30 de janeiro de 2010

Gil e Chico se unem a Lema na estação do jazz

Resenha de Show
Evento: Estação Nordeste
Artista: Ray Lema
Participações especiais: Chico César e Gilberto Gil
Local: Ponto de Cem Réis (João Pessoa, PB)
Data: 29 de janeiro de 2010
Fotos: Mauro Ferreira
Cotação: * * * * 1/2
Pioneiro no Brasil ao esboçar - já em 1977 - o conceito da refavela globalizante que reconectava os sons nacionais e o funk à matriz africana, Gilberto Gil foi a (boa) surpresa do show realizado pelo pianista e compositor africano Ray Lema na penúltima noite do Estação Nordeste, o festival realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) ao longo deste mês de janeiro de 2010. Recebido com euforia pelo público que se aglomerou em frente ao palco armado na praça Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa, Gil se juntou a Lema e a Chico César - que já estava no palco - numa jam de tom afro em que o trio misturou o tema Ata N' Dele (um dos sucessos de Lema) com Peixe Vivo, o folclórico tema mineiro puxado por Chico. Os músicos mostraram imediato entrosamento e falaram a mesma língua, reiterando que bebem da mesma fonte, como sintetizou Gil ao falar - em cena - do encontro.
Nascido no Zaire (atual República Democrática do Congo), Lema tem atravessado fronteiras com sua música que religa a África ao jazz dos Estados Unidos. Pianista de formação erudita, radicado atualmente na França, Lema iniciou sua refinada apresentação no Estação Nordeste tocando temas instrumentais de linguagem jazzística. A azeitada banda destacou o baixista, excepcional. A entrada em cena de Chico César - com quem Lema já fez série de shows no Brasil e no mundo - deu sotaque brasileiro ao afro-jazz do pianista. À vontade no universo afro, o compositor paraibano fundiu o tema Lussala com Béradêro, o aboio que explicita a influência árabe que moldou a música nordestina. Na sequência, Chico cantou o inédito tema Congolê - espécie de rumba africana composta para o disco que o artista pretende gravar com Ray Lema - e entoou música em dialeto africano, em total interação com o universo do pianista. A surpreendente entrada em cena de Gil - nome que encerra o eclético Estação Nordeste na noite deste sábado, 30 de janeiro, com um show ao ar livre na Praia de Tambaú - ampliou o brilho da apresentação mais legal do festival.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Pioneiro no Brasil ao esboçar (já em 1977!) o conceito da refavela globalizante que reconectava os sons nacionais e o funk à matriz africana, Gilberto Gil foi a (boa) surpresa do show realizado pelo pianista e compositor africano Ray Lema na penúltima noite do Estação Nordeste, o festival realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) ao longo deste mês de janeiro de 2010. Recebido com euforia pelo público que se aglomerou em frente ao palco armado na praça Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa, Gil se juntou a Lema e a Chico César - que já estava no palco - numa jam de tom afro em que o trio misturou o tema Ata N' Dele (um dos sucessos de Lema) com Peixe Vivo, o folclórico tema mineiro puxado por Chico. Os músicos mostraram imediato entrosamento e falaram a mesma língua, reiterando que bebem da mesma fonte, como sintetizou Gil ao falar - em cena - do encontro.
Nascido no Zaire (atual República Democrática do Congo), Lema tem atravessado fronteiras com sua música que religa a África ao jazz dos Estados Unidos. Pianista de formação erudita, radicado atualmente na França, Lema iniciou sua refinada apresentação no Estação Nordeste tocando temas instrumentais de linguagem jazzística. A azeitada banda destacou o baixista, excepcional. A entrada em cena de Chico César - com quem Lema já fez série de shows no Brasil e no mundo - deu sotaque brasileiro ao afro-jazz do pianista. À vontade no universo afro, o compositor paraibano fundiu o tema Lussala com Béradêro, o aboio que explicita a influência árabe que moldou a música nordestina. Na sequência, Chico cantou o inédito tema Congolê - espécie de rumba africana composta para o disco que o artista pretende gravar com Ray Lema - e entoou música em dialeto africano, em total interação com o universo do pianista. A surpreendente entrada em cena de Gil - nome que encerra o eclético Estação Nordeste na noite deste sábado, 30 de janeiro, com um show ao ar livre na Praia de Tambaú - ampliou o brilho da apresentação mais legal do festival.

30 de janeiro de 2010 às 12:35  

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