20 de outubro de 2007

Duas faces da religião na trilha de 'Duas Caras'

Nas lojas a partir de 29 de outubro, com foto do ator Lázaro Ramos na capa, o CD com a boa trilha nacional da novela Duas Caras reproduz - através de duas de suas 19 faixas - o sincretismo religioso que dá o tom da fictícia favela da Portelinha, na qual se passa a maior parte da trama. A seleção inclui tema inspirado nos orixás cultuados no Candomblé - Canto de Oxum, na gravação de Maria Bethânia que abre o disco Mar de Sophia - e música evangélica, Recomeçar, entoada por Aline Barros, cantora bem-sucedida no segmento. É, vale lembrar, a primeira vez que música evangélica aparece em trilha sonora de novela das oito da Rede Globo. Com gravações de Jorge Vercilo (Ela Une Todas as Coisas, música do próximo álbum de inéditas de Vercilo) e Caetano Veloso (Oração ao Tempo, em registro dos anos 70), entre outros cantores, o CD Duas Caras Nacional chega às lojas pela gravadora Som Livre. Eis as 19 músicas da trilha brasileira da novela de Aguinaldo Silva:

1. Tá Perdoado - Maria Rita
2. Trabalhador - Seu Jorge
3. Delírio dos Mortais - Djavan
4. Oração ao Tempo - Caetano Veloso
5. E Vamos à Luta - Gonzaguinha
6. Canto de Oxum - Maria Bethânia
7. Ela Une Todas as Coisas - Jorge Vercilo
8. Geraldinos e Arquibaldos - Las Chicas
9. Negro Gato - MC Leozinho
10. Be Myself - Charlie Brown Jr.
11. Ternura - Isabella Taviani
12. Toda Vez que Eu Digo Adeus - Cássia Eller
13. Você Não Entende Nada - Celso Fonseca
14. Folhetim - Luiza Possi
15. Coisas que Eu Sei - Danni Carlos
16. Quem Toma Conta de mim - Paula Toller
17. Recomeçar - Aline Barros
18. Call me - Victor Pozas
19. The Look of Love - Victor Pozas


A título de curiosidade, a novela Meu Bem Querer - exibida pela Rede Globo no horário das sete, entre 1998 e 1999 - foi a primeira trama da emissora carioca a ter música evangélica incluída em sua trilha sonora, O Senhor É meu Pastor, em gravação de Vera Negri.

Dubas reverencia Nelson Angelo com coletânea

Compositor e violonista de Minas Gerais, projetado no Clube da Esquina, no início dos anos 70, Nelson Angelo tem sua obra reverenciada em coletânea editada pelo selo Dubas Música, de Ronaldo Bastos - aliás, outro compositor sócio do clube. Com direito a duas gravações inéditas, a compilação Tempos Diferentes - O Maravilhoso Mundo Musical de Nelson Ângelo dá geral na obra do autor de Fazenda, música revivida recentemente na trilha sonora da novela Pé na Jaca no registro original feito por Milton Nascimento para abrir seu belo álbum Geraes, editado em 1976. Eis as 11 músicas do disco que celebra o mundo de Nelson Angelo:

1. Relembrando a Contradança
2. O Caminho e a Paisagem
3. Manhã no Planeta
4. Estação Confrades
5. Recife
6. Coisas de Balada
7. The Red Blouse
8. Trombone
9. Lullaby of Birdland
10. A Vida Leva
11. Itaobim

RBD resiste e vai lançar álbum com 13 inéditas

Embora o fenômeno juvenil da vez seja o filme da Disney High School Musical, feito para TV, o grupo mexicano RBD resiste e ainda mobiliza muitas tribos adolescentes em vários países. Inclusive no Brasil - incluído pela EMI na (extensa) rota do lançamento mundial do novo álbum do conjunto, Empezar Desde Cero (veja capa acima à esquerda), nas lojas a partir de 20 de novembro. Gravado entre México e Los Angeles (EUA), com produção dividida entre Carlos Lara e Armando Ávila, o CD vai apresentar 13 músicas inéditas. O primeiro single é Inalcanzable. Eis as 13 faixas do álbum do RBD:

1. Empezar Desde Cero
2. Y No Puedo Olvidarte
3. Inalcanzable
4. No Digas Nada
5. El Mundo Detrás
6. Hoy que te Vas
7. Llueve en mi Corazon
8. Fui la Niña
9. A la Orilla
10. Amor Fugaz
11. Sueles volver
12. Si no Estás Aquí

13. Extraña Sensación

Registro do 'Live Earth' sai em CD e DVD duplo

A Warner Music vai lançar em novembro CD e DVD duplo com os melhores momentos do Live Earth - o megaevento que reuniu em 7 de julho de 2007 alguma das maiores estrelas da música pop em série de shows realizados - simultaneamente - nas cidades de Nova York, Londres, Sydney, Rio de Janeiro, Johanesburgo, Istambul, Tóquio, Xangai e Hamburgo. Eis os 36 números selecionados para o CD/DVD Live Earth - The Concerts for a Climate in Crisis:

CD
1. Madonna – Hey You
2. Foo Fighters – Times Like These
3. The Police – Driven to Tears
4. John Mayer – Gravity
5. Roger Waters – Another Brick in the Wall Part II
6. Linkin Park – Bleed It out
7. Keane – Bedshaped
8. Bon Jovi – Wanted Dead or Alive
9. James Blunt – Wisemen
10. Chris Cornell – Black Hole Sun
11. Lenny Kravitz – Are You Gonna Go my Way?
12. KT Tunstall – Suddenly I See
13. Corinne Bailey Rae & John Legend – Mercy Mercy me
14. Damien Rice & David Gray – Que Sera, Sera


DVD 1
1. SOS Allstars – Live Earth: London Opening
2. Genesis – Invisible Touch
3. Snow Patrol – Shut your Eyes
4. Damien Rice & David Gray – Que Sera, Sera
5. KT Tunstall – Suddenly I See
6. Taking Back Sunday – My Blue Heaven
7. Paolo Nutini – What a Wonderful World
8. Black Eyed Peas – Where Is the Love
9. Duran Duran – Planet Earth
10. AFI – Miss Murder
11. John Mayer – Gravity
12. Corinne Bailey Rae & John Legend – Mercy Mercy me

13. Keane – Bedshaped
14. Metallica – Sad but True
15. Melissa Etheridge – I Need to Wake up
16. Dave Matthews Band – Too much
17. Kelly Clarkson – Sober
18. Angelique Kidjo – Tumba
19. Joss Stone – Right to Be Wrong
20. James Blunt – Wisemen
21. Beastie Boys – Intergalactic


DVD 2
22. Keith Urban & Alicia Keys – Gimme Shelter
23. Enrique Iglesias – Bailamos
24. Missy Higgins – Steer
25. Wolfmother – Woman
26. Chris Cornell – Black Hole Sun
27. Bon Jovi – Wanted Dead or Alive
28. Lenny Kravitz – Are You Gonna Go my Way?
29. Smashing Pumpkins – United States
30. Roger Waters – Another Brick in the Wall Part II
31. The Police – Driven to Tears
33. Rihanna – Umbrella
34. Linkin Park – Bleed It out
35. Foo Fighters – Times Like These

36. Madonna – La Isla Bonita (com Gogol Bordello)

19 de outubro de 2007

EMI distribui o samba da Bahia na voz de Beth

Beth Carvalho acertou com a gravadora EMI Music a distribuição de seu CD e DVD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia - gravados em 22 e 23 de agosto de 2006, em dois shows no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA). Editados pelo recém-aberto selo da cantora, Andança, CD e DVD deverão chegar às lojas ainda em outubro. Beth regrava sambas de compositores baianos em duetos com nomes como Maria Bethânia - com quem canta É de Manhã, música de Caetano Veloso, lançada por Bethânia em 1965 no show Opinião (Beth tem o primeiro compacto da baiana, com Carcará). Bethânia também canta Suíte dos Pescadores, de Dorival Caymmi.

Com direção de imagem a cargo de Lula Buarque, da Conspiração Filmes, o DVD apresenta nos extras um documentário, Quero Ver as Cadeiras Bulir, sobre as origens do samba da Bahia. Também produzido pela Conspiração, mas com direção de Marta Jourdan, o curta-metragem tem depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Mendes, entre vários outros compositores da Bahia.

Eis o repertório de Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia:

* Quem Samba Fica (Tião Motorista e Jamelão)
* O Samba da minha Terra (Dorival Caymmi)
* João Valentão (Dorival Caymmi)
* Maracangalha - com Danilo Caymmi
* Chiclete com Banana (Gordurinha e Almira Castilho)

- com Daniela Mercury
* Hora da Razão (Batatinha e J. Luna) - com Carlinhos Brown
* Cada Macaco no seu Galho (Riachão) - Com Riachão
* Vá Morar com o Diabo (Riachão) - com Riachão
* Mancada (Gilberto Gil) - com Gilberto Gil
* Cheguei Mais Tarde (Tião Motorista) / Eu Não Tenho Onde

Morar (Dorival Caymmi) / Isto É Bom (Xisto Bahia)
- com Gilberto Gil
* Marinheiro Só (Caetano Veloso) / Sereia (Zé Pretinho da Bahia e

Humberto Carvalho) / A Flor da Laranjeira (Domínio público)
- com Gilberto Gil
* O Guarda Civil (Domínio público) - com Gilberto Gil
* Tava na Beira do Rio (Domínio público) - com Gilberto Gil
* O Galo Cantou (Domínio público) - com Gilberto Gil
* Moinho da Bahia Queimou (Edson Menezes e Firmino de Itapuã)

- com Gilberto Gil
* Raiz (Roberto Mendes e J. Velloso)

- com Mariene de Castro e Roberto Mendes
* Ilha de Maré (Walmir Lima e Lupa)
* O Ouro e a Madeira (Ederaldo Gentil) - com Armandinho
* Siriê (Edil Pacheco e Paulinho Diniz) - com Edil Pacheco
* Agradecer e Abraçar (Gerônimo e Vevé Calazans)
* Dindinha Lua (Walmir Lima e João Rios)

- com Margareth Menezes
* Filho da Bahia (Walter Queiroz)

- com Margareth Menezes e Walter Queiroz
* É de Manhã (Caetano Veloso)

- com Caetano Veloso e Maria Bethânia
* Suíte dos Pescadores (Dorival Caymmi) - com Maria Bethânia
* Desde que o Samba É Samba (Caetano Veloso)

- com Caetano Veloso
* Brasil Pandeiro (Assis Valente) - com Ivete Sangalo
* Samba pras Moças (Roque Ferreira e Grazielle) - com Olodum
* Verdade (Nelson Rufino e Carlinhos Santana)

- com Nelson Rufino e Olodum
* Samba pras Moças (Roque Ferreira) - com Olodum
* Ê Baiana (Fabrício da Silva, Baianinho, Ênio Santos Ribeiro

e Miguel Pancracio) - com Olodum
* Oração à Mãe Menininha (Dorival Caymmi)

Hard-Fi combina crítica social e som para pista

Resenha de CD
Título: Once Upon a
Time in the West
Artista: Hard-fi
Gravadora: Atlantic
/ Warner Music
Cotação: * * *

A partir de 1977, os grupos punks que arrebentaram na Inglaterra radiografaram em suas letras as injustiças sociais que impera(va)m no Reino Unido. Trinta anos depois, o coro dos inconformados ainda soa alto. E foi engrossado com a banda Hard-Fi, cujo rock combina crítica social quase à moda do quinteto The Clash - um ícone do punk britânico - com batidas moldadas para as pistas. Segundo álbum do Hard-Fi, Once Upon a Time in the West não reedita todo o brilho da estréia do grupo - Stars of CCTV, de 2005 - mas exibe lampejos de inspiração em faixas como Can't Get Along (Without You) e I Shall Overcome, cuja boa pegada evoca o som dos Pet Shop Boys. Moral da história: vá para a balada, mas com consciência social, já que ainda há vozes inconformadas nos subúrbios de Londres. Richard Archer, vocalista e compositor do Hard-Fi, é uma delas...

Motta historia em livro o som e a fúria de Tim

Chega às livrarias em novembro, pela editora Objetiva, uma das biografias mais esperadas de 2007. Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia é de autoria de Nelson Motta, o jornalista e produtor que conviveu com o Síndico desde fins da década de 60 - quando produziu o dueto do cantor com Elis Regina em These Are the Songs - até a morte de Tim em 15 de março de 1998.

Funk carioca inspira o terceiro solo de will.i.am

Resenha de CD
Título: Songs about Girls
Artista: will.i.am
Gravadora: Arsenal
Music / Universal Music
Cotação: * * *

A rigor, Songs about Girls já é o terceiro CD individual de will.i.am, só que é o primeiro solo depois que o bom rapper se estabeleceu na cena americana como líder do grupo Black Eyed Peas e como um dos produtores mais requisitados por nomes que vão de Sérgio Mendes - que renasceu das cinzas graças às batidas de William Adams - a Michael Jackson. A ponto de o rapaz já fazer frente à grife de Timbaland - o produtor mais recrutado nos EUA.

Grifes à parte, o sucessor de Lost Change (2001) e Must B 21 (2003) é um bom disco - gestado parcialmente no Rio de Janeiro. A propósito, a influência do batidão do funk carioca é o mote de I Got It from my Mama. Mas, no quesito produção, o uso de cordas em She's a Star resulta mais interessante. A música é exemplo do tratamento mais respeitoso dado às mulheres no álbum, embora will não esteja de todo dissociado do discurso cafajeste e sexista que dá o tom na cena gangsta. Em Songs about Girls, ele une forças com Snoop Dogg na música The Donque Song, destaque de disco que flerta bem com a eletrônica sem justificar todo o culto feito atualmente ao artista. will brilha (bem) mais como produtor.

18 de outubro de 2007

Agenda revê, com arte, 50 anos de Bossa Nova

Os olhos expressivos de Nara Leão ilustram a capa da agenda 50 Anos de Bossa Nova. Trata-se do quarto - e mais substancial - volume da coleção Anotações com Arte, que já rendeu agendas dedicadas a Vinicius de Moraes, a Chico Buarque e a Tom Jobim. Trata-se, a rigor, de um livro-agenda que reúne textos biográficos sobre artistas, fatos e temas associados à velha bossa, que vai ficar cinqüentenária em 2008 - tomando-se como ponto de partida de sua criação o lançamento, em agosto de 1958, do disco de 78rpm que trouxe a revolucionária gravação originalíssima de Chega de Saudade feita por João Gilberto em julho daquele ano. Os textos, saborosos e objetivos, foram escritos pelo ator Oswaldo Mendes para o projeto idealizado por Fred Rossi. A agenda é aberta com textos introdutórios assinados por Carlos Lyra - que faz o show de lançamento do livro nesta sexta-feira, 19 de outubro, a partir das 18h, no Allegro Bistrô da loja Modern Sound (RJ) - e Luiz Carlos Mièle, autor da espirituosa Carta a Ronaldo Bôscoli (1929 - 1994).

Deodato recorda Jobim em CD gravado no Rio

Ao gravar DVD e CD ao vivo nos shows que fez na Sala Cecília Meirelles (RJ), em 3 e 4 de abril de 2007, o pianista Eumir Deodato decidiu prestar homenagem a Tom Jobim (1927 - 1994), também por conta dos 80º aniversário do maestro - com quem Deodato trabalhou por quase 15 anos. Daí a inclusão de músicas de Jobim (Dindi, Wave, Sabiá, Samba de uma Nota Só) no fino repertório ora perpetuado no CD (capa à esquerda) e no DVD Eumir Deodato Trio ao Vivo no Rio. Acompanhado pelo baixista Marcelo Mariano e o baterista Renato Massa Calmon, Deodato mostra também temas autorais como Skyscrapers, Whistle Bump, Super Strut e Carly & Carole, além de recordar o arranjo de Assim Falou Zarathustra - com o qual ficou celebrizado em âmbito internacional, a partir de 1973. O CD já está à venda. O DVD vai chegar às lojas logo na seqüência. O disco tem alto valor documental por trazer a primeira gravação de Deodato em 18 anos. Radicado nos Estados Unidos desde 1967, ele lançou seu último disco, Somewhere Out There, em 1989.

Casuarina registra safra autoral no CD Certidão

Grupo projetado na cena da Lapa (RJ), o Casuarina revirou o baú do samba para estrear em disco em 2006. No segundo álbum, Certidão, editado pela mesma Biscoito Fino que pôs nas lojas o seu CD de estréia, o quinteto registra repertório autoral. Apenas quatro das 14 faixas não são assinadas pelos integrantes do grupo. As exceções são Tarja Preta (partido alto de Délcio Carvalho e Sérgio Fonseca), Velho Bandido (Sérgio Sampaio), Me Dá um Dó (Sidney Miller) e Teima Quem Quer (Paulo Vanzolini). Eis o repertório do CD Certidão:

1. Certidão (João Fernando e João Cavalcanti)
2. Vaso Ruim (Diego Zangado e Gabriel Azevedo)
3. Inconstante (João Cavalcanti)
4. Dilema do Universo (Gabriel Azevedo)
5. A Roda Morreu (Joao Fernando e João Cavalcanti)
6. Teima Quem Quer (Paulo Vanzolini)
7. Peçonha (João Cavalcanti)
8. Arco-Íris (Sérgio Fonseca e Gabriel Azevedo)
9. Me Dá um Dó (Sidney Miller)
10. É João (João Cavalcanti)
11. Tarja Preta (Délcio Carvalho e Sérgio Fonseca)
12. Onda de Poeta (Gabriel Azevedo e João Cavalcanti)
13. Velho Bandido (Sérgio Sampaio)
14. Empoeirado (João Fernando)

Música de Pepeu puxa CD de 'covers' do Cidade

Parceria de Pepeu Gomes e Gilberto Gil, lançada por Pepeu no LP Na Terra a Mais de Mil, de 1979, Meu Coração ganha releitura do Cidade Negra em CD e DVD intitulados Diversão e gravados ao vivo em show realizado em Niterói (RJ). A faixa vai puxar o disco. O grupo recria, em ritmo de reggae, hits da MPB e do pop nacional.

Não é a primeira vez que o Cidade Negra investe no repertório de Pepeu Gomes. A regravação da banda de Eu Também Quero Beijar acabou puxando e turbinando as vendas da ótima coletânea dupla Hits / Dubs, editada pela Sony Music em 1999. Aliás, Diversão marca a entrada do quarteto na gravadora EMI. Eis o repertório:

* A Palo Seco - Belchior, 1974
* Inútil - Ultraje a Rigor, 1983
* Me Liga - Paralamas do Sucesso, 1984
* Lua e Estrela - Caetano Veloso, 1981
* Primavera nos Dentes - Secos & Molhados, 1973
* Minha História (Gesubambino) - Chico Buarque, 1971
* Lilás - Djavan, 1984
* Muito Romântico - Caetano Veloso, 1977
* Fullgás - Marina Lima, 1984
* A Lua e Eu - Cassiano, 1976
* Meu Coração - Pepeu Gomes, 1979
* O Mal É o que Sai da Boca do Homem - Pepeu Gomes, 1981
* Todos Estão Surdos - Roberto Carlos, 1971
* Eu Amo Você - Tim Maia, 1970
* Deixa Chover - Guilherme Arantes, 1981
* Errare Humanun Est - Jorge Ben Jor, 1974
* Tudo Azul - Lulu Santos, 1984
* Clube da Esquina 2 - Milton Nascimento, 1972
* Monte Castelo - Legião Urbana, 1988

17 de outubro de 2007

Ney grava show pop no Rio em 2008 pela EMI

Sem lançar disco de inéditas desde 2004, Ney Matogrosso retorna ao mercado fonográfico com DVD em que faz seu terceiro registro ao vivo consecutivo de show. Já de contrato assinado com a EMI, o intérprete vai gravar no Rio de Janeiro - logo no início de 2008 - o show Inclassificáveis, que reestréia nesta quinta-feira, 18 de outubro, na casa Citibank Hall, em São Paulo (SP), e depois segue em turnê pelo Brasil. No show, batizado com nome de um tema de Arnaldo Antunes, Ney arregimentou uma banda de pop rock para cantar músicas de Caetano Veloso (Divino Maravilhoso), Marcelo Camelo (Veja Bem, meu Bem), Cazuza (Seda, O Tempo Não Pára, Porque a Gente É Assim?, Pro Dia Nascer Feliz) e de Jorge Drexler (Sea). Na foto de Ary Brandi, Ney posa com o (brilhante) figurino criado por Ocimar Versolato para o cantor. Eis o roteiro do show:

* O Tempo Não Pára (Cazuza e Arnaldo Brandão)
* Mal Necessário (Mauro Kwitko)
* Fraterno (Pedro Luís)
* Leve (Iara Rennó e Alice Ruiz)
* Ouça-me (Itamar Assumpção e Alice Ruiz)
* Um Pouco de Calor (Dan Nakagawa)
* De Novo (Fred Martins e Marcelo Diniz)
* Novamente (Fred Martins e Alexandre Lemos)
* Mente Mente (Robinson Borba)
* Lema (Carlos Rennó e Lokua Kanza)
* Sea (Jorge Drexler)
* Cavaleiro de Aruanda (Tony Osanah)

* Seda (Cazuza e Lobão)
* Porque a Gente É Assim? (Cazuza, Ezequiel Neves e Frejat)
* Coisas da Vida (Alzira Espíndola e Itamar Assumpção)
* Ode aos Ratos (Chico Buarque e Edu Lobo)
* Inclassificáveis (Arnaldo Antunes)
* Veja Bem, meu Bem (Marcelo Camelo)
* Coragem, Coração (Cláudio Monjope e Carlos Rennó)
* Divino Maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
* Simples Desejo (Daniel Carlomagno e Jair Oliveira)
* Pro Dia Nascer Feliz (Cazuza e Frejat)

Jorges louvam o santo e suas próprias músicas

Resenha de CD / DVD
Título: Coisa de Jorge - Ao Vivo na Praia de Copacabana
Artista: Jorge Aragão, Jorge Ben Jor, Jorge Mautner e Jorge Vercilo
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Aragão, Ben Jor, Mautner e Vercilo são artistas que quase nada têm em comum - além do nome Jorge. Contudo, foram reunidos pela empresa GLP Marketing para show na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), em 23 de abril, o dia de São Jorge. Idealizado em tributo ao santo guerreiro, o espetáculo foi gravado para ser editado em CD e DVD, ora lançados pela EMI Music. A despeito de apresentar duas razoáveis inéditas, Líder dos Templários (a melhor delas) e Seus Jorges, o teor de novidade do disco está mais na interação entre os artistas, de sons e estilos díspares, do que no (bom) repertório propriamente dito. Juntos, os quatro louvam as próprias obras...

A interação é real. Se Vercilo saúda o santo com Ben Jor em Jorge de Capadócia e cai no melhor samba com Aragão em Deus Manda, partido de alto quilate, Jorge Ben Jor entra no ritmo do Maracatu Atômico, o hit de Mautner. Entre solos, duetos e trios, os quatro cantores parecem à vontade no palco. Mas São Jorge não merecia (alguns) números dispensáveis como Monalisa e Que Nem Maré - ambos destoantes do tom de homenagem do espetáculo, que teve a adesão de Gilberto Gil em Padroeiro do Brasil, atração exclusiva dos extras do DVD. Vercilo - muito mais atuante no roteiro do que Mautner, por exemplo - se sai muito melhor quanto saúda o santo na releitura em ritmo de xote de Lua de São Jorge, hit de Caetano Veloso. No fim, Aragão e Vercilo se unem a Ben Jor para reviver Taj Mahal e A Banda do Zé Pretinho. Com o balanço contagiante destes sucessos infalíveis de Ben Jor, nenhum santo precisou ser invocado para garantir a animação do público. Salvem os Jorges!

Madonna sai da Warner e vai para Live Nation

Confirmando a veracidade dos boatos que já vinham circulando nos bastidores da indústria fonográfica, Madonna (em foto de Guy Oseari) trocou a Warner Music - a gravadora que distribuía seus álbuns desde sua estréia no mercado fonográfico, em 1983 - pela empresa Live Nation, que já produzia as turnês da estrela. A partir de agora, a Live Nation passa a gerenciar sua carreira através da Artist Nation, recém-criada divisão da empresa global. Anunciada oficialmente esta semana, a parceria entre a artista e a Live Nation abrange todos os futuros negócios relacionados com a música de Madonna, incluindo a exploração da marca Madonna, novos CDs de estúdio, DVDs, comercialização de turnês, projetos de televisão e cinema, além de acordos de patrocínio. Eis o depoimento oficial de Madonna sobre sua renovadora associação com a Live Nation:

"O paradigma nos negócios da música mudou e, como artista e mulher de negócios, preciso acompanhar essa mudança. Pela primeira vez em minha carreira, a maneira como minha música pode chegar aos meus fãs está ilimitada. Nunca quis pensar em limitações e, com esta nova parceria, as possibilidades serão ilimitadas. Quem sabe como meus álbuns serão distribuídos no futuro? Essa é a parte mais excitante desta negociação: tudo é possível. A Live Nation me ofereceu uma parceria real e, após 25 anos no negócio, acho que mereço isso". Madonna, em um comunicado oficial.

A decisão de Madonna de trocar a Warner Music pela Live Nation é mais um sinal da capacidade ímpar da camaleônica artista de se adaptar rapidamente aos novos tempos e também do progressivo enfraquecimento das gravadoras multinacionais no mercado da música. De certa forma, a parceria de Madonna com a Live Nation está em fina sintonia com a iniciativa recente do grupo Radiohead de vender seu sétimo álbum de estúdio, In Rainbows, somente através de seu site oficial. O modelo de comercialização de música vive momento de transformação com a internet e as novas mídias. E, nesses novos tempos, estar associado a uma grande gravadora multinacional já não representa garantia de êxito. Mas as majors já perceberam isso e também estão - elas - se adaptando ao futuro.

Exibida, Preta (se) diverte em show espontâneo

Resenha de show
Título: Noite Preta
Artista: Preta Gil
Local: Cinemathèque (RJ)
Data: 10 de outubro de 2007
Cotação: * * * 1/2

Show de Preta Gil não é show. É evento. No fim da elétrica segunda apresentação de Noite Preta, show em cartaz às quartas-feiras de outubro, na Cinemathèque, a artista improvisou até um concurso de dança de funk no minúsculo palco da casa carioca. Apoiada por sua fiel tribo de fãs, Preta sai de cena ao som de inusitado bis que junta Doce Mel (o primeiro hit de Xuxa), Céu da Boca (o malicioso tema baiano que Ivete Sangalo regravou recentemente em dueto com o pai de Preta, Gilberto Gil) e Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar), o infalível sucesso de Tim Maia. É um bom show??! Sim, é. Desinibida e espontânea, Preta captura a atenção da platéia com um carisma tão grande que sua voz miúda acaba sendo detalhe tão pequeno... para desespero dos que a odeiam gratuitamente por ela ser a filha (desde sempre famosa) de artista que vive mais do que nunca sob os holofotes por ocupar o cargo de Ministro da Cultura.

Preta Gil já aparece no palco em ebulição e abre o show com Sinais de Fogo - a deliciosa inédita que Ana Carolina generosamente lhe deu para seu primeiro disco, editado em 2003. O roteiro entrelaça músicas dos dois únicos CDs de Preta. Medida do Amor e Andaraí, dispostas logo no começo, já dão o tom suingante do show. Só que um show de Preta, vale repetir, é um evento, quase um programa de auditório. E tem graça porque Preta ri e debocha de si mesma o tempo todo. "Ali todo mundo com a mão molhada", brinca, ao se referir a um grupo de fãs que lhe gritava elogios. " dando uma força para meu pai, né?", zoa, após cantar Barato Total, o balanço de Gil que Gal Costa lançou em 1974 em seu (célebre) LP Cantar.

Repleta de grooves funkeados, urdidos pela boa banda que toca com Preta, Noite Preta é diversão garantida. "Show também é pegação", avacalha a artista enquanto canta Estágio do Perigo, número que precede o rock Agora Só Falta Você, da Rita Lee de Fruto Proibido (1975). Da mesma Rita, Preta emenda Mutante, música que gravou para a trilha sonora da novela Caminhos do Coração, em que encarna a vilã Helga. Preta Gil tem o mérito de não se levar a sério. E sabe escolher seu repertório, selecionando músicas que se adequam ao seu espírito de moleca pegadora. É o caso de Gatas Extraordinárias, tema que Caetano Veloso fez para Cássia Eller, mas que cai bem na voz de Preta. Sossego, pérola de Tim Maia, é outra boa pedida. Assim como Coisinha do Pai, samba popularizado por Beth Carvalho em 1979 no qual Preta Gil insere o refrão de Kátia Flávia, o rap-funk que projetou Fausto Fawcett em 1987. Faz sentido? Não muito. Mas funciona no palco. E tudo o que a exibida artista quer é se mostrar. Para tal, vale emendar um palavrão no outro, se esfregar com o terno ursinho de pelúcia que ganhou do fã e atacar de pagode (Marrom Bombom, hit do grupo Os Morenos) e funk (Glamurosa). Preta Gil parece se divertir em cena. E o fato - e seria injusto não admitir isso- é que a sua Noite Preta diverte também o espectador. Preta Gil sabe dar um show...

16 de outubro de 2007

Samba afro-brasileiro é o dom de Fabiana Cozza

Resenha de CD
Título: Quando o Céu
Clarear
Artista: Fabiana Cozza
Gravadora: Eldorado
Cotação: * * * *

Com sua voz calorosa, Fabiana Cozza logo pede licença para incensar em Incensa, o samba que abre seu segundo CD, Quando o Céu Clarear. O belo samba é de Roque Ferreira, também autor da faixa-título. Projetada em São Paulo (SP), Cozza põe o pé no terreiro neste disco de tom afro-brasileiro para reafirmar que o samba é seu dom - como já anunciara no título de seu primeiro álbum, editado em 2004, e como reitera na letra de Novo Viver, tema que conta com adesão do Quinteto em Branco e Preto (Magnu Souza e Maurílio Oliveira são os autores da faixa). O CD já figura entre os melhores de 2007.

As louvações aos orixás permeiam o repertório do CD de forma explícita (em Saudação para Iemanjá e no lento Ponto de Nanã ofertado por Roque Ferreira) ou implícita como em Nação. Cozza rebobina a obra-prima de João Bosco, Paulo Emílio e Aldir Blanc - que deu título ao último CD de Clara Nunes - em ritmo de sambão. Como se estivesse na quadra de uma escola de samba. Em Canto de Ossanha, a intérprete (re)ergue a ponte Brasil-Cuba-África ao inserir incidentalmente um canto cubano de domínio público. O trompete do cubano Julio Padrón - captado em Caracas, a capital da Venezuela - arremata a integração proposta pela boa gravação.

Fabiana Cozza transita tanto pelo samba mais gingado - Parte, de Rubens Nogueira e Paulo César Pinheiro, atesta sua boa divisão - como pelos temas mais dolentes. Caso de Doces Recordações, em que a cantora une sua voz à da autora Ivone Lara - de quem Cozza revive Tendência, em registro que inicia no estilo voz-e-piano até ganhar intensidade. A propósito, o piano jazzy do cubano Yaniel Matos é o tempero especial de Xangô te Xinga, tema de Leandro Medina. Entre sambas pautados por sutis dissonâncias (Não Sai de mim, do mesmo Leandro Medina) e pelas tradições (Pela Sombra, parceria dos bambas Nei Lopes e Nelson Sargento), Fabiana Cozza se (con)firma como grande cantora. Basta a luminosa releitura de Agradecer e Abraçar, hit dos baianos Gerônimo e Vevé Calazans, para atestar o poder da voz desta intérprete que merece projeção além dos redutos do samba de São Paulo. O samba é, sim, seu dom.

U2 relança 'Joshua Tree' com material inédito

O quarteto U2 vai relançar um dos álbuns mais marcantes de sua discografia - The Joshua Tree, editado originalmente em 1987 - em quatro formatos diferentes. A anunciada edição comemorativa dos 20 anos do álbum - que rendeu megahits como With or Without You e I Still Haven't Found What I'm Looking for - estará disponível a partir de 20 de novembro em um CD simples, em CD duplo (com material inédito no segundo disco, provavelmente versões demos e takes alternativos das músicas), em vinil duplo e numa caixa que engloba os dois CDs e um DVD que inclui o documentário Outside It's America e gravação de show filmado em Paris em 4 de julho de 1987. Não foram revelados mais detalhes do material inédito.

'Pastor' Chorão prega o bem para seus fiéis fãs

Resenha de CD
Título: Ritmo, Ritual
e Responsa
Artista: Charlie Brown Jr.
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * *

Chorão tem fama de mau, e ele por vezes justifica essa fama, mas prega o bem no nono CD de Charlie Brown Jr. - o grupo do qual é líder e o mentor. Responsável, Chorão sabe que o mix de rap, hardcore e reggae tocado pela banda tem sintonia com jovens que vivem na periferia, alvo do desprezo da sociedade capitalista. Daí as mensagens que procuram valorizar a auto-estima desse fiel público e que permeiam boa parte das 23 faixas do álbum Ritmo, Ritual e Responsa, apresentado como a primeira parte da trilha sonora do filme O Magnata, que estréia em novembro e marca a estréia de Chorão nos cinemas (ele criou o roteiro e atua no papel de si próprio na história, protagonizada pelo ator Paulo Vilhena).

Chorão faz a pregação positiva já na primeira faixa do CD, Pontes Indestrutíveis. "Resgate suas forças e se sinta bem", ordena verso do reggae turbinado com efeitos de dub. Em seguida, ele derrapa no discurso sexista de O Que Ela Gosta É de Barriga. Porém, logo reencontra o tom de auto-ajuda que faz do bom álbum quase um manual de sobrevivência para jovens carentes - talvez o principal público-alvo do Charlie Brown. "Uma vida sem amor é uma vida sem sentido", já sentencia Chorão em Não Viva em Vão, um rock de batida nervosa. Em Sem Medo da Escuridão, MV Bill engrossa o discurso no compasso do rap em ponte com a Cidade de Deus (RJ).

Se a faixa-título se dirige aos skatistas, a tribo na qual o grupo se projetou em meados da década de 90 em Santos (SP), Be Myself é crítica direta aos valores materialistas da sociedade. O discurso é raso, mas direto. "O sistema só alimenta o que é mal", reconhece o revoltado Chorão, que soa quase terno na faixa seguinte, a balada Uma Criança com seu Olhar. Mas Ritmo, Ritual e Responsa está longe de exalar ternura. "Que Espécie de Vermes São Vocês?" questiona Chorão - ao lado de Markon Lobotomia - no hardcore homônimo. João Gordo, vocalista do grupo Ratos de Porão, cospe os versos de Vida de Magnata, faixa que inclui falas do filme que inspirou o disco, produzido pelo próprio Chorão em parceria com Thiago Castanho, cuja guitarra se agiganta em muitas músicas. Já o grupo ForFun adere ao time de convidados na faixa O Universo a Nosso Favor. Escorado no tripé rap-rock-reggae, Charlie Brown Jr. faz sua auto-ajuda. Pastor Chorão sabe quem são seus fiéis e é a eles somente que ele se dirige neste disco cheio de boas intenções.

Elba explica a substituição de Lenine por Lula

Nas lojas esta semana, o CD Qual o Assunto que Mais lhe Interessa? - 25º disco solo de Elba Ramalho - seria inicialmente produzido por Lenine, só que acabou sendo pilotado por Lula Queiroga, que recrutou o seu irmão, o baterista Tostão Queiroga, e o sobrinho Yuri Queiroga. Por e-mail, a cantora (em foto de Helena de Castro) justifica a substituição. Com a palavra, Elba Ramalho:

"O Lenine tem seu trabalho e vive um momento de grande ascendência. Surgiram compromissos inadiáveis e ele precisou de tempo. Como já estávamos no caminho, não quis adiar mais uma vez o projeto. Estamos juntos há muitos anos, como uma família de grandes afetos. Lula e Lenine são grandes amigos e parceiros de muitas canções. Os dois têm a mesma sintonia, o mesmo registro musical. Por outra via, os últimos discos de Lula têm sido arrebatadores e, como já havia escolhido quatro músicas de sua autoria para gravar, convidei-o para me dar essa mãozinha. Ele parou a gravação de seu disco e veio com o irmão Tostão, meu baterista, e o sobrinho Yuri, que fez toda programação, algumas guitarras, o contrabaixo e agora é também músico da minha banda. Nosso trabalho foi intenso e bem harmonioso, competente e ousado. Foi mantida a música Amplidão, de Chico César, que Lenine havia produzido com a participação do Quarteto Maogani, assim como as sugestões feitas por ele, como Novena, de Geraldo Azevedo e o Boi Cavalo de Tróia, de Pedro Osmar e Paulo Rô. Os meninos de Recife trouxeram outras opções musicais e a sonoridade adequada".

15 de outubro de 2007

Primeiro CD de Aydar chega aos EUA via Verve

Um dos destaques da indústria fonográfica em 2006, o álbum de estréia da paulista Mariana Aydar, Kavita 1, será editado no mercado norte-americano em 2008 via gravadora Verve. O disco já foi lançado este ano na Europa. No CD, produzido por BiD e Duani, Aydar canta músicas de João Donato, Leci Brandão e Rodrigo Amarante, entre outros compositores - com visão contemporânea do samba.

Deck veta Xande na promoção do DVD de Diogo

A gravadora EMI Music teve que repensar o marketing do DVD e CD ao vivo de Diogo Nogueira - gravados em 4 e 5 de julho, em shows no Teatro João Caetano (RJ). É que a Deckdisc não liberou o uso da faixa Cai no Samba - da qual participou Xande de Pilares, o vocalista do Grupo Revelação, contratado da Deckdisc - como música de trabalho do CD. Cai no Samba é uma das inéditas do repertório de Diogo Nogueira.

E por falar no Grupo Revelação, a Som Livre lança uma coletânea do grupo na série 100%. A seleção das 16 faixas abrange somente a fase do grupo na Deckdisc, ignorando o período inicial na BMG.

Álbum que tenta reerguer Britney sai no dia 30

Blackout - o álbum com que a Jive Records pretende reerguer o nome de Britney Spears no mercado fonográfico - teve o esperado lançamento antecipado de 13 de novembro para 30 de outubro, por conta do vazamento de músicas na internet (aliás, a gravadora já entrou na Justiça contra o dono de um blog que teria propagado as faixas do CD de forma ilegal). É o primeiro disco de Britney em quatro anos e o primeiro depois que a cantora passou a dar sinais de depressão e confusão mental. O primeiro single, Gimme More, foi produzido por Nate Danjahandz Hills, da turma de Timbaland. Britney sairá da escuridão?? Eis as 12 faixas do álbum Blackout:

1. Gimme More
2. Piece of me
3. Radar
4. Break the Ice
5. Heaven on Earth
6. Get Naked (I Got a Plan)
7. Freakshow
8. Toy Soldier
9. Hot as Ice
10. Ooh Ooh Baby
11. Perfect Lover
12. Why Should I Be Sad?

Piaf é hino de amor de Marion ao ofício de atriz

Resenha de filme
Título: Piaf - Um Hino ao Amor
Diretor: Olivier Dahan
Elenco: Marion Cotillard, Gérard Depardieu e outros
Cotação: * * * * 1/2

Edith Piaf (1915 - 1963) teve vida ímpar e folhetinesca, pautada tanto pela luta e glória como pela trajetória. A trajetória da senhora da canção francesa já havia sido contada nos palcos brasileiros em musical estrelado por Bibi Ferreira - a voz e o rosto brasileiros da artista. O filme La Môme (Piaf - Um Hino ao Amor, no bom título nacional) reconta essa história de forma magistral. Se Bibi impressionava ao interpretar o cancioneiro da colega, Marion Cotillard encara e encarna Piaf de forma mediúnica, num hino de amor ao ofício de atriz. É Cotillard que sustenta a narrativa - construída em ordem não cronológica através de belas imagens captadas pelo diretor Olivier Dahan - e torna o filme imperdível a ponto de seus 140 minutos passarem como se fossem dez. É fato que a vida novelesca de Piaf renderia mesmo um filme. Só que, no caso, o filme em questão somente se tornou especial pela credibilidade com que Cotillard vive Piaf na juventude, na glória e na queda precoce - motivada pelo abuso do álcool e da morfina. Um retrato comovente da diva. E, para quem quer ouvir em casa a música projetada na tela, a gravadora EMI lançou a trilha do filme. Intitulado La Vie en Rose, o CD mistura gravações originais da célebre artista com a música original deste filme inebriante como o canto - passional e imortal - de Edith Piaf.

14 de outubro de 2007

Teresa grava Caetano e Tribalistas em 'Serena'

Depois de dedicar à música brasileira seu primeiro CD solo, Você e Eu, a vocalista do extinto grupo português Madredeus, Teresa Salgueiro, amplia as fronteiras de seu repertório no segundo disco individual, La Serena, sem esquecer o Brasil. Músicas de Caetano Veloso (Leãozinho, de 1977), de Tom Jobim & Vinicius de Moraes (Se Todos Fossem Iguais a Você, de 1956) e dos Tribalistas (Velha Infância, hit do CD editado por Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte em 2002) estão entre os 19 temas de latitudes e de nacionalidades diversas que foram selecionados por Teresa para o álbum, cujo lançamento está agendado no mercado lusitano para 22 de outubro. La Serena foi gravado pela artista com o quinteto Lusitânia Ensemble e nasceu de um show apresentado por Teresa desde fevereiro. Gravado em San Sebastian, Espanha, entre maio e junho, o disco tem produção de Pedro Ayres Magalhães, parceiro de Teresa Salgueiro no Madredeus. Eis as 19 faixas de La Serena:

1. La Serena - Tema tradicional do cancioneiro sefardita
2. Velha Tendinha - Raul Ferrão
3. O Namoro - Viriato Cruz e Fausto
4. Leãozinho - Caetano Veloso
5. Vuelvo al Sur - Fernando E. Solaman e Astor Piazzola
6. La Vie en Rose - Edith Piaf e Louis Guglielmi
7. La Vai Lisboa - Raul Ferrão (instrumental)
8. Nome de Rua - David Mourão Ferreira e Alan Oulmain
9. Amanhã - Raul Indipwo e Milo Macmahon
10. Se Todos Fossem Iguais a Você - Tom Jobim e Vinicius de Moraes
11. Caruso - Lucio Dalla
12. Paloma Negra - José Alfredo Ménez e Tomás Méndez Sosa
13. Velha Infância - Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte
14. Mar Azul - Cesária Évora e B'leza
15. Estranha Forma de Vida - Amália Rodrigues e Alfredo Duarte
16. A Casa das Mariquinhas - Alberto Janes (instrumental)
17. Avec le Temps - Léo Ferré
18. Unforgettable - Irving Gordon
19. Somewhere Over the Rainbow - Harold Arlen (instrumental)

Paulinho revê obra na MTV com usual nobreza

Resenha de CD / DVD
Título: Acústico MTV
Paulinho da Viola
Artista: Paulinho da Viola
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * * *

Acústica pela própria natureza, a obra de Paulinho da Viola não sofre mutação substancial na releitura proposta pela MTV. Ao contrário, ela ressurge com a usual nobreza em CD e DVD da série Acústico MTV, gravados em 24 e 25 de julho, nos estúdios Quanta e Motion, em São Paulo (SP), em dois shows restritos a convidados do artista, da emissora e da gravadora Sony BMG, que começa a empresariar Paulinho através da recém-criada agência Day 1 - cuja razão social passa a englobar a própria companhia multinacional de discos que lhe deu origem.

Sem lançar CD de inéditas desde 1996, Paulinho da Viola abraçou o projeto acústico em sintonia com os novos tempos do mercado da música. Contudo, fez a gravação no tempo todo próprio que determina o ritmo de sua vida e obra. Através de 24 músicas (15 no CD), ele reitera fidelidade ao samba e ao choro de forma mais tradicional. Mesmo as cordas arranjadas por Cristóvão Bastos - dispostas de forma especialmente inventivas na releitura sublime de Eu Canto Samba (1989) - não são aditivos exatamente novos em obra urdida desde os tempos iniciais com cordas arranjadas pelo célebre maestro Lindolfo Gaya (1921-1987), mestre do ofício.

Alternando-se no cavaquinho e no violão, Paulinho desfia roteiro que fortalece os cânones de uma obra que jamais se deixou fisgar pelas iscas do mundo pop, do qual a MTV - que ora veicula a voz ainda límpida do artista - sempre foi representante. Se a devoção o choro é reafirmada em Coração Imprudente (1972), a fé no samba mais puro é reafirmada com a lapidação de jóias do alto quilate de Coração Leviano (1977), Onde a Dor Não Tem Razão (1981), Para um Amor no Recife (1971), Pecado Capital (de 1975), Argumento (1975) e Foi um Rio que Passou em Minha Vida (1970). A pureza é destilada com a fina melancolia que permeia quase toda a obra de Paulinho da Viola e que dá o tom neste acústico que conserva, em maior ou menor escala, a forma original dos sambas. Somente em Tudo se Transformou (1970) é perceptível uma alteração mais radical na estrutura rítmica. O samba, dos mais belos e dos menos conhecidos do compositor, reaparece em andamento muito mais lento. É - talvez por isso mesmo - grande momento do CD e DVD.

Para os fãs de primeira hora, o teor de novidade está concentrado nas três inéditas e em Ainda Mais, samba que o artista apresenta à platéia como "relativamente novo". Na realidade, foi gravado pelo parceiro Eduardo Gudin em 1998, no disco Pra Tirar o Chapéu. Contudo, permanecia inédito na voz de Paulinho. Dos três sambas realmente novos, Talismã tem o status de inaugurar a parceria do compositor com Arnaldo Antunes e Marisa Monte, os autores da letra que retrata bem o temperamento abnegado e aparentemente calmo do sambista - talvez mero disfarce para a presumível tensão interna que parece reger a personalidade de Paulinho da Viola. Os outros dois sambas, Bela Manhã e Vai Dizer ao Vento, mantém o rigor estilístico do autor sem que soem especialmente belos (Vai Dizer ao Vento é mais sedutor e se aproxima do melhor do autor).

Entre standards e inéditas, o artesão aproveitou a oportunidade para polir sambas que passaram despercebidos em sua discografia - profícua e de regularidade anual de 1968 até 1983. Amor É Assim e Foi Demais vieram do disco Zumbido (de 1979). Só o Tempo - que Paulinho já revisitara na década de 90 em dueto lapidar com Zizi Possi, em CD da série Casa de Samba - foi lançado em disco de menor êxito e exposição comercial, A Toda Hora Rola uma Estória (1982). Tudo apresentado com imagens de rara beleza - captadas pelo diretor Fabrizio Martinelli dentro do padrão MTV.

Para completar, o DVD - o primeiro trabalho de Paulinho da Viola concebido originalmente para o formato - traz um making of de 41 minutos que, mais do que triviais cenas de bastidores, revela fatos que ajudam a entender a música e a personalidade do artista. Com direito a minibiografias de ídolos do samba e do choro. Toquinho ressalta o ritmo todo próprio do colega ao narrar causos (logo na seqüência, o filme mostra Paulinho à vontade no ônibus contando histórias para seus músicos). Já Elton Medeiros recorda a pressão que já fez em cima do parceiro para conseguir rápido letra para o samba que queria incluir com urgência em seu disco. "Tudo que fiz foi levado pela emoção, tentando fazer um samba como os meus ídolos faziam", resume Paulinho da Viola ao fim do making of, com a habitual elegância e a usual reverência aos mestres do passado. Ciente, talvez, de que a modernidade atemporal de sua obra - ora revista sob a luz da MTV - repousa sobretudo no apego sincero às tradições do samba e choro. Paulinho da Viola é um ser acústico.

Elza engole repertório de sambas em 'Beba-me'


Resenha de CD / DVD
Título: Beba-me
Artista: Elza Soares (em foto de João Wainer)
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Elza Soares perdeu grande oportunidade de estrear em DVD com o registro do show Do Cóccix até o Pescoço - inspirado no álbum homônimo de 2002, um dos melhores da carreira da cantora. Não por acaso, ecos daquele espetáculo impagável ainda reverberam em Beba-me, show idealizado em 2006 para marcar o retorno da Mulata Assanhada ao samba. Com roteiro de leque estético mais reduzido, Beba-me não se revelou coeso como Do Cóccix até o Pescoço - há sambas dispensáveis como Contas, Exagero, Cartão de Visita e Palmas no Portão - e tampouco teve a aura renovadora de Vivo Feliz (2003). Seu sustento está fincado na voz resistente de Elza, de (incríveis!!!) 77 anos. Voz de guerreira que expressa sua longa via-crúcis já na pungente versão a capella de Meu Guri, ouvida enquanto aparece na tela a apresentação do menu do DVD - gravado em show no Sesc Vila Mariana (SP), em março, um mês após a data inicialmente prevista (por problemas de saúde, Elza teve que cancelar dias antes a gravação prevista para fevereiro).
Mesmo debilitada por conta de operação de diverticulite, a diva driblou as dores do corpo e da alma para encarar repertório que, de certa maneira, traduz sua sofrida história de vida. A ponto de encaixar seu nome nos versos dos sambas Lata D'Água (1952) e Dura na Queda (2000). Escorada nos arranjos bem suingantes de Eduardo Neves, calcados nos sopros, Elza entorta os compassos de sambas como Estatuto de Gafieira (com direito a rebolados em cena), Beija-me (cujo verso-título é adaptado para gerar o nome do show) e Pra que Discutir com Madame?. "Madame é louca...", opina Elza ao fim do número, sentada na cadeira exposta no palco para dar apoio ao corpo castigado pelas dores do pós-operatório.
Às vezes, Elza exagera. Como nas dramatizações e nos improvisos maliciosos feitos ao longo de O Neguinho e a Senhorita. São todos desnecessários porque o canto de Elza dispensa enfeites. A ponto de ela até dispensar o microfone na apresentação exibicionista de Pranto Livre, uma das jóias de seu (irregular) repertório dos anos 70 que são revividas neste show dirigido por José Miguel Wisnik. Ele comparece ao piano em Flores Horizontais, número de calma bissexta no roteiro, cujo momento mais inventivo é o pot-pourri que une, no ritmo do tango, Volta por Cima e Fadas (herança do CD Do Cóccix até o Pescoço) e que a intérprete canta com rara desenvoltura. Enfim, é um show de Elza... E Elza Soares tem voz e molejo para tragar de um gole só o punhado de sambas maiores ou menores que canta em Beba-me. Em cena, a mulata ainda é a tal.

Disco de Juliette sai no Brasil com capa diversa

Na carona da vinda do grupo Juliette & The Licks ao Brasil para apresentações no Tim Festival, a gravadora ST2 está lançando no mercado nacional o primeiro dos dois álbuns da banda, You're Speaking my Language, editado em 2005 (o segundo, Four on the Floor, é de 2007 e já saiu no Brasil). A curiosidade é que a capa da edição nacional é uma variação da capa original (foto à direita). Como a formação do grupo já mudou, a capa atual exibe apenas a foto de Juliette Lewis, líder da banda. Os músicos foram apagados da foto, mas a reedição conserva a arte gráfica da capa original. A disposição das 12 músicas também ficou inalterada. O grupo - formado por Juliette Lewis em 2003 - faz um rock pesado.