16 de outubro de 2007

Samba afro-brasileiro é o dom de Fabiana Cozza

Resenha de CD
Título: Quando o Céu
Clarear
Artista: Fabiana Cozza
Gravadora: Eldorado
Cotação: * * * *

Com sua voz calorosa, Fabiana Cozza logo pede licença para incensar em Incensa, o samba que abre seu segundo CD, Quando o Céu Clarear. O belo samba é de Roque Ferreira, também autor da faixa-título. Projetada em São Paulo (SP), Cozza põe o pé no terreiro neste disco de tom afro-brasileiro para reafirmar que o samba é seu dom - como já anunciara no título de seu primeiro álbum, editado em 2004, e como reitera na letra de Novo Viver, tema que conta com adesão do Quinteto em Branco e Preto (Magnu Souza e Maurílio Oliveira são os autores da faixa). O CD já figura entre os melhores de 2007.

As louvações aos orixás permeiam o repertório do CD de forma explícita (em Saudação para Iemanjá e no lento Ponto de Nanã ofertado por Roque Ferreira) ou implícita como em Nação. Cozza rebobina a obra-prima de João Bosco, Paulo Emílio e Aldir Blanc - que deu título ao último CD de Clara Nunes - em ritmo de sambão. Como se estivesse na quadra de uma escola de samba. Em Canto de Ossanha, a intérprete (re)ergue a ponte Brasil-Cuba-África ao inserir incidentalmente um canto cubano de domínio público. O trompete do cubano Julio Padrón - captado em Caracas, a capital da Venezuela - arremata a integração proposta pela boa gravação.

Fabiana Cozza transita tanto pelo samba mais gingado - Parte, de Rubens Nogueira e Paulo César Pinheiro, atesta sua boa divisão - como pelos temas mais dolentes. Caso de Doces Recordações, em que a cantora une sua voz à da autora Ivone Lara - de quem Cozza revive Tendência, em registro que inicia no estilo voz-e-piano até ganhar intensidade. A propósito, o piano jazzy do cubano Yaniel Matos é o tempero especial de Xangô te Xinga, tema de Leandro Medina. Entre sambas pautados por sutis dissonâncias (Não Sai de mim, do mesmo Leandro Medina) e pelas tradições (Pela Sombra, parceria dos bambas Nei Lopes e Nelson Sargento), Fabiana Cozza se (con)firma como grande cantora. Basta a luminosa releitura de Agradecer e Abraçar, hit dos baianos Gerônimo e Vevé Calazans, para atestar o poder da voz desta intérprete que merece projeção além dos redutos do samba de São Paulo. O samba é, sim, seu dom.

17 Comments:

Anonymous Anônimo said...

essa, sim, parece ter o samba na veia e não canta samba porque está na moda

16 de outubro de 2007 às 14:36  
Anonymous Anônimo said...

Não a conheço. Me interessei. Tomara uma cantora que cante o samba afro como forma de oração, como ele é.

16 de outubro de 2007 às 16:18  
Anonymous Anônimo said...

Juliana disse...
Esse é disparado o melhor disco de 2007, com o da Maria Rita em segundo. Comprei na saída do show (também maravilhoso) de lançamento no Sesc Pinheiros. Apenas a gravação de Canto de Ossanha ainda não me conquistou. "Parte" merece se tornar um clássico. As três canções de Roque Ferreira e as duas de D. Ivone Lara são lindas. Belíssima também a composição "Novo Viver" e a regravação de "Nação". Enfim, tudo bom pra caramba. Recomendo.

16 de outubro de 2007 às 17:43  
Anonymous Anônimo said...

Fabiana Cozza é uma grata surpresa. Vale conferir.

16 de outubro de 2007 às 20:33  
Anonymous Anônimo said...

Nao que Roberta Sá, Marisa Monte ou Maria Rita não cantem bem o samba, mas Fabiana Cozza o faz com propriedade, pois cresceu nas quadra da Camisa Verde e Branco. Merecia se projetar nacionalmente porque canta muito.

17 de outubro de 2007 às 09:54  
Anonymous Anônimo said...

Ouvi que no comecinho da carreira dela quiseram dar aquele toque"uma nova Elis aparecendo", ainda bem que a Fabiana não caiu nessa roubada e está se firmando por ela mesma.Porque talento ela tem de sobra.

17 de outubro de 2007 às 11:12  
Anonymous Anônimo said...

Essa sim sabe cantar samba. Gostaria que os empolgados com Roberta Sá e Maria Rita ouvissem o trabalho de Fabiana Cozza e que depois postassem um comentário...

17 de outubro de 2007 às 11:23  
Anonymous Anônimo said...

Deixem os empolgados com Roberta Sá de lado...Puts, sempre vocês querem citar o nome dela...acho que vocês não vivem sem ela, não é mesmo? Tudo que é post querem falar da Roberta...fala sério!!! Será que ela incomoda tanto assim???

17 de outubro de 2007 às 13:23  
Anonymous Anônimo said...

Mais um ótimo disco de samba... Estamos bem esse ano.

17 de outubro de 2007 às 19:30  
Anonymous Anônimo said...

Eu adoro Roberta Sá, e escuto eventualmente Maria Rita - ambas boas cantoras e que só fazem somar nossa BOA música. Que bom que Fabiana chega com mais um ótimo trabalho de samba- È MOTIVO DE LOUVAÇÂO!!!!!! E com certeza Fabiana é melhor cantora do que MR e RS,mmas ambas fazem bons trabalhos e devem ser respeitadas por isso.

Beijos!!!!!!!

17 de outubro de 2007 às 21:24  
Anonymous Anônimo said...

As três cantoras são tudo de bom, vamos deixá-las brilhar.

17 de outubro de 2007 às 22:49  
Anonymous Anônimo said...

Tava demorando pro papinho de quem é melhor cantora voltasse a tona, e com ela a discussão mais infértil dos últimos anos: Roberta Sá e Maria Rita...Acorda né povo!!!! Falem sobre outra coisa e deixem elas fora do "spot" um pouco!!! Só um deficiente auditivo pra não entender que a proposta da Roberta é diferente da Maria Rita que por sua vez é diferente da Fabiana...

17 de outubro de 2007 às 23:28  
Anonymous Anônimo said...

Fabiana Cozza! O que falar dessa aí? Mais uma sem carisma a cantar samba.

18 de outubro de 2007 às 08:04  
Anonymous Anônimo said...

O que falar do anônimo das 7:04? Mais um anônimo escrevendo bobagem.

19 de outubro de 2007 às 21:27  
Anonymous Anônimo said...

Fabiana Cozza sem carisma? PQP, mermão anônimo das 7:04!

Tu já assististe a Fabiana ao vivo?

Uma cantora com sangue quente e uma voz divina.

Cozza na cabeça!

Sarapatel

20 de outubro de 2007 às 23:34  
Anonymous Anônimo said...

O disco tá realmente lindo. Já ouvi algumas vezes. Lindo ela se dizer uma cantora negra e cantar temas de raiz do samba, ligados ao candomblé. Destaco o Ponto de Nanã.

23 de outubro de 2007 às 01:35  
Anonymous Anônimo said...

Não se encontra esse disco em lugar algum, nem mesmo na Internet. A distribuição da Eldorado estava entregue a Trama, que, segundo soube, acabou. E agora? Será que você sabe informar alguma coisa, Mauro?

Flávio

21 de novembro de 2007 às 21:45  

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