31 de janeiro de 2010

Escurinho evoca Jackson nos 'beats' do Mangue

Resenha de Show
Evento: Estação Nordeste
Título: Escurinho
Artista: Escurinho (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Praia do Tambaú (João Pessoa, PB)
Data: 30 de janeiro de 2010
Cotação: * * * *
Escurinho iluminou a última noite do festival Estação Nordeste com show feito na Praia de Tambaú. Nascido em Pernambuco, mas associado ao som da Paraíba que o acolhe desde os anos 70, Jonas Epifânio dos Santos Neto de certa forma cruza ritmos dos dois Estados como se fosse um Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) imerso na lama consistente do Mangue Beat. Munido de seu pandeiro, Escurinho toca e canta ritmos como maracatu, coco-de-embolada e ciranda, só que na pressão do rock e com letras em fina sintonia com a modernidade tecnológica. Como se sua alma estivesse guardada na tela do computador, como canta em Tô na Rede, uma das músicas apresentadas por ele no show. É parceria com Alex Madureira, o guitarrista que põe a tal pressão roqueira no som de Escurinho. Que também sabe ser maroto, como em Aprender Inglês, tema que - conta o artista em cena para o público que se aglomoreu na Praia de Tambaú, no litoral de João Pessoa (PB) - foi composto na Suíça durante turnê feita com Chico César, o colega com quem já militou na cena paraibana que já rendeu grupos como Ferradura e Jaguaribe Carne. Quando fala sério, Escurinho narra as agruras dos retirantes nordestinos nas metrópoles - como na música que inseriu apropriadamente no roteiro após fazer versão turbinada do Lamento Sertanejo, de Gilberto Gil. Mais para o fim, a ciranda dá o tom da apresentação do artista, hábil ao dar um toque cibernético e atual à cultura popular nordestina. "A gente se vê no YouTube", disse, antenado...

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Escurinho iluminou a última noite do festival Estação Nordeste com show feito na Praia de Tambaú. Nascido em Pernambuco, mas associado ao som da Paraíba que o acolhe desde os anos 70, Jonas Epifânio dos Santos Neto de certa forma cruza ritmos dos dois Estados como se fosse um Jackson do Pandeiro (1919 - 1982) imerso na lama consistente do Mangue Beat. Munido de seu pandeiro, Escurinho toca e canta ritmos como maracatu, coco-de-embolada e ciranda, só que na pressão do rock e com letras em fina sintonia com a modernidade tecnológica. Como se sua alma estivesse guardada na tela do computador, como canta em Tô na Rede, uma das músicas apresentadas por ele no show. É parceria com Alex Madureira, o guitarrista que põe a tal pressão roqueira no som de Escurinho. Que também sabe ser maroto, como em Aprender Inglês, tema que - conta o artista em cena para o público que se aglomoreu na Praia de Tambaú, no litoral de João Pessoa (PB) - foi composto na Suíça durante turnê feita com Chico César, o colega com quem já militou na cena paraibana que já rendeu grupos como Ferradura e Jaguaribe Carne. Quando fala sério, Escurinho narra as agruras dos retirantes nordestinos nas metrópoles - como na música que inseriu apropriadamente no roteiro após fazer versão turbinada do Lamento Sertanejo, de Gilberto Gil. Mais para o fim, a ciranda dá o tom da apresentação do artista, hábil ao dar um toque cibernético e atual à cultura popular nordestina. "A gente se vê no YouTube", disse, antenado...

31 de janeiro de 2010 às 11:34  
Blogger Wagner Hardman Lima said...

De fato, Escurinho nasceu em Pernambuco, assim como Marinês. Mas eles só nasceram. Escurinho é tão paraibano e nosso quanto Elba, Jackson ou Chico César.

E mais: não associo ao mangue. O som dele sempre foi único e correu paralelo como Totonho, outro paraibano, sem entrar na onda do mangue beat/bit. Links são possíveis se levarmos em conta que o mangue nada mais é do que uma continuação do som de um Alceu dos anos 70/80 que por sua vez nada mais é do que uma reinvenção da genialidade de Jackson, com chiclete, bananas e guitarradas.

abçs


Isso ainda é o Jaguaribe Carne entoando pelo país...


"O povo não precisa de esmola..." Salve Pedro, o OSMAR

1 de fevereiro de 2010 às 10:15  

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