteiras em favor do Haiti. A renda obtida com a venda do single - editado em formato digital e físico (nas lojas inglesas na próxima semana) - vai ser destinada a ONG Helping Haiti. Mas caiu na rede.

Single apresenta outra faixa inédita de Hendrix

Já em alta rotação na internet, Valleys of Neptune é a faixa-título do inédito disco de estúdio de Jimi Hendrix (1942 - 1970) que a Sony Music vai lançar em 8 de março de 2010. Para quem não quiser esperar o álbum, que enfileira em 12 faixas várias gravações inéditas (e takes alternativos) da obra do guitarrista, a opção é importar o single - em formato de vinil - que chega às lojas dos Estados Unidos a partir de 9 de fevereiro. A vantagem é que, no lado B, o single apresenta (com exclusividade) outra faixa inédita de Hendrix, Cat Talking to me, gravação feita pelo músico em 1967 com seu grupo The Jimi Hendrix Experience. Cat Talking to me não figura no repertório do novo disco Valleys of Neptune.

Artistas regravam We Are the World para Haiti

Sob a batuta dos produtores Quincy Jones e Rickey Minor, time estelar de artistas se reuniu no Jim Henson Recording Studios, em Hollywood (EUA), para regravar a canção We Are the World em benefício das vítimas dos terremotos que devastaram o Haiti. Feita ontem, 1º de fevereiro de 2010, a gravação aconteceu no mesmo estúdio onde Lionel Richie e Michael Jackson - parceiros no hino humanista - registraram We Are the World em 28 de janeiro de 1985 para minimizar a fome na África. A gravação do single We Are the World 25 Years for Haiti contou com nomes Barbra Streisand, Celine Dion, Usher, will.i.am, P!nk, Natalie Cole, Jennifer Hudson, Jonas Brothers, Akon, Jason Mraz, Kayne West, Carlos Santana e Lil Wayne, entre outras estrelas. Que podem ser vistas acima na foto de divulgação de Kevin Mazur, da agência AP.

Cariocas gravam parceria de Beth com Donato

Beth Carvalho se apresentou em 1978 como compositora bissexta na voz de Emílio Santiago, que gravou Afina o meu Violão, parceria da cantora com Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, autores do primeiro sucesso de Beth, Andança. Dois anos mais tarde, em 1980, ao reunir o repertório do LP Sentimento Brasileiro enquanto estava grávida da filha Luana, Beth Carvalho se inspirou e arriscou outra composição, assinando com o mesmo Paulinho Tapajós a Canção de Esperar Neném. Trinta anos depois, a sambista - vista acima em foto de Thiago Cortes - volta a se apresentar como autora no disco, Nossa Alma Canta, que o quarteto Os Cariocas lança na primeira semana de fevereiro de 2010. Uma das faixas - Rio que Corre - é parceria inédita de Beth com João Donato e Lysias Ênio.

Sting documenta recital invernal em DVD duplo

A Universal Music está editando neste início de 2010, no mercado brasileiro, o DVD duplo em que Sting documenta sua jornada invernal na feitura do CD If on a Winter Night... (2009) e do recital resultante do disco de estúdio (clique aqui para ler a resenha do álbum). O disco 1 mostra o registro ao vivo do concerto realizado e captado em 17 e 18 de setembro de 2009 na antiga Durham Cathedral, na Inglaterra. Já o disco 2 exibe o documentário que descortina os bastidores do show e do CD. Assim como o álbum de estúdio, o DVD A Winter's Night... Live from Durham Cathedral mostra Sting envolvido com baladas, cânticos e canções de ninar que remetem às tradições da música britânica, evocando a era medieval. O tom é introspectivo.

'Shock Value II' exaure a fórmula de Timbaland

Resenha de CD
Título: Timbaland
Presents Shock Value II
Artista: Timbaland
Gravadora: Interscope
/ Universal Music
Cotação: * * 1/2

É impossível falar da música feita nos Estados Unidos ao longo dos anos 2000 sem falar de Timbaland, o produtor que formatou discos de Missy Elliott, Justin Timberlake e Madonna, para citar somente três gigantes do mercado norte-americano. Recém-lançado no Brasil pela major Universal Music, Shock Value II é o terceiro álbum de estúdio do produtor. A estelar lista de convidados do disco - que vai de Milley Cyrus (We Belong to the Music) a Justin Timberlake (Carry Out), passando por Katy Perry (If We Ever Meet Again) e Nelly Furtado (Morning After Dark) - já dá a medida do prestígio de Timbaland. Contudo, Shock Value II já soa dèjá-vu, como se a fórmula do produtor estivesse chegando a um ponto de exaustão. O disco não é ruim. Aliás, é até melhor do que o primeiro Shock Value, editado em 2007 com time de convidados que incluía até Elton John. Só que a mistura de rap e r & b - ritmos inseridos por Timbaland em batidas eletrônicas que transitam entre o tecno e o house - não cativa mais como antes. É fato que a faixa em que figura Justin Timberlake, Carry Out, é sedutora - assim como a deliciosamente pop Lose Control (gravada com Jojo). Contudo, Shock Value II não mantém o pique ao longo de suas 17 faixas. É sintomático que o álbum tenha sido editado nos Estados Unidos com atraso, sendo que faixas anunciadas - como Give It up to me, gravada com Shakira e Lil Wayne - foram retiradas na última hora. A propósito, Across the Sky - sobra de Hard Candy (2008), CD de Madonna - acabou não entrando em Shock Value II, como queria Timbaland. Algo já parece apodrecer no reino do produtor.

1 de fevereiro de 2010

52º Grammy consagra Beyoncé e Taylor Swift

A cerimônia do 52º Grammy Awards - realizada no Staples Center, em Los Angeles (EUA), na noite de 31 de janeiro de 2010 - terminou polarizada entre Beyoncé e Taylor Swift. O troféu mais cobiçado da premiação, o de Álbum do Ano, foi parar nas mãos de Swift por conta de Fearless (2008), que também rendeu à jovem cantora os prêmios de Melhor Álbum de Country, Melhor Performance Vocal de Country (pela faixa White Horse) e Melhor Canção de Country (pela mesma White Horse). Contudo, Beyoncé - vista acima em foto de Michael Caulfield (WireImage) - faturou seis dos dez troféus a que estava concorrendo, incluindo prêmios importantes como Canção do Ano (por Singles Ladies - Put a Ring on It), Melhor Performance Pop Vocal Feminina (por Halo) e Melhor Álbum de R & B (I Am... Sasha Fierce). Outra estrela de 2009, Lady Gaga concorria a cinco prêmios, mas faturou somente os de Melhor Álbum Dance (The Fame) e Melhor Gravação Dance (Poker Face). A única real surpresa foi o grupo Kings of Leon ter levado o troféu de Gravação do Ano, por Use Somebody, já que as outras quatro músicas concorrentes - Halo (Beyoncé), You Belong with me (Taylor Swift), I Gotta Feeling (Black Eyed Peas) e Poker Face (Lady Gaga) - alcançaram muito mais projeção dentro dos Estados Unidos. E mesmo fora, com exceção da música de Taylor, de repercussão restrita ao universo country norte-americano. No todo, apesar de alguns belos números musicais que juntaram artistas de diferentes gerações, a cerimônia do 52º Grammy Awards transcorreu arrastada, quase apática, sem o real brillho das edições anteriores. Um reflexo das músicas premiadas.

52º Grammy saúda Michael com tributo virtual

A anunciada homenagem a Michael Jackson (1958 - 2009) no 52º Grammy Awards resultou menos emocionante do que o esperado. Apresentado por Lionel Richie, parceiro do Rei do Pop no hino humanista We Are the World, o tributo reuniu Jennifer Hudson, Celine Dion, Smokey Robinson, Usher e Carrie Underwood num número virtual que exibiu imagens em 3D extraídas do filme This Is It. O quinteto - visto acima em foto de Michael Caulfield (WireImage), extraída do site oficial do Grammy - interpretou virtualmente com Michael a Earth Song. Depois do número, dois filhos do cantor, Prince Michael e Paris, receberam um prêmio póstumo concedido ao pai. Contudo, a emoção do número, do discurso dos filhos e da plateia já pareceu artificial, meio ensaiada.

Blige e Bocelli cantam para o Haiti no Grammy

A cantora norte-americana Mary J. Blige e o tenor italiano Andrea Bocelli uniram suas vozes potentes em benefício do Haiti na cerimônia de premiação do 52º Grammy Awards, realizada no Staples Center, em Los Angeles (EUA), na noite de 31 de janeiro de 2010. A dupla entoou a canção Bridge Over Troubled Water em número que emocionou desde que Bocelli começou a cantar os primeiros versos do sucesso de Simon & Garfunkel. Blige - vista acima com Bocelli em foto de Michael Caulfield (WireImage), extraída do site oficial do Grammy - já tinha feito um dos números mais emocionantes do teleton Hope for Haiti Now, realizado em 22 de janeiro, ao cantar Hard Times Come Again No More. 10!

Acrobática, P!nk eleva a cena no 52º Grammy

Em sintonia com o caráter performático de seus shows, como o registrado no bom DVD Funhouse - Live in Austrália (recém-lançado no Brasil), P!nk roubou a cena na 52ª edição do Grammy Awards, cuja premiação aconteceu no Staples Center, em Los Angeles (EUA), na noite de 31 de janeiro de 2010, entrando pela madrugada desta segunda-feira, 1º de fevereiro. A cantora - vista acima em foto de Michael Caulfied (WireImage) extraída do site oficial do Grammy - fez um número acrobático, Glitter in the Air, entoado do alto de um trapézio. De início, P!nk entrou em cena com visual sacro, mas o figurino se revelou ousado no meio do número, quando a apresentação adquiriu tom mais performático. Acrobacias à parte, a artista defendeu muito bem o tema, no chão e também no ar, e acabou sendo merecidamente aplaudida de pé!!!

31 de janeiro de 2010

Chico César, comandante da 'Estação Nordeste'

Paraibano nascido na interiorana Catolé do Rocha, Chico César morou em João Pessoa somente de 1980 a 1984. Contudo, Chico nunca esteve tão associado à capital do seu Estado Natal. Desde maio de 2009, o cantor e compositor vem conciliando sua agenda artística com os compromissos assumidos como Secretário de Cultura da Fundação Cultural de João Pessoa, a Funjope. Foi nessa função que Chico esteve por trás da organização do Estação Nordeste, o festival que movimentou João Pessoa ao longo deste mês de janeiro de 2010. Foram 24 atrações, numa programação plural que conciliou nomes da Paraíba (Zabé da Loca, Escurinho, Adeildo Vieira, Caiana dos Crioulos e Cabruêra) e do Norte do Brasil (Pinduca, o vivaz Rei do Carimbó) com artistas de projeção nacional (Pitty, Daniela Mercury, Jorge Ben Jor, Gilberto Gil e Mutantes) e até mesmo internacional (o cantor e pianista africano Ray Lema, com quem Chico já dividiu o palco no exterior) . "O artista ajuda o secretário", confidencia Chico no festival, entre um show e outro. O artista - visto acima em foto de Mauro Ferreira - alega que desempenha sua função política com "visão social". E reconhece que ser artista facilita o acesso aos colegas, bem como a negociação de contratos. Em contrapartida, por questões éticas, Chico César tomou a iniciativa de não fazer mais shows em João Pessoa, embora se permita fazer participações em apresentações de colegas - como aconteceu nos shows de Renata Arruda, Ray Lema e Gilberto Gil - as quais Chico chama de licenças poéticas.
P.S.: O blogueiro viajou a João Pessoa (PB) a convite da Funjope.

Gil emerge jovial na praia dos grandes sucessos

Resenha de Show
Evento: Estação Nordeste
Título: Gilberto Gil
Artista: Gilberto Gil (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Praia de Tambaú (João Pessoa, PB)
Data: 30 de janeiro de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Foi como uma criança serelepe que Gilberto Gil fingiu que deixara o palco - após encerrar o bis com Toda Menina Baiana no toque do afoxé e com a intervenção percussiva de Chico César - para voltar à cena, saltitante, meros segundos depois, para se despedir novamente das milhares de pessoas que se aglomeraram na Praia de Tambaú, no litoral de João Pessoa (PB), na noite de sábado, 30 de janeiro de 2010, para ver Gil encerrar a 5ª edição do Estação Nordeste, o festival que agitou a capital da Paraíba ao longo deste mês de janeiro. Sabiamente, o cantor deixou de lado a introspecção reflexiva e algo melancólica do show BandaDois para mergulhar na praia dos grandes sucessos. Com energia e vitalidade juvenis que desmentem seus 67 anos, Gil enfileirou hits em show alegre e festivo, aberto com a filosófica Tempo Rei, de 1984. Mesmo quando cantou serenamente uma ou outra música mais contemplativa - como A Paz - foi em tom feliz de celebração.
Sem fazer show solo em João Pessoa desde 1987, embora tenha se apresentado em municípios vizinhos, o cantor pegou inicialmente a onda do pop reggae. A Novidade, Não Chores Mais / No Woman no Cry - com direito aos versos em inglês da letra original de Bob Marley (1945 - 1981) - e Is This Love? trouxeram Gil de volta ao eterno verão do reggae. Sempre com o aval imediato do público, que fez coro espontâneo em quase todas as músicas. Andar com Fé no ritmo do samba de roda - número herdado do show Banda Larga Cordel (2008) - deslocou o roteiro para a Bahia e, dois números depois, a escala foi no Rio de Janeiro, com o samba Aquele Abraço, o (já defasado) cartão-postal da partida Cidade Maravilhosa. A serenidade de A Paz se refletiu no registro suave de Refazenda. Mas Não Grude, Não - xaxado do CD Banda Larga Cordel - ensaiou a retomada da pressão que já foi total no xote que o seguiu, Esperando na Janela, último sucesso popular de Gil. Na sequência, Punk da Periferia - música normalmente esquecida nos roteiros dos shows do cantor - reiterou a jovialidade de Gil. Efeito talvez de a voz (que já anda arranhando...) ter estado em ótima forma neste show praieiro. Palco, Realce (o hit da era das discotecas que também andava sumidos dos roteiros oficiais de Gil) e Nos Barracos da Cidade se encarregaram de manter a temperatura nas alturas - com o auxílio da luxuosa banda do cantor - no gran finale. No bis, o cantor voltou para a praia do reggae, com Vamos Fugir, antes de recordar a sumida Madalena, recebida com calor pelo público. Gil fechou o Estação Nordeste no (certeiro) trilho dos sucessos colecionados em quatro décadas.

Escurinho evoca Jackson nos 'beats' do Mangue

Resenha de Show
Evento: Estação Nordeste
Título: Escurinho
Artista: Escurinho (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Praia do Tambaú (João Pessoa, PB)
Data: 30 de janeiro de 2010
Cotação: * * * *
Escurinho iluminou a última noite do festival Estação Nordeste com show feito na Praia de Tambaú. Nascido em Pernambuco, mas associado ao som da Paraíba que o acolhe desde os anos 70, Jonas Epifânio dos Santos Neto de certa forma cruza ritmos dos dois Estados como se fosse um Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) imerso na lama consistente do Mangue Beat. Munido de seu pandeiro, Escurinho toca e canta ritmos como maracatu, coco-de-embolada e ciranda, só que na pressão do rock e com letras em fina sintonia com a modernidade tecnológica. Como se sua alma estivesse guardada na tela do computador, como canta em Tô na Rede, uma das músicas apresentadas por ele no show. É parceria com Alex Madureira, o guitarrista que põe a tal pressão roqueira no som de Escurinho. Que também sabe ser maroto, como em Aprender Inglês, tema que - conta o artista em cena para o público que se aglomoreu na Praia de Tambaú, no litoral de João Pessoa (PB) - foi composto na Suíça durante turnê feita com Chico César, o colega com quem já militou na cena paraibana que já rendeu grupos como Ferradura e Jaguaribe Carne. Quando fala sério, Escurinho narra as agruras dos retirantes nordestinos nas metrópoles - como na música que inseriu apropriadamente no roteiro após fazer versão turbinada do Lamento Sertanejo, de Gilberto Gil. Mais para o fim, a ciranda dá o tom da apresentação do artista, hábil ao dar um toque cibernético e atual à cultura popular nordestina. "A gente se vê no YouTube", disse, antenado...